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RESPONSABILIDADE CIVIL DA EMPRESA FABRICANTE DE CIGARRO

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RESPONSABILIDADE CIVIL DA EMPRESA FABRICANTE DE CIGARRO
RESUMO
É polêmica a questão de ser ou não exigível dos fabricantes de cigarro, indenização por danos decorrentes do consumo de seus produtos. 
Nos tribunais, a maioria dos pedidos de indenização é indeferida, por falta de prova que constate o nexo causal entre o ato de fumar e a enfermidade. excluindo a responsabilidade objetiva do fabricante.
No Brasil, "foram ajuizadas, inumeras ações indenizatórias dessa natureza contra a Souza Cruz. Nessas ações, já foram proferidas varias decisões rejeitando os pedidos de indenização. Sendo que há decisões, pendentes de recurso, em que os fumantes ou suas famílias saíram vitoriosos. mais 199 decisões definitivas já proferidas pelo Judiciário afastaram as pretensões indenizatórias" (Gabriela Invernizzi.  Revista Consultor Jurídico, 2007).
DOUTRINA
 O doutrinado Rui Stoco menciona...
"Para responsabilizar pelos males do fumo teríamos também que fazer o mesmo com relação às bebidas alcoólicas, os dietéticos, os adoçantes, os produtos alimentícios transgênicos, os defensivos para lavoura ("defensivos agrícolas") que contaminam os alimentos, todos com suspeita fundada de ter atributos cancerígenos se ingeridos durante largo tempo e, inclusive, alguns medicamentos. Os fundamentos seriam os mesmos" (Rui Stoco. Tratado de Responsabilidade Civil. São Paulo: RT, 2007, p. 793).
Já Judith Martins-Costa
Menciona os termos do art. 12 do CDC. O fundamental é, portanto, compreender o critério "segurança que do produto legitimamente se espera", tendo em conta a distinção traçada doutrinariamente entre periculosidade inerente e periculosidade adquirida" (Judith Martins-Costa. Ação indenizatória – Dever de informar do fabricante sobre os riscos do tabagismo, p. 89).
LEGISLAÇÃO
Art. 8º, do Código de Defesa do Consumidor:"Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, ao fabricante cabe prestar as informações do produto".
Art. 9°, do Código de Defesa do Consumidor:
"O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto".
Art. 12, do Código de Defesa do Consumidor:
"O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa.
JURISPRUDÊNCIA
Favorável ao dever de indenizar
a) Morte resultante do uso contínuo do tabaco:
"a omissão das fornecedoras de tabaco em informar, à época em que a vítima começou a fumar, de maneira adequada e clara, sobre os riscos que o cigarro poderia gerar; a publicidade insidiosa difundida há tempo pelas fornecedoras de tabaco vinculando o cigarro a sucesso profissional, beleza, prazer, saúde e requinte; o fato de as indústrias do fumo inserirem no cigarro substância que acarreta dependência e obrigando-os a consumir mais o produto, não por uma escolha consciente, mas em razão de uma necessidade química". (TJRS – 9ª Câmara Cível – Ap. 7001.684.534-9 – Rel. Des. Odone Sanguiné – j. 12.12.2007).
"não há falar em liberalidade ou voluntariedade do usuário do tabaco". (TJRS – 3ª Câmara Cível – Ap. 7002.205.758-2 – Rel. Des. Paulo Sergio Scarparo).
 Desfavorável ao dever de indenizar
a) Morte resultante do uso contínuo do tabaco:
"A propaganda das marcas de cigarro, até por não obrigar ninguém, não teria, por si só, o condão de levar o falecido marido, pai e avô dos autores ao fumo e assim mantê-lo a ponto de lhe causar a doença apontada, câncer de pulmão" (TJRS – 3ª Câmara Cível – AP. 7002.205.758-2 – Des. Osvaldo Stefanello).
b) Danos físicos ocasionados pelo uso contínuo do tabaco:
"Improcedente a ação de indenização movida por doente de câncer na laringe contra fabricante de cigarros, 
inexiste prova do consumo exclusivo dos produtos da fabricante. Ressalta-se ainda que o tabagismo não foi imposto ao autor, que aderiu espontaneamente ao vício, não cabendo a alegação de que as advertências quanto aos seus malefícios somente passaram a ser feitas recentemente, porquanto os prejuízos que o cigarro pode causar são sensitivos, quando não intuitivos" (TJSP – 4ª C. Dir. Privado – Ap. 110.454-4/3-00 – Rel. Narciso Orlandi – j. 22.02.2001 – RT 789/220).

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