Buscar

TED DIREITO ADMINISTRATIVO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ
PROCESSO Nº 2015.00.00.000000-1
AÇÃO ORDINÁRIA
AUTOR: JOÃO PAULO DA FONSECA
RÉU: ESTADO DO RIO DE JANEIRO
OBJETO: CONTESTAÇÃO
O ESTADO DO RIO DE JANEIRO, por seus Procuradores, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, nos autos da Ação Ordinária em epígrafe, apresentar sua CONTESTAÇÃO com base nos fatos e fundamentos de direito a seguir expostos:
DOS FATOS
O autor ingressou com a presente AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO, com o objetivo de ser determinado ao Estado do Rio de Janeiro, a pagar danos morais e materiais, com a alegação de demora da prestação jurisdicional, no andamento processual da demanda ajuizada pelo AUTOR, contra o Sr FULANO DE TAL, na qual fora discutido o pedido de indenização por danos materiais, por acidente de trânsito causado por FULANO DE TAL, lide que já transitou em julgado, e que teve as pretensões do Autor integralmente acolhidas. 
DA ILEGITIMIDADE PASSIVA
Necessário destacar que o ESTADO não pode ser responsabilizado por danos causados por terceiros particulares, danos estes que já foram reparados com a apreciação do pedido de indenização na ação qual o autor se refere o suposto dano causado pelo judiciário. 
O Supremo Tribunal Federal, em suas atribuições, firmemente decide que o Estado somente responde por danos decorrentes da prestação jurisdicional, em hipóteses expressamente indicadas na lei, que não é o caso. 
Grifo : “O Estado não responde pelos prejuízos decorrentes de atos judiciais" (STF, RE 69.568, Rel Min. LUIZ GALLOTTI, RDA 105: 217-227, jul./set.,1971) - No acórdão objeto do recurso extraordinário ficou acentuado que o Estado não é civilmente responsável pelos atos do Poder Judiciário, a não ser nos casos expressamente declarados em lei, porquanto a administração da justiça é um dos privilégios da soberania.”
A responsabilidade objetiva do Estado é admitida apenas para as seguintes hipóteses: 
erro judiciário em condenação penal (CF, art. 5º, LXXV), com duas ressalvas indicadas pela legislação ordinária (CPP, art. 630): (a-1) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao condenado, como a confissão ou ocultação de prova em seu poder (hipótese em que há rompimento evidente do nexo de causalidade ligando o dano à ação ou omissão estatal) ou, ainda, (a-2) se a acusação houver sido meramente privada (hipótese de exclusão absurda e sem suporte constitucional, uma vez que o processo penal iniciado por acusação privada é também público e de responsabilidade do Estado); 
quando o condenado ficar preso além do tempo fixado na sentença (CF, art. 5º, LXXV). 
É dizer: a jurisprudência nacional admite a responsabilidade objetiva e direta do Estado apenas na esfera criminal e para decisões definitivas, condenatórias, objeto de revisão penal. Não cogita em admitir a responsabilidade por negligência ou por demora na prestação jurisdicional, nem reconhece a responsabilidade por erro judiciário no cível, nem responsabilidade por decisões não terminativas na esfera criminal ou por decretação indevida de prisão preventiva ou qualquer outra hipótese de responsabilidade por ação ou omissão na prestação jurisdicional.
O art. 37, § 6o, da Constituição refere ao comportamento dos agentes públicos de qualquer dos Poderes da República, sem alguma menção quanto a danos provocados em decorrência do exercício da jurisdição. Entendendo que a legislação não é objetiva, não se pode atribuir obrigação ao ESTADO sem que a lei imponha.
Desde logo, requer a Vossa Excelência a extinção do processo, nos termos do artigo 267 do Código de Processo Civil, uma vez que o ESTADO DO RIO DE JANEIRO não é legítima e, consequentemente, está configurada a carência de ação.
DO MÉRITO
Devemos considerar que, o autor em sua inicial não comprova, de fato, os danos decorrentes a suposta demora na apreciação do seu mérito, não atendendo assim ao Art. 333, I, CPC. 
A competentíssima Juíza Rosangela Carvallho Menezes do consagrado Tribunal de Justiça do ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, alerta :
“Para fazer jus à reparação de danos morais, não basta alegar prejuízos aleatórios ou em potencial, é necessária a comprovação do dano efetivo, real, sofrido pela parte.” 
A excelentíssima Dra. Juíza expõe ainda para a banalização da busca pelo dano moral : 
“Deve ser desencorajada a proliferação da indústria de dano moral que atualmente ocorre, havendo exacerbado número de demandas da espécie em nossos tribunais e, na maioria das vezes, desacompanhadas de justa causa”
Há de se reconhecer que o Estado emana de uma deficiência em atender as demandas propostas pela sociedade e suas lides. No entanto, não é custeando indenizações a interessados particulares, elevando o custo estatal, e haurindo os cofres públicos com a indústria do dano moral, que se sanará o “achaque” que assola ao judiciário. 
Evidentemente que iniciativas como esta ação, a ser discutida, que fazem com que o Egrégio Tribunal, avigora-se a solucionar questões infundadas e desmedidas, assoberbando o seu ofício, ao invés de solucionar lides com mera relevância. E ainda, proclamo, que inúmeros demandantes com o mesmo “anymus” vão sofrer a tal “demora na prestação jurisdicional”, os quais serão mais algumas dezenas de “legítimos” a demandar contra o Estado, a fim de arrecadar danos morais. 
Cabe salientar, que o papel que o magistrado cumpre, é de extrema responsabilidade, não só apenas deferir um pedido desta natureza, é ter compromisso social, pensando na manutenção da ordem pública, da honradez do Estado com suas contas, e é decidir o futuro de uma sociedade. 
O magistrado é órgão da soberania e, por isso, não pode responder por danos decorrentes do seu labor, sob pena de perda de sua soberana liberdade de decidir. Não haveria autêntica soberania onde houvesse responsabilidade.
A jurisprudência nacional predominante tampouco admite a responsabilidade do Estado nas hipóteses já referidas em lei vigente como autorizadoras de responsabilidade pessoal, ou subjetiva, do juiz. Não admitem os tribunais brasileiros, sequer nesses casos determinados em norma específica, responsabilidade subsidiária ou responsabilidade concorrente do Estado.
TJ-SE - APELAÇÃO CÍVEL AC 2005204143 SE (TJ-SE)
“APELAÇÃO CÍVEL EM AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA - ERRO JUDICIÁRIO - NÃO OCORRÊNCIA - DEMORA NA PRESTAÇÃO JURISDICONAL - INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL CUMULADO COM O ART.133, II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - INEXISTÊNCIA DE DANO -PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS DO STF - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO - UNÂNIME.
- A teor da orientação do STF, o princípio da responsabilidade objetiva do Estado não se aplica aos atos do Poder Judiciário, salvo os casos expressamente declarados em lei.”
TJ-SC - Apelação Cível : AC 20080087635 SC 2008.008763-5 
Relator: Des. Subst. Francisco Oliveira Neto
“RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL.
DEMORA NA ENTREGA DA PRESTAÇAO JURISDICIONAL. NECESSIDADE DE COMPROVAÇAO DE QUE O MAGISTRADO ATUANTE NO FEITO AGIU DE FORMA CULPOSA. AUSÊNCIA DE PROVA QUANTO À CULPA. DEMORA QUE OCORREU EM RAZAO DOS SUBTERFÚGIOS PROTELATÓRIOS UTILIZADOS PELO RÉU/GENITOR PARA SE ESQUIVAR DO EXAME DE DNA. ÔNUS DA PROVA QUE INCUMBIA À AUTORA. INTELIGÊNCIA DO ART. 333, I, DO CPC. DANO MORAL NAO CONFIGURADO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DOS JUÍZES. PRECEDENTES DO STF.
1. '"Nos casos de omissão por parte do Estado, a responsabilidade é considerada subjetiva. Cumpre, portanto, àquele que sofreu os efeitos do fato danoso demonstrar que a Administração, através de seus agentes, incorreu em uma das modalidades de culpa - negligência, imprudência ou imperícia' (TJSC, AC n. , da Capital, rel. Des. Luiz Cézar Medeiros)"(TJSC, AC n. , rel. Desª. Sônia Maria Schmitz, j. 19.1.09).
2."O princípio da responsabilidade objetiva do Estado não se aplica aos atos do Poder Judiciário, salvo os casos expressamentedeclarados em lei. Orientação assentada na jurisprudência do STF" (STF, RE n. 219.117-4/PR, rel. Min. Ilmar Galvão, j. 29.10.99).
3. Para configurar a responsabilidade civil do Estado pela demora na prestação jurisdicional, caberia a parte autora comprovar a falha do magistrado na condução do feito, o que não o fez.”
DA IMPOSSIBILIDADE DA TUTELA ANTECIPADA
No Art. 273, CPC, visa assegurar antecipadamente direitos, que somente podem sofrer danos irreversíveis ou irreparáveis, diante do exposto, está caracterizado não estar claro a configuração de algum dano, muito menos irreparável. 
Grifo : “Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; “
Nestes termos peço que não seja concedida a antecipação dos efeitos da tutela.
DO BLOQUEIO DE VALORES
Destaca-se que não cabe bloqueio dos valores, pois fere o princípio da legalidade (CF, art.5º, II). Inexiste previsão legal para a apreensão do numerário nas contas do Estado. Há, assim, impossibilidade jurídica de seqüestro fora das hipóteses dos artigos 100, § 2º, da CF, e 731 do CPC. O caso concreto não se amolda ao permissivo do art. 100 da CF.
DOS PEDIDOS
DIANTE DO EXPOSTO, O ESTADO DO RIO JANEIRO REQUER:
a) seja acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva do Estado extinguindo-se o feito sem resolução de mérito, forte no art. 267, VI, do Código de Processo Civil;
b) caso não acolhida essa preliminar, seja julgado improcedente o pedido;
c) a condenação da parte autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 20, § 3º, do CPC;
d) não seja determinado bloqueio de valores na conta do Estado e/ou fixada multa diária;
d) não seja concedida ao autor a tutela antecipada; 
Nesses termos pede e espera deferimento
Rio de Janeiro, 01 de dezembro de 2015
ANNA RODRIGUES
Procuradora do Estado
OAB/RJ 000.000
BIANCA MARQUINI
Procuradora do Estado
OAB/RJ 000.000
DAIANA PEDRO
Procuradora do Estado
OAB/RJ 000.000
FELLIPE MOTTA
Procurador do Estado
OAB/RJ 000.000
FABIO CANEDO
Procuradora do Estado
OAB/RJ 000.000
PATRÍCIA FERNANDES
Procuradora do Estado
OAB/RJ 000.000

Continue navegando