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Questionário unid. 1 – Literatura Portuguesa: Poesia – Resultado: 3 em 3 pontos 1. (FUVEST-SP) Na Lírica de Camões: a. o verso usado para a composição dos sonetos é o redondilho maior. b. encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos. c. cantar a pátria é o centro das preocupações. d. encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX. e. a mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de espiritualidade. Feedback: Luís Vaz de Camões é, sem dúvida, um dos melhores poetas em língua portuguesa, com vasta produção, tanto de epopeia quanto de formas como soneto, ode etc. Continua sendo grande influenciador de poetas posteriores a ele. No entanto, ele não produziu sátira e autos, nem cantar a pátria foi preocupação central (tal tema aparece apenas na sua epopeia “Os lusíadas”). 2. (MACKENZIE) Sobre Bocage, é incorreto afirmar que: a. como poeta satírico, ironizou contemporâneos seus, o clero, a nobreza decadente; b. houve, notada inclusive por ele mesmo em um famoso soneto, uma série de semelhanças entre sua vida e a de Camões; c. em sua obra lírica, o Arcadismo interessou apenas como postura, aparência, pois, no fundo, o poeta foi um pré-romântico; d. como abriu mão totalmente dos valores neoclássicos, desprezou o apuro formal, o bucolismo e a postura pastoril; e. o subjetivismo, a confidência de sua vida interior, a confissão foram elementos frequentes em sua obra lírica. Feedback: O poeta seguiu o apuro formal, tanto que produziu soneto, cuja estrutura é extremamente rígida. Além disso, ele é um representante do Arcadismo, que valoriza o bucólico e a postura pastoril. 3. Indique a alternativa que corretamente identifica o tipo de composição poética: “Ay Deus, e quen mi tolherá Gran coyta do meu coraçon No mundo, poys mha senhor non Quer que eu perca coyta já! E direy-vos como non quer: Leixa-me sem seu bem viver Coytad`, e, se mi non valer Ela, que[n] mi pode valer? Bernal de Bonaval” a. cantiga de maldizer b. cantiga de escárnio c. cantiga de amigo d. cantiga de amigo sem refrão e. cantiga de amor Feedback: Pela temática – coita d’amor – e pela referência à amada “mha senhor”, o leitor verifica que se trata de uma cantiga de amor, em que o eu lírico é masculino e apaixonado por uma mulher inacessível, uma vez que ela se encontra em posição superior socialmente. 4. Na epopeia “Os lusíadas”, de Camões, aparece o tom pessimista no epílogo, bem como em outro momento do poema. Trata-se do episódio: a. do Gigante Adamastor b. do Velho do Restelo c. de Inês de Castro d. dos Doze de Inglaterra e. do Concílio dos Deuses Feedback: Na epopeia, temos o episódio em que os navegantes descobridores estão preparados para viagem, já no cais, e um senhor português (o Velho do Restelo) manifesta-se contra as viagens por considerá-las ambiciosas. 5. O primeiro movimento literário de Portugal denomina-se Trovadorismo, que consiste em cantigas. Entre estas, há a cantiga de amor, em que: a. O eu lírico ironiza personalidades da época de forma velada ou abertamente. b. O eu lírico é feminino e expressa a saudade da ausência do amado. c. O eu lírico é uma voz feminina, que expressa seus sentimentos, apesar de a cantiga ser escrita por homens. d. O eu lírico expressa o amor à mulher amada, encarando-o com objeto acessível a seus anseios. e. O eu lírico pratica a vassalagem amorosa à mulher amada, em atitude de amor platônico. Feedback: Na cantiga de amor, a voz é masculina, que fala de seu amor a uma mulher de classe social superior a esse eu lírico. O tipo de amor é de um vassalo frente ao seu amo/senhor. A mulher é, então, considerada inacessível e o união física é inviável (daí a concepção de amor platônico) 6. O que não podemos afirmar sobre o Trovadorismo português? a. pode ser dividida em lírica e satírica b. teve influência provençal em boa parte de sua produção c. refletiu o pensamento teocêntrico, feudal e dos valores moralistas. d. representou apelo popular à arte, que passou a ser representada por setores mais baixos da sociedade. e. as cantigas de amigo, apesar de escritas por trovadores, expressam o eu lírico feminino. Feedback: O Trovadorismo iniciou-se em meio ao feudalismo, em que as classes mais abastadas, inclusive reis portugueses (como D. Dinis), criavam as cantigas. Não foi um movimento advindo da população. 7. O refrão popular "Mais quero asno que me carregue que cavalo que me derrube" torna-se argumento na peça "A Farsa de Inês Pereira", de Gil Vicente. Identifique a alternativa que NÃO corresponde ao provérbio, na construção da farsa. a. O asno corresponde a Pero Marques, primeiro pretendente e segundo marido de Inês. b. O escudeiro Brás da Mata corresponde ao cavalo, animal nobre, que a derruba. c. O segundo casamento exemplifica o primeiro termo, asno que a carrega d. A segunda parte do provérbio ilustra a experiência desastrosa do primeiro casamento e. Cavalo e asno identificam a mesma personagem em diferentes momentos de sua vida conjugal. Feedback: Os termos “cavalo” e “asno” não se referem ao mesmo personagem. Respectivamente, Inês Pereira chama o primeiro marido (bruto) de cavalo e o segundo, de “asno” (por deixar Inês Pereira fazer o que deseja) 8. Qual informação nega o Barroco? a. O Barroco é caracterizado pela sintaxe obscura, uso de hipérbole e de metáforas. b. A arte barroca vincula-se à Contrarreforma. c. O Barroco apresenta espírito de tensão, conflito entre tendências, como o teocentrismo medieval e o antropocentrismo renascentista. d. O homem centra-se em seu próprio ser e aprimoramento, conforme a cultura greco-latina. e. O Barroco estabelece contradições entre espírito e carne, alma e corpo, morte e vida. Feedback: É o movimento posterior – o Arcadismo – que busca inspiração nos ideais da cultura greco-latina. 9. Sobre o Auto da barca do inferno, de Gil Vicente, é correto afirmar que: a. é um romance renascentista que faz profundas críticas sociais. b. seu texto barroco rebuscado é voltado para reflexões sobre sociedade e religião. c. é um texto que se insere no Humanismo e tem reflexões antropocêntricas. d. o seu estilo, marcado pela valorização do campo e das coisas simples, é típico do Arcadismo. e. possui personagens trovadorescas construídas a partir do cotidiano da sociedade portuguesa. Feedback: Gil Vicente fez parte do momento literário chamado Humanismo. Esse momento é de transição entre os ideais feudalistas/medievais e os emergentes do Renascimento. Assim, a obra “Auto da barca do inferno” reflete tanto os ideais, por exemplo, religiosos medievais quanto crítica à sociedade. 10. “NINGUÉM: Tu estás a fim de quê? TODO MUNDO: A fim de coisas buscar que não consigo topar. Mas não desisto, porque o cara tem de teimar. NINGUÉM: Me diz teu nome primeiro TODO MUNDO Eu me chamo Todo Mundo e passo o dia e o ano inteiro correndo atrás de dinheiro, seja limpo ou seja imundo. BELZEBU: Vale a pena dar ciência e anotar isto bem, por ser fato verdadeiro: que ninguém tem consciência, e Todo Mundo, dinheiro.” No trecho poético acima, do poeta modernista brasileiro Carlos Drummond de Andrade, ocorre reconstrução, com nova linguagem, de parte de um texto de importante dramaturgo de língua portuguesa. Trata-se de: a. Fernão Lopes b. Sá de Miranda c. Gil Vicente d. Dom Dinis e. Luís Vaz de Camões Feedback: Drummond reconstrói a peça “Todo Mundo e Ninguém”, do português humanista Gil Vicente. No texto original, há uma conversa entre um rico mercador,chamado Todo o Mundo, e um homem pobre, cujo nome é Ninguém. A conversa é ouvida por Belzebu, que, contrário às virtudes, como consciência, verdade etc., transforma os nomes próprios Todo o Mundo e Ninguém em termos genéricos.
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