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Multiculturalismo Boaventura de Sousa Santos

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Direitos Humanos: linguagem da política progressista
São invocados para preencher o vazio deixado pelo socialismo.
Três tensões dialéticas: regulação social x emancipação social; Estado x sociedade civil; Estado nação x globalização. 
A política dos direitos humanos é uma política cultural (não é possível haver uma política cultural e global ao mesmo tempo, afinal, a cultura é algo muito particular de cada povo e nação.)
Globalização: envolve conflitos (vencedores e vencidos). A história acaba sendo contada apenas do ponto de vista dos vencedores, muitas vezes os derrotados desaparecem.
Globalização, para Boaventura de Sousa Santos: “processo pelo qual determinada condição ou entidade local estende a sua influência a todo globo e, ao fazê-lo, desenvolve a capacidade de designar como local outra condição social ou entidade rival”. 
Não existe condição global para a qual não consigamos encontrar uma raiz local, uma imersão cultural específica. 
A globalização pressupõe a localização. 
O discurso científico hegemônico tende a privilegiar a história do mundo na versão dos vencedores.
Formas de globalização: localismo globalizado (determinado fenômeno local é globalizado com sucesso; globalismo localizado (impacto específico de práticas transnacionais nas condições locais, as quais são reestruturadas de modo a responder a estas práticas); cosmopolitismo (as localidades hegemônicas permitem às nações subordinadas a oportunidade de se organizarem em defesa de seus interesses comuns); patrimônios comuns da humanidade (temas que só fazem sentido quando reportados ao globo como totalidade, tem sofrido ataques de países hegemônicos, como os EUA).
Globalização Hegemônica x Globalização Contra-Hegemônica
Enquanto forem concebidos como universais, os Direitos Humanos serão um localismo globalizado. (Como arma do ocidente contra o resto do mundo.) 
Multiculturalismo: pré condição de uma relação equilibrada e mutuamente potenciadora entre a competência global e a legitimidade local. 
Os direitos humanos não são universais na sua aplicação. 
A questão da universalidade é uma questão particular, específica da cultura Ocidental. 
Direitos Humanos: conjunto de pressupostos tipicamente ocidentais. 
Existe uma marca ocidental-liberal muito forte na história dos Direitos Humanos (Declaração de 1948 foi elaborada sem a participação da maioria dos povos do mundo)
Necessária uma transformação de Direitos Humanos como localismo globalizado para cosmopolitismo.
Uma das premissas: todas as culturas são incompletas e problemáticas nas suas concepções de dignidade humana. Isso provém da pluralidade de culturas existentes.
Todas as culturas têm uma versão diferente de dignidade humana, algumas mais amplas que outras. 
Hermenêutica Diatópica é reconhecimento de incompletudes mútuas através de um diálogo que se desenrola, por assim dizer, com um pé numa cultura e outro, noutra; é condição essencial de um diálogo intercultural.

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