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CASOS CONCRETOS

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CASOS CONCRETOS
AULA – 1.
Caso Concreto – 1:
João, pai de Maria e Clara (concebidas naturalmente e nascidas respectivamente em 05 de janeiro de 1980 e 10 de maio de 1985), adotou em 03 de setembro de 1988 José, que já tinha 06 anos de idade. João sofreu grave acidente automobilístico o que o levou a óbito em 1º de outubro de 1988. Pergunta-se: Maria, Clara e José terão exatamente os mesmos direitos sucessórios? Explique sua resposta.
	Não. Maria, Clara e José não terão os mesmos direitos sucessórios, porque José é proveniente de adoção.
O direito sucessório de José está vinculado à paternidade biológica. A ordem da vocação hereditária introduzida no Código Civil de 2002 não se aplica a sucessões abertas antes da sua vigência.
Caso Concreto – 2:
Mauro é casado no regime de comunhão universal de bens, com quem tem uma filha Andréia e possui R$ 100.000,00 (cem mil reais) de patrimônio. Querendo instituir Lúcia sua herdeira necessária, Mauro poderia dispor da integralidade de seu patrimônio? Justifique sua resposta. 
Não. A lei diz quem são os herdeiros necessários, e havendo herdeiro necessário, limita a disponibilidade patrimonial, por isso, Mauro não poderá instituir Lúcia como sua herdeira necessária. 
Caso Concreto – 3:
(OAB-PR 2007) Ana e Luiza eram, respectivamente, mãe e filha. No dia 23 de março de 2007 sofreram um acidente de automóvel, morrendo instantaneamente. A perícia não foi capaz de identificar qual delas faleceu primeiro (Comoriência). Luiza era casada com Cláudio pelo regime da comunhão universal de bens e não tinha descendentes. Ana era viúva. Além de Luiza, Ana era mãe de Daniela.
Luiza não deixou bens. Seu marido Cláudio também não é proprietário de bens. Ana deixou um patrimônio líquido no valor de 1 milhão de reais. Cláudio procura Daniela e afirma que tem direito a 500 mil reais do patrimônio deixado por Ana. Justifica sua afirmação alegando que, como viúvo da herdeira Luiza, tem direito a 250 mil reais a título de meação, ante o regime da comunhão universal de bens, e a outros 250 mil reais a título de herança, no exercício do direito de representação. Pergunta-se: as alegações de Cláudio estão corretas? Justifique e fundamente a sua resposta.
	As alegações de Cláudio não estão corretas. Com a morte de Ana e Luiza simultaneamente (comoriência), Daniela torna se herdeira única (artigo 1829, I, do Código Civil). 
No caso em tela, não há direito de representação em favor do cônjuge (artigo 1851, do Código Civil).
AULA – 2.
Caso Concreto – 1:
Reginaldo morreu em 20/09/2009 deixando como único herdeiro (universal) seu filho Marcelo. Ao morrer Reginaldo possuía um único veículo avaliado em R$ 10.000,00 (dez mil reais), uma casa em Cascavel no valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) e uma dívida em uma conta corrente da qual era titular que já chega a R$ 130.000,00 (cento e trinta mil reais). Marcelo, após a abertura do inventário de seu pai é surpreendido com cobrança proposta pelo banco exigindo o pagamento dos R$ 130.000,00 (centro e trinta mil reais) com juros e correção monetária. Preocupado com a situação Marcelo lhe procura e pergunta se é obrigada a pagar a dívida toda deixada por seu pai. Explique sua resposta.
Marcelo não é obrigado pagar a divida com o seu patrimônio pessoal, mas sim com as forças da herança.
A responsabilidade do herdeiro se limita ao quinhão que ele tem na herança, portanto, a dívida do espolio deve ser paga com a força da herança.
Caso Concreto – 2:
Renato tem duas filhas e em 06 de outubro de 2010 realiza testamento deixando a totalidade de seus bens da parte disponível para eventuais filhos que suas filhas tiverem. Pergunta-se: 
1) Considerando-se a ordem de vocação hereditária é possível instituir herdeiro a prole eventual? Explique sua resposta.
Sim, desde que o herdeiro esteja vivo na abertura das sucessões – “Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão” (artigo 1799, I, do Código Civil).
2) A quem caberá a administração desses bens enquanto não houver filhos? Explique sua resposta. 
A administração dos bens deixados ficará a cargo do curador nomeado pelo juiz – “… os bens da herança serão confiados, após a liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz” (artigo 1800, do Código Civil).
3) Renato faleceu em 10 de janeiro de 2011 e sua filha Júlia tem seu um filho em 15 de maio de 2014. O filho de Júlia pode exigir a sua parte da herança deixada em testamento pelo avô? Explique sua resposta.
Não. Para ser herdeiro o seu nascimento deveria ter ocorrido até dois anos depois da abertura de sucessão, ou seja, no dia 10 de janeiro de 2013 – “Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperando, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos” (artigo 1800, § 4º, do Código Civil).
AULA – 3.
Caso Concreto – 1:
Maria é filha de Luiza que foi criada por sua avó desde tenra idade em virtude de abandono da sua mãe. No entanto, sua avó nunca pediu judicialmente a destituição do poder familiar e, tão pouco, reconheceu Maria como sua filha. No dia 30 de maio de 2010 Maria recebe a notícia que a sua mãe faleceu, deixando bens e que é a única herdeira. Pergunta-se:
a) Maria é obrigada a aceitar a herança? Explique sua resposta. 
Não, mas uma vez aceitando não poderá renuncia – “São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança” (artigo 1812, do Código Civil).
b) Maria aceitou a herança, mas antes de finalizado o inventário, está arrependida, pois não quer ser possuidora de nada que tenha sido da sua mãe que lhe abandonou. Maria pode revogar a aceitação? Explique sua resposta.
Não, aceitação e renuncia de herança são irrevogáveis. Ela pode fazer uma renuncia translativa em favor de alguém que esteja dentro da sucessão (artigo 1812, do Código Civil).
AULA – 4.
Caso Concreto – 1: (caiu na AV2)
João, funcionário público, viúvo, tem três filhos solteiros: Juca, Júlio e Jefferson e duas netas: Juliana filha de Juca e Josefa filha de Júlio. Em 20/03/10 João faleceu em virtude de enfarto ocorrido após séria e acalorada discussão com seu filho Júlio além de dirigir-lhe ofensas e palavras pejorativas, afirmou, a quem quisesse ouvir, ser parte do patrimônio do pai adquirido com dinheiro decorrente de subornos recebidos no exercício de suas funções públicas. Após o enterro, Júlio procura os irmãos, pede desculpas pelos seus atos e informa que está abrindo o inventário de seu pai. Jefferson nada opõe, afirmando ter sido uma fatalidade. Juca, indignado, informa que está tomando as providências para propor ação criminal contra o irmão pelas ofensas dirigidas ao seu pai e informa que não pode o irmão ser herdeiro uma vez que conhecedor da frágil saúde de seu pai e da sua obstinação pela honestidade provocou intencionalmente a sua morte, imputando-lhe falsamente crime e lhe ofendendo a fama. Pergunta-se:
1) Uma vez que Júlio abriu o inventário pode seu irmão Juca se opor à sua participação na herança? Explique sua resposta. 
Sim. A abertura do inventário por Júlio não impede que Juca requeira a declaração de indignidade do seu irmão, tendo em vista a calunia que ele levantou contra o autor da herança – “que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra…” (artigo 1814, II, do Código Civil).
2) Sendo Júlio excluído da sucessão, Josefa seria herdeira de seu avô? Explique sua resposta. 
Sendo procedente a ação proposta por Juca, e Júlio excluído da sucessão, sua filha Josefa herdará por representação como se seu pai (Júlio) tivesse morrido antes da abertura da sucessão (artigos 1816, 1851, do Código Civil).
AULA – 5.
Caso Concreto – 1:
José é filho de Cláudia e apenas em maio de 2014, quando em seu leito de morte e ele já com 28 anos, sua mãe resolveu lhe contar quem era seu pai. Ao procurar por seu pai Lucas, José descobre que ele era viúvo e prósperoempresário, mas que ele faleceu em 12 janeiro de 2003, deixando outros dois filhos. José, então, procura advogado uma vez que não só pretende que Lucas seja declarado seu pai, bem como, deseja participar da herança. José pode propor a ação de investigação de paternidade e ainda participar da herança deixada pelo suposto pai? Justifique sua resposta.
Sim. “É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a petição de herança” (Sumula 149 STF). 
Se José for reconhecido filho de Lucas, ele poderá participar da herança deixada e repartida entre os outros dois filhos.
Caso Concreto – 2:
Jorge é casado com Lúcia pelo regime de comunhão parcial e com ela teve um filho Roberto. De um casamento anterior Jorge teve outro filho Carlos, que lhe deu dois netos Júlio e Juliana. Carlos morreu em 15 de dezembro de 2007. Jorge faleceu em maio de 2011 deixando uma casa em Curitiba que lhe fora doada por seu pai e uma casa na praia adquirida na constância do casamento com Lúcia. Responda: 
1) Quem são os sucessores de Jorge? Explique sua resposta.
Lucia (cônjuge), Roberto (filho), Julia e Juliana (netas) conforme artigo 1829, do Código Civil. 
2) A que título esses herdeiros sucedem? Explique sua resposta.
Título de herdeiros necessários (artigo 1845, do Código Civil).
3) Lúcia concorrerá com os herdeiros? Explique sua resposta, indicando qual a quota de cada um.
Sim. Lúcia herdará por meeira (50%) da casa de praia, Roberto 25% da casa de praia, Júlia e Juliana por representação herdaram 12,5% cada da casa de praia. Em relação ao bem particular (casa recebida pela doação), Lúcia e os demais herdeiros, ficaram com 1/3 cada.
AULA – 6.
Caso Concreto – 1:
Carlos Alberto, solteiro, faleceu em 15 de agosto de 2010. No momento de seu falecimento Carlo Alberto não tinha filhos, seu pai já era falecido, restando-lhe na linha ascendente apenas sua mãe e os avós paternos. Pergunta-se: quem é herdeiro de Carlos Alberto e como a herança deve ser repartida? Explique sua resposta.
Apenas sua mãe herda 100%, neste caso, não há de falar em direito de representação na linha ascendente – “Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente; Na Classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linha; O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente” (artigos 1836, I; e 1852, do Código Civil).
Caso Concreto – 2:
Carolina, viúva, tem três irmãs Carla, Camila e Cassyana e três sobrinhos filhos de Camila que faleceu em outubro de 2007. Carolina, após anos de tratamento contra um câncer, morre em fevereiro de 2011. Sendo ela viúva e não tendo filhos, a quem caberá a sua herança? Explique sua resposta. 
A herança deverá ser repartida entre Carla, Cassyana e os três sobrinhos. Carla e Cassyana herdaram 1/3 cada, e os três sobrinhos herdeiros por representação de Camila com 1/3 para ser dividido entre os três (artigo 1829, do Código Civil).
AULA – 7:
Caso Concreto 1
Leandro, viúvo, pai de Lucas e Luciano. Lucas é pai de Ariel, Antônio e Amanda. Luciano é pai de Tomás. Lucas morreu em acidente de trânsito em 20 e maio de 2011. Seu pai, ao receber a notícia, sofreu enfarto fulminante ao receber a notícia e morreu em 21 de maio de 2011. Pergunta-se:
Como deve ser distribuída a herança de Leandro e a que título seus sucessores a recebem?
50% da herança deveram ser herdados por representação pelos filhos de Lucas – “Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia se vivo fosse” (artigo 1851, do Código Civil).
50% será herdado por Luciano na ordem dos descendentes – “A sucessão legítima defere-se na ordem dos descendentes…” (artigo 1829, I, Código Civil). 
Como seria distribuída a herança se Luciano tivesse falecido em 2008? A que título seus sucessores a receberiam?
Por direito próprio cada um dos netos herdaria 25% (artigo 1851, do Código Civil).
AULA – 8:
Caso Concreto 1
(TJAL – adaptada) Maria casou-se com José em 20/12/1978, pelo regime de comunhão parcial de bens, com quem teve dois filhos, mas, por testamento cerrado, José reconheceu um filho que teve com outra mulher, embora já casado com Maria. À época em que José realizou o testamento o casal já possuía grande patrimônio. José faleceu em 15/06/2003. Pergunta-se:
a) O que é testamento cerrado?
Testamento Cerrado é o escrito pelo próprio testador, ou por outra pessoa ao seu pedido, e por aquele assinado, sendo aprovado pelo tabelião ou substituto legal será válido em presença de duas testemunhas idôneas (artigo 1.868, do Código Civil).
b) Quais são os seus requisitos de validade e de formalidade?
Os requisitos são: ser entregue pelo testador ao tabelião na presença de duas testemunhas; o testador declarar que aquele é o seu testamento e quer que seja aprovado; que o tabelião leia e aprove na presença de duas testemunhas; e que seja assinado pelo tabelião no auto da aprovação, pelas testemunhas e pelo testador (incisos I – IV, do artigo 1.868, do Código Civil).
c) O reconhecimento de filhos pode ser feito por testamento cerrado? Justifique.
Sim, o reconhecimento de filhos pode ser feito por testamento, ainda que incidentalmente manifestado (artigo 1.609, III, do Código Civil).
d) Como serão distribuídas as cotas da herança deixada por José? Explique.
Por meação Maria 50% dos bens adquiridos na constância do seu casamento com José; dos outro 50% restantes será divido em partes iguais entre Maria e os três filhos (artigo 1.829, I, do Código Civil).
e) O testamento poderia ter sido revogado por José?
Sim. O testamento pode ser revogado pelo mesmo modo e forma como pode ser feito (artigo 1.969, do Código Civil), mas o reconhecimento do filho no testamento é irrevogável (artigo 1.610, do Código Civil).
f) Maria ou um de seus filhos pode impugnar o testamento? Explique e, em caso positivo, destaque o prazo decadencial. 
Sim, a impugnação pode ser feita por qualquer um dos herdeiros, desde que demonstrem os motivos que revele a incapacidade do testador no momento do registro do testamento, isto em até 5 (cinco) anos contados da data do registro (artigo 1.859, do Código Civil).
Caso Concreto 2
João, solteiro e bastante debilitado por um câncer que dia a dia lhe retirava a vida requer à sua enfermeira que escreva seu testamento, estando presentes durante todo ato de elaboração e leitura do documento Carla e Camila, amigas do testador; Mário, seu médico; Milena e Jorge auxiliares do hospital. João que não tem ascendente nem descendentes vivos, por isso, resolve deixar toda a sua fortuna ao sobrinho Luiz. Após a morte de João seu único irmão Valter ingressa com ação de impugnação do testamento afirmando que João era incapaz no momento em que pediu que lhe redigissem o documento.  Valter tem razão? Justifique a sua resposta.
Valter não tem razão. O fato de João estar acometido de doença grave, que lhe reduz a capacidade de escrever não é suficiente para alegar a sua incapacidade para testar. Tendo como prova, as testemunhas acompanharam todos os atos do testamento, por isso, o testamento será válido.
AULA – 9:
Caso Concreto 1
Em 18/06/2010 noticiou-se no site G1: “Mulher deixa herança de R$ 21 milhões para cachorros – Filho de milionária herdou apenas R$ 1,7 milhão. A cachorra Conchita foi a mais sortuda dos herdeiros”. “Os cachorros de uma milionária americana herdaram R$ 21 milhões com sua morte. A mulher deixou apenas R$ 1,7 milhão para o filho, que entrou na Justiça por se sentir lesado. Posner morreu aos 67 anos e deixou uma fortuna em dinheiro e uma casa para seus três cachorros. Uma outra parte da herança foi destinada para os funcionários da mansão em Miami. Eles terão acomodação e salário garantidos enquanto estiverem cuidando dos animais. Bret Carr, filho da milionária, ficou com apenas R$ 1,7milhão. Revoltado, ele entrou na Justiça alegando que um dos assessores da mãe a forçou a deixar a maior parte do dinheiro para oscães. Uma Chihuahua chamada Conchita foi a mais agraciada com a morte da mulher. A cachorra tem colares de pérola, um closet repleto de roupas e visita spas para relaxar em seu próprio Cadillac”. Pergunta-se: Se o testamento tivesse sido realizado no Brasil a deixa testamentária estaria correta? Explique sua resposta.
O direito brasileiro não permite que coisas ou animais sejam beneficiados em testamentos. 
Além disso, o caso em tela apresenta um herdeiro necessário, e não há causa de indignidade para impedi-lo a ter direito a 50% do patrimônio de sua mãe (artigos 1.814, 1.829, 1.845 do Código Civil).
Se a intenção da testadora fosse beneficiar os cachorros, ela deveria nomeado um dos seus funcionários como herdeiro dando lhe a responsabilidade de cuidar dos cães até o fim de suas vidas (artigo 1.897, do Código Civil).
Caso Concreto 2
Lucas, empresário de sucesso, ao realizar o testamento sobre a parte disponível de seu patrimônio, designou como beneficiada de sua casa na praia sua sobrinha Ana. Após a abertura da sucessão, verificou-se que Lucas possuía duas sobrinhas: Ana Luiza e Ana Marta. Como determinar a quem Lucas realizou a deixa testamentária? Justifique sua resposta.
Para se verificar a real intenção de Lucas o juiz deverá se valer de outros elementos probatórios que permitam inferir a sua vontade. Na interpretação dos testamentos o juiz deverá analisar elementos extrínsecos que sejam capazes de identificar qual a verdadeira intenção do testador (artigo 1.899, do Código Civil). 
Caso não seja possível identificar qual seria verdadeira beneficiária, a casa deverá ser partilhada proporcionalmente entre as duas sobrinhas, isso por analogia (artigo 142, do Código Civil).
AULA – 10:
Caso Concreto 1
Daniel é apaixonado por carros, sabendo que sua sobrinha Ana Luiza compartilha da mesma paixão, deixa a ela um legado que consiste em um carro vermelho. Morto o legante, suas filhas abrem o testamento e verificam que no momento da abertura da sucessão na coleção de carro de seu pai não existe nenhum carro vermelho. Em virtude dessa constatação pleiteiam a nulidade da deixa testamentária, uma vez que afirmam, o testamento está a legar algo que não pertencia ao testador. Ana Luiza não concorda com esses fundamentos e requerer o cumprimento do legado. Quais seriam os motivos arguidos por Ana Luiza para fundamentar seu direito? Quem tem razão as herdeiras ou a sobrinha? Fundamente sua resposta identificando se há solidariedade entre as herdeiras necessárias quanto ao cumprimento do legado. 
Ana Luiza fundamenta seu requerimento no fato da deixa testamentária ter sido feita em forma de legado de gênero (carro vermelho), portanto pouco importa se ele pertencia ao legante ou não no momento da abertura da sucessão. Havendo acervo sucessório suficiente, deverão as filhas do legante, realizar a aquisição do carro e sua entrega a Ana Luiza, observando o gênero e o princípio do meio-termo (artigos 1.915, 1.929, do Código Civil).
Como o testador não identificou quem deveria dar cumprimento ao legado, o encargo será transferido em igual proporção entre suas duas herdeiras necessárias, mas não há solidariedade entre elas (artigo 1.934, do Código Civil).
AULA – 11:
Caso Concreto 1
Antônio, utilizando parte disponível de seu patrimônio, nomeou como herdeiro testamentário o primeiro filho que Maria vier a ter. No entanto, quando este filho completar 18 anos deverá transmitir os bens confiados ao primeiro que Dante vier a ter. Pergunta-se:
1. Tratando-se de fideicomisso, poderia o fiduciário também ser prole eventual?
Não há impedimento de que o fiduciário seja também prole eventual. A única exigência que a lei faz é que o fideicomissário seja necessariamente prole eventual (artigo 1.952, do Código Civil).
2. O que ocorrerá se a sucessão for aberta antes do nascimento do filho de Maria? Explique sua resposta. 
Será necessário nomear um curador, devendo o nascimento ocorrer no máximo em 2 (dois) anos a contar da abertura da sucessão (artigo 1.800, do Código Civil). 
3. O que ocorrerá se Maria nunca tiver um filho? Explique sua resposta.
Caso Maria não tenha filhos, a herança deixada por Antônio deverá ser transmitida ao fideicomissário.
4. O que ocorrerá se além de Maria não ter filhos o fideicomissário nunca for concebido? Explique sua resposta.
Caducará o fideicomisso e os bens confiados são devolvidos aos herdeiros legítimos do testador (artigo 1.958, do Código Civil).
AULA – 12:
Caso Concreto 1
Fábio, hoje com setenta anos, há 15 está casado com Mariana, sua segunda esposa, vinte anos mais nova. Fábio não tem filhos e tão pouco tem ascendentes vivos. Há pouco mais de um ano Fábio descobriu que seu neto tem um caso amoroso com sua esposa Mariana. Já bastante doente e entristecido com a situação Fábio, silencia, mas em testamento, com fundamento no art. 1.962, III, CC, deserda seu neto, nada dispondo quanto a Mariana. Fábio morre poucos dias depois de concluir os procedimentos referentes ao testamento. Supondo que a única parente viva de Fábio seja sua outra neta Célia, que medidas poderão ela tomar para evitar que Cássio, seu irmão mais novo que tinha um caso com Mariana, participe da herança? Explique sua resposta.
O ato de deserdação se dirigiu apenas a Cassio e, portanto, só em face dele poderia Célia invocar o testamento para excluí-lo da sucessão. O ato praticado por Cássio não se enquadra na hipótese prevista do artigo 1.962, III, do Código Civil que versa apenas no relacionamento ilícito entre a madrasta e o filho do testador e não desta com o neto testador. Cássio terá direito a participar da herança concorrendo com Célia e Mariana (artigo 1.829, I, do Código Civil). Como Fábio silenciou a respeito de sua esposa e sendo o ato de deserdação um ato personalíssimo, Célia concorrerá com Mariana e Cássio na sucessão de Fábio (artigo 1.829, I, do Código Civil).
Caso Concreto 2
Roberto faleceu em 20 de dezembro de 2010 deixando um patrimônio total de R$ 120.000,00. Roberto tem duas filhas Anelise, Aline e Alberta, mas deixou em testamento sua casa de campo no valor de R$ 100.000,00 à sua amiga Helena. Anelise, Aline e Alberta indignadas com a deixa de seu pai lhe procuram para saber se poderia ter ele realizado o testamento. Explique às herdeiras as consequências dessa deixa testamentária e quais caminhos poderiam elas tomar.
A deixa testamentária, sem dúvida ultrapassou a parte disponível de Roberto que era de apenas R$ 60.000,00 (artigo 1.789, do Código Civil). 
Sendo a casa objeto do testamento indivisível e o excesso chega a mais de ¹/4 do valor da legítima o imóvel deverá permanecer na herança e a legatária Helena deverá receber das herdeiras a quantia de R$ 60.000,00 (artigo 1.968, do Código Civil). 
As herdeiras podem ingressar com ação de redução do testamento, mas serão responsáveis pelo equivalente em dinheiro.
AULA – 13:
Caso Concreto 1
Rui, casado com Amanda em regime de separação de bens faleceu ‘ab intestato’ em 20 de dezembro de 2008. Rui e Amanda tinham quatro filhos e o patrimônio deixado pelo ‘de cujus’ era composto por 3 imóveis em Curitiba, uma casa em Florianópolis, um carro (todos adquiridos onerosamente na constância do casamento), saldo de FGTS e valores em conta conjunta com sua esposa. Deixou também seguro de vida em que indicou como beneficiária sua sobrinha Aline. Pergunta-se:
1. A quem caberá à administração provisória da herança? Explique sua resposta.
Em regra a administração provisória permanece com o herdeiro que detinha sua posse na abertura da sucessão, supondo que Amanda detivesse a posse, será dela a administração provisória (artigo 1.797, do Código Civil).
2. Supondo todos capazes, quem deverá ser nomeado inventariante? Explique sua resposta.
A regra é que o cônjuge sobrevivente seja nomeado inventariante, no caso Amanda (artigo 990, do Código Processo Civil).
3. Há bens que não precisam ser inventariados? Explique sua resposta.
Apenas o seguro destinado à sobrinha não precisa ser inventariado, e os valores existentes na conta corrente,uma vez que conjunta a obrigação solidária (artigo 792, do Código Civil).
4. Qual o prazo para abertura e finalização do inventário? Supondo que o cônjuge seja domiciliado na mesma cidade em que você, haverá multa pela não observância do prazo de abertura do inventário? 
O prazo para abertura do inventário é de sessenta dias a partir da abertura da sucessão, devendo ser finalizado em doze meses. Deverá ser verificado se no estado há penalidades para a não observação do prazo de abertura e finalização do inventário (artigo 983, do Código Processo Civil). 
AULA – 14: 
Caso Concreto 1 
(OAB-PR – 2º. Exame 2005) Quando Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, percebeu que seu casamento havia se transformado em um tormento monstruoso. Por isso, no dia 12 de dezembro de 2004, deixou o lar conjugal, onde continuaram residindo sua esposa Leni e seus quatro filhos. Ocorre que, em 12 de janeiro de 2005, um mês depois da sua separação de fato, Gregor veio a falecer, deixando quatro filhos, todos havidos durante o casamento: Franz, Kafka, Frieda e Klamm. Na data do falecimento de Gregor, o patrimônio deste consistia exclusivamente em: 1) um apartamento na Rua do Castelo, no valor de R$ 100.000,00 – calculado na data do falecimento e adquirido por meio de contrato de compra e venda em 15 de dezembro de 1999; e 2) uma grande área de terras na cidade de K, no valor de R$ 100.000,00 – calculado na data do falecimento e adquirido antes do casamento com Leni, ambos os bens registrados em nome de Gregor. Na data do falecimento não havia qualquer bem adquirido em nome de Leni. Sabendo que Gregor e Leni eram casados pelo regime de comunhão universal de bens, e supondo que o falecido não deixou qualquer dívida e que o enterro foi pago por meio do seguro-funeral, responda: 
a) à luz do Código Civil brasileiro, Leni é herdeira de Gregor Samsa? Por quê (a fundamentação deverá contemplar expressamente o(s) artigo(s) do Código Civil sobre a matéria)? 
Não, Leni não é herdeira, uma vez que o inciso I do artigo 1.829, do Código Civil exclui expressamente o direito sucessório do cônjuge sobrevivente, em concorrência com os descendentes do ‘de cujus’, quando casado no regime de comunhão universal de bens. 
b) Calcule o valor do quinhão (em reais) que caberá a cada um dos herdeiros. 
A Leni faz jus por conta do regime de comunhão universal de bens, o valor de 100 mil reais por meação, mais 25 mil dos 100 mil entre os três filhos, e cada filho de Gregor tem direito a um quinhão no valor de 25 mil reais.
AULA – 15: 
Caso Concreto 1 
João faleceu deixando um patrimônio de 1 milhão e três herdeiros. A um desses herdeiros (Jonas) foi doado em vida um bem no valor de 625.000. No entanto, no momento do falecimento de João seu patrimônio era de 375.000. Pergunta-se: 
a) Houve excesso de liberalidade? Explique sua resposta. 
Sim houve excesso de liberalidade. João só podia ter doado do disponível, ou seja, 500.000, pois, há herdeiros necessários protegidos por norma (artigo 2007, do Código Civil).
b) Jonas deve trazer o bem à colação no processo de inventário? Explique sua resposta. 
Como a legítima de cada um seria de 125.000 não será necessário promover a redução da doação, permanecendo em poder do donatário (artigo 2007, §3º, do Código Civil).

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