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Seminario Biodireito Eutanásia

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UNIVERSIDADE BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
A EUTANÁSIA NO BIODIREITO 
 
 
 
 
 
Lucilene da Silva Santos 
 
 
 
Seminário apresentado à Universidade Brasil, curso de Direito 
para aprovação na matéria Biodireito. Prof.ª. Lilian Feitoza 
 
 
 
 
SÃO PAULO/SP 
ABRIL/2018 
 
 
 Sumário 
 
 
1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................................................3 
2. MATERIAIS E MÉTODO DE PESQUISA .............................................................................................6 
3. DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS..............................................................................................7 
3.1. A EUTANÁSIA NO BIODIREITO ................................................................................................... 7 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 11 
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................13 
 
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1. INTRODUÇÃO 
 
 
A eutanásia sob a ótica do Biodireito em linhas gerais, tem várias dimensões: 
numa dimensão histórica, religiosa, ética e filosófica e, em seguida, dar-se-á uma 
abordagem ao tema sob a luz do Biodireito. Para tanto, dissertar-se-á sobre o 
Biodireito desde a sua origem levantando a práxis a eutanásia e as questões ético-
jurídicas e sua íntima conexão com a Bioética. 
Trata-se de um trabalho pautado por uma imparcialidade, ainda que em muitos 
momentos se faça necessário um posicionamento, em especial da doutrina, todavia 
trata-se de um trabalho sobre a polêmica da boa morte escudada no Biodireito e nas 
regras e princípios que o resguardam, sem, contudo, esquecer do posicionamento 
dado ao tema pelo ordenamento jurídico brasileiro. 
Este estudo qualitativo foi realizado por meio da revisão bibliográfica e 
documental a respeito da eutanásia que é um dos temas que merece maior atenção 
dos estudiosos do biodireito, sobretudo no que concerne às implicações penais. 
Sendo este um tema que há tempos vem sendo conteúdo para debates, o 
princípio da dignidade humana possibilita que questões polêmicas sejam discutidas e 
esclarecidas, como, o direito a uma morte digna e sem sofrimento, o direito à vida, e 
o direito de se ter autonomia sobre determinadas escolhas em sua própria vida. 
O tema aqui estudado abre espaço para que seja esclarecido e exposto alguns 
desses temas, incluindo definições de alguns conceitos como eutanásia. 
A eutanásia representa assim uma complicada questão de bioética e biodireito, 
pois enquanto o Estado tem como princípio a proteção da vida dos seus cidadãos, 
existem aqueles que, devido ao seu estado precário de saúde, desejam dar um fim ao 
seu sofrimento antecipando a morte. 
Independentemente da forma de Eutanásia praticada, seja ela legalizada ou 
não, é considerada como um assunto controverso, existindo sempre pontos positivos 
e negativos, teorias eventualmente mutáveis com o tempo e a evolução da sociedade, 
tendo sempre em conta o valor de uma vida humana. 
Os documentos pesquisados apresentam inicialmente o entendimento que a 
eutanásia acaba sendo, conceder ao indivíduo que sofre por alguma enfermidade 
incurável e ou dolorosa a morte, abreviando-a ou permitindo que ela aconteça. 
 
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Apresenta-se como situação típica à aplicação da eutanásia o caso da 
professora Francesa Chantal Sebire de 52 anos, que em decorrência de uma 
síndrome grave e incurável que lhe causava forte dor e incomodo, se submete 
ao poder do Estado pedindo que lhe fosse concedido o direito a “Boa Morte”. 
(AFP, 2008). 
 
 
Reforça-se a necessidade da eutanásia neste caso por se tratar do pedido de 
uma pessoa em sã consciência submetida não só ao incomodo físico, mas também, 
ao incomodo moral. 
Assim veremos que devido ao princípio da dignidade da pessoa humana, um 
dos pilares basilares do Estado Democrático Brasileiro o nosso artigo 1°, inciso 
terceiro, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e o respeito a vida 
humana e a uma morte digna, a eutanásia piedosa é a medida mais justa e aplicável 
em determinados casos. 
A eutanásia parte de uma ação do médico, que ao perceber que o paciente não 
possui mais cura, utiliza de artifícios parar dar fim em sua vida, evitando o 
prolongamento desnecessário e extremamente doloroso desse paciente. 
O grande problema para a regularização da prática nos países que ainda não 
a adotaram, em especial o Brasil, é que a palavra morte, de imediato, traz inerente a 
ela a questão do sofrimento, isto porque o homem não é acostumado à desintegração 
física e a perca de entes queridos. Pensa-se na manutenção da vida, apega-se a fios 
de esperança irrisórios, por vezes completamente utópicos e pautados somente a fé 
religiosa e esquece-se o sofrimento que o retardamento da morte pode causar no 
paciente. 
É nessa esteira que surge a indagação, é possível uma morte digna. A grande 
maioria dos especialistas médicos e juristas acreditam que sim, ainda que não se 
esteja falando somente da ortotanásia, que nada mais é que o direito da pessoa de 
desejar morrer naturalmente, mas também da possibilidade de se utilizar da eutanásia 
caso necessário. 
Se não há em nossa legislação um dispositivo que torne possível a boa morte, 
ao menos deveria ser adotado um que seja amparado pelo princípio da dignidade da 
pessoa humana. Nos Estados Unidos, por exemplo, embora não permitida, a 
eutanásia, em alguns momentos, se faz substituída por outras práticas que apontam 
para um fim digno. 
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São caminhos que levam a uma morte digna, a morte assistida, qual seja a 
promoção de meios para que o paciente terminal, por conta própria, ponha fim a sua 
vida e a eutanásia. 
Em pleno século XXI, diante dos avanços das ciências médicas discute-se, por 
meio da Bioética, as atitudes do profissional médico em relação ao paciente 
vegetativo, que não tem a menor condição de recuperar-se. Essa atitude de manter-
se alguém vivo apenas por falsos escrúpulos morais parece completamente contrária 
ao princípio constitucional da dignidade humana. É tempo de descriminalizar a 
eutanásia e regulamentá-la será um grande passo para a humanização do 
ordenamento jurídico brasileiro. 
 
 
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2. MATERIAIS E MÉTODO DE PESQUISA 
 
 
O principal objetivo geral é avaliar as principais doenças no serviço público. 
Desta forma sendo um processo de pesquisa e desenvolvimento que envolve o 
absenteísmo doença, vem a ser desenvolvido através de materiais publicados em 
livros, artigos e teses da internet. Constituindo assim um procedimento básico que 
constitui parte de pesquisas de estudos, aonde se busca o estudo do relativo tema. 
Quanto à metodologia empregada, destacam-se duas fases distintas. A fase de 
investigação denota a utilização do método dedutivo, o qual foi subsidiado por 
pesquisa bibliográfica; nas considerações finais, trabalha-se com o método dialético, 
sobretudo porque o tema abordado não pode ser considerado fora de um contexto 
social. 
Assim, destaca-se que uma metodologia com o objetivo de orientar atividades 
de pesquisa e desenvolvimento sobre o absenteísmo doença e as principais doenças 
no serviço público, aonde se deve reunir e articular os conceitos e ferramentas 
relevantes ao desenvolvimento das diferentes atividades e deve compreender os 
seguintes tópicos, um trabalho apoiado no levantamento bibliográfico em livros, 
jornais, pesquisas, análises de artigos científicos publicados, com base numa 
fundamentaçãoteórica consistente, objetivando compreender e explicar o problema 
pesquisado. 
O material utilizado foi separado de acordo com a abrangência do tema e 
cronologia das publicações, possibilitando a elaboração de um plano de leitura. 
 
 
7 
 
3. DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS 
 
 
Tema milenar, a eutanásia e outras expressões correlatas voltam a ocupar o 
debate atual sobre os limites do poder humano sobre o próprio processo de morte. 
Um dos temas mais discutidos atualmente entre a bioética e o biodireito, é a 
eutanásia. Segundo o dicionário Aurélio, eutanásia é uma morte provocada ou 
facilitada sem sofrimento, tranquila, ou ainda uma teoria segundo a qual seria lícito 
abreviar a vida de um doente incurável para pôr fim a seus sofrimentos. 
Vemos que a legalização da eutanásia enfrenta questões éticas, filosóficas e 
religiosas. Como questão ética pode-se citar a posição do médico em relação à vida 
do paciente e da família em relação à vida do parente, como questão filosófica, o papel 
do médico enquanto favorecedor da vida, não podendo também favorecer a morte e 
como questão religiosa a sacralidade da vida. 
Neste trabalho, busca se mostrar que não se deve falar de dignidade humana 
apenas quando a vida se desenvolve em sua perfeita forma. Deve-se respeitar a 
dignidade do indivíduo também durante o seu processo de morrer. A ideia defendida 
é que a pessoa tem o privilégio, ao menos, de morrer da forma como acredite ser 
melhor, de acordo com sua crença e convicções, padecendo do menor sofrimento 
possível. 
 
 
3.1. A EUTANÁSIA NO BIODIREITO 
 
 
O Biodireito, portanto, abrange institutos tais como reprodução assistida, 
aborto, eutanásia, suicídio assistido, inseminação artificial, transplante de órgãos, 
OGM e clonagem terapêutica e científica, entre outros. 
Assim, pelas veredas do Biodireito, esta pesquisa monográfica se desenvolverá 
com o intuito de abordar a eutanásia. Dessa forma, os questionamentos trazidos pela 
sociedade acerca do direito de viver e de morrer ponto de partida do tema eutanásia- 
será debatida com o escopo de dar respostas às arguições tais como, o direito à vida 
é absoluto. É lícita a eutanásia sob o enfoque do ordenamento jurídico brasileiro. O 
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que diz a Constituição. A decisão de morrer deve caber apenas ao indivíduo e a mais 
ninguém. 
O biodireito é considerado um novo ramo do conhecimento jurídico, 
consequência da união entre a bioética e o direito. É uma parte do Direito Público que 
se relaciona à bioética, analisando as familiaridades jurídicas entre o direito e a 
evolução tecnológica da medicina e biotecnologia, entre outras peculiaridades 
associadas à matéria e à dignidade da pessoa humana. 
Acerca do termo etimológico e da denominação da palavra biodireito, Barreto 
(2006, p. 101) esclarece: 
 
 
Biodireito de bio (do grego biós, vida) + direito (do latim directus, particípio 
passado de dirigere, por em linha reta, dispor, ordenar, regular). 
Denominação atribuída à disciplina no estudo do direito, integrada por 
diferentes matérias, que trata da teoria, da legislação e da jurisprudência 
relativas às normas reguladoras da conduta humana em face dos avanços da 
Biologia, da Biotecnologia e da Medicina. (Barreto, p. 101, 2006). 
 
 
Diniz (2006 p. 9) explana que o biodireito: “[...] teria a vida por objeto principal, 
salientando que a verdade jurídica não poderá salientar-se à ética e ao direito, 
assimcomo o progresso científico não poderá acobertar crimes contra a dignidade 
humana, nem traçar sem limites jurídicos, os destinos da humanidade”. 
Garcia (1989, p. 576) conceitua que o: 
 
 
Biodireito é a regulamentação jurídica da problemática da bioética, no sentido 
em que formula as relações peculiares entre ética e direito que se inter-
relacionam reciprocamente: ética como instância prática do direito e direito 
como expressão positiva da ética. (Garcia, p. 576, 1989). 
 
 
Miguel Carlos Mádero (2010, p. 394) relaciona o biodireito à atividade científica, 
apontando que se trata de uma liberdade constitucional e que prevê sanções em caso 
de má utilização desse exercício. Para o autor, o biodireito busca: 
 
 
[...] regular e ordenar a atividade científica de acordo com a Constituição 
Federal, incumbindo-lhe criar instrumentos e indicar procedimentos 
apropriados para orientar condutas diante dos problemas suscitados pelas 
novas tecnologias, bem assim prever punições no caso de ocorrerem 
hipóteses de mau uso da liberdade de pesquisa científica e da qual resulte 
risco à integridade da pessoa humana, à sua liberdade, vida e dignidade. 
(Mádero, p. 394, 2010). 
 
 
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De acordo com Maluf (2013, p. 17), o biodireito tem uma associação especial 
com cinco tópicos: 
 
 
Bioética, Direito Civil, Direito Penal, Direito Ambiental e Direito Constitucional 
(à luz do art. 5º, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, que proclama a 
liberdade da atividade científica como um dos direitos fundamentais, sem 
contudo deixar de penalizar qualquer ato perigoso (imperícia) na relação 
médico-paciente e imperícia do cientista, levando em conta questões 
conflitantes como o aborto, eutanásia, suicídio assistido, inseminação 
artificial, transplante de órgãos, OGM e clonagem terapêutica e científica). 
Compreende, portanto, o caminhar sobre o tênue limite entre o respeito às 
liberdades individuais e a coibição dos abusos contra o indivíduo ou contra a 
espécie humana (atua como agente regulador do poder da ciência sobre o 
genótipo do cidadão, o mercado genético, o manejo incorreto do Projeto 
Genoma Humano, da discriminação causada pela diagnose genética e pela 
AIDS nas áreas securitária e trabalhista, entre outros). (Maluf, p. 17, 2013). 
 
 
Maluf (2013, p. 17), ao considerar uma perspectiva mais ampla, observando 
dois planos de tutela, isto é, um macro e outro micro, propõe ainda uma subdivisão 
entre macrobiodireito e microbiodireito: “N macrobiodireito, o foco está nas relações 
ambientais, no patrimônio natural, artificial e cultural; já o microbiodireito estuda as 
questões relacionadas à vida in individualizada”. 
Mister se faz esclarecer, embora já seja de conhecimento público, que a 
eutanásia é discutida nos mais variados segmentos de atuação do homem, haja vista, 
algumas vezes, chocar-se frontalmente com o princípio da dignidade da pessoa 
humana. Este princípio, como se sabe, é o esteio do Estado Democrático de Direito, 
supedâneo da Constituição Federal de 1988 e fio condutor do Ordenamento Jurídico 
Brasileiro. Destarte, um choque com este princípio cria controvérsias, especialmente 
na seara criminal. 
O Biodireito, ramo muito novo do Direito, tem regulado toda uma conduta 
humana no que tange, principalmente, às práticas médicas. Assim regula a 
manutenção artificial da vida, o tratamento de pacientes em estado irreversível e, 
claro, regula também as limitações médicas. São estas limitações que algumas vezes 
se refletem no campo jurídico, ético e social. Ora o ato de suavizar a dor de alguém 
que padece por meio de uma morte induzida sempre esteve no centro de acalorados 
debates jurídicos em que prós e contras são veiculados por toda a sociedade. Este 
ato, que conturba os ânimos, é conhecido por eutanásia. 
A eutanásia é, portanto, um tema de cunho polêmico e que enseja 
questionamentos controversos nos mais variados setores da sociedade. Estes 
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questionamentos dizem, grosso modo, respeito ao comportamento daqueles que 
creem na como uma saída para o sofrimento de pacientes terminais e também 
daqueles que acreditam ser a eutanásia uma afronta aos direitos e garantias 
fundamentais e, principalmente, uma afronta a ordem religiosa. Na verdade, a 
eutanásia é um caleidoscópio onde aideia de morte, dor física, homicídio se projetam 
e brotam desordenadamente posicionamentos favoráveis e contrários a esta quase 
proibida prática, o que leva sempre a formação de questões jurídicas, religiosas, 
antropológicas e sociológicas. 
Este trabalho apresentará um painel histórico da eutanásia, através do qual 
mostrar-se-á a etimologia e o conceito até se chegar ao Biodireito estendendo-se por 
todo seu contexto surgirá a eutanásia como um enigma jurídico, haja vista que mesmo 
diante dos pressupostos e normas que permeiam o Biodireito, ainda não há uma 
posição consolidada em relação ao ato de pôr término a uma vida em face de 
vicissitudes tantas vezes insuportáveis àquele que sofre de moléstia terminal. 
A inserção da eutanásia neste novel ramo do Direito, atualmente, diz respeito 
a abordagem e as consequências, bem como os obstáculos postos face da discussão 
legislativa em se impedir tal prática. Tudo isto, no desenrolar desta pesquisa, tornará 
mais desafiador o estudo que ora se inicia, uma vez que contrapondo-se ao bem maior 
tutelado, qual seja a vida, apresenta se á o direito a morte como um direito de pôr fim 
a dor física e, porque não dizer, espiritual. 
 
 
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
O direito é um instrumento societário, propenso a adaptações. Isso posto, essa 
temática permanece interminavelmente livre para discussões e opiniões, com o 
propósito de introduzir mais um direito, qual seja, o direito à “b a” morte. No entanto, 
o direito à morte digna não se confunde com o direito de morrer, ou seja, não se 
consolida exatamente como um direito. 
O presente trabalho monográfico explanou que o direito de morrer dignamente 
ainda é uma questão extremamente complexa, não apenas no Brasil, mas em grande 
parte dos países que se comprometem a encará-la. 
Não existe ainda no Brasil uma lei que comporte, ou preveja, um tipo penal 
eutanásico próprio. No entanto, nosso ordenamento jurídico referiu institutos que, de 
alguma maneira, poderiam ser usados para punir essa prática, especialmente com 
relação à eutanásia passiva, a qual tem pena diminuída. 
Ademais, reconhecemos que a ortotanásia é uma prática lícita e protegida pela 
bioética, bem como pela Constituição, tendo em vista que o médico não tem o condão 
de salvar o paciente quando sua morte for súbita e inevitável, sendo, desse modo, 
inútil prorrogar a vida do paciente. 
Todavia, concerne ao médico proporcionar ao doente os devidos cuidados 
paliativos a fim de que ele disponha de uma morte digna. O livre desenvolvimento da 
personalidade humana está intrinsecamente ligado à ideia de autonomia do sujeito, 
de âmbito de autodeterminação jurídica, pois a liberdade é imprescindível para a 
materialização dos direitos de personalidade, para o livre desenvolvimento da 
pessoa, para sua dignidade. 
É necessário refletir sobre o grau de autonomia jurídica que a pessoa tem 
quanto ao processo de morte. Visando a ideia de morte digna que permite à pessoa 
a autodeterminação a respeito dos últimos momentos de sua vida, com poderes, 
inclusive, para elaborar documentos que vinculem terceiros, como no caso do 
testamento vital 
O reconhecimento da autonomia da pessoa quanto a esses momentos é 
imprescindível para a garantia de sua dignidade. Por isso, embora no Brasil, 
atualmente, a eutanásia e o auxílio ao suicídio sejam considerados condutas ilícita, 
deve-se compreender que a dignidade da pessoa humana não é um conceito 
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objetivo, absoluto, geral, possível de ser abstraído em padrões morais de conduta 
e a serem impostos a todas as pessoas. 
Sem a consideração da alteridade e da tolerância, ignorando-se a pluralidade 
e a complexidade da sociedade atual, o uso do princípio da dignidade humana pode 
ser usado para a negação da pessoa, para a homogeneização dos indivíduos e para 
a negação da dignidade. 
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5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
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GARCIA, Diego. Fundamentos de bioética. Madri: Eudema, 1989.

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