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Responsabilidade Civil do Estado

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DIREITO ADMINISTRATIVO
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
 
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	3
2. FUNDAMENTO TEÓRICO	3
3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA	4
a) Teoria da irresponsabilidade do Estado	5
b) Estado como sujeito responsável em situações pontuais	5
c) Teoria subjetiva da responsabilidade na culpa do agente	6
d) Responsabilidade subjetiva na culpa do serviço – Teoria da culpa administrativa– culpa anônima – faute du service.	6
e) Responsabilidade objetiva	7
Excludentes de responsabilidade	8
•	- Teoria do risco integral	8
•	- Teoria do risco administrativo	8
4. TIPOS DE RESPONSABILIDADES	10
- Civil:	11
- Administrativa:	11
a) Crimes funcionais:	11
b) não funcionais:	11
5. RESPONSABILIDADE CIVIL HOJE NO BRASIL	12
5.1. Sujeitos	12
5.2. Conduta	15
5.3. Dano	20
5.4. Ação judicial de reparação civil	22
5.5. Prescrição	24
5.6. Responsabilidade por ATOS LEGISLATIVOS:	27
5.7. Responsabilidade por ATOS JUDICIAIS	27
6. JULGADOS DIVERSOS EM TEMA DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO:	28
7. QUESTÕES RECORRENTES EM PROVAS:	31
DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO	33
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	33
 
ATUALIZADO ATÉ 07/06/2020 
	
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
1. INTRODUÇÃO
Hoje, o Estado é tratado como sujeito responsável pelos seus atos. A responsabilidade civil do Estado tem regras mais rigorosas que a responsabilidade privada. Por que isso acontece? Nós podemos recusar a atuação privada; contratamos ou não. Já a relação estatal não pode ser afastada. Não depende da vontade. Não posso recusar a segurança pública. A atuação estatal é feita de forma impositiva.
Por esse motivo, a responsabilidade civil do Estado tem regras e princípios próprios.
2. FUNDAMENTO TEÓRICO	
Na ordem jurídica, prevalece a seguinte regra: aquele que causa o dano, tem o dever de indenizar. Isso porque a ordem jurídica é una, de forma que com o Estado não será diferente. 
Ex1. Delegado prende o sujeito e dá uma surra. Essa é uma conduta ilícita. Se essa conduta é ilegal, gera dano, tendo o Estado que se responsabilizar. Qual é o fundamento/o princípio que justifica essa responsabilidade? É o princípio da legalidade. Ele tinha que agir de forma legal, mas descumpriu. Sempre que se pensar em atos ilegais fundamento da indenização está no princípio da legalidade.
Ex2. Estado decidiu construir presídio ao lado da sua casa. É lícito/legal? é legal, mas o vizinho está no prejuízo. Há responsabilidade? Sim. Mas qual será o fundamento? A sociedade ganha e o vizinho perde. Isso é tratamento isonômico? Não. Essa sociedade que ganha deve indenizar (através do dinheiro público) o prejuízo sofrido pelo vizinho, para recompor a isonomia. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, na Obra Direito Administrativo, Impetus, 13 ª Edição, lecionam que há responsabilidade administrativa, por ato lícito, quando por exemplo, a execução de uma obra de interesse público resulte em prejuízos para os moradores adjacentes. Nesse caso, a responsabilidade é objetiva, independente se a obra for executada diretamente pela administração ou por um particular, eis que o dever de indenizar decorre da necessidade de repartir com a sociedade o custo enfrentado pelos moradores do local. Caso o executor tenha agido com culpa e ocasionado dano excedente àquele natural do só fato da obra, os autores defendem que restaria afastada a responsabilidade objetiva da administração.
A partir disso determinemos um conceito: Entende-se por responsabilidade patrimonial extracontratual do Estado a obrigação que lhe incumbe de reparar economicamente os danos lesivos à esfera juridicamente garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em decorrência de comportamentos unilaterais, LÍCITOS OU ILÍCITOS, comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos. (C.A) 
*#DEOLHONAJURIS #STJ #DIZERODIREITO: O Ministério da Fazenda editou a Portaria nº 492/1994, reduzindo de 30% para 20% a alíquota do imposto de importação dos brinquedos em geral. Com a redução da alíquota, houve a entrada de um enorme volume de brinquedos importados no Brasil, oriundos especialmente da China, sendo estes bem mais baratos que os nacionais. Como resultado, várias indústrias de brinquedos no Brasil foram à falência e, mesmo as que permaneceram, sofreram grandes prejuízos. Uma famosa indústria de brinquedos ingressou com ação contra a União afirmando que a Portaria, apesar de ser um ato lícito, gerou prejuízos e que, portanto, o Poder Público deveria ser condenado a indenizá-la. O STJ não concordou com o pedido. Não se verifica o dever do Estado de indenizar eventuais prejuízos financeiros do setor privado decorrentes da alteração de política econômico-tributária no caso de o ente público não ter se comprometido, formal e previamente, por meio de determinado planejamento específico. A referida Portaria tinha finalidade extrafiscal e a possibilidade de alteração das alíquotas do imposto de importação decorre do próprio ordenamento jurídico, não havendo que se falar em quebra do princípio da confiança. O impacto econômico-financeiro sobre a produção e a comercialização de mercadorias pelas sociedades empresárias causado pela alteração da alíquota de tributos decorre do risco da atividade próprio da álea econômica de cada ramo produtivo. Não havia direito subjetivo da indústria quanto à manutenção da alíquota do imposto de importação. STJ. 1ª Turma. REsp 1.492.832-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 04/09/2018 (Info 634). #IMPORTANTE
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF O Ministério da Fazenda editou a Portaria nº 492/1994, reduzindo de 30% para 20% a alíquota do imposto de importação dos brinquedos em geral. Com a redução da alíquota, houve a entrada de um enorme volume de brinquedos importados no Brasil, oriundos especialmente da China, sendo estes bem mais baratos que os nacionais. Como resultado, várias indústrias de brinquedos no Brasil foram à falência e, mesmo as que permaneceram, sofreram grandes prejuízos. Uma famosa indústria de brinquedos ingressou com ação contra a União afirmando que a Portaria, apesar de ser um ato lícito, gerou prejuízos e que, portanto, o Poder Público deveria ser condenado a indenizá-la. O STJ não concordou com o pedido. Não se verifica o dever do Estado de indenizar eventuais prejuízos financeiros do setor privado decorrentes da alteração de política econômico-tributária no caso de o ente público não ter se comprometido, formal e previamente, por meio de determinado planejamento específico. A referida Portaria tinha finalidade extrafiscal e a possibilidade de alteração das alíquotas do imposto de importação decorre do próprio ordenamento jurídico, não havendo que se falar em quebra do princípio da confiança. O impacto econômico-financeiro sobre a produção e a comercialização de mercadorias pelas sociedades empresárias causado pela alteração da alíquota de tributos decorre do risco da atividade próprio da álea econômica de cada ramo produtivo. Não havia direito subjetivo da indústria quanto à manutenção da alíquota do imposto de importação. STJ. 1ª Turma. REsp 1.492.832-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 04/09/2018 (Info 634). STF. 1ª Turma. ARE 1175599 AgR/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 10/12/2019 (Info 963)
No que diz respeito ao fato gerador da responsabilidade, não está ele atrelado ao aspecto da licitude ou da ilicitude. (J.S) 
Renato Alessi, em sua clássica monografia sobre ‘La Responsabilità della Pubblica Amministrazione’, assinala que só cabe falar em responsabilidade, propriamente dita, quando alguém viola um direito alheio. Se não há violação, mas apenas debilitamento, sacrifício de direito, previsto e autorizado pela ordenação jurídica, não está em pauta o tema responsabilidade do Estado.
(C.A) Não há falar, pois, em responsabilidade, propriamente dita, quando o Estado debilita, enfraquece, SACRIFICA um direito de outrem, ao exercitar um poder que a ordem jurídica lhe confere, autorizando-o a praticar um ato cujo conteúdo jurídico intrínseco consista precisa e exatamente em ingressar na esfera alheia para incidir sobre o direito de alguém. Ex: Desapropriação.
Pelo contrário,caberá falar em responsabilidade do Estado por atos LÍCITOS nas hipóteses em que o poder deferido ao Estado e legitimamente exercido acarreta, INDIRETAMENTE, como SIMPLES CONSEQÜÊNCIA – não como sua finalidade própria - a lesão de um direito alheio.
(...) Entendemos necessário (...) sacar para fora do campo da responsabilidade, apenas os casos em que o Direito confere à Administração poder jurídico diretamente preordenado ao SACRIFÍCIO do direito de outrem.
Resumo: 
•	Conduta ilícita – o fundamento é o princípio da legalidade.
•	Conduta lícita – o fundamento é o princípio da isonomia – o dano é consequência. 
•	Conduta de sacrifício de um direito amparada pelo ordenamento – não há indenização – o dano é o principal.
 
3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Resumo
•	Irresponsabilidade
•	Responsabilidade em situações expressas em lei
•	Teoria da responsabilidade com culpa – doutrina civilista da culpa: atos de império x atos de gestão.
•	Teoria da culpa administrativa: falta do serviço/culpa anônima.
•	Teoria da responsabilidade objetiva
A ideia da responsabilidade do Estado é uma consequência lógica inevitável da noção de Estado de Direito. (C.A)
a) Teoria da irresponsabilidade do Estado
O Monarca não errava. ‘The king can not be wrong’. Esse pensamento se repetiu com o Estado Liberal – Estado não intervia em nada. Não se responsabilizava. A responsabilidade do Estado vai nascer quando ele passa de Estado Liberal para Estado de Direito.
Essas assertivas, contudo, não representavam completa desproteção dos administrados perante comportamentos unilaterais do Estado. Isto porque, de um lado, admitia-se responsabilização quando leis específicas a previssem explicitamente (caso, na França, de danos oriundos de obras públicas, por disposição da Lei 28 pluvioso do Ano VIII); de outro lado, também se admitia responsabilidade por danos resultantes da gestão do domínio privado do Estado, bem como os causados pelas coletividades públicas locais. (C.A).
b) Estado como sujeito responsável em situações pontuais
A evolução foi gradativa. Incialmente ele respondia apenas quando a lei previsse a responsabilidade. Eram situações pontuais. O reconhecimento da responsabilidade do Estado, à margem de qualquer texto legislativo e segundo princípios de Direito Público, como se sabe, teve por marco relevante o famoso aresto Blanco , do Tribunal de Conflitos, proferido em 1º. de fevereiro de 1873. Ainda que nele se fixasse que a responsabilidade do Estado ‘não é nem geral nem absoluta’ e que se regula por regras específicas, desempenhou a importante função de reconhecê-la como um princípio aplicável mesmo à falta de lei. 
Teoria civilista da culpa – teoria da responsabilidade com culpa
Procurava distinguir-se, para esse fim, dois tipos de atitude estatal: os atos de império e os atos de gestão. Aqueles seriam coercitivos porque decorrem do poder soberano do Estado, ao passo que estes mais se aproximariam com os atos de Direito Privado. Se o Estado produzisse um ato de gestão, poderia ser civilmente responsabilizado, mas se fosse a hipótese de ato de império não haveria responsabilização, pois que o fato seria regido pelas normas tradicionais de direito público, sempre protetivas da figura estatal. (J.S)
Crítica: Critério confuso. Difícil distinguir os atos de império e gestão na prática. Difícil dissociar as faltas do agente relacionadas á função pública daquelas não ligadas com as suas atividades.
c) Teoria subjetiva da responsabilidade na culpa do agente
Aqui a responsabilidade é mais geral e não apenas nos casos pontuais. Marinela propõe um quadro comparativo entre a responsabilidade subjetiva e objetiva. 
Elementos da responsabilidade que devem ser comprovados pela vítima
Responsabilidade subjetiva	Responsabilidade objetiva
Conduta comissiva ou omissiva	Conduta comissiva ou omissiva
Dano 	Dano
Nexo causal	Nexo causal
Elemento subjetivo	
Para comprovar a responsabilidade subjetiva a vítima tem de comprovar a conduta do Estado, seja ela comissiva ou omissiva, sob pena de haver enriquecimento ilícito – Ex.: motorista atropelou, prova-se o dano, o nexo causal (os ferimentos foram causadas pelo atropelamento) e a culpa ou dolo. A vítima tinha que apontar quem seria o agente culpável. Muitas vezes ela não sabia identificar. Os agentes ficavam se culpando. 
Como o Estado faz para afastar essa responsabilidade subjetiva? Prova que um dos elementos não estava presente.
Obs.: só existe responsabilidade subjetiva nas condutas ilícitas.
d) Responsabilidade subjetiva na culpa do serviço – Teoria da culpa administrativa– culpa anônima – faute du service.
Basta que a vítima prove que o serviço não foi prestado, não foi prestado de forma eficiente ou foi prestado de forma atrasada. Essa responsabilidade surgiu entre os franceses e foi denominada “faute du service”. Não preciso mais achar a pessoa culpada. Foi chamada também de culpa anônima.
(...) É mister acentuar que a responsabilidade por ‘falta de serviço’, falha do serviço ou culpa do serviço NÃO É, de modo algum, modalidade de RESPONSABILIDADE OBJETIVA, ao contrário do que entre nós e alhures, às vezes, tem-se inadvertidamente suposto. Outro fato que há de ter concorrido para robustecer este engano é a circunstância de que em inúmeros casos de responsabilidade por ‘faute du service’ necessariamente haverá de ser admitida uma presunção de culpa, pena de inoperância desta modalidade de responsabilização, ante a extrema dificuldade (às vezes intransponível) de demonstrar-se que o serviço operou abaixo dos padrões devidos, isto é, com negligência, imperícia ou imprudência, vale dizer, culposamente. Em face da presunção de culpa, a vítima do dano fica desobrigada de comprová-la. Por outro lado, há responsabilidade objetiva quando basta para caracterizá-la a simples relação causal entre um acontecimento e o efeito que produz. (C.A.)
O TRF da 5 Região em 2005, presumiu a culpa de enfermeira, funcionária de hospital da rede pública, que deixou de socorrer bebê, por já ter decorrido o seu horário de plantão e encontrar-se em mudança de turno de funcionários. No acórdão fez-se menção à responsabilidade objetiva, mas, de acordo com C.A., seria responsabilidade subjetiva (por falha no serviço), mas com culpa presumida. Em outros julgados também se responsabilizou objetivamente o Estado por evento omissivo, 
#OUSESABER #DEOLHONAJURISPRUDENCIA:
Qual a responsabilidade civil do Estado em acidente de trânsito decorrente de má conservação em rodovia administrada por autarquia? A jurisprudência do STJ é no sentido de que a autarquia responsável pela conservação das rodovias responde pelos danos causados a terceiros em decorrência da má conservação, contudo remanesce ao Estado a responsabilidade subsidiária, não havendo que se falar em responsabilidade solidária deste. Nesse sentido, observem o julgado que se segue do Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. OFENSA AO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. MÁ CONSERVAÇÃO DA RODOVIA ESTADUAL. AUTARQUIA RESPONSÁVEL PELA CONSERVAÇÃO DAS ESTRADAS. LEGITIMIDADE PASSIVA SUBSIDIÁRIA DO ESTADO. NEXO DE CAUSALIDADE. VERIFICAÇÃO. SÚMULA 7/STJ. 1. Não se configura a ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil, uma vez que o Tribunal de origem julgou integralmente a lide e solucionou a controvérsia, tal como lhe foi apresentada. 2. A jurisprudência desta Corte considera que, muito embora a autarquia seja responsável pela conservação das estradas estaduais, bem como seja responsável pelos danos causados a terceiros em decorrência de má- conservação destas estradas, o Estado possui responsabilidade subsidiária. Assim, possui este legitimidade para figurar no polo passivo da demanda. 3. Por outro lado, o Tribunal de Justiça, soberano na análise do acervo fático-probatório dos autos, considerou existente o nexo de causalidade entre a omissão do Estado quanto à conservação da rodovia e o evento danoso. A revisão desse entendimento demanda nova análise dos elementos fático probatóriosdos autos, o que esbarra no óbice da Súmula 7/STJ. 4. Agravo Regimental não provido. (AgRg no AREsp 539057/MS. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2014/0157052-6. Relator(a) Ministro HERMAN BENJAMIN).
*(Atualizado em 10/05/2020) #DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF Para que o Município seja responsável por acidente em loja de fogos de artifício, é necessário comprovar que ele violou dever jurídico específico de agir (concedeu licença sem as cautelas legais ou tinha conhecimento de irregularidades que estavam sendo praticadas pelo particular) Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Estado por danos decorrentes do comércio de fogos de artifício, é necessário que exista a violação de um dever jurídico específico de agir, que ocorrerá quando for concedida a licença para funcionamento sem as cautelas legais ou quando for de conhecimento do poder público eventuais irregularidades praticadas pelo particular. STF. Plenário. RE 136861/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/3/2020 (repercussão geral – Tema 366) (Info 969).
e) Responsabilidade objetiva
Ampliando a proteção do administrado, a jurisprudência administrativa da França veio a admitir também hipóteses de responsabilidade estritamente objetiva, isto é, independentemente de qualquer falta ou culpa do serviço, a dizer, responsabilidade pelo RISCO ADMINISTRATIVO ou, de todo modo, independente de comportamento censurável juridicamente. (C.A)
Além do risco decorrente das atividades estatais em geral [risco administrativo], também constituiu fundamento da responsabilidade objetiva do Estado o princípio da REPARTIÇÃO dos ENCARGOS SOCIAIS. (J.S)
Q – Princípio da repartição dos encargos sociais.
Fala-se no Brasil desde a CF 46. Aqui a ideia é ainda facilitar a vida da vítima em provar a responsabilidade do Estado. A vítima precisa provar que houve conduta estatal, dano e nexo de causalidade.
Obs. na Teoria objetiva há responsabilidade para condutas ilícitas e lícitas. A proteção é maior.
Daí que acarretam responsabilidade do Estado não só os danos produzidos no próprio EXERCÍCIO da atividade pública do agente, mas também aqueles que só puderam ser produzidos graças ao fato de o agente PREVALECER-SE da CONDIÇÃO de agente público. (C.A)
Não importará, para tais fins, o saber-se se os poderes que manipulou de modo indevido continham-se ou não, abstratamente, no campo de suas competências específicas. O que importará é saber se a sua qualidade de agente público foi determinante para a conduta lesiva.
Lesão corporal de policial não fardado a sua ex mulher, utilizando arma da corporação – Estado não responde. 
Excludentes de responsabilidade
•	- Teoria do risco integral 
Não admite excludente. Um sujeito resolve se matar e mergulha numa substância tóxica numa usina atômica. 
•	- Teoria do risco administrativo
A responsabilidade objetiva pode ser excluída. Basta afastar um dos seus elementos. Ex. culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior. São exemplos. Não são as únicas formas. Inverte o ônus da prova. Cabe ao Estado provar que não houve o fato administrativo, o nexo ou o dano.
- Culpa concorrente? Não afasta a responsabilidade, mas a jurisprudência diz que a indenização deve ser reduzida de acordo com a participação de cada um. Quando não é possível medir a participação de cada um a jurisprudência afirma que será de 50%. Apenas interfere no quantum e não na responsabilidade em si. Ex. o motorista do Estado dirigia feito louco e sujeito resolve praticar suicídio e pula na frente do carro. É o sistema da compensação das culpas. Art. 945 cc.
- Caso fortuito ou força maior como concausa (ação ou omissão culposa) – Estado responde, mas de forma mitigada.
Qual a regra no Brasil? Teoria do Risco Administrativo. 
Exceção – Risco integral. Quando? Dano nuclear, material bélico e dano ambiental.
INFORMATIVO 538 STJ – MAIO/2014
Os Pescadores, como é o caso de Maria, poderão ser indenizados por dano moral?
SIM. O STJ entende que se uma empresa causa danos ambiental e, em decorrência de tal fato, faz com que determinada pessoa fique privada das condições de trabalho, isso configura dano moral.
Estando o trabalhador impossibilitado de trabalhar, revela-se patente seu sofrimento, angústia e aflição. O ócio indesejado imposto pelo acidente ambiental gera a incerteza quanto à viabilidade futura de sua atividade profissional e manutenção própria e de sua família (STJ. 4 Turma. REsp 1.346.430-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/10/2012)
O valor a ser arbitrado como dano moral deverá incluir um caráter punitivo?
NÃO. É inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter punitivo imediato, pois a punição é função que incube ao direito penal e administrativo.
Assim, não há que se falar em danos punitivos (punitive damages) no caso de danos ambientais, haja vista que a responsabilidade civil por danos ambientais prescinde da culpa e revestir a compensação de caráter punitivo propiciaria o bis in idem (pois, como firmado, a punição imediata é tarefa específica do direito administrativo e penal).
#OUSESABER: Muito se fala hoje na teoria do risco social (apenas um aspecto específico da teoria do risco integral) – o foco da responsabilidade seria a vítima e não o autor do dano, de modo que a reparação estaria a cargo de toda sociedade – socialização dos riscos. Sempre no intuito de que a vítima não deixe de receber a indenização. 
Assim, o art. 23 da Lei da Copa configura a chamada “teoria do risco social”, uma vez que se trata de risco extraordinário assumido pelo Estado, mediante lei, em face de eventos imprevisíveis, em favor da sociedade como um todo.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello a teoria adotada tem que ser sempre do risco administrativo, sem exceção. Já a doutrina clássica (como Hely Lopes Meirelles) defende que a teoria do risco administrativo é a regra, mas é possível a teoria do risco integral, excepcionalmente, para material bélico, substância nuclear e dano ambiental (prevalece nos concursos).
Hipóteses de Risco Integral no ordenamento brasileiro – majoritária:
•	Responsabilidade civil por danos nucleares (art. 21, XXIII, “d”, da CF/88);
•	Responsabilidade civil por danos ambientais (art. 225, §3º)
•	Responsabilidade civil por União perante terceiros no caso de atentado terrorista, ato de guerra ou eventos correlatos, contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo, excluídas as empresas de táxi aéreo (Lei. n. 10.744/2003)
Julgados sobre o tema: STJ, REsp n. 1.114.398/PR, Relator Ministro SIDNEI BENETI, 2ª SEÇÃO, julgado em 8/2/2012, DJe 16/2/2012, sob o rito do art. 543-C do CPC; TRF4, AC 0004155-95.2004.404.7101, Terceira Turma, Relator Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, D.E. 24/09/2010
4. TIPOS DE RESPONSABILIDADES
Uma mesma conduta pode ocasionar diversas responsabilidades:
•	Ilícito penal: ação penal
•	Ilícito administrativo: Processo administrativo disciplinar (PAD)
•	Ilícito civil: ação civil
Regra: a independência das instâncias. Isso quer dizer que as decisões podem ser diferentes.
Exceção: Comunicação das instâncias.
a) Absolvido na seara penal: esta hipótese é de absolvição geral, ou seja, o agente deverá ser absolvido em todas as instâncias. Mas, a absolvição deve ser baseada em: - inexistência do fato e negativa de autoria
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Importante atentar para o fato de que qualquer outro fundamento para a absolvição não justifica a comunicação das instâncias.
b) Se no processo penal for reconhecida uma excludente penal essa questão faz coisa julgada no processo civil. Nãosignifica que ele será absolvido nos dois. Ex.: legítima defesa é que faz coisa julgada e não a decisão. Não se discute mais a legítima defesa. Não significa a absolvição geral.
*(Atualizado em 07.06.2020): #DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: A decretação da prescrição da pretensão punitiva do Estado na ação penal não fulmina o interesse processual no exercício da pretensão indenizatória a ser deduzida no juízo cível pelo mesmo fato. STJ. 3ª Turma. REsp 1.802.170-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/02/2020 (Info 666).
Efeitos da decisão penal nas esferas civil e administrativa – no caso dos servidores públicos
- Civil:
	Decisão condenatória: só causa reflexo se o fato ilícito penal se caracterizar como fato ilícito civil, ocasionando prejuízo aos cofres públicos. 
	Lembre-se: Decisão absolutória para trazer reflexos na esfera civil, deve ser baseada em: - inexistência do fato e - negativa de autoria.
- Administrativa:
a) Crimes funcionais:
Condenação: sempre haverá reflexo na seara administrativa.
Absolvição: se por insuficiência de provas, não influirá na seara administrativa. 
Obs.: Resíduo Administrativo: nomenclatura utilizada pelo STF para caracterizar situação na qual as provas que não foram suficientes para a CONDENAÇÃO PENAL podem ser residualmente suficientes para condenação na ESFERA ADMINISTRATIVA. É o que ocorre nas hipóteses de ABSOLVIÇÃO por FALTA DE PROVAS.
Súmula 18, STF: Pela FALTA RESIDUAL, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público.
b) Crimes não funcionais: 
Condenação: só repercutirá nos casos em que a pena impuser a perda da liberdade. Se por tempo inferior a 4 anos, o servidor ficará afastado do cargo, recebendo o benefício de auxilio-reclusão. Se superior a 4 anos, perderá o cargo (CP, art. 92.I, b).
Absolvição: não acarretará nenhum efeito na seara administrativa. 
#APROFUNDAMENTO: Evolução histórica da responsabilidade no Brasil
No Brasil, jamais foi aceita a tese da irresponsabilidade do Estado. (C.A, citando um precedente do STF de 1904).
Ao tempo do Império, a Constituição de 1824, em seu art.178, n.29, estabelecia que ‘Os empregados públicos são estritamente responsáveis pelos abusos e omissões praticados no exercício de suas funções e por não fazerem efetivamente responsáveis aos seus subalternos”. Equivalente dispositivo encontrava-se no art.82 da Constituição de 1891. (C.A)
Com o advento do Código Civil, a matéria, desde 1917 (época em que entrou em vigor o Código de 1916), não admitiria dúvida alguma, em face de seu art.15, segundo o qual: ‘As pessoas jurídicas de Direito Público são civilmente responsáveis por atos de seus representantes que nessa qualidade causem danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando a dever prescrito em lei, salvo o direito regressivo contra os causadores do dano.’ (C.A)
A GRANDE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA concernente à responsabilidade do Estado ocorreu a partir da CONSTITUIÇÃO DE 1946. O art.194 daquele diploma introduziu normativamente, entre nós, a teoria da responsabilidade objetiva. (C.A)]
OBS. a partir de quando o Estado pode ajuizar a ação regressiva?
•	AGU – 60 DIAS APÓS TRÂNSITO EM JULGADO
•	JOSÉ – DO PAGAMENTO
•	JURISPRUDÊNCIA – DO TRÂNSITO - PREVALECE
Na esfera federal, é sempre citada a Lei n. 4.619/65, que dispõe sobre o exercício judicial do direito de regresso. Diz a lei que cabe aos Procuradores da República [hoje, cabe à AGU] propor obrigatoriamente a ação indenizatória, no caso de condenação da Fazenda, no prazo de 60 dias a contar da data em que transitar em julgado a sentença condenatória.
Apesar do teor da lei, parece-nos que dentro do período marcado na lei para ser proposta a ação ainda não terá nascido para o Estado a condição da ação relativa ao interesse de agir. Este só deve surgir quando o Estado já tiver pago a indenização ao lesado (...) (J.S)
O STJ, porém, já entendeu que não é necessário o deslinde da ação indenizatória contra o Estado para que este venha a exercer seu direito de regresso contra o seu agente (REsp 236.837, de 03/02/2000)
5. RESPONSABILIDADE CIVIL HOJE NO BRASIL
Está prevista no art. 37 §6º CF. Com a observação de que só é aplicado nos casos de responsabilidade extracontratual, pois quando houver o contrato, deve-se aplicar as regras do contrato.
- Duplicidade de relações jurídicas: CF, art. 37, § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
5.1. Sujeitos:
•	Pessoas Jurídicas de direito público: Administração direta, fundações e autarquias. 
•	Pessoas Jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público: EP, SEM, concessionárias, permissionárias– desde que haja vínculo com o Estado. Usuários e terceiros.
•	Serviços sociais autônomos
OBS. OSCIP e organizações sociais – RESP. SUBJETIVA – há divergência.
	Diante do requisito constitucional, ficam, pois, excluídas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista que se dedicam à exploração de atividade econômica, por força do art.173 §1º., da CF, que impõe sejam elas regidas pelas normas aplicáveis às empresas privadas. Em consequência, estão elas sujeitas à responsabilidade subjetiva comum do Direito Civil. (J.S)
Devem prestar o serviço de forma delegada pelo Poder Público, sendo necessário que haja um vínculo jurídico de direito público entre o Estado e o seu delegatário. Desse modo, algumas pessoas privadas só aparentemente prestam serviços públicos, mas como o fazem sob o regime de direito privado, sem qualquer elo jurídico típico com o Poder Público, não estão inseridas na regra constitucional. É o caso, por exemplo, de sociedades religiosas, de associações de moradores, de fundações criadas por particulares, muitas das quais se dedicam à assistência social, à educação, ao atendimento de comunidades, etc. Sua responsabilidade é regida pelo Direito Civil. (J.S)
De outro lado, entendemos que as pessoas de COOPERAÇÃO governamental (ou SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS) estão sujeitas à responsabilidade objetiva atribuída ao Estado.
Em relação às organizações sociais e às organizações da sociedade civil de interesse público, qualificação jurídica atribuída a entidades de direito privado que se associaram ao Poder Público em regime de parceria, poderão surgir dúvidas sobre se estariam ou não sujeitas à responsabilidade objetiva. O motivo reside na circunstância de que são elas vinculadas ao ente estatal por meio de contratos de gestão ou termos de parceria, bem como pelo fato de que se propõem ao desempenho de serviço público. Em que pese a existência desses elementos de vinculação jurídica ao Estado, entendemos que sua responsabilidade é SUBJETIVA e, consequentemente, regulada pelo Direito Civil. É que estes entes não têm fins lucrativos e sua função é a de auxílio ao Poder Público (...) (José dos Santos Carvalho Filho). JS ressalva, porém, o entendimento contrário, asseverando que respeitável doutrina advoga a incidência do referido dispositivo constitucional sobre as organizações sociais, realçando-lhes o fato de prestarem serviço público para considera-las sujeitas à responsabilidade objetiva. 
STF já disse que quem responde é a pessoa jurídica. É ela a demandada, mas e o Estado deve responder também? O Estado pode responder:
a) de forma primária: por atos de seus agentes. Ex. motorista do Estado
b) de forma secundária: é a subsidiária (só paga se a pessoa jurídica não tiver patrimônio). Responde pelo agente de outra pessoa jurídica, pois como se trata de serviço público, é dever do Estado. Se ele decide transferir a outra pessoa jurídica ele não pode se eximir de sua responsabilidade. Nesse caso só demanda a pessoa jurídica responsável. A Administração é parte ilegítima. Se a Administração concorreu com a pessoa – solidariedade.
Estão vinculadas ao Estado as pessoas de sua Administração Indireta,as pessoas prestadoras de serviços públicos por delegação negocial (concessionários e permissionários de serviços públicos) e também aquelas empresas que executam obras e serviços públicos por força de contratos administrativos.
*#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF #IMPORTANTE A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados por agente público deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. STF. Plenário. RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/8/2019 (repercussão geral) (Info 947).
Obs.: no caso de contratos administrativos, a empresa que executa a obra responde subjetivamente e diretamente. Não há responsabilidade do Estado.
#OUSESABER: Questão de segunda fase – Procurador Federal – aluno comeu alimento estragado em restaurante da Universidade. Quem responde pelo dano? Há uma concessão de uso de bem público ao particular. Quem responde a empresa e não a Universidade.
Em todos esses casos, a responsabilidade primária deve ser atribuída à pessoa jurídica a que pertence o agente autor do dano. Mas, embora não se possa atribuir responsabilidade direta ao Estado, o certo é que também não será lícito eximi-lo inteiramente das consequências do ato lesivo. Sua responsabilidade, porém, será subsidiária, ou seja, somente nascerá quando o responsável primário não tiver mais forças para cumprir a sua obrigação de reparar o dano (J.S. apoiado em C.A)
Obs.: Usuário x não usuário. O não usuário pode se valer da responsabilidade objetiva (art. 37, §6º) para exigir a reparação? Ex.: motorista de ônibus que atropela pessoa que passa na rua. Aplica-se indistintamente a usuários e terceiros, sendo este o entendimento atual do STF que modificou o seu posicionamento anterior, ampliando o manto da responsabilidade, suprimindo a equivocada distinção. 
- Notários e tabeliães: #MUDOU!! #NOVIDADELEGISLATIVA (LEI 13.286/2016)
O art. 22 da Lei nº 8.935/94 foi novamente alterado, agora com o objetivo de instituir a responsabilidade SUBJETIVA para os notários e registradores.
Os notários e registradores nunca encararam com satisfação o fato de estarem submetidos ao regime da responsabilidade objetiva e, por isso, atuaram politicamente junto ao Congresso Nacional a fim de alterar a legislação que rege o tema. Enfim, conseguiram.
A Lei nº 13.286/2016 alterou a redação do art. 22 da Lei nº 8.935/94, que passa a ser a seguinte:
Art. 22. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que causarem a terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou escreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso.
Parágrafo único. Prescreve em três anos a pretensão de reparação civil, contado o prazo da data de lavratura do ato registral ou notarial.
Resumo das alterações promovidas pela Lei nº 13.286/2016:
Antes da Lei 13.286/2016	Depois da Lei 13.286/2016
A responsabilidade civil dos notários e registradores era OBJETIVA (vítima não precisava provar dolo ou culpa).	A responsabilidade civil dos notários e registradores passou a ser SUBJETIVA (vítima terá que provar dolo ou culpa).
O prazo prescricional para a vítima ingressar com a ação judicial contra o notário/registrador era de 5 anos.	O prazo prescricional foi reduzido para 3 anos.
RESUMO
•	NOTÁRIO – SUBJETIVA (Nova Lei 13.286/2016) E DIRETA.
*#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF: O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. O Estado possui responsabilidade civil direta, primária e objetiva pelos danos que notários e oficiais de registro, no exercício de serviço público por delegação, causem a terceiros. STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019 (repercussão geral) (Info 932). #IMPORTANTE
CUIDADO: Segundo a Jurisprudência firmada pelo STF, não é legítima a responsabilização solidária do servidor que edita um parecer jurídico de natureza meramente opinativa com o administrador público que pratica o ato baseado na opinião constante no parecer. Só poderia ser autor do parecer responsabilizado na hipótese de erro grave, inescusável, ou se comprovada a sua ação ou omissão culposa (culpa em sentido amplo).
5.2. Conduta:
	- Conduta comissiva:
•	Se a conduta é licita o fundamento da responsabilidade é o princípio da isonomia. Responsabilidade objetiva.
•	Se a conduta é ilícita o fundamento da responsabilidade é o princípio da legalidade. Responsabilidade objetiva.
- Conduta omissiva:
Para a doutrina tradicional, a responsabilidade do Estado por omissão é subjetiva, de forma que o pagamento da indenização pressupõe a comprovação de dolo ou culpa por parte do Estado. Todavia, de acordo com o atual entendimento do STF acerca da matéria, o dever de indenizar os danos resultantes de omissão estatal submete-se à teoria objetiva, quando constatada a inobservância de dever legal específico de agir para impedir a ocorrência do resultado danoso.
STF e STJ já pacificaram o entendimento no sentido de que a responsabilidade por omissão é subjetiva. No entanto, STF tem decisão no sentido de que a responsabilidade estatal por atos omissivos específicos é objetiva (ex. caso de agressão física a aluno por colega, em escola estadual). Não se pode confundir uma conduta omissiva genérica (ex. Estado não conseguir evitar todos os furtos de carro) com a conduta omissiva específica (ex. Estado tem o dever de vigilância sobre alguém e não evitar o dano). No primeiro caso a responsabilidade é subjetiva (policial assiste ao assalto e nada faz) e no segundo caso objetiva.
#ATENÇÃO #OUSESABER: O serviço não funcionou, funcionou tardia ou ineficientemente: o entendimento que prevalece é que a responsabilidade é subjetiva. Responsabilidade subjetiva exige conduta ilícita. Sempre que o Estado tem o dever de fazer e não faz vai gerar responsabilidade? Não. A jurisprudência diz que o Estado não é salvador universal. Não tem como estar em todo lugar, a todo tempo. Se o serviço está dentro do padrão normal, o Estado poderia ter evitado o dano. Nesse caso haverá responsabilidade. 
Ex. estaciono o carro em frente ao curso e ele foi furtado. O Estado tem o dever de segurança. Há um descumprimento de um dever legal, mas há responsabilidade? Não. 
Ex2. Os policiais assistiram à subtração e nada fizeram. Há responsabilidade? Sim. O Estado poderia ter evitado e não evitou.
Ex3. Preso que resolve praticar suicídio. Há um descumprimento do dever legal, mas o Estado não poderia ter evitado tal conduta. 
Ex4. Se o preso pratica suicídio com arma que entrou no bolo da visita. Estado responde, pois não vistoriou direito.
QUESTÃO – suicídio de detento o Estado responde objetivamente “face os riscos inerentes ao meio no qual foram inseridos pelo próprio Estado”. 
O Estado é objetivamente responsável pela morte de detento. Isso porque houve inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88. Exceção: o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ele conseguir provar que a morte do detento não podia ser evitada. Neste caso, rompe-se o nexo de causalidade entre o resultado morte e a omissão estatal. (repercussão geral) (Info 819).
 #ORAL #DPE/DPU 
Obs: caiu na segunda fase do concurso da DPE/RN2016 – CESPE
#DIZERODIREITO #IMPORTANTE
Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico , é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento. STF.Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).
Qual o padrão normal de serviço? Não confundir com ideal. Para se determinar esse padrão normal tem que se ter como parâmetro a reserva do possível. (ADPF 45)
Hoje a jurisprudência reconhece outra hipótese de responsabilidade: quando o Estado cria um risco. É uma ação e, portanto, responsabilidade objetiva. Ex. defeito do semáforo. Ex. Preso que fugiu do presídio e mata uma pessoa. O Estado responde. O Estado criou o risco. Ele responde objetivamente.Quando o Estado cria um presídio no meio da cidade ele cria esse risco e é responsável por ele.Se o preso foge do presídio e a 200km mata uma pessoa. O Estado responde? Sim, mas com base na Teoria Subjetiva. Ex. Preso mata o outro no presídio. Responde? Sim, com base na responsabilidade objetiva, pois a superlotação é a criação de um risco por parte do Estado.
O que se observa é uma transição para o reconhecimento da responsabilidade objetiva nos casos também de omissão.
Não é cabível indenização por danos morais/estéticos em decorrência de lesões sofridas por militar das Forças Armadas em acidente ocorrido durante sessão de treinamento, salvo se ficar demonstrado que o militar foi submetido a condições de risco excessivo e desarrazoado. STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 29.046-RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 21/2/2013 (Info 515).
Obs.: Obra Pública
- dano pelo simples fato da obra (ato lícito) – Estado responde objetivamente
- dano causado por culpa de empreiteiro – ação contra empreiteiro (responsabilidade subjetiva). Estado responde subsidiariamente.
- dano causado por culpa concorrente empreiteiro e Estado – respondem solidariamente. Empreiteiro subjetiva e Estado objetivamente.
Com efeito, se o Estado não agiu, não pode, logicamente ser ele o autor do dano. E, se não foi autor, só cabe responsabilizá-lo se descumpriu dever legal que lhe impunha obstar ao evento lesivo. (C.A) Logo, a responsabilidade estatal por ato omissivo é sempre responsabilidade por comportamento ilícito.E, sendo responsabilidade por ilícito, é necessariamente responsabilidade subjetiva, pois não há conduta ilícita do Estado (embora do particular possa haver) que não seja proveniente de negligência, imprudência ou imperícia (culpa) ou, então, deliberado propósito de violar a norma que o constituía em dada obrigação (dolo). (C.A)
#OUSESABER #APOSTAPROCURADORIAS
Responsabilidade Civil do Estado por danos causados em obras públicas.
As obras públicas podem ser executadas diretamente ou indiretamente por empresa contratada. No primeiro caso, o Estado responde objetivamente pelos danos causados a terceiros, na forma do art. 37,§ 6°, da CF. 
Na segunda hipótese, por sua vez, a doutrina diverge sobre a responsabilidade civil do Estado: 
1° entendimento: o Estado responde diretamente pelos danos causados por empresas por ele contratadas, uma vez que a obra pública, em última análise, é de sua responsabilidade. Nesse sentido: Cavalieri Filho; 
2° entendimento: é importante se fazer uma distinção entre dano causado pelo simples fato da obra e dano oriundo da má execução da obra. No primeiro caso, o Estado responde diretamente e de maneira objetiva, inexistindo responsabilidade da empreiteira (por ex: obra que acarreta o fechamento da via pública por longo período, prejudicando comerciantes). No segundo caso, entretanto, a empreiteira responde primariamente e de maneira subjetiva, havendo, no entanto, a responsabilidade subsidiária do Estado (por ex: ausência de sinalização no canteiro de obra que gera queda de pedestre). Nesse sentido: Carvalho Filho e Rafael Rezende.
Diante do exposto temos que:
STJ – entende que a responsabilidade decorrente de omissão estatal é subjetiva.
STF – em julgados mais recentes (STA 223-AgR, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, julgamento em 14-4-08, Informativo 502 e RE 573.595-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-6-08, 2ª Turma, DJE de 15-8-08) tem-na entendido como responsabilidade objetiva. (...) “situações configuradoras de falta de serviço podem acarretar a responsabilidade civil objetiva do Poder Público, considerado o dever de prestação pelo Estado, a necessária existência de causa e efeito, ou seja, a omissão administrativa e o dano sofrido pela vítima”
“Professora. Tiro de arma de fogo desferido por aluno. Ofensa à integridade física em local de trabalho. Responsabilidade objetiva. Abrangência de atos omissivos.” (ARE 663.647-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 14-2-2012, Primeira Turma, DJE de 6-3-2012.)
“Dano sofrido por um aluno causado por outro”: O STF, analisando um caso do Rio de Janeiro que envolvia a Procuradoria do Município do Rio de Janeiro. Foi o caso que envolvia um aluno de escola pública municipal, que foi beber água no bebedouro e veio um amiguinho por trás e bateu na cabeça do menor. O olho foi no bebedouro, e perdeu o globo ocular, simplesmente isso. Uma “brincadeira” entre duas crianças causou esse dano absurdo. E aí, a criança, representada por seus pais, propôs ação em face do Município e o STF condenou. E aí o STF FALOU EM RESPONSABILIDADE OBJETIVA
Outros julgados:
TRF5:
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PROJETO BETUME EM SERGIPE. INUNDAÇÕES EM ÁREA DE IRRIGAÇÃO IMPLANTADA PELA CODEVASF. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE NEXO CAUSAL ENTRE OMISSÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E OS DANOS ALEGADOS. PREJUÍZOS SOFRIDOS NÃO EVIDENCIADOS. 2. Nos casos de danos decorrentes de atos de terceiros ou de fenômenos da natureza, para se configurar a obrigação estatal de indenizar, há necessidade de comprovação de que concorreu para o resultado danoso, determinada omissão culposa da Administração Pública. É, pois, necessária a demonstração do nexo de causalidade entre a falta ou deficiência na prestação do serviço e o dano sofrido
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. BURACO NA RODOVIA. DANOS MATERIAIS COMPROVADOS. DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. 1. Apelação Cível interposta pelo DNIT contra sentença que o condenou ao pagamento de indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente automobilístico de que foi vítima a parte autora, ocorrido no dia 16 de março de 2007, às 17:55 horas, na BR 101, no município de Rio Real/BA. 2. É subjetiva a responsabilidade civil do Estado nos casos em que o ato apontado como causador do dano consiste em omissão do serviço público. Para a caracterização da culpa, devem restar atendidos os respectivos requisitos: a previsibilidade e a evitabilidade do acontecido/dano e o dever de agir do Estado. Este só pode ser responsabilizado quando não atuou quando deveria atuar ou atuou não atendendo aos padrões legais exigíveis.
“Responsabilidade civil do Estado. Art. 37, § 6º, da CB. Latrocínio cometido por foragido. Nexo de causalidade configurado. Precedente. A negligência estatal na vigilância do criminoso, a inércia das autoridades policiais diante da terceira fuga e o curto espaço de tempo que se seguiu antes do crime são suficientes para caracterizar o nexo de causalidade. Ato omissivo do Estado que enseja a responsabilidade objetiva nos termos do disposto no art. 37, § 6º, da CB.” (RE 573.595-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-6-2008, Segunda Turma, DJE de 15-8-2008.)
Não há resposta ‘a priori’ quanto ao que seria o padrão normativo tipificador da obrigação a que estaria legalmente adstrito. Cabe indicar, no entanto, que a normalidade da eficiência há de ser apurada em função do meio social, do estágio de desenvolvimento tecnológico, cultural, econômico e da conjuntura da época, isto é, das possibilidades reais médias dentro do ambiente em que se produziu o fato danoso. (C.A)
Por exemplo: se o Poder Público licencia edificações de determinada altura, não poderá deixar de ter, no serviço de combate a incêndio e resgate de sinistrados, meios de acesso compatíveis para enfrentar eventual sinistro. Se o Poder Público despoja os internos em certo presídiode quaisquer recursos que lhes permitam atentar contra a própria vida, não pode eximir-se de responsabilidade em relação ao suicídio de algum ou alguns detentos a respeito dos quais se omitiu na adoção de igual cautela. (C.A)
A consequência, dessa maneira [em se tratando de atos de multidões] reside em que a responsabilidade civil do Estado, no caso de conduta omissiva, só se desenhará quando presentes estiverem os elementos que caracterizam culpa. (J.S). Sem culpa do Estado - não há responsabilidade. Culpa exclusiva de terceiros.
Ao contrário do que se passa com a responsabilidade do Estado por comportamentos comissivos, na responsabilidade por comportamentos omissivos a questão não se examina nem se decide pelo ângulo passivo da relação (a do lesado em sua esfera juridicamente protegida), mas pelo polo ativo da relação. É dizer: são os caracteres da omissão estatal que indicarão se há ou não responsabilidade. (C.A)
Os acontecimentos suscetíveis de acarretar responsabilidade estatal por omissão ou atuação insuficiente são os seguintes:
a) fato da natureza a cuja lesividade o Poder Público não obstou, embora devesse fazê-lo. (...)
b) comportamento material de terceiros cuja atuação lesiva não foi impedida pelo Poder Público, embora pudesse e devesse fazê-lo. Cite-se,por exemplo, o assalto processado diante de agentes policiais inertes, desidiosos. (C.A)
*#DICACICLOS #OLHAOGANCHO: Tema curioso é a responsabilidade civil do Estado por atos de multidões. Será que há dever de indenizar? De acordo com Rafael Carvalho (2015), “em regra, os danos causados por atos de multidões não geram responsabilidade civil do Estado, tendo em vista a inexistência do nexo de causalidade, pois tais eventos são praticados por terceiros (fato de terceiro) e de maneira imprevisível ou inevitável (caso fortuito/força maior). Não há ação ou omissão estatal causadora do dano. Excepcionalmente, o Estado será responsável quando comprovadas a ciência prévia da manifestação coletiva (previsibilidade) e a possibilidade de evitar a ocorrência de danos (evitabilidade). Assim, por exemplo, se o Estado é notificado sobre encontro violento de torcidas organizadas de times rivais e não adota as providências necessárias para evitar o confronto, restarão caracterizadas a sua omissão específica e, por consequência, a sua responsabilidade”. Fonte: Curso de Direito Administrativo, Rafael Carvalho (2015). 
Há determinados casos em que a ação danosa, propriamente dita, não é efetuada por agente do Estado, contudo é o Estado quem produz a situação do qual o dano depende. Vale dizer: são hipóteses nas quais é o Poder Público quem constitui, por ato comissivo seu, os fatores que propiciarão decisivamente a emergência de dano. Tais casos, a nosso ver, assimilam-se aos de danos produzidos pela própria ação do Estado e por isso ensejam, tanto quanto estes, a aplicação do princípio da responsabilidade objetiva. (...) O caso mais comum, embora não único, é o que deriva da guarda, pelo Estado de pessoas ou coisas perigosas, em face do quê o Poder Público expõe terceiros a risco. Servem de exemplo o assassinato de um presidiário por outro presidiário; os danos nas vizinhanças oriundos de explosão em depósito militar em decorrência de um raio (...)
Com efeito, em todos estes casos, o dano liga-se, embora mediatamente, a um comportamento positivo do Estado. Sua atuação é o termo inicial de um desdobramento que desemboca no evento lesivo, incindivelmente ligado aos antecedentes criados pelo Estado. (C.A)
A fuga de internos em manicômio ou presídio que se homiziem nas vizinhanças e realizem violências sobre os bens ou pessoas sediados nas imediações ou que nelas estejam acarretará responsabilidade OBJETIVA do Estado. (C.A)
Cumpre, apenas, esclarecer que a responsabilidade em tais casos evidentemente está correlacionada com o RISCO suscitado. Donde, se a lesão sofrida não guardar qualquer vínculo com este pressuposto, não haverá falar em responsabilidade objetiva.
Então, se os evadidos de uma prisão vierem a causar danos locais afastados do prédio onde se sedia a fonte de risco, é óbvio que a lesão sofrida por terceiros não estará correlacionada com a situação perigosa criada por obra do Poder Público. Nessa hipótese, só caberá responsabilizar o Estado se o serviço de guarda dos delinqüentes não houver funcionado ou houver funcionado mal, pois será caso de responsabilidade por comportamento omissivo, e não pela geração de risco oriundo de guarda de pessoas perigosas. (C.A).
5.3. Dano
Para se ter a responsabilidade civil do Estado não basta a existência de dano econômico. É necessário um dano jurídico, ou seja, a lesão a um direito. Ex.: Prefeitura mudou museu de lugar, prejudicando o comércio ao redor. Não há responsabilidade. O comerciante não tem direito à manutenção do museu naquele local. Ele sofreu dano econômico, mas não sofreu dano jurídico.
No caso de comportamentos comissivos, a existência ou inexistência do dever de reparar não se decide pela qualificação da conduta geradora do dano (ilícita ou lícita), mas pela qualificação da lesão sofrida. Isto é, a juridicidade do comportamento danoso não exclui a obrigação de reparar se o dano consiste em extinção ou agravamento de um direito. Donde, ante atuação lesiva do Estado, o problema da responsabilidade resolve-se no lado passivo da relação, não do lado ativo dela. Importa que o dano seja ilegítimo – se assim podemos expressar; não que a conduta causadora o seja. (C.A)
O dano tem que ser certo (dano determinado ou determinável).
Se a conduta for lícita, vamos precisar, além do dano jurídico e certo, de: 
a) dano especial, ou seja, particularizado. Ex. Prefeito x é um desastre. Toda a sociedade perdeu com ele. Há responsabilidade? Não. Não há vítima individualizada. 
b) dano anormal. Ex. trânsito, poeira da obra – não é anormal. Depende do caso concreto. se a obra durar 20 anos, pode haver a responsabilidade.
O dano nem sempre tem cunho patrimonial, como era concebido no passado. A evolução da responsabilidade culminou com o reconhecimento jurídico de duas formas de dano – o dano material (ou patrimonial) e o dano moral. (J.S)
Súmula 498: não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais.
STJ 387 - É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
#OUSESABER: Dano eventual e impossível não são indenizáveis.
A Turma não conheceu do REsp em que presidiário alegava ter sofrido danos morais devido à superlotação de presos em estabelecimento penal: a capacidade era de 130 detentos, mas conviviam 370 presos. No caso, o Tribunal, na análise fático-probatória, afastou a responsabilidade objetiva estadual com fulcro na Constituição Federal (art. 37, § 6º), afirmando, também, não ter o demandante comprovado efetivamente os danos morais sofridos. Dessa forma, não é possível analisar a responsabilidade do Estado à luz da legislação ordinária (art. 186 do CC/2002), ou seja, o nexo causal entre a suposta omissão estadual e os danos morais suportados. REsp 1.114.260-MS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 3/11/2009
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. DANO MORAL. GARANTIA DE RESPEITO À IMAGEM E À HONRA DO CIDADÃO. INDENIZAÇÃO CABÍVEL. PRISÃO CAUTELAR. ABSOLVIÇÃO. ILEGAL CERCEAMENTO DA LIBERDADE. PRAZO EXCESSIVO. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA PLASMADO NA CARTA CONSTITUCIONAL. MANIFESTA CAUSALIDADE ENTRE O "FAUTE DU SERVICE" E O SOFRIMENTO E HUMILHAÇÃO SOFRIDOS PELO RÉU. 1. A Prisão Preventiva, mercê de sua legalidade, dês que preenchidos os requisitos legais, revela aspectos da Tutela Antecipatória no campo penal, por isso que, na sua gênese deve conjurar a idéia de arbitrariedade.2. O cerceamento oficial da liberdade fora dos parâmetros legais, posto o recorrente ter ficado custodiado 741 (setecentos e quarenta e um) dias, lapso temporal amazonicamente superior àquele estabelecido em Lei - 81 (oitenta e um) dias - revela a ilegalidade da prisão.3. A coerção pessoal que não enseja o dano moral pelo sofrimento causadoao cidadão é aquela que lastreia-se nos parâmetros legais (Precedente: REsp 815004, DJ 16.10.2006 - Primeira Turma).
5.4. Ação judicial de reparação civil
A vítima vai ajuizar a ação contra o Estado. O posicionamento hoje no STF, acolhido pelo STJ, é que a ação deve ser ajuizada contra a pessoa jurídica. Esse é o posicionamento do STF, que entende haver uma dupla proteção à vítima, na medida em que o Estado tem patrimônio suficiente para pagar a indenização e há a aplicação da teoria objetiva. O Estado foi condenado a pagar. Ele entra com uma ação regressiva contra o agente – responsabilidade subjetiva.
Há entendimento do STF no sentido de que o artigo 37 § 6 da CF é também garantia para o agente público, é que devido ao princípio da impessoalidade, seus atos não podem ser imputados à sua pessoa, mas sim ao ente público em nome do qual atua, assim a responsabilização do agente seria apenas e somente perante a administração pública. 
Concluiu-se que o mencionado art. 37, § 6º, da CF, consagra DUPLA GARANTIA: uma em favor do particular, possibilitando-lhe ação indenizatória contra a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado que preste serviço público; outra, em prol do servidor estatal, que somente responde administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a cujo quadro funcional pertencer. (Informativo 436 STF, rel. Carlos Brito, RE 327904/SP). Esta orientação repetiu-se no julgamento seguinte:
*#DEOLHONAJURIS #STF: A pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público possui responsabilidade civil em razão de dano decorrente de crime de furto praticado em suas dependências, nos termos do art. 37, § 6º, da CF/88. Caso concreto: o caminhão de uma empresa transportadora foi parado na balança de pesagem na Rodovia Anhanguera (SP), quando se constatou excesso de peso. Os agentes da concessionária determinaram que o condutor estacionasse o veículo no pátio da concessionária e, em seguida, conduziram-no até o escritório para ser autuado. Aproximadamente 10 minutos depois, ao retornar da autuação para o caminhão, o condutor observou que o veículo havia sido furtado. O STF condenou a Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S/A, empresa concessionária responsável pela rodovia a indenizar a transportadora. O Supremo reconheceu a responsabilidade civil da prestadora de serviço público, ao considerar que houve omissão no dever de vigilância e falha na prestação e organização do serviço. STF. 1ª Turma. RE 598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info 901).
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: Concessionária de rodovia não responde por roubo e sequestro ocorridos nas dependências de estabelecimento por ela mantido para a utilização de usuários. A segurança que a concessionária deve fornecer aos usuários diz respeito ao bom estado de conservação e sinalização da rodovia. Não tem, contudo, como a concessionária garantir segurança privada ao longo da estrada, mesmo que seja em postos de pedágio ou de atendimento ao usuário. O roubo com emprego de arma de fogo é considerado um fato de terceiro equiparável a força maior, que exclui o dever de indenizar. Trata-se de fato inevitável e irresistível e, assim, gera uma impossibilidade absoluta de não ocorrência do dano. STJ. 3ª Turma. REsp 1.749.941-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 04/12/2018 (Info 640). Cuidado. O STF já reconheceu a responsabilidade civil da concessionária que administra a rodovia por FURTO ocorrido em seu pátio: STF. 1ª Turma. RE 598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info 901).
#JURISSOBREOTEMA
RESPONSABILIDADE - SEARA PÚBLICA - ATO DE SERVIÇO - LEGITIMAÇÃO PASSIVA. Consoante dispõe o § 6º do artigo 37 da Carta Federal, respondem as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, descabendo concluir pela legitimação passiva concorrente do agente, inconfundível e incompatível com a previsão constitucional de ressarcimento - direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. (RE 344133, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 09/09/2008)
#ATENÇÃO INFORMATIVO 532 STJ
Responsabilidade civil do Estado: possibilidade de ajuizamento da ação diretamente contra o servidor público causador do dano .
Na hipótese de dano causado a particular por agente público no exercício de sua função, a vítima tem a possibilidade de ajuizar a ação de indenização diretamente contra o agente, contra o Estado ou contra ambos. Obs.: existe precedente do STF em sentido contrário.
1ª Corrente: Não	2ºª Corrente: Sim
A vítima somente poderá ajuizar a ação contra o Estado (Poder Público). Se este for condenado, poderá acionar o servidor que causou o dano.
O ofendido não poderá propor a demanda diretamente contra o agente público.	A vítima tem a possibilidade de escolher se quer ajuizar a ação:
i. somente contra o Estado;
ii. somente contra o servidor público;
iii. Contra o Estado e o servidor público em litisconsórcio.
Para essa corrente, ao se ler o par. 6 do art. 37 da CF/88, é possível perceber que o dispositivo consagrou duas garantias:
i. a primeira em favor do particular lesado, considerando que ele poderá ajuizar ação de indenização contra o Estado, que recursos para pagar, sem ter que provar que o agente público agiu com dolo ou culpa;
ii. a segunda garantia é em favor do agente público que causou o dano. A parte final do par. 6 do art. 37, implicitamente, afirma que a vítima não poderá ajuizar a ação diretamente contra o servidor público que praticou o fato. Este servidor somente pode ser responsabilizado pelo dano se for acionado pelo próprio Estado, em ação regressiva, após o Poder Público já ter ressarcido o ofendido.	Para essa corrente, o par. 6 do art. 37 da CF/88 prevê tão somente que o lesado poderá buscar diretamente do Estado a indenização pelos prejuízos que seus agentes causaram. Isso não significa, contudo, que o dispositivo proíba a vítima de acionar diretamente o servidor público causador do dano.
Dessa forma, quem decide se irá ajuizar a ação contra o agente público ou contra o Estado é a pessoa lesada, não havendo uma obrigatoriedade na CF/88 de que só ajuíze contra o Poder Público.
A vítima deverá refletir bastante sobre que á a melhor opção porque ambas tem vantagens e desvantagens.
Se propuser a ação contra o Estado, não terá que provar dolo ou culpa. Em compensação, se ganhar, será pago, em regra, por meio de precatório.
Se intentar contra o servido, terá o ônus de provar que este agiu com o dolo ou culpa. Se ganhar, pode ser que o referido não tenha patrimônio para pagar a indenização. Em compensação, o processo tramitará muito mais rapidamente do que se envolvesse a Fazenda Pública e a execução é bem mais simples.
Essa posição foi denominada de tese da dupla garantia, tendo sido adotada há alguns anos em um precedente da 1 Turma do STF (RE 327904, Rel. Min. Carlos Britto, julgado em 15/08/2006)	Adotada pela 4 Turma do STJ no REsp 1.325.862-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 5/9/2013.
É a posição também da doutrina majoritária (exs.: Celso Antônio Bandeira de Melo, José dos Santos Carvalho Filho)
Que é possível a vítima acionar o Estado não há divergência.
Cabe denunciação da lide nessa hipótese? O Estado pode denunciar a lide e trazer o agente para o processo? Para a doutrina não cabe, pois acaba prejudicando a vítima, pois traz discussão nova que não existia no processo. STJ diz que é aconselhável, mas não é obrigatório. A decisão seria do Estado. Ou seja, a não denunciação não gera nulidade nem compromete a ação de regresso – MAIORIA.
5.5. Prescrição
O termo inicial do prazo prescricional para o ajuizamento de ação de indenização contra ato do Estado ocorre no momento em que constatada a lesão e os seus efeitos, conforme o princípio da actio nata. (STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.333.609-PB, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 23/10/2012 (Info 507)).
Q – é imprescritível ação deindenização contra o Poder Público em decorrência de danos ocasionados por tortura, perseguição, prisões ilegais, etc. durante a Ditadura. STJ.
As ações de indenização por danos morais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante o Regime Militar de exceção são imprescritíveis. Não se aplica o prazo prescricional de 5 anos previsto no art. 1º do Decreto 20.910/1932. STJ. 2ª Turma. REsp 1.374.376-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/6/2013 (Info 523).
O anistiado político que obteve, na via administrativa, a reparação econômica prevista na Lei nº 10.559/2002 (Lei de Anistia) não está impedido de pleitear, na esfera judicial, indenização por danos morais pelo mesmo episódio político. julgado em 5/4/2016 (Info 581 STJ).
Nesse sentido vide Súmula do STJ:
*SÚMULA 624: É possível cumular a indenização do dano moral com a reparação econômica da Lei nº 10.559/2002 (Lei da Anistia Política). STJ. 1ª Seção. Aprovada em 12/12/2018, DJe 17/12/2018.
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: 1 - Reconhecido o direito à anistia política, a falta de cumprimento de requisição ou determinação de providências por parte da União, por intermédio do órgão competente, no prazo previsto nos artigos 12, parágrafo 4º, e 18, caput, parágrafo único, da Lei 10.559 de 2002, caracteriza ilegalidade e violação de direito líquido e certo. 2 - Havendo rubricas no orçamento destinadas ao pagamento das indenizações devidas aos anistiados políticos, e não demonstrada a ausência de disponibilidade de caixa, a União há de promover o pagamento do valor ao anistiado no prazo de 60 dias. 3 - Na ausência ou na insuficiência de disponibilidade orçamentária no exercício em curso, cumpre à União promover sua previsão no projeto de lei orçamentária imediatamente seguinte. STF. Plenário. RE 553710/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2016 (repercussão geral) (Info 847). STF. 1ª Turma. RMS 28201/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 25/9/2018 (Info 917).
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: Não é necessário o ajuizamento de ação autônoma para o pagamento dos consectários legais inerentes à reparação econômica devida a anistiado político e reconhecida por meio de Portaria do Ministro da Justiça, a teor do disposto no art. 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) e no art. 6º, § 6º, da Lei 10.559/2002. STF. 1ª Turma. RMS 36182/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/5/2019 (Info 940).
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: É devida a incidência de correção monetária e juros moratórios em ação mandamental para pagamento de retroativos devidos àqueles declarados anistiados políticos, independentemente de decisão expressa nesse sentido. STJ. 1ª Seção. AgInt no MS 24.212-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 26/06/2019 (Info 652). 
Os juros de mora e a correção monetária constituem consectários legais da condenação, de modo que incidem independentemente de expresso pronunciamento judicial. STF. Plenário. RE 553710 ED, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 01/08/2018.
Caso o Poder Público tenha reconhecido administrativamente o débito, o termo inicial do prazo prescricional de 5 anos para que servidor público exija seu direito será a data desse ato de reconhecimento. Para o STJ, o reconhecimento do débito implica renúncia, pela Administração, ao prazo prescricional já transcorrido. (STJ. 1ª Turma. AgRg no AgRg no AREsp 51.586-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 13/11/2012 (Info 509)).
Quanto ao prazo prescricional:
O prazo prescricional pode ser suspenso e interrompido nas mesmas situações aplicáveis às ações em geral, previstas no Código de Processo Civil. No entanto, por força dos arts. 8 e 9 do Decreto 20.910/1932, a interrupção da prescrição só pode ocorrer uma vez e, cessada a causa da interrupção, o recomeço do prazo está sujeito a regra especial; em vez de a contagem – como ocorre nas situações ordinárias de interrupção da prescrição – reiniciar da “estaca zero”, o prazo prescricional contra a autarquia recomeça a ocorrer pela metade (dois anos e meio).
É oportuno consignar que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que essa regra especial de reinício da contagem do prazo prescricional interrompido não pode resultar em um prazo total, somados os períodos anterior e posterior à interrupção, inferior a cinco anos (súmula 383 do STF).
Exemplificando, se o prazo prescricional iniciou em 01.01.2003 e a interrupção ocorreu em 01.01.2007, quando reiniciar a contagem haverá mais dois anos e meio de prazo até que ocorra a prescrição (aplica-se a regra do recomeço pela metade). Diferentemente, se o termo inicial do prazo prescricional deu-se em 01.01.2003 e a interrupção ocorreu em 01.01.2004m o prazo restante, uma vez cessada a interrupção, não será de dois anos e meio, e sim de quatro anos, a fim de que a soma dos períodos anterior e posterior à interrupção não resulte em prazo inferior a cinco anos, conforma exige a sobrecitada Súmula 383 de nossa Corte Constitucional.
SÚMULA 383 STF
A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo.
- Interrupção ocorrida antes do transcurso da metade do prazo: contagem volta a correr pelo tempo restante. [ “(...) mas não ficará reduzida aquém de 5 anos (...)”] Ex.: interrupção após o transcurso de 1 ano - prazo restante: 4 anos.
- Interrupção ocorrida após o transcurso da metade do prazo: prazo prescricional de 2 anos e meio. [“(...) recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo (....)”] Ex.: interrupção após o transcurso de 4 anos - prazo restante: 2 anos e meio]
#JURISSOBREOTEMA – 
PRESCRIÇÃO - PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO.
Nessa hipótese não há a aplicação do Decreto no 20.910/1932. Há previsão expressa de prazo prescricional de 5 anos no art. 1o-C da Lei 9.494/97. Nesse caso, diferente do que ocorre com o art. 10 do Decreto 20.910/32 (que traz ressalva de aplicação de disposição que trouxer prazo menor - o que faz surgir discussão quanto à aplicação do prazo de 3 anos previsto no art. 206, p. 3o, V, CC) não há ressalva alguma quanto aplicação de outro prazo. Assim, diante da aplicação parêmia de que lei geral posterior (no caso o CC de 2002) não revoga lei especial (no caso o art. 1o-C da Lei 9.494), é de se entender pela aplicação do prazo de 05 anos às pretensões indenizatórias contra as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público. (atualização do TRF4)
É de 5 anos o prazo prescricional para que a vítima de um acidente de trânsito proponha ação de indenização contra concessionária de serviço público de transporte coletivo (empresa de ônibus). O fundamento legal para esse prazo está no art. 1º-C da Lei 9.494/97 e também no art. 14 c/c art. 27, do CDC. STJ. 3ª Turma. REsp 1.277.724-PR, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 26/5/2015 (Info 563).
A fixação do prazo prescricional de 5 anos para os pedidos de indenização por danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, constante do art. 1º-C da Lei 9.494/97, é constitucional. STF. Plenário. ADI 2418/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 4/5/2016 (Info 824).
É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. Dito de outro modo, se o Poder Público sofreu um dano ao erário decorrente de um ilícito civil e deseja ser ressarcido, ele deverá ajuizar a ação no prazo prescricional previsto em lei. STF. Plenário. RE 669069/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 03/02/2016 (repercussão geral).
Assim, podemos fazer a seguinte distinção:
#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO
Ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrentes de ilícito civil	é PRESCRITÍVEL
(STF RE 669069/MG).
Ação de ressarcimento decorrente de ato de improbidade administrativa praticado com CULPA	é PRESCRITÍVEL
(devem ser propostas no prazodo art. 23 da LIA).
Ação de ressarcimento decorrente de ato de improbidade administrativa praticado com DOLO	é IMPRESCRITÍVEL
(§ 5º do art. 37 da CF/88).
- Ação regressiva – via administrativa ou judicial:
Na via administrativa, o pagamento da indenização pelo agente será sempre resultado de acordo entre as partes. Ao Estado é vedado estabelecer qualquer regra administrativa que obrigue o agente, ‘manu militari’, a pagar o débito. É ilegal, por exemplo, qualquer norma que autorize o Estado a descontar, por sua exclusiva iniciativa, parcelas indenizatórias dos vencimentos do servidor. (J.S)
Só é possível o desconto em folha quando houver anuência, previsão legal com percentual máximo de desconto e contraditório e ampla defesa.
#OUSESABER: Recentemente, o Plenário do STF, por maioria, julgou improcedente pedido formulado na ADI-2418, constante no Informativo 824, ajuizada em face dos artigos 4º e 10 da Medida Provisória 2.102-27/2001. O art. 4º acrescentara os artigos 1º-B e 1º-C à Lei 9.494/1997. O Art. 1º-C prescreve o prazo de cinco anos para o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. A Corte asseverou também que A FIXAÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL DE 5 ANOS PARA OS PEDIDOS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS CAUSADOS POR AGENTES DE PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO E DE PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS, CONSTANTE DO ART. 1º-C DA LEI 9.494/1997, IGUALMENTE NÃO VIOLARIA DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL. A equiparação entre pessoas jurídicas de DIREITO PÚBLICO e de DIREITO PRIVADO se justificaria em razão do que disposto no § 6º do art. 37 da CF, que expressamente equipara essas entidades às pessoas de direito público relativamente ao regime de responsabilidade civil pelos atos praticados por seus agentes. Outrossim, o CC/2002 estabelecera prazo prescricional de apenas 3 anos para “a pretensão de reparação civil” (art. 206, § 3º, V). Portanto, considerando o atual estágio normativo civil, a norma atacada, antes de beneficiar, seria, na verdade, desvantajosa para a Fazenda Pública e as empresas concessionárias de serviço público. Vide: ADI 2418/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 4.5.2016.
5.6. Responsabilidade por ATOS LEGISLATIVOS:
A MODERNA DOUTRINA admite a responsabilidade nos casos de 
•	LEIS DE EFEITO CONCRETO 
•	OMISSÃO LEGISLATIVA (quando foge dos padrões de razoabilidade)
•	Nos casos de LEIS DECLARADAS INCONSTITUCIONAIS em controle concentrado.
A)	Leis inconstitucionais:
Enfoque inteiramente diverso é o que diz respeito à produção de leis inconstitucionais. (...) Desse modo, é plenamente admissível que, se o dano surge em decorrência de lei inconstitucional, a qual evidentemente reflete atuação indevida do órgão legislativo, não pode o Estado simplesmente eximir-se da obrigação de repará-lo, porque nessa hipótese configurada estará a sua responsabilidade civil. (J.S., citando um precedente do STF: RE 158.962, Rel. Min. Celso de Mello, in RDA 191)
	No mesmo sentido: Diógenes Gasparini;
	Contra: Hely Lopes Meirelles
O STJ no RESP 593.522/SP, rel. Eliana Calmon entendeu que somente cabe responsabilidade do Estado por ato do legislativo quando a lei for declarada inconstitucional pelo STF em sede de controle concentrado (INf. 297, 18 a 22/09/2007).
Ressalte-se, porém, que há doutrina no sentido de que mesmo a declaração incidental de inconstitucionalidade enseja a responsabilidade do Estado, já que também resta caracterizado o erro legislativo. 
5.7. Responsabilidade por ATOS JUDICIAIS
No que concerne aos atos administrativos (ou atos judiciários), incide normalmente sobre eles a responsabilidade civil objetiva do Estado, desde que, é lógico, presentes os pressupostos de sua configuração. Enquadram-se aqui os atos de todos os órgãos de apoio administrativo e judicial do Poder Judiciário (...)
Os atos jurisdicionais, já antecipamos, são aqueles praticados pelos magistrados no exercício da respectiva função. São, afinal, os atos processuais caracterizadores da função jurisdicional. (...) Não obstante, é relevante desde já consignar que, tanto quanto os atos legislativos, os atos jurisdicionais típicos são, em princípio, insuscetíveis de redundar na responsabilidade civil do Estado. (J.S)
Marcelo Alexandrino, na obra citada, defende que a regra para os atos tipicamente jurisdicionais é a irresponsabilidade Estatal, o que decorre do principio da livre convicção do magistrado.
No que tange aos atos administrativos praticados pelo Judiciário incide a regra geral de responsabilidade objetiva.
Em relação à área criminal, a CF art. 5º, LXXV, garante a indenização ao condenado por erro judiciário. Ainda que esse erro seja decorrente de culpa. Regra esta não extensiva à seara cível. Somente caberá responsabilização REGRESSIVA ao JUIZ, caso reste comprovado que este agiu com DOLO no exercício da função (NCPC, art. 143).
É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. Dito de outro modo, se o Poder Público sofreu um dano ao erário decorrente de um ilícito civil e deseja ser ressarcido, ele deverá ajuizar a ação no prazo prescricional previsto em lei. Vale ressaltar, entretanto, que essa tese não alcança prejuízos que decorram de ato de improbidade administrativa que, até o momento, continuam sendo considerados imprescritíveis (art. 37, § 5º). STF. Plenário. RE 669069/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 3/2/2016 (repercussão geral) (Info 813)
As ações propostas pelo Estado buscando o ressarcimento ao erário decorrente de ilícito civil são prescritíveis. A pergunta que surge em seguida é: qual o prazo prescricional? Este é um debate que ainda vai se acirrar bastante. Por enquanto, temos duas correntes: • 3 anos, com base no art. 206, § 3º, V, do CC (prescreve em três anos a pretensão de reparação civil); • 5 anos, aplicando-se, com base no princípio da isonomia, o prazo trazido pelo Decreto 20.910/32. Este dispositivo prevê que o prazo prescricional para ações propostas contra a Fazenda Pública é de cinco anos. Logo, o mesmo prazo deveria ser aplicado para as ações ajuizadas pela Fazenda Pública. Prazo de 3 anos: acórdão mantido pelo STF No julgamento acima explicado, o Tribunal de origem adotou a 1ª corrente (prazo de 3 anos) e o STF manteve a decisão. Vale ressaltar, no entanto, que o objeto do recurso extraordinário não era esse, de forma que a questão ainda se encontra em aberto na Corte. Penso que não é possível afirmar ainda que se trata da posição do STF. No entanto, como foi trazido no Informativo, poderá ser cobrado nas provas. Fique atento com o enunciado da questão ("segundo o STF" ou "segundo o STJ"). Prazo de 5 anos: posição pacífica do STJ (...) 4. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que a prescrição contra a Fazenda Pública é quinquenal, mesmo em ações indenizatórias, uma vez que é regida pelo Decreto 20.910/32, norma especial que prevalece sobre lei geral. (...) 5. O STJ tem entendimento jurisprudencial no sentido de que o prazo prescricional da Fazenda Pública deve ser o mesmo prazo previsto no Decreto 20.910/32, em razão do princípio da isonomia. (...) (STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 768.400/DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 03/11/2015)
6. JULGADOS DIVERSOS EM TEMA DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO:
#DEOLHONOSJULGADOS
*(Atualizado em 08.04.2020). #DIZERODIREITO #STJ: A União, na condição de acionista controladora da Petrobras, não pode ser submetida à cláusula compromissória arbitral prevista no Estatuto Social da Companhia, seja em razão da ausência de lei autorizativa, seja em razão do próprio conteúdo da norma estatutária. Caso concreto: um grupo de acionistas da Petrobrás formulou requerimento para instauração de procedimento arbitral perante a Câmara de Arbitragem do Mercado (CAM-BOVESPA) contra a União e a Petrobrás, no qual pedem o ressarcimento pelos prejuízos decorrentes da desvalorização dos ativos da Petrobras, em razão dos desgastes oriundos

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