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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO - CAMPUS BA ENGENHARIA ACIDENTE NUCLEAR EM FUKUSHIMA, JAPÃO EM 2011 Milene Furtado 11310973 PETRÓPOLIS 2016 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO - CAMPUS BA ENGENHARIA ACIDENTE NUCLEAR EM FUKUSHIMA, JAPÃO EM 2011 Milene Furtado Trabalho apresentado ao Centro de engenharia e computação do curso de Engenharia da Universidade Católica de Petrópolis da disciplina Instalações Industriais em Petróleo ministrada pelo Professor Anderson Barata. PETRÓPOLIS 2016 ÍNDICE Introdução…………………………………………………………………………………………4 Capítulo 1 - Análise ex-post do acidente nuclear em Fukushima, Japão………………….5 Capítulo 2 – HAZOP (Análise de riscos e operabilidade)…………………………………….9 Capítulo 3 – Árvore de falhas……………………………………………………………………10 Capítulo 4 – Propostas de medidas para intervenção do acidente………………………….11 Conclusão………………………………………………………………………………………….16 Bibliografia…………………………………………………………………………………………17 INTRODUÇÃO Nesta pesquisa relataremos alguns fatos sobre um dos mais trágicos acidentes que já existiram: O acidente nuclear em Fukushima, no Japão no ano de 2011. Faremos uma análise do acidente quantificando os prejuízos envolvidos, além de um hazop (análise de riscos e operabilidade) da usina e seus equipamentos buscando apresentar soluções, níveis de riscos, severidades, possíveis efeitos, entre outros detalhes. Abordaremos também uma análise de falhas utilizando a ferramenta conhecida como árvore de falhas, onde nossa falha topo será a falha pela qual ocorreu o acidente, sendo esta parte da análise quantitativa e melhor forma para passar dessa fase para a análise qualitativa no nosso processo de análise de falhas e segurança. Será feito uma breve discussão e tentativa de busca de soluções com aplicações na área de engenharia para que os problemas que ocorreram não ocorressem e para os que não ocorreram mas poderiam ter ocorrido. 4 ACIDENTES NUCLEARES EM FUKUSHIMA – JAPÃO, 2011. - Análise ex-post do acidente buscando quantificar os prejuízos envolvidos. O acidente nuclear ocorrido na usina nuclear na ilha de Fukushima, no Japão em 2011 aconteceu devido ao terremoto de 8,9 graus na escala Ritcher e o tsunami que veio logo após. No momento do terremoto 11 usinas nucleares da região entraram em processo de desligamento e como parte do procedimento o sistema de resfriamento continuou a funcionar, uma vez que a fissão nuclear continua ocorrendo mesmo após o desligamento da energia. O sistema de resfriamento ficou ligado por cerca de uma hora após o terremoto e enquanto estava sendo atingido por um tsunami e mesmo não sendo ideal foi necessário que os técnicos adotassem como medida alternativa, a injeção de água do mar e boro nos reatores para o resfriamento. Contudo, mesmo após esta medida tomada, três explosões se sucederam. Ocorreram vazamentos radioativos e os níveis de radiação no entorno da usina superaram em oito vezes o limite de segurança, o que forçou a evacuação da população em um raio de 30 km da usina. As explosões ocorreram quando a água, utilizada para o resfriamento dos reatores se tornaram vapor de alta temperatura, liberando hidrogênio, que é uma substância altamente inflamável. Isso favoreceu muito a explosão. Especialistas apontam que o acidente foi erro humano e por causas que podem ser consideradas banais, falta de água e de energia elétrica. Uns dos erros no projeto foi o muro contra tsunamis serem baixos demais, e isso relata uma falha gravíssima no projeto pois havia perigo de colapso. Com isso, os geradores a diesel que estavam nos locais mais baixos ficaram vulneráveis a inundação. Quando os geradores se foram, os operadores do reator alternaram para baterias de emergência, projetadas como “backup do backup”, para fornecer energia para resfriar o núcleo por até 8 horas. E foi o que elas fizeram. Mas até o fim destas horas, outra fonte de energia tinha que ser conectada à usina. Não havia rede elétrica externa por causa do terremoto e os geradores foram destruídos pelo tsunami, então chegaram caminhões com outros geradores a diesel. Porém os plugues dos geradores dos caminhões não serviram nos conectores da usina. Então, quando as baterias acabaram, o calor residual do reator não podia mais ser retirado. Devido a falta de energia os instrumentos de medição de temperatura e pressão da usina não estavam funcionando, portanto os técnicos não tiveram conhecimento do estado dos reatores. Uma medida alternativa utilizada pelos técnicos foi da utilização da bateria dos veículos para ligá-las aos instrumentos a fim de obter uma leitura do o que estava acontecendo nos reatores. Com essas baterias foi possível obter leituras importantes e abrir válvulas de segurança porém elas ofereceram apenas vislumbres de aquecimento dos reatores e do derretimento que estava acontecendo. Sem a energia para acionar o sistema de resfriamento não havia nada que pudessem fazer para detê-lo. 5 O desenho ultrapassado dos reatores levou diretamente a 3 explosões no local. Toneladas de combustível nuclear são guardadas em hastes e geralmente mantidas resfriadas por um fluxo de água fria. (As hastes são revestidas de uma camada fina de zircônio, um metal raro) que protegem do calor excessivo mas permite que as reações nucleares continuem. Porém quando a temperatura sobe, o zircônio se torna altamente reativo. Ele reage com o vapor e a água para criar hidrogênio. A temperatura chegou a 2800 graus centígrados dentro do reator, alta o suficiente para provocar a reação entre zirconio e vapor. Os técnicos descarregaram o hidrogenio na estrutura de concreto em volta do reator para evitar maior pressão e explosão dentro dele, o que seria muito mais grave, e material radioativo também escapou das hastes de combustível. Dali ele saiu lentamente através das válvulas de segurança, mas nem todo o hidrogênio entrou em contato com o ar livre, grandes quantidades escaparam para a parte alta do prédio. Havia equipamento quebrado, portanto bastou um pouco de energia para provocar uma centelha. O aumento de hidrogênio provocou duas grandes explosões nos reatores 1 e 3 e um incêndio devastador na unidade 4 (que estava desligado no momento). Fora relatado também que as autoridades públicas não exerceram seu papel de supervisão, o que foi assumido de forma judicial pela própria Tepco (companhia que administra a distribuição de energia em Tóquio). Não se pôde descartar a hipótese do reator 1 ter sido abalado pelo terremoto, o que não poderia ter acontecido e que também relata erro humano no projeto. As explosões liberaram uma quantidade de césio - um metal radioativo muito utilizado nas indústrias de energia nuclear e altamente explosivo em contato com a água fria - 168 vezes pior do que a quantidade liberada pela bomba de Hiroshima. A exposição à radiação pode levar ao câncer da tireoide e muitos habitantes das regiões próximas ao acidente foram diagnosticadas com problemas na glândula, indicando envenenamento por radiação. 6 Figura 1: Esquema simplificado da usina nuclear de Fukushima Foram inúmeros prejuízos envolvidos no acidente e uns deles serão listados abaixo: - A venda de alimentos contaminados por radiação, tendo em vista que a principal indútria de Fukushima é a agricultura. Cerca de 250 mil toneladas de terra contaminada estão armazenadas ao redor de Fukushima. - Animais utilizados para alimentos também foram infectados, aproximadamente 42 espécies de peixes em torno de Fukushima foram proibidas de serem consumidas e comercializadas. - Embora nenhuma morte por radiação tenhasido relatada, cerca de 300 mil pessoas foram obrigadas a evacuar do local. Houveram aprovimadamente 1.600 mortes relacionadas às condições de evacuação, como viver em habitações temporárias. - É importante ressaltar que a lógica da cadeia alimentar deve ser analisada também: a radiação uma vez liberada no oceano é absorvida por plantas que alimentam pequenos peixes que, por sua vez, serão alimentos de peixes maiores e estes últimos são utilizados na dieta humana. - Durante a tsunami, o da usina foi prejudicado e toda água que era usada nesse sistema foi contaminada com material radioativo. Aproximadamente 400 toneladas de água radioativa são retiradas por dia e armazenadas em tanques, que agora rodeiam a planta da usina, já que ninguém sabe como descartá-las. O perigo está no fato de que foram verificados vazamentos desses tanques - e toneladas dessa água contaminada infiltraram-se direto na terra, seguindo para o Oceano Pacífico. - Alguns dos elementos envolvidos nos vazamentos, como o césio 137 e estrôncio 90, demoram mais de 300 anos para desaparecer completamente. - Alguns dos prejuízos também incluem o alto valor que está sendo investido na tentativa de impedir que a água radioativa passe, na construção do projeto do “muro de gelo”. Estima-se que o projeto custe em torno de 500 milhões de dólares. CONSEQUÊNCIAS POLÍTICAS - Na Alemanha, foi estabelecido uma média de doze anos a vida das centrais nucleares alemãs. Ocorreu também o fechamento preventivo de sete das dezessete centrais nucleares ativas, aquelas construídas antes de 1980. - Em Espanha, a organização Ecologistas em Ação pediu o progresso do fechamento da central nuclear de Garoña, cujo modelo de reator coincide com os reatores de Fukushima, fabricados por General Electric, todos no mesmo ano, organizando uma concentração para pedir o fechamento das centrais nucleares. - O comissário europeu de Energia, Günther Oettinger, afirmou que deve ser comprovado rigorosamente a segurança nas centrais mais antigas sem descartar o fechamento daquelas que fosse necessário. 7 - Na Suíça, a ministra de energia Doris Leuthard anunciou que o governo decidia suspender todos os processos de autorização de novas centrais nucleares até que se examinasse a segurança das já construídas. - O governo da Áustria (cuja constituição proíbe a instalação de plantas nucleares em seu território) pediu que se levassem a cabo prova de resistência em todas as centrais nucleares europeias para revisar seus níveis de segurança. - No Chile gerou-se uma verdadeira controvérsia sobre a instalação de centrais nucleares, a raiz de que o governo assinou um acordo de cooperação com o governo dos Estados Unidos para a capacitação dos chilenos quanto a Energia Nuclear. - Em Venezuela fora cancelado temporariamente o programa de instalação de centrais nucleares. - A política nuclear japonesa sofreu algumas alterações após o incidente em Fukushima. Um exemplo disso se relaciona ao desejo anterior do governo japonês de obter 60% de toda a sua energia proveniente de fontes nucleares até 2100. Entretanto, após Fukushima as autoridades japonesas desistiram deste plano devido aos inúmeros protestos. O incidente fez com que o governo japonês desligasse algumas usinas nucleares, embora estas não apresentassem nenhuma ligação com o problema relacionado ao que ocorreu em Fukushima. Tal fato fez com que se intensificassem as importações de combustíveis fósseis, colocando o Japão como o segundo maior importador mundial de combustíveis, estando apenas atrás da China. 8 Figura 2:Visão aérea mostra usina de Fukushima após incêndio e explosão dos reatores Fonte: Google Imagens TOKYO ELECTRIC POWER COMPANY TEPCO HazOp: ANÁLISE DE RISCOS E OPERABILIDADE TEPCO Unidade: Japão Sistema: Usinas nucleares Data: 29/05/2016 Subsistema: Reatores da usina nuclear de Fukshima Descrição: Dos cálculos do projeto dos reatores e da usina. Página: 1 Desvio Causas Efeitos Proteções existentes Frequência Severidade Risco Recomendações Falta de água para resfriamento; - Tsunami; - Entupimento do sistema de resfriamento que captam água do mar; - Superaquecimento dos reatores; - Derretimento dos elementos de combustão; Utilização de água do mar e boro para resfriamento dos geradores; RE (remota) (10.000 < f < 1.000.000 anos) 4 (catastrófica) Aceitável (região amarela) - Mais encanamentos de maior largura; - Captação da água dos rios próximos (se existirem) - Mai caixas d’água reserva para situações de necessidade de muita água. Falta de energia elétrica; - Tsunami; - Terremoto; - Falta de manutenção da Tepco; - Falha dos equipamentos de medição de pressão e temperatura, bombas d’água, sistema de resfriamento; - Central de eletricidade de urgência (que falhou). - Turbinas a vapor que operam com energia fornecida pelo próprio reator. OC (Ocasional) (100 < f < 10.000 anos) 4 (catastrófica) Inaceitável (região vermelha) - Mais turbinas a vapor reserva; - Baterias de longa duração; - Planta de energia solar; - Grupo electrógeno (gerador de eletricidade através de motor de combustão interna); Vazamento de hidrogênio Desafogamento do confinamento, para diminuição da pressão devido ao vapor. - Explosão nos reatores 1 e 3. - Incêndio do reator 4; - Ondas de choque; - Envoltórios de proteção de concreto; - Válvulas de segurança; - Válvulas de alívio de pressão; RE (remota) (10.000 < f < 1.000.000 anos) 4 (catastrófica) Aceitável (região amarela) - Mais válvulas de segurança; - Local para desvio de pressão do hidrogênio que não haja contato algum com o ar ou com centelhas; - Envoltórios mais resistentes; Inundamento dos prédios dos geradores a diesel. Muro de conteção baixo para tsunamis. - Inundamento e desativamento dos geradores a diesel de reserva. - Perigo de colapso. - Muros de contenção para repelir ondas de até 6 metros de altura. OC (Ocasional) (100 < f < 10.000 anos) 3 (Alta) Aceitável (região amarela) - Muros resistentes a ondas maiores que 20 metros; - Material mais resistente nos muros; - Mudança do local dos prédios de geradores para local mais alto na planta; Reator 1 - Terremoto; - Falha humana no projeto; - Liberação de material radioativo cancerígeno; - Contaminação do mar e da atmosfera; - Envoltórios de contenção; - Barreiras de concreto e aço; - Tanques pressurizados. OC (Ocasional) (100 < f < 10.000 anos) 4 (catastrófica) Inaceitável (região vermelha) - Maior responsabilidade técnica do projetista e dos engenheiros que fazem o projeto do reator; - Utilização de material mais resistente e com maiores redundâncias; ÁRVORE DE FALHAS 10 REVENÇÕES QUE PODERIAM TER EVITADO O ACIDENTE GRUPO ELECTRÓGENO Como recomendado no HazOp, seria um grupo electrógeno com combustível suficiente para duração de pelo menos 20 horas direto, visto que a maior falha ocorreu devido a falta de energia elétrica externa a usina e que isso é um erro gravíssimo e inaceitável. A usina não tinha preparo para um terremoto e tsunamis daquele nível, portanto, devido a localização da usina, era necessário que tivesse. O grupo electrógeno é utilizado nas melhores usinas dos Estados Unidos e poderia sim ter evitado a falta de energia elétrica na usina nuclear de Fukushima, caso ela tivesse sido implantada no projeto. O grupo electrógeno é uma máquina que move um gerador de electricidade através de um motor de combustão interna. São comummente utilizados quando há déficit na geração de energia eléctrica de algum lugar, quando são frequentes os cortes no fornecimento elétrico ou quando nãose pode faltar energia elétrica e são necessários redundâncias no sistema elétrico (como em uma usina nuclear, hospitais, etc.) Um grupo electrógeno consta das seguintes partes: • Motor - O motor representa nossa fonte de energia mecânica para que o alternador gire e gere electricidade. Existe dois tipos de motores: Motores de gasolina e de gasolina (diésel). Geralmente os motores diésel são os mais utilizados nos grupos Electrógenos por suas prestações mecânicas, ecológicas e económicas. • Regulação do motor. • Sistema eléctrico do motor - O sistema inclui um motor de arranque eléctrico, baterias livres de manutenção (acumuladores de chumbo), no entanto, pode-se instalar outros tipos de baterías se assim se especifica, e os sensores e dispositivos de alarmes dos que disponha o motor. • Sistema de referigeração - Pode ser por médio de água, azeite ou ar. O sistema de referigeração por ar consiste em um ventilador de grande capacidade que faz passar ar frio ao longo do motor para o arrefecer. O sistema de referigeração por água/azeite consta de um radiador, um ventilador interior para arrefecer seus próprios componentes • Alternador • Depósito de combustível e bancada • Isolamento da vibração - Tacos antivibrantes desenhados para reduzir as vibrações transmitidas pelo Grupo Motor-Alternador. Estão entre a base do motor, do alternador, do quadro de comando e a bancada. • Silenciador e sistema de escape. • Sistema de controle. • Interruptor automático de saída. 11 O grupo electrógeno para funcionamento de 20 horas seguidas e tanque de combustível suficiente para isso seria bastante eficaz, pois 20 horas seria o suficiente para conseguir água purificada para o resfriamento correto dos reatores e obtenção de maior fluxo, bem como para o conserto da tubulação que entupiu devido ao tsunami. Então, mesmo que os geradores estivessem funcionando em perfeito estado e não tivessem sido atingidos pelo tsunami, eles não durariam tempo suficiente para tomada de outra medida necessária ou resfriamento, pois apenas 8 horas é tempo insuficiente. MURO DE CONTENÇÃO COM ALTURA MÍNIMA DE 18 METROS Deveria ter sido projetado um muro que aguentasse pelo menos ondas de 18 metros de altura e impactos de forças maiores. Não houveram problemas quanto ao impacto das ondas, porém se elas tivessem sido um pouco mais altas e consequentemente mais fortes, poderia até mesmo haver abalo físico da contenção e desabamento, pois os muros foram projetados para ondas de até 6 metros, e isso foi um erro humano no projeto, pois a usina está localizada numa área sísmica que os analistas preevem que, a qualquer momento, pode ocorrer tremores com magnitudes próximas a 8 graus na escala aberta de Ritcher. A média das ondas podem ser de 10 metros e nesse tsunami as ondas chegaram a 15 metros e ultrapassaram os muros de contenção da usina, causando assim um grave acidente. Portanto, no projeto inicial da usina deveria ter sido implementado um muro mais resistente e com uma altura equivalente a 18 metros, isso envolveria maiores investimentos, porém em um caso de tsunami como esse, as inundações que ocorreram nos prédios dos geradores a diesel poderiam ter sido prevenidas. Seriam necessários cerca de € 884 milhões para construir o grande muro, que teria extensão de aproximadamente 2 quilômetros de comprimento e 18 metros de altura. MUDANÇA DO LOCAL DO PRÉDIO DOS GERADORES A DIESEL Por serem uma medida de segurança e utilizados em caso de urgências, os geradores a diesel deveriam estar localizados em área de nenhum ou quase nenhum risco. O projeto foi feito totalmente errado quando deixaram que os prédios dos geradores ficassem na área mais baixa da usina, em local exposto a água do mar caso houvessem tsunamis. No projeto os prédios dos geradores deveriam estar localizadas acima dos reatores ou ao lado, a uma distância segura de pelo menos um raio de 30 metros entre si, que seria o local mais alto da planta, onde não há como o tsunami alcançar mesmo que ultrapassassem os muros. Não deixando de visar a comodidade para carregamento dos mesmos, que teriam que ficar em um local próximo a entrada e de fácil acesso e que não haja risco de pegar fogo, pois nos geradores há combustível inflamável e volátil. 12 CAPTAÇÃO DE ÁGUA DOS RIOS PARA RESFRIAMENTO Deveriam ter sido implantados sistemas de captação da água dos rios, como por exemplo o rio Hiru, localizado na cidade de Fukushima. Um sistema de captação extra, para que se ocorresse uma falha como ocorreu na tubulação que captavam água do mar, tivéssemos uma terceira alternativa. Esse sistema de captação extra demandaria um investimento ainda maior, porém seria eficaz pois água e energia elétrica são as duas coisas mais importantes na usina e não podem faltar de maneira alguma por isso deve-se sempre ter redundâncias nestes projetos e infelizmente neste caso, não haviam o suficiente. CONSTRUÇÃO DO MURO DE GELO ANTES DO FUNCIONAMENTO DA USINA A proposta seria da construção do muro de gelo antes mesmo do início do funcionamento da usina, uma medida de segurança prevendo que um acidente desses pudesse acontecer algum dia, devido ao local da usina e de que a Tepco e as autoridades já sabiam que isso não estava fora de questão. O projeto consiste na criação de um muro de gelo e foi estimado um custo de US$ 470 milhões para conter o vazamento de água radioativa da usina. Os esforços da Tepco para evitar esse vazamento até agora têm sido ineficazes, arriscados e insustentáveis. Sua resposta primária foi bombear água subterrânea contaminada para tanques, somando-se às mais de 300 mil toneladas de água radioativa já armazenadas em Fukushima em tanques montados às pressas, que são vulneráveis aterremotos futuros. 13 Figura 4: Armazenamento a frio: Uma parede congelada criada para um projeto de construção pela empresa SoilFreeze. Fonte: Techonoly Review Figura 3: Medidas para conter água radioativa. Fonte: Tecmundo Alguns já vazaram. A autoridade de Regulamentação Nuclear do Japão classificou um vazamento em 2013 de 300 toneladas como um incidente nível 3 - o primeiro incidente em Fukushima que foi classificado na escala internacional de eventos nucleares desde 2011. Umas das grandes preocupações quanto ao muro de gelo era de parte do chão afundar, e de que a parede de gelo possa afetar a infraestrutura existente, o que significa que ela deve ser cuidadosamente monitorada conforme o avanço desse projeto. O muro terá 1,5km e quatorze plantas de refrigeração de 400 quilowatts cada feitas de canos verticais com cerca de um metro de distância entre 20 e 40 metros do chão, que irião bombear liquido de refrigeração, com temperaturas entre -20°C e -40°C em cada tubo para absorver o calor do solo, produzindo um cilindro crescente de terra congelada. Em cerca de seis semanas, tais cilindros iriam se fundir para formar uma barreira contínua que segura os contaminantes para dentro e as águas subterrâneas para fora. O resultado seria uma barreira sólida desde a superfície que se estende por 95 metros para baixo até encontrar uma camada de argila e pedra de baixa permeabilidade. E, enquanto isso exigiria resfriamento de longo prazo para durar, a parede é imune a falhas de energia de dia ou semanas. "Levaria alguns meses ou anos para descongelar a parede", diz Daniel Mageau, vice-presidente e engenheiro de projeto para a SoilFreeze empreiteira baseada em Seattle. Uma das principais vantagens que torna o muro de gelo barreiras melhores do que as de aço, concreto ou argila é a capacidade de auto-cura da parede do congelamento pois a água que passar pelas fendas causadas por um terremoto - uma ameaça sempre presente em Fukushima irá se congelare restabelecer a barreira. Uma grande desvantagem, entretanto, é o consumo de energia. Enquanto as paredes levam meses ou anos para descongelar uma vez congelado e são imunes a quedas de energia - elas necessitam de refrigeração a longo prazo para perdurar. Tipicamente, a potência de refrigeração necessária para a manutenção é de cerca de metade do necessário para formar a parede. Uma outra medida que poderia ser tomada seria a utilização da técnica utilizada em Oak Ridge para poupar energia. Sua parede poderia incorporar dispositivos conhecidos como termossifões que a Arctic Foundations instalou em todo o Alasca para reforçar permafrost que estava derretendo abaixo de edifícios e infra-estrutura. Um gás de resfriamento circula passivamente nos tubos quando o solo está mais quente do que o ar a cima, absorvendo calor na parte inferior por ebulição e, em seguida, despejando o calor na parte superior e, finalmente, por condensação gotejando de volta para baixo pela parede do tubo para repetir o ciclo. É uma técnica que economizaria cerca de 250 vezes mais energia. 14 A implantação desse muro com a utilização da técnica da Artic Foundations antes mesmo do início da usina demandaria num investimento de cerca de US$ 400 milhões e seria um projeto de custo inicial altíssimo para a empresa e para o governo, porém seria muito eficaz para conter o vazamento de qualquer substância que pudesse ocorrer. Isso evitaria a contaminação de milhares de pessoas, animais e das águas do oceano pacífico. CONCETORES DA USINA PROJETADOS PARA OS PLUGUES DOS GERADORES DOS CAMINHÕES Um dos grandes erros que ocorreram foi o da falta de supervisionamento e comunicação por parte de quem enviou os caminhões com geradores a diesel para a usina, pois eles tinham os plugues de entrada diferentes dos conectores da usina. Na hora de projetar os plugues dos conectores da usina deveria ter sido feito um estudo dos plugues que são utilizados nos caminhões geradores da região, para que não houvesse nenhuma falha como ocorreu na hora de necessidade e evitar que as baterias acabassem e utilizar o mesmo modelo. Uma outra medida que poderia ter sido implantada seria a de plugues extras compatíveis com todos os formatos e tamanhos que ficaria armazenada na unidade para caso de necessidade. Esta medida seria eficaz pois evitaria a falta de bateria e a medida desesperada que teve que ser tomada pelos funcionários de utilizar baterias de automóveis para obter vislumbres das leituras de pressão e temperatura dentro dos reatores e evitar o superaquecimento e derretimento dos elementos. 15 CONCLUSÃO Com este trabalho podemos concluir que o acidente nuclear que ocorreu em Fukushima, localizada no Japão se deu por erros humanos no projeto e não apenas pelos desastres naturais que ocorreram, como o tsunami e o terremoto de 8,9 graus na escala Ritcher que atingiram a planta. Além de percebermos que por mais que o Japão necessite desse tipo de energia por não ter outras fontes de obtenção, o local não é favorável para este tipo de planta. O acidente poderia ter sido evitado caso algumas medidas preventivas fossem tomadas e se houvesse maior supervisionamento por parte da Tepco, que deixou de cumprir com suas obrigações para com a usina e o povo. Assim como maior treinamento dos funcionários e utilização de redundâncias nos equipamentos como os geradores e baterias que vieram a faltar. Pelo estudo de riscos e operabilidade podemos ver como alguns desvios afetaram o nosso sítio além de podermos obter alguns dados importantes tais como riscos, frequência e severidade das falhas que ocorreram. Fizemos também a implementação da técnica chamada de árvore de falhas, onde analisamos probabilisticamente as falhas e suas ocorrências onde o evento topo foi a falha principal do sistema. No geral a pesquisa foi bastante satisfatória e desafiadora, podemos perceber o quanto é importante aplicar redundâncias em sistemas complexos e de alto risco como esse e que segurança nunca é demais. Uma alternativa, que pode ser inviável economicamente porém seria super eficaz em uma planta como uma usina nuclear seria a duplicata da planta, fazer duas plantas ou pelo menos ter um equipamento a mais de cada para casos de emergência como este que ocorreu no local. 16 BIBLIOGRAFIA http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/resumo_de_fatos_sobre_a_radiacao_em_fukushima .html Acesso em 25/05/2016 as 21:25h http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/pratica-pedagogica/entenda-acidente-nuclear- japao-621879.shtml Acesso em 25/05/2016 as 22:12h http://alsconsultoria.net.br/hazop/ Acesso em 26/06/2016 as 23:30h https://www.youtube.com/watch?v=1_wjw9pjqK4 Acesso em 26/06/2016 as 23:35h https://www.youtube.com/watch?v=Bo9Zy5_UTco Acesso em 26/06/2016 as 23:46h http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,a-causa-do-acidente-em-fukushima-foi- banal-imp-,694079 Acesso em 28/06/2016 as 14:35h http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/comissao-conclui-que-acidente-em-fukushima- foi-causado-por-erro-humano-2kzuqkgkieie362tv41dkqnv2 Acesso em 28/06/2016 as 15:45h http://www.ecycle.com.br/component/content/article/38-no-mundo/2555-acidente-nuclear- em-fukushima-tem-serias-consequencias.html Acesso em 14/07/2016 -23:50h http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/japao-anuncia-plano-milionario-para-tentar-conter- vazamento-em-fukushima Acesso em 14/07/2016 as 22:00h http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/resumo_de_fatos_sobre_a_radiacao_em_fukushima .html Acesso em 15/07/2016 as 09:35h http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/peritos_concebem_cenario_para_usina_de_fukushi ma.html Acesso em 15/07/2016 as 10:15h http://tpqb.eq.ufrj.br/download/aplicacao-do-hazop-dinamico.pdf Acesso em 15/07/2016 as 22:40h http://gizmodo.uol.com.br/muro-de-gelo-fukushima/ Acesso em 16/07/2016 as 08:30h 17 TOKYO ELECTRIC POWER COMPANY
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