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UNIFACS – Universidade Salvador Aluno: Vagner Maciel Soares Silva Matrícula: 518142150 Disciplina: FMC Professora: Joseane Curso: Sistemas de Informação – 1º Semestre, noturno Fora da ordem Monólogo apresentado pelo ator Lelo Filho exibido no dia 05 de junho de 2015 no Centro Cultural Amélio Amorim na cidade de Feira de Santana - Bahia. Abordando temas como censura, golpe militar, tortura, a complexa relação familiar junto à homossexualidade, famílias separadas pelo exílio, AIDS, redes sociais e a violência racial. Com temas atuais e provocantes, a peça se passa na época do golpe militar onde o Brasil passava por uma sucessão de crises (ideológicas, políticas, sociais, econômicas...). Filho de um major torturador, cada um dos vários personagens de Lelo sofriam por algum motivo, ora tortura, outrora saudade, ora censura - vários foram os problemas que assolavam os personagens. Nitidamente com uma trajetória pouco feliz, Lelo foi imprimindo sua opinião por entre os temas que expunha utilizando de uma linguagem clara. Ali ele retratava a história de vários brasileiros que sofriam com tudo que acontecia na época. Foi torturado; sentia saudades de sua irmã, que foi exilada por ser artista – afinal os artistas foram censurados e/ou torturados por autoridades; com sua orientação sexual, ao qual foi tratado de ”bicha nojenta” pelo próprio pai; expulso de casa; encontrou uma pessoa que acabou perdendo por estar doente; abordou os problemas que os negros enfrentavam/enfrentam pela cor de sua pele; Em um dado momento o ator começa a ler cartas, que apesar de ter achado cansativo e nada dinâmico me surpreendeu ao interpretar a música “Creep – Radiohead”, uma cena belíssima. A apresentação percorreu anos e conseguiu chegar até os dias atuais onde tornou-se notória a influência da tecnologia no tocante a unir pessoas distantes, a interação de um dos personagens que morava em outro país trabalhando em suas fotografias e documentários, documentário esse que foi exibido durante a apresentação com o tema “Homens de bem”, Lelo trouxe à público outro tema pesado e depoimentos de como nos caracterizamos pessoas boas, que falam alto, cospem no chão, mijam na rua, mas que são felizes em suas misérias de ignorar o passado, não estudando, não crescendo, Lelo dá um tapa na cara e parece gritar: “Acorda, porra!”. Satirizando todos os homens de bem que roubam, matam, julgam e agridem. Um Lelo sozinho que parece nos representar no nosso mundo egoísta, egocêntrico, precisando olhar mais para o outro, respeitar o próximo e agir conforme queiramos que ajam conosco. Um espetáculo para ver e refletir, para pensar. Na peça do Lelo não há motivos para riso, apenas para reflexão. Fica minha indicação para aqueles que querem fugir do esperado.
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