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Circulação Atmosferica Prof. MSc. Ricardo Rodrigues Escalas do Movimento Atmosférico • A atmosfera está em constante movimento. • O movimento atmosférico é a soma de dois principais componentes: o Movimento em relação a superfície da Terra , i.é, os ventos; o Movimento em conjunto com a Terra, ao girar em torno do seu eixo. • Esse segundo movimento exerce importantes efeitos sobre a direção dos ventos em relação a Terra. Escalas do Movimento Atmosférico • Há duas dimensões para o movimento da atmosfera em relação a superfície da Terra – a dimensão horizontal e vertical. • O próprio movimento ocorre em diferentes escalas temporais e espaciais. Escalas do Movimento Atmosférico • A causa básica e fundamental do movimento atmosférico, horizontal ou vertical, é o desequilíbrio da radiação líquida, na umidade e no momentum entre: • as baixas e as altas latitudes; • a superfície da Terra e a atmosfera. Escalas do Movimento Atmosférico • Outros fatores que influenciam a circulação da atmosfera são: o A topografia; o A distribuição das superfícies continentais e oceânicas; o As correntes oceânicas. Escalas do Movimento Atmosférico • As três principais escalas dos sistemas de movimentos meteorológicos são: Sistema de Circulação Escala Horizontal (km) Escala Vertical (km) Escala de Tempo (horas) Macroescala 1 - Ondulações planetárias 5x103 10 2x102 a 4x102 2 - Perturbações sinóticas 5x102 a 2x103 10 10-2 Fenômenos em Mesoescala 1 – 102 1 – 10 1 – 10 Fenômenos em Microescala Menor que 10-1 Menor que 10-2 10-2 – 10-1 Escalas do Movimento Atmosférico • Dando ênfase aos sistemas climáticos dentro da atmosfera e as várias escalas de área e de tempo nas quais ocorrem. • Uma classificação pode ser feita a respeito do movimento atmosférico ou da circulação. • Assim, temos circulações atmosféricas primárias, secundárias e terciárias em ordem crescente de grandeza, tanto em suas escalas de tempo quanto de área. Escalas do Movimento Atmosférico • A circulação primária é a circulação geral da atmosfera descrita por Barry e Chorley (1976) como sendo os padrões em larga escala, ou globais, de vento e pressão que se mantêm ao longo do ano ou se repetem sazonalmente. • É a circulação geral que realmente determina o padrão dos climas do mundo. Escalas do Movimento Atmosférico • Inseridos dentro da circulação geral estão os sistemas circulatórios secundários, tais como os anticiclones das latitudes médias e as várias perturbações tropicais. • Comparados à circulação geral da atmosfera, esses sistemas circulatórios são de existência relativamente breve e se movem muito rapidamente. Escalas do Movimento Atmosférico • Os sistemas de circulação terciária consistem principalmente de sistemas de ventos locais, tais como as brisas terrestre e marítimas. • Estes sistemas circulatórios são precisamente localizados, sendo amplamente controlados por fatores locais, e seus períodos de existência são relativamente mais curtos que os sistemas secundários de circulação. Leis do Movimento Horizontal • Há quatro principais fatores que controlam o movimento horizontal do ar próximo à superfície terrestre. • São esse: o A força de gradiente de pressão o A força de Coríolis; o A aceleração centrípeta e; o A força de fricção. Leis do Movimento Horizontal • A causa principal do movimento do ar é o desenvolvimento e a manutenção de um gradiente de pressão horizontal, que funciona como a força motivadora para o ar se movimentar de áreas de alta pressão para áreas de menor pressão. • Diferenças horizontais na pressão são criadas por fatores térmicos e/ou mecânicos. Movimento vertical de larga escala na atmosfera • Os movimentos verticais dentro da atmosfera ocorrem em duas escalas principais: o Larga escala o Pequena escala Movimento vertical de larga escala na atmosfera • O movimento vertical em larga escala ocorre sobre grandes áreas de vários milhares de quilômetros quadrados numa escala de tempo de poucos metros por segundo. • O movimento vertical em pequena escala ocorre sobre áreas de poucas centenas de quilômetros quadrados com uma escala temporal de 1-30 metros por segundo. Movimento vertical de larga escala na atmosfera • Os dois tipos de movimentos verticais são diferentes porque são causados por diferentes mecanismos. o Os movimentos de pequena escala são geralmente induzidos diretamente pela superfície da Terra e sua continuação depende da estrutura térmica e da umidade da atmosfera sobre ela. o Os movimentos de larga escala são induzidos tanto mecânica quanto termalmente, ou pela combinação dos dois processos. Movimento vertical de larga escala na atmosfera • A ascensão ou a descida do ar ocorre basicamente em resposta a fatores dinâmicos, que estão relacionados ao fluxo horizontal. • O movimento vertical do ar em larga escala é somente afetado de modo secundário pela estabilidade da massa de ar. Movimento vertical de larga escala na atmosfera • Se numa unidade de volume de ar sai mais ar do que entra, devido a aceleração local, há uma perda de massa naquele volume, e isto é conhecido como divergência. • Se, por outro lado, há desaceleração no fluxo horizontal, o ar se acumula no volume e ocorrerá a convergência. • Se a divergência sobrepõe-se à convergência há subsidência, mas se a convergência sobrepõe à divergência, ocorre a elevação. Movimento vertical de larga escala na atmosfera Superfície CONVERGÊNCIA CONVERGÊNCIA DIVERGÊNCIA DIVERGÊNCIA Nível médio não – divergência (cerca de 600 mb) BAIXA PRESSÃO ALTA PRESSÃO Movimento vertical de larga escala na atmosfera • A convergência e a divergência podem também ser induzidas pelas formas topográficas de larga escala (montanhas) ou até mesmo pelo limite terra/oceano. • A convergência e a divergência são, geralmente, fenômenos dinâmicos da atmosfera livre bem acima da camada basal da atmosfera. Circulação Geral da Atmosfera • O objetivo do estudo da circulação da atmosfera em escala planetária consiste em compreender os mecanismos físicos que asseguram a manutenção do equilíbrio energético. • O principal problema inerente aos modelos conceituais de circulação geral da atmosfera não é o de apenas justificar a existência dos ventos dominantes, mas fazê-lo explicar como acontece o transporte meridional de energia e de quantidade de movimento angular, necessários à manutenção do equilíbrio energético do sistema superfície-atmosfera Circulação Geral da Atmosfera • Apesar de sua aparente imprevisibilidade, o vento traduz uma contínua movimentação da atmosfera, resultante da circulação de massas de ar provocada pela energia radiante do Sol e pela rotação da Terra. • Entre os principais mecanismos atuantes, destaca-se: o o aquecimento desigual da superfície terrestre, que ocorre: • tanto em escala global (latitudes e ciclo dia-noite); • quanto local (mar-terra, montanha-vale). • Assim, é natural que as velocidades e direções de vento apresentem tendências diurnas e sazonais. Circulação Geral da Atmosfera • Uma das primeiras contribuições ao modelo clássico de circulação geral é de George Hadley, em 1735. • Hadley estava ciente de que a energia solar impulsiona os ventos. • O aquecimento desigual da Terra faria o ar se mover para equilibrar as desigualdades. • Hadley sugeriu que: sobre a Terra sem rotação o movimento do ar teria a forma de uma grande célula de convecção em cada hemisfério. Circulação Geral da Atmosfera • A circulação global seria muito simples (e as condições meteorológicas monótonas): • Se a Terra não rodasse; • Se oeixo de rotação fosse perpendicular ao plano orbital da Terra em torno do Sol. Circulação Geral da Atmosfera Circulação Geral da Atmosfera • O ar equatorial mais aquecido subiria e se deslocaria para os pólos. • Eventualmente esta corrente em alto nível atingiria os pólos, onde ela desceria, se espalharia na superfície e retornaria ao equador. • Quando o ar polar se aproximasse do equador, se aqueceria e subiria novamente. • Portanto, a circulação proposta por Hadley para uma Terra sem rotação: o tem ar superior indo para os pólos e, o ar na superfície indo para o equador. Circulação Geral da Atmosfera • Na década de 1920 foi proposto um sistema de três células de circulação em cada hemisfério. • Na zona entre o equador e aproximadamente 30° de latitude forma a chamada célula de Hadley. • Quando a circulação em alto nível se dirige para os pólos, ela começa a subsidir numa zona entre 20° e 35° de latitude. • Os ventos são geralmente fracos próximos as zonas de alta pressão subtropicais, no Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul. Circulação Geral da Atmosfera • O vento para o equador é desviado pela força de Coríolis, adquirindo um componente para oeste, formando os ventos alísios. • No Hemisfério Norte - os alísios vem de nordeste. • No Hemisfério Sul – os alísios vem de sudeste • Encontrando-se próximo ao equador, que constitui a zona de baixa pressão equatorial ou a Zona de Convergência Intertropical. Circulação Geral da Atmosfera • A célula da circulação entre 30° e 60° de latitude é oposta à da célula de Hadley. • Devido à força de Coríolis, os ventos tem um forte componente de oeste, formando os ventos de oeste em latitudes médias, que são mais variáveis que os ventos alísios. • A circulação em altitude nas latitudes médias é dirigida para o equador, e, portanto, a força de Coríolis produziria um vento de leste. Circulação Geral da Atmosfera • A célula da circulação entre 30° e 60° de latitude é oposta à da célula de Hadley. • Devido à força de Coríolis, os ventos tem um forte componente de oeste, formando os ventos de oeste em latitudes médias, que são mais variáveis que os ventos alísios. • A circulação em altitude nas latitudes médias é dirigida para o equador, e, portanto, a força de Coríolis produziria um vento de leste. Circulação Geral da Atmosfera • Acredita-se que a subsidência nas proximidades dos pólos produz uma corrente superficial em direção ao equador, que é desviada, formando os ventos polares de leste, em ambos os hemisférios. Circulação Geral da Atmosfera • 1. Célula Tropical (célula de Hadley): – Nas baixas latitudes • O movimento do ar para o equador com o aquecimento, ascende verticalmente, com movimento no sentido dos pólos nos níveis superiores da Atmosfera. • Esta circulação forma a célula convectiva que domina o clima tropical e sub-tropical. Circulação Geral da Atmosfera • 2. Célula das latitudes médias (célula de Ferrel): – É uma célula de circulação atmosférica média nas latitudes médias, denominada por Ferrel no século XIX. – Nesta célula, o ar mover-se para os pólos e para o Leste junto à superfície e no sentido do equador e para Oeste nos níveis mais altos. Circulação Geral da Atmosfera • 3. Célula Polar: – O ar sobe, diverge, e desloca-se para os pólos. – Uma vez sobre os pólos, o ar desce, formando as altas pressões polares. – À superfície o diverge para o exterior da região de alta pressão. – Ventos de superfície na célula polar são para Leste (ventos polares de Oeste). Circulação Geral da Atmosfera • Zonas de Alta e Baixa Pressão: – A circulação planetária é acompanhada por uma distribuição compatível de pressão na superfície, com faixas zonais de alta e baixa pressão. Circulação Geral da Atmosfera • Zonas de Alta e Baixa Pressão: – Na região em torno de 50° a 60° de latitude, na zona da frente polar, os ventos polares de leste e os ventos de oeste de latitudes médias formam a zona de convergência conhecida como baixa subpolar. – Finalmente, junto dos pólos estão as altas polares das quais se originam os ventos polares de leste. Referencias Bibliográficas • Mendonça, F., Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Texto, 2007 - INBN: 978-85-86238- 54-3 • Varejão-Silva, Mário Adelmo. , Meteorologia e Climatologia. Brasília: INMET, Gráfica Editora Pax, 532p.: Il. 2001.
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