Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Pesquisa Operacional I Apresentação Geral Prof. Eduardo Uchoa eduardo.uchoa@gmail.com http://www.logis.uff.br/~uchoa/POI/ 2 Pesquisa Operacional (PO) é o uso do métodos científicos para auxiliar a tomada de decisões. Caracteriza-se por: a) emprego de matemática “avançada” b) aplicação em problemas reais c) multidisciplinaridade, envolve conceitos vindos de várias áreas, incluindo: Matemática Estatística Engenharia Computação Administração Economia Definição 3 Outras Definições � “Operations research is the application of advanced analytical methods to help make better decisions.” Informs: http://www.informs.org/About-INFORMS/About-Operations-Research � “A Pesquisa Operacional é uma ciência aplicada voltada para a resolução de problemas reais. Tendo como foco a tomada de decisões, aplica conceitos e métodos de várias áreas científicas na concepção, planejamento ou operação de sistemas. A Pesquisa Operacional é usada para avaliar linhas de ação alternativas e encontrar as soluções que melhor servem aos objetivos dos indivíduos ou organizações.” SOBRAPO: http://www.sobrapo.org.br/o_que_e_po.php 4 A Pesquisa Operacional é o “cálculo da engenharia de produção” A PO é uma disciplina básica, que oferece ferramentas aplicáveis na maioria das demais áreas da Produção, incluindo: • Planejamento e Controle de Produção (PCP) • Logística • Arranjo Físico A PO e a Engenharia de Produção Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal Fluminense 5 “Pré-História” da PO A partir do século XVII, muitos matemáticos clássicos criaram ferramentas que podem ser aplicadas no auxílio à decisão: � Newton, Leibniz, Taylor, Lagrange: Cálculo diferencial para achar mínimos/máximos de funções. � Cardano, Pascal, Huygens, Bayes, Poisson: Cálculo de probabilidades. � Euler, Kirchhoff, Hamilton: Teoria dos grafos, fluxos em redes, Otimização combinatória. � Gauss, Fourier: Sistemas de equações lineares. 6 Estabelecimento da PO como disciplina autônoma militar � 1936 criação da Bawdsey Manor Research Station em Suffolk, Inglaterra: estudo do uso de radares para interceptar aeronaves inimigas � 1937 o termo Operational Research foi cunhado por A. P. Rowe na BMRS � 1939 Leonid V. Kantorovich modelou e propôs métodos de solução para diversos problemas de planejamento na União Soviética � 1940 (WWII) criado The Anti-Aircraft Research Group na força aérea britânica (3 fisiologistas, 1 físico geral, 2 físicos matemáticos, 2 matemáticos, 1 astrofísico, 1 oficial do exército e 1 topógrafo) 7 � 1941 primeira definição formal do Problema Clássico de Transporte por Frank L. Hitchcock � 1942 formação da U.S. Navy Antisubmarine Warfare Operations Research Group (ASWORG) � 1943-1945 diversos grupos apoiando o planejamento logístico (abastecimento) das tropas aliadas,estratégias de ataque e defesa aérea e marítima, etc. � 1945 ao final da WWII é criado o projeto RAND para trabalhar no planejamento militar e em problemas do governo norte americano � 1947 George B. Dantzig formalizou a Programação Linear e criou o método Simplex para solução de problemas deste tipo na USAF Estabelecimento da PO como disciplina autônoma militar 8 � 1951 primeiro uso de um modelo de programação linear na indústria: problema da mistura (blend) ótima nas refinarias de petróleo. � 1950-1960 � Estabelecimento das primeiras sociedades de profissionais de PO nos EUA e na Europa � Começo do ensino de PO nas universidades A PO entra no mundo civil 9 � Usada rotineiramente por empresas e organizações nos mais diversos setores da indústria, serviços, finanças ou governo. � A PO contribui significativamente para a eficiência da economia mundial � Tradicionalmente a PO tem sido usada para minimizar custos e/ou maximizar lucros � Atualmente também existem outras preocupações: � minimizar impactos ecológicos e riscos de acidentes � maximizar benefícios sociais A PO hoje Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal Fluminense 10 � Entretanto, a PO ainda é muito menos usada do que poderia! � Conflitos com outras culturas empresariais � Disputas políticas (decisão = poder) � Dificuldades em obter dados confiáveis A PO hoje 11 � Entretanto, a PO ainda é muito menos usada do que poderia! � Dificuldades em aplicar adequadamente as técnicas de PO aos problemas complexos do mundo real! � O uso avançado de PO é uma técnica, mas também é uma arte. � Existe escassez (no mundo, mas no Brasil isso é mais grave) de profissionais experientes com essa competência. A PO hoje 12 � Toda a PO está baseada na construção de modelos matemáticos para representar de forma simplificada os sistemas reais. Como funciona a PO? 13 Um modelo é uma representação simplificada de um sistema real Modelo Conclusões do Modelo Conclusões sobre o Sistema Real Modelagem Dedução Interpretação Sistema Real Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal Fluminense 14 Para que serve um modelo? Um modelo é útil quando permite que se chegue a conclusões adequadas sobre o sistema real, dentro de seu limite de aplicabilidade. Como a PO trabalha com modelos matemáticos, a utilidade de um modelo também depende da existência de métodos matemático-computacionais capazes de resolver o modelo. 15 Principais Áreas da PO � Otimização � Programação Matemática � Programação Linear � Programação Inteira � Programação Não-Linear � Otimização Combinatória � Heurísticas/Metaheurísticas � Simulação � Previsão � Análise Multi-critério 16 Nosso curso de PO I � Otimização � Programação Matemática � Programação Linear � Programação Inteira � Programação Não-Linear � Otimização Combinatória � Heurísticas/Metaheurísticas � Simulação � Previsão � Análise Multi-critério 17 Um modelo de programação matemática é definido por um sistema de equações/inequações. • As variáveis representam as decisões a serem tomadas. • As equações/inequações representam as restrições que existem sobre essas decisões, refletindo as características do sistema real. • Uma função objetivo indica qual dentre as possíveis decisões é a mais desejável (solução ótima). Programação Matemática Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal Fluminense 18 Tipos de Modelos de Programação Matemática � Programação Linear: todas as restrições e a FO são funções lineares � Um número razoável de sistemas reais podem ser bem modelados como PLs � Métodos de solução extremamente eficazes, problemas com milhões de variáveis e restrições podem ser resolvidos num laptop 19 Tipos de Modelos de Programação Matemática � Programação Inteira: todas as restrições e a FO são funções lineares, mas algumas variáveis podem ser obrigadas a terem valores inteiros. � Um número enorme de sistemas reais podem ser bem modelados como PIs � Métodos de solução bem menos eficazes, problemas com alguns milhares de variáveis e restrições já podem ser intratáveis 20 Tipos de Modelos de Programação Matemática � Programação Não-Linear (será vista em PO II): as restrições e a FO podem ser funções não- lineares. � Um número enorme de sistemas reais podem ser bem modelados como PNLs. � Métodos de solução eficazes apenas para alguns casos particulares (ex: funções quadráticas, funções convexas). Problemas envolvendo funções mais complicadas com algumas dezenas de variáveis e restrições já podem ser intratáveis 21 Nos anos 1940, a força aérea dos EUA usava a palavra “programa” como sinônimo de “planejamento”. O seu uso pioneiro de modelos matemáticas para auxiliarseus planejamentos disseminou o nome Programação Matemática. • Esse nome histórico causa confusão entre os leigos, porque a partir dos anos 1950 a palavra “programação” passou a ser universalmente associada com escrita de código para computadores. Um nome pouco feliz 22 Recentemente a Mathematical Programming Society trocou o seu nome para Mathematical Optimization Society. Na nova nomenclatura (ainda pouco usada) teríamos: • Otimização Linear • Otimização Inteira • Otimização Não-Linear Programação Matemática = Otimização Matemática 23 O nome histórico “Operations Research” não diz nada para um leigo. Alguns quase sinônimos que também são usados: • Management Science • Decision Science • Analytics O nome “Pesquisa Operacional” também não é dos melhores ... 24 Exemplo de Modelo de PL: Problema do Mix Ótimo de Produção Para maximizar seu lucro, uma fábrica de cadeiras precisa decidir quais modelos deve produzir. Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal Fluminense 25 Problema do Mix Ótimo de Produção Entretanto, a produção é restrita pela disponibilidade de matéria-prima: madeira (50 lâminas/semana) e tecido (75 metros/semana). 26 Produção de Cadeiras: Lucro X Gasto de Matéria-prima 150 400 200 1 4 1 1 1 2 300 3 1 27 Modelo de Programação Linear x1 x2 x4150 + 400 + 200 x1 x2 x41 + 4 + 1 ≤ 50 x1 x2 x41 + 1 + 2 ≤ 75 max x3+ 300 x3+ 3 x3+ 1 x1, x2, x3, x4 ≥ 0 S.a Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal Fluminense 28 Modelo de Programação Linear x1 x2 x4150 + 400 + 200 x1 x2 x41 + 4 + 1 ≤ 50 x1 x2 x41 + 1 + 2 ≤ 75 max x3+ 300 x3+ 3 x3+ 1 x1, x2, x3, x4 ≥ 0 Solução ótima: x1=25, x2 = x3 = 0, x4=25; lucro = R$ 8750/semana S.a 29 Programação Inteira Tipo de modelo matemático que difere da programação linear simplesmente porque algumas (ou todas as) variáveis podem ser definidas como inteiras. Esse recurso adicional (a primeira vista banal) permite modelar um número muito maior de situações. 30 Exemplo: Problema da Mochila Um viajante precisa decidir entre n possíveis objetos para colocar na sua mochila com capacidade de peso P. Cada objeto i oferece um ganho gi mas possui um peso pi. O problema é escolher um subconjunto dos objetos com peso ≤ P que maximize o ganho total. 31 Exemplo: Problema da Mochila P=10 p1=1 p2=2 p3=4 p4=4 p5=5 p6=6 . g1 =3 g2=3 g3=5 g4=5 g5= 6 g6=9 1 2 3 4 5 6 32 Modelo de Programação Inteira inteiros,,,,, 1,,,,,0 1065442.a.S 965533Max 654321 654321 654321 654321 xxxxxx xxxxxx xxxxxx xxxxxx ≤≤ ≤+++++ +++++ 33 Modelo de Programação Inteira inteiros,,,,, 1,,,,,0 1065442.a.S 965533Max 654321 654321 654321 654321 xxxxxx xxxxxx xxxxxx xxxxxx ≤≤ ≤+++++ +++++ Solução ótima: x1, x2 e x6 =1, ganho total 15 34 Solução Ótima P=10 p1=1 p2=2 p3=4 p4=4 p5=5 p6=6 . g1 =3 g2=3 g3=5 g4=5 g5= 6 g6=9 1 2 3 4 5 6 1 2 6 Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Federal Fluminense 35 Bibliografia do Curso “Pesquisa Operacional”, Arenales, Armentano, Morabito, Yanasse. Ed. Campus, 2007 “Introdução à Pesquisa Operacional”, Hillier, Lieberman. McGraw-Hill, 2006. “Técnicas de Otimização”, Pizzolato, Gandolpho. LTC, 2009. “Linear Programming”, Chvátal. Ed. Freeman, 1983 (Caps. 1-5) 36 OBSERVAÇÃO Este material refere-se às notas de aula do curso TEP117 (Pesquisa Operacional I) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e não pode ser reproduzido sem autorização prévia do autor. Quando autorizado, seu uso é exclusivo para atividades de ensino e pesquisa em instituições sem fins lucrativos.
Compartilhar