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Ponto dos Concursos www.pontodosconcursos.com.br Atenção. O conteúdo deste curso é de uso exclusivo do aluno matriculado, cujo nome e CPF constam do texto apresentado, sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição. É vedado, também, o fornecimento de informações cadastrais inexatas ou incompletas – nome, endereço, CPF, e-mail - no ato da matrícula. O descumprimento dessas vedações implicará o imediato cancelamento da matrícula, sem prévio aviso e sem devolução de valores pagos - sem prejuízo da responsabilização civil e criminal do infrator. Em razão da presença da marca d’ água, identificadora do nome e CPF do aluno matriculado, em todas as páginas deste material, recomenda-se a sua impressão no modo econômico da impressora. CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Aula 4 – “Ferramentas da Gestão” e “Avaliação da Gestão Pública 1. Ferramentas da Gestão – Ferramentas de análise e melhoria de processos e Ferramentas de análise de ambiente............................... 2 1.1. Ciclo PDCA .......................................................................... 2 1.2. 5W2H................................................................................. 3 1.3. Brainstorming...................................................................... 4 1.4. Matriz GUT.......................................................................... 7 1.5. Matriz BASICO..................................................................... 9 1.6. Fluxograma ......................................................................... 9 1.7. Diagramas de causa e efeito................................................ 12 1.8. Pareto .............................................................................. 15 1.9. Análise SWOT.................................................................... 17 1.10. Análise de cenários........................................................... 19 2. Avaliação da Gestão Pública ...................................................... 20 2.1. Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – Ciclo 2007. ..................................................................................... 20 2.2. Critérios de avaliação da gestão pública. ............................... 22 Critério 1 – Liderança ............................................................. 25 Critério 2 – Estratégias e Planos .............................................. 26 Critério 3 – Cidadãos e Socidade.............................................. 26 Critério 4 – Informação e conhecimento.................................... 27 Critério 5 – Pessoas ............................................................... 28 Critério 6 – Processos............................................................. 28 Critério 7 – Resultados ........................................................... 29 2.3. Sistema de pontuação ........................................................ 29 Pontuação dos itens de aplicação e método ............................... 31 Pontuação dos itens de resultados............................................ 35 3. Exercícios ............................................................................... 37 4. Gabarito................................................................................. 40 5. Bibliografia ............................................................................. 42 Olá, pessoal. Todo mundo preparado para mais uma aula? Esta é a penúltima aula do nosso curso, sendo que é a última aula de conteúdo (a próxima será só de resolução de exercícios de provas anteriores). O conteúdo da aula de hoje é bastante fácil, principalmente a parte de ferramentas de gestão. São itens que, na prova, a gente não pode errar de jeito nenhum! Vamos começar por estas ferramentas e, em seguida, passaremos para o conteúdo de avaliação da gestão pública. www.pontodosconcursos.com.br 1 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO 1. Ferramentas da Gestão – Ferramentas de análise e melhoria de processos e Ferramentas de análise de ambiente. Resolvemos agrupar as ferramentas de análise de processos e de análise de ambiente porque são conteúdos parecidos. Vamos ver que ferramentas são estas? 1.1. Ciclo PDCA Vimos este ciclo em detalhes na aula 2. Vamos relembrá-lo? O ciclo PDCA, também conhecido como ciclo de Shewhart, seu idealizador, ou ciclo de Deming, seu maior divulgador, é uma ferramenta importante, tanto para gerenciar a rotina como para promover melhoriar. O PDCA visa a promover a padronização por meio da melhoria contínua. Essa ferramenta é utilizada nas mais diversas atividades e áreas. É um método muito utilizado, pois é bastante simples e de fácil entendimento para qualquer pessoa dentro da organização. As fases do ciclo estão representadas na sua sigla: Plan (planejar), Do (Executar), Check (verificar) e Act (Agir Corretivamente). Vejam a representação na figura abaixo1: 1 Figura extraída de http://www.nbr-iso-14001.com.br/dicas.asp. www.pontodosconcursos.com.br 2 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO 1ª Fase – Planejar: É o momento em que são definidas as metas e métodos para determinada atividade. É quando se fazem as seguintes perguntas: O que queremos alcançar? Como faremos para atingir essa meta? 2ª Fase – Executar: Nessa fase coloca-se em prática o que foi planejado. Em muitos casos é necessário educar e treinar as pessoas antes que elas comecem a executar efetivamente as ações planejadas. O treinamento e a educação também fazem parte dessa fase. 3ª Fase – Verificar: Nessa fase é feito um controle para comparar se os resultados que estão sendo alcançados estão de acordo com as metas e métodos estabelecidos no planejamento. Essa comparação deve ser feita objetivamente, com base em fatos e dados concretos e não em opiniões subjetivas. 4ª Fase – Agir corretivamente: É o momento em que são feitos os ajustes para corrigir os desvios identificados na fase de verificação. Essa fase irá retroalimentar o ciclo, dando insumos para um novo planejamento e promovendo a melhoria contínua. O PDCA é uma ferramenta importante na análise e melhoria de processos. É desejável e necessário que todo processo e subprocesso da organização tenha no mínimo uma vez cada uma das etapas do PDCA (planejar, executar, verificar e agir corretivamente). ―Os melhores resultados de realização de quaisquer processos e de seus subprocessos são conseguidos fazendo girar continuamente o ciclo PDCA‖2. Vimos, na aula 2, alguns exercícios de prova sobre o PDCA. Vamos ver mais um item agora para fixar este conteúdo? (Cespe / Prefeitura de Boa Vista 2004) As etapas do PDCA são: estudar um processo, efetuando o planejamento; implementar a mudança — agir, observar os efeitos dessa implementação —; checar e agir corretivamente de acordo com o que foi observado. Item correto. Ele contempla adequadamente as quatro etapas do PDCA, exatamente conforme estudamos. 1.2. 5W2H 2 O processo nosso de cada dia, p. 148. www.pontodosconcursos.com.br 3CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Esta ferramenta era originalmente chamada de 5W1H. Posteriormente, incluiu-se o custo (how much), passando a ser chamada 5W2H. No 5W2H, cada uma das letras (W ou H) é uma inicial de uma palavra em inglês, conforme vemos na tabela abaixo3: Inglês Português Finalidade What O quê Especificar o que será feito Who Quem Especificar o responsável para executar ou coordenar a ação Where Onde Especificar o local onde será executada a ação ou a sua abrangência When Quando Especificar o prazo para executar a ação Why Como Explicar a razão pela qual a ação deve ser feita How Por quê Especificar a forma pela qual (método) a ação deverá ser feita How much Quanto custa Prover informações sobre o custo (orçamento) necessário para executar a ação Simples, né, pessoal? O uso desta ferramenta é sintetizado nestas sete perguntas (what, who, where, when, why, how e how much). Uma das vantagens do 5W2H é que ele é de utilização fácil, rápida e barata. Ele pode geralmente é aplicado à análise e melhoria de processos, de forma que podem ser identificados responsável, prazo, método etc. e implementadas melhorias. Em alguns casos, a ferramenta permitirá identificar lacunas (por exemplo, faltou definir o prazo para a execução do processo (when ou quando). 1.3. Brainstorming Esta ferramenta, lá na terra da Marcela, é o famoso toró de parpite. Brain, em inglês, significa cérebro, e storm, tempestade. Brainstormig também pode ser traduzido como tempestade de idéias. É um trabalho em grupo, no qual, em um curto espaço de tempo, as pessoas emitem idéias sem refletir previamente sobre elas. No Brainstorming, ―os grupos devem ter entre cinco e doze pessoas e é recomendável que a participação seja voluntária, com regras claras e por prazo determinado. Devem-se utilizar facilitadores, adequadamente treinados para lidar com os grupos. 3 O processo nosso de cada dia, p. 160. www.pontodosconcursos.com.br 4 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO O propósito do brainstorming é lançar e detalhar idéias com um certo enfoque, originais e em uma atmosfera sem inibições. Busca-se a diversidade de opiniões a partir de um processo de criatividade grupal. Adicionalmente, é uma ferramenta que contribui para o desenvolvimento de equipes‖4. O brainstorming também é uma ferramenta de simples utilização e praticamente de custo zero, né, pessoal? É uma espécie de reunião grupal. Não é correto dizer que não há um condutor ou líder no brainstorming. É necessário que haja um condutor, e que, no início do processo, fiquem bem claras as regras que vão orientar o evento, com definição do tempo em que as pessoas terão para lançar idéias. Normalmente o brainstorming é utilizado na solução de problemas, então, na fase de esclarecimento, deve ficar claro qual é o problema. Em seguida, as pessoas começam a dar os ―parpites‖. É fundamental, para a ferramenta funcionar, que as pessoas consigam lançar idéias mesmo consideradas ―bobas‖, sem que ninguém as reprima, pois uma das vantagens da ferramenta é gerar idéias que normalmente as pessoas não teriam coragem de expressar, ou idéias que, numa reunião tradicional, seriam simplesmente descartadas pelo chefe. Na etapa final, todas as idéias que foram levantadas são analisadas e discutidas. Existem, na literatura especializada, algumas divergências a respeito da quantidade ideal de pessoas para participar de uma sessão de brainstorming, mas o ideal é que o grupo não seja muito grande, ou a reunião fica difícil de conduzir. Provavelmente o ideal é que participem no máximo dez ou doze pessoas. Segundo Junior et ali5, o brainstorming tem as seguintes características: • capacidade de auto-expressão, livre de inibições ou preconceitos da própria pessoa ou de qualquer outra do grupo; • liberação da criatividade; • capacidade de aceitar e conviver com diferenças conceituais e multidisciplinares; • ausência de julgamento prévio; • registro das idéias; • capacidade de síntese; • delimitação de tempo; • ausência de hierarquia durante o processo. 4 Gestão da qualidade, p. 92. 5 Gestão da qualidade, p. 92. www.pontodosconcursos.com.br 5 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Existem três tipos principais de brainstorming: o aberto, o fechado (brainwriting) e o com recuperação. O brainstorming aberto é a forma mais famosa de uso da ferramenta. As pessoas são reunidas, define-se um tempo e as pessoas começam a lançar as idéias, enquanto alguém fica lá na frente, com caneta na mão, e vai anotando no quadro ou flipchart. O brainwriting, por sua vez, tem uma dinâmica parecida, só que as idéias, ao invés de serem lançadas oralmente, são escritas em folhas de papel (writing = escrita). Existem dinâmicas em que estas folhas circulam e as pessoas vão escrevendo novas idéias. O brainstorming com recuperação é parecido com o brainstorming aberto, mas o tempo de lançamento das idéias não necessariamente é pré-definido, e a reunião é interrompida quando as pessoas ficam cansadas. A reunião é retomada posteriormente e as pessoas retomam as idéias discutidas. Vamos ver como esta ferramenta tem sido cobrada em provas do Cespe? (Cespe / FCPTN 2006) Em um encontro de brainstorming, devem estar presentes pessoas que tenham alguma experiência com o problema em questão. Item certo. De que nos adiantaria fazer um brainstorming com um grupo que nada soubesse a respeito do problema que ia ser discutido? (Cespe / STJ 2004) A natureza divergente do brainstorming encoraja o desenvolvimento de idéias espontâneas, mas não estrutura o refinamento de idéias. Item certo. Esta é uma das características do brainstorming: são geradas idéias espontâneas, sem inibição, mas elas não são imediatamente refinadas ou sofisticadas. (Cespe / MPETOADM 2006) Brainstorming é a técnica grupal de debate livre adequada ao desenvolvimento de um tema. Item errado. No brainstorming, quando as idéias são lançadas, não há debate, não há contra-argumentação. Elas são lançadas livremente, www.pontodosconcursos.com.br 6 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO sem restrições, de acordo com as regras combinadas no início da reunião. 1.4. Matriz GUT Mais uma ferramenta cujo nome é uma sigla. Se soubermos o significado de cada uma delas, ficará muito fácil na hora da prova. Isto complica pra quem não sabe muito inglês, pois pode ficar mais difícil, na hora da prova, lembrar o que significam siglas como PDCA (plan – develop – check – act), 5W2H (what, who, where, when, why, how e how much) análise SWOT (strengths, weaknesses, opportunities e threats). Tentem se lembrar destas palavras e do objetivo de cada ferramenta. No caso da matriz GUT, não teremos dificuldades. G = Gravidade, U = Urgência e T = Tendência. A matriz GUT é uma ferramenta de priorização, em que listamos diversos problemas e atribuímos valores à gravidade, urgência e tendência, de forma a encontrar o problema que precisa ser resolvido mais rapidamente. Normalmente, utilizamos esta matriz para priorizar problemas não-quantificados(os quantificados podem ser resolvidos com a utilização de Pareto, que veremos mais à frente nesta aula). De acordo com Maranhão e Macieira6, os elementos desta matriz podem ser entendidos assim: ―G (gravidade): refere-se ao custo, o quanto se perderia (em dinheiro ou outra base quantitativa), pelo fato de não se tomar uma ação para solucionar o problema). U (urgência): refere-se ao prazo em que é necessário agir para evitar o dano. T (tendência): refere-se à tendência ou à propensão que o problema poderá assumir no futuro breve, se a ação não for tomada. As grandes tendências possíveis podem ser: estabilidade, agravamento ou atenuação dos efeitos do problema, supondo que nada seja feito‖. A cada um destes fatores, vamos atribuir valores, de 1 a 5, e no final vamos multiplica-los. O problema com o maior resultado é o que deverá ser priorizado. 6 O processo nosso de cada dia, p. 162=163. www.pontodosconcursos.com.br 7 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Segundo o Guia de Simplificação7, devemos aplicar os pontos da seguinte maneira: Pontos Gravidade Urgência Tendência 5 Os prejuízos ou dificuldades são extremamente graves 3 Os prejuízos ou dificuldades são graves 1 Os prejuízos ou dificuldades não são graves É necessária uma ação imediata É necessária uma ação o mais cedo possível Não há pressa para agir Se nada for feito, haverá um grande e imediato agravamento do problema Se nada for feito, haverá um agravamento em médio prazo Se nada for feito, não haverá agravamento, podendo até melhorar Vamos inventar uma lista de problemas para ver como esta ferramenta funciona na prática? Observação: levem em consideração que não somos médicos... Fator/Problema G U T GxUxT Priorização Dor-de-cabeça 3 1 1 3 3o Hemorragia 5 5 5 125 1o Unha encravada 1 1 1 1 4o Mancha na pele 3 3 3 27 2o Entenderam o funcionamento desta ferramenta, pessoal? No contexto organizacional, esta ferramenta pode ser aplicada à análise e melhoria de processos. Vamos supor que um processo de trabalho esteja enfrentando alguns problemas: atrasos, entrega de produtos com defeito, custo maior do que o planejado etc. Poderemos aplicar a matriz acima para ver qual dos problemas priorizar. A matriz GUT pode ser utilizada também na análise de ambiente. Vamos ver um item de prova que ilustra a cobrança desta ferramenta pelo Cespe? (Cespe / FUB 2008) Para determinar prioridades em relação aos problemas existentes em determinado setor da universidade, um 7 Guia de Simplificação, p. 92 www.pontodosconcursos.com.br 8 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO administrador poderá utilizar a matriz gravidade, urgência e tendência (GUT). Item certo. Este era fácil. Para determinar prioridades, podemos utilizar esta matriz de priorização. E aí, pessoal? O que estão achando destas ferramentas até agora? Não é difícil, né? Talvez a maior dificuldade seja saber de cabeça todas estas ferramentas (são 10 no total). Se soubermos bem como cada uma funciona, os itens de prova serão garantidos. 1.5. Matriz BASICO Esta é igual à matriz GUT, mas com outros critérios. BASICO significa Benefício, Abrangência, Satisfação interna, Investimento necessário, Cliente e Operacionalização. Trata-se de matriz de priorização de uso igual ao que vimos no tópico anterior. 1.6. Fluxograma Para nós, que estamos estudando processos de trabalho, o fluxograma é uma ferramenta fundamental. O fluxograma é uma representação visual de processos ou atividades, com símbolos pré-determinados para representar ações, responsáveis etc. Maranhão e Macieira elencam8 as principais vantagens da utilização de fluxogramas: • Visão de conjunto e integrada do processo. • Visualização de detalhes críticos do processo. • Identificação do fluxo do processo e das interações entre os subprocessos. • Identificação dos pontos de controle potenciais. • Identificação das inconsistências e pontos frágeis. Para que alguém possa entender o fluxograma, é necessário que os símbolos sejam padronizados e sua utilização seja pré-definida. Normalmente cada organização usa um padrão diferente, mas não se preocupem, pois, na hora da prova, se vier um fluxograma, vai ficar muito fácil identificar o que é o início do processo, quem é o 8 O processo nosso de cada dia, p. 164. www.pontodosconcursos.com.br 9 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO responsável, o que é uma ação etc, independentemente dos símbolos utilizados. O livro ―O processo nosso de cada dia‖, uma das referências mais importantes na área de processos, nos traz os seguintes símbolos para fluxogramas: Vamos ver um exemplo de fluxograma9? 9 Exemplo extraído de http://www.portaldaadministracao.org/wp-content/uploads/2007/10/fluxograma.gif. www.pontodosconcursos.com.br 10 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Símbolos iguais aos que vimos, né? O processo segue a ordem das setas, e é muito fácil guiar-se por ele. Basta começarmos no ―Início‖ e seguirmos as setas. Veja que, no símbolo de decisão, temos duas possibilidades: o cliente recebeu e o cliente não recebeu. Isto pode ser representado pelas setas escritas sim e não. Vejam também que o círculo com o 1 dentro é uma conexão de atividades, ou seja, quando ele entra no círculo o fluxo passa para o outro círculo que também tem um 1 dentro. Vamos ver alguns itens que mostram como o Cespe tem cobrado o tema ―fluxogramas‖ em provas? (Cespe / PMV 2007) Os fluxogramas, que apresentam o passo-a-passo de uma atividade bem como o responsável pela sua execução, tem como principal objetivo descrever o fluxo contínuo das pessoas, papéis e informações ao longo de um processo produtivo. www.pontodosconcursos.com.br 11 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Item certo. O fluxograma é uma representação visual do passo-a-passo de um processo de trabalho. Veja que o item chamou a representação de descrição. Um fluxograma pode representar, entre outros elementos, pessoas, papéis ou informações. (Cespe / Serpro 2005) Um processo é um fluxograma. Este item foi sugestão de um aluno no fórum. Não podemos confundir as coisas, pessoal. O fluxograma é uma ferramenta que permite representar visualmente o processo de trabalho, mas ele não se confunde com o processo em si. Item errado. 1.7. Diagramas de causa e efeito Existem diversos tipos de diagramas de causa e efeito, mas a idéia básica é simples: ―separar o ambiente em que vivemos em apenas causas e efeitos. Essa interpretação é bastante útil quando estamos interessados em identificar e solucionar problemas. A separação entre causas (antecedentes) e efeitos (conseqüentes)nos permitirá um ótimo arranjo para a análise pretendida‖. Ou seja, em diagramas deste tipo, teremos duas regiões: ―Região das causas (os fatores e as condições originais da transformação ou processo, que antecedem o efeito) e a região dos efeitos (a conseqüência dos processos, isto é, os produtos das combinações e interações das causas‖10. Esta ferramenta foi popularizada pelo engenheiro japonês Kaoru Ishikawa, que defendia sua aplicação em processos de qualidade. Por isto, o diagrama de causa e efeito também é conhecido como diagrama de Ishikawa. Pelo formato visual do diagrama, ele também é conhecido como Diagrama espinha de peixe. Guardem estes nomes, pois, em provas do Cespe, é comum o item cobrar o ―Diagrama de Ishikawa‖ ou ―Diagrama Espinha de peixe‖. Esta ferramenta tem uma aplicação simples: se o nosso processo de trabalho está tendo efeitos indesejáveis, não basta corrigir os efeitos. É necessário descobrir quais as causas que estão levando à situação indesejável, para podermos agir preventivamente, eliminando as causas. Lembram da Árvore de soluções, que vimos na aula passada? Ela também é uma derivação do diagrama de causa e efeito. 10 O processo nosso de cada dia, p. 166. www.pontodosconcursos.com.br 12 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Segundo Junior et ali11, são quatro as etapas de elaboração de um diagrama deste tipo: • Discussão do assunto a ser analisado pelo grupo, contemplando o seu processo, como ocorre, onde ocorre, áreas envolvidas e escopo; • Descrição do efeito (problema ou condição específica) no lado direito do diagrama; • Levantamento das possíveis causas e seu agrupamento por categoria no diagrama; • Análise do diagrama elaborado e coleta de dados para determinar a freqüência de ocorrência das diferentes causas. Vamos ver a estrutura deste diagrama12? Entenderam agora por que o diagrama de Ishikawa também é chamado de Diagrama espinha de peixe? É por causa do formato dele. Ainda no mesmo site, pegamos um exemplo concreto de aplicação deste diagrama: 11 Gestão da qualidade, p. 95. 12 Figura extraída de http://www.portaladm.adm.br/fg/fg11_arquivos/fg11.h2.gif. www.pontodosconcursos.com.br 13 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Vejam que temos um efeito ou conseqüência representado em azul, à direita. As caixas vermelhas representam as categorias das causas, e dentro de cada categoria temos uma série de causas. Segundo O Processo nosso de cada dia13, existem três tipos principais de diagramas de causa e efeito para utilização no contexto organizacional: o convencional, o 4M e o seqüencial. O diagrama de causa e efeito convencional é o que é construído normalmente, em que as categorias de causas são definidas por agrupamentos lógicos, de acordo com cada problema. No diagrama de causa e efeito de 4M, as categorias das causas já estão definidas previamente: Mão-de-obra, Método e sistema, Máquina e Material. Se fôssemos utilizar este diagrama para o caso do exemplo acima, cada uma das caixas vermelhas deveria representar um dos M. Estes 4M são os originais propostos por Ishikawa, apesar de autores posteriores terem proposto a inclusão de outros M (meio ambiente e medida, por exemplo). No diagrama de causa e efeito seqüencial, as categorias de causas são agrupadas de maneira cronologicamente sucessiva. Ou seja, na figura que vimos, no quadrado vermelho escrito mercado, escreveríamos como categoria um evento primeiro, e um conjunto de causas anteriores. No 13 O processo nosso de cada dia, p. 167-169. www.pontodosconcursos.com.br 14 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO quadrado escrito gerenciamento, seriam causas posteriores, e assim por diante. Vamos, como sempre, ver alguns exercícios do Cespe para ilustrar este conteúdo? (Cespe / Prefeitura de Boa Vista 2004 - adaptado) O diagrama de causa e efeito é uma ferramenta da qualidade desenvolvida para representar a relação entre o efeito e todas as causas práticas e teoricamente possíveis que podem levar a esse efeito. Item certo. Descreveu bem o conteúdo que acabamos de ver, né? (Cespe / SGAADM 2004) O diagrama Ishikawa, ou espinha de peixe, utiliza a divisão das possíveis causas dos problemas por classes. Trata- se de um levantamento quantitativo dos problemas e é usado para consolidar a análise dos problemas encontrados. Item errado. O diagrama de Ishikawa não é um levantamento quantitativo, ele é uma ferramenta essencialmente qualitativa. 1.8. Pareto Vilfredo Pareto foi um economista italiano que afirmava que 20% da população possuía 80% da riqueza, enquanto que 80% da população possuía 80% da riqueza. Com base neste princípio, foi desenvolvido, no contexto organizacional, o princípio de Pareto, que afirma que 80% dos problemas podem ser resolvidos por 20% das causas. Por esta razão, esta ferramenta também é conhecida como regra 80-20. Enquanto as outras ferramentas que vimos tinham um caráter qualitativo, o gráfico de Pareto tem uma característica quantitativa. www.pontodosconcursos.com.br 15 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Vemos, acima, um típico de gráfico de Pareto. O eixo horizontal representa as causas de um determinado problema, enquanto o eixo vertical representa os resultados, ou conseqüências, ou problemas. Neste exemplo, vemos muito claramente que 20% das causas geram 80% dos problemas. Vamos supor que estamos em uma fábrica de refrigerantes e que, a cada dez garrafas produzidas, duas estão com defeito e precisam ser descartadas. Se a nossa fábrica produzir 500 mil garrafas por mês, vai precisar descartar, mensalmente, 100 mil garrafas defeituosas, certo? Pode ser que as garrafas estejam saindo defeituosas por inúmeras causas: erros dos operários, problemas com a matéria-prima, defeitos das máquinas etc. Podemos solucionar este problema montando um gráfico de Pareto, que vai ser um gráfico parecido com o que vimos acima. Primeiro, vamos montar uma tabela com todas as causas de erros possíveis, e, em seguida, vamos ver quantas garrafas defeituosas cada causa está produzindo (claro que, numa situação real, faríamos isso por amostragem). Quando montarmos o gráfico, vamos ver que uma pequena quantidade de causas será responsável por grande quantidade de problemas. Pessoal, percebam que, na vida real, não necessariamente a proporção será 80-20, mas estes números servem bem para ilustrar a idéia desta ferramenta. Assim, poderemos resolver os problemas atacando um www.pontodosconcursos.com.br 16 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO pequeno número de causas. No nosso exemplo, se a proporção 80-20 se aplicasse, diminuiríamos de 100 mil garrafas defeituosas por mês para 20 mil por mês se resolvêssemos 20% dos problemas. Vamos ver alguns itens de prova? (Cespe / MMA 2008) Utilizando-se o princípio ou a análise de Pareto, aplicado à administração da qualidade, é possível demonstrar,por meio de um gráfico que apresente uma curva do tipo ABC, que a maior parte dos defeitos é responsável pela quase totalidade dos prejuízos. Este item foi cobrado em prova há poucas semanas. O gabarito é errado. Veja que ele inverte, dizendo que a maior parte dos defeitos é responsável pela quase totalidade dos prejuízos. O correto, segundo o princípio de Pareto, seria afirmar que uma pequena parte dos defeitos gera a maior parte dos prejuízos. (Cespe / Prefeitura de Boa Vista 2004 - adaptado) Os métodos e processos usados na gestão contemporânea, a fim de obter êxito nas organizações, incluem a análise de Pareto, que é uma ferramenta da gestão da qualidade e se baseia na premissa de que qualquer grande agrupamento de coisas é uma mistura que consiste em poucas coisas com grande importância e muitas coisas com pouca importância. Item certo. Ele está formulando uma outra idéia do princípio de Pareto, que é a seguinte: se 80% das causas causarem apenas 20% dos problemas, e 20% das causas causarem 80% dos problemas, poderíamos dizer que 80% das causas são de pouca importância e 20% das causas são de grande importância. 1.9. Análise SWOT A análise SWOT é uma ferramenta de análise de ambiente utilizada no planejamento estratégico. SWOT são as iniciais de quatro palavras: Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). A análise se dá em dois níveis: ambiente externo e ambiente interno. Ambiente externo: oportunidades e ameaças. Ambiente interno: forças e fraquezas. www.pontodosconcursos.com.br 17 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Prestem muita atenção a esta divisão entre interno e externo, pois já foi cobrado em provas do Cespe várias vezes. Estes níveis podem ser entendidos assim14: Ambiente interno Ambiente externo + Forças Oportunidades + Pontos fortes – as características positivas internas que uma organização pode explorar para atingir as suas metas. Referem-se às habilidades, capacidades e competências básicas da organização que atuam em conjunto para ajudá-la a alcançar suas metas e objetivos. Ex.: equipe altamente capacitada, tecnologia avançada, adaptabilidade às mudanças. Características do ambiente externo, não controláveis pela organização, com potencial para ajudá-la a crescer e atingir ou exceder as metas planejadas. Ex.: novos clientes, disponibilidade de novos canais de divulgação/distribuição, ampliação do escopo de atuação. - Fraquezas Ameaças - Pontos fracos – as características negativas internas que podem inibir ou restringir o desempenho da organização. Referem-se à ausência de capacidades e/ou habilidades críticas. São, portanto, deficiências e características que devem ser superadas ou contornadas para que a organização possa alcançar o nível de desempenho desejado. Ex.: sistemas de informação obsoletos, baixa capacidade inovadora. Características do ambiente externo, não controláveis pela organização, que podem impedi-la de atingir as metas planejadas e comprometer o crescimento organizacional. Ex.: surgimento de produtos equivalentes, restrições orçamentárias, novos concorrentes no mercado, dispersão geográfica da clientela. As variáveis do ambiente interno (forças e fraquezas, ou pontos fortes e pontos fracos) são ditas controláveis, pois estão sob a governabilidade da organização. As variáveis do ambiente externo (oportunidades e ameaças) não são controláveis, pois são características do ambiente externo. Vamos ver como isto é cobrado em provas? (Cespe / Inmetro 2008) A matriz SWOT é um dos principais instrumentos utilizados no processo de planejamento estratégico, especialmente na etapa de diagnóstico estratégico. 14 Tabela extraída de BTCU 17/2003, p. 19. www.pontodosconcursos.com.br 18 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Item correto. Vejam que ele nos ensina que, no planejamento estratégico, geralmente esta ferramenta é utilizada no início do processo, quando se faz um diagnóstico. (Cespe / FUB 2005) Na análise SWOT são identificados os pontos fortes e os pontos fracos integrantes do ambiente externo da organização; enquanto as ameaças e as oportunidades são identificadas internamente. Item errado. Esta inversão entre as variáveis do ambiente interno e externo é uma constante em itens do Cespe. O correto seria afirmar que os pontos fortes e pontos fracos fazem parte do ambiente interno, enquanto as oportunidades e ameaças fazem parte do ambiente externo. 1.10. Análise de cenários A análise de cenários é uma projeção que a organização faz a respeito de possibilidades futuras. Existem diversas ferramentas específicas para a prospecção de cenários, inclusive o próprio SWOT, mas aqui o que nos interessa saber é que esta ferramenta permite à organização se antecipar a acontecimentos e inclusive agir no sentido de evitar determinado cenário desfavorável ou de garantir determinado cenário favorável. Para fazer uma análise de cenários, precisamos realizar um levantamento de possíveis acontecimentos, com as respectivas probabilidades, e os cenários resultantes de cada um. A análise pode ser feita com base em um aspecto específico do cenário (por exemplo, uma empresa poderia fazer uma análise baseada na pergunta: ―a carga tributária irá subir ou cair?‖) ou com base no cenário como um todo (no nosso exemplo, a empresa incluiria, na análise, aspectos sobre carga tributária, projeções de médias salariais, capacitação da mão de obra etc). Vamos ver um item de prova? (Cespe / Funag 2005) A análise de cenários é uma importante ferramenta de planejamento e serve para que se obtenham algumas perspectivas das situações futuras que a corporação possa vir a enfrentar. Item certo. A análise de cenários é utilizada no planejamento estratégico e na análise de ambiente. Ela permite que a organização www.pontodosconcursos.com.br 19 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO conheça perspectivas do que pode acontecer e avalie como se antecipar a tais cenários. 2. Avaliação da Gestão Pública Vocês perceberam que houve uma retificação do edital? Houve uma mudança relativa a este item: acrescentou-se a expressão ―ciclo 2007‖. Isto porque o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização funciona por ciclos e o ciclo 2008 irá apresentar inúmeras mudanças. Quando o nosso edital fala em avaliação da gestão pública, ele está se referindo ao Gespública, programa do governo federal voltado para o aperfeiçoamento da administração pública. Vamos entender o que é este programa? 2.1. Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – Ciclo 2007. Em um contexto de rápidas transformações, as empresas privadas e as organizações públicas passaram a buscar novos modelos de gestão capazes de responder aos novos desafios que surgiram. Este era o contexto da emergência dos programas de qualidade total, que buscavam, com base em ferramentas como o PDCA, uma nova forma de aperfeiçoar a gestão.Surgiram, assim, modelos de gestão da qualidade que buscavam observar a organização em todas as suas dimensões (liderança, clientes, pessoas, resultados etc). Aos poucos, passaram a ser instituídos prêmios para as organizações que fizessem melhor uso destas ferramentas. Destacam-se, entre eles, o Prêmio Deming, no Japão, o aclamado Malcolm Baldridge, nos EUA, e o Prêmio Europeu da Qualidade. No Brasil, é criado, em 1991, o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ). O PNQ, ligado à Fundação Nacional da Qualidade, buscava trazer para o Brasil o que havia de melhor nos prêmios internacionais da qualidade e aperfeiçoamento da gestão. O PNQ possui modelo de gestão adaptado dos prêmios internacionais, e tem como foco principal a iniciativa privada. No serviço público brasileiro, as primeiras iniciativas no sentido da Qualidade datam do início da década de 90. O governo federal cria, em 1996, o QPAP – Programa de Qualidade e Participação na Administração Pública Federal. Ao longo dos anos, este programa teve diversos nomes, www.pontodosconcursos.com.br 20 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO tais com Programa de Qualidade no Serviço Público. Mas, a partir de 2005, o programa passa a ser denominado Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – Gespública. O Gespública é o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização, instituído pelo Decreto nº 5.378, de 23 de fevereiro de 2005, com a finalidade de ―contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos e para o aumento da competitividade do País, formulando e implementando medidas integradas em agenda de transformações da gestão, necessárias à promoção dos resultados preconizados no plano plurianual, à consolidação da administração pública profissional voltada ao interesse do cidadão e à aplicação de instrumentos e abordagens gerenciais‖. As principais características do Gespública, enquanto política política pública, são: ser essencialmente pública, ou seja, a idéia de que a ―gestão de órgãos e entidades públicos pode e deve ser excelente, [...] sem deixar de ser pública‖; focada em resultados para o cidadão, que é o desafio de ―sair do serviço à burocracia e colocar a gestão pública a serviço do resultado dirigido ao cidadão‖; e federativa, que é a possibilidade de aplicação dos instrumentos e da base conceitual a todos os poderes e esferas do governo15. O Prêmio Nacional da Gestão Pública (PQGF) foi instituído pelo governo federal em 1998. Não se assustem, mas, de fato, a sigla não corresponde às iniciais do prêmio (a história destes programas e prêmios contém tantas siglas que, neste caso, eles desistiram de ficar mudando a sigla). Atenção, pessoal: o Programa e o Prêmio não são a mesma coisa! O PQGF é uma das ações do Gespública. Esta premiação ocorre anualmente. A organização pode, porém, aderir ao Gespública sem participar do prêmio. O PQGF (prêmio) é um ciclo anual, enquanto o Gespública é um programa permanente e qualquer organização pode, a qualquer momento, aderir a ele. O TCU aderiu ao Gespública em 1999, tendo participado, em 2004, do Prêmio Nacional da Gestão Pública, em que obteve reconhecimento da excelência em gestão, situada na faixa-prata16. 15 Cadernos Gespública, nº 01, março de 2006, p. 8. Mais informações a respeito do programa podem ser encontradas em http://www.gespublica.gov.br/. 16 A respeito dos diferentes modelos de qualidade e excelência em gestão e da participação do TCU no Gespública, ver: Brasileiro, Marcone Câmara. O TCU a caminho da excelência em gestão. In: Revista do TCU, Nº 103, 2005, p. 42-49 www.pontodosconcursos.com.br 21 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Destacamos, ainda, mais um detalhe: para quem quiser traçar um paralelo com a disciplina Administração Pública, podemos considerar que o Gespública se insere na chamada Administração Gerencial, ou no que alguns chamam de ―nova gestão pública‖. Trata-se de um programa voltado a auxiliar o Estado brasileiro a dotar-se de instrumentos mais modernos de organização e de relação com os cidadãos. O Gespública contém um modelo de gestão e as organizações que a ele aderem buscam adaptar suas práticas a este modelo. Um dos pressupostos é que a organização irá realizar avaliações periódicas (normalmente é uma auto-avaliação anual) de forma a aperfeiçoar continuamente aqueles pontos problemáticos. Além dos princípios constitucionais da Administração Pública (lembram do LIMPE? Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência), o modelo de excelência em gestão que baliza o Gespública e o PQGF possuem dez fundamentos: excelência dirigida ao cidadão, gestão participativa, gestão baseada em processos e informações, valorização das pessoas, visão de futuro, aprendizado organizacional, agilidade, foco em resultados, inovação e controle social. 2.2. Critérios de avaliação da gestão pública. Querem ver como os critérios de avaliação do Gespública e PQGF são parecidos com os de prêmios de outros países? www.pontodosconcursos.com.br 22 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO A tabela acima17 relaciona os principais prêmios e os critérios de avaliação de cada um deles. Prestem atenção à coluna da esquerda, que é o que nos interessa. Os critérios dos outros prêmios não nos interessam, pois não cairão no concurso. A figura abaixo representa o modelo de excelência em gestão pública, com a relação entre os sete critérios que vimos na tabela - Liderança, Estratégias e Planos, Cidadãos e Sociedade, Informação e Conhecimento, Pessoas, Processos e Resultados: Observação: a figura abaixo, outras figuras e trechos que seguirem entre aspas são extraídos do Instrumento para Avaliação da Gestão Pública – Ciclo 2007, disponível na página do Gespública. 17 Extraída de Brasileiro, Marcone Câmara. O TCU a caminho da excelência em gestão. Revista do TCU número 103. www.pontodosconcursos.com.br 23 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Antes de entendermos cada critério, vamos entender o modelo. O modelo do Gespública é um modelo de gestão que abrange toda a organização. A primeira coisa que temos que entender é que se trata de um modelo sistêmico. Veja que as setas ligam os critérios e blocos. Nenhum deles está isolado, ou seja, eles afetam-se mutuamente. Um segundo detalhe é que, além dos critérios (as caixas numeradas de 1 a 7), temos quatro blocos. Os blocos são definidos pelas linhas pontilhadas. www.pontodosconcursos.com.br 24 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO O primeiro bloco, denominado planejamento, engloba os critérios Liderança, Estratégias e Planos e Cidadãos e Sociedade. É a liderança da organização, com base nas necessidades dos cidadãos e sociedade, que direciona os níveis mais altos do planejamento da organização. O planejamento deve, sempre, ser feito em função das necessidadesdos cidadãos e da sociedade. O segundo bloco, que engloba os critérios Pessoas e Processos, é denominado execução. São as pessoas, motivadas, competentes e com as condições necessárias, que executam os processos da organização. O terceiro bloco, com o critério Resultados, representa o controle. Quem não mede não gerencia, e os resultados são a mensuração do que foi alcançado pela organização. Lembrem-se que um dos focos da administração pública contemporânea são os resultados, foco endossado pelo Gespública, O quarto bloco, caracterizado pelo critério Informação e Conhecimento, é chamado de Inteligência da Organização. É onde são processados os dados e fatos da organização. Estes dados são importantes porque, além de tudo, podem ser utilizados Tanto os critérios como os blocos se relacionam. Assim, podemos ver, na figura, que o critério Pessoas tem uma forte interação com o critério Processos. Ao mesmo tempo, o bloco execução (Pessoas e Processos) tem relação com todos os outros blocos. Vamos entender o que são cada um dos critérios? Primeiro, uma pequena explicação: cada critério contém itens. Os critérios 1 a 5 (utilizamos a numeração da representação gráfica que vimos acima) contêm 3 itens cada, enquanto o critério 6 contém 4 itens e o critério 7 (Resultados) contém 7 itens. Os critérios 1 a 6 contém itens de método e aplicação, ou seja, a organização precisa ter práticas de gestão que atendam aos requisitos de cada critério/item. O critério 7 contém itens de resultados. Critério 1 – Liderança Liderança é um fenômeno social que é importante para as organizações. Afinal, a liderança tem papéis importantes na definição de metas, na orientação das equipes, na motivação das pessoas, na elaboração das estratégias, na análise dos resultados da organização, no comportamento exemplar, na disseminação de valores desejáveis etc. ―O Critério Liderança aborda como está estruturado o sistema de liderança da organização, ou seja, sua composição e funcionamento. Discorre sobre o modo como a Alta Administração, a partir das www.pontodosconcursos.com.br 25 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO macroorientações de Governo, atua pessoalmente para definir e disseminar entre os colaboradores os valores, as políticas e orientações estratégicas, considerando as necessidades de todas as partes interessadas, orientando-as na busca do desenvolvimento institucional, do seu desenvolvimento individual, estimulando a iniciativa e a criatividade e estabelecendo uma cultura da excelência que permeie toda a organização. O Critério Liderança também aborda como a alta administração analisa criticamente o desempenho global da organização e como as práticas relativas ao sistema de liderança são avaliadas e aperfeiçoadas‖. Este critério possui três alíneas: Sistema de Liderança, Cultura da Excelência e Análise Crítica do Desempenho Global. Sistema de liderança avalia como tal sistema está estruturado. Cultura da excelência tem a ver com a disseminação dos valores organizacionais e da administração pública, com estabelecimento de padrões de trabalho e com controle e aprendizado global. Os líderes têm uma função importante na consecução destas tarefas. Critério 2 – Estratégias e Planos Na aula 2 de nosso curso vimos o que são estratégias e como elas podem ser desdobradas em planos de curto prazo, lembram? ―O Critério Estratégias e Planos aborda como a organização, a partir de sua visão de futuro, formula suas estratégias e as desdobra em planos de ação de curto e longo prazos. Versa, particularmente, sobre o modo como a organização utiliza as informações sobre os usuários e sobre o seu próprio desempenho para estabelecer as estratégias, de forma a assegurar o alinhamento e a implementação delas com vistas ao atendimento de sua missão e à satisfação das partes interessadas. O Critério também aborda como é definido e implementado o sistema de medição do desempenho global da organização. Aborda, ainda, como as práticas relativas à formulação, desdobramento/operacionalização das estratégias e ao planejamento da medição do desempenho são avaliadas e aperfeiçoadas‖. Este critério abrange os itens ―Formulação das estratégias‖, ―Desdobramento e operacionalização das estratégias‖ e ―Formulação do sistema da medição do desempenho‖. Critério 3 – Cidadãos e Socidade www.pontodosconcursos.com.br 26 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Este critério mostra a razão de ser das organizações públicas: servir à sociedade. Nós, na condição de cidadãos, sabemos muito bem que, freqüentemente, as organizações públicas não têm foco em nós, que somos os verdadeiros clientes delas, a razão de elas existirem. Assim, este critério examina como a organização se relaciona com a população. É necessário que o órgão seja conhecido pelas pessoas, que identifique as necessidades da população e até se antecipe a elas, que utilize as sugestões e reclamações das pessoas para aperfeiçoar sua atuação e que promova a responsabilidade social, o que inclui não danificar o meio-ambiente, promover a ação ética de seus servidores etc. ―O Critério Cidadãos e Sociedade examina como a organização, no cumprimento das suas competências institucionais, identifica os usuários dos seus serviços/produtos e conhece suas necessidades, antecipandose a elas, no cumprimento das suas competências institucionais. Examina, também, como divulga seus serviços/produtos e ações para reforçar a sua imagem institucional e como a organização estreita o relacionamento com os seus usuários, mede e intensifica a satisfação deles. Esse Critério examina, ainda, como a organização aborda suas responsabilidades perante a sociedade e as comunidades diretamente afetadas pelas suas atividades e serviços/produtos e como estimula a cidadania. Examina, também, como as práticas relativas ao conhecimento mútuo, ao relacionamento com os usuários e à interação com a sociedade são avaliadas e aperfeiçoadas‖. Este critério tem 3 itens: ―Imagem e conhecimento mútuo‖, ―Relacionamento com os cidadãos-usuários‖ e ―Promoção da responsabilidade social‖. Critério 4 – Informação e conhecimento Sabemos que o conhecimento é um dos principais fatores capazes de fazer que uma empresa seja competitiva no mercado, né? Em uma organização pública, também é necessário ter sistemas eficientes de informação, capazes de proteger dados sigilosos, de armazenar informações importantes e de disponibiliza-las para as partes interessadas. Outro desafio que destacamos é a promoção da gestão do conhecimento. Destaca-se, ainda, a necessidade de existência de referenciais comparativos, externos à organização, nos quais ela irá se mirar na busca do aperfeiçoamento de suas práticas de trabalho. ―O Critério Informação e Conhecimento aborda como a organização gerencia as informações e os indicadores de desempenho mais importantes da organização e dos seus referenciais comparativos e www.pontodosconcursos.com.br 27 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO como é feita a gestão do conhecimento na organização. Aborda, também, como as práticas relativas à gestão das informações da organização,a gestão das informações comparativas e a gestão do conhecimento são avaliadas e aperfeiçoadas‖. Este critério abrange os itens ―Gestão das informações da organização‖, ―Gestão das informações comparativas‖ e ―Gestão do conhecimento‖. Critério 5 – Pessoas Este é o cerne de qualquer organização. Sem as pessoas, nada acontece. Precisamos de pessoas motivadas, competentes, comprometidas e saudáveis e que possam atuar num ambiente adequado. ―O Critério Pessoas aborda como a organização prepara e estimula as pessoas para desenvolverem e utilizarem seu pleno potencial em alinhamento com as estratégias da organização. Também aborda os esforços para criar e manter um ambiente que conduza à excelência no desempenho, à plena participação e ao crescimento individual e institucional. Discorre, ainda, sobre a forma como as práticas relativas ao sistema de trabalho, à capacitação e desenvolvimento e à qualidade de vida são avaliadas e aperfeiçoadas‖. Este critério abrange os itens ―Sistemas de trabalho‖, ―Educação e capacitação‖ e ―Qualidade de vida‖. Critério 6 – Processos Na aula passada, estudamos o que são processos. Este é um critério fundamental no modelo do Gespública, já que, na administração pública, os processos de trabalho precisam ser constantemente aperfeiçoados para se evitar o desperdício, a lentidão e a burocracia. ―O Critério Processos aborda os principais aspectos do funcionamento interno da organização, entre os quais se inclui a estruturação de seus processos com base em suas competências legais, a definição dos seus serviços com foco nas necessidades dos cidadãos, a implementação e a operacionalização de seus processos finalísticos, de apoio, orçamentários e financeiros e os relativos aos seus fornecedores. Versa, portanto, sobre a forma como os principais processos da organização são definidos, estruturados, implementados, gerenciados e aperfeiçoados, para obter melhor desempenho e para melhor atender às www.pontodosconcursos.com.br 28 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO necessidades dos cidadãos. Aborda, ainda, como as práticas relativas à gestão de processos finalísticos, de apoio, orçamentários e financeiros e relativos aos fornecedores são avaliadas e aperfeiçoadas‖. Ao contrário dos critérios 1 a 5, que estão divididos em 3 itens cada, o critério 6 (Processos) está dividido em 4 itens. São eles: ―Gestão de processos finalísticos‖, ―Gestão de processos de apoio‖, ―Gestão de processos de suprimento‖ e ―Gestão Orçamentária‖. Critério 7 – Resultados O foco da administração contemporânea deve ser o alcance de resultados. É por isso que este critério é diferente dos outros, e, conforme veremos no sistema de pontuação, ele vale quase tanto quanto todos os outros somados. Afinal, se os outros critérios referem- se a práticas de trabalho, o critério resultados refere-se ao que estas práticas produzem. ―O Critério Resultados aborda a evolução do desempenho da organização relativamente: à satisfação de seus cidadãos, considerando o atendimento ao universo potencial de cidadãos; à melhoria dos seus serviços/produtos e dos processos organizacionais; à satisfação, avaliação, bem-estar, educação e capacitação das pessoas; à gestão dos fornecedores; ao cumprimento das metas e aplicação dos recursos orçamentários e financeiros. Trata, também, dos níveis de desempenho em relação aos referenciais comparativos pertinentes‖. São 7 os itens deste critério: ―Resultados relativos aos cidadãos- usuários‖, ―Resultados relativos a interação com a sociedade‖, ―Resultados orçamentários e financeiros‖, ―Resultados relativos às pessoas‖, ―Resultados relativos a suprimento‖, ―Resultados relativos aos serviços e produtos‖ e ―Resultados relativos aos processos de apoio e organizacionais‖. 2.3. Sistema de pontuação A organização precisa de parâmetros para saber até que ponto está aderente ao modelo preconizado pelo Gespública. Além disso, na hora de decidir que organizações receberão reconhecimento público no PQGF, os juízes precisarão de algo para se orientar. É aí que entra o sistema de pontuação. E como será feita esta pontuação? Com base no relatório da gestão da organização. Se a organização resolver se inscrever no PQGF, ela vai ter que elaborar um relatório da gestão com base em um www.pontodosconcursos.com.br 29 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO modelo específico, e neste relatório ela irá relatar suas práticas e seus resultados. A tabela abaixo representa como a pontuação está dividida pelos sete critérios e respectivos itens. Percebam que temos um total de mil pontos. Uma organização, quando adere ao Gespública, assume o compromisso de realizar uma avaliação continuada de suas práticas. Esta avaliação continuada normalmente é www.pontodosconcursos.com.br 30 . CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO uma auto-avaliação anual. Para organizações que estão em início de implantação do modelo, existe uma versão bastante simplificada do instrumento, que é o instrumento de 250 pontos. Para organizações que já alcançaram determinados resultados, existe outra versão, intermediária, que é o instrumento de 500 pontos. E, acima dele, temos o instrumento completo, que é o que estamos estudando aqui, e que vale 1000 pontos. Os critérios 1 a 6, que enfocam aplicação e método, valem, somados, um total de 540 pontos, enquanto o critério 7, Resultados, vale 460 pontos. A pontuação se dá por itens. Os itens são pontuados individualmente. São 21 itens de aplicação e método e 7 itens de resultados. Pontuação dos itens de aplicação e método Vimos que estes itens referem-se aos critérios 1 a 6 (Liderança, Estratégias e Planos, Cidadãos e Sociedade, Informação e Conhecimento, Pessoas e Processos). O que é pontuado, aqui, é o grau de aderência das práticas de cada organização com os requisitos do modelo de excelência em gestão. De acordo com o instrumento, o método é pontuado com base em quatro fatores: “Adequação - atendimento aos requisitos do Item, conforme o perfil da organização. Proatividade - capacidade de antecipar-se aos fatos com ações preventivas e de promover a inovação e o aperfeiçoamento de processos, serviços e produtos. Refinamento – estágio avançado de evolução da prática de gestão, alcançado pela aplicação sistemática e continuada do aprendizado. Inovação – característica que define uma prática como inédita ou incomum no ramo de atividade ou na área da organização em que é aplicada‖. A aplicação, por sua vez, é pontuada com base em dois fatores: “Disseminação - grau de implementação das práticas de gestão, horizontal e verticalmente, nas áreas, nos processos, serviços/produtos e/ou nas partes interessadas, pertinentes à organização segundo o seu perfil. www.pontodosconcursos.com.br 31 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Continuidade - grau de utilização das práticas de gestão de maneira periódica e ininterrupta‖. Entenderam cada um destes fatores? Isto é crucial para que façamos apontuação, pessoal. Adequação é o atendimento aos requisitos do item, proatividade é antecipar-se aos fatos, refinamento são melhorias advindas do aprendizado sistemático, inovação é a característica de uma prática nova na administração pública ou no ramo da organização. Disseminação, por sua vez, é a necessidade de a prática estar presente em todas as áreas da organização, enquanto continuidade significa que a prática tem que ter uma continuidade temporal. Estes fatores serão utilizados na tabela abaixo: www.pontodosconcursos.com.br 32 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Esta parte é difícil, pessoal, mas vocês não precisam se assustar, pois é muito difícil que, na prova, seja cobrado neste nível de aprofundamento. Provavelmente o sistema de pontuação, apesar de ter sido explícito no nosso edital, só vai ser cobrado em um item genérico. Mesmo assim, temos que conhecer o pleno funcionamento deste sistema de pontuação, para nos precaver. Além do mais, na prova, não seria razoável imaginar que alguém vai ter, decorada, a tabela acima. Provavelmente ela não vai ser cobrada em prova, mas, caso seja, seria razoável que a tabela viesse impressa na prova para que o candidato possa utilizá-la. Bom, vemos que a tabela tem três colunas. A coluna da esquerda refere-se aos fatores de método (adequação, proatividade, refinamento e inovação), a coluna do meio refere-se aos fatores de aplicação (disseminação e continuidade) e a da direita refere-se ao percentual que vai ser atribuído a cada item. Conforme vimos, o critério 1 (Liderança) tem 3 itens: Sistema de Liderança (1.1), Cultura da Excelência (1.2) e Análise Crítica do desempenho global (1.3). Assim, a banca examinadora irá pegar apenas um destes itens e fazer a pontuação (que vale até 30 pontos). Em seguida passará ao item seguinte, até terminar todos os itens do modelo. Para pontuar um item, a primeira coisa que fazemos é observar a coluna da direita. Por exemplo, para pontuar o item 1.1., a banca examinadora vai ler o item 1.1 do relatório de gestão da organização e vai avaliar se as práticas são adequadas, proativas, inovadoras ou refinadas. Conforme vemos na primeira coluna, temos cinco possibilidades. Ou seja, escolheremos uma daquelas células da coluna da esquerda. Conforme vemos, esta coluna da esquerda corresponde a cinco valores: 0, 20, 50, 80, 100. Em seguida, faremos a mesma coisa na coluna do meio: leremos o relatório de gestão e enquadraremos as práticas em uma das cinco células da coluna do meio, conforme a continuidade e disseminação. Teremos três possibilidades: as duas células escolhidas estão na mesma linha, a célula da coluna método (coluna da esquerda) está mais alta do que a célula da coluna aplicação (coluna central) e a célula da coluna aplicação está mais alta do que a da coluna método. No caso de as duas células estarem no mesmo nível, utilizaremos o valor inicial da coluna da direita (0, 20, 50, 80, 100). No caso de a www.pontodosconcursos.com.br 33 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO coluna método estar mais alta, diminuiremos 10 em relação ao valor inicial, e no caso de a coluna aplicação estar mais alta, somaremos 10. Observação: utilizar os seguintes parâmetros: Alguns – de mais de um até 50% (inclusive); Maioria – de mais do que metade até 75%; Quase todos – mais do que 75% e menos do que todos. Muito complicado? Vamos ver na tabela que talvez fique mais fácil: Em vermelho, temos o caso em que ambas as colunas estão no mesmo nível. Ou seja, entramos pelo 20 e ficamos neste nível. Em verde, temos o exemplo em que entramos pelo cinqüenta e subimos, e em azul temos um caso em que entramos pelo 80 e caímos, ou seja, 80 –10 = 70%. www.pontodosconcursos.com.br 34 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Pontuação dos itens de resultados Nos itens de resultado, o raciocínio é exatamente o mesmo, só que a tabela usada é a seguinte: O critério resultados é pontuado com base em indicadores de desempenho, geralmente gráficos. Vejam que nesta tabela temos três fatores: relevância, tendência e desempenho. Relevância é a adequação de tais indicadores aos itens. www.pontodosconcursos.com.br 35 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Tendência é a relação entre o resultado da organização e um referencial comparativo (benchmarking), ou organização modelo que tenha resultados considerados referência. Desempenho é a evolução positiva do indicador nos últimos anos (série histórica). Para efeitos deste modelo, a série histórica é caracterizada pela sucessão de resultados durante três anos ou períodos. No mais, a pontuação é igual à tabela de aplicação e método: entramos pela coluna da esquerda e, quando passamos para a coluna do meio, podemos permanecer no mesmo patamar (o valor será o da coluna da direita), podemos subir de patamar (coluna da direita + 10) ou cair de patamar (coluna da direita – 10). Pessoal, sabemos que esta parte da pontuação é muito difícil, mas não precisam se desesperar, pois a chance de estas tabelas de pontuação caírem em prova são muito, muito pequenas. Apesar de termos ficado receosos, optamos por colocá-las em aula porque é melhor pecar pra mais do que pra menos. Vamos ver alguns exercícios que tratam da avaliação da gestão pública para consolidarmos estes conteúdos? (Cespe / Terracap 2004) Uma organização pública de excelência e dotada de qualidade implementa a gestão eficaz de suas informações, de forma a disponibilizar rapidamente ao cidadão o acesso às informações de que ele necessite. Item certo. O aperfeiçoamento da gestão passa pelo foco no cidadão e na rapidez das respostas. (Cespe / Terracap 2004) Para a avaliação da gestão pública, podem ser utilizados critérios como liderança, planejamento estratégico e foco no cliente, mas não, para a gestão de processos, dada a sua natureza mais operacional e menos estratégica. Item errado. Vimos que ―Processos‖ é um dos critérios de avaliação da gestão pública (é o critério 6). (Cespe / MDS2006) Programas, tais como o GESPÚBLICA federal, utilizam, hoje, a avaliação de desempenho, a disseminação e a premiação de boas práticas de gestão como principais ferramentas de estímulo à melhoria da gestão pública. www.pontodosconcursos.com.br 36 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Item certo. O Gespública abrange o PQGF, que é um prêmio anual que serve de reconhecimento às organizações públicas que apresentam bom desempenho e boas práticas. 3. Exercícios Seguimos agora com os exercícios. Repetimos os exercícios que colocamos em aula e apresentamos outros, inéditos. Recomendamos que vocês respondam a todos para ver o quanto aprenderam dos temas estudados. Item 1 (Cespe / Prefeitura de Boa Vista 2004) As etapas do PDCA são: estudar um processo, efetuando o planejamento; implementar a mudança — agir, observar os efeitos dessa implementação —; checar e agir corretivamente de acordo com o que foi observado.(Cespe / STJ 2004) Julgue os itens que se seguem relativos a brainstorming, uma técnica de reunião realizada entre um facilitador, que coordena a reunião, e um grupo de participantes. Item 2 A natureza divergente do brainstorming encoraja o desenvolvimento de idéias espontâneas, mas não estrutura o refinamento de idéias. Item 3 Genericamente, o método brainstorming pode ser escrito ou verbal. Os participantes dão idéias, uma de cada vez, e o facilitador, por meio de algum mecanismo expositor, aponta essas idéias a todos os participantes. (Cespe / FCPTN 2006 – Adaptado) Com relação às características da técnica brainstorming, julgue os itens abaixo. Item 4 Essa técnica permite a criação de várias idéias. As idéias ruins são descartadas logo no início do processo. Item 5 Uma regra básica do brainstorming é que as críticas são sempre aceitas no início do processo. Item 6 Em uma reunião com brainstorming, a figura de um líder é descartada. Item 7 Em um encontro de brainstorming, devem estar presentes pessoas que tenham alguma experiência com o problema em questão. www.pontodosconcursos.com.br 37 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Item 8 (Cespe / MPE-TO-ADM 2006) Brainstorming é a técnica grupal de debate livre adequada ao desenvolvimento de um tema. Item 9 (Cespe / FUB 2008) Para determinar prioridades em relação aos problemas existentes em determinado setor da universidade, um administrador poderá utilizar a matriz gravidade, urgência e tendência (GUT). Item 10 (Cespe / PMV 2007) Os fluxogramas, que apresentam o passo- a-passo de uma atividade bem como o responsável pela sua execução, tem como principal objetivo descrever o fluxo contínuo das pessoas, papéis e informações ao longo de um processo produtivo. Item 11 (Cespe / Serpro 2005) Um processo é um fluxograma. (Cespe / PC-PA 2006) Acerca da técnica do fluxograma, julgue os itens abaixo. Item 12 O fluxograma é uma representação gráfica que mostra, de forma analítica, a seqüência de um trabalho, caracterizando as operações, os responsáveis e(ou) unidades organizacionais envolvidos no processo. Item 13 Um dos objetivos da técnica do fluxograma é permitir maior rapidez e facilidade de entendimento na descrição de métodos administrativos. Item 14 Uma limitação do fluxograma é propiciar, apenas, a análise de métodos administrativos mais simples e específicos. Item 15 (Cespe / Prefeitura de Boa Vista 2004) O diagrama de causa e efeito, que é uma ferramenta da qualidade desenvolvida para representar a relação entre o efeito e todas as causas práticas e teoricamente possíveis que podem levar a esse efeito. Item 16 (Cespe / SGAADM 2004) O diagrama Ishikawa, ou espinha de peixe, utiliza a divisão das possíveis causas dos problemas por classes. Trata-se de um levantamento quantitativo dos problemas e é usado para consolidar a análise dos problemas encontrados. Item 17 (Cespe / Prefeitura de Boa Vista 2004) O diagrama de Ishikawa é um instrumento que visa organizar o raciocínio quanto às causas de determinado problema relacionado à qualidade. www.pontodosconcursos.com.br 38 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Item 18 (Cespe / Codeba 2006) O diagrama de Ishikawa é uma ferramenta de levantamento qualitativo em que as causas dos problemas da organização são divididas por classe, devendo ser usado no início do processo. Item 19 (Cespe / PMRB 2007) O gráfico de Pareto permite a visualização das causas responsáveis pela maior parte dos problemas, indicando as prioridades na sua solução. Item 20 (Cespe / Prefeitura de Boa Vista 2004 - adaptado) Os métodos e processos usados na gestão contemporânea, a fim de obter êxito nas organizações, incluem a análise de Pareto, que é uma ferramenta da gestão da qualidade e se baseia na premissa de que qualquer grande agrupamento de coisas é uma mistura que consiste em poucas coisas com grande importância e muitas coisas com pouca importância. Item 21 (Cespe / PGEPA 2006) A classificação e a priorização de problemas relacionados à qualidade são obtidas por meio da análise de Pareto. Item 22 (Cespe / MMA 2008) Utilizando-se o princípio ou a análise de Pareto, aplicado à administração da qualidade, é possível demonstrar, por meio de um gráfico que apresente uma curva do tipo ABC, que a maior parte dos defeitos é responsável pela quase totalidade dos prejuízos. Item 23 (Cespe / Inmetro 2008) A matriz SWOT é um dos principais instrumentos utilizados no processo de planejamento estratégico, especialmente na etapa de diagnóstico estratégico. Item 24 (Cespe / FUB 2005) Na análise SWOT são identificados os pontos fortes e os pontos fracos integrantes do ambiente externo da organização; enquanto as ameaças e as oportunidades são identificadas internamente. Item 25 (Cespe / SGAPROC 2004) É durante o desenvolvimento do planejamento operacional que a análise ambiental, ou SWOT, é elaborada. Nessa análise, são identificados os pontos fortes, fracos, as ameaças e as oportunidades relacionados à organização. Item 26 (Cespe / Banco da Amazônia 2004) Análise Swot é a denominação de uma técnica desenvolvida especialmente para analisar os problemas internos das empresas. www.pontodosconcursos.com.br 39 CURSO ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Item 27 (Cespe / Banco da Amazônia 2007) Um dos principais métodos utilizados para planejamento estratégico é o denominado método SWOT, que permite identificar o posicionamento do negócio de uma organização em relação a outras instituições que competem no mercado. Item 28 (Cespe / Funag 2005) A análise de cenários é uma importante ferramenta de planejamento e serve para que se obtenham algumas perspectivas das situações futuras que a corporação possa vir a enfrentar. Item 29 (Cespe / Terracap 2004) Uma organização pública de excelência e dotada de qualidade implementa a gestão eficaz de suas informações, de forma a disponibilizar rapidamente ao cidadão o acesso às informações de que ele necessite. Item 30 (Cespe / Terracap 2004) Para a avaliação da gestão pública, podem ser utilizados critérios como liderança, planejamento estratégico e foco no cliente, mas não, para a gestão de processos, dada a sua natureza mais operacional e menos estratégica. Item 31 (Cespe / MDS2006) Programas, tais como o GESPÚBLICA federal, utilizam, hoje, a avaliação de desempenho, a disseminação e a premiação de boas práticas de gestão como principais ferramentas de estímulo à melhoria da gestão pública. Item 32 (Cespe / PMRB 2007) A satisfação do cidadão, obtida por meio da melhoria do atendimento, da simplificação de processos e da redução das filas e dos tempos de espera em órgãos públicos, é um dos princípios norteadores da nova gestão pública. certo 4. Gabarito 1. Item correto. Item visto em aula. 2. Item certo. Item visto em aula. 3. Item certo. Conforme vimos em aula, existe o brainstorming aberto (verbal) e o brainwritting (escrito). É necessário que haja um facilitador que registra as idéias das pessoas (normalmente alguém com um flipchart faz o registro). www.pontodosconcursos.com.br
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