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Aula 7. Resistencia, desobediencia, desacato

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RESISTÊNCIA
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
O que é essa oposição?
A oposição, no caso, consiste em uma atuação positiva, consubstanciada no emprego de violência (vis corporalis).
Exemplo: Indivíduo que, ao ser preso em flagrante, desfere pontapés contra o policial ou atira objetos contra ele.
 
Se a violência for empregada contra a coisa configura o crime?
1ª corrente) Não, para grande parte da doutrina.
Exemplo: quebrar os vidros da viatura policial.
 
2ª corrente) Sim. Hungria entende que sim. 
Ele admite “até mesmo a violência sobre coisas, quando assume um caráter de oposição ativa contra o agente da autoridade ou quem lhe presta auxílio.
A oposição pode se dar por meio de ameaça (vis compulsiva)?
Sim. E esta pode ser real ou verbal.
Exemplo: Apontar uma faca ou uma arma de fogo para o funcionário público.
Exemplo: Indivíduo que promete ao policial que, se ele for preso, mandará seus comparsas eliminá-lo.
A mera resistência passiva, como agarrar-se a um poste ou empreender fuga, configura o crime?
Não, pois é necessário o emprego efetivo de violência ou ameaça contra o funcionário.
Exemplo: recusar-se a abrir a porta da casa..
 
Esses casos configuram algum crime?
Sim, há desobediência (art. 330 do CP).
Os atos de rogar pragas contra o funcionário, cuspir sobre ele ou atirar-lhe urina, fazer gestos ultrajantes ou xingá-lo, configura esse crime?
Sujeito Ativo:
Qualquer pessoa.
Não necessariamente será sujeito ativo a pessoa que sofre a execução do ato legal.
Assim, nada impede que 3ª pessoa, alheia ao ato, empregue violência ou grave ameaça contra o funcionário.
Sujeito Passivo:
- Estado;
- Funcionário Público competente para a execução do ato legal ou o 3º que o auxilia, isto é, um particular.
Elemento Subjetivo:
Dolo. 
Consumação:
Consuma-se com o emprego da violência ou ameaça contra o funcionário.
É crime formal – assim, não se exige que o agente efetivamente impeça a execução do ato legal.
 
Tentativa:
É possível.
Se a violência for praticada em face de mais de um funcionário?
Nesse caso, configura-se crime único, uma vez que o é o Estado que figura como sujeito passivo principal do crime em estudo.
DESOBEDIÊNCIA
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
O que tutela esse crime?
O prestígio e a dignidade da Administração Pública, imprescindíveis para o desempenho regular da atividade administrativa.
Visa-se, com essa proteção, assegurar o cumprimento de ordens legais emanadas por funcionário público competente. 
Esse delito é muito parecido com o crime de resistência, o que diferencia os dois?
Em ambos o sujeito ativo pretende subtrair-se à execução do ato legal;
Contudo, no crime de desobediência não ocorre o emprego de violência ou ameaça contra o funcionário público.
O que é desobedecer?
Desatender, não aceitar, não se submeter, no caso, à ordem legal do funcionário público.
 
Nesse crime há o emprego de violência ou ameaça?
Não.
Esse delito pode ser praticado mediante ação?
Sim.
Exemplo: ordem judicial que determina que o destinatário se abstenha da prática de algum ato, vindo ele, contudo, a praticá-lo com infração da determinação judicial. 
 
Esse delito pode ocorrer na modalidade omissiva?
Sim.
Exemplo: hipótese em que a ordem expedida pelo funcionário público determina a prática de algum ato e o destinatário se recusa a cumpri-la.
O que é necessário para que ocorra o crime de desobediência?
Que haja ordem legal emanada de funcionário público competente.
 
Pedido ou solicitação já configura?
Não. É necessário que haja uma ordem, uma determinação expressa, e que esta seja transmitida diretamente ao destinatário, isto é, àquele que tenha o dever de obedecê-la. 
Exemplo: Não configura o crime o promotor de justiça que, mediante ofício, solicita documentos e o funcionário não envia.
Se o destinatário não foi devidamente notificado, não se poderá falar no delito em tela.
Sujeito Ativo:
Qualquer pessoa, desde que tenha o dever jurídico de cumprir ou não a ordem legal.
 
O funcionário público pode ser sujeito ativo desse crime?
Questão controvertida.
Sujeito Passivo: - Estado; Funcionário Público competente para emitir a ordem.
Elemento Subjetivo:
Dolo. 
 
Exige-se que ele tenha consciência da legalidade da ordem e da competência do funcionário público para expedi-la?
Sim, pois o erro do agente exclui o dolo, tornando o fato atípico.
Consumação:
O conteúdo da ordem emanada pode ser uma ação (determina-se que o destinatário faça algo) ou omissão (determina-se que o destinatário deixe de fazer algo).
Nesta última hipótese, o crime se consuma no momento em que o agente pratica a ação de que deveria de abster.
Já na 1ª hipótese, para que se considere consumado o crime, é preciso verificar se o funcionário concedeu prazo para que o agente realize a ação devida, pois, ultrapassado tal prazo e tendo aquele se omitido, considera-se descumprida a ordem e, portanto, consumado o crime.
Ausente qualquer prazo, deverá ser fixado um tempo juridicamente relevante que caracterize a omissão, isto é, o descumprimento da ordem.
 
Tentativa:
Possível somente na forma comissiva do descumprimento da ordem legal.
DESACATO
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
O que é desacatar?
Consiste na prática de qualquer ato ou emprego de palavras que causem vexame, humilhação ao funcionário público.
Assim, pode consistir o desacato:
- no emprego de violência (lesões corporais ou vias de fato);
- na utilização de gestos ofensivos;
- no uso de expressões caluniosas, difamantes ou injuriosas;
- enfim, todo ato que desprestigie, humilhe o funcionário, de forma a ofender a dignidade, o prestígio e o decoro da função pública.
É imprescindível que o ato seja praticado ou a palavra proferida na presença do funcionário público?
Sim. Por isso, não há desacato se a ofensa é feita, por exemplo, por meio de carta, telefone, petição subscrita por advogado.
 
É necessário que o funcionário e o agente estejam face a face?
Não. Desse modo, haverá o crime se estiverem, por exemplo, em salas separadas, com as portas abertas, e o agente falar algo para o funcionário ouvir.
Ressalve-se que, desde que presentes no mesmo local, não é necessário que o funcionário ouça ou veja o ofensor: basta que tom e conhecimento da ofensa.
Caso o funcionário público não se encontre no mesmo local que o ofensor, o crime praticado pode ser outro?
Sim, pode ser calúnia, difamação, injúria, na forma majorada (art. 141, II do CP), ameaça, etc.
O crime de desacato em muito se parece com o crime de resistência, na medida em que este também admite o emprego de violência ou ameaça a funcionário público. Então, o que diferencia esses 02 crimes?
O que os difere é a intenção.
No desacato o objetivo é humilhar, menoscabar a autoridade pública;
Na resistência há mera vontade de se opor à execução de ato legal.
Exige o tipo penal que o desacato ocorra no exercício da função ou em razão dela. Analisemos as 02 situações:
a) No exercício da função (“in officio”):
Diz com a ofensa assacada contra o funcionário que esteja no desempenho de sua função, isto é, praticando atos de oficio.
b) Em razão do exercício da função (“propter officium”):
Nessa hipótese, o funcionário está fora do exercício de sua função, mas a ofensa contra ele irrogada diz respeito a ela.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.Sujeito Passivo: - Estado – titular do bem jurídico tutelado; Funcionário Público desacatado.
Elemento Subjetivo: Dolo.
O dolo, obviamente, deve abranger o conhecimento da qualidade de funcionário público, bem como de que este se encontra no exercício da função, ou que a ofensa é irrogada em razão dela.
Consumação: Consuma-se no momento em que:
- os atos ofensivos são praticados (vias de fato, lesão corporal, gestos, gritos etc.); ou,
- as palavras ultrajantes são irrogadas (calúnia, injúria, difamação) 
Contra o funcionário público.
 
Trata-se de crime formal – de maneira que não se exige que o funcionário público se sinta ofendido com os atos praticados. 
Não se exige também que terceiros presenciem o desacato para que o crime se repute consumado.
Tentativa: Para Noronha, dependendo do meio empregado, é possível a tentativa.
Assim, ela será inadmissível se ocorrer injúria oral, pois se trata da hipótese de crime unissubsistente.
Ocorrerá, contudo, o conatus quando, por exemplo, alguém for impedido de agredir o servidor ou quando for impedido de atirar sobre ele imundície etc.

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