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1 Doença de Chagas Também conhecida como Tripanossomíase Americana. Epidemiologia 1. A principal forma de transmissão era vetorial 2. 2006 à interrupção da transmissão da doença pelo Triatoma infestans, a partir de medidas de saneamento, programas de controle vetorial, triagem dos bancos de sangue, sorologia na gravidez. 3. Aumento do número de surtos de Chagas agudo por transmissão oral (açaí, caldo de cana) 4. Chagas agudo é caso de notificação compulsória Agente Etiológico É um protozoário flagelado, o Trypanossoma cruzi. Encontrado na forma de amastigota (forma tecidual), epimastigota (forma intestinal, Triatomíneo) e tripomastigota (forma infectante do ser humano). Vetor Insetos da ordem hemíptera (barbeiros). Hematófagos de hábito noturno. 1. Triatoma infestans 2. Panstrongylus megistus 3. Rhodnius prolixus Reservatório Principalmente Marsupiais, pequenos roedores silvestres, gambás (eliminam T. Cruzi nas suas glândulas sudoríparas), podendo contaminar açaí e cana-de-açúcar. Ciclo As formas tripomastigostas vão entrar no intestino do barbeiro, no aparelho digestivo do barbeiro, vão se transformar em epimastigotas. Esse epimastigotas vão se multiplicar por divisão binária simples e vão pra parte posterior do intestino do barbeiro. Ao se alimentar novamente, o barbeiro toda vez que se alimenta ele defeca, eliminando as fezes logo depois que ele se alimenta. Então, por exemplo, na pele de uma pessoa ao coçar, ou diretamente, se for em mucosa, ela vai levar aquelas fezes com tripomastigota metacíclico para alguma ferida ou no próprio local onde o barbeiro picou, e dali vai começar a infecção dos seres humanos. Transmissão 1. Picada do inseto, que elimina o tripomastigota nas fezes, infectando o ser humano ao coçar a ferida, ou na mucosa diretamente 2. Transfusão de sangue 3. Transmissão vertical (congênita) 4. Aleitamento materno 5. Transplante de órgão 6. Acidente com material biológico 7. Transmissão oral Patogenia 1. Infecta com o Tripanossoma 2. Multiplicação dos macrófagos e fibroblastos da pele 3. Multiplicação do Tripanossoma nessas células, que vão se romper, liberando tripomastigotas na corrente sanguínea e linfa 4. Tropismo principalmente pelas células do sistema monocítico fagocitário, células miocárdicas e do sistema nervoso 5. Infecção, multiplicação, destruição da célula e mais liberação de Tripanossoma, com morte celular 6. Os restos celulares estimulam uma resposta imunológica tanto humoral, quanto celular 7. RIC à Th1 (liberação de IL-12, TNF, INF) 8. Começa a ter dano tecidual e, posteriormente, fibrose Inflamação Crônica à Destruição Tissular à Fibrose 9.Repetidos ciclos de invasão e dano celular aumentam os focos inflamatórios 10. Lesões celulares são mais intensas no miocárdio e nas células do Sistema Nervoso Autônomo Fase Aguda à Alta parasitemia, baixa produção de anticorpos (IgG) Fase Crônica à Baixa parasitemia, alta produção de anticorpos (IgG) Fisiopatologia Cardiopatia Chagásica Crônica (CCC) É uma miocardiopatia dilatada. Disautonomia cardíaca e distúrbios microcirculatórios, além da inflamação. 1. Comprometimento do tecido especializado de condução do estímulo elétrico • Bloqueio do ramo direito e do fascículo ântero- posterior • Arritmias, disfunção sinusal 2. Danos no miocárdio ventricular • Insuficiência biventricular (mais proeminente do lado direito) • Alterações do ECG (taquiarrtimias) • Aneurismas ventriculares • Dilatação global • Estase venosa • Fenômenos tromboembólicos • Morte súbita Sintomatologia à Arritmias, fenômenos tromboembólicos e insuficiência cardíaca. 2 Fisiopatologia Forma Crônica Digestiva Afeta todo o tubo digestivo, predominando lesões no esôfago e cólon terminal. 1. Desnervação parassimpática intramural, resultante de lesões inflamatórias no plexo mioentérico do SNA 2. Resulta em estase, discinesia, alteração do movimento do sistema digestivo 3. Causa miosite, que evolui para fibrose Macroscopicamente àMegaesôfago e mega- cólon História Natural Doença de Chagas Aguda Assintomátca (Oligossintomática) Sintomática Doença de Chagas Crônica Indeterminada (sem manifestação clínica, alteração do ECG, alteração de imagem, mas tem sorologia positiva para Chagas) Cardiopatia Chagásica Forma Digestiva Forma Mista Doença de Chagas Aguda Período de Incubação 1. Vetorial à 4 a 15 dias 2. Transfusional à 30 a 40 dias 3. Acidente com material biológico à até 20 dias 4. Oral à 3 a 22 dias Diagnóstico Clínico Casos mais graves são observados nos extremos da idade, principalmente em crianças menores de 2 anos de idade. Sinais de Porta de Entrada 1. Sinal de Romaña à edema bipalpebral unilateral, geralmente, frio, onde houve a picada do inseto 2. Chagoma de Inoculação à pústula (DD: hordéolo, conjuntivite, celulite periorbitária) Quadro Clínico 1. Febre contínua (38ºC), picos vespertinos, duração de 3 a 4 semanas 2. Astenia, palidez, prostração, diarréia, anorexia, cefaleia, mialgia à principalmente nas 2 primeiras semanas. 3. Edema local e generalizado 4. Tosse, dor torácica, exantema, adenomegalias e hepatoesplenomegalia DD de hepatoesplenomegalia febre com esplenomegalia, febre tifoide e Leishmaniose visceral Diagnóstico Clínico 1. Sinais de miocardite aguda (5 a 10% dos casos) Taquicardia, bulhas abafadas, sopro sistólico, eventual presença de ICC (mau prognóstico) à dispnéia ortopnéia, B3, edema. 2. Sinais de meningoencefalite à cefaleia, vômito, meningismo, agitação, rebaixamento do nível de consciência Líquor à claro, pouca diminuição da glicose, predomínio de MNC, pouco aumento de proteínas 3. Esofagopatia à disfagia (raro) Principais causas de morte (3 primeiras semanas) Miocardite e/ou meningoencefalite (maioria crianças) Transmissão Oral à Muitos casos de óbito, evolução mais grave. Exantema cutâneo, hemorragia digestiva (hematêmese, melena), icterícia, aumento de enzimas hepáticas (hepatite), abdome agudo, choque e quadros mais graves de IC. Transmissão Congênita à Assintomática na maioria dos casos. Abortamento, prematuridade, febre, hepatoesplenomegalia, sinais de comprometimento cardíaco e de SNC. Exames Inespecíficos 1. Hemograma à lifocitose com linfócitos atípicos (DD: mononucleose) 3. VHS e PCR à levemente aumentadas 4. Aumento de enzimas hepáticas (transmissão oral) 5. Proteínas séricas à diminuição de Albumina 6. Líquor à claro, celularidade pouco aumentada, cultura pode ser positiva7. ECG à normal na maioria dos casos Bloqueio AV de 1º grau, alteração da onda T e prolongamento de PR, baixa voltagem de QRS, extrassístoles, BRD 8. Rx de Tórax à cardiomegalia global, derrame pericárdico. Exames Específicos Detecção do T. Cruzi no sangue (forma tripomastigota) Métodos parasitológicos Diretos 1. Microscopia direta sobre gota fresca de sangue 2. Microscopia direta sobre gota espessa corada (menos sensível) 3. Micro-hematócrito e Strout Métodos parasitológicos Indiretos 100% de sensibilidade e especificidade, mas logo PI 1. Xenodiagnóstico 2. Hemocultura 3. Inoculação em animal de laboratório PCR 3 Exames Específicos Métodos Sorológicos 1. Detecção de IgM 2. Pesquisa de IgG (pertinentes a fase crônica) Soroconversão ou aumento de 3 vezes após o intervalo de 20 a 30 dias (mínimo 21 dias) indica doença aguda Outros Métodos 1. Análise histopatológica de biópsia de pele (chagomas), de linfonodos, de músculo e outros tecidos. Diagnósticos Diferenciais Síndrome Febril Aguda Dengue, Leishmaniose visceral, Febre Tifóide, Toxoplasmose aguda, Mononucleose infecciosa, Esquistossomose aguda, Malária, Brucelose Miocardites agudas Coxackie Síndrome Ictero-Hemorrágica Leptospirose, Rickettsioses, Febre Amarela, Dengue Hemorrágica, Hepatites virais, Hantavirose. Indicações do Tratamento 1. Todos os casos agudos (inclusive congênito) 2. Fase crônica indeterminada 3. Formas crônicas cardíacas leve e digestiva 4. Quimioprofilaxia (acidente, transplante, imunossuprimidos com CD4 < 200 cels/mm3) 5. Episódios de reativação da doença em imunossuprimidos Não tratar à crônicos clinicamente avançados Tratamento Específico BENZONIDAZOL Via oral, metabolismo hepático, ½ vida de 12h 1. Contra-indicações à gravidez, IR, IH, problemas neurológicos graves 2. Efeitos adversos à dermatites, epigastralgia, vômitos, anorexia, diarréia, náuseas, polineuropatia periférica, neutropenia, cefaleia, perda de peso, ageusia Doença de Chagas Crônica Forma Indeterminada Forma assintomática, com exame clínico normal e ausência de alterações nos ECG e exames de imagem (área cardíaca, cólon e esôfago normais). Forma Cardíaca sem Disfunção Ventricular Caracterizada por arritmias e distúrbios de condução com função ventricular normal. Palpitações, tonturas, lipotimia e síncope. Morte súbita (taquicardia ou fibrilação ventricular ou assistolia). Forma Cardíaca com Disfunção Ventricular 1. Caracterizada por IC crônica, biventricular, mas nos casos mais graves, predominam sintomas do VD: estase jugular, hepatomegalia, desconforto epigástrico, ascite, edema de MMII e sinais de baixo débito com hipotensão e pulso filiforme. 2. Pode aparecer dispnéia, dor torácica, sopros cardíacos, bulhas hipofonéticas, B3. 3. Fenômenos tromboembólicos pulmonares e sistêmicos à AVE (mais comuns na ICC, podendo ser a 1ª manifestação de IC chagásica) 4. Arritmias, tonturas, síncopes e morte súbita 5. ECG à bloqueio de ramo direito associado ao hemibloqueio anterior esquerdo 6. Rx à cardiomegalia, derrame pleural e pericárdico 7. ECO à diminuição da fração de ejeção, presença de aneurisma apical, trombos intracavitário Forma Digestiva Esofagopatia 1. Homens a partir da 2ª década de vida 2. Disfagia, odinofagia, soluços 3. Complicações à Pneumonia, esofagite, rotura Colopatia 1. Indivíduos de menor idade 2. Obstipação, meteorismo, disquezia, distensão abdominal 3. Complicações à Fecaloma, impactação fecal e volvo sigmoide Megaesôfago, Megacólon e Cardiomegalia Situações Clínicas Especiais Gravidez à tratamento de suporte. Benzonidazol contra-indicado Idoso à comorbidades associadas Imunossuprimidos à reativações agudas graves com miocardite e meningoencefalite. Alta letalidade. Diagnóstico da Fase Crônica Baseado na detecção de anticorpos circulantes IgG Testes Convencionais (usar 2 técnicas diferentes) 1. Imunofluorescência Indireta (IFI) 2. ELISA 3. Teste de fixação de complemento (Reação de Guerreiro e Machado) 4. Western Blot Falso positivo à Leishmaniose visceral, hanseníase colagenoses Diagnóstico Parasitológico à Baixa sensibilidade Controle 1. Controle do vetor 2. Controle na transmissão transfusional 3. Prevenção da transmissão congênita 4. Profilaxia em acidentes com material biológico 5. Prevenção em transplante de órgãos 4 Leishmaniose Etiologia Causado por um protozoário, mononuclear, móvel, flagelado (intracelular) que afeta principalmente o Sistema Reticulo Endotelial ou Fagocítico Mononuclear. Causa diversas e amplas síndromes que se encaixam em três grandes categorias: 1. Leishmaniose Cutânea (LC) 2. Leishmaniose Mucosa (LM) 3. Leishmaniose Visceral (LV) LC à Leishmania (Viannia) braziliensis, L. (Leishmania) amazonenses e L. (Viannia) guyanensis LM à Leishmania (V.) braziliensis (menos frequentemente: L. (L.) amazonenses e L. (V.) guyanensis) LV à Leishmania donavani Transmissão Pode ser antroponótica (humanos doentes para humanos saudáveis) ou zoonótica (vetor transmite de um reservatório animal para um humano). A transmissão vertical é rara e pode ocorrer por agulhas em usuários de drogas EV. Pode ocorrer por transfusão sanguínea. Transmissão vetorial à mosquito Lutzomyia longipalus. Ciclo Evolutivo O inseto fêmea introduz as promastigotas na pele do hospedeiro. Os neutrófilos encontram e fagocitam essas promastiotas, podendo sofrer apoptose e liberando mais parasitas viáveis que serão fagocitados por macrófagos. Nos macrófagos, o parasita se multiplica como amastigotas (intracelular), provocando o rompimento da célula e a invasão subsequente de outros macrófagos, tendo uma replicação intensa. Imunidade A imunidade conferida é Th1, havendo liberação de IL-2 E INF-gama, estimulando a diferenciação das células TCD8 em células T citotóxicas. As células NK também eliminam céulas parasitárias. Leishmaniose Cutânea Como resultado da urbanização e do desmatamento, a L. brziliensis se adaptou aos animais peri-domiciliares e urbanos, tornando a LC uma doença urbana. Norte e nordeste brasileiro. PI à 2 semanas a 3 meses A resposta inflamatória pode resultar de infecção assintomática ou subclínica. Entretanto, em alguns indivíduos, a resposta imune causa lesões cutâneas ulcerativas, maioria das quais se curará de forma espontânea, deixando cicatriz. A cura normalmente é seguida de imunidade contra novas infecções do mesmo parasito. Quadro Clínico Lesão clássica à arredondada, endurecida,única ou múltiplas. Inicia-se com uma pápula, eritematosa, evolui para nódulo e que, em algumas semanas ou meses, pode ulcerar com bordas elevadas e fundo granuloso (tecido necrótico). A base normalmente é indolor. A borda, por ser mais infiltrada, é melhor para identificação do parasito. Podem ocorrer infecções bacterianas secundárias. Encontra-se adenomegalia satélite. A formação de cicatrizes permanentes e o estigma social podem causar ansiedade e depressão, afetando a qualidade de vida desses pacientes. Leishmaniose Mucosa Causada principalmente pela L. braziliensis. As lesões cutâneas podem ser simultaneamente acompanhadas pela disseminação mucosa da doença ou seguidas pela disseminação anos mais tarde. Nem todo paciente com LM tem uma história anterior de LC. Imunopatogênese Relacionada com uma resposta DTH (hipersensibilidade tardia) mais forte na LM do que na LC. Os parasitas se espalham pelos vasos linfáticos ou pela corrente sanguínea para os tecidos mucoso do TRS. Inflamação intensa leva à destruição e incapacidade severa. Quadro Clínico Lesões ulceradas no interior ou em torno do nariz ou boca que acometem a mucosa e podem atingir a cartilagem nasal (pode haver perfuração do septo nasal), nasofaringe, orofaringe e traqueia. Envolvimento de faringe e laringe leva à dificuldade de deglutição e fonação. Os lábios, bochechas e o palato mole também podem ser afetados. Podem ficar sequelas caso não tratada. Infecção bacteriana secundária é comum e pneumonia por aspiração pode ser fatal. Apesar da forte resposta Th1 e da DHT, a LM não se cura espontaneamente. Leishmaniose Cutânea Difusa Forma rara causada pela L. amazonensis, causada pela falta de resposta imune celular ao parasita, efetivando sua multiplicação descontrolada. A resposta DTH é negativa e os linfócitos não respondem aos antígenos leishmanióticos in vitro. Resposta imune predominante à Th2, Tr-1 Quadro Clínico Lesões inicialmente confinadas à face ou a um membro, porém se espalham em meses ou anos para outras áreas da pele, acometendo toda a superfície corporal. Pápulas, nódulos endurecidos, placas e áreas de infiltração difusa, que não ulceram. As lesões são repletas de parasitos, sendo fáceis de ser obtidos. Não se cura espontaneamente e é de difícil tratamento. Para que não exista resistência ou recaídas a terapia deve ser mantida por algum tempo após cura. 5 Diagnóstico Diferencial Lesões cutâneas à sífilis, impetigo, tuberculose cutânea, úlceras traumáticas, úlceras vasculares, esporotricose, cromomicose, neoplasias cutâneas. Lesões mucosas à hanseníase Virchowiana, paracoccidioidomicose, histoplasmose, impetigo, tuberculose cutânea, neoplasias. à A história típica de picada de inseto em foco endêmico sugere fortemente LC. Diagnóstico Laboratorial Demonstração de amastigotas no material obtido de uma lesão (pesquisa direta) permanece como padrão ouro. 1. Biópsia da borda da lesão, dos nódulos ou da lesão mucosa 2. Raspado ou imprinting da lesão 3. Aspiração PCR é mais sensível que a microscopia. A cultura permite a identificação da espécie. 3. Teste intradérmico de Montenegro à negativo na forma LCD 4. Sorologias à ELISA e IFI Tratamento GLUCANTIME (20-30 dias) Antimonial Pentavalente – 1ª escolha no Brasil Mais chance de toxicidade ANFOTERICINA B (20 dias) Mais recomendado fora do Brasil O tratamento sistêmico é necessário para lesões na face, mãos, articulações, lesões múltiplas, grandes úlceras, disseminação linfática, LC com potencial desenvolvimento de LM e LC em pacientes coinfectados com HIV. As exceções são as LC causadas por L. guyanensis (Isetionato de Pentamidina) e por L. gethiopica (Paromonicina). Leishmaniose Visceral Também conhecida como Calazar (termo indiano para febre negra) é causada pelo complexo Leishmania donavani, que inclui L. donavani, L. infantum e L. chagasi. É de notificação compulsória. Acomete cães da mesma forma que nos homens. PI à 2 a 8 meses (pode variar de 10 dias a 1 ano) Quadro Clínico 1. Febre arrastada (moderada a alta, associada a rigor e calafrios). Não impede atividade habituais 2. Hepatoesplenomegalia de grande monta (pode levar a aumento do volume abdominal junto ao edema). O braço fica palpável por volta da 2ª semana, depois aparece a hepatomegalia. 3. Emagrecimento, caquexia, anorexia, desnutrição 4. Manchas escuras na pele devido a hiperpigmentação 5. Sinais e sintomas de anemia (palidez cutâneo-mucosa tonteira, palpitações, tanto pelo acometimento medular, como pelo hiperesplenismo) 6. Linfoadenomegalia generalizada 7. Adinamia, astenia progressiva Em estágios mais avançados 8. Hipoalbuminemia 9. Derrames cavitários 10. Edema (pedal e ascite) 11. Manifestações hemorrágicas (diminuição de produção de plaquetas por acometimento medular, aumento da destruição de plaquetas pelo hiperesplenismo, diminuição dos fatores de coagulação por acometimento hepático) à trombocitopenia à epistaxe, hemorragias de retina, sangramento gastrointestinal 12. Insuficiência Cardíaca Congestiva (anemia severa e desequilíbrio hídrico) 13. Insuficiência Respiratória (diminuição de proteínas séricas, principalmente a Albumina, devido a desnutrição e pela hipergamaglobulinemia, gerada pela deficiência da resposta Th1 – teste de Montenegro Negativo - além de uma ativação policlonal de B) Exames Inespecíficos 1. Pancitopenia (diminuição da produção e aumento da destruição periférica) à anemia, leucopenia, eosinopenia, linfomonocitose relativa, plaquetopenia 2. VHS e PCR aumentados 3. Hipoalbuminemia com hipergamaglobulinemia (eletroforese de proteínas) 4. TGO e TGP normais ou levemente aumentadas (acometimento hepático é em geral brando. Quando se manifesta é principalmente devido a alteração de função e não lesão hepática) 6 Exames Específicos Parasitológico 1. Aspirado de medula (60-85%, mais simples, seguro, ambulatorial) 2. Aspirado de Baço (97,5%, mas é de alto risco, pois o órgão já está comprometido) 3. Biópsia de fígado ou linfonodo (50%) à Indentificação de macrófagos parasitados por formas amastigotas em esfregações de tecido é o padrão-ouro Imunológico 1. IFI (> 1:80) ou ELISA 2. Teste de Montenegro à negativo PCR 1. Sangue, medula óssea e Baço E campo, usa-se um teste rápido imunocromatográfico baseado na detecção de um antígeno recombinante (rK39). O teste requer apenas uma gota de sangue do dedo ou do soro e o resultado pode ser lido em 15 minutos, com sensibilidade de 98% e especificidade de 90%. Diagnóstico DiferencialA ocorrência de febre com neutropenia ou pancitopenia em pacientes de uma região endêmica sugere diagnóstico de LV. A hipergamaglobulinemia em pacientes com doenças crônicas reforça o diagnóstico. 1. Malária (não grave) 2. Febre Tifóide (evolução mais lenta, acomete TGI) 3. Tuberculose Disseminada 4. Brucelose (relacionada a fazendas, abatedouros) 5. Esquistossomose (aumento do volume abdominal) 6. Histoplasmose (acomete pulmão) 7. Salmonelose Septicêmica Prolongada 8. Endocardite Infecciosa 9. Linfomas 10. Síndromes de Mononucleose Esplenomegalia à Hipertensão portal, Leucemia Mielóide Crônica(tem alterações hematológicas), Síndrome de Esplenomegalia Tropical Complicações 1. Hemorragias graves (choque hipovolêmico) 2. Anemia severa 3. Complicações de Síndrome Edemigênica (IR, IC, levando a derrames e edema periférico) 4. Infecções Bacterianas Secundárias (dificuldade de resposta a algum agente devido a hiperprodução de IL-4 e IL-10, que é supressor de Th1) 5. Diarréia (acometimento da mucosa intestinal) 6. Lesão renal Tratamento GLUCANTIME (20-30 dias) Antimonial Pentavalente – 1ª escolha no Brasil Efeitos à Arritmias, toxicidade hepática e pancreática, IRA. Contra-indicado em gestantes, maiores que 50 anos, cardioparas, hepatopatas, nefropatas. ANFOTERICINA B (20 dias) Mais recomendado fora do Brasil Antes de administrá-la deve ser feito 500ml de soro fisiológico para aliviar os rins, dipirona e Brometazina para atenuar as manifestações adversas durante a administração. A função renal deve ser acompanhada diariamente. Droga usada em gestantes, menores que 1 ano, idosos, falha ou contraindicação ao glucantime. Efeitos à flebite, hipertermia, IRA, hipocalemia, citopenias (pp anemias, porém sem muita importância), calafrios. Evolução Diante o Tratamento 1. Desaparecimento da febre (na 1a semana) 2. Resolução lenta das alterações hematológicas e hepatoesplenomegalia notável no fim do primeiro mês. 3. Lenta normalização da eletroforese de proteínas; 4. Positivação do teste de montenegro (2 meses após o início do tto devido a recuperação da imunidade). 5. Seguimento: 12 meses após o termino do tratamento. Até 1 ano após a doença pode ocorrer recaída, sendo esse o tempo seguro de acompanhamento para certificar a eliminação do parasita. Controverso à novo aspirado de medula óssea para assegurar cura parasitológica. No entanto, não é feito na prática, se tudo estiver normalizado. O indivíduo tratado não adquire imunidade permanente e pode vir a ter a doença novamente. Não há evidencias de que uma reinfecção seria pior. O indivíduo tratado não fica com sequelas. A recuperação é rápida, em uma semana após o início do tratamento, a defervescência, a regressão da esplenomegalia, ganho de peso e a recuperação dos parâmetros hematológicos são evidentes. A continuação da melhora clínica por 6 a 12 meses é sugestiva de cura. Medidas de Controle 1. Detecção precoce e tratamento 2. Medidas de proteção individual 3. Controle vetorial (o mosquito tem hábito crepuscular, 4. Identificação do cão infectado: Eutanásia (em leishmaniose visceral); Vacinação 5. Vacina para humanos (em testes) 7 Coinfecção com HIV A leishmaniose tem se comportado como uma infecção oportunista nos pacientes infectados por HIV. Geralmente apresentam os sinais característicos da doença mas podem também apresentar envolvimento de locais anatômicos incomuns, como por exemplo, infiltração da pele, mucosa oral, trato gastrintestinal, pulmões e outros órgãos. Os testes sorológicos são normalmente negativos. AmB é o fármaco de escolha na coifecção. Leishmaniose Dérmica Pós-Calazar Lesões cutâneas concomitantes ou após a cura da LV. Normalmente são máculas hipopigmentadas, pápulas e/ou nódulos ou infiltração difusa da pele e, algumas vezes, da mucosa oral. Na LDPK, os parasitos são raros nas máculas hipopigmentadas, porém podem ser encontrados e cultivados mais facilmente a partir de lesões nodulares. Os infiltrados são mais densos em nódulos do que em máculas. Os linfócitos são predominantes seguidos por histiócitos e plasmócitos. Paracoccidioidomicose Epidemiologia 1. Micose sistêmica relacionada a atividade agrícola 2. Restrito a América Latina (do México à Argentina) 3. O Brasil é o principal foco 4. Grande predomínio do sexo masculino 5. Não existe infecção pessoa-pessoa. Etiologia Paracoccidioides brasiliensisi Fungo dimórfico (levedura x hifas) Encontra-se no solo (terra) Multiplica-se por brotamento Em deprivação nutricional: forma conídios Capacidade de latência e reativação tardia Transmissão O paracoco se encontra na forma de hifas no solo. A transmissão ocorre por inalação dos conídios do fungo. Os fungos que habitam o solo se propagam eliminando conídios, causando a infecção inicial no pulmão. No pulmão, ele se desenvolve em forma de leveduras. Imunopatogênese O sítio primário é o pulmão, onde inicia uma resposta imune inata e depois uma adaptativa, que vai poder conferir proteção ou susceptibilidade à doença. A forma juvenil e os quadros graves da forma crônica do adulto (multifocal) se relacionam com o predomínio dos fenótipos Th2 (excesso de IL-4) e Tr-1 (excesso de IL-10). Nessas formas, o teste intradérmico com paracoccidioidina vai ser negativo, pois depende da hipersensibilidade tardia (Th1). Forma Juvenil 1. Entre os 10 e 20 anos de idade 2. Se manifesta mais próxima ao contato (PI curto) 3. Apresentação aguda/subaguda 4. 10-15% dos casos 5. Principal acometimento do Sistema Retículoendotelial 6. Evolução grave, pior prognóstico 7. Pouco acometimento pulmonar 8. ê Th1 Sinais e Sintomas 1. Febre moderada a alta 2. Poliadenomegalia 3. Linfonodos podem fistulizar 4. Hepatoesplenomegalia 5. Prostação intensa Complicações 1. Sepse grave e Choque Séptico 2. Insuficiência Adrenal 3. Obstrução intestinal ou da árvore brônquica por massa linfonodal 8 Forma Crônica do Adulto 1. Apresentação mais frequente (85-90%) 2. Contágio pode ter ocorrido há anos 3. Apresentação insidiosa (doença crônica) 4. Principal acometimento é pulmonar 5. Evolução lenta 6. Melhor prognóstico, mas geralmente deixa sequela 7. Frequente associação com lesões cutâneo-mucosas 8. ê Th1 nas apresentações multifocais (graves) Sinais e Sintomas 1. Tosse seca (pode ter hemoptoico) 2. Dispnéia lentamente progressiva 3. Poucos achados de ausculta (dissociação com imagem) 4. Radriografia à lesão que poupa ápices e bases, em padrão de asa de borboleta (área médiado tórax). Deixa sequelas. 5. Pouca prostração (estado geral do paciente está preservado) 6. Frequente associação com lesões cutâneo-mucosas (infiltradas, ulceradas e dolorosas, podendo acometer o tubo digestivo – odinofagia, disfonia, diarréia) 7. Pode ter ou não linfadenomegalia 8. Febre é raro Complicações 1. Fibrose pulmonar e DPOC 2. Insuficiência Adrenal 3. Lesões em outros órgãos-alvo à SNC, osso, TGU, M.O., pâncreas (Forma Multifocal) Acometimento cerebral focado fala a favor de abcesso cerebral, mas acometimento multifocal fala mais a favor de alguma coisa que veio do sangue, como paracoco, neurotoxo... Diagnóstico Diferencial 1. Tuberculose (15% de associação na FCA) 2. Linfoma e outras neoplasias (forma juvenil) 3. Histoplasmose (tem acometimento concomitante do Sistema Reticuloendotelia e do pulmão) 4. Leishmaniose (lesões cutâneo-mucosas) 5. Síndromes de Mononucleose (sistema retículo endotelial) 6. Hanseníase Virchowiana (lesões cutâneo-mucosas) Exames Inespecíficos 1. Hemograma (anemia, eosinofilia) 2. é VHS e PCR 3. ê relação albumina/globulina OBS: o teste cutâneo com paracoccidioidina não é adequado para diagnóstico, pois pode apresentar até 35-50% de falsos-negativos e tem reação cruzada com histoplasmina. Exames Específicos Forma juvenil Aspirado do linfonodo se ele estiver flutuando ou Biópsia (se ele nãos estiver) 1. Exame direto para fungoà preparação com KOH 10% de vários espécimes 2. Cultura para Fungo 3. Histopatologia à descartar outros diagnósticos (ex: tuberculose ganglionar) Forma Crônica do Adulto Lavado bronco-alveolar 1. Exame direto para fungo 2. Cultura para fungo Pedir Pesquisa de BAAR (escarro) 1. Cultura para micobactéria Sorologia à Imunodifusão (para ambas as formas) Tratamento ITRACONAZOL (VO) 6 a 12 meses ou SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIM 2 anos ou ANFOTERICINA B Até dose acumulada de 1,5 a 3g Casos graves (Sepse fúngica, forma juvenil) Em casos graves: 1. Inicia-se com um intravenoso (Anfotericina B) 2. Quando sair do quadro de choque séptico, passa para o Itraconazol para completar o tratamento Obs: Com Itraconazol você tem que acompanhar toxicidade hepática e metabólica do ponto de vista lipídico; com SMX-TMP você acompanha toxicidade renal, hepática e pancreática; a Anfotericina B é o mais perigoso pra IRC Outras Medidas 1. Suporte nutricional 2. Tratamento de co-morbidades (ex: BK à RIPE) 3. Reposição de corticóide se necessária (caso haja insuficiência adrenal) Acompanhamento da Resposta Terapêutica 1. Resposta clínico-radiológica (regressão das adenomegalias em 2-4 semanas, melhor da disfunção respiratória em 2 semanas, lesões da mucosa depois do 1º mês) 2. Redução do VHS e normalização da eletroforese de proteínas 3. Negativação ou redução do título da imunodifusão 9 Angina Infecciosa Epidemiologia 1. Angina infecciosa: 1 a 2% dos atendimentos ambulatoriais; 2. 7.3 milhões de crianças e 6.7 milhões de adultos no USA; 3. Diversidades de agentes etiológicos: bactérias e vírus; 4. Apesar da difteria ser uma enfermidade infecciosa de fácil prevenção, com toxóide diftérico, hoje grande parte da população adulta do Rio de janeiro, principalmente os < de 30 anos, está susceptível a esta doença; 5. Estreptococos do Grupo A é responsável por aproximadamente 15 –30% dos casos de angina infecciosa no grupo infanto-juvenil e 5 –10% dos casos no grupo dos adultos; 6. Na era de micro-organismo multi-resistente temos observado que ainda os profissionais de saúde prescrevem antimicrobianos para as viroses respiratórias como por exemplo: Resfriado, Gripe, Angina viral. Difteria Agente Etiológico Corynebacterium diohtheriae à Bastonetes imóveis, de 1 a 6 µm de comprimento, sem cápsula ou esporo, são Gram-positivo pleomórficos. Apresentam extremidades cromáticas. Ficam uma em cima da outra, em forma de palhiçada ou em letra chinesa. Tem tropismo pelo coração, rim e SNC. A doença é causada pela toxina diftérica. A capacidade de sintetizar a toxina depende de fatores genéticos e nutricionais. Altas concentrações de ferro inibem a sua produção. Epidemiologia 1. Idade 2. Estado vacinal 3. Reservatório 4. Transmissão 5. Sazonalidade 6. Portador assintomático 7. Incidência Condições socioeconômicas e sanitárias Suscetibilidade Ciclos epidêmicos Transmissão O ser humano é o único reservatório conhecido do bacilo e sua transmissão ocorre por meio de gotículas de secreção respiratória durante a fala, tosse ou espirros ou, mais raramente, por meio de fômites, alimentos e objetos contaminados. Patogênese A toxina atua localmente, determinando necrose tissular e resposta inflamatória, com quantidade crescente de células inflamatórias e epiteliais, fibrina e hemácias (constituindo a pseudomembrana) e, atua também a distância, veiculada pelos vasos linfáticos e pela corrente sanguínea. Particularmente, são suscetíveis as células do tecido cardíaco, nervoso e renal. Quadro Clínico 1. Pseudomembrana branco-acinzentada aderente (32.5%). A tentativa de removê-la causa sangramento. 2. Prostração, palidez, dor de garganta discreta 3. Febre não é alta (37.5 – 38.5ºC) Angina Diftérica 1. Forma mais comum 2. Início insidioso, febre baixa, dor de garganta 3. Linfadenopatia, às vezes tão grave que causa edema de tecidos adjacentes à pescoço taurino Difteria Hipertóxica 1. Forma mais grave 2. 14% não vacinado, 6% vacinado 3. Mais de 50% dos casos são fatais, início súbito, pescoço taurino 4. Taquiesfigmia, hipotensão arterial, miocardite, neurite Rinite Diftérica 1. Infância 2. Descarga nasal (100%) purulenta-hemorrágica Laringite Diftérica 1. Odinofagia, rouquidão Outras 1. Genital, ouvido, conjuntivas, bacteremia, endocardite, pneumonia Cutânea 1. Pústulas, úlcera crônica de perna, neurite > miocardite Complicações 1. IRA 2. Miocardite 3. Manifestações hemorrágicas 4. IR 5. Polineurite Malignidade 1. Tempo de evolução > 72h 2. Pseudomembrana bilateral e pegando o palato e úvula Diagnóstico 1. Isolamento do Bacilo à esfregaço da membrana Coloração pelo Albert-Laybourn Cultura de Löeffler Bioquímica Prova de Fluorescência Teste de Toxigenicidade 10 Tratamento SORO ANTIDIFTÉRICO Soro Equino IV (dose única) ≤ 3 dias de evolução à 40.000 a 60.000 UI > 3 dias de evolução à 100.000 UI ANTIMICROBIANOS Penicilina G (Cr ou Pr) à erradicação Eritromicina à Alérgicos a PenG Clindamicina SUPORTE CarnitinaVigilância respiratória, cardíaca renal e neurológica Controle de Cura 1. Pelo menos duas culturas do sítio primário da infecção negativas 2. Vacinação dT Profilaxia 1. Doença de Notificação Compulsória Busca de portadores Bloqueio com vacinação 2. Tratamento dos portadores com Eritromicina Angina Estreptocócica Sintomas 1. Dor de garganta 2. Odinofagia 3. Febre súbita 4. Cefaléia 5. Dor abdominal 6. Náuseas e vômitos 7. Calafrios Não é característico 1. Coriza 2. Rouquidão 3. Tosse 4. Diarréia Sinais 1. Eritema tonsilo-faringeano 2. Exsudato tonsilo-faringeano 3. Petéquias no palato mole 4. Eritema de úvula 5. Linfadenopatia cervical anterior 6. Rash Escarlatiniforme Não é característico 1. Conjuntivite 2. Estomatite Anterior 3. Lesões ulceradas discretas à É rara em crianças menores que 3 anos Diagnóstico 1. Swab dos pilares das amigdalas à cultura 2. Teste rápido à alta especificidade, sendo positivo, pode-se considerar definitivo, porém, são menos sensíveis que a cultura. Os resultados negativos devem ser confirmados com cultura, principalmente em menores de 15 anos. Tratamento Criança < 11 anos (<27 kg) PENICILINA G BENZATINA 600.000 UI (dose única) Criança > 11 anos (>27 kg) PENICILINA G BENZATINA 1.200.000 UI (dose única) Alternativas 1. Penicilina V (Oral) ou Amoxicilina (VO) por 10 dias 2. Alergia à Eritromicina por 10 dias 3. Azitromicina por 5 dias Escarlatina 1. Rash cutâneo 2. Descamação ungueal 3. Língua em framboesa 4. Linhas de Pastia (vermelhidão intensa e profundo em áreas de dobras) 5. Oclusão de glândulas sudoríparas dá à pele umas sensação de lixa 6. Sinal de Filatov à bochechas avermelhadas, enquanto que a região peri-oral permanece pálida Tratamento à Junto com a da Angina Estreptocócica Síndrome do Choque Tóxico Definição de Caso 1. Isolamento do strepto grupo A A. de local estéril B. de local não estéril 2. Sinal clínico de gravidade A. Hipotensão B. anormalidades clínicas e laboratoriais (2 ou+) Falência renal; coagulopatia ou CIVD; anormalidades hepáticas; SARA; necrose tecidual ou fasciíte necrotizante ou gangrena, rash macular CASO DEFINIDO à1A + 2 (A+B) CASO PROVÁVEL à 1B + 2 (A+B) Sinais e Sintomas • Sintomas: febre, mialgia, náuseas, vômitos precedem hipotensão em 48h • Confusão • Taquicardia, taquipnéia, fasciíte necrotizante, dor severa • Hipocalcemia, hipoalbuminemia • Leucocitose com bastonemia • Falência orgânica: hipotensão 4-8h após admissão • Bolha hemorrágica: evolui rapidamente para fasciíte necrotizante 11 Tratamento PEN G CRISTALINA + CLINDAMICINA + Ig HUMANA Ressuscitação volêmica (como Sepse) Debridamento cirúrgico Por que a Clindamicina? 1. Inibe a síntese de proteína M e de extoxinas 2. Atua no estreptococo em estado de latência, quando não expõe o sítio, ou PBP 3. Sua ação persiste por mais tempo do que a penicilina 4. Assim como a Azitromicina, suprime a produção de citocinas pelas células mononucleares 5. Não há efeitos antagônicos com a Penicilina (em níveis terapêuticos) Profilaxia 1. Contactantes de feridas abertas 2. Pacientes com Varicela ou influenza 3. Imunodeficiências (HIV, DM, > 65 anos, corticóide) Angina de Plaut-Vincent Etiologia Fusoespiroquetas associados com bactérias anaeróbicas Epidemiologia Pacientes com pobre higiene oral , alcoólatras, diabéticos Dados Clínicos Dor intensa para deglutição, gengivite ulcerativa necrotizante, ulcerações orais cobertas por membranas exsudato cinza-escuro de cheiro fétido, angina membranosa, halitose, Febre, Leucocitose, hipertrofia dos linfonodos cervicais, Membrana removível Sangramento com a pressão da espátula nas amígalas e gengivas Tratamento 1. Penicilina V com Metronidazol 2. Amoxacilina-Clavulanato 3. Debridamento cirúrgico Mononucleose Infecciosa Epidemiologia A transmissão do Epstein-Barr vírus (EBV) se dá pelo contato íntimo com a saliva de eliminadores virais, já que o vírus se encontra na boca. Ocorre principalmente em adolescentes, adultos jovens. Ele é responsável pela síndrome infecciosa com ativação do sistema linforeticular. Quadro Clínico 1. Cursa com a tríade: Febre alta (38-40ºC, pode ocorrer por até 2 semanas), Faringite e Adenopatia. 2. Hepatoesplenomegalia 3. Linfócitos Atípicos 4. Leucocitose (60 a 70% linfócitos) 5. Plaquetopenia Complicações 1. Obstrução VAS 2. Rotura de baço 3. Trombocitopenia severa 4. Anemia Aplásica Diagnóstico Diferencial 1. CMV, Adenovírus, Toxoplasmose, rubéola, hepatites virais agudas e infecção aguda pelo HIV 2. Angina estreptocócica e Difteria Diagnóstico 1. Pesquisa de Acs heterófilos > 1-3 semanas após início da sindrome de MI 90% em adolescentes e adultos) Monoteste Paul-Bunnell Dadvison 2. Pesquisa de Acs específicos anti EBV IgM anticorpo anti-capsídeo viral à início da apresentação e persiste por 4-8 semanas Anti EBV antígeno nuclear à surge por volta da 3-4 semanas e persiste por toda vida Tratamento 1. Não há droga antiviral 2. Tratamento sintomático Síndrome de Lemierre Septicemia pós-anginosa. Rara, causada por anaeróbios, principalmente pelo F. necrophorum, sendo mais comum em adolescentes e adultos jovens. Geralmente começa com dor de garganta que pode se apresentar como amigdalite exsudativa ou abscesso peritonsilar. A infecção do tecido farígeo profundo permite a evolução para tromboflebite séptica da veia jugular interna com sintomas de dor, disfonia, disfagia, edema cervical, e rigidez de nuca. A sepse aparece 3 a 10 dias após o início da dor de garganta 12 Coisas que o Paulo Damasco Gosta... 1. Realizar os Diagnósticos Sindrômicos Síndromes febril, respiratória alta, álgica, digestiva, hepática ou hepatomegalia, esplenomegalia, adenomegalia, dermatológica, neurológica, hematológica, hemorrágica, insuficiência respiratória aguda, choque tóxico. 2. Diagnóstico Anatômico Angina membranosa, angina não-membranosa, doença do sistema reticuloendotelial, sistêmica (ex: Sepse) 3. Diagnóstico Epidemiológico Estação do ano, Idade, Situação Epidemiológica, História de vacinação dT. 4. Ler o Harrison 13 1Vírus influenza A e B, adenovírus, vírus sinciciais respiratórios, vírus parainfluenza S. pneumoniae Todos os casos Haemophilus influenzae > 65 anos DPOC Moraxella catarrhalis DPOC Klebisiella pneumoniae Alcoólatra Diabético Pneumonia do lobo pesado S. aureus Usuários de drogas EV Pneumopatia estrutural Pós-influenza PneumatocelesP. aeruginosa Pneumopatia estrutural Bactérias anaeróbias Pneumonia aspirativa Atípicas Mycoplasma pneumoniae > 5 anos ou adultos jovens Chlamydia pneumoniae > 65 anos Legionella Pneumonia grave Diarréia, náuseas, vômitos Hiponatremia Febre > 40ºC Imunodepressão celular Vírus respiratórios Crianças Quadro gripal + infiltrado intersticial difuso SDAR a partir do 3º dia Exames Recomendados Tratamento Ambulatorial Radiografia Tratamento em Enfermaria Gram e cultura de escarro Duas hemoculturas (casos graves) Sorologia Antígeno urinário (pneu-mococo e legionella) Toracocentese Tratamento em UTI Todos os exames acima e broncoscopia ou aspirado traqueal com cultura quantitativa em pacientes em ventilação mecânica. CURB-65 C Confusão mental Presente 1 U Uréia ≥ 43 mg/dL 1 R Respiração ≥ 30 irpm 1 B Baixa PA PAS < 90 ou PAD < 60 1 65 Idade ≥ 65 anos 1 0-1 à Ambulatorial 2 à Internação ≥ 3 à Internação em UTI Tratamento Empírico da PAC no Ambulatório Previamente hígido, sem fator de risco para pneumococo resistente Azitromicina Claritromicina Eritromicina OU Doxicilina Amoxicilina Presença de comorbidades•, uso de ATB nos últimos 3 meses, fator de risco para pneumococo resistente, regiões de alta prevalência de penumococo resistente aos macrolídeos Fluoroquinolona Respiratória Levofloxacin Moxifloxacin Gemifloxacin OU MACROLÍDEO + B-LACTÂMICO Azitromicina Claritromicina Eritromicina OU Amoxicilina dose alta Clavulin Ceftriaxona Cefpodoxima Cefuroxima •Comorbidades à doenças crônicas do coração, pulmão, fígado e rim, diabetes, alcoolismo, neoplasias, asplenia, imunodepressão (por doenças ou medicamentos) Tratamento Empírico da PAC na Enfermaria Fluoroquinolona Respiratória Levofloxacin Moxifloxacin Gemifloxacin OU MACROLÍDEO + B-LACTÂMICO Azitromicina Claritromicina Eritromicina OU Ceftriaxona Cefotaxima Ampicilina + Sulbactam Etiologias Mais comuns de PAC Ambulatorial Streptococcus pneumoniae Mycoplasma pneumoniae Haemophilus influenzae Chlamydia pneumoniae Vírus respiratórios1 Internados em Enfermaria Streptococcus pneumoniae Mycoplasma pneumoniae Chlamydia pneumoniae Haemophilus influenzae Espécies de Legionella Vírus respiratórios1 Internados em UTI Streptococcus pneumoniae Staphilococcus aureus Espécies de Legionella Bacilos Gram-negativos Haemophilus influenzae Tratamento Empírico da PAC na UTI Mínimo recomendado B-LACTÂMICO + (AZITROMICINA ou QUINOLONA) Cefotazime Ceftriaxona Ampicilina + Sulbactam + Azitromicina ou Fluoroquinolona Pensando em Pseudomonas aeruginosa B-LACTÂMICO + QUINOLONA B-LACTÂMICO + AMINOGLICOSÍDEO + AZITRO B-LACTÂMICO + AMINOGLICOSÍDEO + QUINOLONA Piperacilina + Tazobactam Cefepime Imipenem Meropenem + Levofloxacino ou Cipro ou Aminoglicosídeo + Azitro ou Aminoglicosídeo + Levo Pensando em S. aureus MRSA Adicionar VANCO ou LINEZOLIDA Pneumonia Comunitária 14 Quais os fatores de risco para determinar se é uma cistite complicada? Sintomas > 7 dias Diabetes mellitus Gravidez Uso de corticóide ou qualquer imunossupressor ou doença imunosupressora Insuficiência Renal Cálculos Renais ou qualquer alteração anatômica do TGU que cause obstrução (ex: hiperplasia prostática) Presença de cateter vesical Infecção adquirida no hospital Falha terapêutica de ITU não-complicada Manipulação recente do TGU ITU em homens Pneumonia Hospitalar Precoce, se iniciada até o 4º dia da admissão (48 a 96 horas). Depois disso é tardia. Ventilação mecânica aumenta de 6 a 20 vezes as chances de desenvolver pneumonia hospitalar). Prevenção Cabeceira elevada (pelo menos 30º), aspiração de vias aéreas superiores (para evitar acúmulo de secreção), manter o cuff insuflado na pressão correta, higiene oral com Clorexidina, controle glicêmico, higienização das mãos dos profissionais de saúde. Diagnóstico Colher material (lavado broncoalveolar) de vias aéreas, se paciente intubado ou traqueostomizado, com suspeita de infecção respiratória . Colher hemocultura. Critérios a serem Considerados 1. Troca gasosa à queda da relação PAO2 (aferida na gasometria) e FTO2 (oferecida ao paciente no respirador). Demonstra piora da troca gasosa a nível alveolar. 2. Secreção purulenta/excessiva 3. Febre 4. Leucometria 5. Rx de tórax 6. Achado microbiológico Etiologia 1. Enterobactérias hospitalares 2. Pseudomonas aeruginosa 3. Acinetobacter sp. Tratamento CEFEPIME (Sem broncoaspiração, sem ventilação, BEG) PIPERACILINA + TAZOBACTAM (Aeróbios à broncoaspiração; ESBL em BEG) MEROPENEM (ESBL grave) •Associar Glicopeptídeo (Vancomicina) ou Linezolida se suspeita-se de MRSA à PNM grave necrotizante, isolamento na cultura, perfil da unidade, ventilação mecânica prolongada (> 2 sem) Se for precoce e sem fator de risco para MDR à considera-se os mesmos germes da comunitária e o mesmo tratamento. Com melhora após 24-48h Ajustar esquema antibiótico de acordo com culturas. Se negativas, avaliar se há outra explicação para a melhora Sem melhora após 48-72h Rever culturas, pensar em patógenos não contemplados pelo tratamento inicial, considerar outro diagnóstico, avaliar complicações. Infecção do Trato Urinário 1. Bacteriúria Significativa: cultura de urina com crescimento de > 105 ufc/ml. 2. Bacteriúria Assintomática: bacteriúria significativa na ausência de sintomas clínicos. 3. Cistite: inflamação da mucosa vesical decorrente de infecção da mesma. 4. Síndrome Uretral Aguda: polaciúria e disúria sem bacteriúria significativa. 5. Cistite Aguda Não Complicada: mulheres sexualmente ativas, não-grávidas, sem doenças de base, com sintomas <7dias, sem anormalidades do trato genito-urinário, sem infecções recorrentes. 6. ITU Complicada: cistite complicada ou pielonefrite. 7. Cistite complicada: condições que aumentem o risco de infecção ou de falência do tratamento. 8. Pielonefrite Aguda: infecção da pelve ou parênquima renal, acompanhada de sintomas locais e sistêmicos. Etiologia 1. E. coli: 93% das infecções comunitárias em mulheres adultas sadias. 2. Outros: S. saprophyticus , Klebsiela pneumonie, Proteus mirabilis, Serratia, Enteroccos, Pseudomonas e outras enterobactérias. Obs: Quais as causas de Síndrome Uretral Aguda? Trichomonas tracomatis, N. gonorroeae, Clamydia trachomatis, Herpes simplex, Ureaplasma urealyticum. Atrofia uretral na menopausa,irritantes químicos (sabonetes e desodorante). 15 Antibiótico Dose Duração SMX-TMP 160 a 800mg 2x/dia 3 dias Ciprofloxacina 250mg 1x/dia 3 dias Levofloxacina 250mg 1x/dia 3 dias Norfloxacino 400mg 2x/dia 3 dias Nitrofurantoína 100mg 2x/dia 7 dias Obs: Preferência pelo tratamento de 3 dias. Não fazer nitrofurantoína em insuficiência renal. Quais são os fatores de risco para ITU recorrente? Infecção prévia Diabetes mellitus Gravidez Atividade sexual frequente Uso de diafragma e espermicidasAnormalidades do trato urinário Bacteriúria assintomática Tratar de acordo com o resultado da urinocultura e antibiograma. Antibiótico Dose Duração Nitrofurantoína 50mg/dia 7 dias SMX/TMP 40 a 200mg/dia 7 dias Ciprofloxacino 125mg/dia 7 dias Norfloxacino 200mg/dia 7 dias Cefalexina 125mg/dia 7 dias Obs.: Pacientes com infecções urinárias recorrentes, sem anormalidades no trato urinário, podem receber antibiótico profilaxia por tempo prolongado. As drogas mais empregadas são o sulfametoxazol-trimetoprima, a nitrofurantoína, as quinolonas e as cefalosporinas, um quarto da dos e diária padrão à noite. Profilaxia pós- coito esta indicado nos casos de infecção de repetição associadas com o coito, sendo utilizado as mesmas drogas acima na dose padrão, com tomada em dose única após a relação. Automedicação orientada pode ser utilizada por pacientes selecionadas, pois a acurácia do autodiagnóstico excede 90% e a eficácia do tratamento é alta. As pacientes são orientadas a tomar a medicação por três dias logo no início dos sintomas e procurar o médico caso não melhorem, apresentem febre ou hematúria. Diagnóstico 1. Sinais e sintomas: ardência, queimação ou dor (disúria) para urinar, principalmente ao final da micção; polaciúria (aumento da frequência); urgência urinária; noctúria (aumento da frequência a noite); sensação de esvaziamento incompleto da bexiga; alterações do aspecto físico da urina (coloração escura ou turva, odor forte ou pútrido); hematúria; dor abdominal ou na região lombar baixa, dor lombar alta*, comprometimento do estado geral*, febre*, taquicardia*, calafrios*, vômitos*. *Infecção do Trato Urinário Alto Obs: Sintomas com leucorréia: avaliação ginecológica – mais provável DST causando síndrome uretral aguda. 2. Exame físico: dor à palpação da região supra-púbica, dor à punho-percussão lombar*. 3. Exames complementares: EAS (leucocitúria > 10 leucócitos por campo ou piúria > 8 piócitos por ml, se nitrito estiver positivo há 50% de sensibilidade e 80% de especificidade, mas se estiver negativo não se deve excluir o diagnóstico); Urinocultura (>105 UFC por ml de urina do jato médio, na presença de sintomas clínicos) a) Mulheres adultas jovens sadias à pode autorizar o início do tratamento sem a necessidade de coleta de exames complementares. b) Recorrência, gravidez, reinfecção, sintomas não- clássicos, homens jovens à EAS e urinocultura com antibiograma. 4. Diagnósticos diferenciais: pielonefrite, prostatite,vaginite, doença inflamatória pélvica, DST, cálculo renal ou ureteral, carcinoma de bexiga, cistite intersticial, bexiga hiperativa, disfunção psicogênica e bacteriúria assintomática. Tratamento 1. Bacteriúria assintomática: Só deve ser tratada em grávidas, pré-operatório de cirurgias urológicas, transplantados renais e pacientes com sonda vesical de demora em sepse. NÃO deve ser tratada mesmo em idosos e diabéticos. Bacteriúria assintomática é muito comum em pacientes com sonda vesical, idosos institucionalizados e mulheres menopausadas. Não contra-indica cirurgia. 2. Cistite aguda não complicada em mulheres jovens : Lembrar que não há necessidade de fazer exames complementares antes de iniciar o antibiótico empírico em mulheres jovens saudáveis. Já em homens jovens, é necessário fazer avaliação urológica (ultrassom, exame próstata), colher EAS e urocultura e realizar tratamento de acordo com o resultado dos mesmos. Se houver boa evolução, não é necessário colher urinocultura de controle pós-tratamento. Tratamento 3. Cistite recorrente: aquela que ocorre pelo menos 2 vezes no semestre ou 3 vezes ao ano. Nesses casos, mesmo em mulheres jovens, fazer EAS, urinocultura e avaliação urológica (ultrassom de vias urinárias e avaliação do volume pós-miccional). 16 No tratamento ambulatorial, qual droga e por quantos dias utilizar? Antibiótico Dose Duração Norfloxacino 400mg 10 dias Ciprofloxacino 500mg 10 dias SMX+TMP 2 comprimidos 14 dias Ampicilina + Sulbactam 375-700mg 10 dias Adequar antibiótico ao antibiograma se necessário Critérios para internação de pacientes com diagnóstico de Pielonefrite Vômitos ou intolerância ao ATB via oral Diagnóstico de sepse / sepse grave Anomalias ou obstrução do TGU Idade > 60 anos Imunodeprimido DM descompensada Indivíduos < 60 anos com função renal preservada Gentamicina 5 mg/kg/dia EV Amicacina 15 mg/kg/dia EV Indivíduos ≥ 60 anos ou com insuficiência renal Ciprofloxacina 200-400 mg EV 12/12 h Ceftriaxona 1-2 g EV 1x/dia Ampicilina + Sulbactam 1/5g-2/1g EV 6/6 h à Associar sempre a Ampicilina em caso de sepse grave à Passar para medicação oral após 48-72 horas da terapêutica endovenosa, se o paciente estiver clinicamente melhor e afebril há 24 horas à Completar tratamento VO por 10 a 14 dias. Não é necessário usar o mesmo ATB dado parenteral, escolha baseando-se no antibiograma, aquele que a bactéria se mostrar sensível. à Caso não haja melhora, avaliar possibilidade de obstrução e patologia ginecológica à Colher urocultura de controle 7 dias após o término do tratamento Não colher urina I em pacientes com SVD Não colher urocultura na ausência de sinais sistêmicos O aspecto e cheiro da urina NÃO são critérios diagnósticos de ITU, e não há indicação para coleta de urina I e urocultura Só colher urocultura nos casos em que haja sintomas clínicos de sepse Instituir tratamento só nos casos de urocultura positiva com sepse, adequando-o ao antibiograma. Trocar sonda vesical antes do início do tratamento Tratamento 4. ITU com fatores de complicação ou diagnóstico de pielonefrite: Sempre colher Urinocultura e iniciar o tratamento, assim que sair o resultado do exame, adequar a antibioticoterapia, se necessário. Tratamento ambulatorial x Internação. Infecção do Trato Urinário Relacionada a Catéter 35 a 40% das infecções hospitalares. Mais de 80% associadas a catéter vesical (só deve ser deixado se houver necessidade). A maior parte das culturas de urina positivas no paciente caracterizado representa apenas colonização. Risco de Infecção Tempo de permanência do catéter, sexo feminino, doença de base (imunossupressão, DM, IR), obstrução do trato urinário, obstrução de catéter, manipulação inadequada do catéter, tipo de sistema utilizado (aberto ou fechado). 1. Aberto à favorece muito a ocorrência de infecção urinária e quase não é usado. 2 a 4 dias após a instalação 100% dos pacientes estão com bacteriúria. 2. Fechado à Leva 30 dias para 100% dos pacientes estarem com bacteriúria. Indicações de Tratamento de Bacteriúria Assintomática Não deve ser tratada, salvo indicações muito precisas. 1. Pré-operatório de procedimentos urológicos 2. Gestantes 3. Transplantado renal (6 meses pós-transplante) 4. Cirurgias com instalação de próteses (?): 7 dias de ATB antes da cirurgia. Diagnóstico Manifestações clínicas indicativas de infecção. EAS não tem valor diagnóstico. Deve-se colher urina para bacterioscopia e cultura (se cateter estiver há mais de 14 dias, trocá-lo antes) 1. Urinocultura > 103 CFU/mL à pode haver ITU. Avaliar paciente para julgar se o foco é urinário. 2. Bacterioscopia positiva à indica bacteriúria > 105 3. Hemocultura à se tiver manifestações sistêmicas Tratamento 5. Pielonefrite em pacientes internados: colher urocultura, hemograma, função renale eletrólitos. Se em sepse grave acrescentar hemocultura e gasometria. Introduzir ATB. Tratamento 6. ITU em pacientes com sonda vesical de demora: a presença de SVD provoca reação inflamatória e piúria. Pacientes com catéter vesical tem Bacteriúria Assintomática (urocultura positiva). 17 Tratamento ITU Baixa Mulher à 3 a 7 dias Homem à 7 dias (Não há comprometimento sistêmico, disúria, polaciúria e dor suprapúbica. Manifestações locais e BEG) ITU Alta à 10 a 14 dias Manifestações sistêmicas (febre, prostração, alteração do nível de consciência, hipotensão, Sinal de Giordano. ITU Complicada Baixa à 7 dias Alta à 10 a 14 dias Catéter vesical, bexiga neurogênica, DM, ITU de repetição ou gestação. Tratamento Gram negativos hospitalares (Enterobactérias) AMINOGLICOSÍDEOS CEFEPIME Não-ESBL PIPERACILINA + TAZOBACTAM Catéter, ESBL, Pseudomonas CARBAPENÊMICOS POLIMIXINA B Acinetobacter, Pseudomonas pan-resistentes *Tigecilina não concentra bem na urina.
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