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Aula 10 Resumo

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Direitos Humanos e Cidadania p/ PRF - Policial - 2016
Professor: Ricardo Torques
 
Direitos Humanos e Cidadania - PRF 
teoria e questões 
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Sumário 
_Toc4439139041 - Considerações Iniciais ...................................................................... 4 
2 - Teoria Geral dos Direitos Humanos ............................................................................... 4 
2.1 - Características dos Direitos Humanos ..................................................................... 5 
2.2 - Dimensões dos Direitos Humanos ......................................................................... 10 
2.3 - Natureza Objetiva da Proteção Internacional de Direitos Humanos ........................... 12 
2.4 - Esgotamento dos Recursos Internos na Proteção dos Direitos Humanos .................... 12 
2.5 - Noções sobre Limites dos Direitos Humanos na Ordem Internacional ........................ 13 
3 - Afirmação histórica dos Direitos Humanos ................................................................... 13 
4 - Direitos Humanos e Responsabilização Estatal ............................................................. 15 
5 - Direitos Humanos e Globalização ................................................................................ 18 
6 - Proteção Internacional dos Direitos Humanos .............................................................. 19 
7 - Direitos Humanos na Constituição da República de 1988 ............................................... 23 
7.1 - Noções de Teoria Geral dos Direitos Fundamentais ................................................. 27 
7.2 - Direitos Fundamentais em Espécie ....................................................................... 30 
7.3 - Tutelas Constitucionais das Liberdades ................................................................. 35 
7.4 - Direitos Sociais .................................................................................................. 36 
7.5 - Direitos de Nacionalidade na Constituição Federal .................................................. 40 
7.6 - Direitos Políticos ................................................................................................ 45 
7.7 - Partidos Políticos ................................................................................................ 54 
8 - Programa e Políticas Nacionais de Direitos Humanos: Noções Gerais ............................... 55 
8.1 - PNDH 3 ............................................................................................................. 58 
9 - Núcleo do Sistema Global .......................................................................................... 61 
10 - Declaração Universal de Direitos Humanos ................................................................ 62 
11 - Pactos de 1966 ...................................................................................................... 67 
11.1 - Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos .................................................... 68 
 
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11.2 - Pacto Internacional dos Direitos Sociais, Econômicos e Culturais ............................ 76 
12 - Convenções do Sistema Global ................................................................................. 79 
12.1 - Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial
 ............................................................................................................................... 79 
12.2 - Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra Mulher .. 81 
12.3 - Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou 
Degradantes ............................................................................................................. 85 
12.4 - Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores 
Migrantes e dos Membros das suas Famílias .................................................................. 88 
12.5 - Convenções sobre o Direito das Crianças ............................................................. 90 
12.6 - Proteção às Pessoas Deficientes ......................................................................... 93 
13 - Sistema Interamericano de Direitos HUmanos ............................................................ 97 
13.1 - Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica) ... 97 
13.2 - Protocolo Adicional à Convenção Americana de Direitos Humanos (Protocolo de San 
Salvador) ................................................................................................................ 106 
14 - Aplicações da perspectiva sociológica a temas e problemas contemporâneos da sociedade 
brasileira .................................................................................................................... 107 
15 - Administração institucional de conflitos no espaço público e Práticas judiciárias e policiais no 
espaço público ............................................................................................................ 110 
16 - Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública ........................... 110 
17 - Considerações Finais ............................................................................................. 116 
 
 
 
Direitos Humanos e Cidadania - PRF 
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1 - Considerações Iniciais 
Na aula de hoje traremos um resumo geral da matéria. Não será nada diferente 
do que vimos ao final de cada aula ministrada. Optamos por disponibilizar um 
resumo geral ao final para o caso de você imprimir apenas o resumo. 
Assim, sugerimos que você imprima esse resumo e estude várias vezes antes da 
prova. Como ainda não temos o edital é importante manter a matéria em mente, 
o que deverá ser feito por intermédio desse resumo. Combinados?! 
Boa a aula a todos! 
2 - Teoria Geral dos Direitos Humanos 
z CONCEITO: conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento 
histórico, concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade 
humanas, as quais devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos 
jurídicos em nível nacional e internacional. 
ª dignidade: base dos Direitos Humanos é a dignidade da pessoa. 
ª Direitos Humanos versus Direitos Fundamentais. 
 
z ESTRUTURA NORMATIVA 
 
z NORMAS: 
ª no âmbito internacional: 
a) aos tratados internacionais; 
b) aos costumes; e 
c) aos princípios gerais do Direito Internacional. 
ª no âmbito interno destaca-se: 
a) Constituição Federal; 
b) Leis específicas; e 
DIREITOS HUMANOS
conjunto de valores e direitos na ordem 
internacional para a proteção da 
dignidade da pessoa
DIREITOS FUNDAMENTAIS
conjunto de valores e direitos 
positivados na ordem interna de 
determinado país para a proteção da 
dignidade da pessoa.
ESTRUTURA NORMATIVA DOS 
DIREITOS HUMANOS
possuem normatividade aberta, 
com maior incidência de princípios 
que de regras
 
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c) Atos normativos secundários (como decretos executivos). 
z FUNDAMENTOS DOS DIREITOS HUMANOS 
Impossibilidade de 
delimitação dos Fundamentos 
Nega a possibilidade de fundamentação dos direitos 
humanos, por vários motivos: 
9 há divergênciasquanto à abrangência; 
9 estão em constante evolução; 
9 constituem categoria heterogênea; 
9 são consagrados a partir de juízos de valor, que 
não podem ser justificados e comprovados. 
9 constitui disciplina universalmente aceita e 
fundada na moral. 
 
Em suma: 
 
2.1 - Características dos Direitos Humanos 
z SUPERIORIDADE NORMATIVA (NORMAS JUS COGENS) 
‡Normas anteriores e superiores ao direito estatal posto, decorrente de um
conjunto de ideias, fruto da razão humana.
‡CRÍTICA: os Direitos Humanos não são direitos naturais, preexistentes e
superiores a quaisquer espécie normativa, mas decorrente da evolução
histórica da sociedade
FUNDAMENTO JUSNATURALISTA
‡São Direitos Humanos os valores e juízos condizentes com dignidade
positivados no ordenamento.
‡CRÍTICA: considerá-lo como único fundamento enfraquece a proteção, porque
diante da omissão legislativa ou contrária à dignidade, permite-se a
precarização de tais direitos
FUNDAMENTO POSITIVISTA
‡Os direitos humanos podem ser considerados direitos morais que não aferem
sua validade por normas positivadas, mas diretamente de valores morais da
coletividade humana.
FUNDAMENTO MORAL
É possível delimitar os fundamentos dos 
Direitos Humanos que se consagraram ao 
longo do tempo segundo diversas corrente 
filosóficas.
Juntos, os fundamentos jusnaturalista, 
positivista e moral justificam a importância 
dos Direitos Humanos para a sociedade 
contemporânea.
 
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z HISTORICIDADE 
 
z UNIVERSALIDADE 
 
ª universalismo versus relativismo 
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)
Existem normas de direitos humanos que são hierarquicamente superior no 
ordenamento internacional (conceito).
A superioridade dos Direitos HUmanos é, ao mesmo tempo, superior 
materialmente (de conteúdo) e formal (pois são consideradas "jus cogens").
Para parte da doutrina os direitos houmanos de primeira dimensão são jus 
cogens. Ousa-se afirmar, ainda, que todos os direitos humanos são jus 
cogens em razão da matéria que disciplinam
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E Os Direitos Humanos decorrem de formação histórica, surgindo e se
solidificando conforme a evolução da sociedade (conceito)
Base para o estudo das dimensões dos Direitos Humanos
Implica na vedação ao retrocesso
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os Direitos 
Humanos
aplicam-se a todas as 
pessoas e
destinam-se a todas as 
pessoas
em qualquer lugar do 
mundo
abrangem todos os 
territórios
A universalidade prevalece, no confronto com a corrente relativista.
 
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z RELATIVIDADE 
 
z IRRENUNCIABILIDADE 
 
z INALIENABILIDADE 
‡Os direitos humanos destinam-se a todas as pessoas
e abrangem todos os territórios.
‡Não se deve desconsiderar as diferenças, mas com
respeito às particularidade, objetiva-se encontrar um
modo de proteger a condição humana,
independentemente do sexo, da cor, da religião ou
condições econômicas e sociais.
UNIVERSALISMO
‡As concepções morais variam de acordo com as
diversas sociedades.
‡As diferenças não residem apenas na pessoa em si,
ou seja, na condição humana, mas no contexto social
perante o qual estão inseridos.
‡Não existe como justificar a concepção moral da
pessoal desprendido do contexto no qual ela está
inserida.
RELATIVISMO
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Os direitos humanos podem sofrer limitações para adequá-los a outros
valores coexistentes na ordem jurídica (conceito)
Exceções à 
relatividade
logo são direitos humanos 
absolutos:
vedação á tortura
vedação à escravidão
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Não poderão os titulares do direito humano dispor desse direito,
ainda que pretenda fazê-lo (conceito).
A dignidade humana deve ser observada e respeitada pela simples condição
humana.
Renúncia a direito humano é nula.
 
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z IMPRESCRITIBILIDADE 
 
z INTERDEPENDÊNCIA 
 
z CARÁTER ERGA OMNES 
 
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Os Direitos Humanos não poderão ser comercializados pela pessoa
tutelada por esse direito (conceito).
relaciona-se com a irrenunciabilidade
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As normas de Direitos Humanos não se esgotam com o
passar do tempo (conceito).
Os Direitos Humanos não se sujeitam a prazos prescricionais.
A pretensão indenizatória decorrente de violação da determinado
direito humano está sujeita à prescrição.
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Consitui a relação mútua entre os direitos humanos protegidos pelos
diversos diplomas internacionais (conceito).
Essa característica relaciona-se com a indivisibilidade dos direitos humanos.
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Os direitos humanos são oponíveis conta todos (conceito).
Facetas:
é de interesse da comunidade ver respeitado os direitos
humanos
a aplicação dos direitos humanos a todas as pessoas
decorre da mera condição humana
 
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z EXIGIBILIDADE 
 
z ABERTURA 
 
z APLICABILIDADE IMEDIATA (EFETIVIDADE) 
 
z DIMENSÃO OBJETIVA 
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E Denota a preocupação com a implementação dos direitos humanos e a
efetividade da responsabilização daqueles organismos internacionais
que violarem os direitos humanos (conceito).
Envolve os seguintes
assuntos:
mecanismos de implementação dos direitos
humanos; e
responsabilização dos Estados violadores das
regras de proteção inrternacional.
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Consiste no processo de alargamento do rol dos direitos humanos (conceito).
É sempre possível o reconhecimento de novos direitos humanos, desde que 
relacionem-se ou decorram da dignidade humana.
art. 5º, §2º, da Constituição Federal.
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Regras e princípios que disciplinam os direitos humanos
possuem aplicabilidade imediata e direta, não precisam de
outras normas para disciplinar como será aplicação desses
direitos (conceito).
art. 5º, §1º, da Constituição Federal.
 
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z PROIBIÇÃO DO RETROCESSO (EFEITO CLIQUET) 
 
z EFICÁCIA HORIZONTAL 
 
2.2 - Dimensões dos Direitos Humanos 
 
1ª DIMENSÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
2ª DIMENSÃO DOS 
DIREITOS HUMANOS 
3ª DIMENSÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
direitos direitos civis e políticos 
direitos sociais, culturais 
e econômicos 
direitos difusos e coletivos 
associação 
ao lema da 
Liberdade igualdade fraternidade 
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Os direitos humanos são capazes de impor uma atuação estatal
voltada para a proteção de tais direitos (conceito).
Objetiva criar mecanismos para a promoção dos direitos humanos em toda a
sociedade.
A dimensão objetiva não exclui a dimensão subjetiva (proteção aos sujeitos),
ambas devem coexistir.
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O Uma vez assegurado o direito humano ele não poderá ser
suprimido (conceito).
Denota a característica expansiva e progressiva da disciplina.
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vertical aplicação dos direitos humanos às relações entre o Estado e a sociedade
horizontal aplicação obrigatória e direta dos direitos humanos às relações privadas
diagonal
aplicação dos direitos humanos na relação de 
emprego, que é marcada pela hipossuficiência do 
empregado e pela subordinação jurídica do 
trabalhador ao empregador
 
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Revolução 
Francesa 
marco 
histórico 
¾ Revolução Gloriosa na 
Inglaterra 
¾ Independência dos EUA 
¾ Revolução Francesa 
¾ Revolução Mexicana 
¾ Revolução Russa 
¾ Pós-2ª Guerra Mundial 
¾ Surgimento da ONU 
marco 
teórico 
¾ ³6HJXQGR� 7UDWDGR� VREUH�
R�*RYHUQR´��-RKQ�/RFNH� 
¾ ³2� &RQWUDWR� 6RFLDO´�
(Jean-Jacques Rousseau) 
¾ ³(QFtFOLFD� 5HUXP�
1RYDUXP´� �3DSD� /HmR�
XIII) 
¾ ³0DQLIHVWR� GR� 3DUWLGR�
&RPXQLVWD´��.DUO�0DU[�H�
)UHGHULFK�(QJHOV´ 
¾ trabalhos acadêmicos 
que visem à proteção 
universal e solidária da 
humanidade 
marco 
jurídico 
¾ Constituição Americana 
de 1787 
¾ Declaração Francesa dos 
Direitos do Homem e do 
Cidadão de 1789 
¾ Constituição Mexicana 
de 1917 
¾ Constituição de 
Weimar de 1919 
Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, de 1948 
evolução 
da 
sociedade 
passagem do Estado 
Absolutista para o Estado 
de Liberal 
passagem do Estado 
Liberal para o Estado 
Social 
Revolta da sociedade 
contra as atrocidades das 
guerras mundiais 
exemplo 
direito à liberdade de 
expressão 
direito à saúde direito ao meio ambiente 
 
 
4ª DIMENSÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
5ª DIMENSÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
direito 
¾ pesquisas biológicas e à 
manipulação do patrimônio 
genético das pessoas 
(Norberto Bobbio) 
direitos à paz 
¾ tutela da democracia, do 
direito à informação e o 
pluralismo político (Paulo 
Bonavides) 
marco 
histórico 
Lei de Biossegurança (Lei 
11.105/2005) 
11 de Setembro 
 
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2.3 - Natureza Objetiva da Proteção Internacional de 
Direitos Humanos 
 
2.4 - Esgotamento dos Recursos Internos na Proteção 
dos Direitos Humanos 
Antes de provocação do órgão internacional para apuração de violação aos 
direitos humanos, é preciso provocar os órgãos internos. Assim, a atuação dos 
órgãos internacionais é subsidiária e complementar à atuação interna do Estado. 
 
Há divergência na doutrina se tal regra é substantiva ou requisito meramente 
processual para acionamento do Estado no âmbito internacional. 
Se considerado como um requisito processual, o esgotamento prévio dos recursos 
interno deve ser demonstrado analisado no início do processo, antes da análise 
do mérito da questão debatida. Se for considerado como questão substantiva, o 
órgão julgado avaliará no bojo da questão controvertida se houve ou não o 
esgotamento prévio dos recursos internos. 
 
1ª 
corrente 
Hildebrando 
Accioly 
O esgotamento prévio dos recursos internos é 
um pressuposto material para que o Estado 
seja responsabilizado internacionalmente. 
2ª 
corrente 
Antônio 
Augusto de 
A responsabilidade internacional do Estado 
nasce com a violação do Direito Internacional. 
Assim, o esgotamento dos recursos internos é 
NATUREZA OBJETIVA DA
PROTEÇÃO
tratados de direitos humanos 
preveem somente obrigações aos 
Estados
‡É o dever do Estado garantir a 
proteção contra violações a direitos 
humanos perpetrados dentro do 
seu território
DEVER PRIMÁRIO
‡Da omissão, ineficácia ou 
ineficiência, do responsável 
primário, surge a possibilidade dos 
órgãos e demais Estados 
postulares perante organismos 
internacionais a proteção contra a 
violação de direitos humanos.
DEVER SECUNDÁRIO
 
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Cançado 
Trindade 
um aspecto processual para o acionamento 
internacional. 
Prevalece na doutrina o entendimento de Antônio Augusto de Cançado Trindade, 
segundo a qual o esgotamento dos recursos internos é requisito processual para 
o acionamento internacional. 
2.5 - Noções sobre Limites dos Direitos Humanos na 
Ordem Internacional 
 
3 - Afirmação histórica dos Direitos Humanos 
ª O estudo da afirmação histórica dos Direito Humanos remete à análise dos 
fatos históricos que levaram ao surgimento de direitos e garantias protetivos da 
dignidade das pessoas. 
ª O estudo é dividido em 2 partes: 
1º. afirmação do conceito de pessoa na história; 
2º. grandes etapas históricas na afirmação dos direitos humanos. 
z AFIRMAÇÃO DO CONCEITO DE PESSOA NA HISTÓRIA 
GRÉCIA E 
ATENAS 
A lei escrita e os costumes são considerados o fundamento de toda a 
sociedade, repercutindo no regramento dos assuntos, de modo que a pessoa 
passou a ser objeto de reflexão. 
FILOSOFIA 
ESTOICA 
Centrou a discussão em torno da unidade moral do ser humano e da dignidade 
do homem, pelo qual devemos compreender todos como iguais embora 
existam muitas diferenças individuais. 
CRISTIANISMO 
O cristianismo prega que Jesus é modelo ético de pessoa, uma representação 
factível de Deus e suas doutrinas na terra, que defende a igualdade entre as 
pessoas. 
FILOSOFIA 
KANTIANA 
Segundo a filosofia de Emmanuel Kant, a igualdade é a essência da pessoa, 
responsável pelo núcleo do conceito de direitos humanos. Por conta disso, a 
dignidade da pessoa deve ser considerada um fim em si mesmo, não 
instrumento para ser chegar a determinado objetivo. 
PENSAMENTO 
MARXISTA 
Compreende que houve uma inversão de valores com o desenvolvimento do 
modelo capitalista, na medida em que o operário passou ser considerado 
coisa, deixando de ser sujeito de direito. 
A leitura da soberania como limite de aplicação dos Direitos 
Humanos é fortemente contestada e praticamente não aceita 
pelos doutrinadores, que compreendem que existe um 
conjunto de regras mínimas protetivas que devem ser 
observadas independentemente das diversidades políticas, 
econômicas, sociais ou culturais.
 
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ª A compreensão em torno da pessoa foi valorizada. Juntamente, alguns 
conceitos atrelados à ética e aos comportamentos morais prevaleceram, 
indicando a necessidade de serem protegidos alguns direitos essenciais 
ao homem, em razão de sua natureza. 
z GRANDES ETAPAS HISTÓRICAS NA AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
AFIRMAÇÃO HSTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS 
Constitui a análise dos principais eventos históricos que, de algum modo, contribuíram para o 
desenvolvimento e afirmação dos Direitos Humanos. Tais eventos, em regra estão relacionados 
a: 
 Atrocidades, guerras e surtos de violência; ou 
 Descobertas científicas ou invenções técnicas. 
PERÍODO OBSERVAÇÕES 
PERÍODO AXIAL 
Marca a passagem do pensamento filosófico, que passa ser 
centrado no ser humano, reconhecendo que o homem é o 
centro das atenções. 
REINO DAVÍDICO, DEMOCRACIA 
ATENIENSE E REPÚBLICA ROMANA 
Constituem formas políticas nas quais o poder político 
encontra-se subordinado à lei, sejapor interesse divino 
(Reino de Davi), por interesse democrático (Atenas) ou pela 
estrutura segmentada e organizada da sociedade (Roma). 
BAIXA IDADE MÉDIA 
Marca a reação de setores da sociedade contra a retomada 
do poder, exigindo o respeito da direitos de liberdade. 
- Declaração das Cortes de Lesão de 1188; e 
 - Magna Carta de 1215. 
SÉCULO XVII 
Marca o renascimento de ideais republicanos e 
democráticos, com destaque para o sentimento de liberdade 
e resistência a governos absolutistas: 
- criação do habeas corpus 
- Bill Of Rights 
INDEPENDÊNCIA AMERICANA E 
REVOLUÇÃO FRANCESA 
Período que marca o nascimento dos Direitos Humanos, com 
despontamento da legitimidade democrática, resguardo aos 
direitos de cidadania e valorização da dignidade. 
- Declaração de Independência dos EUA; e 
- Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
RECONHECIMENTO DOS DIREITOS 
HUMANOS SOCIAIS DE 
ECONÔMICOS E SOCIAIS 
Marca a reação da classe operária e difusão do pensamento 
socialista, que viabilizou o reconhecimento dos direitos 
econômicos e sociais como Direitos Humanos. 
PRIMEIRA FASE DE 
INTERNACIONALIZAÇÃO DOS 
DIREITOS HUMANOS 
Marca o surgimento do Direito Humanitário (Cruz Vermelha) 
± vertente dos Direitos Humanos ± a luta contra a 
escravidão (Ato Geral da Conferência de Bruxelas), bem 
como a regulação dos direitos trabalhistas (criação da OIT) 
 
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EVOLUÇÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS A PARTIR DE 1945 
Marca a efetiva internacionalização dos Direitos Humanos, 
com o reconhecimento da dignidade da pessoa como valor 
supremo. 
4 - Direitos Humanos e Responsabilização Estatal 
z CONCEITO E ELEMENTOS 
ª A responsabilidade internacional do Estado é o instituto jurídico que visa 
responsabilizar uma potência soberana pela prática de um ato atentatório (ilícito) 
ao direito internacional perpetrado contra os direitos ou a dignidade de outro 
Estado, prevendo certa reparação a este último pelos prejuízos e gravames que 
injustamente sofreu. 
ª elementos: 
 
ª A responsabilização em regra é reparatória, ou seja, busca retornar ao status 
anterior à violação. Se isso não for possível, é comum a comunidade recorrer à 
indenização financeira como forma compensatória. 
ª A responsabilização penal em nosso estudo é excepcional (genocídio, crimes 
de guerra e crimes contra a humanidade) 
ª A responsabilização por atos ilícitos de direitos humanos é objetiva. Vale dizer, 
o Estado será responsabilizado pela simples violação da norma internacional, 
independentemente da demonstração de intenção ou culpa. 
z FINALIDADE DA RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL 
ELEMENTOS PARA A 
RESPONSABILIZAÇÃO
ato ilícito
ação ou omissão 
contrária à norma 
internacional de direitos 
humanos
imputabilidade
nexo entre o ato ilícito e 
o agente causador 
responsável
prejuízo
dano ao direito humanos 
da vítima
 
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z SUJEITOS PASSIVO E ATIVO 
ª São sujeitos ativos os titulares de direitos e obrigações no plano 
internacional. 
 
ª Os sujeitos passivos são as pessoas, comunidades ou grupos que 
sofram a violação de direitos humanos. 
z PRÉ-REQUISITOS PARA A RESPONSABILIZAÇÃO 
FINALIDADES DA 
RESPONSABILIZAÇÃO
preventiva
busca coagir os Estados a 
observarem as obrigações 
assumidas
repressiva busca reparar atos ilícitos praticados pelos Estados
limitativa
busca impor limites à atuação 
leviana e arbitrária dos 
Estados, capaz de abalar as 
relações pacíficas.
SUJEITOS PASSÍVEIS DE
RESPONSABILIZAÇÃO
ESTADO
direta, decorrente 
de ação ou 
omissão
pelas violações que 
causar a seus nacionais 
ou contra outros 
Estado, indivíduos ou 
grupo de indivíduos
indireta, 
decorrente de 
omissão estatal
pelas violações 
perpetradas por 
residentes contra 
indivíduo ou grupo de 
indivíduos, quando o 
Estado NÃO tomar 
providências.
 
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z CONSEQUÊNCIAS 
OBRIGAÇÕES DOS ESTADOS DECORRENTES DE VIOLAÇÃO A DIREITOS HUMANOS 
Consequência Observações: 
Cessação da 
violação de direito 
 Os Estados são obrigados a agir, incondicionalmente, para a cessação 
de violações de Direitos Humanos. Consiste no dever de garantir a 
dignidade das pessoas. 
Omissão de futuras 
violações 
 O Estado deve abster-se de praticar futuras condutas violadoras de 
direitos humanos 
Restituição natural 
 Uma vez violado o direito humano, compete ao Estado repará-lo, 
retornando ao status quo ante. 
Satisfação 
 Corresponde a todas as formas imateriais de satisfação de violações 
a Direitos Humanos como desculpas oficiais, programas de formação e 
capacitação dos responsáveis pela violação a Direitos Humanos. 
Indenização 
 Se a restituição natural ou a satisfação não forem possíveis, haverá a 
indenização, que pode constituir compensação pecuniária. 
z RESPONSABILIDADE E NORMAS DE JUS COGENS 
PRÉ-REQUISITOS PARA A 
RESPONSABILIZAÇÃO
aplicação das normas de Diretios 
Humanos às pessoas não signatárias 
dos tratados internacionais
esgotamento dos mecanismos internos 
antes da aplicação das normas de 
Direito Internacional
 
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P f Ri d T t t i b 18 d 
 
 
 
5 - Direitos Humanos e Globalização 
z CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS 
1. agravamento de tendências destrutivas da vida social e da vida 
natural; 
2. constituição de grandes entidades privadas transnacionais que 
IXQFLRQDP� FRPR� HVSpFLHV� GH� ³HVWDGRV� SULYDGRV� PXQGLDLV´��
dispostas a se submeter aos estados nacionais; 
3. adequação de uma única potência hegemônica mundial que possui 
a prerrogativa de impor sua própria compreensão prática, política, 
econômica, social e cultural a todo o mundo; 
4. surgimento de fenômeno cultural legitimador da lógica do sistema, 
na perspectiva da afirmação do pensamento único. 
z crise dos direitos humanos, em decorrência da globalização: 
a) pela ausência de direitos para a população mundial; 
b) pela atuação contraditória de Estados que, mesmo signatários de 
tratados internacionais, violam direitos humanos; 
c) pelo esvaziamento do conteúdo das ações emancipatórias, na 
medida em que os direitos humanos tornaram-se discurso oficial e 
institucional; e 
d) crise quanto a acepção dos diretos humanos ante da dita 
hegemonia de pensamento único. 
z CONSEQUÊNCIAS POSITIVAS DOS DIREITOS HUMANOS 
ª a globalização como um projeto civilizatório com implicações profícuas 
em nosso objeto de estudo. 
x escalada mundial que se concretiza no plano local (nas mais 
diversas sociedades) certos padrões de justiça e de solidariedade, 
com vistas à proteção da dignidade da pessoa. Trata-se de uma 
postura universalista em relação ao compartilhamento dos valores 
democráticos. 
x a globalização, pela aproximação de diversos polos, conduz a um 
pensamento universal democrático, entre cujos projetos está a 
proteção à pessoa. 
x a globalização tem o condão de expor a julgamento a condução de 
governos locais. Em razão disso, eventuais violações a Direitos 
‡Dever de cooperação mútuo da sociedade para por fim ao estado de
violação.
‡Não se aceita por nenhum Estado das normas jus cogens, aindaque o
Estado violador não tenha assumido compromisso internacional de respeitá-
lo.
‡Aplicação de sanções de caráter punitivo e educativo em razão do
denominado regime agravo de responsabilidade nas violações de normas jus
cogens.
RESPONSABILIDADE E NORMAS "JUS COGENS"
 
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P f Ri d T t t i b 19 d 
 
 
Humanos vêm à tona na sociedade mundial, favorecendo a 
mobilização da sociedade contra tais comportamentos. 
GLOBALIZAÇÃO E DIREITOS HUMANOS 
GLOBALIZAÇÃO EM 
SENTIDO ESTRITO 
 globalização econômica; 
 prejudicial à proteção almejada pelos Direitos Humanos; e 
 a globalização enquanto um processo econômico trouxe mais 
malefícios que benefícios aos direitos humanos, especialmente 
violações dos direitos sociais, econômicos e culturais (direitos de 
segunda dimensão). 
GLOBALIZAÇÃO EM 
SENTIDO AMPLO 
 globalização civilizatória; 
 favorável à expansão dos Direitos Humanos; e 
 em outro turno a globalização considerada em sentido amplo 
favoreceu à disseminação de políticas e condutas protetivas dos 
direitos humanos e age como mecanismo inibidor de violações a esses 
direitos pela exposição internacional. 
6 - Proteção Internacional dos Direitos Humanos 
ª A parte do Direito Internacional Público, que se responsabiliza pela 
temática dos direitos humanos, por meio de um conjunto de normas e de 
medidas internacionais voltadas à proteção da dignidade da pessoa em 
sentido amplo. 
z PRECEDENTES HISTÓRICOS 
 
 
PRECEDENTES HISTÓRICOS
Direito Humanitário Liga das Nações OIT
 
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P f Ri d T t t i b 20 d 
 
 
 
z INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
ª A expansão, para além das fronteiras nacionais, dos direitos 
fundamentais da pessoa humana, bem como a consagração das normas 
³MXV�FRJHQV´. 
ª Questiona-se o motivo pelo qual os Estado aceitam se condicionar aos 
tratados internacionais de direitos humanos, uma vez que esses tratados 
trazem apenas deveres aos países acordantes, ao contrário, por exemplo, de 
tratados e acordos econômicos que trazem ônus e benefícios para os signatários. 
ª Motivos que levaram à internacionalização dos Direitos Humanos: 
1. repúdio às barbáries da 2ª Guerra Mundial; 
2. vontade dos Estados de adquirir legitimidade na arena internacional; 
3. forma de estabelecer o diálogo ético entre os povos; 
4. finalidade de garantir um patamar mínimo de direitos dignos; 
5. intensa atuação da sociedade civil organizada; e 
6. indignação da comunidade como um todo contra desrespeito a direitos. 
ª Em síntese: 
 
z SISTEMAS DE PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS 
A expansão dos Direitos Humanos ocorreu no planeta todo em planos 
diferentes. 
DIREITO HUMANITÁRIO
conjunto de normas e 
de medidas que 
objetivam proteger 
direitos humanos dos 
envolvidos em 
períodos de guerra.
Movimento da Cruz 
Vermelha
LIGA DAS NAÇÕES
organismo 
internacional criado 
com o intuito de 
promover a 
cooperação, paz e 
segurança 
internacional.
"embrião da ONU"
OIT
organismo 
internacional que 
teve por objetivo 
instituir e promover 
normas internacionais 
de condições mínimas 
e digna de trabalho.
INTERNACIONALIZAÇÃO 
DOS DIREITOS HUMANOS
Constitui a expansão, para além das 
fronteiras nacionais, dos direitos 
fundamentais da pessoa humana, bem 
FRPR�D�FRQVDJUDomR�GDV�QRUPDV�³MXV�
FRJHQV´
 
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P f Ri d T t t i b 21 d 
 
 
 
ª Para além dos sistemas internacionais de Direitos Humanos, cada país possui 
uma organização específica em relação ao tema, denominados sistemas nacionais 
de proteção aos Direitos Humanos. 
 
z RELAÇÃO ENTRE SISTEMAS 
SISTEMAS INTERNACIONAIS
DE DIREITOS HUMANOS
Sistema Global (ONU) Sistemas Regionais
Sistema Europeu de Direitos 
Humanos
Organização dos Estados 
Americanos (OEA)
Organização da Unidade 
Africana
PROTEÇÃO 
DOS 
DIREITOS 
HUMANOS 
NO BRASIL
Sistema Interno 
de Proteção aos 
Direitos 
Humanos
Sistema Global 
de Proteção aos 
Direitos 
Humanos
Sistema 
Americano de 
Proteção aos 
Direitos 
Humanos
 
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P f Ri d T t t i b 22 d 
 
 
 
ª O sistema internacional é subsidiário, atuando apenas na omissão das 
normas de direito interno. 
 
ª A proteção por vários planos é positiva para a máxima efetividade da 
proteção. Há entre os sistemas uma relação de complementaridade, em 
função de que um sistema complementa outro que eventualmente não preveja 
determinada regra de proteção específica. 
ª Em caso de conflito, será definido de acordo com a norma mais benéfica 
à pessoa humana (assemelha-se ao in dubio pro operario, do Direito do 
Trabalho)1. 
ª Em síntese: 
 
z TRÊS VERTENTES DE PROTEÇÃO INTERNACIONAL 
ª Separação em ramos de proteção internacional (conceito atualmente 
criticado) 
 
1 Envolvendo a temática de aplicação da norma mais favorável à dignidade da pessoa, sugere-se 
a leitura do nosso artigo ,QWHUSUHWDomR�³SUR�KRPLQH´�GRV�'LUHLWRV�+XPDQRV, disponível em 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/interpretacao-pro-homine-dos-direitos-
humanos/, acesso em 22.10.2014. 
SISTEMAS
INTERNOS DE
CADA PAÍS
SISTEMA
GLOBAL
SISTEMAS
REGIONAIS
Os sistemas internacionais de proteção aos 
Direitos Humanos (globais ou regionais) 
são subsidiários ao dever interno de 
atuação.
‡ A máxima efetividade dos sistemas de proteção.
‡ A relação de complementaridade entre sistemas
para a integral proteção aos direitos humanos.
‡ A aplicação da norma mais favorável à vítima de
violação a direito humano, quando tutelado por
dois ou mais sistemas.
INTER-RELACIONAMENTO 
ENTRE SISTEMAS
 
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7 - Direitos Humanos na Constituição da República de 
1988 
z PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
ª República Federativa do Brasil 
V
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T
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S
D
IR
E
IT
O
S
H
U
M
A
N
O
S Direitos Humanos
Direito Humanitário
Direito dos Refugiados
1ª VERTENTE: 
DIREITOS HUMANOS
‡Proteção
internacional à
dignidade da pessoa
humana (conceito).
‡Características: a)
legitimidade ativa do
signatário do tratado
para denunciar lesões a
direito humanos; e b)
possibilidade de
peticionamento pelo
indivíduo que teve seu
direito violado junto aos
orgãos internacionais.
‡Organismos
Internacionais: a) ONU;
e b) OEA.
‡Documentos: a) Carta
das Nações Unidas; e b)
Convenção Americana
de Direitos Humanos.
2ª VERTENTE: DIREITO
HUMANITÁRIO
‡Garantia de paz e
segurança dos grupos
vulneráveis em razão
de conflitos militares
e bélicos (conceito).
‡Características: a)
consolida a posição do
indivíduo como sujeito
passivo de direito
internacional; e b)
impossibilidade de
peticionamento pelo
indivíduo que teve seu
direito humano violado.
‡Organismos
Internacionais: a)
Movimento Internacional
da Cruz Vermelha; e b)
Tribunal Penal
Internacional.
‡Documento: Direito de
Genebra.
3ª VERTENTE:DIREITO
DOS REFUGIADOS
‡Proteção contra
violações a direitos
civis, em decorrência
de discriminações,
limitações às
liberdades de
expressão e à opinião
política (conceito).
‡Marco Histórico: pós 2ª
Guerra Mundial, quando
houve necessidade de
repatriamento das
vítimas dos conflitos
bélicos.
‡Documento: Estatuto
dos Refugiados, de
1951.
‡Princípios: a) princípio
do in dubio pro
refugiado; e b) princípio
da não-devolução.
 
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P f Ri d T t t i b 24 d 
 
 
 
ª Fundamentos da República 
 
z SEPARAÇÃO DOS PODERES - assegura a repartição equilibrada dos poderes 
entre órgãos distintos. Essa distribuição de poderes, confere equilíbrio à 
Federação. Paralelamente, foi instituído um sistema de freios e contrapesos, de 
forma que nenhum possa ultrapassar os limites, sem ser contido pelos demais. 
z OBJETIVOS DO ESTADO BRASILEIRO 
FORMA DE 
GOVERNO República
FORMA DE 
ESTADO Federação
REGIME DE 
GOVERNO Democrático
FUNDAMENTOS DA 
REPÚBLICA
soberania
cidadania
dignidade da pessoa 
humana
valores sociais do 
trabalho e da livre 
iniciativa
pluralismo político
SO-CI-DI-VAL-PLU
 
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P f Ri d T t t i b 25 d 
 
 
 
ª fundamentos versus objetivos: 
 
z PREVALÊNCIA DOS DIREITOS HUMANOS COMO PRINCÍPIO REGENTE DAS 
RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
z APLICAÇÃO IMEDIATA E CATÁLOGO ABERTO DOS DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS 
objetivos 
fundamentais
sociedade 
livre, justa e 
solidária
desenvolvimen
to nacional
erradicão da 
pobreza e da 
marginalização
redução das 
desigualdades 
sociais e 
regionais
promoção do 
bem de todos
‡base de sustentação
‡define o ponto de partidaFUNDAMENTOS
‡define o ponto de chegadaOBJETIVOS
‡independência nacional
‡prevalência dos direitos humanos
‡autodeterminação dos povos
‡não-intervenção
‡igualdade entre os Estado
‡defesa da paz
‡solução pacífica dos conflitos
‡repúdio ao terrorismo e ao racismo
‡cooperação entre os povos para o progresso da humanidade
‡concessão de asilo político
PRINCÍPIOS QUE REGEM A REPÚBLICA NAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
 
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P f Ri d T t t i b 26 d 
 
 
ª a aplicabilidade imediata dos direitos e garantias fundamentais, cuja 
concretização jurídica não está condicionada a nenhum outro fator. 
ª ³catálogo aberto de direitos´� - os direitos humanos positivados na 
Constituição não esgotam a proteção à pessoa. 
z DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS COMO CLÁUSULAS PÉTREAS 
ª Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir os 
direitos e garantias individuais. 
z REGRAMENTO DIFERENCIADO DOS TRATADOS E CONVENÇÕES 
INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS 
ª Os tratados internacionais podem assumir diferentes posições, perante a 
organização hierárquica das normas no direito brasileiro. Conforme atual 
posicionamento do STF: 
x tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de 
emenda constitucional: possuem status de emenda constitucional, no 
mesmo patamar hierárquico da Constituição Federlal; 
x tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de 
norma infraconstitucionais: possuem status de norma supralegal, em 
ponto intermediário, acima das leis, abaixo da Constituição Federal. 
x demais tratados internacionais, independentemente do quórum de 
aprovação: possuem status de norma infraconstitucional. 
z SUBMISSÃO AO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 
ª O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação 
tenha manifestado adesão. 
z INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA PARA A JUSTIÇA FEDERAL 
EM CASO DE GRAVE VIOLAÇÃO A DIREITO HUMANO 
 
z MODIFICAÇÕES PERPETRADAS NA CF PERPETRADAS EM DIREITOS HUMANOS 
‡somente o PGR poderá ingressar com o incidente;
‡a petição deverá ser apresentada perante o STJ; e
‡o expediente processual tem por finalidade deslocar o
julgamento de determinado processo da justiça
especializada ou justiça estadual para a justiça federal.
IMPORTANTE!
 
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7.1 - Noções de Teoria Geral dos Direitos 
Fundamentais 
z ORIGEM E CONCEITO 
ª Os direitos fundamentais nada mais são do que os direitos humanos 
positivados no texto constitucional. 
DIREITOS HUMANOS = DIREITOS FUNDAMENTAIS 
ª Dimensões: 
 
Dignidade da pessoa 
humana como fundamento 
da República, valor central e 
orientador de todo o 
ordenamento jurídico 
brasileiro.
Dignidade da pessoa 
humana como objetivo da 
Federação.
Prevalência dos Direitos 
Humanos como princípio 
orientador do Brasil nas 
relações internacionais.
Positivação expressa de um 
rol de Direitos Humanos
Aplicabilidade Imediata dos 
Direitos Humanos
Catálogo aberto de Direitos 
Humanos (aceitação dos 
previstos nos instrumentos 
internacionais)
Direitos Sociais como 
espécie de Direitos 
Fundamentais;
Direitos e garantias 
individuais como cláusulas 
pétreas de nosso Estado.
Formação de Tribunal 
Internacional dos Direitos 
Humanos.
Regramento diferenciado dos 
tratados internacionais de 
Direitos Humanos.
Possibilidade de submissão 
ao Tribunal Penal 
Interncional
Incidente de descolamento 
de competência para a 
Justiça Federal em caso de 
grave violação a direito 
humano.
 
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P f Ri d T t t i b 28 d 
 
 
 
1ª DIMENSÃO DOS 
DIREITOS HUMANOS 
2ª DIMENSÃO DOS 
DIREITOS HUMANOS 
3ª DIMENSÃO DOS 
DIREITOS HUMANOS 
direitos direitos civis e políticos 
direitos sociais, 
culturais e 
econômicos 
direitos difusos e 
coletivos 
associação ao 
lema da 
Revolução 
Francesa 
Liberdade igualdade fraternidade 
marco histórico 
¾ Revolução Gloriosa na 
Inglaterra 
¾ Independência dos 
EUA 
¾ Revolução Francesa 
¾ Revolução Mexicana 
¾ Revolução Russa 
¾ Pós-2ª Guerra Mundial 
¾ Surgimento da ONU 
marco teórico 
¾ ³6HJXQGR� 7UDWDGR�
VREUH� R� *RYHUQR´� �-RKQ�
Locke) 
¾ ³2� &RQWUDWR� 6RFLDO´�
(Jean-Jacques 
Rousseau) 
¾ ³(QFtFOLFD� 5HUXP�
1RYDUXP´� �3DSD� /HmR�
XIII) 
¾ ³0DQLIHVWR� GR�
3DUWLGR� &RPXQLVWD´�
(Karl Marx e Frederich 
(QJHOV´ 
¾ trabalhos acadêmicos 
que visem à proteção 
universal e solidária da 
humanidade 
marco jurídico 
¾ Constituição 
Americana de 1787 
¾ Declaração Francesa 
dos Direitos do Homem e 
do Cidadão de 1789 
¾ Constituição 
Mexicana de 1917 
¾ Constituição de 
Weimar de 1919 
Declaração Universal dos 
Direitos do Homem, de 
1948 
evolução da 
sociedade 
passagem do Estado 
Absolutista para o 
Estado de Liberal 
passagem do Estado 
Liberal para o Estado 
Social 
Revolta da sociedade 
contra as atrocidades das 
guerras mundiais 
exemplo 
direito à liberdade de 
expressão direito à saúde direito ao meio ambiente 
 
 
4ª DIMENSÃO DOS 
DIREITOS HUMANOS 
5ª DIMENSÃO DOS 
DIREITOS HUMANOS 
direito 
¾ pesquisas biológicas e à 
manipulação do patrimônio 
genético das pessoas 
(Norberto Bobbio) 
direitos à paz 
¾ tutela da democracia, do 
direito à informação e o 
pluralismo político (Paulo 
Bonavides) 
marco 
históricoLei de Biossegurança (Lei 
11.105/2005) 
11 de Setembro 
 
z DIREITOS FUNDAMENTAIS VERSUS GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
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P f Ri d T t t i b 29 d 
 
 
ª Direito fundamental constitui um interesse ou uma faculdade 
juridicamente protegida em razão de possui valores essenciais da ordem 
jurídica. 
ª Garantia fundamental, por sua vez, constitui um procedimento 
específico, uma salvaguarda, cuja finalidade é conferir eficiente proteção 
a direitos fundamentais. 
z CLASSIFICAÇÃO DAS GARANTIAS 
GARANTIAS 
PROCESSUAIS 
ª são os remédios 
constitucionais 
ª habeas corpus, habeas data etc. 
GARANTIAS 
MATERIAIS 
ª São as garantias propriamente 
ditas 
ª sigilo bancário é garantia material da 
privacidade, da intimidade etc. 
GARANTIAS 
INSTITUCIONAIS 
ª são institutos que a CF 
consagra e que visa em última 
instância preservar o Estado 
Democrático de Direito em que se 
baseiam os direitos 
fundamentais. 
ª independência do Poder Judiciário é 
garantia institucional de todos os 
direitos na medida em que os protege 
de violação do próprio Estado; 
separação de Poderes visa proteger a 
liberdade humana etc. 
z FUNDAMENTOS 
 
z TITULARIDADE 
TITULARIDADE ATIVA TITULARIDADE PASSIVA 
ª Pessoas naturais: titularidade de todos os direitos 
fundamentais. 
ª Poder Público: 
abrangendo o Poder 
‡Normas anteriores e superiores ao direito estatal posto, decorrente de um
conjunto de ideias, fruto da razão humana.
‡CRÍTICA: os Direitos Humanos não são direitos naturais, preexistentes e
superiores a quaisquer espécie normativa, mas decorrente da evolução
histórica da sociedade
FUNDAMENTO JUSNATURALISTA
‡São Direitos Humanos os valores e juízos condizentes com dignidade
positivados no ordenamento.
‡CRÍTICA: considera os Direitos Humanos como único fundamento enfraquece
a proteção, porque diante da omissão legislativa ou de contrária à dignidade
permite-se a precarização de tais direitos
FUNDAMENTO POSITIVISTA
‡Os direitos humanos podem ser considerados direitos morais que não aferem
sua validade por normas positivadas, mas diretamente de valores morais da
coletividade humana.
FUNDAMENTO MORAL
 
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P f Ri d T t t i b 30 d 
 
 
ª Pessoas jurídicas: titularidade dos direitos fundamentais 
compatíveis, como o direito à propriedade. 
ª Poder público: titularidade de direitos fundamentais 
compatíveis, como as garantais processual do contraditório, ampla 
defesa etc. 
ª Entes despersonalizados: são titulares considerando os direitos 
de 3ª dimensão como as comunidades indígenas. 
E os animais, são titulares de direitos fundamentais? 
Embora haja internacionalmente países que atribuam direitos 
fundamentais aos animais, nosssa CF adota adita uma visão 
antropocêntrica (homem é o centro) de forma que a fauna e a flora 
são objetos de tutela constitucional na qualidade de bens jurídicos, 
e não de sujeitos de direitos. 
Executivo, Legislativo e 
Judiciário. 
ª Ordem Internacional. 
ª A própria sociedade. 
z LIMITAÇÕES AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
ª Não há direito absoluto em nosso ordenamento. Até mesmo o direito à vida 
poderá ser restringido em hipóteses excepcionais. 
ª Alguns direitos fundamentais sofrem limitação pela própria Constituição. 
Existem direitos fundamentais sujeitos à reserva legal qualificada. 
ª Existem também direitos fundamentais que sofrem limitação em razão da 
tutela de outro direito fundamental. É o que se denomina de reserva legal 
simples. Nesses casos, quando dois direitos fundamentais colidem, eles cedem 
para sejam resolvidos os conflitos sociais. 
 
7.2 - Direitos Fundamentais em Espécie 
z DIREITOS INDIVIDUAIS VERSUS DIREITOS COLETIVOS 
ª Direitos individuais - são os direitos fundamentais do homem enquanto 
indivíduo isolado. São aqueles que reconhecem autonomia aos particulares, 
garantindo a iniciativa e independência diante dos demais membros da sociedade 
política e do próprio Estado. Por isso, a doutrina costuma englobá-los na 
concepção de liberdade-autonomia. 
ª Direitos coletivos - são direitos fundamentais aplicáveis às pessoas enquanto 
coletividade. 
z DIREITOS BÁSICOS DO CAPUT DO ART. 5º 
LIMITAÇÕES DE 
DIREITOS
Reserva Legal 
Qualificada
limitação pela 
própria CF
Reserva Legal 
Simples
limitação em razão 
da colisão entre 
direitos 
fundamentais
 
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P f Ri d T t t i b 31 d 
 
 
 
z DIREITO À IGUALDADE (OU ISONOMIA) 
ª igualdade versus gerações de direito 
 
ª O princípio da isonomia opera em dois planos distintos. 
 
ª ações afirmativas: 
DIREITOS BÁSICOS DO ART. 5º
Direito a 
Igualdade Direito a Vida
Direito a 
Liberdade
Direito a 
Segurança
Direito a 
Propriedade
1ª GERAÇÃO igualdade formal
2º GERAÇÃO igualdade substancial
3ºGERAÇÃO igualdade pluralista (direito de 
ser diferente)
‡É a igualdade frente ao legislador ou ao próprio
executivo, na edição de leis de um modo geral,
impedindo que se possa conferir tratamento
abusivamente diferenciado a pessoas que se
encontram em situações idênticas.
IGUALDADE NA LEI
‡Implica na obrigatoriedade do intérprete de aplicar
a lei de maneira igualitária, sem estabelecimento
de diferenciações em razão de sexo, religião,
convicções filosóficas ou políticas, raça, classe
social.
IGUALDADE PERANTE A LEI
 
Direitos Humanos e Cidadania - PRF 
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P f Ri d T t t i b 32 d 
 
 
 
z DIREITO À VIDA 
ª Quando começa a vida? Embora não haja um posicionamento uníssono, o 
entendimento atual majoritário é no sentido de que a vida inicia-se com o 
nascimento, contudo, a legislação protege os direitos do concepturo (embrião 
concebido, porém não nascido). 
ª Aborto 
NECESSÁRIO (ou terapêutico) 
Envolve as situações de risco de vida para a mãe, 
hipótese em que surge conflito de dois direitos 
fundamentais de igual natureza: a vida da mãe e 
do feto. 
É permitido, tem previsão no Código Penal e não 
depende autorização judicial. 
SENTIMENTAL (ou humanitário) 
Envolve os casos de estupro. Do mesmo modo, há 
conflito entre direitos fundamentais: a vida do feto 
e a honra ou liberdade sexual da mãe. 
Do mesmo modo, é permitido, conforme disposto 
na legislação penal, contudo, depende de anuência 
da genitora ou do representante legal. 
EUGENÉSICO POR 
IMPOSSIBILIDADE DE 
SOBREVIVÊNCIA DO FETO POR 
DEFORMAÇÃO FÍSICA OU GENÉTICA 
Envolve o conflito de dois direitos fundamentais de 
naturezas diferentes: a vida do feto e a integridade 
física ou psicológica da mãe. 
O STF, conferindo interpretação conforme a 
Constituição à tipificação legal do crime de aborto, 
entendeu possível o aborto de anecéfalos se ficar 
constatada a impossibilidade de vide extrauterina. 
EUGENÉSICO POR RISCO DE 
ENFERMIDADE 
É o aborto em razões de risco de deformação do 
feto. Nesse caso, surge conflito de dois direitos 
fundamentais de naturezas diferentes: a vida do 
feto e a liberdade e o conforto dos pais. 
Não é admitido no Brasil. 
SOCIAL 
Situações em o aborto é realizado por 
conveniência. 
AÇÕES 
AFIRMATIVAS
São mecanismos destinados a proteger certos 
grupos, enfocando-os a partir de uma realidade 
histórica de marginalização social ou de 
hipossuficiência decorrente de outros fatores, 
estabelecendomedidas de compensação, 
enquanto persistirem tais fatores, para 
concretizar, ao menos em parte, uma igualdade 
de oportunidades com os demais indivíduos que 
não sofreram as mesmas espécies de restrições 
(cotas para negros, mulheres, portadores de 
deficiência).
 
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Não é admitido no Brasil. 
ª Morte 
EUTANÁSIA 
A eutanásia pode ocorrer por aplicação de remédios quando se deixar de ser 
adotada medida para salvação, quando alguém a vida de alguém está em 
condição de sofrimento insuportável e que não tem perspectivas de melhoras. 
Não é permitido no Brasil. 
ORTANÁSIA 
Constitui a morte natural, sem interferência da ciência, permitindo ao paciente 
morte digna, sem sofrimento, deixando a evolução e percurso da doença. 
Nesse caso são evitados métodos extraordinários de suporte de vida, como 
medicamentos e aparelhos, em pacientes irrecuperáveis e que já foram 
submetidos a suporte avançado de vida. 
z DIREITO À LIBERDADE 
ª Os direitos de liberdade são denominados de direitos de primeira dimensão, 
também conhecidos como liberdades públicas. 
ª O direito de liberdade fundamenta a autonomia privada e decorre do princípio 
democrático. Ao longo dos incisos do texto constitucional haverá vários outros 
incisos que são decorrências do direito à liberdade. 
z DIREITO À SEGURANÇA ± compreende: 
1. A segurança em geral, decorrentes dos princípios da legalidade e da 
irretroatividade. Implica na garantia que lhe assegura o direito de fazer 
tudo aquilo que não estiver vedado por lei. É uma segurança para o 
indivíduo no exercício de suas ações. 
2. A segurança à vida intima, que implica no respeito à privacidade, honra e 
imagem; e 
3. A segurança em matéria judiciária, que envolve direitos ligados aos 
processos judiciais, como a garantia da coisa julgada, direito adquirido e 
ato jurídico perfeito; e 
4. A segurança em matéria penal, que reporta-se ao dever do Estado de 
manter a ordem e o Estado Constitucional de Direito. 
z INCISOS DO ART. 5º 
* vamos destacar os principais incisos, que caem com mais frequência em provas. 
ª é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO o anonimato. 
ª é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre 
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais 
de culto e a suas liturgias. 
ª NINGUÉM será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de 
convicção filosófica ou política, SALVO se as invocar para eximir-se de obrigação 
legal a todos imposta E recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. 
ª é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, INDEPENDENTEMENTE de censura ou licença. 
 
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ª são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação. 
ª A casa é asilo inviolável do indivíduo, NINGUÉM nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, SALVO em caso de flagrante delito ou desastre, ou 
para prestar socorro, ou, DURANTE O DIA, por determinação judicial. 
ª É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de 
dados e das comunicações telefônicas, SALVO, no último caso [comunicações 
telefônicas], por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer 
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. 
ª É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
ª Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao 
público, INDEPENDENTEMENTE de autorização, DESDE QUE não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido 
prévio aviso à autoridade competente; 
ª É plena a liberdade de associação para fins lícitos, VEDADA a de caráter 
paramilitar. 
ª A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas INDEPENDEM 
de autorização, sendo VEDADA a interferência estatal em seu funcionamento. 
ª As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas 
atividades suspensas por DECISÃO JUDICIAL, exigindo-se, no primeiro caso, o 
trânsito em julgado. 
ª NINGUÉM poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado. 
ª As entidades associativas, QUANDO EXPRESSAMENTE AUTORIZADAS, têm 
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. 
ª A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública, OU por interesse social, mediante justa e prévia indenização 
em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição. 
ª No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver 
dano [requisição administrativa]. 
ª A pequena propriedade rural, assim definida em lei, DESDE QUE trabalhada 
pela família, NÃO será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes 
de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu 
desenvolvimento. 
ª Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, 
sob pena de responsabilidade, RESSALVADAS aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
ª A prática do racismo constitui crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL, sujeito 
à pena de reclusão, nos termos da lei. 
 
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ª A lei considerará crimes INAFIANÇÁVEIS e INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU 
ANISTIA a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. 
ª Constitui crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL a ação de grupos armados, 
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. 
ª NENHUM brasileiro será extraditado, SALVO o naturalizado, em CASO DE 
CRIME COMUM, PRATICADO ANTES DA NATURALIZAÇÃO, ou de comprovado 
ENVOLVIMENTO EM TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS 
[pode ser após regular naturalização], na forma da lei. 
ª NÃO será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. 
ª NÃO haverá prisão civil por dívida, SALVO a do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do 
depositário infiel [não mais aplicável]. 
7.3 - Tutelas Constitucionais das Liberdades 
z HABEAS CORPUS Æ conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer 
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
z MANDADO DE SEGURANÇA 
ª Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, 
não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela 
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica 
no exercício de atribuições do Poder Público; 
ª Mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
x partido político com representação no Congresso Nacional; 
x organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menosum ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados. 
z AÇÃO POPULAR Æ qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular 
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência. 
z HABEAS DATA 
ª Conceder-se-á "habeas-data": 
x para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
x para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo 
sigiloso, judicial ou administrativo. 
 
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z MANDADO DE INJUNÇÃO Æ conceder-se-á mandado de injunção sempre que 
a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania. 
7.4 - Direitos Sociais 
z DIMENSÃO: espécie de Direitos Humanos de segunda dimensão. 
z CONCEITO: são um conjunto de prerrogativas que objetivam a implementação 
de direitos humanos por meio da atuação estatal. São, por isso, denominados 
de direitos prestacionais, que exigem uma atuação efetiva e material do 
Estado na sua promoção. 
z CLÁUSULAS PÉTREAS: 
 
z CLASSIFICAÇÃO: 
 
z DIREITOS SOCIAIS Æ caput do art. 6º 
 
z VEDAÇÃO DO RETROCESSO 
ª Por vedação ao retrocesso, aplicada aos direitos sociais, devemos compreender 
que os direitos vinculam o legislador infraconstitucional, exigindo um 
comportamento ativo na promoção dos direitos prestacionais assegurados. 
Parte-se da ideia que esses direitos devem ser incessantemente buscados 
DIREITOS SOCIAIS também são protegidos como cláusulas pétreas
DIREITOS
SOCIAIS
‡direitos sociais genéricos
‡direitos sociais individuais do trabalhador;
‡direitos de proteção ao trabalho;
‡direitos de proteção à contraprestação ao empregado
‡direitos relacionados à duração, descansos e intervalos de 
jornada;
‡direitos de não-discriminação na relação de trabalho;
‡direitos de saúde e medicina do trabalho;
‡direitos coletivos do trabalho;
‡liberdade de associação profissionais ou sindical;
‡direito de greve.
saúde alimentação trabalho moradia lazer
segurança previdência social
proteção à 
maternidade e à 
infância
assistência aos 
desamparados transporte
 
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e constantemente ampliados de forma atingirmos os objetivos fundamentais 
que estamos no art. 3º. 
z DIREITOS DOS TRABALHADORES 
 
ª princípios 
 
ª destinatários: 
DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS CONSTITUCIONALMENTE ASSEGURADOS, DE ACORDO COM TEXTO DA 
CRFB 
aplicam-se todos os direitos 
previstos aos: 
aplicam-se apenas parte dos 
direitos aos: 
não se aplicam os direitos 
aos: 
Empregados urbanos (assim 
considerados aqueles que se 
amoldam ao art. 2º, da CLT). 
Empregados domésticos 
(assim considerados aqueles 
que se amoldam ao art. 1º, da 
LC 150/2015. 
Trabalhador eventual (cujo 
conceito é extraído do art. 12, 
IV, da Lei 8.212/1991). 
Empregados rurais (assim 
considerados aqueles que se 
amoldam ao art. 2º, da Lei 
5.889/1973). 
 
Trabalhador autônomo (cujo 
conceito é extraído do art. 12, 
V, da Lei 8.212/1991). 
Trabalhador avulso (cujo 
conceito é extraído do art. 12, 
VI, da lei 8.212/1991). 
 
Trabalhador temporário 
(assim considerados aqueles 
que se amoldam ao art. 2º, da 
Lei 6.019/1974). 
ª Caput do art. 7º, da CRFB 
 
‡a importância que a CF conferiu ao trabalho; e
‡a necessidade de conjugá-los harmonicamente com
as atividades da iniciativa privada e a ordem
econômica.
ESSES DISPOSITIVOS 
EVIDENCIAM
RESERVA DO 
POSSÍVEL
implementação segundo condições 
econômico-financeiras do Estado.
MÍNIMO 
EXISTENCIAL
conjunto de direitos sociais 
imprescindíveis à vida digna.
VEDAÇÃO AO 
RETROCESSO
garantia de estabilidade a direito social 
efetivado.
Empregados urbanos e empregados 
rurais recebem o mesmo 
tratamento constitucional em 
relação aos seus direitos.
O rol constante do art. 7º, da CF, é 
exemplificativo. Às leis, aos 
tratados internacionais e à 
negociação coletiva é dada a tarefa 
de ampliar esses direitos
 
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ª Direitos dos Trabalhadores em espécie (incisos do art. 7º) (destacamos os 
principais direitos) 
x relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem 
justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização 
compensatória, dentre outros direitos; 
x seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
x salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender 
a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, 
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e 
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder 
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
x duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e 
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da 
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
x repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
x remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta 
por cento à do normal; 
x gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do 
que o salário normal; 
x assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; 
x seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir 
a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; 
x ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo 
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o 
limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; 
x proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de 
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
x proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre 
os profissionais respectivos; 
x proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito 
e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de 
aprendiz, a partir de quatorze anos; 
x igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício 
permanente e o trabalhador avulso. 
ª Proteção constitucional aos empregados domésticos (§ único do art. 7º, da CF) 
(1) São direitos assegurados desde logo aos trabalhadores domésticos 
independentemente de regulamentação infraconstitucional: 
IV 
Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas 
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, 
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes 
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para 
qualquer fim. 
VI Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo. 
 
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VII Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração 
variável. 
VIII 
Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da 
aposentadoria. 
X Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa. 
XIII 
Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro 
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante 
acordo ou convenção coletiva de trabalho. 
XV Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. 
XVI 
Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento 
à do normal. 
XVII 
Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o 
salário normal. 
XVIII Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento 
e vinte dias. 
XIX Licença-paternidade, nos termos fixados em lei. 
XXI 
Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos 
termos da lei. 
XXII 
Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e 
segurança. 
XXIV Aposentadoria. 
XXVI Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho. 
XXX Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão 
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. 
XXXI 
Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do 
trabalhador portador de deficiência. 
XXXIII 
Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os 
profissionais respectivos. 
(2) São direitos assegurados aos empregados domésticos, que foram 
regulamentados pela Lei Complementar nº 150/2015. 
I 
Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos 
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros 
direitos. 
 
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II Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário. 
III Fundo de garantia do tempo de serviço. 
IX Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. 
XII 
Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos 
termos da lei. 
XXV 
Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos 
de idade em creches e pré-escolas. 
XXVIII 
Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a 
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. 
7.5 - Direitos de Nacionalidade na Constituição Federal 
z POVO versus NACIONALIDADE 
 
z MODOS E CRITÉRIOS DE AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE 
 
 
z NACIONALIDADE BRASILEIRA 
ª Brasileiro Nato 
NASCIDOS NO BRASIL (art. 12, I, a, da CF). 
NACIONALIDADE
A nacionalidade é considerada o vínculo 
jurídico-político estabelecido entre o 
indivíduo e determinado Estado.
NACIONALIDADE
ORIGINÁRIA
nato
ADQUIRIDA
naturalizado
CRITÉRIOS PARA AFERIÇÃO DA 
NACIONALIDADE
‡territorial (ius soli)
‡sanguíneo (ius sanguini)
 
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NASCIDO NO ESTRANGEIRO EM QUE UM DOS PAIS É BRASILEIRO E 
ESTEJA A SERVIÇO DO BRASIL (art. 12, I, b, da CF). 
 
NASCIDO NO ESTRANGEIRO, DE PAI OU MÃE BRASILEIRA, QUE SEJA 
REGISTRADO EM REPARTIÇÃO BRASILEIRA OU QUE VENHA A RESIDIR 
EM NOSSO PAÍS E OPTE PELA NACIONALIDADE BRASILEIRA APÓS 
ATINGIR A MAIORIDADE CIVIL (art. 12, I, c, da CF). 
Síntese: 
 
ª Brasileiro Naturalizado 
FILHO DE PAIS ESTRANGEIROS QUE 
NASCE NO BRASIL
regra
brasileiro
exceção
estrangeiro
SE AO MENOS UM DOS PAIS ESTIVER A SERVIÇO 
DO PAÍS DE ORIGEM
Ao menos um dos pais brasileiros E
Esse genitor deve estar a serviço do Brasil
B
R
A
S
IL
E
IR
O
 N
A
T
O
nascer no Brasil, desde que os pais 
estrangeiros não estejam a serviço de 
seus respectivos países
nascer no estrangeiro, porém filho de 
pai e/ou mãe brasileiros, que estão no 
exterior a serviço do Brasil
nascido no estrangeiro, de pai ou mãe 
brasileiros, que não estejam à serviço 
do Brasil, desde que:
seja resgistrado em repartição 
competente OU
venha residir no Brasil e opte, em 
qualquer tempo depois de atingir a 
maioridade civil, pela nacionalidade 
brasileira.
 
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NATURALIZAÇÃO TÁCITA 
NÃO EXISTE EM NOSSO ORDENAMENTO jurídico atual a naturalização tácita. 
NATURALIZAÇÃO EXPRESSA 
A naturalização expressa é a que depende de requerimento, pelo qual a pessoa 
interessada demonstra que pretende ser brasileiro. 
NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA 
Em relação aos estrangeiros originários de países que falam a língua portuguesa, 
são dois os requisitos exigidos no art. 12, II, a, da CF: 
 
 
NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA (QUINZENÁRIA) 
Condições em que será possível aos demais estrangeiros se tornar brasileiro 
naturalizado. São três os requisitos: 
NATURALIZADOS
tácita expressa
ordinária extraordinária
1º - residência por um ano ininterrupto
2º - idoneidade moral
NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA
aplica-se a todos os países que falarem o português oficialmente
requisitos
1º - residência por um ano 
ininterrupto
2º - idoneidade moral
 
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Síntese: 
NATURALIZAÇÃO 
ORDINÁRIA 
NATURALIZAÇÃO 
EXTRAORDINÁRIA 
OBSERVAÇÕES NATURALIZAÇÃO 
DAQUELES QUE 
FALAM PORTUGUÊS 
NATURALIZAÇÃO 
DOS DEMAIS 
Residência por 1 ano 
ininterrupto 
Residência por 15 
anos ininterruptos 
 Notem que naturalização extraordinária 
exige muito mais tempo de permanência no 
Brasil. 
Idoneidade moral 
Ausência de 
condenação penal 
 Notem que na naturalização extraordinária 
a pessoa não poderá ter qualquer 
envolvimento com práticas ilícitas. 
-- 
Requerimento do 
interessado 
 Em relação ao requerimento, embora a CF 
exija-o expressamente na naturalização 
extraordinária apenas, tal requisito também é 
exigido na naturalização ordinária, segundo 
legislação infraconstitucional. 
Discricionária Vinculada = quanto à decisão 
z QUASE-NACIONALIDADE 
ª Tem por finalidade conferir um tratamento diferenciado aos portugueses que, 
embora não desejem se tornar brasileiros, aqui permaneçam. 
1º - Residência por 15 anos ininterruptos
2º - Ausência de condenação penal
3º - Requerimento do interessado
NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA 
(portugueses) DISCRICIONÁRIA
NATURALIZAÇÃO 
EXTRAORDINÁRIA (demais) VINCULADA
NATURALIZAÇÃO DOS DEMAIS 
ESTRANGEIROS
requisitos
1º - 15 anos de 
residência ininterrupta
2º - ausência de 
condenação penal
3º - requerimento do 
interessado
 
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ª A CF assegura aos quase-nacionais os direitos inerentes aos 
brasileiros, a não ser as exceções constitucionais. 
ª A CF exige seja observada a RECIPROCIDADE de tratamento dos 
portugueses em relação ao Brasil. 
ª Para concessão da reciprocidade é necessário a aquiescência formal do 
Estado brasileiro e o requerimento

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