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Família Anisakidae Gênero Anisakis UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO DE BIOLOGIA DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM PARASITOLOGIA Paula Dutra Cardoso Filo Namatoda Classe Secernentea Ordem Ascaridida Família Anisakidae Gênero Anisakis A. nascettii A. physeteris A. simplex A. typica A. pegreffii A. schupakovi A. ziphidarum TAXONOMIA Gênero Pseudoterranova Gênero Contracaecum As espécies mais importantes são o Pseudoterranova decipiens e Anisakis simplex - frequentes nos peixes marinhos, especialmente nas águas polares e nas regiões mais frias das zonas temperadas (EIRAS, 1994). Adultos; Habitat: estômago e intestino delgado de mamíferos marinhos Se alimentam fluidos estomacais e intestinais HD: Golfinhos, baleias, foca, leão-marinho, morsa Anisaquídeos Vermiformes; Dioicos; O corpo alongado e afunilado em ambas as extremidades. A porção posterior das fêmeas é geralmente retilínea, enquanto que a dos machos é curvada centralmente. Vulva – meio ou 1° terço corpo Corpo coberto por cutícula - é normalmente decorada com finos estreitamentos Anisaquídeos FÊMEAS Feromônio para atrair os machos. oviparas MACHOS ADULTOS possuem espículas simples usadas para segurar o poro genital feminino aberto contra a pressão hidrostática durante a cópula; segurar as fêmeas durante a cópula Anisaquídeos Espículas longas e desiguais Na porção posterior dos machos existe um conjunto de papilas sensitivas pré e pósanais localizadas na face ventral, próximas da extremidade da cauda (Mattiucci & Nascetti, 2008), que auxiliam na cópula (Berland, 2006) A cutícula tem três camadas principais e é derramado quatro vezes ao longo do seu ciclo de vida; O pseudoceloma do nematóide, preenchido com fluido, funciona como um esqueleto hidrostático; Composto de músculos longitudinais, para produzir movimento. Anisaquídeos simplex possui três lábios salientes em torno de sua abertura de boca. Anisaquídeos 2 subventrais 1 dorsal L2 (livre ambiente marinho) – ingeridas 1° HI –crustáceo -2-3 meses L3 – FORMA INFECTANTE (desenvolve dentro do 1° HI) HOMEM – hosp. acidental PEIXES MARINHOS E CEFALÓPODOS – hosp. paratênico Anisaquídeos - larvas Larvas: L1 (ovos liberados) – ovos ovalados (45 X 50 µm) casca espessa, lisa e transparentes (não embrionados) – embrionam na água L4 L5 - HD krill A ) L3 ABERTURA ORAL DENTE PORO EXCRETOR PROTUBERÂNCIAS LABIAIS B) L4 LABIOS (2 SUBVENTRAIS 1 DORSAL) PORO ESCRETOR O achado mais característico destes nematódeos é a presença de um ventrículo. Posição do poro excretor é empregada como critério morfológico para identificação, e também possuem saliências de dentes nos seus 3 labios Anisaquídeos 6 papilas cefálicas Três glândulas retais aproximadamente esféricas. Cauda de formato cônico, com mucro terminal CICLO: HETEROXÊNO Desenvolvimento O ciclo de vida de A. simplex começa quando os ovos são passados através das fezes do hospedeiro definitivo. Os hospedeiros definitivos desta espécie incluem muitos mamíferos marinhos, como baleias, golfinhos e focas. Uma vez que os ovos são passados, eles eclodem em juvenis do segundo estádio. Os juvenis deve ser consumida por um hospedeiro intermédio, geralmente uma crustáceo euphausiid, para o ciclo de vida para continuar. As mudanças físicas no ambiente que são específicos para o hemocele do crustáceo provavelmente sinaliza os vermes para se transformar em uma terceira fase juvenil. Predadores de crustáceos, geralmente peixe ou lula, tornar-se infectado por A. simplex depois de comer um crustáceo infectado. Porque A. simplex não sofre qualquer desenvolvimento no interior do intestino dos peixes ou lulas, estes predadores são considerados hospedeiros paratênicos do nematóide. O ciclo de vida é concluída após o anfitrião paratênicos é ingerido por um hospedeiro definitivo. Dentro de seu hospedeiro mamífero final, o worm se desenvolve em um adulto sexualmente maduros. Porque A. simplex ovos são eliminados a partir do hospedeiro durante todo o ano, eles podem desenvolver e eclodem a qualquer momento, portanto, a aquisição da infecção pelos anfitriões não é sazonal. Enquanto o ciclo de vida acima mencionado é aceite por muitos cientistas, existem evidências consideráveis de que duas mudas realmente ocorrem durante o desenvolvimento no ovo de A. simplex e que é a terceira fase juvenil que choca do ovo. (Koie, 1995; Podolska, 1995; Roberts e Janovy, 2000; Smith, 1983) 17 Hospedeiro paratênico Hospedeiro paratênico Hospedeiro acidental mucron As larvas L3 e A. simplex apresentam um comprimento total de 9 a 36 mm Cor esbranquiçada e forma cilíndrica A sua extremidade anterior possui um dente perfurador sua extremidade caudal apresenta uma espícula, também chamada de mucron. Larvas L3 e L4 A- Dente e poro excretor B – Múcron C – L4 substitui dente por 3 lábios D – Desaparece mucon terminal . Devido ao fato de se fixarem na parede do estômago e intestino através do seu dente perfurador, e de muitas vezes invadirem a musculatura dos peixes, podem provocar lesões com alguma gravidade Quando examinadas à lupa e microscópio óptico, observa-se o ventrículo esofágico mais longo do que largo, característico dos nemátodes do género Anisakis . As larvas L3 podem encontrar-se livres na cavidade visceral dos peixes, ou encapsuladas na parede do estômago, intestino, gónadas, FÍGADO E MESENTÉRIO. Algumas larvas perfuram o músculo e aí permanecem enroladas (maior risco) Microscopia electrónica de Anisakis simplex, penetrando en una mucosa gástrica humana de tejido in vitro. DENTE E ENZIMAS PROTEOLÍTICAS Infecção parasitária humana causada pelos estágios larvais de alguns gêneros de nematódeos da Família Anisakídae, principalmente Anisakis simplex Anisaquiose ou anisaquiase zoonose Infecção homem Hospedeiro acidental Se infecta ingerindo acidentalmente peixe(ou pescado) cru ou mal cozido, contendo a larva infectante (L3); Patologia e sintomas 3 tipos de localizações ANISAQUIOSE GASTRICA ANISAQUIOSE INTESTINAL ANISAQUIOSE EXTRAGASTROINTESTINAL Dor epigástrica entre 6 a 12 horas ´pós ingerir pescado contaminado; Náuseas, vômitos e diarreias; Reação da mucosa gástrica, com infiltração de leucócitos; Ao redor da larva pode haver edema, inflamação e pequenas hemorragias; Em casos avançados, pode se encontrar um lesão tipo um abcesso. LARVA PODE SER EXPELIDA COM VÔMITO OU NAS FEZES ANISAQUIOSE GASTRICA AGUDA E CRÔNICA ANISAQUIOSE INTESTINAL AGUDA E CRÔNICA Reações inflamatórias na parede do intestino delgado; Larvas podem penetrar na mucosa (forma invasiva); Lesões, hemorragia e infiltrações eosinofílicas; Dor, náuseas, vômitos e diarreia; 7 dias após ingestão. ANISAQUIOSE EXTRAGASTROINTESTINAL Larvas penetram na mucosa (forma invasiva); Formação de granulomas; REAÇÃO ALERGICA A. simplex CAPAZ DE ORIGINAR ALERGIAS DE ORIGEM ALIMENTAR; 1° CASO – 1995 NA ESPANHA 60 minutos após ingestão (mesmo larva morta, cozido) Alérgenos resistententes (termoestáveis) Urticária e angiodemas (+ frequente); Raro – shock anafilatico EPIDEMIOLOGIA Cosmopolita; Principalmente em locais onde alto consumo de pescado (litoral); 20.000 casos\ano anisaquidose no mundo 90% - Japão Espanha, Holanda e Alemanha (Audicana et al., 2002). Larvas resistentes; Nos últimos 30 anos houve da prevalência: - Aplicação de novas técnicas de diagnóstico Aumento necessidade alimentos do mar preferencia por alimentos crus em alguns países 50 dias – 2°C 2 horas - -20°C EPIDEMIOLOGIA No Brasil, anisaquídeos em peixes de importância comercial, como cavalas (Scomber japonicus), pargos (Pagrus pagrus), anchovas (Pomatomus saltatrix), bacalhau (Gadus morhua), arenque (Clupea harengus), cangulos reais (Balistes vetula), cabrinha (Prionotus punctatus), peixes-espada (Trichiurus lepturus), merluza (Merluccius gayi), maria-luiza (Paralonchurus brasiliensis), xixarro (Trachurus murphyi), tainha (Mugil cephalus), sardinha (Sardinella brasiliensis), corvina (Micropogonias furnieri), jundiá (Rhamdia sebae), pargo (Pagrus pagrus), dourado (Coryphaena hippuru), camarões. (TORRES et al., 1978; AMATO; AMATO, 1982; REGO; SANTOS, 1983; REGO et al., 1983; AMATO; BARROS, 1984; FABRESSE et al., 1984; WITTNER et al., 1989; BARROS, 1994; SÃO CLEMENTE et al., 1995; ADROHER et al., 1996; LUQUE, 1996; BARROS; CAVALCANTI, 1998; VALLES-RIOS et al., 2000; RIBEIRO et al., 2002; MARTINS et al., 2005; MADI; SILVA, 2005; BICUDO et al., 2005; ISHIDA et al., 2007; ITO et al., 2007). RODRIGUES, M. V.; DEL FAVA, C.; PÉREZ, A. C. A.. Determinação do parasita anisaquídeo em pescada (Cynoscion spp.) como ponto crítico de controle na cadeia produtiva do pescado comercializado na baixada santista. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia, [S.l.], v. 9, n. 2, p. 32-32, Jul. 2011. ISSN 2179-6645. Disponível em: <http://revistas.bvs-vet.org.br/recmvz/article/view/389>. Acesso em: 09 Apr. 2015. A colheita das amostras foi realizada pela Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), órgão estadual de São Paulo que realiza a recepção e distribuição do pescado para os elos que compõem a cadeia produtiva do pescado: Mercados municipais, supermercados, feiras livres, entrepostos e indústrias, localizados em diferentes regiões do Estado de São Paulo, inclusive a Baixada Santista. 92 amostras 11 AMOSTRAS 64% Família Anisakidae IMPRÓPRIAS PARA CONSUMO PERDAS ECONÔMICAS Brasil não possui caso registrado. Falta diagnóstico? IMPORTÂNCIA larvas sobrevivem à acção do suco gástrico humano a 37°C, durante 10 dias (Lagoin, 1980), PEIXES PARASITADOS DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO SINTOMATOLOGIA ENDOSCOPIA RADIOLÓGICO TESTES ALÉRGICOS NOS CASOS MAIS GRAVES, O TRATAMENTO IMPLICA A REMOÇÃO DOS PARASITOS COM SONDA GÁSTRICA OU ATRAVÉS DE CIRURGIA (REMOÇÃO DO GRANULOMA EOSINOFILICO) INDIVÍDUOS SENSÍVEIS: A ALERGIA PODE OCORRER MESMO APÓS COZIMENTO OU CONGELAMENTO (alergênos resistentes ) NÃO CONSUMIR PRODUTOS DE PESCA O diagnóstico e tratamento são feitos com auxílio de endoscópio (visualização e remoção do parasita), radiografia e técnicas cirúrgicas. Também é realizado o exame histológico do tecido inflamado para identificação do parasita ALBENDAZOL 1 SEMANA MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO Inspeção visual Congelamento. (-20° - 24 A 72 HORAS) Cozimento (55 a 70 °c) Iluminação indireta sob o produto (candling-table) remoção física Retirar a porção do pescado que contém o parasito. Retirar vísceras mais rápido possível (migram musculatura) MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO Evitar consumo de peixe cru ou mal cozido (ambiente marinho); Inspeção sanitária; Pessoas alérgicas – evitar consumo Não há casos no Brasil, porém estudos mostram que peixes encontram-se infectados MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO Parasitas gastrointestinais e itens alimentares de um encalhe massivo de falsas orcas, Pseudorca crassidens, no Rio Grande do Sul, sul do Brasil 14 falsas orcas, 6 machos e 8 fêmeas 100% parasitadas O nematóide Anisakis simplex foi encontrado no estômago de 57% dos animais MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Roongruangchai J, Tamepattanapongsa A, Roongruangchai K. Stereo and scanning electron microscopic studies of the third stage larvae of Anisakis simplex. 2012. The Southeast Asian journal of tropical medicine and public health. 43(2):287-95. ALEXANDRINO de PÉREZ, A. C.; NEIVA, C. R. P.; FURLAN, E. F.; LEMOS NETO, M. J.; LOPES, R. G.; TOMITA, R. Y.; MACHADO, T. M.; OKUMURA, M. P. M.; RODRIGUES, M. V.; CORRÊA, A. M.; SÃO CLEMENTE, S. C. Pescado comercializado na baixada santista: aspectos parasitológicos. In: CONBRAVET, 34., 2007, Santos. Resumos... Santos: Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, 2007. p. 54. CDC. Anisakiasis. Disponível em: <http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Anisakiasis.htm>. Acesso em: 10 ago. 2008. RODRIGUES, M. V.; DEL FAVA, C.; PÉREZ, A. C. A.. Determinação do parasita anisaquídeo em pescada (Cynoscion spp.) como ponto crítico de controle na cadeia produtiva do pescado comercializado na baixada santista. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia, [S.l.], v. 9, n. 2, p. 32-32, Jul. 2011. ISSN 2179-6645. Andrade AL1, Pinedo MC, Barreto ASGastrointestinal parasites and prey items from a mass stranding of false killer whales, Pseudorca crassidens, in Rio Grande do Sul, Southern Brazil. [Article in English, Portuguese]. Braz J Biol. 2001 Feb;61(1):55-61. . Família Anisakidae Gênero Anisakis UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO DE BIOLOGIA DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM PARASITOLOGIA Paula Dutra Cardoso
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