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DIP - DIARREIAS

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DIARREIAS 
EPEC: enteropatogênica Diarreia aquosa em bebês; Transmissão 
pessoa-pessoa (surtos em creches); 
Patogênese: adesão + destruição das 
microvilosidades = má absorção e diarreia 
aquosa. 
Diarreia alta; TRATAMENTO: hidratação 
oral. 
ETEC: enterotoxigênica Diarreia aquosa (diarreia dos viajantes); 
Transmissão água ou alimentos; Após muitos 
episódios, ficamos imunes (acarajé da Bahia). 
Patogênese: enterotoxinas -> hipersecreção de 
líquidos e eletrólitos. 
Diarreia alta; TRATAMENTO: hidratação 
oral. 
EHEC: enterohemorrágica Diarreia aquosa + vômitos, que pode progredir 
com diarreia sanguinolenta e cólicas intensas; 
Transmissão água ou alimentos; 
Patogênese: toxina SHIGA (O157:H7) adere e 
destrói microvilosidades. 
Diarreia baixa (sangue, muco e pus), 
SEM febre (diferente da desinteria); 
TRATAMENTO: hidratação oral. Atb pode 
causar SHU! 
EIEC: enteroinvasiva Diarreia aquosa (pode progredir para 
desinteria); Transmissão alimentos 
contaminados; 
Patogênese: invade e destrói epitélio do cólon, 
podendo ulcerar. 
Diarreia baixa (sangue, muco e pus); 
TRATAMENTO: hidratação oral. 
YERSINIA ENTEROCOLÍTICA 
 
 
 
 
Diarreia aquosa aguda + gastroenterite. Pode 
levar à enterocolite crônica = simula apendicite; 
Transmissão: água ou alimentos. 
Diarreia baixa; TRATAMENTO: hidratação 
oral. 
SHIGELLA DYSENTERIAE 
(SHIGELLOSE) - epidemias 
Principal causa de disenteria (diarreia aquosa 
com muco, pus e sangue); Transmissão pessoa-
pessoa via fecal/oral (população pediátrica); 
Patogênese: toxina SHIGA invade células da 
mucosa. 
Diarreia baixa; TRATAMENTO: hidratação 
oral e azitromicina, mas cuidado: Atb 
pode causar SHU! 
VIBRIO CHOLERAE (CÓLERA) - 
epidemias 
Principal causa de diarreias aquosas “água de 
arroz” não hemorrágica e desidratação severa 
(pode ter falha cardíaca e renal); Bacilo GRAM 
negativo que vive em águas contaminadas e 
alimentos marinhos (camarão); 
Patogênese: bactéria adere aos enterócitos do 
duodeno, secretando sua toxina. 
Diarreia alta; TRATAMENTO: hidratação 
(venosa ou caseira) e azitromicina VO 
dose única. Se demorar muito para 
tratar, a desidratação pode ser fatal. 
 
Diagnóstico: coprocultura + teste rápido 
(detectar antígenos) 
CLOSTRIDIUM DIFFICILE Principal causa de diarreia em hospitais 
(aumenta ao uso de antibióticos); Bastonete 
GRAM positivo e anaeróbio, que forma esporos 
no ambiente. 
Diagnóstico: coprocultura (pesquisa da toxina 
nas fezes) e colonoscopia (ver membrana 
ulcerada) 
Diarreia baixa; TRATAMENTO: 
metronidazol VO, higiene das mãos, 
suspender antibiótico que causou 
infecção. Se não responder = 
vancomicina VO 
 
 
 
 
 
 
FEBRE TIFOIDE: SALMONELLA TYPHI 
Quadro clínico: febre arrastada (> 10 dias), dor abdominal, 
hepatoesplenomegalia, diarreia sanguinolenta alternando com 
constipação, astenia, histórico positivo (ex.: bebeu água 
contaminada); 
 
Complicações: hemorragia digestiva (mais comum – pode dar 
melena); peritonite secundária; perfuração intestinal; neurológicas 
(encefalopatia com delírio e confusão). 
Primeira semana: febre + calafrios (bacteremia). Diagnóstico 
por hemocultura; 
Segunda semana: dor abdominal + roséolas. Diagnóstico por 
hemocultura + coprocultura (“segunda infecção” após 
bacteremia); 
Terceira semana: hepatoesplenomegalia + eliminação de 
Salmonella pelas fezes + complicações (15% dos casos). 
Patogênese: infecção com bacteremia no TGI -> espalha para tecidos 
linfoides (baço, fígado e medula óssea) -> bactéria volta para o 
intestino -> células do TGI reconhecem bactéria e começam a 
expulsá-la = temos as complicações/sintomas. 
Diagnóstico: hemocultura e coprocultura. 
A cultura de aspirado de medula óssea é mais sensível, mas 
quase não se faz. 
 
Prevenção: vacina (para grupos específicos). 
TRATAMENTO: 
Casos simples: ciprofloxacino VO 5-7 dias; 
Casos graves: ceftriaxona IV 7-14 dias; 
Se resistência: meropenem IV; 
Se perfuração intestinal (dor abdominal + descompressão dolorosa): 
adicionar metronidazol; 
Casos graves + alteração neurológica > 48h: dexametasona IV. 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO - DIARREIAS 
Na maioria, é clínico. A coprocultura demora para sair e é positiva em 
10% dos casos. 
 
Investigação diagnóstica: pesquisa de sangue oculto nas fezes; 
Pesquisa de toxinas do C. difficile; Coprocultura; Pacientes 
imunodeprimidos; 
 
 
 
 
Quando fazer exames: 
TODOS os casos graves: desidratação grave, manifestações 
sistêmicas, sepse; 
Diarreia sanguinolenta, disenteria, febre > 38,5ºC; 
Diarreia dos viajantes; Investigação de surtos; 
Imunodeprimidos (risco de formas mais graves e de agentes 
não habituais) 
 
TRATAMENTO - DIARREIAS 
Quando usar? 
Disenteria: febre, muco, pus e sangue; 
Imunodeprimidos, idosos; 
Mais de 6 evacuações por dia. 
 
Quando fazer atb empírico? 
Doença sistêmica, instabilidade ou sepse; 
Probabilidade de C. difficile; 
Imunodeprimidos, AIDS, desnutridos, recém-nascidos, idosos; 
Doenças crônicas que aumentam risco de desidratação. 
TRATAMENTO: 
Racecadotril: inibidor da secreção; 
Loperamida e Salicilato de bismuto: inibidor da secreção e 
motilidade (NÃO usar em EHEC e C. difficile); 
Ciprofloxacino 3-5 dias: Shigella (dá disenteria), Febre tifoide 
(IV); 
Azitromicina 3-5 dias: Cólera; 
Metronidazol VO 10-14 dias: Clostridium. difficile. 
 
Diarreia inflamatória -> disenteria (muco, pus, sangue, dor abdominal, febre) = Ex.: SHIGELLOSE; 
Diarreia não inflamatória -> secretora (muuuito líquido, sem muco ou sangue) = Ex.: CÓLERA

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