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Formação do Pensamento Político na Grécia Antiga e Idade Média

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A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO POLÍTICO
GRÉCIA ANTIGA (PERÍODO CLÁSSICO – SÉCULOS V E IV a. C.).
Nesse período formou-se a primeira corrente de pensamento político segundo alguns autores. 
Os pensadores desse período se preocupavam muito com a formação do universo e com os fenômenos da natureza. Eles buscavam explicar tudo a partir da razão e do conhecimento científico. 
Pensadores que se destacaram nesse período: Sócrates, Platão e Aristóteles. 
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SÓCRATES foi um crítico dos limites da democracia ateniense. Para Sócrates “é a virtude que capacita a alma a desempenhar sua função de maneira correta.”
Por isso, disse Sócrates, devemos primeiro identificar a justiça na pólis ou no Estado. “Considerando-se a justiça em larga escala, estaríamos mais aptos a compreendê-la em uma escala pequena ou mesmo individual.” 
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Para Sócrates, um tal Estado originar-se-ia do fato de que os seres humanos necessitam cooperar, a fim de satisfazer suas necessidades materiais. Mas a satisfação das necessidades básicas levará, inevitavelmente, à criação de necessidades mais refinadas, e, portanto, estruturas mais complexas terão de ser imaginadas para servi-las. No ponto final dessa evolução, Sócrates sugere, o Estado conterá três grupos ocupacionais. Entre eles serão distribuídas as “virtudes” do Estado. 
*
Tais grupos foram chamados por Sócrates de Guardiões, Auxiliares e Produtores. Os Guardiões encarnarão a sabedoria do Estado. Os Auxiliares, a classe militar, encarnarão a coragem. Os Produtores encarnarão a temperança da autocontenção, com a qual deverão reconhecer que é necessário para eles submeterem-se ao governo dos Guardiões. 
*
PLATÃO nasceu no século IV antes de Cristo e foi discípulo de Sócrates. Por seu intermédio, o pensamento de Sócrates foi registrado historicamente.
Para Platão, a educação deveria, em última instância, basear-se na ciência e ultrapassar o plano instável da opinião. E a política poderia deixar de ser jogo fortuito de ações motivadas por interesses nem sempre claros e freqüentemente pouco dignos, para se transformar numa ação iluminada pela verdade e por gestos criadores de harmonia, justiça e beleza. 
*
O pensamento político de Platão pode ser entendido de várias formas: como relação entre a virtude e a moral, vinculando a moral dos governantes e a qualidade da ação política; como relação entre a ciência da política (saber teórico) e o direito de governar (entendendo aí a política como uma prática daqueles que possuem o senso de justiça e que procuram o bem estar comum); como idéia de remédio para controlar ou combater a corrupção política. 
Quem deveria governar o regime defendido por Platão era um sábio, um pensador, porque ele sabe o que é bom, belo e justo. 
*
Platão defendia a República como organização ideal para o governo da cidade porque deve se apoiar na divisão racional do trabalho. 
Para Platão, o indivíduo faria parte da cidade para poder cumprir sua função social. 
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ARISTÓTELES – Este pensador viveu entre 384-322 a.C. Responsável por diversas obras sobre filosofia, lógica e ciência, Aristóteles teve grande influência na formação do pensamento político. 
A naturalidade e a integridade da vida política é um tema constante nos escritos de Aristóteles sobre política e ética. 
“O homem é por natureza uma animal político. Todo aquele que for alheio ao Estado é mais ou menos do que humano.” (Política, 1:2)
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Tal como fazia Platão ao discutir os primórdios da associação política, Aristóteles afirmou que, antes de iniciarmos qualquer tipo de atividade moral, necessitamos de condições materiais de vida que dependem da divisão do trabalho. 
Para Aristóteles, era na pólis que os indivíduos poderiam encontrar os pré-requisitos da moralidade. 
Não é natural a atividade econômica voltada exclusivamente pra o lucro: e é usura a aplicação do dinheiro apenas para criar valores hipotéticos.
*
É também na pólis que deveriam ser proporcionadas as condições educacionais para o cultivo e a realização da virtude moral. 
Ainda para Aristóteles, era na pólis que as precondições de nossa correção ética eram proporcionadas. 
Ele pensava que o bem dos outros poderia contribuir, em medida significativa, para o nosso próprio bem.
*
No entender de Aristóteles, a estabilidade de uma constituição deveria ser assegurada pelo equilíbrio entre a escassez e o excesso, de tal modo que o mínimo possível de pessoas fossem excluídas ou alienadas. 
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IDADE MÉDIA (476 d.C. a 1453 - V a XV) 
Santo Agostinho de Hipona nasceu em Tagasto (hoje Suk Ahras, na Argélia) em 354 d. C. Ordenado padre em 391, tornou-se, em 396, bispo de Hipona (hoje cidade de Annaba, na Argélia), onde permaneceu até a sua morte em 430. 
Suas obras ofereceram uma orientação filosófica e espiritual para a estruturação da Igreja Católica como instituição vital para a sobrevivência dos cristãos durante e após a derrota do império Romano. 
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O resumo de seus escritos devem começar pelas doutrinas agostinianas do pecado original, da graça e da predestinação.
Pecado original: Todos que nasceram depois de Adão e Eva trazem consigo o pecado original. Logo, estamos no mundo somente para sermos condenados. Agostinho não se preocupa com as óbvias dificuldades nascidas da própria condição humana. Interpretação da Sagrada Escritura.
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Graça: Para se livrarem do pecado original, membros da raça humana podem obter essa graça se conseguirem colocar o amor de Deus acima do amor de si.
Predestinação: Tal graça não pode ser adquirida ou merecida, dependerá da escolha de Deus. Os Eleitos são membros da Cidade de Deus. O restante da humanidade são membros da Cidade dos Homens. 
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Segundo Santo Agostinho não sabemos por que Deus predestinou alguns e outros não, ou alguns mais que todos, ou alguns mais do que muitos, mas de qualquer forma não temos direito de questionar Seu julgamento. O fato de Deus condenar a maioria revela Sua justiça: o fato de salvar alguns mostra Sua misericórdia. 
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Bem, e quanto à política? Platão e Aristóteles sustentaram que a vida política é natural para o homem. Os dois consideravam que, para ser peculiarmente apropriada à natureza humana, a vida da pólis, a Cidade-Estado, deve ser racional, deliberativa e cooperativa. Mas Agostinho afasta-se fundamentalmen-te desse princípio. 
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O Estado para Santo Agostinho tem objetivo divino. Ele não diz ou sugere que em razão de tais regras os governantes sejam formalmente subordinados à Igreja ou sujeitos aos seu comando. Seu ponto de vista é, simplesmente, o de que todos os homens, não importa quem sejam, devem servir a Deus com todas as capacidades neles existentes. 
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Para ele, todo o poder político vem de Deus e os súditos não podem alterar aquilo que não lhes foi concedido. Também fica claro no pensamento de Agostinho, que maus governantes são justas punições pelas nossas faltas. Se o imperador nos prejudica ou nos persegue, não deixa por isso de ser nosso governante de direito.
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Santo Tomás de Aquino nasceu em 1225, em Roccasecca, perto de Aquino, na Itália. Morreu em 1274, na França.
Durante a Idade Média, a Igreja Católica impunha sua visão desconsiderando as tradições grego-romanas que não convinham a ela. Por exemplo, o pensamento aristotélico foi banido nesse período. No século XIII, contudo, a obra de Aristóteles volta a ser objeto de estudo.
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Santo Tomás iniciou o estudo dessas obras. Ele estava convencido de que os ensinamentos de Aristóteles podiam conciliar-se com a fé cristã.
Diferente de Santo Agostinho, Santo Tomás não encontra nada que possa conflitar o indivíduo com o mundo descrito por Aristóteles, racional, humano e organizado. Santo Tomás fez uma releitura do modelo político clássico aristotélico. 
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Diferente de Agostinho, que via o Estado como fruto do pecado, Tomás, mais otimista,trata de um Estado natural, filho da natureza social do homem. Nesse sentido, Tomás abre caminho para o surgimento do Estado moderno.
Segundo Santo Tomás, o homem precisa do Estado e também da Igreja.
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Santo Tomás defendia que para alcançarmos o bem-estar terrestre temos necessidade de um governo, mas o governo concebido por ele não tem nenhuma semelhança com o governo “agostiniano”.
Santo Tomás preconizava uma administração pública branda, adequada ao ser humano. 
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No tocante à sua teoria política, três aspectos devem ser ressaltados. Primeiro:ele foi responsável pela reintrodução do pensamento político e ético de Aristóteles no currículo educacional do Ocidente latino. 
Segundo: como consequência direta da reabilitação de Aristóteles, ele foi responsável por uma extensa reavaliação da atividade política e da participação em atividades comunitárias, independentemente de qualquer relação com a Igreja. 
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Terceiro: embora tenha se eximido de tratar de modo mais amplo do tema “Igreja e Estado”, Santo Tomás tornou disponível o aparato intelectual com que seus sucessores imediatos começaram a desenredar a prolongada associação dos temas seculares e espirituais nos escritos políticos europeus. 
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Idade Moderna: séculos XV ao XVIII
Os Estados eram governados por mercadores e tiranos de origem nobre e ainda não eram organizados como Nação.
Nicolau Maquiavel – Florença (1469 – 1527) -, oriundo da alta burguesia dos mercadores, exerceu altos cargos políticos. Em 1513, publicou a obra “ O Príncipe”.
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Ao procurar responder suas inquietações, como a necessidade da existência de um Estado estável, Maquiavel provoca uma ruptura no saber repetido pelos séculos. 
Trata-se de uma indagação radical e de uma nova articulação sobre o pensar e fazer política, que põe fim à idéia de uma ordem natural e eterna. A ordem, produto necessário da política, não é natural, nem a materialização de uma vontade extraterrena, e tampouco resulta do jogo de dados do acaso. 
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John Locke (1632-1704) - Para Locke, a propriedade já existe no estado de natureza e, sendo uma instituição anterior à sociedade, é um direito natural do indivíduo que não pode ser violado pelo Estado.
Locke trata de um contrato social no qual os homens concordariam livremente em formar uma sociedade civil para preservar e consolidar ainda mais os direitos que possuíam originalmente no estado de natureza.
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No estado civil de Locke, os direitos naturais inalienáveis do ser humano à vida, à liberdade e aos bens estão melhor protegidos sob o amparo da lei, do árbitro e da força comum de um corpo político unitário. 
O passo seguinte nesse estado civil é o da escolha, pela comunidade, de uma determinada forma de governo sob o princípio da maioria, segundo o qual prevalece a decisão majoritária e, simultaneamente, são respeitados os direitos da minoria. 
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Segundo Locke, quando esse determinado governo viola a propriedade privada (vida, liberdade e bens) e usa a força sem amparo legal contra o povo, os governados têm o direito legítimo de resistir à opressão e à tirania. 
A legitimidade da resistência ao exercício ilegal do poder reconhece ao povo, quando este não tem outro recurso ou a quem apelar para sua proteção, o direito de recorrer a força para deposição do governo. 
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Rousseau (Genebra 1712/1778) - Ele inovará a forma de pensar a política, no século XVIII, principalmente ao propor o exercício da soberania pelo povo, como condição primeira para a sua libertação. 
Tais propostas foram desenvolvidas ao longo da obra “Contrato Social”, em 1762. Para Rousseau, antes de mais nada, impunha-se definir o governo, o corpo administrativo do Estado, como um órgão limitado pelo poder do povo e não como um corpo autônomo ou com poder próprio. O soberano, no Estado defendido por Rousseau, é o povo.
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Rousseau afirmou que um povo só será livre quando tiver todas as condições de elaborar suas leis num clima de igualdade, de tal modo que a obediência a essas mesmas leis signifique, na verdade, uma submissão à deliberação de si mesmo e de cada cidadão, como partes do poder soberano. Isto é, uma submissão à vontade geral e não à vontade de um indivíduo e particular ou de um grupo de indivíduos. 
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IDADE CONTEMPORÂNEA (1789 AOS DIAS ATUAIS) 
Karl Marx (1818-83) – Nasceu na Alemanha. Foi filósofo, economista, jornalista e socialista. O trabalho é um conceito central na obra de Marx e Engels, que o entendem como a forma pela qual os homens produzem e reproduzem a sua própria existência natural e social.
Para Marx, o Estado não supera as contradições da sociedade civil, mas é reflexo delas, e está aí para perpetuá-las. Por isso, só aparentemente ele visa o bem comum, estando de fato a serviço da classe dominante.
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Para Marx, classe social, em seu sentido econômico, é um conjunto de indivíduos que ocupam uma posição específica no sistema social de trabalho de uma sociedade. Este sistema de trabalho possui uma relação direta com o regime social geral, com a dominação de classes, com formas de propriedade, portanto, com a existência de opressores e oprimidos. 
Logo, Marx propõe um Estado que acabe com as classes, um Estado socialista, rumo ao comunismo. 
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Friedrich von Hayek – Viena (1899-1992). O neoliberalismo nasceu logo depois da II Guerra Mundial, na região da Europa e da América do Norte onde imperava o capitalismo. Foi uma reação teórica e política veemente contra o Estado Intervencionista e de bem-estar. Seu texto de origem é O Caminho da Servidão, de Friedrich Hayek, escrito já em 1944. 
Trata-se de um ataque apaixonado contra qualquer limitação dos mecanismos de mercado por parte do Estado, denunciadas como uma ameaça letal à liberdade, não somente econômica, mas também, política. Hayek acusava ainda o planejamento e o Estado providência de levarem à tirania de governo. 
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Para Hayke, só o próprio mercado, mediante seus processos de auto-regulação, poderia estabelecer, com eficiência, níveis de preço e produção; as tentativas governamentais de interferir nessa auto-regulação, serão completamente inúteis. 
Os governos, portanto, não devem ter poderes para regular a economia e exercer o papel de promotores do bem-estar social. Hayek também era hostil a todos os outros instrumentos e organizações sociais , como os sindicatos, que ameaçam a ação espontânea do mercado.

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