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acao repeticao indebito emprestimo consignado PN141 1

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE .... (PR).
				
				JOÃO DAS QUANTAS, brasileiro, casado, maior, funcionário público estadual, inscrito no CPF(MF) sob o nº. 111.222.333-44, residente e domiciliado na Rua da X, nº. 0000, CEP 44555-666 Cidade (PR), vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono que abaixo assina, para ajuizar, com supedâneo no art. 42 do Código de Defesa do Consumidor c/c art. 876 do Código Civil, a presente
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO 
contra
BANZO ZETA S/A, instituição financeira de direito privado, estabelida na Av. Y, nº. 0000, em São Paulo(SP) – CEP nº. 33444-555, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. 33.444.555/0001-66, 
em decorrência das justificativas de ordem fática e de direito abaixo delineadas. 
(1) – CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
( i ) DA TEMPESTIVIDADE 
CÓDIGO CIVIL
Art. 189 – Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
 
 	 			 O Autor celebrou com a Ré, na data de 00/11/2222, um empréstimo mediante Contrato de Abertura de Crédito (CDC) nº. 11223344-55 (doc. 01), com a particularidade de pagamento mediante desconto em folha de pagamento. Do referido pacto extrai-se que o Promovente obteu um crédito de R$ 00.000,00 ( x.x.x. ) junto à Promovida, obrigando-se a pagá-lo em 48(quarenta) e oito parcelas e sucessivas de R$ 0.000,00 ( .x.x.x. ). A totalidade do débito fora devida quitado, o que comprova-se pelas cópias dos comprovantes anexos, tendo sido a última parcela quitada em 11/22/3333. (docs. 02/49) 
 				Para o empréstimo em liça foram empregadas taxas de juros remuneratórios de 0,00% ( x.x.x. ) e 00,00% ( x.x.x ), respectivamente ao mês e ano. 		
 			 	Com o final do empréstimo, mediante o pagamento da última parcela, percebeu-se que, em verdade, o financiamento fora oneroso e ilegal, muito embora aparentemente demonstrasse o contrário em razão da taxa mensal cobrada. 		
				Entende o Autor, todavia, que os encargos que lhes foram cobrados, foram, em sua grande parte, ilegais, razão qual resolveu ajuizar a presente demanda. 
 				Urge asseverar, por oportuno, que não há que se falar em prescrição do direito de pretender em juízo a restituição dos valores pagos indevidamente. 
 				Consoante previsão extraída do Código Civil, para que seja reconhecida a prescrição faz-se necessário, dentre outros requisitos, a ciência da violação do direito. Ora, se é por esta demanda que será apreciada se houve ou não a cobrança de encargos abusivos e restituíveis, o marco inicial prescricional será a sentença transitada em julgado que eventualmente reconhecer este direito. 
				A propósito vejamos o seguinte julgado:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. REAJUSTE E REVISÃO DE TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA. MUNICÍPIO PRESCRIÇÃO AFASTADA. TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL. RECONHECIMENTO JUDICIAL DA COBRANÇA DE ENCARGOS ILEGAIS. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO. 
O início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo. O prazo prescricional para a interposição de ação visando a repetição de indébito tem início com o reconhecimento judicial da cobrança de encargos ilegais. Precedentes. Recurso provido. (TJMS - AC 2012.001285-1/0000-00; Dourados; Primeira Câmara Cível; Rel. Des. João Maria Lós; DJEMS 30/03/2012; Pág. 24)
 				Nesta mesma linha de entendimento vejamos as seguintes lições de doutrina:
“ 	Para que se configure a prescrição são necessários: a) a existência de um direito exercitável; b) a violação desse direito (actio nata); c) a ciência da violação do direito; d) a inércia do titular do direito; e) o decursodo prazo previsto em lei; f) a ausência de causa interruptiva, impeditiva ou suspensiva do prazo. “(Coord. Cezar Peluso. 4ª Ed. São Paulo: Manole, 2010. Pág. 144)
(não existem os destaques no texto original)
 
 				Ademais, devemos considerar que o pacto em espécie fora formulado para pagamento em parcelas sucessivas e mensais de 48 (quarenta e oito) meses, quando a última fora quitada em 11/22/3333. Por este ângulo, em nenhum momento, ainda que não aceita a tese antes sustentada, jamais a pretensão ora perseguida como um todo estaria fulminada. 
 				Cuidando-se de trato sucessivo, como na espécie em análise, ainda que não aceita a tese ora sustentada de ausência dos efeitos da prescrição, temos que esta somente ocorrerria a cada parcela eventualmente sujeita a prescrição. Neste sentido vejamos a doutrina de Caio Mário da Silva Pereira:
“ 	Se a violação o direito é continuada, de tal forma que os atos se sucedam encadeadamente, a prescrição corre a contar do último deles, mas, se cada ato dá direito a uma ação independente, a prescrição alcança cada um, destacadamente. Quando a obrigação se cumpre por prestações periódicas, porém autônomas, cada uma está sujeita à prescrição, de tal forma que o perecimento do direito sobre as mais remotas não prejudica a percepção das mais recentes. “(PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. 23ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010, vol. 1. Pág. 594)
 				Houve a interrupção da prescrição com o ajuizamento desta querela. (CPC, art 219 c/c art. 202, inc. I) Deste modo, tempestivo o ajuizamento da presente querela, vez que promovida dentro do triênio do reconhecimento judicial da ilegalidade dos encargos contratuais ora debatidos. (CC, art 206, § 3º) Ainda que não fosse este o entendimento, o que se diz apenas por argumentar, deverá ser respeitado o direito à repetição do indébito, a contar do pagamento de cada parcelas, as quais não atingidas pelos efeitos da prescrição, contado do ajuizamento desta querela. 
( ii ) DESNECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE ERRO 
 			 	A repetição de indébito é inescusável. Inadmissível que haja qualquer enfoque de que a parte Autora, à luz do art. 877 do Código Civil, tenha que comprovar que o pagamento tenha sido realizado por erro. 
 			 	De primeiro plano, há de ser levado em conta que o Código de Defesa do Consumidor incide na análise desta relação contratual bancária. (STJ – Súmula 
297). Por este norte, temos que a aludida legislação não pede a demonstração de prova de erro para fins de repetição de indébito. 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
 				Ademais, na espécie, prescinde-se da demonstração do erro do devedor diante do teor da Súmula 322 do Superior Tribunal de Justiça.
“Para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de crédito em conta-corrente, não se exige a prova do erro. “
 				Por mero desvelo do Promovente, evidenciamos alguns julgados neste sentido:
APELAÇÃO CÍVEL. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E POSSIBILIDADE DE REVISÃO DO CONTRATO. 
Segundo a Súmula nº 297 do STJ, o CDC é aplicável às instituições financeiras, permitindo a revisão contratual, vedadas, porém, as disposições de ofício pelo judiciário. Juros remuneratórios. A sua fixação em percentual manifestamente superior à média de mercado é abusiva. Juros passíveis de limitação à taxa média de mercado divulgada pelo BACEN se fixados em percentual muito superior à média, situação que não se verifica no caso concreto. Capitalização de juros. Cabível a capitalização mensal (em contratos firmados a partir de 31.03.2000) ou a anual, se expressamente pactuada. Sem pactuação expressa, em qualquer periodicidade, veda-se a prática. Encargos moratórios. - Comissão de permanência.Se expressamente pactuada, a sua cobrança está submetida às condições impostas pelas Súmulas nºs 30, 294 e 296 do STJ e à não cumulação com multa e juros moratórios. Afasta-se, com isso, a incidência dos demais encargos. Compensação de valores e repetição de indébito. Admitidas - Na forma simples e em decorrência lógica do julgado - Como vedação do enriquecimento injustificado do credor e sem necessidade de prova do erro, conforme a Súmula nº 322 do STJ. Tutelas de vedação de cadastramento restritivo de crédito, de proibição de protesto e de manutenção da posse do bem. Incabível, no caso concreto, ante a configuração da mora debendi. Apelação parcialmente provida. (TJRS - AC 604050-30.2011.8.21.7000; São Borja; Décima Quarta Câmara Cível; Rel. Des. Sejalmo Sebastião de Paula Nery; Julg. 03/04/2012; DJERS 16/04/2012)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO. APLICAÇÃO DO CDC. RELAÇÃO DE CONSUMO. JUROS REMUNERATÓRIOS. PREVALÊNCIA DA TAXA PREVISTA NO CONTRATO. TAXA DE JUROS SUPERIOR A 12%. MÉDIA DE MERCADO. EXORBITÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. MP 1.963/2000. PACTO POSTERIOR A EDIÇÃO DA NORMA. PREVISÃO EXPRESSA NO CONTRATO POSSIBILIDADE. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. COMPENSAÇÃO SIMPLES DE VALORES PAGOS EM FACE DE CLÁUSULAS ILEGAIS. POSSIBILIDADE. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. APELO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 
1. É assente na jurisprudência pátria a aplicação do Código de Defesa do Consumidor nas relações jurídicas firmadas com instituição financeiras (Súmula nº 297, STJ). 
2. Não há que se falar em abusividade exclusivamente pela estipulação da taxa de juros em percentual superior a 12% ao ano, desde que referidos juros tenham previsão contratual e estejam no nível praticado no mercado, o que não ocorre no caso em análise, porquanto denotam­se exorbitantes. 
3. Se a capitalização de juros em período inferior a um ano, conforme estatuído no art. 5º, caput, e seu parágrafo único, da MP nº 2.170­36/2001, desde que expressamente pactuada, quando firmado o contrato após a entrada em vigor da Medida Provisória nº 1.963­17, publicada em 31/03/2000. Precedentes do STJ. 
4. A repetição de indébito é cabível em face de valores pagos cuja previsão baseou­se em cláusulas ilegais. Para tanto, é prescindível a comprovação de que houve erro do devedor ao efetuar o pagamento (Súmula nº 322, STJ). 
5. Apelo conhecido e parcialmente provido. Sentença modificada no que pertine à possibilidade da capitalização de juros, porquanto pactuada; a repetição de indébito de forma simplificada e a declaração da sucumbência recíproca, resguardada a previsão contida no art. 12, da Lei nº 1.060/1950. (TJCE - AC 0708459­08.2000.8.06.0001; Sétima Câmara Cível; Rel. Des. Ernani Barreira Porto; DJCE 10/04/2012; Pág. 94)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR. REVISÃO DE CONTRATO. TAXA DE ABERTURA DE CRÉDITO E DE SERVIÇOS PRESTADOS POR TERCEIROS. REPETIÇÃO DO INDÉBITO EM DOBRO. IMPOSSIBILIDADE. 
I - As obrigações que estipulam tarifa de abertura de crédito violam o art. 51, IV, do Código de Defesa do Consumidor, porquanto, tratando de serviços inerentes às próprias instituições financeiras, transferem ao consumidor um ônus do credor. 
II. As despesas de serviços prestados por terceiros são abusivas, porquanto não indicado o fim a que se destinam. 
III. A repetição em dobro tem lugar somente quando demonstrada a má fé na cobrança indevida. 
lV. No contrato de abertura de crédito, a repetição do indébito não está condicionada à prova do erro. Súmula nº 322/STJ. 
V - Deu-se parcial provimento ao recurso. (TJDF - Rec 2010.01.1.152690-6; Ac. 569.137; Sexta Turma Cível; Rel. Des. José Divino de Oliveira; DJDFTE 09/03/2012; Pág. 187)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. FINANCIAMENTO DE VEÍCULO. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. RECURSO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA DEMANDADA. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. SENTENÇA QUE PERMITE A INCIDÊNCIA TÃO SOMENTE NA MODALIDADE ANUAL. 
Recorrente que defende a legalidade da cobrança em periodicidade inferior. Cédula de crédito bancário sujeita à legislação específica e firmada em data posterior à vigência da medida provisória n. 1.963-17, de 31.3.2000, reeditada sob o n. 2.170-36, de 23.8.2001. Encargo não contratado expressamente. Expressão numérica que não evidencia a pactuação, embora faça presumir a incidência da capitalização - Afastamento que se imporia em qualquer periodicidade, em virtude da necessidade de fornecer ao consumidor informações claras e adequadas a respeito dos produtos e serviços contratados. Inteligência do artigo 6º, inciso III, do Código de Defesa do Consumidor. Precedentes do grupo de câmaras de direito comercial e do STJ. Manutenção do julgado, sob pena de reformatio in pejus. Comissão de permanência. Sentença que admite a incidência no período da inadimplência, limitada ao coeficiente contratado a título de juros remuneratórios, desde que não cumulada com correção monetária, juros e multa contratual. Pleito visando a cumulação do encargo, calculado à taxa máxima de mercado, com juros moratórios e multa contratual. Aplicação do entendimento externado pelo c. Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial n. 1.058.114/RS, afetado pela Lei dos recursos repetitivos, e da nova redação do Enunciado N. III, do grupo de câmaras de direito comercial desta corte. Possibilidade de cumulação. Quantum cobrado que, porém, não pode suplantar a soma dos seguintes encargos: A) juros remuneratórios pela taxa média de mercado, limitada à do contrato para o período da normalidade, b) juros da mora no patamar de 12% ao ano e multa contratual no importe de 2%. Juros moratórios que, apesar de não pactuados, decorrem de Lei, nos moldes do artigo 406 e 407 do CC/02 - Apelo parcialmente provido no ponto. Repetição do indébito. Viabilidade na forma simples, sendo desnecessária a prova de que o pagamento ocorreu por erro. Exegese do enunciado de Súmula n. 322 do c. STJ. Reclamo não acolhido no tópico. Prequestionamento. Desnecessidade de manifestação judicial acerca de todos os dispositivos legais suscitados pelas partes, ainda que a recorrente tenha por objetivo viabilizar o manejo de recurso aos tribunais superiores. Ônus da sucumbência. Reforma parcial do julgado que impõe sua redistribuição em prol da instituição apelante. Exegese do artigo 21, caput, do código de processo civil. Litigância de má-fé. Pedido de condenação formulado nas contrarrazões - Não acolhimento - Ausência de dolo processual da instituição financeira apelante. Recurso conhecido e parcialmente provido. (TJSC - AC 2011.101331-8; Lages; Quinta Câmara de Direito Comercial; Rel. Des. Cláudio Valdyr Helfenstein; Julg. 16/02/2012; DJSC 06/03/2012; Pág. 173)
 			Neste ínterim, é de admitir-se a compensação ou repetição do indébito, ante o princípio da vedação do enriquecimento sem causa, independentemente da prova de erro no pagamento.
(1) – SÍNTESE DOS FATOS
 	 			O Autor celebrou com a Ré, na data de 00/11/2222, um empréstimo mediante Contrato de Abertura de Crédito (CDC) nº. 11223344-55 (doc. 01), com a particularidade de pagamento mediante desconto em folha de pagamento. Do referido pacto extrai-se que o Promovente obteu um crédito de R$ 00.000,00 ( x.x.x. ) junto à Promovida, obrigando-se a pagá-lo em 48(quarenta) e oito parcelas e sucessivas de R$ 0.000,00 ( .x.x.x. ). A totalidade do débito fora devida quitado, o que comprova-se pelas cópias dos comprovantes anexos, tendo sido a última parcela quitada em 11/22/3333. (docs. 02/49) 
 	Para o empréstimo em liça foram empregadas taxas de juros remuneratórios de 0,00% ( x.x.x. ) e 00,00% ( x.x.x ), respectivamente ao mês e ano. 		
 				Entende o Promovente que os encargos que lhes foram cobrados, são, em sua grande parte, ilegais, razão qual resolveu ajuizar a presente demanda para ressarcir-se daquele que foi pago indevidamente. 
						
 								HOC IPSUM EST.
(2) – DO DIREITO
(2.1.) – ILEGALIDADE NA COBRANÇA DE JUROS CAPITALIZADOS 
 				Constata-seque inexiste cláusula expressa ajustando a cobrança de juros capitalizados, e sua periodicidade. Por este motivo, há de ser afastada a sua cobrança, segundo, ademais, o assente entendimento dos Tribunais:
AGRAVO EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO COM PEDIDO DE REVISÃO DE CLÁUSULAS FINANCEIRAS DE CONTRATO DE MÚTUO COM GARANTIA FIDUCIÁRIA. DECISÃO SINGULAR DO RELATOR QUE DEU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTO PELA AGRAVANTE PARA DETERMINAR A DEVOLUÇÃO DOS VALORES COBRADOS A MAIOR NA FORMA SIMPLES AFASTANDO A DOBRA DO ART. 42, § ÚNICO, DO CDC. SENTENÇA MANTIDA NA PARTE EM QUE AFASTOU A CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS COMPUTADOS NO CÁLCULO DA PRESTAÇÃO, POR AUSÊNCIA DE EXPRESSA PACTUAÇÃO. CÉDULA DE CRÉDITO. ART. 28, § 1º, I DA LEI Nº 10.931/2004. (PRECEDENTES DO STJ. AGRG NO RESP 1019369/ MS. AGRG NO RESP 1239878/RS. EDCL NO AG 1082229/RS. AGRG NO RESP 109.291-7/RN, 3ª TURMA. DJE 26.04.2011). RECURSO DESPROVIDO. 
1. Quando a decisão monocrática do relator, na parte recorrida, apresentar total simetria com o entendimento do STJ, deve ser julgado improcedente o recurso interposto com fundamento no art. 557, § 1º do CPC. 
2. A instituição financeira pode computar juros capitalizados mensalmente no cálculo da prestação, quando o instrumento apresentar de forma clara cláusula autorizando a incidência desse encargo. (TJPR - Agr 0844346-5/01; Cornélio Procópio; Décima Sétima Câmara Cível; Rel. Des. Lauri Caetano da Silva; DJPR 04/04/2012; Pág. 258)
EMBARGOS À MONITÓRIA. CONTRATO DE CONTA GARANTIDA CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. APLICABILIDADE. 
Reconhecida a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, vez que foram preenchidos, no caso em tela, os requisitos do art. 2º daquele diploma legal Inteligência da Súmula nº 297 do STJ Relação de consumo que se qualifica pela presença de uma parte vulnerável (consumidor) de um lado e de um fornecedor do outro. Possibilidade de inversão do ônus da prova. Decisão mantida. Apelo improvido. EMBARGOS À MONITÓRIA. CONTRATO DE CONTA GARANTIDA. LIMITAÇÃO DE JUROS. Decisão recorrida manteve a taxa de juros pactuada. Acaso não houvesse estipulação, o que não é o caso dos autos, seriam limitados à taxa média de mercado, em conformidade com jurisprudência desta Colenda Câmara. Decisão mantida. Apelo improvido. EMBARGOS À MONITÓRIA. CONTRATO DE CONTA GARANTIDA. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada. A única exceção que se abre está na capitalização mensal que se admite nas cédulas previstas em Leis especiais, ou nos contratos celebrados após a entrada em vigor da Medida Provisória nº. 1.963-17/2000, de 30.03.2000, e suas reedições. Contrato firmado após a edição da MP. Ausência de cláusula expressa autorizadora da cobrança de juros capitalizados mensalmente. Capitalização mensal indevida Decisão mantida. Apelo improvido. EMBARGOS À MONITÓRIA. CONTRATO DE CONTA GARANTIDA. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA Cabível a cobrança da comissão de permanência, em período de inadimplência, com exclusividade, calculada pela taxa média de mercado apurada pelo BACEN, não podendo ultrapassar a taxa do contrato, ou seja, não podendo ser superior à somatória dos juros remuneratórios contratados, mais juros de mora, mais multa contratual Apelo parcialmente provido. EMBARGOS À MONITÓRIA. CONTRATO DE CONTA GARANTIDA. PROVA PERICIAL. ÔNUS DA PROVA. Reconhecido que, nas relações de consumo, em face da inversão do ônus da prova, o banco não é obrigado a arcar com o ônus econômico da produção desta, mas assume as conseqüências pela sua não-produção. Apelo parcialmente provido. (TJSP - APL 9141797-30.2008.8.26.0000; Ac. 5759600; São José do Rio Preto; Vigésima Quarta Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Salles Vieira; Julg. 15/03/2012; DJESP 02/04/2012)
CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. CONTRATO DE RELACIONAMENTOS. ABERTURA DE CONTAS E ADESÃO A PRODUTOS E SERVIÇOS. PESSOA FÍSICA. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO CONTRATUAL. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. CUMULAÇÃO. VEDAÇÃO. 
1. A jurisprudência pátria admite a cobrança de juros capitalizados em contratos diretos ao consumidor, firmados na vigência da medida provisória nº 1.963-17/2000, atual medida provisória nº 2.170-36/2001, contudo, inexistindo expressa cláusula contratual autorizando a incidência de tais juros, forçoso é reconhecer a impossibilidade de admitir-se a cobrança dessa maneira. Precedentes. 
2. Impossibilidade de cumulação da comissão de permanência com qualquer outro encargo financeiro. Precedentes desta corte. 
3. Apelação improvida. (TRF 5ª R. - AC 0001402-05.2010.4.05.8500; SE; Terceira Turma; Rel. Des. Fed. Marcelo Navarro Ribeiro Dantas; Julg. 15/03/2012; DEJF 21/03/2012; Pág. 122)
				Especificamente em julgados tratando de empréstimo consignado, a questão da capitalização mensal de juros é abordada também com a mesmíssima sorte de entendimento:
APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. REVISÃO DE CONTRATO BANCÁRIO. EMPRÉSTIMO PESSOAL. 
1. Sendo dispensável ou desnecessária a produção da prova pleiteada para a solução da lide, não há falar em cerceamento de defesa. Instrumento contratual acostado aos autos que se mostra suficiente ao deslinde da controvérsia. 
2. Contestados todos os pedidos formulados pela autora, não há falar em revelia do réu. Ademais, em se tratando de matéria de direito (análise das cláusulas contratuais), inócua é a alegação de necessária incidência dos efeitos materiais da revelia (art. 319 do CPC). 
3. Incidência do Código de Defesa do Consumidor. Despropositada a insurgência, pois o julgador a quo já reconheceu a aplicação da legislação consumerista ao negócio sub judice. Todavia, a incidência deste diploma não determina, sem prova cabal, o reconhecimento de abusividade. 
4. Juros remuneratórios. Não limitação nos negócios bancários, salvo demonstração inequívoca de abusividade, o que não se evidenciou na espécie. 
5. O Superior Tribunal de Justiça vem decidindo que, nos contratos bancários firmados após a edição da medida provisória nº 1.963-17/2000 (31.3.2000), é permitida a cobrança de juros capitalizados em periodicidade mensal, desde que expressamente pactuada, o que ocorre quando a taxa anual de juros ultrapassa o duodécuplo da taxa mensal. 
6. Já prevendo o contrato juros de mora de 1% ao mês, o que restou, inclusive, consignado na sentença, inviável se mostra o conhecimento do recurso no ponto em que pretende justamente limitação nessa taxa, por ausência de interesse recursal. 
7. Não tendo sido cobrado qualquer valor indevido no período da normalidade, não há falar em descaracterização da mora. 
8. Pedido de manutenção da antecipação de tutela deferida até trânsito em julgado não conhecido, pois despropositado no caso concreto. Ademais, não veio acompanhado de qualquer fundamentação. Apelação parcialmente conhecida e, nesta extensão, improvida. (TJRS - AC 453241-28.2011.8.21.7000; Porto Alegre; Décima Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Luiz Roberto Imperatore de Assis Brasil; Julg. 29/02/2012; DJERS 12/03/2012)
CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. FUNDAÇÃO HABITACIONAL DO EXÉRCITO. FHE. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA. AUSÊNCIA. 
1. Os juros capitalizados somente têm aplicação quando houver autorização legislativa específica, como nos casos de mútuo rural, comercial ou industrial. Esse é o entendimento pacificado no STJ. 
2. Hipótese em que é inaplicável a capitalização mensal de juros, ante a ausência de dispositivo legal que a autorize, no caso de empréstimos concedidos pela Fundação Habitacional do Exército. 
3. Apelo improvido. (TRF 5ª R. - AC 0011109-09.2005.4.05.8100; CE; Terceira Turma; Rel. Des. Fed. Luiz Alberto Gurgel de Faria; Julg. 02/02/2012; DEJF 09/02/2012; Pág. 125)
 				Para que não existam dúvidas acerca da cobrança dos encargos capitalizados, tenha-se que a taxa de juros mensais foram entabuladas em 0,00% ( x.x.x. ) e, por outro lado, a taxa anual resultou de 00,00% ( x.x.x. ). Destarte, em uma simples contaaritmética constata-se que os juros anuais ultrapassam o duodécuplo dos juros mensais. Obviamente existe a capitalização dos juros. Neste sentido:
APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. EMPRÉSTIMO PESSOAL. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. 
O recurso do autor é despropositado no ponto, pois a sentença reconheceu a aplicação do Código de Defesa do Consumidor na espécie. Juros remuneratórios: Não comprovada a abusividade dos juros remuneratórios, restam mantidos conforme pactuados. Capitalização de juros: O Superior Tribunal de Justiça vem decidindo que, nos contratos bancários firmados após a edição da medida provisória nº 1.963-17/2000 (31.3.2000), é permitida a cobrança de juros capitalizados em periodicidade mensal, desde que expressamente pactuada, o que ocorre quando a taxa anual de juros ultrapassa o duodécuplo da taxa mensal, como no caso em tela. Comissão de permanência: Despropositado o recurso no ponto, porquanto a comissão de permanência foi afastada expressamente na sentença. Tac: Não comprovada a pactuação, tampouco a exigência de qualquer valor a este título, despropositada a alegação de cobrança abusiva iof: Impossibilidade de apreciação do tópico recursal, pois corresponde à inovação recursal indevida. Recurso não conhecido no ponto. Repetição do indébito: Não comprovada a cobrança de encargos abusivos, é inviável determinar a repetição do indébito. Desconto em folha de pagamento: Inexiste óbice para que ocorram os descontos em folha de pagamento do autor, pois assim autorizado expressamente. Depósito judicial dos valores incontroversos: Mantidos os descontos em folha de pagamento, fica prejudicado o pedido de depósito judicial dos valores tidos como incontroversos. Cadastramento negativo: Apurado saldo devedor, é possível a inscrição em órgãos de restrição ao crédito. Apelação parcialmente conhecida e improvida. (TJRS - AC 467780-96.2011.8.21.7000; Porto Alegre; Décima Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Luiz Roberto Imperatore de Assis Brasil; Julg. 15/02/2012; DJERS 27/02/2012)
 				Não prosperam também argumentos de que os juros capitalizados poderiam ser cobrados por força das MPs 1.963-17(art. 5º) e 2.170-36(art. 5º) – visto que o pacto é posterior a vigência das mesmas --, mantidas pela Emenda Constitucional nº. 32/01, posto que, também para estas hipóteses, o pacto expresso de capitalização de juros se faz necessário. 
MÚTUO BANCÁRIO. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO ROTATIVO EM CONTA CORRENTE. VERBAS LÍCITAS. TAXA DE JUROS REMUNERATÓRIA. AUSÊNCIA DE CONTRATAÇÃO EXPRESSA. EVOLUÇÃO DA DÍVIDA COM FINCAS NA TAXA MÉDIA DO BACEN SE INFERIOR ÀS QUE INCIDIRAM NO PACTO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL. ILÍCITA. 
Critério reputado lícito somente pela Medida Provisória nº 1963, de 30 de março de 2000, que legalizou a cobrança de juros capitalizados em contratos bancários de toda e qualquer natureza, e desde que expressamente contratada com as taxas de juros respectivas; Comissão de permanência. Licitude desde que aplicada a taxa de mercado informada pelo BACEN, se inferior àquelas que incidiram no pacto, com incidência de juros de mora. Súmula nº 294 do STJ, sendo vedada a sua cumulação com qualquer índice adotado como reajuste monetário ou com os juros remuneratórios. Recurso, em parte, provido. (TJSP - APL 9219678-59.2003.8.26.0000; Ac. 5810233; Sorocaba; Vigésima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Cunha Garcia; Julg. 24/10/2011; DJESP 13/04/2012)
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. GIROCAIXA. EMBARGOS EM PARTE PROCEDENTES. PRELIMINARES DE NULIDADE DA SENTENÇA. REJEIÇÃO. JUROS CAPITALIZADOS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO CONTRATUAL. IMPOSSIBILIDADE. 
1. Deixando de requerer a autora a citação por edital de um dos requeridos, é de ser mantida a sentença que, em relação ao réu não citado, extinguiu o processo, sem resolução de mérito, nos termos do art. 267, iv e § 3º, do cpc. 
2. Havendo, nos embargos monitórios, expressa impugnação à cobrança da comissão de permanência com a inclusão da taxa de rentabilidade de até 10% ao mês, não merece acolhimento o pedido de anulação do decisum, sob à alegação de que ele foi ultra petita. 
3. Não obstante seja admitida a cobrança de juros capitalizados em contratos diretos ao consumidor, firmados após a edição da medida provisória nº 1.963-17/2000, atual medida provisória nº 2.170-36/2001, faz-se necessário que a referida prática esteja expressamente prevista no respectivo instrumento contratual. Precedentes. 
4 - é legal a incidência da comissão de permanência prevista em cláusula contratual, desde que sua cobrança não seja cumulada com a taxa de rentabilidade, juros de mora e multa, bem como a capitalização dos juros. 
5. Levando-se em conta que a comissão de permanência, além de realizar a correção monetária, também serve para remunerar o capital (pois em sua composição existe parcela de juros), é de ser mantida a sentença que, verificando a cada período inadimplido a incidência da comissão de permanência sobre o saldo atualizado da dívida, determinou que fossem excluídos da cobrança do débito os valores decorrentes da capitalização mensal dos juros embutida na comissão de permanência incidente, a cada mês, sobre o saldo devedor. 
6. Apelação a que se nega provimento. (TRF 5ª R. - AC 0004328-74.2010.4.05.8300; PE; Quarta Turma; Rel. Des. Fed. Lázaro Guimarães; Julg. 27/03/2012; DEJF 03/04/2012; Pág. 461)
APELAÇÃO CÍVEL. Ação revisional de contrato de abertura de crédito em conta corrente. Cheque especial e contrato de empréstimo. Recurso do banco. Prescrição da pretensão de restituição do indébito. Preliminar afastada. Ação pessoal. Prazo de dez anos, conforme o artigo 205 do Código Civil. Inaplicabilidade do art. 206, § 3º, IV do estatuto civilista. Utilização da regra da imputação do pagamento para a realização do cálculo dos valores a restituir, de modo a considerar capitalizados apenas os juros não amortizados. Impossibilidade de se aferir o valor do débito. Momento processual inadequado para discussão da matéria. Negar provimento ao reclamo no particular. Recurso da autora. Comissão de permanência. Recurso da demandante que pugna pela ilegalidade da exigência da comissão de permanência. Observância do atual entendimento do STJ. Decote dos excessos. Princípio da conservação dos negócios jurídicos (RESP n. 1.058.114/RS). Desprovimento. 4. Constatada abusividade dos encargos pactuados na cláusula de comissão de permanência, deverá o juiz decotá-los, preservando, tanto quanto possível, a vontade das partes manifestada na celebração do contrato, em homenagem ao princípio da conservação dos negócios jurídicos consagrado nos arts. 139 e 140 do Código Civil alemão e reproduzido no art. 170 do Código Civil brasileiro. 5. A decretação de nulidade de cláusula contratual é medida excepcional, somente adotada se impossível o seu aproveitamento. 6. Recurso Especial conhecido e parcialmente provido (RESP n. 1058114/RS, Rel. Min. Nancy andrighi, Rel. P/ acórdão Min. João Otávio de noronha, dje 16.11.2010. Grifou-se). Mora. Contrato de abertura de conta corrente. Ação revisional que, por si só, não afasta a mora. Súmula n. º 380, do STJ. Redução considerável dos encargos incidentes no período da normalidade e necessidade de liquidação para determinação do quantum debeatur. Desnecessidade do depósito do valor incontroverso. Descaracterização da mora que se impõe. Precedentes desta câmara. Sentença mantida. Recursos de ambas as partes. Juros remuneratórios. Contrato de abertura de crédito em conta corrente. Cheque especial. Manutenção da taxa pactuada, porquanto em consonância com a média de mercado apurada pelo Banco Central do Brasil. Entendimento consolidado pelo STJ no julgamento do RESP n. 1.061.530/RS, em que se aplicou a Lei dos recursos repetitivos. "Nos contratos bancários, com exceção das cédulas e notas de crédito rural, comercial e industrial, não é abusiva a taxa de juros remuneratórios superior a 12 % (doze por cento)ao ano, desde que não ultrapassada a taxa média de mercado à época do pacto, divulgada pelo Banco Central do Brasil" (Enunciado N. I do grupo de câmaras de direito comercial). Parcial provimento do recurso do banco. Contrato de empréstimo. Manutenção da taxa pactuada, porquanto menor que a média de mercado apurada pelo Banco Central do Brasil. Entendimento consolidado pelo STJ no julgamento do RESP n. 1.061.530/RS, em que se aplicou a Lei dos recursos repetitivos. "Nos contratos bancários, com exceção das cédulas e notas de crédito rural, comercial e industrial, não é abusiva a taxa de juros remuneratórios superior a 12 % (doze por cento) ao ano, desde que não ultrapassada a taxa média de mercado à época do pacto, divulgada pelo Banco Central do Brasil" (Enunciado N. I do grupo de câmaras de direito comercial). Capitalização mensal e anual de juros. Ajuste posterior a 31.3.2000, quando entrou em vigor a medida provisória n. 1.963-17/2000, reeditada pela MP n. 2.170-36/2001. Inexistência de previsão explícita da cobrança. Vedação de sua utilização em qualquer periodicidade. Provimento do recurso da autora. "1. Nos termos da MP 2.170/01, é admissível a capitalização mensal de juros quando expressamente pactuada, o que não ocorre nos autos. 2. Não é suficiente que a capitalização mensal de juros tenha sido pactuada, sendo imprescindível que tenha sido de forma expressa, clara, de modo a garantir que o contratante tenha a plena ciência dos encargos acordados; no caso, apenas as taxas de juros mensal simples e anual estão, em tese, expressas no contrato, mas não a capitalizada [... ]" (AGRG no RESP n. 895.424/RS, Rel. Min. Hélio quaglia barbosa, DJU de 20.8.2007). Ônus de sucumbência. Readequação em virtude da alteração do julgado. Partes que são vencedoras e vencidas, devendo as custas processuais e honorários advocatícios serem arcados por ambas, de forma recíproca e proporcional. Exegese do art. 21, caput, do código de processo civil. Admitida a compensação dos honorários advocatícios, nos termos da Súmula n. 306 do STJ. (TJSC - AC 2010.017718-2; Palhoça; Quinta Câmara de Direito Comercial; Rel. Des. Volnei Celso Tomazini; Julg. 01/03/2012; DJSC 21/03/2012; Pág. 313)
AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. JULGAMENTO MONOCRÁTICO PELO RELATOR. POSSIBILIDADE. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO C/C REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. CONTRATO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL. EXPRESSA CONTRATAÇÃO. AUSÊNCIA. AFASTAMENTO. TABELA PRICE. EXCLUSÃO. REDISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBÊNCIAIS. 
I - Referindo-se o recurso a temas sobre os quais há jurisprudência dominante tanto nesta Corte de Justiça quanto nos Tribunais Superiores, perfeitamente cabível o julgamento monocrático pelo Relator, conforme autoriza o artigo 557 do Código de Processo Civil, em prestígio aos princípios da celeridade e da economia processual. 
II - A cobrança de juros capitalizados mensalmente, nos contratos firmados posteriormente à edição da Medida Provisória nº 2.170-36, de 24/08/2001, condiciona-se à existência de estipulação clara e induvidosa nesse sentido, em respeito aos deveres de informação e transparência do fornecedor para com o consumidor. 
III - A utilização da Tabela Price como método de amortização da dívida representa escamoteada capitalização mensal de juros e provoca o enriquecimento sem causa de um contratante em detrimento do outro. Por isso, e à míngua de inequívoca convenção entre as partes, é imperativa a sua exclusão do pacto negocial. lV - Reconhecida a sucumbência recíproca, mas não equivalente, impõe-se a redistribuição proporcional das despesas do processo e honorários advocatícios entre os litigantes, nos termos do art. 21, caput, do Diploma Processual Civil. V - Se a parte agravante não demonstra a superveniência de fatos novos, tampouco apresenta argumentação hábil a acarretar a modificação da linha de raciocínio adotada pelo órgão julgador, cingindo-se a debater novamente pontos já exaustivamente examinados no recurso primitivo decidido singularmente por esta Relatoria, o improvimento do agravo interno se impõe. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E IMPROVIDO. (TJGO - AC-AgRg 185263-37.2009.8.09.0011; Aparecida de Goiânia; Rel. Des. Kisleu Dias Maciel Filho; DJGO 02/03/2012; Pág. 187)
RECURSOS DE APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO (CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS). REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA PACTA SUNT SERVANDA MITIGADO PELO CDC. TAXA DE JUROS REMUNERATÓRIOS FIXADA EM PATAMAR SUPERIOR A 12% (DOZE POR CENTO) AO ANO. POSSIBILIDADE. REVISÃO PERMITIDA APENAS, QUANDO CONFIGURADA ABUSIVIDADE. HIPÓTESE NÃO COMPROVADA NOS AUTOS. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. LEGALIDADE DE SUA INCIDÊNCIA APENAS QUANDO EXPRESSAMENTE CONTRATADA. INADIMISSIBILIDADE QUANDO, NO CONTRATO, HOUVER PREVISÃO DE OUTROS ENCARGOS MORATÓRIOS. TARIFA DE EMISSÃO DE BOLETO BANCÁRIO. ILEGALIDADE DA COBRANÇA. SENTENÇA MANTIDA, NESTE PONTO. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. POSSIBILIDADE, DESDE QUE, COMPROVADO O PAGAMENTOINDEVIDO -RESTITUIÇÃONA FORMA SIMPLES. HONORÁRIOS ADVOCATÍCOS. PEDIDO DE REDUÇÃO DA CONDENAÇÃO POSTA NA INSTÂNCIA SINGELA NÃO ACOLHIDO. SUCUMBENCIA RECÍPROCA CONFIGURADA NA HIPÓTESE. DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL. RECURSO DA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA CREDORA CONHECIDO E IMPROVIDO. RECURSO DO AUTOR/DEVEDOR CONHECIDO E PROVIDO PARCIALMENTE. 
1 - Os contratos firmados com instituições financeiras, não estão sujeitos à limitação da taxa de juros no patamar de 12% (doze por cento) ao ano, podendo, todavia, a taxa contratada ser anulada ou readequada, quando apresentar abusividade excessiva, o que, in casu, não restou comprovado pela autora. 
2 - Assim, mantém-se a taxa de juros remuneratórios contratada em 3,15% (três vírgula quinze por cento) ao mês, todavia, capitalizados anualmente, ante a ausência de pactuação expressa da capitalização mensal. E isso porque, conforme entendimento pacífico da jurisprudência emanada, não só dos tribunais estaduais, mas principalmente do Superior Tribunal de Justiça, não basta, para incidência da capitalização mensal, que o contrato seja firmado após a vigência da MP 1.963-7/2000, mas que tenha sido expressamente pactuada (capitalização mensal). Não sendo essa a hipótese, apresenta-se abusiva a capitalização mensal e por isso deve ser afastada, como ocorre na fatispécie versanda. 
3 - Nos contratos bancários em que há previsão de multa contratual e juros moratórios, não há lugar para aplicabilidade da taxa de comissão de permanência, pois, por serem todos esses encargos de natureza moratória, são inacumuláveis, nos termos das Súmulas nºs 30, 294 e 296 do Superior Tribunal de Justiça. 
4 - Ostenta-se abusiva e contrária ao artigo 51, IV, da Lei consumerista, a cobrança de tarifa de emissão de boleto bancário por transferir ao consumidor ônus que deve ser suportado pela própria instituição financeira. 
5 - Não mais subsistindo os motivos que ensejaram a concessão da antecipação da tutela, para impedir a remessa do nome do devedor aos cadastros de inadimplentes e que lhe permitia consignar os valores incontroversos, em juízo imperiosa se mostra a revogação daquela medida -, "autorizando o réu-credor, no exercício de seu direito promover os meios próprios à cobrança do débito existente". 
6 - Admite-se a repetição de indébito, na forma simples, desde que, na elaboração de novo cálculo (liquidação de sentença), restar confirmado que o consumidor, ante ao emprego de cláusulas contratuais abusivas, efetuou pagamento indevido ao credor. 
7 - Não comporta redução da condenação posta a título de honorários advocatícios se, ao ser consideradas as circunstâncias do caso concreto, restar demonstrado que a importância fixada de R$ 1.800,00 está dentro dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Todavia, em sendo a hipótese de sucumbência recíproca, como ocorreu in casu, deve referida verba honorária ser rateada de acordo com a proporcionalidade do ganho e perda de cada parte litigante, in casu, fixando-se 60% (sessenta por cento) de responsabilidadedo banco-réu e 40% (quarenta por cento) de responsabilidade do autor, podendo haver compensação dos valores, caso haja consenso entre os litigantes. 
8 - Recurso da instituição financeira cifra s. A. Crédito financiamento e investimento conhecido e improvido. 
9 - Recurso do autor-devedor wanderson willian de Almeida pontes conhecido e provido parcialmente. (TJMT - APL 34228/2011; Várzea Grande; Sexta Câmara Cível; Rel. Des. José Ferreira Leite; Julg. 18/01/2012; DJMT 01/02/2012; Pág. 16)
 				É a hipótese de incidência, portanto, ante à inexistência de cláusula expressa, do que reza a Súmula 121 do Supremo Tribunal Federal, bem como Súmula 93 do Superior Tribunal de Justiça:
STF - Súmula nº 121 - É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada.
STJ - Súmula nº 93 - A legislação sobre cédulas de crédito rural, comercial e industrial admite o pacto de capitalização de juros.
 
 
				Impróprios, também, eventuais teses lançadas de que não haveria ilegalidade alguma porque a operação passou a ser permitida pelo art. 5°, da Medida Provisória n° 1. 963/17, de 30/3/2000. 
				O exame de tais diplomas legais, entretanto, revela que o invocado dispositivo deve ter recusada a aplicação porque sem validade.
				O preâmbulo das Medidas Provisórias n°s 1. 963 e 2.170 – esta última como reedição daquela – indica que suas normas dispõem sobre “a administração dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, consolidam e atualizam a legislação pertinente ao assunto e dão outras providencias”. Apreciando-se com acuidade o texto das normas, até o art. 4º, ao menos, indica que o executivo legislador teve em mente tratar dos recursos do caixa do Tesouro Nacional exclusivamente. O art. 5º, entretanto enveredou por assunto diverso, passando a tratar, em completo descompasso com o restante da Medida, da possibilidade de capitalização de juros pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional.
				No entanto, temos que a Lei Complementar n° 95, de 26/2/1998 em cumprimento ao art. 59, parágrafo único, da Constituição Federal, aplicável, também, às Medidas Provisórias (art. 1° parágrafo único), estabelece, no art. 7° que “o primeiro artigo do texto indicará o objeto da lei e o respectivo âmbito de aplicação” e proíbe, no inciso II, o tratamento de matéria estranha a seu objeto: “a lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão”.
				Óbvio que a matéria relativa à capitalização de juros em favor de instituições financeiras nada tem com os mecanismos de administração dos recursos do Tesouro Nacional, destoando flagrantemente do objeto principal das invocadas Medidas Provisórias, com o qual não tem afinidade, pertinência ou conexão.
				Convém realçar, nesse ponto, que o enfoque na colidência de normas pode-se dar pelo prisma constitucional ou pelo prisma infraconstitucional, como decidiu o C. Superior Tribunal de Justiça nos Embargos de Divergência n° 357.415/PR (Rela. Min. Eliana Calmon- DJ 14/6/2004).
 				Neste último aspecto, assentado que a lei complementar trate do assunto que lhe foi confiado pelo texto constitucional, assume inegável superioridade hierárquica em relação à lei ordinária (GERALDO ATALIBA, Lei Complementar na Constituição Federal, São Paulo, RT, 1971, p. 57), à qual se equipara a Medida Provisória.
				Bem por isso, sujeitando-se esta aos contornos estabelecidos por aquela, “não prevalecem contra ela, sendo inválidas as normas que a contradisserem” (MANOEL GONGALVES FERREIRA FILHO, Do Progresso Legislativo, São Paulo Saraiva, 2002, p. 247).
 				Tem-se, assim, que o art. 5º de referidos diplomas está em aberto confronto com o art. 7°, II, da Lei Complementar n° 95/98.
 				Não fosse este o entendimento, o que se diz apenas por argumentar, o Poder Executivo não tem o condão de ´legislar´, por Medida Provisória(CF, art. 62), no tocante à matéria de juros cobrados por instituições financeiras. Ademais, a mesma, resta saber, sequer fora apreciada pelo Poder Legislativo.
				Há, neste tocante, há uma gritante ilegalidade.
 				Ademais, a cláusula de capitalização, por ser de importância crucial ao desenvolvimento do contrato, ainda que eventualmente existisse neste pacto, deve ser redigida de maneira a demonstrar exatamente ao contratante do que se trata e quais os reflexos gerarão ao plano do direito material. 
 				Desse modo, como a instituição financeira não se preocupou de contratar expressamente, muito menos -- mesmo que absurdamente tenha por falar em alguma cláusula implícita --, em respeitar o que dispõe o Código de Defesa do Consumidor, notadamente os artigos 46, 51, inciso IV, 52, 54, parágrafo 3º e 4º, pode-se afirmar que a cédula de crédito bancário, ora em debate, não conteria o pacto, visto sob a ótica consumerista. 
 				Isto se deve ao desrespeito de um dos deveres anexos defluentes do princípio da boa-fé: o dever de informação que impõe a obrigação de transparência das condições pactuadas. Por conseguinte, deve a cláusula, que eventual venha prevê a capitalização mensal de juros, ser declarada inválida, desprezando, in casu, a Súmula nº. 93 do STJ, em face de sua patente inaplicabilidade ao caso em tela. 
 				O pacto, à luz do princípio consumerista da transparência, que significa informação clara, correta e precisa sobre o contrato a ser firmado, mesmo na fase pré-contratual, teria que necessariamente conter: 
1) redação clara e de fácil compreensão(art. 46);
2) Informações completas acerca das condições pactuadas e seus reflexos no plano do direito material;
3) Redação com informações corretas, claras, precisas e ostensivas, sobre as condições de pagamento, juros, encargos, garantia(art. 54, parágrafo 3º, c/c art. 17, I, do Dec. 2.181/87);
4) Em destaque, a fim de permitir sua imediata e fácil compreensão, as cláusulas que implicarem limitação de direito(art. 54, parágrafo 4º)
(2.2.) – NECESSIDADE DE DESPACHO SANEADOR 
O AUTOR REQUER A PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL CONTÁBIL 
 				O Autor entende por devida a produção de prova pericial, onde, inclusive, pede seja ofertado o despacho saneador avaliando as provas a serem produzidas e os pontos controvertidos, pleito este que deve ser alegado nas vias ordinárias, segundo orientação jurisprudencial, sob pena de preclusão.
AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. NECESSIDADE DE PROVA PERICIAL. CARACTERIZAÇÃO E PERDA DA POSSE. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 7/STJ. AUSÊNCIA DE DESPACHO SANEADOR. PRECLUSÃO. SÚMULA Nº 283/STF. DECISÃO AGRAVADA CONFIRMADA. 
I - A necessidade de revolvimento de matéria fático-probatória, permeia, com um todo, as alegações suscitadas pelos Recorrentes, o que inviabiliza a transposição da barreira de admissibilidade pelo recurso. Incidência da Súmula nº 7 desta Corte. 
II - Não foi impugnado o fundamento do Acórdão recorrido a respeito da preclusão do direito de se insurgir contra a inexistência de despacho saneador (Súmula nº 283/STF). 
III - Os Agravantes não trouxeram nenhum argumento capaz de modificar a conclusão do julgado, a qual se mantém por seus próprios fundamentos. Agravo improvido. (STJ - AgRg-REsp 822.555; Proc. 2006/0041408-4; SC; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 16/04/2009; DJE 06/05/2009) 
 
 
 			 	Torna-se essencial, desta maneira, a produção desta prova, o que de logo requer pelos fundamentos abaixo evidenciados, por meio do despacho saneador. 
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PRISÃO EM FLAGRANTE. ALEGAÇÃO DE EXCESSO PRATICADO POR POLICIAL MILITAR. JULGAMENTO ANTECIPADO. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. APELAÇÃO. NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVAS. CERCEAMENTO DE DEFESA. ACOLHIMENTO. APELO PROVIDO. 
1. A presente demanda não poderia ter sido julgada antecipadamente ante a imprescindível necessidade de verificação da matéria de fato mediante dilação probatória. 
2. Tal expediente não poderia ter sido tomado na medida em que o que se discute era aconduta, do Estado de Pernambuco, através do seu agente público, e suas conseqüências, que segundo relata o autor/apelado, agiu ativamente para o fato descrito na inicial. 
3. Ambas as partes pugnaram por produção de provas; o particular subsidiando o seu pedido na conduta do agente através de qualquer meio em direito admitido e o Estado de Pernambuco pela suposta ausência de excesso de força na abordagem policial pugnando, assim, pela oitiva de testemunhas. 
4. Bem plausível a alegação do ente público em afirmar que as lesões descritas nas perícias traumatológicas foram causadas pela reação do autor/apelado em acatar as ordens de prisão. 
5. Portanto, não poderia o juiz de piso, julgar antecipadamente a lide, ou seja, sem o despacho saneador, para, ao menos saber do interesse das partes na produção de provas, principalmente quando há expresso requerimento. 
6. O Magistrado não se encontra adstrito a realização de todas as provas requeridas pelas partes no intuito de firmar seu convencimento acerca da matéria objeto do litígio, pois, para tanto, se torna necessário apenas o livre convencimento do julgador diante das provas existentes. Entretanto, in casu, resta insofismável que as provas requeridas pelo Apelante constituem matéria essencial ao julgamento da lide. 
7. Apelo provido, para anular a sentença vergastada, determinando o retorno dos autos ao Juízo de origem para permitir a produção de provas requeridas na instância originária. 8. Decisão unânime. (TJPE - Proc 0009964-62.2009.8.17.1130; Sétima Câmara Cível; Rel. Des. Luiz Carlos Figueirêdo; Julg. 06/03/2012; DJEPE 12/03/2012; Pág. 153)
 		Neste diapasão, temos que a matéria ora aduzida pelo Promovente necessita, certamente, -- o que de logo requer -- ser provada por meio de:
 ( a ) prova pericial contábil 
 		Assim, pretende provar que: ( i ) o pacto na verdade, desde o seu nascedouro, já trouxera encargos contratuais excessivos. 
 				Não há como este Julgador proferir sentença destacando a eventual cobrança de encargos excessivos, no “período da normalidade”, sem o que os mesmos sejam comprovados pela prova pericial, ora requerida. 
 	Neste diapasão, ínclito Magistrado, constitui fragrante cerceamento de defesa o indeferimento e/ou julgamento antecipado da lide, caso não seja acolhido o presente pedido de produção de prova pericial, devidamente justificado.
	
	 	 		Ante o exposto, requer o Promovente que Vossa Excelência se digne de admitir a produção da prova pericial aqui requerida, delimitando, também, na oportunidade processual pertinente, os pontos controvertidos desta pendenga judicial.
(2.3.) – RESTITUIÇÃO EM DOBRO DO QUE FORA COBRADO A MAIOR 
 	Tendo em vista a incidência do Código de Defesa do Consumidor no contrato em espécie, necessário, caso haja comprovação de cobrança abusiva, que seja restituído ao Autor, em dobro, aquilo que lhe fora cobrado em excesso durante todo o período da relação contratual. (CDC, art. 42, parágrafo único). 
 		Neste sentido:
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. ALEGAÇÃO DE NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. REJEITADA. EFEITO SUSPENSIVO. NÃO ACOLHIMENTO. CARTÃO DE CRÉDITO. RELAÇÃO DE CONSUMO. REVELIA. CONFIGURADA. COBRANÇA DE SEGUROS NÃO SOLICITADOS PELO TITULAR. REGISTRO DO NOME DO AUTOR EM CADASTRO RESTRITIVO DE CRÉDITO. OCORRÊNCIA DE FATO DANOSO. DEVER DE INDENIZAR. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM MANTIDO. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. DEVIDO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO 
Nos termos do art. 518, § 1º, do código de processo civil e enunciado nº 102 do fonaje, o juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do superior tribunal de justiça ou do supremo tribunal federal e em desacordo com súmula ou jurisprudência dominante das turmas recursais ou de tribunal superior. Assim, o expediente reclama a publicação de súmula da alta corte ou de jurisprudência dominante deste colégio recursal, requisito este ausente na espécie. Rejeitada, pois a preliminar de não conhecimento argüida. Não merece acolhida o pedido de efeito suspensivo ao recurso visado pelo recorrente, pois no sistema dos juizados especiais a norma geral é o recebimento do recurso simplesmente no efeito devolutivo e, ademais, in casu, não restou demonstrado o dano irreparável a que estava sujeito o recorrente. No caso presente, a relação jurídica existente entre as partes configura-se como de consumo, pelas características inerentes aos sujeitos participantes, conforme as definições legais de consumidor e fornecedor. o não comparecimento injustificado a audiência induz a revelia. Deste modo, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial. Ademais, a partir do lastro probatório presente nos autos comprova-se a alegação do autor/recorrido. Cumpre ressaltar que não restou evidenciado que o recorrido efetivamente solicitou os serviços prestados vez que a recorrente sequer anexa aos autos contrato de adesão ou até mesmo gravação da solicitação, em caso de pedido feito pela via telefônica. Cobrança de seguros não solicitados que não implicou mero transtorno para o autor, mas causou-lhe angústias e aflições, inclusive em razão da inscrição do seu nome em cadastro restritivo de crédito, presente está o fato danoso a justificar o dever de indenizar. O quantum, fixado na sentença apelada, comportando o caráter justo, compensatório e punitivo que deve ter a indenização por danos morais, deve ser mantido. No tocante a repetição do indébito, observo que a sentença a quo não estar merecer reparos, uma vez que a lei exige que o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito a receber a este título o dobro do que pagou em excesso, o recorrido faz jus ao ressarcimento da quantia de r$ 468,70 (quatrocentos e sessenta e oito reais e setenta centavos). Recurso conhecido e parcialmente provido. (TJPI - RIn 044.2010.017.517-1; Rel. Juiz Carlos Augusto Nogueira; DJPI 11/04/2012; Pág. 21)
DIREITO DO CONSUMIDOR. COBRANÇA INDEVIDA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. ART. 42, § ÚNICO DO CDC. VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE. NEGADA REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO. SENTENÇA MANTIDA. 
A controvérsia deve ser solucionada sob o prisma do sistema jurídico autônomo instituído pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), que por sua vez regulamenta o direito fundamental de proteção do consumidor (art. 5º, XXXII, da Constituição Federal). A autora alega que a ré/recorrente a enviou dois talões de cheques sem que fosse solicitado, contudo, em razão de não encontrar-se presente em sua residência, os talões não foram entregues. Para sua surpresa, alguns dos cheques que ela sequer recebeu ou emitiu foram compensados em sua conta bancária, caracterizando falha na prestação do serviço. O d. Juízo de Primeiro Grau julgou procedente o pedido para condenar a ré a pagar a autora a importância de R$ 2.794,00 (dois mil, setecentos e noventa e quatro reais), a título de restituição em dobro das importâncias indevidamente pagas pela autora, bem como condenar a ré a pagar à autora a importância de R$ 3.000,00 (três mil reais), a título de danos morais. O recorrente, em sede recursal, defende ser incabível a sanção do art. 42, parágrafo único do Código de Defesa do Consumidor, uma vez que decorreu de uma falha administrativa justificável na compensação dos cheques fraudados, desprovida de má-fé. Por fim, sustenta a inexistência dos danos morais, bem como requer a redução do quantum reparatório. A teoria do risco do negócio ou atividade é a base da responsabilidade objetiva do Código de Defesa do Consumidor, a qual harmoniza-se com o sistema de produção e consumo em massa, protegendo a parte mais frágil da relação jurídica. A falha na prestação de serviço é fato incontroverso nos autos. O recorrente não trouxe aos autos qualquer argumento ou prova da ocorrência de engano justificável nas cobranças,já que a falha administrativa não é capaz de elidir a responsabilidade da instituição financeira pelos danos causados à autora. A título de esclarecimento, é preciso ressaltar que a base normativa que impõe a responsabilização do recorrente, no presente caso, é o art. 18, § 1º, II do Código de Defesa do Consumidor, ao estabelecer que o fornecedor responde pelas perdas e danos causados ao consumidor decorrentes da má-prestação (vício) do serviço. O art. 42, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor dispõe. "o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. " É devida a devolução em dobro dos valores indevidamente cobrados pela ré/recorrente, referentes aos cheques compensados indevidamente da conta corrente da autora que sequer foram emitidos por ela. A doutrina e a jurisprudência estão apoiadas na assertiva de que o prejuízo imaterial é uma decorrência natural (lógica) da própria violação do direito da personalidade ou da prática do ato ilícito. O quantum a ser fixado deverá observar as seguintes finalidades. compensatória, punitiva e preventiva, além do grau de culpa do agente, do potencial econômico e características pessoais das partes, a repercussão do fato no meio social e a natureza do direito violado, obedecidos os critérios da equidade, proporcionalidade e razoabilidade. O valor fixado de R$ 3.000,00 (três mil reais) não pode ser tido como excessivo, considerando-se a gravidade da conduta da parte recorrente, bem como o seu potencial econômico. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso e mantenho a r. sentença recorrida. Vencida a parte recorrente, deverá arcar com custas processuais e honorários advocatícios, os quais fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, a teor do art. 55 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. Acórdão lavrado conforme o art. 46 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. (TJDF; Rec 2011.12.1.004542-2; Ac. 574.212; Terceira Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal; Rel. Juiz Hector Valverde Santana; DJDFTE 26/03/2012; Pág. 273)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA C/C INDENIZAÇÃO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NA SENTENÇA. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO CELEBRADO POR ESTELIONATÁRIO. DEVOLUÇÃO DA QUANTIA INDEVIDAMENTE DEBITADA EM CONTA. RESTITUIÇÃO EM DOBRO. POSSIBILIDADE. RECURSO ADESIVO. MATÉRIA NÃO CONTRAPOSTA. PARCIAL CONHECIMENTO. 
I - O juiz pode adotar a inversão do ônus da prova no momento da prolação da sentença, por estarem as hipóteses de inversão na própria Lei, não cabendo a ninguém alegar o seu desconhecimento. 
II - A instituição financeira que celebra contrato em nome de um consumidor sem se certificar da veracidade das informações que lhe são prestadas, deve devolver àquele as parcelas indevidamente debitadas. 
III - O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro ao que pagou em excesso, acrescido de atualização monetária e juros, salvo hipótese de engano justificável, o que não ocorre no presente caso. 
lV - Não se conhece da matéria levantada em recurso adesivo que não contrapõe o recurso principal. (TJMG - APCV 0002538-30.2010.8.13.0239; Entre-rios de Minas; Décima Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Alberto Henrique; Julg. 01/03/2012; DJEMG 07/03/2012)
 
(2.4.) – PEDIDO DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
 			 	Para que melhor viabilizada a análise da pretensão ora relevada, apropriado que a Ré traga aos autos todos os documentos relacionados à relação contratual em liça. 
	É pacífico o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de ser cabível a inversão do ônus da prova para determinar-se ao agente financeiro a exibição de documentos comuns às partes, dentre eles o contrato e extratos relativos à relação contratual objeto de pretensão revisional e/ou repetição de indébito, nos próprios autos, sem necessidade de demanda cautelar específica.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECLARATÓRIA/REVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO MAQUINÁRIOS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS (FINAME) E SEUS ADITIVOS DE RENEGOCIAÇÃO. DEFERIMENTO DA TUTELA ANTECIPATÓRIA PARA BAIXA/VEDAÇÃO DA INSCRIÇÃO DO NOME DO AUTOR CADASTROS DE INADIMPLENTES, MANUTENÇÃO DO DEVEDOR NA POSSE DOS BENS FINANCIADOS MEDIANTE DEPÓSITO DA QUANTIA INCONTROVERSA. NÃO DEMONSTRAÇÃO DOS REQUISITOS DO ART. 273 DO CPC. ACOLHIMENTO. VALOR INCONTROVERSO AFERIDO MEDIANTE INVOCAÇÃO DE DIREITOS NÃO PLAUSÍVEIS DE PLANO. PRORROGAÇÃO DE DÍVIDA REALONGADA POR DIVERSAS VEZES QUE TEM AMPARO NORMATIVO. VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES AUSENTES. POSSIBILIDADE DO DEPÓSITO DA PARCELA INCONTROVERSA, SEM, CONTUDO, AFASTAR-SE OS EFEITOS DA MORA. MANTIDA A INVERSÃO DO ÔNUS PROBANTE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. DECISUM REFORMADO EM PARTE. 
Para evitar a inscrição do nome nos cadastros restritivos de crédito e se manter na posse do bem alienado fiduciariamente, não basta a simples propositura da ação revisional, devendo o devedor consignar o montante incontroverso e demonstrar que sua pretensão, inclusive no que tange ao percentual de juros utilizados para se chegar a tal importe, esteja firmado na aparência do bom direito extraível de jurisprudência consolidada do STJ e STF. "nos termos da Súmula nº 298/STJ, ‘o alongamento de dívida originada de crédito rural não constitui faculdade da instituição financeira, mas, direito do devedor nos termos da lei’, mas a renegociação somente será obrigatória se forem atendidos os requisitos legais. " (STJ – RESP 905404/SP) embora o governo federal, por meio da Lei nº 11.775/2008, tenha instituído medidas de estímulo aos produtores rurais para liquidação ou regularização de dívidas originárias de operações de crédito rural e fundiária, dando ensejo, assim, à edição resolução nº 3575 pelo BACEN para a concessão de prazo adicional para pagamento das prestações vencidas em 2008, certo é que as várias resoluções que vieram depois desta, fizeram apenas esticar este prazo para o pagamento de 40% exigíveis de plano, não havendo quaisquer outros normativos que garantam àquele que já teve sua dívida securitizada, o direito de ver prorrogado o prazo para o pagamento das prestações vencíveis nos anos subsequentes. Em que pese seja admissível o depósito da parcela incontroversa do débito, este não afasta, de per si, os efeitos da mora. Versando, porém, a causa sobre relação de consumo, mantém-se a inversão do ônus da prova para que a instituição bancária credora traga aos autos a cópia do contrato originário, de todos os aditivos, dos extratos e do cálculo discriminado da evolução do débito. (TJMT - AI 93530/2011; Tangará da Serra; Segunda Câmara Cível; Relª Desª Clarice Claudino da Silva; Julg. 29/02/2012; DJMT 03/04/2012; Pág. 11)
APELAÇÃO CÍVEL. REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO. AUSÊNCIA DE CÓPIA DO CONTRATO NOS AUTOS. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DOS FATOS QUE POR MEIO DO DOCUMENTO NÃO APRESENTADO, SE QUERIAM COMPROVAR JUROS REMUNERATÓRIOS FIXADOS DE ACORDO COM A TAXA MÉDIA DE MERCADO VIGENTE À ÉPOCA DA ASSINATURA DO CONTRATO, SE A TAXA APLICADA NESTES FOR MENOR, HIPÓTESE EM QUE ESSA ÚLTIMA PREVALECERÁ. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS AFASTADA, POR AUSÊNCIA DE CONTRATAÇÃO EXPRESSA. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. INCIDÊNCIA PROIBIDA POR INEXISTÊNCIA DE PACTUAÇÃO. APELAÇÃO DO RÉU CONHECIDA E IMPROVIDA. APELAÇÃO DOS AUTORES CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA. SUCUMBÊNCIA MANTIDA. 
1- Nos termos do artigo 359 do CPC, se a parte não efetuar a exibição do documento nem mesmo fizer qualquer declaração no prazo legal ou se o magistrado entender que as razões da parte solicitada são ilegítimas, o juiz singular admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento não apresentado, a parte pretendia provar. 
2- Os juros remuneratórios a serem aplicados na relação jurídica mantida pelas partes serão aqueles divulgados pelo Banco Central do Brasil (www. BACEN. Gov.brhttp://www. BACEN. Gov. BR/) à época da celebração do contrato, salvo se a taxa aplicada neste for menor, hipótese em que essa última prevalecerá. 
3- A capitalização mensal de juros, denominada anatocismo, é permitida, desde que prevista contratualmente, nos contratos firmados a partir do ano de 2.000. Não havendo previsão contratual, incide anualmente. 
4- Inexistindo nos autos prova de que a comissão de permanência foi pactuada contratualmente, afasta-se sua incidência. (TJMS - AC 2012.004516-6/0000-00; Campo Grande; Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Marco André Nogueira Hanson; DJEMS 20/03/2012; Pág. 26)
	Ademais, exigir-se que o Autor apresente documento que alega não possuir enseja limitação ilegal e inconstitucional ao direito de ação do correntista/consumidor, o que não pode ser admitido. 
	De outro turno, dispõe o art. 282 da Legislação Adjetiva Civil que a petição inicial deve apresentar os fatos e os fundamentos de direito, bem como os pedidos feitos de forma clara e precisa, o que fora realmente feito nesta peça vestibular. Não mais que isto deve ser exigido. 
	Deve-se levar em conta que a matéria em debate envolve temas bancários e, por conseguinte, pede a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, o que, aliás, muito apropriadamente fora debatido nesta inicial pela sua aplicabilidade. 
	Nesta ordem de entendimento, pertinente a aplicação da inversão do ônus da prova, por hipossuficiência técnica do Autor, com vista a facilitar a defesa dos seus interesses e fazer valer o princípio da isonomia, ou seja, tratar de maneira igual aos iguais e, de maneira desigual aos desiguais, na medida de sua desigualdade. 
	Assim, preceitua o CDC, que o consumidor tem direito a informações, hipótese esta perfeitamente aplicável ao caso em exame por evidenciar típica relação de consumo. 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
( . . . )
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; 
	Outrossim, faz-se mister destacar que o requerimento de exibição não necessariamente deverá ser feito em ação própria a fim de preparar o ajuizamento da ação revisional. 
	No que se refere à exibição de documentos, o Código de Processo Civil prevê duas modalidades de exibição: uma de caráter cautelar, preparatório (CPC, art. 844) e outra de caráter incidental (CPC, art. 355). 
	Desnecessária, portanto, é a propositura de ação cautelar autônoma, haja vista que o CPC, em seus art. 355 e seguintes, admite a exibição incidental. 
De outro bordo, não há qualquer óbice de que tal pleito seja firmado logo com a inicial, sobretudo quando acostados à exordial prova de quitação de parcelas, comprovando-se materialmente o enlace contratual. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. REVISIONAL. AUSÊNCIA DO INSTRUMENTO CONTRATUAL. DETERMINAÇÃO DE JUNTADA SOB PENA DE EXTINÇÃO. DESCABIMENTO. EXISTÊNCIA DE PEDIDO INCIDENTAL DE EXIBIÇÃO E DE FACILITAÇÃO DA DEFESA. DETERMINAÇÃO PARA QUE A INSTITUIÇÃO EXIBA O CONTRATO. MULTA PARA A HIPÓTESE DE DESCUMPRIMENTO. CABIMENTO. DECISÃO REFORMADA. 
1). A ausência do instrumento contratual na inicial da ação revisional não induz ao indeferimento da inicial, desde que o agravante não tiver obtido acesso ao documento, tenha pleiteado a exibição incidental e a facilitação de sua defesa, circunstâncias que autorizam a compelir a instituição financeira a apresentá-lo. 
2). Para que se dê efetividade à decisão, necessário que se fixe multa diária. 
3). Recurso conhecido e provido. (TJDF - Rec 2012.00.2.003508-3; Ac. 576.091; Quinta Turma Cível; Rel. Des. Luciano Moreira Vasconcellos; DJDFTE 11/04/2012; Pág. 151)
	
	De outra banda, tratando-se de documentos comuns às partes, ao qual a instituição financeira Ré possui maior acesso, é possível e correto o dever da mesma exibir tais documentos quando solicitados pelo consumidor, ora Promovente, sendo possível o pedido incidental, nos próprios autos desta ação revisional, na forma do que preceitua a Legislação Adjetiva Civil.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 355 – O Juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa, que se ache em seu poder. 
Art. 358 – O juiz não admitirá a recusa:
( . . . )
III – se o documento, por seu conteúdo, for comum às partes. 
 	Com a finalidade de fazer prova em Juízo da exorbitância dos valores cobrados, o Autor vem pedir que:
a) Seja invertido o ônus da prova (CDC, art. 6º, inc. VIII); 
b) que a Ré seja instada a apresentar em Juízo, no prazo da contestação, cópia do contrato que tenha celebrado com o Autor, situado nas considerações fáticas (Contrato nº. 443322) ou outro que tenha celebrado com a mesma, bem como documentos contábeis e/ou extratos que comprovem toda a evolução dos pagamentos efetuados pelo Promovente; 
c) não sendo apresentados os documentos supra aludidos no prazo fixado, requer seja, no julgamento desta querela, admitidos como verdadeiros os fatos alegados na exordial, quais sejam: a cobrança abusiva de juros capitalizados em confronto com a lei, ausência de pacto para cobrança de juros capitalizados. (CPC, art. 359).
(2.3.) – DO
(3) – P E D I D O S E R E Q U E R I M E N T O S
POSTO ISTO,
como últimos requerimentos desta Ação de Repetição de Indébito, o Autor requer que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:
a) 1) Determinar a CITAÇÃO da Promovida, por carta, com AR (CPC, art. 222, caput), no endereço constante do preâmbulo, para, no prazo de 15 (quinze) dias, querendo, apresentar defesa que achar pertinente, sob pena de revelia e confissão (CPC, art. 285, caput c/c art. 319);
b) pede, mais, sejam JULGADOS PROCEDENTES OS PEDIDOS FORMULADOS e, via de consequência :
 ( i ) reconhecer a ilegal cobrança de juros capitalizados mensalmente, a despeito da ausência de autorização legal e/ou contratual;
( ii ) pede, outrossim, caso sejam encontrados valores cobrados a maior durante a relação contratual, sejam os mesmos devolvidos ao Promovente em dobro (repetição de indébito), ou sucessivamente, por restituição simples, devidamente corrigidos a partir dos respectivos pagamentos realizados;
c) seja a Requerida condenada ao pagamento de honorários de 20% (vinte por cento) sobre o valor a restituir, mormente levando-se em conta o trabalho profissional desenvolvido pelo patrono do Autor, além do pagamento de custas e despesas, tudo também devidamente corrigido;
4) com o pedido de inversão do ônus da prova, protestar provar o alegado por todos os meios de prova em direitos admitidos, por mais especiais que sejam, sobretudo com a oitiva de testemunhas, depoimento pessoal do(s) representante(s) legal(is) da Ré, perícia contábil, exibição de documentos, o que desde já requer.
			 		
			 		Atribui-se a presente Ação o valor estimativo de R$ 100,00 (cem reais).
 
 						Respeitosamente, pede deferimento.
				 Cidade (PR), 00 de abril de 0000. 
 			P.p. 			 Beltrano de tal
 							 Advogado – OAB(PR) 112233
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