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Caderno de Execução Penal - Curso Fórum (CONCURSOS)

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DELEGADO CIVIL – EXECUÇÃO PENAL 
www.cursoforum.com.br 
Execução Penal 
 
Capítulo 1 Introdução a Execução Penal 
 
1.1. Objeto e Aplicabilidade da Lei de Execução Penal 
- Previsão Legal: Lei nº 7.210/1984 
- Finalidades da Execução Penal 
 De acordo com o disposto no artigo 1º da LEP, a execução penal possui as 
seguintes finalidades: 
 Efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal; 
 Proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do 
internado. 
 
 
 
 
- Princípios 
 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: previsto no artigo 1º, III da CRFB/88. 
 Princípio da Legalidade: encontra-se previsto em diversos dispositivos da LEP, 
tais como os artigos 2º e 3º. 
 Princípio da Igualdade: previsto no artigo 3º, parágrafo único da LEP. 
 Princípio da Jurisdicionalidade: extraído dos artigos 2º e 194 da LEP. 
 
 
Jurisprudência 
Tema: Princípio da dignidade da pessoa humana e Estado de Coisas 
Inconstitucional (Informativo nº 798 do STF) 
Importante! A LEP também será aplicada às hipóteses de sentença absolutória 
imprópria, quando for caso de execução das medidas de segurança. Entretanto, 
não se aplica nas hipóteses de medidas socioeducativas, tendo em vista que tais 
medidas serão regidas pelo ECA. 
 
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“CUSTODIADO – INTEGRIDADE FÍSICA E MORAL – SISTEMA 
PENITENCIÁRIO – ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO 
FUNDAMENTAL – ADEQUAÇÃO. Cabível é a arguição de 
descumprimento de preceito fundamental considerada a situação 
degradante das penitenciárias no Brasil. SISTEMA PENITENCIÁRIO 
NACIONAL – SUPERLOTAÇÃO CARCERÁRIA – CONDIÇÕES DESUMANAS 
DE CUSTÓDIA – VIOLAÇÃO MASSIVA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS – 
FALHAS ESTRUTURAIS – ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL – 
CONFIGURAÇÃO. Presente quadro de violação massiva e persistente de 
direitos fundamentais, decorrente de falhas estruturais e falência de 
políticas públicas e cuja modificação depende de medidas abrangentes 
de natureza normativa, administrativa e orçamentária, deve o sistema 
penitenciário nacional ser caraterizado como “estado de coisas 
inconstitucional”. FUNDO PENITENCIÁRIO NACIONAL – VERBAS – 
CONTINGENCIAMENTO. Ante a situação precária das penitenciárias, o 
interesse público direciona à liberação das verbas do Fundo 
Penitenciário Nacional. AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA – OBSERVÂNCIA 
OBRIGATÓRIA. Estão obrigados juízes e tribunais, observados os artigos 
9.3 do Pacto dos Direitos Civis e Políticos e 7.5 da Convenção 
Interamericana de Direitos Humanos, a realizarem, em até noventa dias, 
audiências de custódia, viabilizando o comparecimento do preso 
perante a autoridade judiciária no prazo máximo de 24 horas, contado 
do momento da prisão.” 
(ADPF 347 MC, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, 
julgado em 09/09/2015). 
 
 
 
- Competência 
A competência é fixada conforme o estabelecimento penal no qual o preso esteja 
recolhido. 
 Condenado pela Justiça Militar ou Eleitoral: de acordo com o artigo 2º da LEP, 
todo condenado estará sujeito à Jurisdição Ordinária, seja federal ou estadual, 
ainda que condenado pela Justiça Militar ou Eleitoral. 
 Preso provisório: conforme o artigo 2º, parágrafo único da LEP, as suas 
disposições também se aplicam ao preso provisório. 
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1.2. Do Condenado e do Internado 
Não obstante os condenados e internados terem direitos constitucionalmente 
previstos, alguns deles podem sofrer restrições após a condenação penal. 
1.2.1. Da Assistência 
De acordo com o artigo 11 da LEP, o preso terá direito às seguintes 
modalidades de assistência: 
a) material; 
b) à saúde; 
c) jurídica; 
d) educacional; 
e) social; 
f) religiosa. 
 
 
 
 
 
1.2.2. Do Trabalho 
A LEP considera o trabalho penitenciário como um dever social e condição e 
dignidade da pessoa humana, tendo finalidade educativa e produtiva, nos termos do 
artigo 28 da LEP. 
Ele é considerado um dever (artigo 39, V da LEP), e um direito (artigo 41, II da 
LEP), do preso. 
 
Súmula 192 do STJ: compete ao Juízo das execuções penais do estado a execução 
das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, 
quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a administração estadual. 
 
Importante! A LEP observou o previsto nos artigos 5º, incisos VII e LXXIV da 
CRFB/88, bem como as Regras Mínimas para o Tratamento do preso no Brasil 
(artigos 12 e 13 da Resolução nº 14 do Conselho Nacional de Política Criminal). Na 
mesma linha, o artigo 41 da Exposição de Motivos da LEP. 
 
Importante! O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho, 
conforme dispõe o artigo 200 da LEP. O preso provisório tem o trabalho como uma 
faculdade, e só poderá ser executado no interior do estabelecimento penal, nos 
termos do artigo 31, parágrafo único da LEP. 
 
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Conforme o artigo 29 da LEP, o trabalho do preso será remunerado, mediante 
prévia tabela, não podendo ser inferior a ¾ (três quartos) do salário mínimo. 
 
 
 
Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a 
condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades 
oferecidas pelo mercado (artigo 32 da LEP). 
 
- Trabalho externo 
O preso que cumpre pena em regime fechado poderá executar trabalhos 
externos, desde que em serviços ou obras públicas realizadas por órgãos da 
Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas (artigo 36 da LEP). 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação Prática – Questão de Concurso 
 
 
 
 
 
(Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: Delegado de Polícia Civil 
De acordo com o Código de Penal e com relação ao cumprimento da pena em 
regime fechado, analise as afirmações a seguir a assinale a alternativa correta. 
l O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o 
repouso noturno. 
ll O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das 
aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a 
execução da pena. 
lll O trabalho externo é inadmissível. 
lV O trabalho externo é admissível, desde que o condenado frequente cursos 
Importante! O trabalho do preso não está sujeito ao regime da CLT, nos termos do 
artigo 28, §2º da LEP. 
 
Importante! A prestação de trabalho à entidade privada depende do 
consentimento expresso do preso. A autorização para o trabalho externo não se 
insere no rol dos atos jurisdicionais praticados pelo juiz da execução, razão pela 
qual cabe ao diretor do estabelecimento penal realizar tal tarefa (artigo 37 da LEP). 
 
Súmula 40 do STJ: para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho 
externo, considera-se o tempo de cumprimento de pena no regime fechado. 
 
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1.2.3. Dos Deveres 
Os deveres do preso encontram-se dispostos no artigo 39 da LEP e são 
justificados pelos ônus naturais da existência comunitária, conforme o item 63 da 
Exposição de Motivos da Lei de Execução Penal. 
 
 
 
1.2.4. Dos Direitos 
Os direitos do preso encontram-se previstos no artigo 41 da LEP. Sendo certo 
que os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos, por meio de 
decisão motivada do diretor do estabelecimento penal. 
 
1.2.5. Da Disciplina 
A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às 
determinações dasautoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho (artigo 
44 da LEP). 
 
- Quem está sujeito à disciplina? 
Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou 
restritiva de direitos e o preso provisório. 
 
 
Importante! Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto no artigo 39 
da LEP (artigo 39, parágrafo único da LEP). 
 
Importante! As sanções disciplinares não poderão colocar em perigo a integridade 
física e moral do preso, sob pena de violação do artigo 45, §1º da LEP, bem como do 
artigo 5º, incisos X e XLVII da CRFB/88 e do artigo 11, itens 1 e 2 da Convenção 
Americana de Direitos Humanos. 
 
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O poder disciplinar na execução da pena privativa de liberdade será exercido 
pela autoridade administrativa conforme as disposições regulamentares (artigo 47 da 
LEP). 
 Sanções de advertência verbal, repreensão, suspensão ou restrição de direitos 
e isolamento na própria cela, ou em local adequado (artigo 53, incisos I a IV da 
LEP): serão aplicadas por ato motivado do diretor do estabelecimento penal. 
 Sanção de inclusão no regime disciplinar diferenciado (artigo 53, V da LEP): será 
aplicada por prévio e fundamentado despacho do juiz competente (artigo 54 da 
LEP). 
 - Faltas disciplinares 
As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A tentativa é 
punida com a sanção correspondente à falta consumada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jurisprudência 
Importante! O artigo 50 da LEP estabelece o rol taxativo das faltas graves. 
 
Súmula 441 do STJ: A falta grave não interrompe o prazo para obtenção do 
livramento condicional. 
Súmula 526 do STJ: O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de 
fato definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração 
do fato. 
Súmula 533 do STJ: Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito 
da execução penal, é imprescindível instauração de procedimento administrativo pelo 
diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado 
por advogado constituído ou defensor público nomeado. 
Súmula 534 do STJ: A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a 
progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do 
cometimento dessa infração. 
Súmula 535 do STJ: A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de 
comutação de pena ou indulto. 
 
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HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO 
PENAL.RECUSA INJUSTIFICADA AO TRABALHO. FALTA GRAVE. O DEVER 
DE TRABALHO IMPOSTO AO APENADO NÃO SE CONFUNDE COM A PENA 
DE TRABALHO FORÇADO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 
- O Superior Tribunal de Justiça, seguindo a posição sedimentada pelo 
Supremo Tribunal Federal, uniformizou o entendimento no sentido de 
ser inadmissível o conhecimento de habeas corpus substitutivo de 
recurso previsto para a espécie. Contudo, se constatada a existência de 
manifesta ilegalidade, é possível a concessão da ordem de ofício. 
- O art. 50, inciso VI, da Lei de Execução Penal - LEP prevê a classificação 
de falta grave quando o apenado incorrer na inobservância do dever 
previsto no inciso V do art. 39 da mesma lei. 
Dessa forma, constitui falta disciplinar de natureza grave a recusa 
injustificada à execução do trabalho, tarefas e ordens recebidas no 
estabelecimento prisional. Ainda, determina o art. 31 da LEP a 
obrigatoriedade do trabalho ao apenado condenado à pena privativa de 
liberdade, na medida de suas aptidões e capacidades. 
- A pena de trabalho forçado, vedada constitucionalmente no art. 5º, 
inciso XLVIII, alínea 'c', da Constituição Federal, não se confunde com o 
dever de trabalho imposto ao apenado, consubstanciado no art. 
39, inciso V, da LEP, ante o disposto no art. 6º, 3, da Convenção 
Americana de Direitos Humanos. 
- Habeas Corpus não conhecido. 
(HC 264.989/SP, Rel. Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 04/08/2015, DJe 
19/08/2015) 
 
 
- Sanções Disciplinares 
As sanções disciplinares encontram-se previstas no rol taxativo do artigo 53 da 
LEP, não sendo permitida a sua ampliação, sob pena de violação ao princípio da 
legalidade. 
 
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- Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) 
O artigo 52 da LEP estabelece as hipóteses que autorizam a inclusão do preso 
no regime disciplinar diferenciado (RDD), que se caracteriza por ser a espécie mais 
gravosa de sanção disciplinar. 
A inclusão no RDD tem cabimento nas seguintes hipóteses listadas no artigo 52, 
caput e parágrafos da LEP: 
a) a prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando 
ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou 
condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado; 
b) o regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou 
condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem, a 
segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. 
c) estará também sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o 
condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação a 
qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. 
- Características 
 Duração máxima de 360 dias, sem prejuízo da repetição da sanção por nova 
falta grave da mesma espécie, até o limite de 1/6 da pena aplicada. 
 Recolhimento em cela individual. 
 Visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas 
horas. 
 Saída da cela por duas horas diárias para banho de sol. 
 
Aplicação Prática – Questão de Concurso 
 
 
 
 
 
 
 
(Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: PC-AC Prova: Delegado de Polícia 
A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando 
ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou 
condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com 
a seguinte característica, nos moldes da Lei de Execução Penal: 
 
a) A duração máxima de trezentos e sessenta dias. sem prejuízo de repetição da 
sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite da metade da pena 
aplicada. 
b) recolhimento em cela com. no máximo. 3 detentos. 
c) visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de uma 
hora. 
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Capítulo 2 Dos Estabelecimentos Penais 
 
2.1. Disposições Gerais 
Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à 
medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso (artigo 82, caput da LEP). 
 
2.2. Estabelecimentos Penais 
Os estabelecimentos penais são os seguintes: 
a) Penitenciária: é destinada aos condenados à pena de reclusão, quando comprida 
em regime fechado. 
b) Colônia Agrícola, Industrial ou Similar: é destinada aos condenados à pena de 
reclusão ou detenção, em regime semiaberto. 
c) Casa de Albergado: é destinada aos condenados que cumprem pena de prisão em 
regime aberto e para os condenados à pena restritiva de direitos de limitação de fim 
de semana. Ela se caracteriza pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. 
d) Cadeia Pública: é destinada aos presos provisórios. 
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e) Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico: é destinado aos inimputáveis e 
semi-imputáveis mencionados no artigo 26 e parágrafo único do CP. 
 
 
 
 
 
 
 
- Prisão Domiciliar 
O artigo 117 da LEP prevê as hipóteses em que se admite o recolhimento, em 
residência particular, do condenado a pena privativa de liberdade em regime aberto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante! Alteração legislativa promovida pela Lei nº 13.167/2015 no artigo 84 da 
LEP estabeleceu critérios para a separação de presos nos estabelecimentos penais. 
 
Súmula Vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a 
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, 
nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS. 
 
Importante! Os estabelecimentos penais destinados a mulheres deverão ser 
estruturados para amamentação e cuidado com os filhos, conforme o previsto no 
artigo 5º, L da CRFB/88. 
 
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Capítulo 3 Da Execução das Penas e das Medidas de Segurança 
 
3.1. Da Progressão de Regime 
- Requisito objetivo: 
a) Crimes não hediondos: deve-se cumprir no mínimo a fração de 1/6 da pena. 
b) Crimes hediondos: deve-se verificar a data, pois se for antes da Lei 11.464/2007, o 
lapso temporal a ser observado é a fração de 1/6 da pena. Após a entrada em vigor da 
referida lei, observa-se a fração de 2/5 se o apenado for primário e de 3/5 se for 
reincidente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante! O artigo 2º, §1º da Lei 8.072/1990 previa que “a pena por crime 
hediondo será cumprida em regime integralmente fechado”. O STF no HC 82959 
declarou a inconstitucionalidade do dispositivo, sob o fundamento da ofensa ao 
princípio da individualização da pena. Desse modo, passou-se a permitir a 
progressão de regime, com o lapso temporal de 1/6. Com a entrada em vigor da 
Lei 11.464/2007, passou-se a observar a fração de 2/5 se o apenado for primário e 
de 3/5 se for reincidente. 
 
Súmula Vinculante nº 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento 
de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a 
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem 
prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e 
subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo 
fundamentado, a realização de exame criminológico. 
Súmula 471 do STJ: Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados 
cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 
112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime 
prisional. 
 
 
 
 
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Jurisprudências 
Tema: Progressão de regime e Data-base. 
Habeas Corpus. 2. Execução Penal. Progressão de regime. Data-base. 3. 
Nos termos da jurisprudência do STF, obsta o conhecimento do habeas 
corpus a falta de exaurimento da jurisdição decorrente de ato coator 
consubstanciado em decisão monocrática proferida pelo relator e não 
desafiada por agravo regimental. Todavia, em casos de manifesto 
constrangimento ilegal, tal óbice deve ser superado. 4. Na execução da 
pena, o marco para a progressão de regime será a data em que o 
apenado preencher os requisitos legais (art. 112, LEP), e não a do início 
do cumprimento da reprimenda no regime anterior. 5. A decisão que 
defere a progressão de regime tem natureza declaratória, e não 
constitutiva. 6. Deve ser aplicada a mesma lógica utilizada para a 
regressão de regime em faltas graves (art. 118, LEP), em que a data-base 
é a da prática do fato, e não da decisão posterior que reconhece a falta. 
7. Constrangimento ilegal reconhecido, ordem concedida. 
 
(HC 115254, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado 
em 15/12/2015). 
 
Tema: Progressão de regime e Data-base. (Informativo nº 595 do STJ) 
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. SUBSEQUENTE PROGRESSÃO DE 
REGIME. 
MARCO INICIAL. DATA EM QUE O REEDUCANDO PREENCHEU OS 
REQUISITOS DO ART. 112 DA LEP. ALTERAÇÃO DO ENTENDIMENTO DA 
SEXTA TURMA. ADEQUAÇÃO À JURISPRUDÊNCIA DO STF E DA 
QUINTA TURMA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 
1. Revisão da jurisprudência da Sexta Turma desta Corte Superior, para 
alinhar-se ao posicionamento do Supremo Tribunal Federal e da Quinta 
Turma de modo a fixar, como data-base para subsequente 
progressão de regime, aquela em que o reeducando preencheu os 
requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal e não aquela em que o 
Juízo das Execuções deferiu o benefício. 
2. Consoante o recente entendimento do Supremo Tribunal, a decisão 
do Juízo das Execuções, que defere a progressão de regime - 
reconhecendo o preenchimento dos requisitos objetivo e subjetivo da 
DELEGADO CIVIL – EXECUÇÃO PENAL 
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lei (art. 112 da LEP) - é declaratória, e não constitutiva. Embora se 
espere celeridade da análise do pedido, é cediço que a providência 
jurisdicional, por vezes - como na espécie - demora meses para ser 
implementada. 
3. Não se pode desconsiderar, em prejuízo do reeducando, o período 
em que permaneceu cumprindo pena enquanto o Judiciário analisava 
seu requerimento de progressão. 
4. Habeas corpus não conhecido, mas concedida a ordem de ofício, 
para restabelecer a decisão do Juízo das Execuções Penais. 
(HC 369.774/RS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, 
julgado em 22/11/2016, DJe 07/12/2016) 
 
 
- Requisito subjetivo: bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do 
estabelecimento. 
Após o advento da Lei 10.792/2003, o legislador buscou retirar o exame 
criminológico, contudo o posicionamento jurisprudencial dominante firmou o 
entendimento de que o juiz pode, fundamentadamente, requerer o exame 
criminológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Regressão de regime 
Súmula 439 do STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, 
desde que em decisão motivada. 
Súmula 491 do STJ: É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime 
prisional. 
Súmula 716 do STF: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a 
aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em 
julgado da sentença condenatória. 
Súmula 717 do STF: Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada 
em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão 
especial. 
 
DELEGADO CIVIL – EXECUÇÃO PENAL 
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a) Prática de fato definitivo como crime doloso ou falta grave. 
b) Condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em 
execução, torne incabível o regime. 
 
 
 
3.2. Das Autorizações de Saída 
Neste tópico, iremos tratar das autorizações de saída, que se subdividem em: 
permissão de saída e saída temporária. 
- Permissão de Saída 
 Beneficiários: os presos definitivos (em regime fechado ou semiaberto) e 
provisórios (artigo 120 da LEP). 
 Hipóteses: falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, 
descendente ou irmão; necessidade de tratamento médico. 
 Características: existência de escolta policial; inexistência de prazo 
predeterminado; a autoridade que concede é o diretor do estabelecimento. 
- Saída Temporária 
 Beneficiários: os condenados que cumprem pena em regime semiaberto. 
 Hipóteses: visitas à família; frequência a cursosupletivo profissionalizante, bem 
como de instrução do 2º grau ou se superior, na Comarca do Juízo da Execução; 
participar em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. 
 Características: a autorização será concedida por prazo não superior a 7 dias, 
podendo ser renovada por mais 4 vezes durante o ano; não há escolta, a ausência 
de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração 
eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução; pode 
ser revogada. Será concedida por ato motivado do juízo da execução, ouvidos o 
Ministério Público e a Administração Penitenciária. 
 Requisitos: o reeducando deverá preencher os seguintes requisitos: 
comportamento adequado; cumprimento mínimo de um sexto da pena, se o 
Importante! De acordo com o artigo 118, §2º da LEP, a regressão requer a prévia 
oitiva do condenado. 
 
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condenado for primário, e um quarto, se reincidente; compatibilidade do 
benefício com os objetivos da pena. 
 
 
 
 
 
 
Jurisprudência 
Tema: Autorização de Saídas Temporárias (Informativo nº 590 do STJ) 
RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. EXECUÇÃO PENAL. AUTORIZAÇÃO DE 
SAÍDAS TEMPORÁRIAS. ATO JUDICIAL ÚNICO. EXCEPCIONALIDADE. 
DELEGAÇÃO DE ESCOLHA DAS DATAS À AUTORIDADE PRISIONAL. 
IMPOSSIBILIDADE. LIMITE ÂNUO DE 35 DIAS. HIPÓTESE DO ART. 122, I E 
III, DA LEP. PRAZO MÍNIMO DE 45 DIAS DE INTERVALO ENTRE OS 
BENEFÍCIOS. RECURSO PROVIDO. REVISÃO DO TEMA N. 445 DO STJ. 
1. Recurso especial processado sob o regime previsto no art. 1.036 do 
CPC, c/c o art. 3º do CPP. 
2. A autorização das saídas temporárias é benefício previsto nos arts. 
122 e seguintes da LEP, com o objetivo de permitir ao preso que 
cumpre pena em regime semiaberto visitar a família, estudar na 
comarca do juízo da execução e participar de atividades que 
concorram para o retorno ao convívio social. 
3. Cuida-se de benefício que depende de ato motivado do juiz da 
execução penal, ouvido o Ministério Público e a administração 
penitenciária, desde que o preso tenha comportamento adequado, 
tenha cumprido o mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se primário, e 1/4 
(um quarto), se reincidente, e haja compatibilidade do benefício com os 
objetivos da pena. 
4. É de se permitir a flexibilização do benefício, nos limites legais, de 
modo a não impedir que seu gozo seja inviabilizado por dificuldades 
burocráticas e estruturais dos órgãos da execução penal. Assim, 
exercendo seu papel de intérprete último da lei federal e atento aos 
Súmula 40 do STJ: Para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho 
externo, considera-se o tempo de cumprimento da pena no regime fechado. 
Súmula 520 do STJ: O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal 
é ato jurisdicional insuscetível de delegação à autoridade administrativa do 
estabelecimento prisional. 
 
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objetivos e princípios que orientam o processo de individualização da 
pena e de reinserção progressiva do condenado à sociedade, o Superior 
Tribunal de Justiça, por sua Terceira Seção, estabelece, dado o propósito 
do julgamento desta impugnação especial como recurso repetitivo, as 
seguintes teses: Primeira tese: É recomendável que cada autorização 
de saída temporária do preso seja precedida de decisão judicial 
motivada. 
Entretanto, se a apreciação individual do pedido estiver, por 
deficiência exclusiva do aparato estatal, a interferir no direito 
subjetivo do apenado e no escopo ressocializador da pena, deve ser 
reconhecida, excepcionalmente, a possibilidade de fixação de 
calendário anual de saídas temporárias por ato judicial único, 
observadas as hipóteses de revogação automática do art. 125 da LEP. 
Segunda tese: O calendário prévio das saídas temporárias deverá ser 
fixado, obrigatoriamente, pelo Juízo das Execuções, não se lhe 
permitindo delegar à autoridade prisional a escolha das datas 
específicas nas quais o apenado irá usufruir os benefícios. Inteligência 
da Súmula n. 520 do STJ. 
Terceira tese: Respeitado o limite anual de 35 dias, estabelecido pelo 
art. 124 da LEP, é cabível a concessão de maior número de 
autorizações de curta duração. 
Quarta tese: As autorizações de saída temporária para visita à família 
e para participação em atividades que concorram para o retorno ao 
convívio social, se limitadas a cinco vezes durante o ano, deverão 
observar o prazo mínimo de 45 dias de intervalo entre uma e outra. Na 
hipótese de maior número de saídas temporárias de curta duração, já 
intercaladas durante os doze meses do ano e muitas vezes sem 
pernoite, não se exige o intervalo previsto no art. 124, § 3°, da LEP. 
5. No caso concreto, deve ser reconhecida a violação do art. 123 da LEP, 
por indevida delegação de escolha das datas da fruição do benefício à 
autoridade prisional. 
6. Recurso especial conhecido e provido para reconhecer a violação tão 
somente do art. 123 da LEP, mantido, no mais, o acórdão 
impugnado. Modificação do Tema n. 445 do STJ, nos termos das teses 
ora fixadas. 
(REsp 1544036/RJ, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA 
SEÇÃO, julgado em 14/09/2016, DJe 19/09/2016). 
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3.3. Da Remição 
É um instituto que permite ao sentenciado reduzir o tempo de cumprimento da 
pena privativa de liberdade em virtude de trabalho ou do estudo. 
- Remição pelo trabalho: significa o direito do condenado, por meio do trabalho, de 
reduzir o tempo da pena privativa de liberdade a ser cumprida em regime fechado ou 
semiaberto. 
 Contagem do tempo: é feita à razão de 1 dia de pena para cada 3 dias de 
trabalho. 
 Competência: juiz da execução, com a oitiva do Ministério Público e da defesa. 
 
- Remição pelo estudo: significa o direito do condenado, por meio do estudo, de 
reduzir o tempo da pena privativa de liberdade cumprida em regime fechado, 
semiaberto, aberto ou em livramento condicional. 
 Contagem do tempo: é feita à razão de 1 dia de pena a cada 12 horas de 
frequência escolar. 
 Competência: juiz da execução, com a oitiva do Ministério Público e da defesa. 
 
 
 
 
Jurisprudência 
 
 
Jurisprudência 
Tema: Remição da pena pela leitura ( Informativo nº 564 do STJ) 
Súmula 341 do STJ: A frequência a curso de ensino formal é causa de remição de 
parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semiaberto. 
Súmula 562 do STJ: É possível a remição de parte do tempo de execução da pena 
quando o condenado, em regime fechado ou semiaberto, desempenha atividade 
laborativa, ainda que extramuros. 
 
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HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO. FALTA DE CABIMENTO. EXECUÇÃO 
PENAL. REMIÇÃO DA PENA PELA LEITURA. ART. 126 DA LEP. PORTARIA 
CONJUNTA N. 276/2012, DO DEPEN/MJ E DO CJF. RECOMENDAÇÃO N. 
44/2013 DO CNJ. 
1. Conquanto seja inadmissível o ajuizamento de habeas corpus em 
substituição ao meio próprio cabível, estando evidente o 
constrangimento ilegal, cumpre ao tribunal, de ofício, saná-lo. 
2. A norma do art. 126 da LEP, ao possibilitar a abreviação da pena, tem 
por objetivo a ressocialização do condenado, sendo possível o uso da 
analogia in bonam partem, que admita o benefício em comento, em 
razão de atividades que não estejam expressas no texto legal (REsp n. 
744.032/SP, Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 5/6/2006). 
3. O estudo estáestreitamente ligado à leitura e à produção de textos, 
atividades que exigem dos indivíduos a participação efetiva enquanto 
sujeitos ativos desse processo, levando-os à construção do 
conhecimento. A leitura em si tem função de propiciar a cultura e possui 
caráter ressocializador, até mesmo por contribuir na restauração da 
autoestima. Além disso, a leitura diminui consideravelmente a 
ociosidade dos presos e reduz a reincidência criminal. 
4. Sendo um dos objetivos da Lei de Execução Penal, ao instituir a 
remição, incentivar o bom comportamento do sentenciado e sua 
readaptação ao convívio social, a interpretação extensiva do 
mencionado dispositivo impõe-se no presente caso, o que revela, 
inclusive, a crença do Poder Judiciário na leitura como método factível 
para o alcance da harmônica reintegração à vida em sociedade. 
5. Com olhos postos nesse entendimento, foram editadas a Portaria 
conjunta n. 276/2012, do Departamento Penitenciário Nacional/MJ e do 
Conselho da Justiça Federal, bem como a Recomendação n. 44/2013 do 
Conselho Nacional de Justiça. 
6. Writ não conhecido. Ordem expedida de ofício, para restabelecer a 
decisão do Juízo da execução que remiu 4 dias de pena do paciente, 
conforme os termos da Recomendação n. 44/2013 do Conselho 
Nacional de Justiça. 
(HC 312.486/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, 
julgado em 09/06/2015, DJe 22/06/2015). 
 
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3.4. Do Livramento Condicional 
- Requisitos objetivos 
a) Condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos; 
b) Tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela 
infração; 
c) Cumprimento de lapso temporal: Para crimes não hediondos: mais de 1/3 da pena, 
se não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes (artigo 83, I do CP); 
mais de 1/2 da pena, se for reincidente e crime doloso (artigo 83, II do CP). Para crimes 
hediondos: desde que cumpridos mais de 2/3 da pena, se o apenado não for 
reincidente específico em crime dessa natureza (artigo 83, V do CP). 
- Requisitos subjetivos 
a) Comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena; 
b) Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; 
c) Aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação Prática – Questão de Concurso 
 
 
 
 
(Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: Delegado de Polícia Civil 
“X”, primário e de bons antecedentes, cumpre, com bom comportamento, pena 
de vinte anos de reclusão em regime fechado, pela prática do crime de latrocínio. 
Até o momento, “X” cumpriu quatorze anos do total da pena. Nesse caso, a 
resposta correta para a pergunta – “X” tem direito à concessão de algum 
benefício? – é: 
 
a) “X” tem direito ao livramento condicional. 
b) “X” tem direito à concessão da liberdade provisória. 
Súmula 715 do STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de 
cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a 
concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais 
favorável de execução. 
 
Importante! Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave 
ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à 
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará 
a delinquir. 
 
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Capítulo 4 Dos Incidentes de Execução 
 
4.1. Conversões 
- Conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade 
 Descumprimento injustificado da restrição imposta (artigo 44, §4º do CP) 
 Sobrevier condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, não sendo 
possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. 
- Conversão da pena de multa 
 A multa é considerada dívida de valor e executada pela Fazenda Pública, não há 
a possibilidade de conversão da pena de multa em pena privativa de liberdade. 
- Conversão da pena privativa de liberdade em medida de segurança 
 Aplicabilidade do artigo 41 do CP. 
 Aplicabilidade do artigo 183 da LEP. 
- Conversão do tratamento ambulatorial em internação 
 Aplicabilidade do artigo 184 da LEP. 
 
4.2. Do Excesso ou Desvio 
- Excesso: significa a execução abusiva da pena ou da medida de segurança no tocante 
à quantidade da punição. 
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- Desvio: significa a execução abusiva da pena ou da medida de segurança no tocante 
aos aspectos qualitativos da punição. 
 Legitimidade: Ministério Público, o Conselho Penitenciário, o sentenciado e 
qualquer dos demais órgãos da execução. 
 
4.3. Da Anistia e do Indulto 
A LEP só trata da anistia e do indulto, mas entende-se que a graça também está 
abrangida. 
 
- Anistia x Indulto Coletivo x Graça X Comutação: 
 Anistia: é concedida pelo Congresso Nacional, por lei, volta-se ao esquecimento de 
determinados fatos, fazendo desaparecer suas consequências penais, sendo uma 
medida de política criminal. 
 Indulto Coletivo: é concedida de ofício pelo Presidente da República, por decreto, 
voltada a condenados, dirigindo-se a determinada categoria de sentenciados. 
 Graça: é dirigida a um determinado condenado, condicionada à prévia solicitação, 
concedida em razão de alguma especial situação ou mérito que apresente ou, 
simplesmente, de forma discricionária pelo Presidente da República, podendo ter 
caráter humanitário. 
 Comutação: é modalidade concedida de ofício pelo Presidente da República, por 
decreto, voltada a condenados e dirigida a um número indeterminado de 
reeducandos, desde que preencham os requisitos do decreto concessivo, podendo 
ajustar a execução, diminuindo ou substituindo a pena, devendo ser retificada a 
conta de liquidação para ajustá-la à nova realidade no que tange ao quantum, nos 
termos do decreto concessivo. 
 
 
 
 
 
Importante! Se a anistia ocorrer antes do trânsito em julgado da condenação, a 
competência para reconhecê-la e declarar a extinção da punibilidade é do juiz do 
processo de conhecimento ou do tribunal. Se após, a competência será do juízo da 
execução. Pode-se fazer de ofício, a requerimento do interessado, do MP, ou por 
proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário (artigo 187 da 
LEP). 
 
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