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Triagem de Doenças Infecciosas no Banco de Sangue

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Triagem de Doenças Infecciosas no
Banco de Sangue
AS PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS PARA SELEÇÃO DE DOADORES E DETECÇÃO LABORATORIAL DE AGENTES
INFECCIOSOS QUE GARANTEM MAIOR SEGURANÇA A UMA TRANSFUSÃO DE SANGUE
AUTOR(A): PROF. WALTER KINDRO ANDREOLI
AUTOR(A): PROF. WALTER KINDRO ANDREOLI
Desde o advento do HIV e Hepatite C que foram amplamente disseminados através de transfusão
sanguínea, a transmissão de agentes infecciosos através de hemocomponentes e hemoderivados tem sido
alvo de muitas pesquisas e grandes investimentos com o objetivo de garantir segurança nesses produtos.
Sabemos que mesmo realizando os melhores testes visando reduzir o risco de transmissão de doenças
através do sangue, sempre existe risco em virtude de: doenças desconhecidas, janela imunológica, doenças
não testadas, variantes genéticas, entre outros.
Em busca da qualidade transfusional, a primeira medida a ser adotada em uma transfusão de sangue e seus
componentes é que esta seja indicada de forma criteriosa já que toda transfusão gera risco ao receptor.
Uma vez indicada a transfusão de sangue, cabe ao serviço de hemoterapia utilizar diferentes estratégias
para identificar bolsas possivelmente contaminadas.
Em 2014 entrou em vigência a portaria No 2.712, de 12 de novembro de 2013 Publicada no Diário Oficial da
União no 221, de 13 de novembro de 2013, Seção 1, página 106 que redefine o regulamento técnico de
procedimentos hemoterápicos. Devemos estar sempre atento a novas regulamentações neste setor!
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 “A doação de sangue deve ser voluntária, anônima e altruísta, não devendo o doador, de
forma direta ou indireta, receber qualquer remuneração ou benefício em virtude da sua
realização.”
PORTARIA NO 2.712, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2013, SEçãO II. ART. 30
São estratégias para redução de risco de doenças através de transfusão:
DOAÇÃO VOLUNTÁRIA
TRIAGEM CLINICA
VOTO DE AUTO EXCLUSÃO
TRIAGEM LABORATORIAL
Doação Voluntária: 
No dia 1º de maio de 1980 terminou a doação remunerada no estado de São Paulo. Atualmente o  Brasil
segue o modelo europeu em que toda doação deve ser voluntária.
Veja na figura abaixo alguns requisitos básicos para ser doador de sangue.
RECOMENDAçõES BáSICAS PARA DOAR SANGUE
Triagem Clínica:
A triagem clínica deve seguir todas as recomendações do Ministério da Saúde e tem o objetivo de garantir a
segurança do doador e do receptor.
Com o intuito de preservar a saúde do doador, são avaliados parâmetros como peso, hemoglobina, pressão
arterial, intervalo entre doações de sangue, alimentação, hipótese de gestação, amamentação, entre outros.
Objeto disponível na plataforma
Informação:
Recomendações básicas para doar sangue
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Em relação ao histórico de doenças infecciosas, o candidato à doação não deve apresentar
enfermidade infecciosa aguda, nem deve ter antecedentes de infecções transmissíveis
pelo sangue.
PORTARIA 2712 DE 12 DE NOVEMBRO DE 2013. ART. 53.
Nesta triagem também será avaliada a possibilidade do doador ser portador de doença e estar em janela
sorológica, assim como ter ingerido ou utilizado medicamentos, álcool, drogas que podem comprometer a
saúde de quem recebe este hemocomponente.
Voto de auto-exclusão:
O voto de auto-exclusão é uma ferramenta que foi criada com o objetivo de aumentar a segurança
transfusional. O doador tem a oportunidade de definir confidencialmente se sua doação não é adequada ao
uso transfusional.
Doadores de risco para doenças transmissiveis por sangue que não relataram o fato na triagem clínica, tem
a possibilidade informar isso ao serviço de hemoterapia sem se expor e tendo esta informação o serviço de
hemoterapia descartará o hemocomponente.
Triagem Laboratorial:
É obrigatória a realização de exames laboratoriais de alta sensibilidade a cada doação, pois a escolha deste
parâmetro diminui o risco de falso-negativo.
Para a realização de exames que identificam infecções transmissiveis pelo sangue, vale lembrar de algumas
normas.
A amostra utilizada deve ser colhida no ato da doação. 
Os exames serão realizados em laboratórios específicos para triagem de doadores de sangue, com
conjuntos diagnósticos (kits) próprios para esta finalidade e registrados na ANVISA.
A  pesquisa de ácidos nucleicos (NAT) para detecção de infecções transmissíveis pelo sangue visa reduzir a
janela sorológica das doenças em que este é utilizado.
É vedada a realização de exames sorológicos em “pool” de amostras de sangue. Para realização de NAT
(HIV/HCV) é permitido o emprego de “pool” de amostras.
O sangue total e seus componentes não serão transfundidos antes da obtenção de resultados finais não-
reagentes (negativos), nos testes realizados.
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DOENÇAS
TESTADAS
MARCADORES SOROLÓGICOS NAT (Teste de Ácido
Nucléico
AIDS (HIV-
1 e HIV-2)
Deteccção de anticorpo contra o HIV ou
deteccção combinada do anticorpo contra o HIV + antígeno p24
do HIV.
    (O teste utilizado incluirá, obrigatoriamente, a pesquisa de
anticorpos contra os subtipos 1, 2 e O do HIV)
Deteccção  de ácido
nucleico (NAT) do HIV
HTLV-I e
HTLV-II
Deteccção de anticorpo contra o HTLV I/II.  
HEPATITE
B
Deteccção do antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBV)
- HBsAg; e
Deteccção de anticorpos contra o capsídeo do HBV - anti-HBc
(IgG ou IgG + IgM).
 
HEPATITE
C
Deteccção do anticorpo contra o vírus da hepatite C (HCV) ou
deteccção combinada de anticorpo + antígeno do HCV.
Deteccção de ácido
nucleico (NAT) do HCV
SÍFILIS Deteccção de anticorpo anti-treponêmico ou não-treponêmico.  
DOENÇA
DE
CHAGAS
Deteccção de anticorpo anti-T cruzi por método de ensaio
imunoenzimático (EIE) ou quimioiluminescência (QLM).
 
 
Somente podem ser liberadas as bolsas com resultados não-reagentes (negativos) tanto para os testes
sorológicos quanto para os testes de detecção de ácido nucleico.
Doadores que apresentarem resultados reagente deverão ser excluídos como doadores, temporariamente ou
definitivamente, e, se necessário encaminhados a um serviço de referência.
No caso da realização dos testes NAT em "pool", o grupo de amostras que apresentar resultado positivo deve
ser desmembrado e suas amostras testadas individualmente para fazer a identificação do(s) agente(s)
infeccioso(s) em questão.
As bolsas cujas amostras individuais forem positivas ou inconclusivas nos testes NAT ou que tenham
resultados discrepantes com os testes sorológicos serão descartadas, e o doador será convocado para
repetição dos testes em nova amostra e/ou encaminhamento.
As amostras de doadores com resultado NAT negativo em "pool" e teste sorológico positivo serão testadas
individualmente pelo teste NAT. Mas terão a bolsa descartada.
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OUTRAS
DOENÇAS
TESTES REALIZADOS E QUANDO REALIZAR
Citomegalovírus
(CMV)
Pesquisa de anti-CMV realizada em todas as unidades de sangue ou componentes
destinados à:
 pacientes submetidos a transplantes de célula progenitora e de órgãos, com
sorologia não reagente para CMV;
recém-nascidos de mães CMV negativo ou com resultados sorológicos
desconhecidos que tenham peso ao nascimento inferior a 1.200g;
transfusão intrauterina.(Componentes desleucocitados podem ser utilizados para substituir componentes
soronegativos para CMV)
Malária
regiões endêmicas de malária, com transmissão ativa, independente da incidência
parasitária da doença, deve ser realizado o teste para a detecção do plasmódio ou de
antígenos plasmodiais.
 
Os laboratórios de sorologia que realizam testes para o   serviço de hemoterapia devem participar
regularmente de, pelo menos, um programa de controle de qualidade externo além de realizar  controle de
qualidade interno.
O controle de qualidade interno e o sistema de garantia da qualidade compreendem os seguintes itens:
I - validação de cada lote/remessa de conjunto diagnóstico antes da sua colocação na rotina de trabalho;
II - validação das baterias de testes utilizando controles positivos diferentes dos fornecidos pelo fabricante;
III - análise periódica dos coeficientes de variação (CV) dos testes de detecção de infecções transmissíveis
por transfusão de sangue;
IV - qualificação de novos produtos e/ou metodologias por meio da testagem e validação destes em seu
serviço de hemoterapia antes da implantação na rotina; e
V - rastreabilidade dos dados. 
Apesar de todos os cuidados utilizados em um serviço de hemoterapia que vão desde a escolha dos testes,
dos marcadores até o controle de qualidade que visam reduzir erros e ter uma janela sorológica menor, NÃO
EXISTE TRANSFUSÃO SEM RISCO!
A triagem clínica é um ponto crucial para a redução da transmissão de infecções por transfusão de sangue.
Lembre-se:
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Honestidade também salva vidas!
Seja honesto ao doar sangue e ajude a difundir essa idéia.
ATIVIDADE FINAL
Assinale a alternativa CORRETA:
A. No banco de sangue o marcador de escolha para HIV é o antígeno p24 pois assim há menor número
de falso negativo.
B. No banco de sangue é realizado testes de ácidos nucleicos (NAT) para HIV e HCV com o objetivo de
reduzir a janela sorológica para estas doenças.
C. O parâmetro de escolha dos testes sorológicos para a triagem no banco de sangue é sempre a
especificidade pois diminui falso positivo. 
D. O parâmetro de escolha dos testes sorológicos para a triagem no banco de sangue é sempre a
sensibilidade pois diminui falso positivo.
REFERÊNCIA
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 2712 de 12 de novembro de 2013. Redefine o regulamento técnico de
procedimentos hemoterápicos. Disponível
em:  <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt2712_12_11_2013.html>. Acesso em: 01 dez
2014.
CASTRO, Vagner. O papel do voto de autoexclusão na segurança transfusional.  Rev. Bras. Hematol.
Hemoter.  vol.31  no. 4  São Paulo  July/Aug.  2009. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1516-
84842009000400002 (http://dx.doi.org/10.1590/S1516-84842009000400002)>. Acesso em: 01 dez 2014.
GUERRA, Celso C. C. Fim da doação remunerada de sangue no Brasil faz 25 anos.  Rev. Bras. Hematol.
Hemoter.  vol.27  no.1  São José do Rio Preto  Jan./Mar.  2005. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/S1516-84842005000100001>. Acesso em: 01 dez 2014. 
VAZ, Adelaide J.; TAKEI, Kioko; BUENO, Ednéia Casagranda.  Imunoensaios: fundamentos e aplicações. Rio
de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2007.
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