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16 Devoção 60 anos LSLB Nacional

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Região Catarinense – dia 4/março/2017, sábado pela manhã:
Hino: “A minha fé Senhor”
A liderança como serviço – Vivendo a fé – baseada em Ef 2.10 “Pois foi Deus quem nos fez o que somos agora; em nossa união com Cristo Jesus, ele nos criou para que fizéssemos as boas obras que ele já havia preparado para nós”.
Durante toda a história da humanidade temos o exemplo de muitas mulheres que fizeram a diferença no cristianismo com suas ações, boas obras no trabalho da igreja, vivendo sua fé plenamente. Temos exemplo de mulheres no antigo testamento (Noemi, Rute, Esther, ), no novo testamento (Maria Madalena, Maria, Isabel entre outras), também no período da reforma muitas mulheres foram líderes e usaram seus dons movidas pela fé. Ainda hoje muitas mulheres dispõem de seus dons para o trabalho da igreja. 
Quero compartilhar com vocês uma história que nos auxiliará nesta reflexão.
A árvore dos sapatos *
 (Do livro Contador de História, Julião Goulart, Editora UFSC 2009, p.22)
"Muito longe daqui, no Sul da África, não muito tempo atrás, vivia uma tribo que não usava sapatos. Pra quê sapatos? Se a areia era macia, a grama também.
Mas às vezes as pessoas tinham que ir à cidade. Para resolver um assunto, um negócio de cartório, hospital, ou receber dinheiro ou até mesmo ir a uma festa. Aí eles precisavam de sapatos, e era um tal de pedir emprestado, que nunca dava certo.
Foi aí que o velho mais velho da vila que, como tantas vezes acontece, era também o mais sábio resolveu o problema. Ele abriu uma tenda de aluguel de sapatos bem na entrada da vila.
Instalou-se à sombra de uma grande árvore, e em seus galhos pendurou todo tipo de sapatos: sandálias, chinelos, alpargatas, botas, botinas, sapatos de salto alto, fechado atrás, aberto atrás, sapato de casamento, para enterro, de todas as cores, tipos e tamanhos.
As pessoas alugavam o sapato que queriam, iam para cidade resolver seus assuntos e, na volta, devolviam. Claro, tinham que pagar aluguel.
Sabe qual era o aluguel?
No fim da tarde, depois que todo mundo já tinha terminado o serviço, tomado banho no rio, jantado, todo o povo da vila se reunia para ouvir a pessoa que tinha alugado o sapato contar, com todos os detalhes, por onde aquele sapato tinha andado.
E você, saberia contar a história por onde os seus sapatos andaram na jornada de fé da sua vida? Como seria?
	Vamos agora escutar um pouco de algumas mulheres que participaram (muitas de forma oculta) de um grande momento da história da humanidade, usando os seus dons para realizar obras para o engrandecimento do reino de Deus. E de outras que ainda estão caminhando. (Cada serva representa uma das mulheres e coloca um sapato na árvore, lendo sobre ela. Depois as mesmas servas colam outro sapato com o seu nome e falam um pouco da sua caminhada como serva praticando boas obras).
Através deste sapato eu represento a caminhada de fé da:
Catarina de Bora (1499-1552).Esposa de Martinho Lutero. Catarina teve que ser forte, considerando que teve seis filhos, dos quais dois não alcançaram a idade de adultos. Mas além dos próprios filhos, o casal chegou a criar mais oito filhos de parentes próximos. No grande convento, em que a família morava, sempre havia estudantes de teologia que alugavam quartos. Também eram acolhidas pessoas idosas e doentes, além de muitos visitantes dos mais diversos lugares que vinham a Wittenberg, para conversar com o Reformador. Lutero prezava a forma como Katharina gerenciava a casa, mas ele também a amava como educadora dos filhos e, não por último, como esposa que o animava em momentos de dificuldade e depressão. Catarina foi a primeira “esposa de Pastor” luterana (Pfarrfrau – Frau Pfarrer), e a “casa pastoral evangélica” o modelo para as próximas gerações.
Através deste sapato eu represento a caminhada de fé da:
Wibrandis Rosenblatt (1504-1564), esteve casada consecutivamente com três reformadores: João Oekolampad, na cidade de Basileia, Suiça, Wolfgang Capito e Martin Bucer na cidade de Estrasburgo. Somando os filhos do primeiro matrimônio, deu à luz a onze filhos. Contudo, sua tarefa não foi apenas a criação dos filhos, mas também a gerência da casa com os muitos hóspedes, os quais não raras vezes eram refugiados, perseguidos por não terem “a fé certa”.
Através deste sapato eu represento a caminhada de fé da:
Ursula de Münsterberg (nasceu entre 1491 e 1495 e faleceu após 1543). Ela se recusou a voltar ao convento de onde havia fugido. Quiseram levá-la a força para lá. Sua argumentação escrita sobre o motivo de sua resistência foi publicada, acompanhada de uma palavra de Lutero. Ela ajudou no processo de dissolução de muitos conventos, onde mulheres eram enclausuradas contra a sua vontade.
Através deste sapato eu represento a caminhada de fé da:
Argula de Stauff Grumbach (1492-1554). Ela se manifestou publicamente contra a condenação do professor da Universidade de Ingolstadt, de nome Arsacius Seehofer. Ele havia defendido ideias da Reforma, apesar da proibição estrita dos duques da região, que não quiseram nem permitir que estas ideias fossem discutidas. Argula, então com a idade de 31 anos, já havia estudado a fundo a Bíblia, pois recebera um exemplar do seu pai quando tinha 10 anos de idade. Seus argumentos no manifesto estão baseados em palavras bíblicas. Ela escreveu aos professores da Universidade, desafiando-os a argumentar teologicamente com ela – na presença das autoridades políticas. 
Ela não recebeu nenhuma resposta por parte dos professores, mas seu marido perdeu o emprego. Este, infelizmente, continuou católico até o fim de sua vida, o que complicou muito sua vida familiar. Um dos argumentos que sustentava Argula foi At 5.29, onde o apóstolo Pedro diz que importa obedecer mais a Deus do que aos homens. Sua carta foi publicada e amplamente divulgada, sendo reeditada treze vezes dentro de dois meses. Outros sete panfletos de Argula foram publicados, que, somados, alcançaram o número de 30.000 exemplares.
Através deste sapato eu represento a caminhada de fé da:
Ursula Weyda (c. 1504-1570). Quando um abade do mosteiro de Pegau lançou um manifesto, acusando Lutero e seus seguidores de todos os males da época, como revoltas, decadência das universidades e ruína das cidades, ela reagiu com um outro manifesto, argumentando contra as acusações com seus conhecimentos bíblicos. Num dos seus textos encontram-se 79 referências bíblicas.
Através deste sapato eu represento a caminhada de fé da:
Elisabeth Cruciger (c. 1500 a 1535) é considerada a primeira poetisa do Protestantismo. Ela escreveu vários “hinos de Igreja”. Um deles ainda hoje faz parte do hinário da Igreja Evangélica da Alemanha. Ela e o marido eram amigos do casal Lutero e moravam em Wittenberg. Lutero havia realizado o ofício de casamento do casal Cruciger.
Através deste sapato eu represento a caminhada de fé da:
Catarina Zell : Uma das mulheres mais extraordinárias, cuja vida queremos descrever com mais detalhes. Catarina Zell, (c. 1497 a 1562). Ela pregou publicamente e também foi uma diácona. 
Catarina foi filha de um marceneiro respeitado de Estrasburgo. Com boa formação intelectual, leu escritos de Martim Lutero e foi tocada pelo seu conteúdo. Escreveu que sentiu-se “como se alguém me puxasse da terra, do inferno atroz e amargo para o lindo e doce reino dos céus” .
Ela casou com Mateus Zell, que viera como sacerdote para a catedral de Estrasburgo. Mas logo começou a pregar no espírito de Lutero. Catarina era 20 anos mais nova do que ele. O casamento de um sacerdote ainda provocava muita revolta por parte das autoridades católicas. Por isso, Mateus Zell foi excomungado da igreja pelo bispo de Estrasburgo. Havia quem o defendesse e a própria Catarina começou a argumentar contra esta decisão, mandando “cartas fumegantes” ao bispo. Numa delas diz que ela vive numa comunhão harmoniosa com o marido e que não concorda com a suposta vida celibatária dos religiosos.
Através deste sapato eu representoa caminhada de fé da:
Marie Dentiere, uma ex-abadessa, importante teóloga, que atuou em Genebra (Suíça), afirmou que a leitura da Bíblia realizada pelas mulheres fez elas descobrir mulheres na Bíblia e que os exemplos dessas mulheres as fortalecem em sua fé, em suas qualidades, virtudes, pensamentos, ações e conhecimentos. 
O que motivou tantas mulheres a fazerem boas obras em tempos difíceis. Será que foi por causa das palavras de Lutero? Argula von Grumbach em um de seus textos escreveu: E mesmo se viesse a acontecer que Lutero negasse tudo o que disse – que Deus não o permita –, isso não mudaria em nada a minha opinião. Eu não construo a minha opinião sobre a opinião de Lutero ou de qualquer outra pessoa, mas sobre a verdadeira rocha: Jesus Cristo (Birnstein, p. 33). Argula von Grumbach, tinha bem clara a sua convicção evangélica cristã: a sua rocha é Jesus Cristo. Que a esperança de uma igreja inclusiva e acolhedora fortaleça-nos em nosso processo de ser igreja sempre em reforma!
Martinho Lutero escreveu em suas obras: As boas obras não tornam bom o homem, mas o homem bom pratica boas obras. As obras más não tornam mau o homem, mas o homem mau pratica obras más.
Ninguém poderá ser salvo pelas obras e boas ações, ou por tentar guardar os mandamentos de Deus. Todos os não salvos estão espiritualmente mortos, sob o domínio de Satanás, escravizados pelo pecado e sujeitos à condenação divina. Para sermos salvos precisamos receber a provisão divina da salvação, ser perdoados do pecado, ser espiritualmente vivificados, ser feitos novas criaturas e receber o Espírito Santo. Nenhum esforço da nossa parte poderá realizar essas coisas. O que opera a salvação é a graça de Deus mediante a fé. Aqueles que se tornam novas criaturas em Cristo, recebem graça contínua para viver a vida cristã, resistir ao pecado e servir a Deus. Do começo ao fim, a salvação é pela graça de Deus.
Todas essas mulheres foram líderes na Igreja de Cristo, trabalharam para a propagação do evangelho movido pela fé. Realizaram boas obras, não para obterem a salvação, mas movidas pela fé. 
Nós estamos aqui representando uma parcela das mulheres líderes da igreja, movidas pela fé, realizando muitos trabalhos. Que Deus continue nos orientando, motivando, fortalecendo no trabalho da igreja, para levar Cristo para todos.
Oração final:
Hino:

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