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Agrotóxicos: Impactos Ambientais e à Saúde

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR
CAMPUS DE GUAJARÁ-MIRIM 
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E AMBIENTAIS – DACSA 
GESTÃO AMBIENTAL
DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E AGROECOSSISTEMA
DRIELLY RODRIGUES et.al.
AGROTÓXICOS USOS, TIPOS E IMPACTOS AMBIENTAIS: 
BRASIL E RÔNDONIA 
GUAJARÁ-MIRIM/RO
2014
DRIELLY RODRIGUES
JOÃO DANILO ARAÚJO GOMES
JONILSO SIMÃO SOUZA
JOSÉ DE FREITAS SILVA JÚNIOR
AGROTÓXICOS USOS, TIPOS E IMPACTOS AMBIENTAIS: 
BRASIL E RÔNDONIA
Trabalho apresentado ao Prof. Dr. Fábio Robson Casara Cavalcante, como requisito de avaliação parcial da disciplina Desenvolvimento Sustentável e Agroecossistemas, Curso de Gestão Ambiental, Departamento Acadêmico de Ciências Sociais e Ambientais – DACSA, Campus de Guajará-Mirim, da Fundação Universidade Federal De Rondônia – UNIR.
GUAJARÁ-MIRIM/RO
2014
RESUMO
Os agrotóxicos são produtos químicos capazes de controlar pragas (animais e vegetais) e doenças em plantas. O aumento considerável no volume de agrotóxicos aplicados tem trazido uma série de transtornos e modificações para o ambiente, tanto pela contaminação das comunidades de seres vivos que o compõe, quanto pela sua acumulação nos segmentos bióticos e abióticos do ecossistema. Diante de tal problemática esta pesquisa visa identificar e analisar o processo ascensão de números vendas de produtos agrotóxicos na agricultura no Brasil, em Rondônia e Guajará-Mirim, e seus impactos a saúde e ao meio ambiente. 
Palavras chaves: Agrotóxicos, saúde, impactos ambientais.
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
	Tabela 1: Venda de agrotóxicos no Brasil: Herbicidas 2009 a 2012
	9
	Tabela 2: Venda de agrotóxicos no estado Rondônia: Herbicidas 2009 a 2012
	9
	Tabela 3: Venda de agrotóxicos no Brasil: Inseticidas 2009 a 2012
	10
	Tabela 4: Venda de agrotóxicos em Rondônia: Inseticidas 2009 a 2012
	10
	Tabela 5: Venda de agrotóxicos no Brasil: Fungicida 2009 a 2012
	11
	Tabela 6: Venda de agrotóxicos em Rondônia: Fungicida 2009 a 2012
	11
	Tabela 7: Venda de agrotóxicos no Brasil: Adjuvantes 2009 a 2012
	12
	Tabela 8: Venda de agrotóxicos em Rondônia: Adjuvantes 2009 a 2012
	12
	Gráfico 01: Vendas de agrotóxico Brasil
	13
	Tabela 9: Vendas de agrotóxico Rondônia 
	14
	Gráfico 02: Os dez ingredientes ativos mais vendidos 2011 e 2012
	15
	Tabela 10: Produção agrícola brasileira de 2002 a 2011, em milhões de hectares
	16
	Tabela 11. Produção pecuária brasileira de 2002 a 2011, em milhões de cabeças
	17
	Tabela 12: Consumo de agrotóxicos e fertilizantes químicos nas lavouras do Brasil, de 2002 a 2011
	17
	Gráfico 03. Produção agrícola e consumo de agrotóxicos e fertilizantes químicos nas lavouras do Brasil, de 2002 a 2011
	18
	Tabela 13: Número de amostras analisadas por cultura e resultados insatisfatórios (PARA, 2011)
	19
Tabela 14: Agrotóxicos mais vendidos e utilizados em Guajará-Mirim 20
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	5
2.	CONCEITO DE AGROTÓXICO	6
3.	AGROTÓXICOS NO BRASIL: BREVE HISTÓRICO	6
4.	OBJETIVOS	7
4.1	Objetivo geral	7
4.2	Objetivos específicos	8
5	METODOLOGIA	8
6	PRINCIPAIS CLASSES DE USO DE AGROTÓXICOS E QUANTITATIVOS DE VENDAS: BRASIL E RONDÔNIA	8
6.1	HERBICIDAS	8
6.2	INSETICIDAS	9
6.3	FUNGICIDAS	10
6.4	ADJUVANTES	11
7	TOTAIS DE VENDAS DE AGROTÓXICOS: BRASIL E RONDÔNIA	12
8	OS DEZ INGREDIENTES ATIVOS MAIS VENDIDOS NO BRASIL: 2011 E 2012	14
9	AGROTÓXICO USO NO BRASIL: LAVOURA E PECUARIA	16
10.	AGROTÓXICOS: GUAJARÁ-MIRIM	20
11.	AGROTÓXICOS: IMPACTOS A SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE	21
12.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	23
REFERÊNCIAS	24
INTRODUÇÃO 
Os usos de agrotóxicos ou agroquímicos vêem da constante necessidade humana da produção alimentos, sendo, esses de eminente importância para o acesso à vida dos cidadãos de menor poder aquisitivo.
O presente trabalho envolve dados oficiais de órgãos públicos relacionados ao meio ambiente com relação à utilização de agrotóxicos na agricultura, nas esferas federal e estadual de Rondônia. 
O art. 41 do Decreto n° 4.074 de 2002 es¬tabelece que as empresas que possuem registros de produtos agrotóxicos no Brasil ficam obrigadas a apresentar semestralmente aos órgãos registrantes relatório de comercialização desses produtos (AZEVEDO; CHASIN, 2004). Tais relatórios permitem o acompanhamento das quantidades de agrotóxicos comercializados no País, bem como das importações e exportações desses produtos. Essa informação é estratégica para diversos fins, não somente no âmbito do trabalho do IBAMA, como dos demais órgãos e níveis da administração pública e para a sociedade.
Ao consumirmos alimentos provenientes da agricultura com alto teor de agrotóxicos estamos fadados a prejudicar o meio ambiente e, a saúde humana, os curta, médio e longo prazo. A utilização de agrotóxico aumentou drasticamente na última década, assim como as vendas desses produtos.
.
CONCEITO DE AGROTÓXICO
 De acordo com a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989:
 Os agrotóxicos e a fins são definidos como os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas, e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos. (BRASIL, 1989).
Popularmente chamados de defensivos agrícolas ou pesticidas, os agrotóxicos visam controlar seres vivos considerados indesejáveis em função da conservação de outros seres vivos, produtos ou do meio ambiente. Os agrotóxicos possuem em sua composição substâncias químicos tóxicos denominados ingredientes ativos, que interferem na atividade biológica normal dos seres vivos alvos de controle. O ingrediente ativo é o agente químico, físico ou biológico que confere eficácia aos agrotóxicos e a fins. (BRASIL, 1989).
 A diversidade de uso dos produtos agrotóxicos deve-se aos seus diferentes modos de ação, que podem agir contra plantas (herbicidas), insetos (inseticidas), fungos (fungicidas), microrganismos de solo (nematicidas), moluscos (moluscicidas), entre outros. 
AGROTÓXICOS NO BRASIL: BREVE HISTÓRICO 
O uso de produtos agroquímicos na agricultura brasileira origina-se da crescente demanda mundial de alimentos, aliado ao crescimento populacional mundial e, concomitantemente à constituição do parque industrial de insumos, resultante da política de substituição de importações. 
A produção capitalista (monocultura) em larga escala brota no contexto da Revolução Verde, que se originou após as grandes guerras mundiais, quando a indústria química fabricante de venenos então usados como armas químicas encontrou na agricultura um novo mercado para os seus produtos (LONDRES, 2011). A partir da década de 1950, tornou-se o paradigma dos países desenvolvidos e modelo de desenvolvimento a ser seguido pelos países periféricos como o Brasil.
A Revolução Verde foi um processo de mudança da política agrícola e tecnológica, que utilizou do falso discurso de modernização no processo incentivo impondo a prática de monocultura, sendo, nesse novo modelo usado de sementes híbridas e/ou geneticamente modificado (os transgênicos), mecanização pesada e, pacotes agroquímicos, na finalidade do aumento da produtividade.
No caso da indústria de agrotóxicos, foi de fundamental importância a criação em 1975 do Programa Nacional de Defensivos Agrícolas, no âmbito do II Plano Nacional de Desenvolvimento, que proporcionou recursos financeiros para a criação de empresas nacionais e a instalação de subsidiárias de empresas transnacionais no país. 
O consumo federativo de produtos agrotóxico se acelerou em função da isençãode impostos como o Imposto de Circulação de Mercadoria (ICM), Imposto de Produtos Industrializados (IPI) e das taxas de importação de produtos não produzidos no Brasil e aviões de uso agrícola (Bull & Hathaway, 1996), logo, o maior incentivador do uso de agrotóxico é o estado.
Outro fator que acentuaste do consumo de agrotóxico é o alto marketing, pois, disponibiliza aos agricultores o crescimento da produção a partir do uso do produto em questão. 
Os grãos representam a principal parcela na produção brasileira, com destaque para a produção de milho e de soja. Em meados dos anos 80, a soja se transformou no produto de grande interesse nacional, face à demanda mundial, capaz de proporcionar ganhos comerciais expressivos, sobretudo em relação à geração de divisas em pleno período de substituição de importações. Tal fato se intensificou nos anos 90 e, na década atual, a soja representa 36% da área plantada e um volume de uso de agrotóxicos de 50% do total de vendas desses insumos em 2005, contra 11% do milho, em uma área que equivale 18% do total plantado no país (SINDAG, 2005).
Em 2009, o Brasil tornou-se o principal mercado consumidor de agrotóxicos, ficando à frente dos EUA, consumindo 733,9 milhões de toneladas (Sindag, 2009). Esse volume pode ser considerado como um verdadeiro “tsunami” na agricultura brasileira, pelo fato de aumentar o risco à saúde ambiental. 
OBJETIVOS 
Objetivo geral 
Analisar o quantitativo de venda de produtos agrotóxicos por classe de uso, a quantidade desses em alimentos e por fim descrever os impactos ambientais de seu uso, no Brasil e Rondônia. 
 
Objetivos específicos 
Verificar os agrotóxicos usados na agricultura brasileira;
Identificar e analisar os impactos ambientais promovidos pela utilização indevida de agroquímicos à saúde.
METODOLOGIA
A presente pesquisa realizou-se de modo empírico, sendo, em primeiro momento executado o levantamento bibliográfico em “artigos, monografias e dissertações”, sobre agrotóxicos – conceitos, usos, tipos e impactos ambientais –. 
Após o termino dessa etapa, é executado a busca das legislações vigentes de agrotóxicos no território brasileiro.
No terceiro momento fez-se a consulta a sítios oficias no intuito da busca dados referente ao uso de agrotóxico no Brasil, Rondônia (Ministério da Agricultura, Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA)
PRINCIPAIS CLASSES DE USO DE AGROTÓXICOS E QUANTITATIVOS DE VENDAS: BRASIL E RONDÔNIA
HERBICIDAS 
São substâncias químicas que evitam, reduzem ou eliminam plantas infestantes (mais popularmente conhecidas como ervas daninhas). São utilizados para o controle químico das plantas consideradas daninhas nas lavouras, que competem por água e nutrientes com a planta cultivada, levando vantagens sobre estas e causando perdas nas culturas. 
O controle de plantas daninhas é uma prática de elevada importância para a obtenção de altos rendimentos, em qualquer exploração agrícola, e tão antiga quanto à própria agricultura (EMBRAPA, 2003).
No Brasil, o aumento crescente no consumo de agrotóxicos, principalmente dos herbicidas, se dá principalmente em razão da expansão da fronteira agrícola e do aumento de terras onde é praticado o plantio direto.
 Observa-se na Tabela 1: Venda de agrotóxicos no Brasil: Herbicidas 2009 a 2012, situada abaixo um crescimento de 83,22% (135752,48 T) nos números de venda de agrotóxicos da classe de uso “herbicida” de 2009 a 2012, passando de 163.119,59 toneladas em 2009, para 298.872,07 toneladas em 2012.
Tabela 1: Venda de agrotóxicos no Brasil: Herbicidas 2009 a 2012
	Ano
	Toneladas vendidas
	2009
	163.119,59
	2010
	204.956,88
	2011
	221.329,57
	2012
	298.872,07
Fonte: IBAMA / Consolidação de dados fornecidos pelas empresas registrantes de produtos técnicos, agrotóxicos e afins, conforme art. 41 do Decreto n° 4.074/2002.
A tabela 2: Venda de agrotóxicos no estado Rondônia: Herbicidas 2009 a 2012, demonstra a ascensão da venda do produto em questão, sendo em 2009 vendidas 1.246,55 toneladas, progredindo a 2.740,57 toneladas em 2012, que corresponde a um aumento de 119,85% (1494,02 T). 
Tabela 2: Venda de agrotóxicos no estado Rondônia: Herbicidas 2009 a 2012
	Ano
	Toneladas vendidas 
	2009
	1.246,55
	2010
	2.125,19
	2011
	1.926,24
	2012
	2.740,57
Fonte: IBAMA / Consolidação de dados fornecidos pelas empresas registrantes de produtos técnicos, agrotóxicos e afins, conforme art. 41 do Decreto n° 4.074/2002.
O dados explicitados acima mostram que o no período de 2009 a 2012 a ascensão das vendas de herbicidas foi maior no estado de Rondônia que na Republica Federativa do Brasil, outrossim, no primeiro o aumento de 119,85% e no segundo de 83,22%, havendo uma diferença entre eles de 36,63%. 
INSETICIDAS
 São produtos	à base	de substâncias	 químicas ou agentes biológicos, de ação direta ou indireta, que provocam a morte dos insetos. São os principais agentes de intoxicação entre os agrotóxicos quer os de uso na agricultura, enfoque deste trabalho, quer os empregados em ambientes domésticos e públicos (EMBRAPA, 2003). 
Quimicamente, podem ser classificados em três grandes grupos: os organoclorados; os inibidores da colinesterase (fosforados orgânicos e carbamatos); e os piretroides naturais e sintéticos.
Os fosforados orgânicos, ou organofosforados, e os carbamatos, também conhecidos como inibidores da acetilcolinesterase são os inseticidas	mais	utilizados. 
Visualiza-se na tabela de número 3, situada abaixo, o quantitativo de vendas de inseticidas no Brasil nos anos de 2009 a 2012, sendo vendidas em 2009 24.176,05 toneladas, já em 2012 37.206,81 toneladas, deste modo viabilizando um aumento de 53,89% (13.030,76 T). 
Tabela 3: Venda de agrotóxicos no Brasil: Inseticidas 2009 a 2012
	Ano
	Toneladas vendidas 
	2009
	24.176,05
	2010
	32.054,87
	2011
	36.867,44
	2012
	37.206,81
Fonte: IBAMA / Consolidação de dados fornecidos pelas empresas registrantes de produtos técnicos, agrotóxicos e afins, conforme art. 41 do Decreto n° 4.074/2002
Na tabela 4 situada abaixo se observa o quantitativo das vendas de inseticida em Rondônia no período de 2009 a 2012, no ano de 2009 foram comercializadas 45,02 toneladas já em 2012 164,96 toneladas, desse modo crescendo 266,41% (119,94 T).
Tabela 4: Venda de agrotóxicos em Rondônia: Inseticidas 2009 a 2012
	Ano
	Toneladas vendidas 
	2009
	45,02
	2010
	106,93
	2011
	94,08
	2012
	164,96
Fonte: IBAMA / Consolidação de dados fornecidos pelas empresas registrantes de produtos técnicos, agrotóxicos e afins, conforme art. 41 do Decreto n° 4.074/2002
FUNGICIDAS
O termo fungicida significa,	literalmente, matador de fungo. Todo agente físico, químico ou biológico prejudicial aos fungos é fungicida. Devido ao interesse prático do seu uso no controle de doenças de plantas, o termo se restringiu a substâncias	 químicas aplicadas às plantas cultivadas para matar fungos parasitas ou prevenir o aparecimento de doenças fúngicas. 
Assim, substâncias que sem serem letais inibem a germinação de esporos e o crescimento micelial (fungistáticos), e aquelas que mesmo permitindo este último impedem a reprodução por esporulação (genestáticos ou antiesporulantes) são consideradas fungicidas (SOUSA et al., 2000). Muitos	tipos	de	fungicidas são utilizados de grande diversidade de estruturas químicas. A maioria tem relativamente baixa toxicidade a mamíferos. Seu maior impacto ambiental é a toxicidade para os microrganismos do solo (EDWARDS, 1998).
A tabela 5 montra a ascensão das vendas de fungicidas no território nacional entre 2009 e 2012, sendo vendidas 47.068,86 toneladas no ano de 2009, já no percorrer do ano de 2012 60.378,16, toneladas, deste modo projetando um aumento de 28,27% (13309,3T).
Tabela 5: Venda de agrotóxicos no Brasil: Fungicida 2009 a 2012
	Ano
	Toneladas vendidas 
	2009
	47.068,86
	2010
	55.428,772011
	66.856,77
	2012
	60.378,16
Fonte: IBAMA / Consolidação de dados fornecidos pelas empresas registrantes de produtos técnicos, agrotóxicos e afins, conforme art. 41 do Decreto n° 4.074/2002
A tabela 6 disponibiliza a quantidade de vendas de agrotóxicos da classe fungicida em Rondônia no período de 2009 a 2012, assim, mostrando que houve crescimento desses no período em questão, em 2009 foram vendidas 80,78 toneladas, já em 2012 102,47 toneladas, t assim vendendo 21,69 toneladas a mais. 
Tabela 6: Venda de agrotóxicos em Rondônia: Fungicida 2009 a 2012
	Ano
	Toneladas vendidas 
	2009
	80,78
	2010
	90,58
	2011
	67,88
	2012
	102,47
Fonte: IBAMA / Consolidação de dados fornecidos pelas empresas registrantes de produtos técnicos, agrotóxicos e afins, conforme art. 41 do Decreto n° 4.074/2002
ADJUVANTES
Qualquer substância ou composto sem propriedades fitossanitárias, exceto água, que é acrescida numa preparação de agrotóxico para facilitar a aplicação, aumentar a eficiência ou diminuir riscos é classificada como	 um adjuvante	(KISSMAN,	1998). 
Na Tabela 7: Venda de agrotóxicos no Brasil: Adjuvantes 2009 a 2012 abaixo se observa o quantitativo das vendas de adjuvantes no período de 2009 a 2012, em que no ano de 2009 foram comercializadas 17.477,43toneladas, já em 2012 17.731,79 toneladas.
Tabela 7: Venda de agrotóxicos no Brasil: Adjuvantes 2009 a 2012
	Ano
	Toneladas vendidas 
	2009
	17.477,43
	2010
	20.976,35
	2011
	21.055,74
	2012
	17.731,79
Fonte: IBAMA / Consolidação de dados fornecidos pelas empresas registrantes de produtos técnicos, agrotóxicos e afins, conforme art. 41 do Decreto n° 4.074/2002
A tabela 8 abaixo disponibiliza um pequeno histórico das vendas de adjuvantes no estado de Rondônia entre 2009 e 2012, sendo vendidas 132,83 toneladas no ano de 2009, já no percorrer do ano de 2012 143,33 toneladas.
Tabela 8: Venda de agrotóxicos em Rondônia: Adjuvantes 2009 a 2012
	Ano
	Toneladas vendidas 
	2009
	132,83
	2010
	78,86
	2011
	56,58
	2012
	143,33
Fonte: IBAMA / Consolidação de dados fornecidos pelas empresas registrantes de produtos técnicos, agrotóxicos e afins, conforme art. 41 do Decreto n° 4.074/2002
TOTAIS DE VENDAS DE AGROTÓXICOS: BRASIL E RONDÔNIA
 
O processo produtivo agrícola brasileiro está cada vez mais dependente dos agrotóxicos e fertilizantes químicos, para manter o índice de produtividade elevado, fazendo-se mão do modelo mecanicista de produção agrícola denominado “manufatureiro”.
Em 2010, o mercado nacional movimentou cerca de US$ 7,3 bilhões e representou 19% do mercado global de agrotóxicos. Em 2011 houve um aumento de 16,3% das vendas, alcançando US$ 8,5 bilhões, sendo que as lavouras de soja, milho, algodão e cana-de-açucar representam 80% do total das vendas do setor (SINDAG, 2012). 
O presente tópico explanar-se-á sobre o processo de ascensão das vendas de agrotóxico em âmbito nacional e estadual rondoniense, fazendo-se de gráficos para demonstrar visualmente tal processo.
Em primeiro momento demonstraremos um balanço do quantitativo de vendas da esfera federal do ano de 2000 a 2012, por meio do gráfico de número 01, subseguente. 
No ano de 2000 foram vendidas 162,4 toneladas de produtos agrotóxicos, logo, no ano seguinte houve uma queda de -2,26% (-4.156,91 T), seguida novamente de queda em 2002 nas casas dos -7,78% (-12.319,81T), em 2003 houve aumento de 16,36% (23.876,32T), 2004 novo aumento de 24,71%, 2005 queda de -2,47%, 2006 novamente queda de -1,19%.
Os anos de 2007 e 2008 não foram sistematizados pelo IBAMA, por tal motivo não possuímos dados deste período. Sendo, em 2009 retomado ao órgão anteriormente citado nesse mesmo ano houve a venda de 300.349,70 toneladas de agrotóxicos, em ano seguinte aumento de 28,02%, em 2011 novo aumento de 9,82% e por fim 2012 com aumento de 13,16% fechando a cotação em 477.7 toneladas. 
 
Gráfico 01: Vendas de agrotóxico Brasil
Fonte: IBAMA / Consolidação de dados fornecidos pelas empresas registrantes de produtos técnicos, agrotóxicos e afins, conforme art. 41 do Decreto n° 4.074/2002. Os anos de 2007 e 2008 não foram sistematizados pelo IBAMA
 A tabela 9: Vendas de agrotóxico Rondônia, disponibiliza dados referente a venda de agrotóxico de 2000 a 2012, não contendo os anos de 2007 e 2008 por falta de dados, reparte-se os indicados de venda em três bloco, o primeiro mostra o quantitativo em toneladas, o segundo o percentual do quantitativo de venda em Rondônia frente ao governo nacional, e por fim a variação anual em porcentagem de vendas no próprio estado em período de tempo diferente.
Observa-se que o ano de maior variação percentual de venda é o de 2002 para 2003, passando 390,83 toneladas em 2002 para 751,90 toneladas em 2003, correspondendo a um aumento de 92,39%.
Tabela 9: Vendas de agrotóxico Rondônia 
	Ano
	Quantidade em toneladas 
	Participação nacional%
	Variação anual no estado . %
	2000
	1.295,32
	0,80
	 -
	2001
	405,25
	0,26
	-68,71
	2002
	390,83
	0,27
	-3,56
	2003
	751,90
	0,44
	92,39
	2004
	773,49
	0,37
	2,87
	2005
	983,95
	0,48
	27,21
	2006
	1.169,09
	0,57
	18,82
	2009
	1.671,84
	0,56
	 -
	2010
	2.607,63
	0,68
	55,97
	2011
	2.396,95
	0,57
	-8,08
	2012
	3.380,28
	0,71
	41,02
Fonte: IBAMA / Consolidação de dados fornecidos pelas empresas registrantes de produtos técnicos, agrotóxicos e afins, conforme art. 41 do Decreto n° 4.074/2002. Os anos de 2007 e 2008 não foram sistematizados pelo IBAMA
OS DEZ INGREDIENTES ATIVOS MAIS VENDIDOS NO BRASIL: 2011 E 2012 
Observam-se no gráfico 02 os ingredientes ativos mais vendidos nos anos de 2011 e 2012, merecendo destaque ao glifosato, por ser o primeiro no ranking em vendas nesse período, sendo em 2011 vendidos 131,89 toneladas e em 2012 187,77 toneladas, crescimento de 42,36%( 55,88 T). Pertencendo ao grupo químico glicina substituída e é tóxico para organismos aquáticos, pouco tóxico para organismos do solo, aves e abelhas, e pouco bioacumuláve. Os produtos técnicos à base do ingrediente ativo glifosato, em geral, são classificados na classe III.
O glifosato herbicida é registrado para uso em 26 culturas (algodão, ameixa arroz, aveia-preta, azevém, banana, cacau, café, cana-de-açúcar, citros, coco, feijão, florestas de eucalipto e pinus, fumo, maçã, mamão, milho, nectarina, pastagens, pera, pêssego, seringueira, soja, trigo e uva) (MAPA, 2010). 
Gráfico 02: Os dez ingredientes ativos mais vendidos 2011 e 2012ingredientes ativos mais 
Fonte: IBAMA / Consolidação de dados fornecidos pelas empresas registrantes de produtos técnicos, agrotóxicos e afins, conforme art. 41 do Decreto n° 4.074/2002
O segundo do ranking é o óleo mineral em que foram vendidos no ano de 2011 44.561 toneladas já em 2012 vendeu 36.962 toneladas de ingredientes ativos, observa-se queda de –17,05% (-7599 T). 
O óleo mineral é considerado o principal produto do grupo dos afins, dos agrotóxicos e tem registro para uso em 14 culturas (abacate, banana, cacau, café, citros, figo, jabuticaba, maçã, oliveira, pera, pêssego, rosa, seringueira e uva) (MAPA, 2010), além do registro como adjuvante de outros agrotóxicos. Assim, as classes de uso que o óleo mineral participa são adjuvante, inseticida, fungicida, acaricida e espalhante adesivo. É altamente persistente e tóxico para organismos aquáticos. Em geral, é pouco tóxico para os organismos não alvo, pouco transportável e pouco bioacumulável. Os produtos estão distribuídos nas classes ambientais II, III e IV.
Os demais ingredientes ativos não serão comentados nesse trabalho, deixando esses para um próximo momento.
AGROTÓXICO USO NO BRASIL: LAVOURA E PECUARIA 
Na safra de 2011 no Brasil, foram plantados 71 milhões de hectares de lavoura temporária (soja, milho, cana, algodão) e permanente (café, cítricos, frutas, eucaliptos), o que corresponde a cerca de 853 milhões de litros (produtosformulados) de agrotóxicos pulverizados nessas lavouras, principalmente de herbicidas, fungicidas e inseticidas, representando média de uso de 12 litros/hectare e exposição média ambiental/ocupacional/alimentar de 4,5 litros de agrotóxicos por habitante (IBGE/SIDRA, 2012; SINDAG, 2011).
O Tabela 10 abaixo, sobre a produção agropecuária brasileira nos anos 2002 a 2011, e mostra que alguns alimentos adotados no cotidiano de boa parte dos brasileiros (arroz, feijão e mandioca) continuaram com a mesma área plantada no período, enquanto a soja, o milho, o sorgo e o algodão tiveram aumentos de área plantada, expandindo a produção para exportação e/ou para alimentar animais em regime de monocultura e confinamento, como se pode ver no quadro 11. Além disso, parte da cana-de-açúcar, que também teve aumento importante da área plantada, irá se transformar em etanol e parte do óleo de soja em biodiesel, implementando o ciclo de transformação dos alimentos em biocombustíveis.
Tabela 10: Produção agrícola brasileira de 2002 a 2011, em milhões de hectares.
	Brasil
	2002
	2003
	2004
	2005
	2006
	2007
	2008
	2009
	2010
	2011
	Algodão
	0,8
	0,7
	1,2
	1,3
	0,9
	1,1
	1,1
	1,2
	1,4
	1,7
	Arroz
	3,2
	3,2
	3,8
	4
	3
	2,9
	2,9
	2,8
	2,9
	2,8
	Borracha
	0,1
	0,1
	0,1
	0,1
	0,1
	0,1
	0,1
	0,1
	0,2
	0,1
	Café
	2,4
	2,4
	2,4
	2,3
	2,3
	2,3
	2,3
	2,2
	2,1
	2,2
	Cana
	5,2
	5,4
	5,6
	5,8
	6,4
	7,1
	8,2
	9,5
	10
	11
	Feijão
	4,3
	4,4
	4,3
	4
	4,2
	4
	4
	4
	4,3
	3,7
	Mandioca
	1,7
	1,6
	1,8
	1,9
	2
	1,9
	2
	2,1
	1,8
	1,8
	Milho
	12,3
	
13,3
	12,9
	12,2
	13
	14
	14,7
	15,5
	13,6
	13,6
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Soja
	16,4
	18,5
	21,6
	23,4
	22,1
	20,6
	21,1
	21,6
	22,2
	22,7
	Sorgo
	0,5
	0,8
	0,9
	0,8
	0,7
	0,7
	0,8
	1,1
	0,8
	0,7
	Trigo
	2,2
	2,6
	2,8
	2,4
	1,8
	1,9
	2,4
	2,6
	2,4
	2,2
	Citrus
	0,9
	1
	0,9
	0,9
	0,9
	0,9
	0,9
	0,9
	0,9
	0,9
	Outros
	4,5
	4,5
	4,7
	5,1
	5,1
	4,9
	4,8
	4,8
	6,4
	7,8
	Total
	54,5
	58,5
	63
	64,3
	62,6
	62,3
	65,3
	68,8
	69
	71,1
Fonte: IBGE/SIDRA, 2012; MAPA, 2010.
 Tabela 11 . Produção pecuária brasileira de 2002 a 2011, em milhões de cabeças
	Brasil
	2002
	2003
	2004
	2005
	2006
	2007
	2008
	2009
	2010
	2011
	Bovino
	185,3
	195,6
	204,5
	207,2
	205,9
	199,8
	202,3
	204,9
	209,5
	213,7
	Suíno
	31,9
	32,3
	33,1
	34,1
	35,2
	35,9
	36,8
	37,7
	39
	39,7
	Frangos
	703,7
	737,5
	759,5
	812,5
	819,9
	930
	994,3
	1063
	1028,2
	1048,7
	Galinhas
	180,4
	183,8
	184,8
	186,6
	191,6
	197,6
	207,7
	218,3
	210,8
	215
	Outros
	39,1
	40
	41,1
	42,6
	43,4
	42,8
	44,4
	46
	48,9
	49,9
	Total
	1140,5
	1189,2
	1223
	1282,8
	1296
	1406,2
	1485,5
	1569,9
	1536,3
	1567
 Fonte: IBGE/SIDRA, 2012; MAPA, 2010.
No tabela 12, mostra-se o crescente consumo de agrotóxicos e fertilizantes químicos pela agricultura brasileira, proporcional ao aumento das monoculturas, cada vez mais dependentes dos insumos químicos. O uso de agrotóxicos foi calculado a partir de dados de 2008 a 2010 divulgados pelo SINDAG (2009, 2011) e para 2002 a 2007 foi feita estimativa utilizando o consumo médio em cada cultura por hectare a partir dos dados divulgados e da produção anual informada pelo IBGE (2012) e projeção elaborada pelo MAPA (2010). O uso de fertilizantes químicos chama a atenção na soja (200kg/ha), no milho (100kg/ha) e no algodão (500 kg/ha), calculado através de dados divulgados pela ANDA (2011).
Tabela 12: Consumo de agrotóxicos e fertilizantes químicos nas lavouras do Brasil, de 2002 a 2011
	BRASIL
	2002
	2003
	2004
	2005
	2006
	2007
	2008
	2009
	2010
	2011
	Agrotóxicos
	599,5
	643,5
	693
	706,2
	687,5
	686,4
	673,9
	725
	827,8
	852,8
	 (milhões de L)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Fertilizantes
	4910
	5380
	6210
	6550
	6170
	6070
	6240
	6470
	6497
	6743
	 (milhões de kg)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
 Fonte: SINDAG, 2009 e 2011; ANDA, 2011; IBGE/SIDRA, 2012; MAPA, 2010.
No gráfico 02, nota-se que o consumo médio de agrotóxicos vem aumentando em relação à área plantada, ou seja, passou-se de 10,5 litros por hectare (l/ha) em 2002, para 12,0 l/ha em 2011. Tal aumento está relacionado a vários fatores, como a expansão do plantio da soja transgênica que amplia o consumo de glifosato, a crescente resistência das ervas “daninhas”, dos fungos e dos insetos, demandando maior consumo de agrotóxicos e/ou o aumento de doenças nas lavouras, como a ferrugem asiática na soja que aumenta o consumo de fungicidas. Importante estímulo ao consumo advém da diminuição dos preços e da absurda isenção de impostos dos agrotóxicos, fazendo com que os agricultores utilizem maior quantidade por hectare (Pignati e Machado, 2011). Quanto aos fertilizantes químicos, a média de consumo por hectare continuou no mesmo nível no período.
Gráfico 03. Produção agrícola e consumo de agrotóxicos e fertilizantes químicos nas lavouras do Brasil, de 2002 a 2011
Fonte: SINDAG, 2009 e 2011; ANDA, 2011; IBGE/SIDRA, 2012; MAPA, 2010.
Esse volume de agrotóxicos foi consumido por vários tipos de culturas sendo que a soja utilizou 40% do volume total entre herbicidas, inseticidas, fungicidas, acaricidas e outros (adjuvantes, surfactantes e reguladores). Em seguida está o milho com 15%, a cana e o algodão com 10%, depois os cítricos com 7%, o café (3%), o trigo (3%), o arroz (3%), o feijão (2%), a pastagem (1%), a batata (1%), o tomate (1%), a maçã (0,5%), a banana (0,2%) e as demais culturas consumiram 3,3% do total de 852,8 milhões de litros de agrotóxicos pulverizados nessas lavouras em 2011, segundo o SINDAG (2009, 2011) e projeção do MAPA (2010).
Para calcularmos a quantidade de agrotóxicos utilizados por tipo de cultura, utilizamos a média nacional do Tabela 10 (hectares de lavouras) e do Tabela 11 (consumo de agrotóxicos), mais os dados informados acima sobre o consumo/cultura, e pareados com os dados de consumo/cultura/hectare fornecidos pelo banco de dados do INDEA-MT (2011) e Moreira et al (2010). Essas informações nos indicam que o consumo médio de agrotóxicos (herbicidas, inseticidas e fungicidas) por hectare de soja foi de 12 litros, o de milho 6 l/ha; de algodão 28 l/ha; de cana 4,8 l/ha; de cítricos: 23 l/ha; de café: 10 l/ha; arroz 10 l/ha; trigo: 10 l/ha e feijão: 5 l/hectare.
Cerca de 434 ingredientes ativos (IA) e 2.400 formulações de agrotóxicos estão registrados no MS, MAPA e MMA e são permitidos no Brasil de acordo com os critérios de uso e indicação estabelecidos em suas Monografias. Na ANVISA estão em processo de revisão, desde 2008, 14 agrotóxicos: cinco deles já foram proibidos (acefato, cihexatina e tricloform), sendo que o metamidofós será retirado do mercado a partir de junho de 2012, e o endossulfama partir de junho de 2013. O fosmet teve seu uso restringido, apesar dos estudos terem apontado pelo banimento. Outros dois já concluíram a consulta pública de revisão (forato e parationa-metílica) e os demais já tiveram suas notas técnicas de revisão concluídas: lactofem, furano, tiram, paraquat, glifosato, abamectina (ANVISA, 2008; ANVISA, 2012a; ANVISA 2012b)
TABELA 13: Número de amostras analisadas por cultura e resultados insatisfatórios (PARA, 2011)
	Produto
	N° Nº de amostras analisadas
	 
	 
	 
	Total de Insatisfatórios
	
	
	NA
	> LMR
	>LMR e NA
	
	
	
	 
	 
	 
	
	
	
	-1
	-2
	-3
	(1+2+3)
	
	
	N°
	%
	N°
	%
	N°
	%
	N°
	%
	Alface
	134
	55
	41%
	1
	0,70%
	2
	1,50%
	58
	43%
	Arroz
	162
	26
	16%
	0
	0,00%
	0
	0,00%
	26
	16%
	Cenoura
	152
	102
	67%
	0
	0,00%
	0
	0,00%
	102
	67%
	Feijão
	217
	13
	6%
	0
	0,00%
	0
	0,00%
	13
	6%
	Mamão
	191
	20
	10%
	14
	7,30%
	4
	2,10%
	38
	20%
	Pepino
	200
	71
	36%
	10
	5,00%
	7
	3,50%
	88
	44%
	Pimentão
	213
	178
	84%
	20,90%
	10
	4,70%
	190
	90%
	Tomate
	151
	14
	9%
	0
	0,00%
	4
	2,60%
	18
	12%
	Uva
	208
	41
	20%
	11
	5,30%
	4
	1,90%
	56
	27%
	TOTAL
	1.628
	520
	32%
	38
	2,30%
	31
	1,90%
	589
	36%
(1) amostras que apresentaram somente IA não autorizados (NA); (2) amostras somente com ingredientes ativos autorizados, mas acima dos limites máximos autorizados (> LMR); (3) amostras com as duas irregularidades (NA e > LMR); (1+2+3) soma de todos os tipos de irregularidades.
Fonte: PARA, 2011
 Ressalta-se na tabela acima que o maior índice de irregularidade nas amostras analisadas é ocasionado pela presença de agrotóxicos não autorizados para a cultura. Os agrotóxicos não autorizados para a cultura compreendem as seguintes situações: ingrediente ativo com registro para outras culturas e não autorizado para a cultura monitorada ou ingrediente ativo banido ou sem nunca ter tido registro no país. Alimentos como arroz, feijão e cenoura, por exemplo, apresentaram todas as amostras insatisfatórias devido à presença de agrotóxico não autorizado para a cultura, o que evidencia uma irregularidade que necessita ser corrigida. Averigua-se, ainda que as amostras monitoradas de alface, mamão, pepino, pimentão e uva apresentaram elevado índice de resultados insatisfatórios pela utilização de agrotóxicos não autorizados para cultura. Entretanto, nessas culturas foram evidenciadas amostras insatisfatórias por apresentarem concentração de resíduos de agrotóxicos acima do LMR estabelecido para a cultura.
AGROTÓXICOS: GUAJARÁ-MIRIM
TABELA 14: Agrotóxicos mais vendidos e utilizados em Guajará-Mirim
	Produto:
	Quantidade vendida:
	Litros:
	Artys – Arysta
	4
	1
	Artys – Arysta
	16
	5
	Artys – Arysta
	125
	20
	Browser – Arysta
	3
	20
	Iaraguens – Hiara
	24
	6
	Triclon – Arysta
	59
	20
	Triclon – Arysta
	2
	5
	Glifosato – Atanor
	17
	5
	Glifosato – Atanor
	3
	20
	D Amina – Atanor
	16
	20
Fonte: IDARON / Guajará-Mirim/2014.
Segundo informações com base em dados oficiais do IDARON, em Guajará-Mirim são usados apenas Agrotóxicos Herbicidas (usados para matar ervas daninhas) na agricultura familiar e de pequenos produtores rurais, os Agrotóxicos Inseticidas não são tão utilizados, pois em Guajará-Mirim não existe nenhuma propriedade com uma produção em larga escala e que necessite de aplicação para conter pragas.
A aplicação do produto cessa no período de chuvas, pois a água “lava” e retira o produto, levando a contaminação do solo, portanto a melhor aplicação é no período de verão.
Com relação à coleta volante dos frascos vazios de Agrotóxicos, foi nos informado o seguinte, o órgão responsável por receber e recolher é o ARAPEV	, que se encontra em Porto Velho, a responsabilidade de devolver é exclusiva do produtor e está passivo de multa caso não cumpra segundo a legislação vigente, em Guajará-Mirim foi feita apenas uma vez um mutirão organizado pelo IDARON, a fim de recolher nas pequenas propriedades rurais os frascos e levar até o local especificado, porém muitos produtores por pensar se tratar de fiscalização ou multa, se escondem ou somem com os frascos, dificultando o trabalho dos profissionais dos órgãos responsáveis pela orientação e destinação adequada das embalagens de agrotóxicos e agroquímicos.
AGROTÓXICOS: IMPACTOS A SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE
Agrotóxicos, defensivos químicos, pesticidas, praguicidas, remédios de planta e vene- nos, essas são algumas das inúmeras denominações relacionadas a um grupo de substân- cias químicas utilizadas no controle de pragas (animais e vegetais) e doenças de plantas (FUN- DACENTRO, 1998).
Os agrotóxicos são produzidos a partir de diferentes substâncias químicas, desenvolvidos para matar, exterminar, combater ou impedir o desenvolvimento (já que alguns atuam sobre processos específicos) de diferentes organismos considerados prejudiciais às culturas implantadas no sistema agrícola mundial. Assim, por sua forma de ação, por atuarem sobre processos vitais, esses produtos têm ação sobre a constituição física e saúde do ser humano (EPA, 1985). Os efeitos sobre a saúde podem ser de dois tipos: 1) efeitos agudos, ou aqueles que resultam da exposição a concentrações de um ou mais agentes tóxicos, capazes de causar dano efetivo aparente em um período de 24 horas; 2) efeitos crônicos, ou aqueles que resultam de uma exposição continuada a doses relativamente baixas de um ou mais produtos.
Dentre todos os casos de impactos sobre organismos específicos, os seres humanos são os mais afetados, pois a contaminação de águas e solo, bem como o impacto direto na biodiversidade interfere diretamente na qualidade de vida humana. Também existem resíduos presentes nos alimentos e na água potável, fatores que podem tornar-se carcinogênicos. Existem diversos relatos de doenças e óbitos causados por pesticidas, Edwards (1993) numera cerca de 20 mil mortes/ano. No Brasil, a segunda principal causa de intoxicação é por agrotóxicos, depois de medicamentos, entretanto, a morte dos intoxicados ocorre com maior incidência entre os que tiveram contato com agrotóxicos (ANVISA, 2009b). Produtores e aplicadores também estão diretamente expostos à contaminação por pesticidas. A exposição acidental a esses químicos é muito comum, e o número de casos é bem maior do que o relatado, já que muitos acidentes não são notificados.
 Casos de desastres em grandes proporções são relatados como o de Bhopal, na Índia, onde ouve entre 2000 a 5000 mortes e 50 mil feridos devido à exposição ao isocianato. Um exemplo da contaminação de aplicadores que, normalmente, não têm nenhuma informação sobre o uso de equipamentos de proteção individual é relatado por Araújo, Nogueira e Augusto (2000) na cultura de tomate de mesa, na região de Vale do São Francisco e no município de Camocim de São Felix, localizados no agreste de Pernambuco. Muitos aplicadores de pesticidas dessas regiões apresentaram sintomas esperados para o grupo de risco e pouquíssimos (apenas três no Vale do São Francisco) realizavam exames periódicos de saúde. No município de Camocim de São Félix 13,2% dos trabalha- dores já sofreram algum tipo de intoxicação, e dos 159 entrevistados, 45 sentem-se mal durante a aplicação do produto. Entre as mulheres entrevistadas, 70,6% relatou a perda de fetos e 39,4% revelou ter perdido filhos com menos de um ano de vida.
O aumento considerável no volume de agrotóxicos aplicados tem trazido uma série de transtornos e modificações para o ambiente, tanto pela contaminação das comunidades de seres vivos que o compõe, quanto pela sua acumulação nos segmentos bióticos e abióticos do ecossistema (biota, água, ar, solo, etc.). Um dos efeitos indesejáveis provocado pelos agrotóxicos é a contaminação de espécies não alva, ou seja, espécies que não interferem no processo de produção, causando assim um desequilíbrio na biodiversidade. 
 Com base no texto podemos concluir que os efeitos dos agrotóxicos afins podem ser sentidos no ambiente das mais diversas formas. Os efeitos mais marcantes são relacio- nados à saúde humana, sendo responsáveis por mais de 20 mil mortes não intencionais por ano, com intoxicações agudas ou crônicas causando abortos, má formação de fetos, câncer entre outras doenças. Além disso, o uso indiscriminado e excessivo de agroquímicos causam inúmeros desequilíbrios à fauna, flora, solo e aos recursos hídricos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos que a utilização de agrotóxicos de forma indiscriminada é extremamente prejudicial à saúde humana, contamina o solo e a água e baixa consideravelmente a qualidade dos alimentos consumidos. Novas políticas públicas, uma fiscalização mais severa, uma orientação mais acentuada, além da agricultura orgânica são as possíveis soluções para a redução dos impactos ambientais explicitados no decorrer do trabalho. Em Guajará-Mirim os agrotóxicos não são tão utilizados, pois não existe uma produçãode alimentos em larga escala, o que acarreta na pouca venda e utilização desses produtos.
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei n° 7802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7802.htm>. Acesso em: 15 fevereiro de 2014.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Decreto n° 4074, de 04 de janeiro de 2002. Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ decreto/2002/d4074.htm>. Acesso em: 15 de fevereiro de 2014. 
SOARES, Wagner Lopes. Uso dos agrotóxicos e seus impactos à saúde e ao ambiente: uma avaliação integrada entre a economia, a saúde pública, a ecologia e a agricultura. Rio de Janeiro. 2010. 
CARNEIRO, F F; PIGNATI, W; Rigotto, R M; AUGUSTO, L G S. Rizollo, A; MULLER, N M; Alexandre, V P. Friedrich, K; Mello, M S C. Dossiê ABRASCO -Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. ABRASCO. Rio de Janeiro, abril de 2012. 1a Parte. 98p.
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