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RESENHA HIST PSICOLOGIA.

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE PSICOLOGIA
TAILAN OLIMPIO
RESENHA
MANAUS/AM
2018
TAILAN OLIMPIO
RESENHA
Trabalho apresentado ao curso de Psicologia da Universidade Paulista/UNIP, como exigência para obtenção de nota parcial da disciplina História da Psicologia, ministrada pela Profa. MSc. Patrícia Góes. 
MANAUS/AM
2018
Os três textos utilizados para a confecção da presente resenha são de Pedro Luiz Ribeiro de Santi, em seu livro: A construção do eu na Modernidade. Uma apresentação didática. (Ribeirão Preto: Holos, 1998). Santi é brasileiro. Psicanalista. Professor. Autor de diversas obras entre livros e artigos nas áreas de Psicanálise, de consumo e de subjetividade contemporânea. 
O texto em questão, na verdade, são os capítulos 2, 3, 10 e 11 do referido livro. Sendo que o 2 é: A passagem da Idade Média ao Renascimento. O 3 trata sobre: O Humanismo no Renascimento. O capítulo 10 aborda: O público e privado. Já o capítulo 11 é a: Tempestade e Ímpeto: O Romantismo. 
 Percebe-se que Santi, no capítulo 2, utiliza-se da tese de Figueiredo para mostrar que no Renascimento a concepção de subjetividade privada incluía a ideia de liberdade do homem e de sua posição como centro do mundo, afinal no Renascimento surge o Humanismo Moderno.
Nota-se que até hoje o ser humano luta pela sua individualidade, privacidade. O Humanismo traz a valorização do ser humano que já não é submetido ao poder dos deuses como na filosofia de Sócrates e Eurípedes, também é notável que o homem é tido como medida de todas as coisas e centro do mundo.
Taylor, recentemente afirmou, partindo de uma análise na qual observou desde Platão, que todos possuímos uma interioridade. E isso é confirmado veementemente por Santo Agostinho.
Neste período a experiência humana é tida como algo altamente subjetivo. E a crença na liberdade humana é bem restrita. Um exemplo disso é que a música que ilustra esse período da História é o Canto Gregoriano. O texto anexo desse capítulo é: The body social (O corpo social), de Salisbury. 
O capítulo 3 da obra de Santi, inicia-se como uma descrição de Pessanha sobre a definição de Humanismo, a saber: “O termo ‘humanismo’ é derivado de humanitas, que nos tempos de Cícero (106-43 a. C.) designava a educação do homem enquanto considerado em uma sua condição propriamente humana. (...). Outro fundamento do humanismo renascentista foi a convicção de que o mundo natural é o reino do homem.”
Observa-se, destarte que houve uma mudança na concepção do lugar do homem, pois agora há uma grande valorização do mesmo. E este mesmo ser humano deve buscar uma formação para se constituir como pessoa humana cuidando de si.
Na passagem da Idade Média para o Renascimento vários eventos marcaram a História, dentre eles estão a diminuição do poder da igreja, a Reforma Protestante, a crise no feudalismo, o nascimento das cidades, as rotas de comércio e a expansão marítima.
Nesse período o homem não pode mais contar com uma resposta dada por uma autoridade absoluta, caberia a ele próprio buscar ou construir suas próprias respostas. Agora é o homem e não mais é Deus que é o centro do mundo.
Giotto, apenas um artista um pouco mais antigo, destoa da forma como da Vinci e Michelangelo despontam com mais que artistas, pois são gênios de múltiplos talentos.
O texto anexo data de 1486 e pertence a Mirandola: Discurso sobre a dignidade do homem.
Já ressalta que nesse período de tantas e tão significativas mudanças, a fé em deus não foi abalada, mas agora ele é entendido como um criador que paira por sobre sua obra, que passa a ter vida própria e liberdade.
Essa liberdade é o dom maior dado ao homem, pois permite que o mesmo tenha que passar a tentar descobrir caminhos do bem, definir o que é certo e errado. 
Algo muito interessante apontado por Santi no fim do 3.o capítulo é que a colocação do homem como cerne do mundo produz a concepção de que tudo que existe é para contemplação e utilização.
Santi inicia o capítulo 10 falando sobre o século XVII, onde aconteceu a “inauguração” da Modernidade propriamente dita. Um dos fatos mais relevantes nesse período foi a forma como se deu a relação entre as esferas pública e privada, pois o eu passou a ser o centro do mundo. Surgindo assim a privacidade que permitira ao ser humano usufruir do seu verdadeiro eu que é mascarado pela etiqueta e boas maneiras.
O autor utiliza, nesse capítulo 10, de vários outros autores para fundamentar seu pensamento; tais como Hobbes, Laclos, Sade, Beauvoir, Monzani e até o compositor Mozart é citado. Dentre estes, merece destaque Sade, afinal o mesmo tem inúmeros trechos de duas obras citados, a saber: La philosophie dans le boudoir (A filosofia da alcova) e Les infortunes de la vertu (Os infortúnios da virtude). 
Quando o autor começa a escrever sobre Tempestade e Ímpeto: o Romantismo; no capítulo 11, retoma o que foi visto no capítulo 10, que no século XVII, houve uma iluminação do espaço excluído do eu, ou seja, o eu interior, passou a ter vez e voz. O eu que estava encoberto necessita ser revelado. A vida social-urbana-civilizada será acusada de afastar o homem de sua verdadeira natureza.
Para compreender o Romantismo, é preciso entender que este encontra-se vinculado à natureza, pois esta representa um saudosismo do estado natural do homem, e ao qual o ser humano precisa reencontrar. Por isso, a natureza é completamente idealizada.
Nota-se que o Romantismo surge como um movimento de crítica à Modernidade, mais especificamente ao Iluminismo e toda a sua forma exacerbada de racionalismo. O Romantismo recusa o princípio cartesiano, (criado por Descartes), segundo o qual o homem se caracteriza como ser pensante, pois afirma que o homem, na verdade, é passional.
Werter, obra literária de Goethe, surge como texto anexo, para exemplificar as ideias sobre o Romantismo e impetuosidade do fim do século XVIII até os meados do XIX.
Quando se fala em romantismo atualmente se pensa em demonstrações de afeto, calmaria, no entanto, isso em nada representa o Romantismo ao qual Santi se refere no capítulo 11 de A construção do eu na Modernidade. Pois durante esse período até a natureza, que era alvo de apreciação e saudosismo, doravante, passa a ser vista como uma natureza violenta, como pode ser observado claramente nas obras de Goethe, também nas telas de Turner e nas melodias de Beethoven. 
O texto de Santi é de grande importância para a compreensão das mudanças que ocorreram ao longo de um determinado período histórico, bem os impactos ocasionados por tais mudanças na vida humana. 
A linguagem é de fácil assimilação, pois o autor utiliza vários outros autores, textos anexos, exemplos que viabilizam a maior aprendizagem dos conteúdos presentes na obra.
Apesar do texto não possuir imagens, fica fácil ao leitor transportar-se ao que Santi escreve, afinal até a música que representa cada período é apresentada. 
O texto de Santi é atual, é histórico, é relevante e qualquer indivíduo que queira uma melhor compreensão sobre as mudanças que ocorreram na sociedade ao longo dos tempos, sob uma visão ética, histórica e de fácil compreensão pode dedicar-se à essa leitura.

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