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Reformas Pombalinas 27 11 2013

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Reformas Pombalinas
 de danielacmartins93 | trabalhosfeitos.com
 Após a morte do rei D. João V sobe ao trono D. José, que decide criar um Gabinete Ministerial que tinha como intuito reformular a governação anterior. No mesmo ano da criação do Gabinete chega a Portugal um homem chamado Sebastião José de Carvalho e Melo, que já tinha desempenhado funções diplomáticas em Londres e em Viena de Áustria.
	Em Janeiro de 1759, os Jesuítas são expulsos de todo o território Português. Perante isto, instala-se uma situação de “caos” no ensino em Portugal, visto que eram os Jesuítas que estavam responsáveis por grande parte da Educação, o que levou Marquês de Pombal a tentar arranjar soluções. 
Assim, mandou publicar um alvará a 28 de Junho de 1759, que tinha como principal objetivo dar resposta às instituições educativas que ficam sem professores.
A Reforma dos Estudos dá-se devido à substituição do método de ensino Jesuíta, para um outro método de ensino. O alvará dá então continuidade às disciplinas ditas tradicionais como o Latim, o Grego e a Retórica, valorizando ao mesmo tempo as ciências e o estudo das Letras Humanas, base de todas as ciências. Cria também pela primeira vez em Portugal o cargo de Diretor-Geral dos Estudos, ocupado por D. Tomás de Almeida, entidade que dirigia o ensino elementar e médio e que teve como principal preocupação encontrar professorespara as classes existentes em Portugal. O Diretor-Geral dos Estudos tinha também como obrigação vigiar o cumprimento do documento emitido (o alvará), apresentar um relatório anual da situação do ensino, apurando o progresso dos estudos e apresentando propostas que lhe parecessem adequadas para o progresso das escolas. 
Os professores eram informados sobre os métodos de ensino e bibliografia moderna a seguir, e eram ao mesmo tempo vigiados pelo Diretor-Geral dos Estudos que não podia deixar que estes se desviassem das normas impostas pelo Ministro de D. José. 
No alvará estavam também mencionadas algumas determinações a ser cumpridas pelos professores de determinadas disciplinas, nomeadamente o Grego, Retórica e Latim, considerado a base de toda a formação escolar, por exemplo, o Latim não deveria ser ensinado na própria língua latina, como era hábito do ensino Jesuíta, mas sim em língua portuguesa. 
No decorrer da publicação do alvará criaram-se também as escolas gratuitas de Gramática latina, Grega e Retórica com a finalidade de substituir os colégios jesuítas.
Após terem decorrido seis anos sobre a publicação do alvará, o ensino nas Escolas Menores continuava deplorável. O Estado não tinha em atenção as queixas do Diretor-Geral dos Estudos, o que levou à revisão do ensino nas Escolas Menores nadécada de 70. 
Tendo em conta a situação escolar que se vivia em Portugal, António Nunes Ribeiro Sanches, um famoso médico português, com uma mentalidade moderna que veio influenciar as Reformas Pombalinas, uma vez que as questões da educação e do ensino foram de grande interesse para si, Sanches escreveu uma das obras mais importantes da bibliografia pedagógica portuguesa, que se intitula de “Cartas sobre a educação da mocidade”, onde expõe o seu plano geral de educação para a mocidade desde o Ensino Primário ao Ensino Universitário. Segundo este autor, cada um devia ser educado de acordo com a sua classe social determinada pelo contexto do nascimento: o povo, que não deveria estudar; a burguesia e a nobreza, que deviam ser educados em casa. Mas uma vez que nem todas as famílias tinham posses para o fazer, Sanches atenuou a situação através da criação de escolas, a que preferiu chamar de pensões. Nestas Escolas Menores aprender-se-ia a ler, a escrever e a contar, e também o Catecismo Cristão e a Educação Cívica e, por fim, o Governo Doméstico. A esta preparação se seguiria o estudo do Latim, do Grego, da Língua Materna, Princípios de Filosofia Moral, Retórica, História e Geografia. 
Um ano após a publicação das Cartas da Mocidade é criado em Lisboa o Real Colégio dos Nobres, que deveria ser umaescola Militar, como Ribeiro Sanches tinha proposto, mas que acabou por se tornar uma Escola Civil, com a particularidade de ser destinada aos Nobres. Este Colégio destacou-se imenso devido à particularidade de possuir um currículo bastante revolucionário e caracterizado pela inovação, no entanto acabou por se revelar um fracasso, visto que foi criado para cem estudantes, mas apenas vinte e quatro se matricularam, em regime de internato, com idades compreendidas entre os 7 e os 13 anos. Um dos aspetos mais positivos desta instituição foi também a organização de um gabinete de física experimental.
 A 5 de Abril de 1768 foi criada a Real Mesa Censória, instituição que tinha como objetivo reformar o sistema de censura usado até à data, no qual participavam três entidades: Santo Oficio, Desembargo do Paço e Ordinário. Três anos após a criação da Real Mesa Censória, pelo alvará de 4 de Junho de 1771, é dada a esta instituição a administração e direção dos estudos das Escolas Menores devido à ineficácia da Direção-Geral dos Estudos. A providência de vulto planeada pela Real Mesa Censória consistiu na organização de um plano de Escolas Menores estendido ao continente, Ilhas e domínios na Ásia, América e África com um total de 479 lugares de mestres de 1ª Ordem, que tinham nesta altura a obrigação de prestarexames de competência, pois anteriormente qualquer pessoa que quisesse e considerasse que tinha capacidades para ensinar poderia faze-lo sem ter a necessidade de pedir autorização. Inicialmente, estes exames tinham um grau de dificuldade muito elevado, mas que foi diminuindo gradualmente com o tempo.
Foi também criado pela primeira vez um Subsídio Literário, pago por todas as pessoas, com a finalidade de financiar a Educação em Portugal. 
Outras das providências tomadas por Marquês de Pombal para solucionar a situação educativa do nosso país foi a criação da Aula do Comércio, a 30 de Setembro de 1755. 
A Aula do Comércio era financiada e gerida pela Junta do Comércio, e foi criada devido à fraca preparação dos negociantes portugueses para o desempenho das atividades comerciais. Na Aula do Comércio entrava-se com uma idade mínima de 14 anos e que deveria ter um máximo de vinte alunos, de preferência netos ou filhos de homens de negócios. O curso tinha a duração de 3 anos e ensinava-se aquilo que um comerciante deveria saber fazer, nomeadamente regras contabilísticas, equivalências ou conversões de moedas. 
Marquês de Pombal reuniu um grupo de homens, com uma visão pedagógica semelhante à sua e congregou-os numa Junta, que se designava de Junta de Providência Literária. A Junta de ProvidênciaLiterária tinha como objetivo examinar as causas que tinham levado o ensino universitário à decadência. 
 	As Reformas Pombalinas da Universidade, elaboradas totalmente do início, colocaram-nos numa boa posição na Europa. A parte mais notável da reforma é a que respeita ao ensino científico com a criação das Faculdades de Medicina, de Matemática e de Filosofia, que vieram substituir a Faculdade das Artes, e que incluía a Física Experimental, a Química e a História Natural. Para todas as matérias em que fazia sentido a observação e a experimentação foram criados os meios necessários para que pudessem ser trabalhos, segundo os métodos modernos.
Esta Reforma dos Estudos Superiores dividia a Universidade de Coimbra, por seis faculdades, sendo estas a de Cânones, das Leis, de Teologia, de Matemática, de Medicina e a da Filosofia. Assim, foram criados para o ensino da medicina o Hospital Escolar, o Teatro Anatómico e o Dispensário Farmacêutico; para a Matemática, o Observatório Astronómico; para a Filosofia, o Gabinete de História Natural, o Jardim Botânico, o Gabinete de Física Experimental e o Laboratório químico. 
Cada uma das faculdades tem orgânicas diferentes:
- Faculdade de Teologia
Para ingressar na faculdade de teologia era necessário ter pelo menos 18 anos, saber fluentemente Latim, Retórica,Lógica,
Metafísica, Ética, Catecismo, Grego e Hebraico e o curso durava 5 anos.
- Faculdade de Cânones
A duração deste curso tinha os mesmos 5 anos, a idade de ingresso era a partir dos 16 anos e era necessário dominar o Latim, Retórica, Lógica, Metafísica, Ética e Grego. 
- Faculdade de Leis
Na faculdade de Leis é exatamente igual à faculdade de cânones excetuando no 2º ano que seguem disciplinas diferentes. 
- Faculdade de Medicina 
Apenas indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos poderiam ingressar na faculdade de medicina. 
As disciplinas que se ministravam nesta faculdade eram o Latim, o Grego e a Filosofia. Aqueles que não tivessem estudado, estas duas últimas disciplinas nas escolas menores, estudariam essas matérias já na universidade. A duração do curso era de 5 anos. 
- Faculdade de Matemática
A idade mínima para os alunos ingressarem nesta faculdade era de 15 anos e era conveniente que estes possuíssem estudos prévios de língua latina e grega e este tinha uma duração de 4 anos. 
- Faculdade de Filosofia
Nesta faculdade apenas ingressavam os estudantes que tivessem idade mínima de 14 anos tinham de ter completo o curso das escolas menores, com a exigência de os estudantes compreenderem e escreverem corretamente a língua latina. O curso tinha duração de quatro anos.

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