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A RESSOCIALIZAÇÃO DO PRESO NO ATUAL SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO

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agradecimentos
Agradeço em primeiro lugar a Deus, que em todos os momentos que pensei em desistir, meu deu forças para continuar a minha trajetória. Sempre me protegendo e iluminando o meu caminho. Ajudando a abrir portas para o alcance dos meus objetivos.
Agradeço a minha família, que sempre me apoiou nos momentos mais difíceis.
E agradeço a todos os professores que contribuíram para o meu aprendizado.
DUARTE, Fernanda Gonçalves Duarte. A ressocialização do preso no atual sistema penitenciário brasileiro. 2016. (Número total de folhas). Trabalho de Conclusão de Curso Direito – Faculdade Pitágoras, Belo Horizonte, 2017.
RESUMO
O Sistema Penitenciário Brasileiro atual, encontra-se em decadência e diante a influência que esse tema produz em nossa sociedade, será discutido a importância do Sistema Penitenciário Brasileiro atual e o seu processo de ressocialização. Demonstra-se a origem, características e evolução, a pena em sua natureza e efeitos no atual sistema penitenciário. Os efeitos inerentes à natureza do cárcere, a superlotação dos presídios e a ausência de políticas públicas e a negligência das leis existentes, vamos abordar a situação do sistema penitenciário atual, seu funcionamento, estrutura e as causas da ineficácia, pois é necessário colocar em uso as leis e regimentos existentes em nosso ordenamento jurídico, como base a Lei de Execução Penal, e a capacidade de assistência aos apenados. Pois os presídios se tornaram depósitos humanos, onde a superlotação acarreta a não ressocialização do detento.
Palavras-chave: Sistema Penitenciário Brasileiro; Políticas Públicas; Leis.
DUARTE, Fernanda Gonçalves Duarte. The rehabilitation of the prisoner in the current Brazilian penitentiary system. 2016. (Número total de folhas). Trabalho de Conclusão de Curso Direito – Faculdade Pitágoras, Belo Horizonte, 2017.
.
ABSTRACT
The Prisons Brazilian current, is in decline and on the influence that this issue produces in our society, we will discuss the importance of the current Brazilian prison system and its rehabilitation process. It shows the origin, characteristics and evolution, the penalty in nature and effect on the current penitentiary system. The effects inherent in the nature of the prison, prison overcrowding and the lack of public policies and neglect of existing laws, we will address the situation of the current penitentiary system, its operation, structure and causes of inefficiency, it is necessary to put in use existing laws and regulations in our legal system, based on the Law of Penal Execution, and assistance capacity to the convicts. Because the prisons have become human warehouses where overcrowding entails not resocialization of the prisoner.
Key-words: Brazilian Penitentiary System; Public Policy; Laws.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
	CF
	Constituição Federal
	
	
	
	
	
	
	
	
SUMÁRIO
1. 13INTRODUÇÃO	
2. A HISTÓRIA DO DIREITO PENITENCIÁRIO E A EVOLUÇÃO DA PENA	15
2.1 O SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO ATUAL	25
3. DESCUMPRIMENTO DO PRINCÍPIO DA DIGINIDADE DA PESSOA HUMAN	16
4. EXEMPLO DE QUADRO	16
5. EXEMPLO DE TABELA	16
6. CONsiderações finais	17
REFERÊNCIAS	18
�
�
INTRODUÇÃO
Não é nenhuma novidade que o Sistema Penitenciário Brasileiro atual, encontra-se em decadência, trazendo uma dívida governamental e social a toda população brasileira. O nosso Sistema Penitenciário reflete a nossa desigualdade social e a negligência das políticas públicas, para a diminuição de crimes. É alarmante o impacto causado pela ineficiência do nosso sistema prisional. Pois segundo Centro Internacional de Estudos Penitenciários do King’s College da Inglaterra o Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo.
Diante a influência que esse tema produz em nossa sociedade, será discutido a importância do Sistema Penitenciário Brasileiro atual e o seu processo de ressocialização. Referente a parte de origem, características e evolução, a pena em sua natureza e efeitos no atual sistema penitenciário. 
A ausência de políticas públicas e a negligência das leis existentes, abordaremos a situação do sistema penitenciário atual, seu funcionamento, estrutura e as causas da ineficácia, pois é necessário colocar em uso as leis e regimentos existentes em nosso ordenamento jurídico, como base a Lei de Execução Penal, e a capacidade de assistência aos apenados.
 O atual sistema penitenciário descumpre com o princípio da dignidade da pessoa humana conforme elencados na CF de 1988, no qual os presos vivem em situação desumanas.
A ressocialização e inserção dos presos é a base da Lei de Execução Penal, só que em nada vem atingindo esse objetivo, pois o hoje os presídios são como um deposito de presos no qual o Estado realiza a prisão, encaminha para os presídios e os presos são abandonados. Não é feito nenhum trabalho para a recuperação e inserção a sociedade, visto que eles vão retornar ao convívio com a sociedade.
Como referência a Lei de Execução Penal, expõe em seu artigo 1.º, a finalidade da execução da pena ordenada ao condenado e proporcionar modos efetivos que reintegre o apenado à sociedade. Porém, a citada lei não tem gerado os efeitos desejados e esperados pela sociedade brasileira, surge assim a problematização da pesquisa:
O processo de ressocialização do preso é possível no atual sistema penitenciário brasileiro? 
Trazendo como objetivo a presente pesquisa, analisar e verificar o sistema prisional brasileiro atual e as relações estatais e jurídicas no processo ressocialização e a inserção do apenado na sociedade.
2.0 História do sistema PENITENCIáRIO 
2.1 Origem Mundial
O encarceramento de pessoas, já era praticado desde as civilizações antigas, como no Egito, Babilônia, Pérsia e Roma. Quem praticava atos considerados crimes ou delitos, como não pagamento de impostos, desobediência, furto e prisioneiros de guerra, eram trancafiados nas masmorras.
Nessa época o encarceramento não possuía o caráter de pena, mas sim manter a posse da pessoa, para depois executar uma punição. As penas se davam através de imposição dos governantes, com punições corporais, como por exemplo, corte de mãos, pés, braços, enforcamento e pena de morte. 
Na Idade Média, o sistema se manteve da mesma forma que na antiguidade, não havia o conhecimento da pena de privação de liberdade e de estabelecimentos específicos para o aprisionamento. 
Esse sistema perdurou até século XVIII, onde o direito Penitenciário começou a surgir e a visão que o detento era o objeto da execução penal deixa de existir, começando a se pensar nos direitos da pessoa humana nos condenados. Segundo Foucault (2009) a mudança no meio de punição vem junto com as mudanças políticas da época, com a queda do antigo regime e a ascensão da burguesia a punição deixa de ser um espetáculo público, já que assim incentiva-se a violência, e é agora uma punição fechada, que segue regras rígidas, portanto muda-se o meio de se fazer sofrer, deixa de punir o corpo do condenado e passa-se a punir a sua “alma”.
Conforme apontamentos de Cezar Roberto Bitencourt (2011, p. 49): “A crise da pena de morte deu origem a uma nova modalidade de sanção penal: a pena privativa de liberdade, uma grande invenção que demonstrava ser meio mais eficaz de controle social”.
E assim no final do século XVII, começam a surgir os primeiros projetos americanos de construção de presídios, para intervenção do poder público. 
2.2 Evolução no Brasil
No Brasil as penas também eram corporais, pois ainda éramos colônia Portuguesa e seguíamos os seus ordenamentos.
Somente em 1824, começa a reformulação desse sistema, com a nova Constituição, onde é banido penas cruéis e que as cadeiasdevem ser limpas, com separação de ambientes conforme a natureza de seu crime. Porém os escravos ainda continuavam sendo punidos com as penas cruéis.
Em 1930 o código Criminal do Império é introduzido no Brasil, no qual a pena de prisão passa a ser a principal, mas ainda existia pena e morte e trabalhos forçados. Não havia no código a especificação do sistema penitenciário a ser utilizado, ficando a critério dos governantes das províncias.
Em 1850 e 1852, o Brasil começa a debater sobre o estado do seu sistema prisional, devido as mudanças que o modelo americano vinha apresentando em seus estados.
Com o Código Penal de 1890, foi abolido a pena de morte e criado a o regime penitenciário de caráter correcional, onde a finalidade é reeducar e ressocializar o preso.
PORTO (2008), retrata esse período como:
Segundo o encarceramento penal, desde a sua origem, visava, ao mesmo tempo, à privação da liberdade e à transformação dos indivíduos. A idéia do uso do tempo para medir o castigo sempre esteve ligada à igualdade, já que a liberdade é um bem que pertence a todos da mesma maneira. Retirando a liberdade do condenado, a prisão traduz a idéia de lesão não somente à vítima, mas a toda a sociedade. (PORTO, 2008, p.17)
Em 1850 foi inaugurado a primeira prisão brasileira, chamada de Casa de Correição da Corte, sendo conhecida como complexo de Frei Caneca, no Rio de Janeiro, conforme imagem.
Figura 1 – Complexo de Frei Caneca
Fonte: http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/10400-presidio-frei-caneca
Em 1784, antes da regulamentação da pena de prisão em São Paulo, as pessoas eram encarceradas e mantidas no piso inferior da Câmara Municipal, conhecida como Cadeia de São Paulo, no Largo de São Gonçalo, sendo hoje a Praça João Mendes.
Figura 2 – Cadeia São Paulo
Fonte:http://www.camara.sp.gov.br/memoria/especial/1787-largo-de-sao-goncalo/
O primeiro presidio paulista, foi inaugurado em 1852, chamado de Casa de Correição, localizado na avenida Tiradentes e obedecendo os critérios de divisão dos condenados.
Figura 3 – Casa de Correição
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pres%C3%ADdio_Tiradentes
Em 1904, diante o aumento da população de presos, surge a idéia de construir a Penitenciária do Estado de São Paulo, sendo inaugurada em 1920, sendo um projeto de Ramos Azevedo, que possuía capacidade de abrigar 1.200 presos. Esse novo modelo penitenciário, foi utilizado como modelo no Brasil, pois possuía oficinas de trabalho, celas individuais e enfermaria.
Figura 4 – Penitenciária São Paulo - Interior de um dos pavilhões
Fonte: http://www.saopauloantiga.com.br/penitenciaria-de-sao-paulo/
Figura 5 – Penitenciária São Paulo – Oficina de alfaiataria
Fonte: http://www.saopauloantiga.com.br/penitenciaria-de-sao-paulo/
Figura 6 - Penitenciária São Paulo – Enfermaria
Fonte: http://www.saopauloantiga.com.br/penitenciaria-de-sao-paulo/
Figura 7 - Penitenciária São Paulo – Cela Individual
Fonte: http://www.saopauloantiga.com.br/penitenciaria-de-sao-paulo/
Esse modelo penitenciário foi utilizado como modelo para construção de diversos outros presídios, mas não foi observado o princípio de classificação dos detentos.
Em 1956 foi inaugurado a Casa de Detenção de São Paulo, ela retrata a inobservância da separação de detentos pelo tipo de crime cometido, pois sua finalidade era abrigar presos que aguardavam julgamento, com capacidade para 3.250 presos, mas passou também receber presos já condenados e assim chegou a hospedar mais de 8 mil detentos, possuindo o recorde mundial de maior quantidade de detentos em um único estabelecimento.
Figura 8 – Casa de Detenção de São Paulo - Carandiru
Fonte:http://www.saopauloinfoco.com.br/historia-carandiru/
Na década de 50, o Brasil implantou na cidade de Bauru - SP o Instituto Penal Agrícola, com intuito de individualizar as penas. Os presos trabalhavam no campo durante o dia e eram recolhidos no período noturno em celas coletivas. Mas esse sistema gerou polêmica, devido o trabalho em ar livre. Esse sistema progressivo da pena, utilizado com a redução da pena, em troca da redução da pena, já era utilizado na Europa e foi iniciado na colônia penal de Norfolk, na Nova Zelândia em 1840. 
Esse sistema de progressão foi aperfeiçoado na Irlanda, segundo PORTO (2008, p.18) “este sistema foi aprimorado na Irlanda por Walter Crofton, passando a dividir o cumpri- mento da pena em três estágios: do isolamento celular ao trabalho comum, com período de semiliberdade em colônias agrícolas, até́ atingir a liberdade sob vigilância”.
A nossa legislação ainda utiliza o modelo Irlandês para a o sistema de progressão.
3.0 dAS pENAS
3.1 Natureza e função
As penas possuíam a natureza aflitiva, onde a punição do preso era realizada através do seu corpo, como tortura, acoitamento e mutilação. GRECO, conclui que:
“que a pena de prisão, ou seja, a privação da liberdade como pena principal, foi um avanço na triste história das penas”. (GRECO, 2009, p. 494). 
Assim a pena de prisão passa a ser um alivio para os sentenciados, pois a torturas não são mais praticadas.
Existem diversas teorias sobre a função da pena, BITTENCOURT, diz que:
“o Estado utiliza a pena para proteger de eventuais lesões determinados bens jurídicos, assim considerados em uma organização socioeconômica específica” (BITTENCOURT, 2004, p. 103).
A Teria Absoluta ela possui o caráter de retribuição, baseia-se na sanção penal. Ela aborda a pena como uma retribuição ao crime praticado, não enxergando um fim social ou ideológico. Fernando Capez, diz que “a pena é a retribuição do mal injusto, praticado pelo criminoso, pelo mal justo previsto no ordenamento jurídico -punitur quia paccatum est (CAPEZ, 2009, p. 340 e 341).
A teoria relativa, baseia-se na prevenção. A ideia anterior de retribuição não é admitida, a pena é vista como algo necessário para a segurança social. Ela se divide em prevenção geral que é a ameaça social através da pena. Divide-se em positiva e negativa. A positiva possui o intuito de produzir consciência coletiva, respeitando valores sociais. A negativa é destinada aos infratores, repelindo a pratica de crimes e assim a pena inibe e alcança sua função. 
Também há a prevenção especial, onde o delinquente é intimidado com cumprimento da pena, venha cometer novos crimes. Toledo diz que:
[...] por meio de cominação das penas, para o comportamento tipificado como ilícito penal, visa o legislador atingir o sentimento de temor (intimidação) ou o sentimento ético das pessoas, a fim de que seja evitada a conduta proibida (prevenção geral). Falhando essa ameaça, ou esse apelo, transforma-se a pena abstratamente cominada, com a sentença criminal, em realidade concreta, e passa, na fase de execução, atuar sobre a pessoa do condenado, ensejando sua possível emenda efetiva neutralização (prevenção especial) (TOLEDO, 1994 p. 3).
A Teoria Mista, é a mescla das teorias relativa e absoluta, onde a pena é uma retribuição do ato praticado e também uma forma de prevenção de cometimento de novos crimes. 
3.2 Finalidade das penas no Sistema Penitenciário Brasileiro
O Brasil adota a teoria mista, conforme o caput do artigo 59 do Código Penal, que retrata que a pena é a reprovação e prevenção da prática de um crime, assim engloba a teoria absoluta e relativa, conforme o artigo: 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime (grifo nosso). 
Capez afirma que a pena de prisão tem dentre seus objetivos a aplicação da retribuição punitiva ao delinquente, promover a sua readaptação social e prevenir novas transgressões pela intimidação do condenado, mas também dirigida à coletividade. (CAPEZ, 2009,p. 339). 
A pena além das finalidades de retribuição e punição, observa-se com a Lei de Execução Penal em seus artigos 1º e o 10º a finalidade ressocializadora, pois eles versam sobre a assistência (material, saúde, jurídica, educacional, social, religiosa) e a progressão de regime, in verbis: 
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. (grifos nossos) 
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade (grifos nossos).
 Assim, a pena e sua aplicação, traz a unção da forma de punição, da forma de se evitar crimes futuros e assim com a prevenção se dá a ressocialização do preso. Mas, na nossa atualidade a prevenção e ressocialização essas últimas duas metas não têm sido atingidas na fase da execução devido o abandono do sistema penitenciário brasileiro.
4.0 A LEI DE EXECUÇÃO PENAL (nº 7.210, de 11-7-1984)
A lei de Execução Penal foi a primeira tentativa de seguir as normas do projeto de Código Penitenciário da Republica em 1933.
O código Penal de 1940 ainda se encontrava em discursão para sua promulgação. Benjamim Moraes Filho elaborou um novo anteprojeto em 1970, do Código de Execução Penal e encaminhou ao ministro da justiça, no qual o projeto não foi aproveitado.
Em 1981, uma nova comissão instituída pelo ministro da Justiça apresentou um novo anteprojeto, sendo ele publicado em pela portaria nº 429, de 22-7-1981.
A Lei de Execução Penal, vem para assegurar os direitos aos presos e assim, manter a dignidade da pessoa humana e a eventual ressocialização. Assim a LEP traz no seu artigo 10º:
Da Assistência SEÇÃO I 
Disposições Gerais Art. 10. 
A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
A Execução Penal possui como finalidade a reabilitação social do apenado e para isso o Estado deve garantir e possibilitar os serviços de assistência. É de extrema importância a promoção e facilitação de reinserção social dos apenados, respeitando sua personalidade e também a utilização de meios para a concretização dessa tarefa.
Essa assistência ao preso para sua ressocialização é necessária e fundamental para que o sistema penitenciário funcione. A LEP em seu artigo 11 º, assegura os tipos de assistência:
Art. 11. A assistência será: 
I - material; 
II - à saúde; 
III - jurídica; 
IV - educacional; 
V - social; 
VI - religiosa.
Essas assistências estão previstas como regras mínimas da ONU, para obter sucesso na reinserção social do preso. Sendo assim a LEP traz a humanidade e dignidade para o cumprimento das penas, e assim o alcance do objetivo que a prevenção e reeducar o apenado. O sistema Penitenciário Brasileiro deveria colocar em pratica seu conteúdo para tentar salvar o nosso sistema.
5.0 A INEFICÁCIA DO SISTEMA PENITENCIÁRIO
O Sistema Penitenciário Brasileiro encontra-se falido. As instalações são precárias, os detentos possuem uma condição subumana e a violência dentro dos presídios é alarmante.
Hoje em dia a função dos presídios que era ressocializar, se tornou um deposito humano, onde não há nenhuma política pública para ajudar a ressocialização dos presos. Há superlotação, o que acaba acarretando na transmissão de doenças, violências sexuais, drogas e a criação de facções
O artigo 5º da Constituição de 1988, prevê que “é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”, mas o Estado não garante a execução da lei. Seja por descaso do governo, pelo descaso da sociedade que muitas vezes se sente aprisionada pelo medo e insegurança, seja pela corrupção dentro dos presídios. (CAMARGO, 2006).
O histórico do Brasil sempre foi de mazela referente ao sistema prisional, sempre prolatou mudanças e não busca resolver a situação e assim cada dia a situação prisional fica precária.
“Nós temos depósitos humanos, escolas de crime, fábrica de rebeliões.” Não podemos mais “tapar o sol com a peneira”, e fingir que o fato em questão não nos diz respeito. O Brasil possui um dos maiores sistemas prisional do planeta e são notórias as condições cruéis e desumanas de cumprimento de pena em nosso país. As condições sanitárias são vergonhosas e as condições de cumprimento da pena beiram a barbárie. (SENNA, 2008).
Assim o nosso sistema prisional serve só para remediar a situação, não havendo uma solução para o aumento da violência. 
Mudanças radicas devem ser realizadas urgentes no nosso sistema, pois estamos com uma bomba relógio, prestes a explodir. Pois a população já não aguenta mais o nível de violência, as leis estão ultrapassadas e o nosso judiciário não possui mais controle sobre esse sistema. Segundo MIRABETE:
“A falência de nosso sistema carcerário tem sido apontada, acertadamente, como uma das maiores mazelas do modelo repressivo brasileiro, que, hipocritamente, envia condenados para penitenciárias, com a apregoada finalidade de reabilitá-lo ao convívio social, mas já sabendo que, ao retornar à sociedade, esse indivíduo estará mais despreparado, desambientado, insensível e, provavelmente, com maior desenvoltura para a prática de outros crimes, até mais violentos em relação ao que o conduziu ao cárcere”. (MIRABETE, 2006).
6.0 cONCLUSÃO
Após essa pesquisa, sobre o sistema prisional e seu poder de ressocialização, utilizando os meios de doutrinas, legislações e outros. Podemos observar a decadência que o sistema prisional brasileiro se encontra, possuindo várias falhas e mazelas da organização pública. E além disso não há politicas públicas para solucionar essa situação.
Assim a violência só aumenta e as condições para os detentos é subumana, falta novos presídios e vontade de agir do Estado.
Necessitamos de uma reforma geral, tanto política como legislativa. Nossas leis, politicas e organização necessita mudar com urgência.
Conclui que o sistema penitenciário brasileiro, ainda possui uma solução. Deve ser reformulado de acordo com o artigo quinto da CF e a LEP, “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade à vida, a liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
Sendo assim o único direito que deve ser privado do preso é o direito a liberdade.
REFERÊNCIAS
http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/sistema-prisional-mundial-breve-historico/61610/Foucault, Michel. Vigiar e punir: o nascimento da prisão. 36. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da Pena de Prisão - Causas e Alternativas. 4. ed . São Paulo: Saraiva, 2011.
GRECO, Rogério. Direitos Humanos, Sistema Prisional e Alternativa à Privação de Liberdade. São Paulo: Saraiva, 2011.
KUHENE, Maurício. Lei de Execução Penal Anotada. 11. ed. rev. e atual. Curitiba: Jaruá , 2013.
GRECO, Rogério. Curso de direito penal: parte geral. 8. ed. rev. ampl. e atual. Rio
de Janeiro: Impetus, 2007.
FERNANDA GONÇALVES DUARTE
A RESSOCIALIZAÇÃO DO PRESO NO ATUAL SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO
BELO HORIZONTE
2017
FERNANDA GONÇALVES DUARTE
A RESSOCIALIZAÇÃO DO PRESO NO ATUAL SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Direito.
Orientador: 
BELO HORIZONTE
2017
Dedico este trabalho aоs meus pais e minha irmã que, cоm muito carinho е apoio, nãо mediram esforços para qυе еυchegasse аté esta etapa dе minha vida. Аоs amigos е colegas, pelo incentivo е pelo apoio constante.
"Trancar todo mundo, prender, é uma solução simplista, egoísta, que não resolve o problema."
(José Renato Nalini)

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