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Execução Penal

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DIREITO PROCESSUAL PENAL IV
I.1. Conceito de execução penal: “É o conjunto de atos judiciais por meio dos quais se faz efetiva a sentença (decisão de natureza de título executivo)”. (Borges da Rosa)
O sistema de cumprimento de pena brasileiro tem como inspiração os sistemas norte-americano e germânico/alemão.
I.2. Características da pena: 
a) Legalidade: A decisão deve ser fundamentada em fonte previamente estabelecida (lei, regimento interno do estabelecimento prisional etc.).
b) Personalidade (princípio da intranscendência) = Individualização da pena: A pena não pode transcender da figura do condenado (passar de pai para filho, por exemplo).
Deve-se respeitar as características de cada condenado.
Art. 5º, XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
c) Proporcionalidade: A medida exata da pena do indivíduo tem que ter uma correspondência com a sua conduta. 
A definição da pena deve guardar uma relação direta com o mal causado e com a natureza do delito.
Ex.: tratamento diferenciado para réu primário e reincidente.
d) Humanidade das penas: Aplicado com base na dignidade da pessoa humana. 
Art. 5º, XLVII – não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis.
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral.
I.3. Pressupostos da execução penal: 
a) Sentença: sentença é gênero e, portanto, há espécies de sentenças (condenatória, absolutória[footnoteRef:1], absolutória imprópria). Em matéria de execução penal, descarta-se a sentença absolutória. [1: Juízo de conhecimento quem expede o alvará de soltura.
A efetivação dos comandos da sentença ocorre no juízo de conhecimento.] 
· Sentença penal condenatória:
· PRIVATIVA DE LIBERDADE DEFINITIVA OU PROVISÓRIA
· Restritiva de direitos – art. 32, II, CP
· Prestação de serviços à comunidade – art. 43, IV e art. 46, CP
· Interdição temporária – art. 43, V e 47, CP
· Limitação de final de semana – art. 43, III e VI, CP
· Sentença penal absolutória imprópria: 
· MEDIDA DE SEGURANÇA: Não há culpabilidade. Cumprimento da medida através de tratamento ambulatorial ou internação.
· O internado não cumpre pena, mas sim tratamento.
· Sentença homologatória da transação penal nos JECRIMs:
· É um título executivo (fonte: Lei 9.999/95)
Antes: Proposta pelo MP exclusivamente para crimes de menor potencial ofensivo.
Pelo novo entendimento, (1) deixa de ser parecer ministerial e passa a ser acordo entre partes, tal qual na esfera cível; (2) inclusive é cabível para crimes hediondos.
· Até meados de 2009, a jurisprudência afirmava que: Não cumpridas as cláusulas da transação penal, o processo ia para a Fazenda Pública (pena de multa –> execução civil). A transação penal esgotava a análise do mérito.
Após: Não cumpridas as cláusulas da transação penal, o MP terá o direito de aferir novamente as provas para avaliar se há elementos para o oferecimento de denúncia (existência do crime, indícios de autoria, prescrição). Como o MP é titular, se ele não oferecer denúncia pode ser entendido como um pedido implícito de arquivamento dentro da esfera do Juizado Especial. Caso não ofereça a denúncia e o Juiz veja que não cabe arquivamento, este encaminhará para o Procurador Geral de Justiça.
· No caso de descumprimento da transação penal, independentemente da origem da sentença, aplica-se a LEP (juízo da execução penal da comarca).
b) Título executivo: Exclusivamente título executivo judicial.
REGRA: O juízo de conhecimento tem que encaminhar para o juízo da execução penal a autorização para o início de cumprimento da pena. A essa autorização dá-se o nome de guia de recolhimento. A guia de recolhimento é expedida a partir do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
EXCEÇÃO: Preso provisório (de natureza cautelar) (carta de guia de recolhimento provisória) (título executivo provisório – criação do CNJ, não está na lei).
PORTANTO, o título executivo, enquanto pressuposto, se caracteriza com a sentença condenatória e independe do trânsito em julgado.
OBS1.: Aquele que se encontra preso, mas não cumprindo pena, poderá invocar os direitos previstos na LEP ainda que não seja condenado.
OBS2.: Não há alteração do juízo natural, mesmo na hipótese de preso cautelar. É sempre o juízo da execução penal.
OBS3.: O trânsito em julgado da sentença é condição sine qua non para o início da efetivação dos comandos de uma sentença.
c) Capacidade de submeter-se a execução penal (Paulo Lúcio Nogueira): Não se confunde com a capacidade mental. Temporariamente nem sempre o indivíduo tem condições de fazer parte do sistema penitenciário (exs.: fuga; à época da condenação o indivíduo tinha capacidade, porém quando foi determinado o cumprimento da pena estava limitado mentalmente).
I.4. Objeto da execução penal: Efetivação dos comandos da sentença e reinserção social do condenado e do internado.
Art. 1º, da LEP – A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença (parte dispositiva da sentença/acórdão) ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
A ressocialização é um termo jurídico, haja vista o limite no cumprimento da pena (não existe prisão perpétua no Brasil, 40 anos é o teto de permanência no sistema prisional) e a obrigatoriedade da reinserção do apenado no meio social.
O objeto da execução penal vai desde a expedição da guia até a extinção da punibilidade.
I.5 Objetivos da LEP: Iniciar o cumprimento da pena e, em todas as etapas dele, buscar políticas de Estado para devolver o indivíduo para o meio social.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de segurança.
I.6 Natureza jurídica:
a) Jurisdicional (Renato Marcão e Mirabete): A atividade executória é exercida exclusivamente pelo Poder Judiciário, exercício este que decorre do princípio da jurisdicionalidade, ou seja, intervenção do magistrado na execução penal. Competência do juiz da execução. Exs.: progressão de pena, regressão de pena, indulto.
*O início da execução depende do juiz, que atua segundo o princípio da oficiosidade (não depende do MP nem do executado).
b) Administrativa (José Carlos Teixeira Giórges): A execução seria um ato meramente administrativo de sorte a autorizar o controle interno a partir do poder discricionário da administração pública. Atribuições do diretor do estabelecimento prisional. Exs.: banho de sol, visitas.
c) Mista ou eclética (Mauricio Kuehne e Ada Pellegrini): Não existe natureza jurídica única da execução penal. Certas normas são efetivadas por diferentes agentes a frente do processo.
d) Social (Paulo Lúcio Nogueira): Busca a participação direta da comunidade na solução de determinados conflitos ou nas propostas para determinadas atividades que possam ser implementadas em matéria de execução penal. Exs.: Participação dos conselhos da comunidade no auxílio da execução da pena. 
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de segurança.
Art. 61. São órgãos da execução penal: VII - o Conselho da Comunidade.
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais. Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos integrantes do Conselho.
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: I -visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca; II - entrevistar presos; III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário; IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção do estabelecimento.
Existe ainda o Conselho Penitenciário que é um órgão auxiliar da justiça, tendo uma função fiscalizadora e consultiva da execução da pena. Ele serve como uma ligação entre os Poderes Executivo e Judiciário. Finalidade: emitir pareceres para subsidiar decisões jurisdicionais.
Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena. § 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal e estadual regulará o seu funcionamento. § 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos.
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário: I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso; II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais; III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior; IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.
I.7) Dos integrantes da relação jurídico-processual:
a. Preliminares:
*Expedição de carta de guia: meio de execução penal de ofício. *Afasta a provocação voluntária, sempre é automática.
*Vontade coletiva: a execução adequada de uma pena interessa à sociedade como um todo.
b. Exequente (legitimado ativo): É o “Estado-juiz”, através da decisão de ofício, após a formação do título executivo, sempre havendo a intimação das partes.
*Ministério Público não é exequente, mas sim fiscal da lei (custus legis).
c. Executado (legitimado passivo): é aquele sobre o qual recai a responsabilidade penal/é o sujeito da sentença condenatória ou da sentença absolutória imprópria (portanto, é o condenado e também o preso provisório). 
· PROCESSO DE EXECUÇÃO PENAL: Trata-se de uma fase para tornar efetiva a pena e dispensa qualquer provocação. Ocorre a expedição de carta de guia, definitiva ou provisória. Quem expede é o juiz que condenou.
Se a decisão for prolatada por outro juiz que não o da execução penal (juiz natural), ela será viciada (nula).
Título executivo que autoriza a instrumentalização da demanda necessária: carta de guia (contém cópia dos principais documentos).
- Preso provisório: pedido de emissão de carta de guia.
- Preso definitivo: de ofício pelo juiz de conhecimento.
· PRINCÍPIOS NORTEADORES NO PROCESSO DE EXECUÇÃO:
a) devido processo legal (due process of law): regularidade do processo;
b) legalidade: decisão judicial e administrativa tem que estar fundamentada na fonte (lei/regulamento interno);
Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Art. 45 da LEP – não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
c) verdade real: Afasta o poder de provocação por apenas uma das partes. *O juiz pode decidir, inclusive, de ofício.
d) imparcialidade do juiz;
e) livre convencimento (persuasão racional): diz respeito à autonomia do Estado-juiz no momento de decidir; 
f) publicidade: divulgação das decisões no diário oficial;
g) oficialidade: decisão de ofício pelo juiz;
h) iniciativa das partes: provocação - alguns direitos de natureza subjetiva são exclusivos do reeducando. *Não afasta as decisões de ofício (juiz) ou de terceiros interessados (MP). 
i) ampla defesa: direito à defesa técnica (advogado constituído ou defensor nomeado); utiliza todos os meios de prova para atacar as decisões (decisão judicial - agravo de execução, remédios constitucionais; decisão administrativa - pedido de reconsideração e pedido de revisão na esfera administrativa, remédios constitucionais na esfera judicial).
Art. 5º, LV, da CF - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
j) contraditório – CF, art. 5º, LV: direito de impugnação a todas as manifestações da parte contrária;
k) duplo grau de jurisdição: assegura o reexame de decisões em processo judicial ou administrativo disciplinar.
l) humanização da pena: nenhuma pena pode atentar contra a dignidade da pessoa humana.
Art. 5º, XLVII – não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis.
m) personalidade/intranscendência da pena: a pena não pode ser aplicada ou executada contra outrem, mas apenas contra o condenado. *Com a morte do agente, extingue-se a punibilidade (art. 107, I, do CP).
Art. 5º, XLV – a pena não passará da pessoa do condenado;
· DA JURISDIÇÃO:
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal. Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
Nos termos do parágrafo único do art. 2º:
a) preso provisório;
b) condenado pela justiça eleitoral;
c) condenado pela justiça militar;
d) justiça especializada;
Súmula 192 do STJ: Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado, a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a administração estadual.
RESp 1.033.402, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe 13/04/2019: 1. A Lei de Execução Penal deve ser aplicada aos condenados pela Justiça Castrense se estiverem recolhidos em estabelecimento prisional sujeito à fiscalização da Justiça Comum. 2. Assim, nos termos do art. 131 da Lei de Execução Penal, é aplicável os parâmetros temporais do art. 83 do Código Penal para a concessão do benefício do livramento condicional ao sentenciado militar. 
· DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA: A execução provisória é também conhecida como antecipação cautelar dos efeitos da decisão penal condenatória recorrível e consiste numa espécie de cumprimento antecipado da pena aplicada a determinado indivíduo.
A regra é que o réu recorra em liberdade, em nome do princípio da presunção de inocência, e, somente se o acusado estiver preso preventivamente, se cogita da execução provisória.
· Todos são fundamentos da pena privativa de liberdade:
- parágrafo único do art. 2º: Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
- item 17 da exposição de motivos da LEP:  17. A igualdade da aplicação da lei ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhidos a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária, assegurada no parágrafo único do artigo 2º, visa a impedir o tratamento discriminatório de presos ou internados submetidos a jurisdições diversas.
- item 18 da exposição de motivos da LEP:  18. Com o texto agora proposto, desaparece a injustificável diversidade de tratamento disciplinar a presos recolhidos ao mesmo estabelecimento, aos quais se assegura idêntico regime jurídico.
- súmula 716 do STF: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. *O preso preventivo é beneficiado com a prisão domiciliar caso haja progressão de regime (semiaberto -> aberto).
JURISPRUDÊNCIA DO STJ: O Superior Tribunal de Justiça(HC n. 454.611/RS, relator Ministro Joel Ilan Paciornik, DJe de 26/11/2019), seguindo a orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento das ADCs n. 43, 44 e 54, reconhece não ser cabível a execução da pena pelo simples exaurimento recursal nas instâncias ordinárias, devendo prevalecer a presunção de inocência até o trânsito em julgado da ação penal, nos termos da interpretação dada ao art. 283 do CPP com base no art. 5º, LVII, da Constituição Federal. Vale destacar que esse entendimento não importa na soltura imediata de todos os presos que, após o julgamento em segunda instância, foram custodiados sem ter ocorrido o trânsito em julgado da condenação. Conforme exposto no julgamento das referidas ações declaratórias, a situação de cada encarcerado deve ser analisada caso a caso, podendo ser mantida a reclusão nas hipóteses em que o acusado tenha sido segregado no curso do processo em decorrência do preenchimento dos requisitos ensejadores da prisão cautelar, previstos no art. 312 do CPP (garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal).
RESUMINDO: O novo entendimento do STF é no sentido de que não há possibilidade de prisão automática com a condenação de 2ª instância. O indivíduo pode ser preso após a condenação em 2ª instância, desde que presente o fundamento da preventiva/cautelar (ordem pública, ordem econômica e garantia da aplicação da lei penal). 
· Impossibilidade de execução provisória da pena restritiva de direitos - é indispensável, em tais casos, o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
Art. 147 da LEP: Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.
· OUTROS JULGADOS:
Resolução 19 de 29/08/2006 do CNJ: Art. 1º - A guia de recolhimento provisório será expedida quando da prolação da sentença ou acórdão condenatórios, ainda sujeitos a recurso sem efeito suspensivo, devendo ser prontamente remetida ao Juízo da Execução Criminal. § 1° Deverá ser anotada na guia de recolhimento expedida nestas condições a expressão "PROVISÓRIO", em sequência da expressão guia de recolhimento. § 2° A expedição da guia de recolhimento provisório será certificada nos autos do processo criminal. § 3° Estando o processo em grau de recurso, e não tendo sido expedida a guia de recolhimento provisório, às Secretarias desses órgãos caberá expedi­la e remetê-la ao juízo competente.
· DA CLASSIFICAÇÃO DOS CONDENADOS (arts. 5º/9º da LEP): Visa reconhecer, a partir do ingresso na prisão, circunstâncias específicas do apenado para que este receba tratamento adequado.
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal.
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. 
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade. Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço social.
a. EXAME DE PERSONALIDADE (gênero) 
1) A LEP classifica os condenados a partir dos seus antecedentes e do exame de personalidade, realizado na fase da execução. 
2) Conceito: Exame de personalidade compreende um exame biológico, um psicológico, um psiquiátrico e um social (art. 7º da LEP), sendo de fundamental importância para a classificação do condenado, a análise dos seus antecedentes criminais, abrangendo toda a sua vida pregressa, inclusive eventual ato infracional. (Luiz R. Prado)
3) Objetivo: Elaborar um programa individualizador voltado à recuperação do condenado ou do preso provisório e permitir que a administração penitenciária separe os primários dos reincidentes.
4) AgRg no AREsp 1208131/MS, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, DJe 12/04/2018: 1. "A elaboração do laudo criminológico por psiquiatra, psicólogo ou assistente psicossocial não traz qualquer mácula ou ilegalidade à decisão que indeferiu a progressão de regime com base em tal documento, mormente porque qualquer destes profissionais está habilitado a realizar perícia técnica compatível com o que se busca saber para a concessão do benefício de progressão de regime" (HC n. 371.602/MS, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, julgado em 6/2/2018, DJe 15/2/2018). 2. Na hipótese, é possível o indeferimento da progressão de regime, por inobservância do requisito subjetivo, com base em laudo elaborado por psicólogo que não recomendou o benefício. 
b. EXAME CRIMINOLÓGICO (espécie) 
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução. Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.
1) A LEP determina, ainda, a realização do exame criminológico a fim de se estabelecer a devida classificação e o adequado programa individualizador destinado à sua reeducação penal.
2) Conceito: Exame criminológico compreende um exame da personalidade do condenado frente ao crime praticado para elaboração de uma prognose positiva ou negativa para o retorno ao convívio social. 
Verifica a probabilidade de reiteração delituosa, se tem personalidade voltada para o crime, aptidão para o retorno ao convívio social, como fins de análise para a concessão de benefícios para o apenado. Ex.: indultos, progressão.
3) O magistrado poderá determinar a realização do exame para a progressão da pena. O parecer não vinculará o juiz, mas serve para fundamentar a recusa da concessão do benefício. 
4) Serve à instrução da progressão de penas, livramento condicional, comutação de penas e indultos.
5) PARA A PROGRESSÃO DE PENA: HC 240.469/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, DJe 13/08/2012: 1. A execução progressiva da pena, com a transferência para regime menos gravoso, somente será concedida ao condenado que preencher, cumulativamente, os requisitos estabelecidos no art. 112 da Lei de Execução Penal. 2. Para aferição do requisito subjetivo, não mais se exige, de plano, a realização de exame criminológico. Contudo, a perícia pode perfeitamente ser solicitada, quando as peculiaridades da causa assim o recomendarem, devendo ser considerada para fins de concessão ou negativa do benefício. 3. "Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada." (Enunciado n.º 439 da Súmula desta Corte).
OBS: O exame criminológico era uma das exigências previstas no art. 112 da LEP para a concessão do direito à progressão de regime ao condenado. Todavia, em 2003, o legislador suprimiu essa exigência do art. 112, mas manteve o art. 8º na LEP. Daí surgiu a dúvida acerca da (des) necessidade da exigência do exame criminológico para fins de concessão de progressão de regime e livramento condicional, o que fez com que o STJ, em 2010, editasse a Súmula 439: “Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada”, afirmando a facultatividade do exame criminológico.
HC 406.220 do STJ: “é suficiente para a promoção carcerária o cumprimento do requisito objetivo temporal e o bom comportamento, atestado pelo diretor do estabelecimento prisional, salvo quando justificada a necessidade de perícia técnica, com fundamento em decisão individualizada, não abstrata, em que consideradas as circunstâncias concretas do cumprimento da pena”.
Assim,o magistrado tem que fundamentar o pedido de exame criminológico, haja vista que a determinação sem fundamentação caracteriza eiva, sendo cabível nesse caso agravo de execução.
· A realização de exame de personalidade e exame criminológico gera bis in idem? Não, pois o exame de personalidade é realizado por meio de triagem feita no momento em que o apenado adentra no estabelecimento prisional e o exame criminológico é realizado para a concessão de benefícios, como a progressão de pena e o livramento condicional. Além disso, o objeto dos dois é diferente, enquanto no exame de personalidade ocorre um exame biológico, um psicológico, um psiquiátrico e um social (que visa verificar os antecedentes criminais, a vida pregressa do condenado e a prática de eventual ato infracional), no exame criminológico ocorre um exame de personalidade que visa verificar a evolução apresentada ao longo do tempo pelo preso (periculosidade e arrependimento) e quais as possibilidades de cometer novos crimes em regime menos rígido e em contato com a sociedade.
· Banco de dados para os condenados definitivos (não inclui os presos provisórios):
Art. 9o-A.  Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. 
§ 1o A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. 
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de proteção de dados genéticos, observando as melhores práticas da genética forense.
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético. 
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de maneira que possa ser contraditado pela defesa. 
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético.  
STF: O art. 9º-A foi objeto de controle de inconstitucionalidade em virtude de sua obrigatoriedade ser uma invasão à privacidade do indivíduo.
2016 – repercussão geral: “A inclusão e manutenção de perfil genético de condenados em banco de dados estatal não é aceita, de forma unânime, como compatível com direitos de personalidade e prerrogativas processuais, consagrados pelo art. 5º da CF. Há decisões de Tribunais de Justiça afastando a aplicação da lei. O STF já acolheu reclamações do Ministério Público, fundadas na Súmula Vinculante 10, contra atos de Tribunal de Justiça mineiro que afirmavam a inconstitucionalidade do art. 9-A da Lei 7.210/84, sem observar a reserva de plenário. Trata-se de questão constitucional que tem relevância jurídica e social. No caso concreto, o recorrente, condenado por crimes praticados com violência contra a pessoa e por crimes hediondos, insurge-se contra a inclusão e manutenção de seu perfil genético em banco de dados, sob a alegação de violação a direitos da personalidade e da prerrogativa de não se autoincriminar. Ante o exposto, voto por reconhecer a repercussão geral da alegação de inconstitucionalidade do art. 9-A da Lei 7.210/84, introduzido pela Lei 12.654/12, que prevê a identificação e o armazenamento de perfis genéticos de condenados por crimes violentos ou por crimes hediondos.”
RESUSMINDO: O art. 9º-A não foi declarado inconstitucional, mas está no STF para ser analisado. O art. 9º-A não foi revogado. Assim, o juiz pode deferir o pedido de identificação do perfil genético diante da negativa do apenado. Nesse caso, o apenado pode recorrer para o STF, o qual irá dar provimento ao recurso em razão da repercussão geral.
· EXECUÇÃO DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE: 
1. O Código Penal e a LEP adotam sistema progressivo para cumprimento de pena com a transferência de um regime mais gravoso para um menos rigoroso mediante a observância de alguns requisitos. 
2. Os condenados a cumprir pena em regime fechado, passam pelos regimes fechado, semiaberto e aberto, restando como “última etapa de cumprimento da pena” o instituto do livramento condicional.
3. A progressão deve ser uma conquista do condenado pelo seu mérito. 
· PROGRESSÃO DE REGIME (Arts. 110/117 da LEP):
Crimes hediondos => década de 90. Cumprimento do regime de forma integral (STF: sistema não se altera por lei –> a CF deveria ser alterada -> foi revogado expressamente -> retorno social não deve ocorrer de forma abrupta -> reconhecimento do sistema progressivo de cumprimento de pena).
Sistema progressivo significa dizer que o cumprimento da integralidade da pena se realizará em regimes distintos (podendo sair de um regime mais gravoso para um sistema menos gravoso e vice-versa).
OBS.: Não se faculta o cumprimento no regime progressivo!!!
OBS2.: Não se fala em progressão de regime em medida de segurança.
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição. Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determinação do regime.
· Fundamentos da progressão de pena:
- Art. 112, parágrafo 1º e 2º da LEP:
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. 
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.
- Art. 33, parágrafo 2º e 4º, do CP: necessidade de escalonamento da pena a partir do regime mais gravoso para o menos rigoroso.
Art. 33, do CP. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. § 2º As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. § 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
· REQUISITOS PARA A PROGRESSÃO DE PENA: A execução progressiva da pena, com a transferência para regime menos gravoso, somente será concedida ao condenado que preencher, cumulativamente, os requisitos objetivo e subjetivo.
· Requisitos objetivos formais para progressão da pena:
1. Requisito objetivo temporal – art. 112 da LEP: cumprimento de pena mínima para ter direito ao benefício.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinadapelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário; VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento condicional; b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado; VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional.
	PRIMÁRIO SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA: 16%
	PRIMÁRIO COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA: 25%
	REINCIDENTE SEM VIOLÊNCIA: 20%
	REINCIDENTE COM VIOLÊNCIA: 30%
	PRIMÁRIO CRIME HEDIONDO: 40%
	REINCIDENTE CRIME HEDIONDO: 60%
	PRIMÁRIO CRIME HEDIONDO COM RESULTADO MORTE: 50%
	REINCIDENTE CRIME HEDIONDO COM RESULTADO MORTE: 70%
	CONDENADO POR EXERCER COMANDO DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA PARA A PRÁTICA DE CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO + CONDENADO PELA PRÁTICA DO CRIME DE CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA: 50%
- REQUISITO TEMPORAL + CIRCUNSTÂNCIAS ESPECÍFICAS DA APENADA GESTANTE OU MÃE:
Art. 112, § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente: I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior; IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento; V - não ter integrado organização criminosa. § 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício previsto no § 3º deste artigo.
2. Requisito objetivo – reparação do dano patrimonial ou devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais, se o crime for contra a Administração Pública (§ 4º do art. 33 do CP).
· Caso de hipossuficientes: STF - Essa circunstância única (de não possuir dinheiro para reparar o dano patrimonial) não pode constituir óbice para a concessão do benefício.
· Requisitos subjetivos para progressão da pena:
1. Certidão carcerária de bom comportamento atestada pelo diretor do estabelecimento prisional (art. 112, § 1º): Conteúdo da declaração que trata da conduta do apenado (juízo de valor do diretor);
Art. 112, § 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
2. Exame criminológico (art. 8º da LEP): Exame de personalidade para aferir a conduta do indivíduo no curso da execução de sua pena. Está à disposição do juízo para subsidiar as suas decisões com análise técnica por profissional habilitado.
OBS.: Não é sinônimo de declaração de conduta carcerária.
OBS2.: Permite uma decisão mais segura, se revela imprescindível nos delitos com violência, grave ameaça ou morte. 
O exame criminológico poderá ser requisitado pelo juiz da execução penal para fins de progressão, desde que o juízo se convença de que não há elementos suficientes para analisar o mérito do pedido de progressão porque presentes apenas os requisitos objetivos e a declaração é limitada a informação de que o indivíduo tem boa conduta carcerária.
Súmula 439 do STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.
· A natureza/gravidade do delito por si só poderia autorizar que o pedido da progressão de regime fosse analisado somente após o exame criminológico? Para o STJ, não, pois a natureza do delito já implica na dosimetria da pena, então o pedido de exame criminológico geraria bis in idem. 
A gravidade abstrata do delito não é argumento idôneo por si só para a realização do exame (AgRg. HC 489.268/STJ. Min. Rel. Ribeiro Dantas. Data da publicação: 19/03/2019).
· DA NECESSIDADE DE MANIFESTAÇÃO DA DEFESA E DO MP ANTES DA DECISÃO SOBRE PROGRESSÃO (§2º DO ART. 112 - PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO):
Manifestação obrigatória da defesa e do MP. 
Deve haver intimação (inclusive pessoal) nos autos.
Se algum dos dois estiverem ausentes, a progressão é nula.
Se a defesa (advogado particular) não se manifestar, o juiz deve encaminhar os autos para a DP para dar o contraditório ao condenado.
Art. 112, § 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.
· A PROGRESSÃO DEVE SE DAR POR ETAPA: Não é permitida a progressão per saltum.
Súmula 491 do STJ - É inadmissível a chamada progressão per saltum de 
- O item 120 da exposição de motivos da LEP dispõe que se o condenado estiver no regime fechado não poderá ser transferido diretamente para o regime aberto, pois que, essa progressão, depende do cumprimento mínimo de 1/6 da pena no regime semiaberto, além da demonstração do mérito, consistente no cumprimento dos requisitos de ordem subjetiva que são: aptidão, capacidade e merecimento.
- ATENÇÃO: Admite-se a REGRESSÃO PER SALTUM. 
· PROGRESSÃO PROVISÓRIA: É permitida a progressão provisória.
Súmula 716 do STF - Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. 
RHC 107.504. Min. Rel. Ribeiro Dantas. Data de Publicação: 01/03/2019: [...] 3. Esta Quinta Turma firmou orientação de que" não há lógica em deferir ao condenado o direito de recorrer solto quando permaneceu segregado durante a persecução criminal, se persistentes os motivos para a preventiva "(RHC 56.689/CE, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 15/10/2015, DJe 23/10/2015). 4. Hipótese em que o Juízo de primeiro grau determinou na sentença condenatória que fosse expedida as guias de execução provisória, em obediência à Súmula 716/STF, razão pela qual se encontra compatibilizada a prisão cautelar com as regras do regime prisional semiaberto fixado na sentença. 
· PROGRESSÃO DE REGIME E FALTA GRAVE: A falta grave interrompe o prazo para a obtenção de progressão de pena. Assim, perde-se todo o período anterior que serviria para cumprir a porcentagem da pena.
Art. 112, § 6º, da LEP - O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente. 
Súmula 534 - A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração.
REINÍCIO DA CONTAGEM: A PARTIR DA PRÁTICA DA FALTA GRAVE E NÃO DA DECISÃO SOBRE O COMETIMENTO DA FALTA GRAVE.
· OUTROS DOIS CASOS SOBRE A FALTA GRAVE: 
Súmula 441 - A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.
Súmula 535 - A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto.
AgRg no HC 475.542/MS,Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, DJe 21/02/2019: 1. Este Superior Tribunal entende que o cometimento de falta grave pelo apenado (a) importa na alteração da data-base para a concessão de novos benefícios, SALVO livramento condicional, indulto e comutação da pena; (b) autoriza a regressão de regime e (c) a revogação de até 1/3 dos dias remidos (art. 127 da Lei de Execução Penal - LEP), não havendo, portanto, ilegalidade a ser sanada.
· DATA-BASE PARA SUBSEQUENTE PROGRESSÃO DE REGIME: A data-base para subsequente progressão de regime é aquela em que o reeducando preencheu os requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal e não aquela em que o juízo da execução deferiu o benefício.
Não é admitida a inércia do condenado nem do Judiciário: Se o condenado preencheu os requisitos do benefício e não postulou em juízo, a data base para a nova progressão será a data que ele fizer o pedido. Por outro lado, se o condenado fez o pedido e o Judiciário não respondeu ao pedido, quando for analisado o segundo pedido terá, obrigatoriamente, que considerar o primeiro pedido na contagem – assim haverá, na prática, uma progressão per saltum.
Ementa do HC 369.774/RS: 1. Revisão da jurisprudência da Sexta Turma desta Corte Superior, para alinhar-se ao posicionamento do Supremo Tribunal Federal e da Quinta Turma de modo a fixar, como data-base para subsequente progressão de regime, aquela em que o reeducando preencheu os requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal e não aquela em que o Juízo das Execuções deferiu o benefício. 2. Consoante o recente entendimento do Supremo Tribunal, a decisão do Juízo das Execuções, que defere a progressão de regime – reconhecendo o preenchimento dos requisitos objetivo e subjetivo da lei (art. 112 da LEP) – é declaratória, e não constitutiva. [...] 3. Não se pode desconsiderar, em prejuízo do reeducando, o período em que permaneceu cumprindo pena enquanto o Judiciário analisava seu requerimento de progressão.
· PROGRESSÃO DE REGIME DE CRIMES HEDIONDOS OU EQUIPARADOS: 
· No caso dos crimes hediondos ou equiparados, o revogado art. 2º, §2º, da Lei 8.072/90 previa um quantum de pena baseado na presença ou não da primariedade/reincidência. Nesse sentido, a fração necessária para a concessão do benefício aos apenados era de 2/5 para réus primários e 3/5 para réus reincidentes, não diferenciando-se a espécie de reincidência entre genérica e específica, predominando o entendimento de que se aplicava a maior fração para ambas as hipóteses. Com a nova legislação que regulamenta o artigo 112 da LEP houve modificação do percentual para a concessão da progressão de regime nos casos de condenados pelo cometimento de crime hediondo ou equiparado, revogando-se as disposições do art. 2º, §2º, da Lei 8.072/90. A nova redação do artigo 112 introduziu parâmetros objetivos-temporais relativamente mais severos – devendo sempre ser observado o caso concreto. Não obstante a redação do inciso V do artigo art. 112 faça referência à fração de 2/5 (40%) quando o apenado condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado for primário, o legislador passou a exigir “reincidência na prática de crime hediondo ou equiparado”, para a aplicação da fração de 3/5 (60%), ou seja, a denominada reincidência específica. Ex.: Na hipótese de se tratar de apenado já condenado irrecorrivelmente por um crime qualquer que vier a cometer novo delito, dessa vez hediondo ou equiparado, não se revela possível a aplicação do inciso VII do art. 112 (60%), devendo ser aplicado (…) o patamar previsto no inciso V, qual seja, 40% (quarenta por cento), desde que do crime hediondo (ou equiparado) em questão não tenha resultado morte.
· TRÁFICO PRIVILEGIADO:
O art. 112, §5º, da LEP dá tratamento diferenciado ao condenado por tráfico privilegiado de drogas: Art. 112, § 5º - Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. 
Art. 33, § 4º - Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.
OBS.: O art. 2º, § 1o, da Lei 8.072/90 dispõe que a pena pelo crime hediondo ou equiparado será cumprida inicialmente em regime fechado. O STF enfrentou a matéria, mas não revogou a exigência do regime fechado nessa hipótese em razão da inexistência de alteração legislativa. Contudo, entendeu que a natureza do delito (estupro, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo) não pode impedir que determinado réu seja condenado em outro regime diferente do fechado, haja vista que a pena tem que ser compatível com o regime que se acredita ser adequado, independentemente do caráter hediondo do crime.
OBS.: No regime aberto não se fala mais em progressão, mas sim em livramento condicional. Também não se fala em regressão de regime, mas revogação do livramento condicional.
· REGIME INICIAL PARA PROGRESSÃO: É considerado o regime em que o condenado se encontra (pode ser fechado ou semiaberto).
· PROGRESSÃO DE REGIME POR FALTA DE ESTABELECIMENTO ADEQUADO.
Súmula 56 do STF - A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.
RE 641.320, rel. min. Gilmar Mendes, P, j. 11-5-2016, DJE 159 de 1º-8-2016, Tema 423: 2. Cumprimento de pena em regime fechado, na hipótese de inexistir vaga em estabelecimento adequado a seu regime. Violação aos princípios da individualização da pena (art. 5º, XLVI) e da legalidade (art. 5º, XXXIX). A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso. [...] No entanto, não deverá haver alojamento conjunto de presos dos regimes semiaberto e aberto com presos do regime fechado. 4. Havendo déficit de vagas, deverão ser determinados: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto. Até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado.
· PARÂMETROS: 
(i) A saída antecipada do sentenciado no regime com falta de vagas;
(ii) A liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas;
(iii) O cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto.
· REGRESSÃO DE REGIME (arts. 118 e 119 da LEP).
A LEP adotou um sistema de desestímulo de rompimento com a disciplina prisional e com o programa de reeducação social ao estabelecer a possibilidade de REGRESSÃO para regime mais rigoroso diante de condutas incompatíveis com a sua reinserção social.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111). § 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta. § 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código Penal).
0. Requisitos da Regressão:
A execução da pena está sujeita a forma regressivaquando o apenado:
1. Praticar fato definido como crime doloso (I, art.118);
Súmula 526 do STJ: O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde (DISPENSA) do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato.
OU SEJA, NÃO DEPENDE DE CONDENAÇÃO DEFINITIVA!
1. Praticar falta disciplinar de natureza grave (art. 50 + segunda parte do I, art. 118 da LEP):
Grave é espécie do gênero falta (falta disciplinar).
Falta grave (legislação federal – declaração do juiz) e faltas leve e média (legislações municipal e estadual – autoridade administrativa). 
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; [...]
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VII - tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
1. Sofrer condenação, por crime anterior, cuja soma da pena restante com a nova condenação, torne impossível a manutenção do regime (artigo 111 + II, art. 118 da LEP).
Para o legislador é uma hipótese de regressão, mas para o professor David trata-se de adequação do regime pela unificação das penas.
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição. Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determinação do regime.
1. Violar os deveres relacionados ao monitoramento eletrônico (I, parágrafo único, art. 146-C LEP).          
QUAIS SÃO OS DEVERES?
1. Receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas orientações;
1. Abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça;
O QUE A VIOLAÇÃO DOS DEVERES PODE ACARRETAR?
1. A REGRESSÃO DO REGIME; 
1. A revogação da autorização de saída temporária;
1. A revogação da prisão domiciliar;
1. Pena de advertência.
*DECISÃO DO JUIZ DA EXECUÇÃO, OUVIDOS O MINISTÉRIO PÚBLICO E A DEFESA.
· REGRESSÃO DEFINITIVA: A regressão de regime de cumprimento de pena em caráter definitivo NÃO pode ser efetivada sem ser ouvido previamente o condenado (audiência de justificativa), nos termos do disposto no art. 118, § 2º, da Lei nº 7.210/84.
Logo, é nula a decisão que regride o regime prisional sem a prévia oitiva do apenado.
· REGRESSÃO CAUTELAR (PROVISÓRIA): Hipótese de decreto de prisão decorrente da falta grave até a audiência de justificativa e/ou manifestação da defesa. É desnecessária a prévia oitiva do apenado nesse caso.
O magistrado pode retomar os fundamentos da cautelar e expedir o mandado de prisão, no caso, por exemplo, de fuga do apenado que cumpria pena em regime aberto.
Pode o Ministério Público representar pela regressão cautelar.
A autoridade policial pode representar e apresentar prova de que deve ser regredido o regime urgentemente.
Se não for o MP que pedir a regressão de pena, deve o juiz intimar o MP e a defesa (princípios da oficiosidade e da ampla defesa e contraditório).
AgRg no HC 449.364/PR, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, DJe 01/02/2019): 2. Tratando-se de regressão cautelar, não é necessária a prévia ouvida do condenado, como determina o § 2º do art. 118 da Lei de Execução Penal, visto que tal exigência, segundo a jurisprudência desta Corte de Justiça, somente é obrigatória na regressão definitiva ao regime mais severo, sob pena de contrariar a finalidade da medida (precedentes.). 3. É possível, após o cumprimento do mandado de prisão e com a retomada do cumprimento da pena, seja designada audiência de justificação, ocasião na qual o apenado poderá justificar-se, exercendo, assim, o pleno exercício do seu direito de defesa. 
· DETRAÇÃO (arts. 66, III, ‘c’ e 111 da LEP e art. 42 do CP): Detração nada mais é do que o mecanismo de aproveitamento da prisão anterior ao decreto condenatório. Essa prisão será convalidada como dia de pena se sobrevier a sentença condenatória irrecorrível.
· Definição: Art. 42 do CP - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.
· Fonte legal sobre o juízo natural: Art. 66 da LEP - Compete ao Juiz da execução: [...]; III - decidir sobre: [...]; c) detração e remição da pena;
· Natureza jurídica da detração: É um instituto de execução penal (fundamento no art. 66, III, c) a ser observado pelo Juiz da Vara de Execução, nada obstante esteja previsto no art. 42 do CP. 
A natureza jurídica da detração se aproxima mais da execução penal do que do código penal.
· NÃO SE ADMITE A HIPÓTESE DE “CRÉDITO” DE PERÍODO NA PRISÃO DE NATUREZA PROVISÓRIA: A detração não poderá caracterizar uma conta corrente do indivíduo com o Estado. 
- O que se faz com o período que o preso provisório passou na prisão e ao final acabou sendo absolvido?
- “Conta corrente” = “preso provisório por 1 ano acaba sendo absolvido e fica com crédito perante o Estado para o abatimento em futura condenação”. Não se admite em hipótese alguma!
- Aproveita-se esse período em relação à fato diverso, desde que anterior à prisão. 
Jurisprudência: “... é admitida a detração em relação a fato diverso daquele que deu azo à prisão processual; contudo, somente em relação a delitos anteriores à segregação provisória, sob risco de se criar uma espécie de crédito contra a Justiça Criminal”.
A sentença absolutória não autoriza o pagamento de indenização ao preso provisório.
· REMIÇÃO (arts. 126/129 da LEP): É o instituto que permite o abatimento da pena a partir de dois critérios: trabalho e estudo.
Objetivo: Visa criar mecanismos para que o condenado retorne um pouco mais preparado para o convívio social. 
· Não se reconhece o rol do art. 126 como taxativo, haja vista o entendimento histórico e extensivo da jurisprudência: a jurisprudência entende que “estudo” é espécie do gênero “educação” e traz outras hipóteses.
· Histórico:
a. 1984 – LEP: Inicialmente, o benefício decorria do desenvolvimento da atividade laborativa.
b. 2007 – O STJ estendeu o benefício também para o estudo. Súmula 341 - A frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto.
c. 2011 – A Lei nº 12.433/11 alterou o artigo 126 da LEP, para o fim de incluir o estudo como uma forma de remição. 
d. 2016 – O STJ reconhece o trabalho fora do estabelecimento prisional. 
Súmula 562 do STJ: É possível a remição de parte do tempo de execução da pena quando o condenado, em regime fechado ou semiaberto, desempenha atividade laborativa, ainda que extramuros. (DJe 29/02/2016) 
e. 2019 – O STJ reconhece o Trabalho Artesanal para remição (REsp 1804266/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe 25/6/19)
· Natureza jurídica: é direito público subjetivo do apenado, logo não pode ser negada ao preso quando este preencher os requisitos.
· BENEFICIÁRIOS - AQUELES QUE ESTÃO CUMPRINDO PENA NO: 
a) REGIME FECHADO OU SEMIABERTO:
Art. 126.  O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiabertopoderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. 
b) REGIME ABERTO, DESDE QUE NA HIPÓTESE DO § 6o do art. 126: 
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.
c) O PRESO PROVISÓRIO TEM ESSE DIREITO IGUALMENTE: A prisão cautelar, para o fim de concessão de remição, equivale ao regime fechado.
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. (Lei nº 12.433, de 2011)
d) NÃO HÁ PREVISÃO DE RECONHECIMENTO DO TRABALHO PARA AQUELE QUE SE ENCONTRA EM MEDIDA DE SEGURANÇA: NÃO HÁ FUNDAMENTO/PREVISÃO LEGAL.
- O tempo de prisão será o tempo da medida de segurança.
e) CONTAGEM: previsão no art. 126, § 1o.
§ 1o  A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados.
f) Art. 128.  O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.
- Soma a pena cumprida mais os dias remidos.
g) CUMULAÇÃO: Não é possível a cumulação da remição por trabalho e estudo. Todavia, é possível a cumulação dos fundamentos distintos para o cálculo de um dia para a remição, em decorrência do § 3º do art. 126 da LEP.
Art. 126, § 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. 
- Portanto, é possível remir, ainda que em concomitância, a pena tanto pelo trabalho quanto pelo estudo; o que NÃO SE ADMITE, é a possibilidade de a remição extrapolar o montante máximo permitido em lei (1/3).
h) FOLGA: Só se considera para fins de remição, o estudo e o trabalho efetivos. *Não trabalham nos feriados e no domingo.
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados. 
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal.
i) PERDA DOS DIAS REMIDOS: É possível nos casos de falta grave.
Art. 127.  Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. 
STJ - REsp 1672643, Rel. Min. ROGERIO SCHIETTI CRUZ, DJe 09/10/17: 1. O reconhecimento de falta grave no curso da execução penal justifica a perda de até 1/3 do total de dias trabalhados pelo apenado até a data do ato de indisciplina carcerária, ainda que não haja declaração judicial da remição, consoante a interpretação sistemática e teleológica do art. 127 da LEP.
j) DECLARAÇÃO E MANIFESTAÇÃO MINISTERIAL:
Art. 126. § 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa.
k) REMIÇÃO NÃO DECLARADA: Falta grave - É possível a perda dos dias trabalhados, AINDA QUE NÃO DECLARADA a remição (STJ - REsp 1672643, Rel. Min. ROGERIO SCHIETTI CRUZ, DJe 09/10/17)
l) REMIÇÃO FICTA: Seria a possibilidade de se ofertar a remição aos presos que não trabalharam nem estudaram.
Não se admite a concessão ficta do benefício da remição ainda que pela omissão estatal. (STJ – AgRg no HC 434.636/MG, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, DJe 06/06/2018)
EXCEÇÃO: Art. 126, § 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.
m) REMIÇÃO PELA INSALUBRIDADE DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL: Ausência de previsão legal.
A insalubridade do estabelecimento prisional não se enquadra nas hipóteses legalmente previstas para a concessão da remição da pena. (STJ – AgRg no HC 423.190/MG, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, DJe 24/05/2018)
n) REMIÇÃO EM RAZÃO DE APROVAÇÃO NO ENEM: O preso que é aprovado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem direito a remição de pena, mesmo que já tenha concluído o ensino médio antes de ser preso. 
AgRg no HC 447.375/SC, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, DJe 10/04/2019: 2. Esta Corte Superior de Justiça firmou entendimento e tem admitido a possibilidade de abreviação da reprimenda em razão de atividades que não estejam expressas no texto legal, como resultado de uma interpretação analógica in bonam partem da norma inserta no art. 126 da LEP. De outro lado, a Recomendação n. 44/2013 do CNJ indica aos Tribunais a possibilidade de remição por aprovação nos exames nacionais que certificam a conclusão do ensino fundamental Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA) ou médio Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Verifica-se, portanto, que o objetivo deste conjunto de regras acerca da remição da pena por aproveitamento dos estudos é o de incentivar os apenados aos estudos, bem como sua readaptação ao convívio social. 3. Considerando como base de cálculo 50% da carga horária definida legalmente para o ensino médio, ou seja, 1.200 horas, deve-se dividir esse total por doze, encontrando-se o resultado de 100 dias de remição em caso de aprovação em todos os campos de conhecimento do ENEM. Serão devidos, portanto, 20 dias de remição para cada uma das cinco áreas de conhecimento. 4. In casu, como o agravado obteve aprovação integral, ou seja, nas cinco áreas de conhecimento, a remição deve corresponder a 100 dias com os acréscimos legalmente permitidos. 
- 12h de frequência = 1 dia de pena 
1200h = 100 dias de pena (1200/12=100) 
100 dias de pena = 5 disciplinas do ENEM 
Logo, 20 dias de remição para a aprovação em cada disciplina.
· LIVRAMENTO CONDICIONAL (arts. 131/146 da LEP, arts. 710/733 do CPP e arts. 83/90 do CP)
0. Conceito (MIRABETE): Instituto de direito público subjetivo do sentenciado que recai sobre a liberdade provisória concedida antes do término da pena privativa de liberdade, pelo prazo restante da referida pena, respeitadas as condições impostas. Visa o retorno ao convívio social. 
0. Natureza Jurídica: Não há consenso doutrinário.
1. Incidente ou benefício da execução penal (Paulo Lúcio Nogueira);
1. Direito público subjetivo (Frederico Marques; Renato Marcão e Mirabete);
1. É forma de execução da pena privativa de liberdade ou medida penal (Damásio);
1. É etapa da forma progressiva da execução penal ou medida penal como alternativa à pena privativa de liberdade (Renê Ariel Date);
1. É a última etapa da pena privativa de liberdade apesar de não condicionar a progressão. 
“É a antessala da liberdade total” (Paulo Lúcio Nogueira)
0. REQUISITOS
Art. 131 da LEP. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário.
2. OBJETIVOS – Art. 83, caput, e incs. I, II, IV e V do Código Penal:
1. Pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos;
1. Cumprida + de 1/3 da pena se o condenado não é reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes – LIVRAMENTO SIMPLES;
1. Cumprida + da metade da pena se o condenado for reincidente em crime doloso – LIVRAMENTO QUALIFICADO;
1. Cumprido + de 2/3 da pena se for condenado pela prática de crimes hediondos, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crime dessa natureza;
1. Tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;
2. SUBJETIVOS – Art. 83, incs. III e p. único do CP:
1. Bom comportamentodurante a execução da pena;
1. Não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;
1. Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
1. Aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;
1. Constatação de condições que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir, no caso de condenado a crime doloso cometido com violência ou grave ameaça.
· REQUISITOS DO CÓDIGO PENAL MILITAR (art. 89 do CPM):
Art. 89. O condenado a pena de reclusão ou de detenção por tempo igual ou superior a dois anos pode ser liberado condicionalmente, desde que: I - tenha cumprido: a) metade da pena, se primário; b) dois terços, se reincidente; II - tenha reparado, salvo impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pelo crime; III - sua boa conduta durante a execução da pena, sua adaptação ao trabalho e às circunstâncias atinentes a sua personalidade, ao meio social e à sua vida pregressa permitem supor que não voltará a delinquir.
· ATENÇÃO: TRÁFICO PRIVILEGIADO NÃO É EQUIPARADO A HEDIONDO! 
STJ - HC 479.297/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, DJe 01/03/2019: O TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS, NA SUA FORMA PRIVILEGIADA, NÃO É CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO [...] IV - No que concerne ao conceito de reincidência específica, o crime anterior gerador da reincidência não necessariamente precisa estar previsto no mesmo tipo penal do que o praticado posteriormente, pois basta a reincidência específica em crimes dessa natureza. Por outro lado, NÃO SE RECONHECERÁ A REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA EM CRIMES QUE, CONQUANTO FIGUREM EM MESMO TIPO PENAL, POSSUAM NATUREZA DISTINTA, DE QUE É EXEMPLO O TRÁFICO PRIVILEGIADO EM FACE DO TRÁFICO COMUM. [...]
STJ - HC 488.429/RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, DJe 06/03/2019: II - Para a concessão do benefício do livramento condicional, nos termos dos arts. 83 do Código Penal, 112 e 131 da Lei de Execuções Penais, deve o reeducando preencher os requisitos de natureza objetiva (fração de cumprimento da pena) e subjetiva (comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover o próprio sustento de maneira lícita).
1.4 CONDIÇÕES DO LIVRAMENTO:
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes: a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes: a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; b) recolher-se à habitação em hora fixada; c) não freqüentar determinados lugares.
POSSIBILIDADE DE MODIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES:
Art. 144.  O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo.
1.5 REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO:
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições.
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: I - por crime cometido durante a vigência do benefício; II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento.
REVOGAÇÃO FACULTATIVA DO LIVRAMENTO:
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.
EFEITOS DA REVOGAÇÃO:
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
OBSERVAÇÕES:
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas.
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério Público, mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.
1.6 PRÁTICA DE FALTA GRAVE: obriga um novo cálculo, mas não interrompe o livramento condicional. 
1. Há a necessidade de instauração do PAD: aberto pela autoridade administrativa =} o juiz apenas afere se foi respeitado o devido processo legal e ampla defesa. 
STJ – HC 279.384/RS, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, DJe 02/05/2014: 2. A tese da necessidade de Processo Administrativo Disciplinar - PAD para reconhecimento da prática de falta grave amolda-se à jurisprudência atual desta Corte Superior [...].
1. A falta disciplinar (art. 50) autoriza a reversão disciplinar, contudo, não resulta em novo marco interruptivo para o livramento, conforme Súmula 441: “a falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional”.
STJ - HC 494.172/RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, DJe 01/04/2019: III - A jurisprudência sedimentada neste Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que a prática de falta grave ou crime no curso da execução penal, somente pode ensejar a alteração da data-base para a progressão de regime, NÃO SURTINDO QUALQUER EFEITO NO QUE TANGE AO REQUISITO OBJETIVO PARA O LIVRAMENTO CONDICIONAL, COMUTAÇÃO E INDULTO, nos termos dos enunciados n. 441, 534 e 535 deste STJ.
1. Não é possível atribuir efeitos eternos às faltas graves praticadas pelo apenado durante a execução da pena, pois constituiria ofensa ao princípio da razoabilidade e ao caráter ressocializador da pena.
1. Se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado (como o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins), com resultado morte, seja ele primário ou reincidente, não terá direito ao livramento condicional (art. 112, VI, “a” e VIII). *Isso não vale para o condenado por tráfico privilegiado de drogas.
1. Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.
1.7 EXTINÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL:
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.            
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.
Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público ou mediante representação do Conselho Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem revogação.
· DEVERES E DIREITOS DOS CONDENADOS:
· Dos Deveres:
Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução da pena.
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoacom quem deva relacionar-se;
III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X - conservação dos objetos de uso pessoal.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.
· Dos Direitos:
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios.
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente.               
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção.
Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da execução.
OBSERVAÇÕES: 
O artigo 40 é reflexo do movimento geral de defesa dos direitos da pessoa humana e em razão da dignidade a tal condição e às liberdades, segurança, igualdade, justiça e paz em que toda pessoa deve viver e atuar. 
Artigo 5º, XLIX da CF - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral.
Logo, estão proibidos os maus-tratos e castigos que, por sua crueldade ou conteúdo desumano, degradante, vexatório e humilhante, atentam contra a dignidade da pessoa, sua vida, sua integridade física e moral.
· DISCIPLINA:
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório.
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será cientificado das normas disciplinares.
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade administrativa conforme as disposições regulamentares.
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado.
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.
· DAS FALTAS DISCIPLINARES:
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções.
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada.
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
A PRÁTICA DE FALTA GRAVE PELO CONDENADO À PENA RESTRITIVA DE DIREITOS ACARRETA A SUA CONVERSÃO EM PRIVATIVA DE LIBERDADE (ART. 181, §§ 1º, 2º E 3º).
NÃO EXISTE CONCURSO DE FALTAS DISCIPLINARES: Se um fato constituir mais de uma falta disciplinar deverá ser aplicada uma sanção e, nesse caso, a mais grave. Trata-se do respeito ao princípio non bis in idem, o qual proíbe a punição múltipla por um só fato.
· DO REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (artigos 52/54 da LEP -Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
1) Conceito: O Regime Disciplinar Diferenciado – RDD é uma sanção disciplinar (punição administrativa) de rigor excepcional aplicada ao preso provisório ou ao condenado definitivo que praticar, no curso da execução penal, fato previsto como crime doloso que constitui falta grave.
Consiste em um sistema de disciplina carcerária especial, dotado de regras mais rígidas do que os demais regimes de cumprimento de pena, sendo aplicável como sanção disciplinar (STJ – HC 339.764/SP, Rel. p/ Acórdão Ministra Maria Thereza de Assis Moura, DJe 01/08/2016) ao preso provisório ou condenado definitivo que praticar falta grave.
2) Fundamento ou pressuposto do instituto: O fundamento do instituto está previsto na 1ª parte do caput do art. 52 da LEP e é a prática de fato previsto como crime doloso no interior do sistema prisional.
3) São consequências que justificam a inclusão no regime: 1) o apenado ocasionar subversão da ordem e da disciplina internas (caput do art. 52 da LEP); 2) o apenado apresentar alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade (inc. I do art. 52 da LEP); e 3) indícios de que o apenado tem envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada (inc. II do art. 52 da LEP).
4) Natureza jurídica: A natureza jurídica do RDD é de sanção disciplinar, conforme previsão no art. 53, inc. V, da LEP.
5) Características: As características do RDD estão previstas nos incisos do art. 52 da LEP e são: I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie (tempo + possibilidade de prorrogação); II - recolhimento em cela individual (isolamento); III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) horas; IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário (prerrogativa de sigilo profissional do advogado e direito do preso); VI - fiscalização do conteúdo da correspondência (mecanismo do estado de manter o controle das comunicações entre líderes de facção e outros criminosos); e VII - participação em audiências judiciais

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