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Fruticultura Geral - Viticultura

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VITICULTURA – FIT 450 P3 
INTRODUÇÃO 
Área planta de uva no mundo: 
 
Maiores áreas plantadas: Espanha, França, 
Itália, Turquia, China, EUA (maioria são 
países mediterrâneos). 
Brasil: pouca área plantada (mais de 50 % 
está no Sul, Minas Gerais produz pouco – 
pouca importância econômica em MG). 
Informações: 
- Mais de 10.000 variedades de uva 
registradas no mundo; 
- Cada variedade tem um sabor único; 
- Cerca de 50 variedades são mais 
exploradas comercialmente; 
- Videira: obrigatoriedade de poda para que 
seja produtiva; 
- É uma planta de clima TEMPERADO; 
- O caule da videira é semi-lenhoso 
Produção mundial: 
*Chile produz muito. 
Produção de vinho: 
 
Destinação da uva: maioria para consumo 
in natura no BRASIL. No restante do mundo 
a maior parte é para a produção de vinho. 
Produção de uva: 
- para mesa; 
- para suco (integral e concentrado); 
- para vinho (fino e de mesa);  
- para passas; 
- para doces e geleias, etc. 
OBS: 
Vitis labrusca (videira americana, vinho de 
mesa) – o vinho do Brasil é dessa espécie. 
Vitis vinífera (videira europeia, vinho fino) 
HISTÓRICO 
- 4000 AC; 
- Evidências arqueológicas; 
- Caucaso a Israel, Egito e outras regiões do 
Mediterrâneo (onde começou a 
domesticação); 
- “Primo rico” da cultura do trigo. 
Vinho: 
- Associação à saúde e ao prazer; 
- Oportunidade de empreendedorismo 
(história, gastronomia e lazer). 
- Faz parte da civilização do homem; 
Alto valor 
agregado 
- Oriundo do processo de fermentação da 
uva; 
- Associado à nobreza – “valor intangível”; 
- Alto valor agregado – não precisa de 
grandes áreas para ter lucro (recomendável 
para pequenos produtores). 
VARIEDADES 
FAMÍLIA Vitaceae  GÊNERO Vitis 
 
 
 
 
 
 
Considerações: 
- 3 DESTINOS PRINCIPAIS: consumo in 
natura, produção de suco e produção de 
vinho. 
- Espécies + comercializadas: V. labrusca, V. 
vinífera, V. aestivalis. 
 
Origem: 
- ÁSIA (menor importância); 
- EUROPA (ex.: Vitis vinífera): qualidade 
superior do vinho; qualidade de frutos de 
mesa; susceptível à pragas e doenças. 
- AMÉRICA (ex.: Vitis labrusca, Vitis 
aestivalis): qualidade inferior do vinho; suco 
de qualidade superior; resistente à pragas e 
doenças (muito usada como porta-
enxerto). 
OBS: AMÉRICA X EUROPA (híbrido) – 
qualidade intermediária; resistência à 
pragas e doenças. 
As origens em termos agronômicos: 
SUSCEPTIBILIDADE: representa maior custo 
com pulverizações; 
RESISTÊNCIA: levam à maior rentabilidade; 
QUALIDADE DE COMPOSTOS FENÓLICOS: 
para produção de vinho – determinam 
diferentes sabores (que podem ser iguais a 
de outros frutos, ex.: pimentão); 
SUBSTÂNCIAS AROMÁTICAS: uvas muito 
aromáticas são ruins para produção de 
suco. 
MERCADO EUROPEU: aceitação de V. 
vinífera de outros mercados, não de V. 
labrusca (qualidade inferior) 
 
Variedades de “mesa” ou consumo “in 
natura”: Itália, rubi, benitaka, brasil 
(mutação da variedade benitaka), BRS clara. 
Variedades destinadas principalmente 
para produção de suco: Niagara branca, 
niagara rosada, concord, isabel. 
Variedades usadas na produção de vinho: 
bordô, syrah (altamente vigorosa), cabernet 
sauvignon, verdadeiro cabernet (cabernet 
franc), chardonay (vinho branco), norton 
cyjthiana (V. aestivalis), blanc du bois, 
frontenac, frontenac gris, chambourcin, 
marechal foch, carmènère, malbec, 
 
Considerações: 
- A maioria das variedades surgiram de 
variações somáticas; 
- Frutos APIRENOS são frutos sem sementes 
(mais caros – devido à aplicação de 
hormônios exógenos para induzir a divisão 
celular e enchimento dos frutos); 
- AROMA FOXADO (“uvas de raposa”): 
cheiro de “chulé”, umidade. 
 
QUIMICAMENTE FALANDO: aroma gerado 
pelo crescimento bacteriano (só em vinho). 
SEÇÃO 
Muscadinea (40 
cromossomos) 
SEÇÃO Vitis (38 
cromossomos) 
Vitis rotundifolia 
Série 
labruscae: 
Vitis labrusca 
(AMERICANA) 
Série 
viniferae: 
Vitis vinifera 
(EUROPEIA) 
 
 
 
 
 
 Vinificação 
*O aroma foxado é inversamente 
proporcional à acidez; 
*Se for evitado que o pH aumente no 
processo de vinificação não há crescimento 
bacteriano, logo não há aroma foxado; 
*Uvas com maior acidez aumentam pouco o 
pH, havendo, assim, menos crescimento 
bacteriano; 
* V. vinífera: mais ácido. 
- Uva Isabel: mais usado para produção de 
suco; 
- VINHO FINO: Produzido com Vitis vinífera; 
- VINHO DE MESA: Produzido com Vitis 
labrusca; 
- Uva Syrah: altamente vigorosa; 
- Cabernet Sauvignon: “rainha das uvas 
tintas”, a mais complexa das uvas (em 
aspectos aromáticos, visuais e de sabor); 
- VINHO POUCO ELEGANTE: muito 
aromático; 
- Para cada tipo de vinho se utiliza uma taça 
(ex.: taça menor para canalizar os aromas); 
- Cada vinho tem sua identidade (cada cepa 
tem sua identidade); 
- “Norton grapes” (V. aestivalis): resistente 
à doenças e pragas e fornece vinhos de 
excelente qualidade; 
- Vitis rotundifolia: dá em pencas, tem 
coloração escura (aparência semelhante à 
da jabuticaba). 
 
A VIDEIRA: 
 
 
 
 
 
 
Considerações: 
- A videira é uma espécie caducifólia (perde 
as folhas no período de frio como forma de 
perder água) para evitar o congelamento e 
posterior rompimento e extravasamento da 
célula; 
- A videira é uma planta de clima 
temperado; 
DORMÊNCIA: estratégia de sobrevivência 
 Para quebrar a dormência é preciso 
acumular horas de frio (300 horas a 7°C – 
frio hibernal) – Após a quebra da 
dormência, surgem as brotações. 
OBS: Em climas tropicais e subtropicais não 
conseguem acumular horas de frio 
suficientes (dificuldade em superar a 
dormência, gerando brotações deficientes). 
 
SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA REALIZADA 
SUPERFICIALMENTE: 
*Substâncias utilizadas: 
- cálcio cianamida 
- cianamida hidrogenada (Princípio ativo 
extraído da rocha, nome do produto: 
Dormex) 
- Essas substâncias possibilitaram 
produções contínuas (o ano todo) em 
regiões tropicais e subtropicais; 
- Brasil: Muito tecnificado nos plantios de 
uva  Há uma vantagem competitiva, pois 
consegue produzir duas safras/ano (a cada 
pH 
ACIDEZ 
CICLO FENOLÓGICO 
DA VIDEIRA 
Maturação/Colheita 
Frutificação 
Crescimento 
Superação de dormência 
Dormência 
6 meses tem um ciclo – após a produção, 
passa 2 meses sem frutificação para se 
recuperar); 
BROTAÇÃO: seu vigor depende de reserva 
acumulada pela planta (é acumulada no 
final do ciclo fenológico anterior), é 
diretamente proporcional à quantidade de 
reserva. 
Considerações: 
- Após 30 dias: sistema radicular está cheio 
de ápices meristemáticos e pelos 
radiculares (coincidindo com a época de 
FRUTIFICAÇÃO)  MELHOR ÉPOCA DE 
ADUBAÇÃO (é a fase que ela mais aproveita 
os nutrientes fornecidos, onde há maior 
capacidade de incorporação); 
- CONTROLE DA DOMINÂNCIA APICAL: 
eliminação do ápice (poda)  É 
fundamental, principalmente para 
direcionar adequadamente os 
fotoassimilados e redistribuir para outras 
partes da planta, inclusive frutos. Também 
induz brotação lateral (formando a 2ª 
geração de folhas, após 40 dias); 
- Após 70 dias: A planta está em pleno 
desenvolvimento (início da maturação dos 
frutos)  As folhas da primeira geração 
estão velhas nessa fase (senescência) não 
produzindo mais fotoassimilados e 
comportando-se como dreno – 
IMPORTÂNCIA DA PODA AOS 40 DIAS (pois 
induz brotação de folhas que irão substituir 
as folhasmais velhas); 
- Após 120 dias: Frutos ficam maduros; 
- APÓS A COLHEITA: todo fotoassimilado é 
destinado às raízes, onde são armazenados 
para constituírem reservas para o próximo 
ciclo  É uma fase em que os cuidados são 
fundamentais para PERENIZAR a produção 
(muitas vezes essa fase é deixada de lado, 
ficando sujeitas a pragas, doenças e 
deficiências, interferindo no ciclo seguinte – 
baixa produtividade); 
- Na ESPALDEIRA (estrutura): na parte de 
cima ficam as folhas velhas  Tratos 
culturais: retirada das folhas velhas (retira 
um dreno, permite maior acúmulo de 
antocianina e menor risco de pragas e 
doenças devido à maior exposição ao sol). 
 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA 
UVA: 
FECUNDAÇÃO/APÓS ABERTURA DAS 
FLORES: multiplicação celular muito intensa 
 Fase de grande demanda de nutrientes 
(fase com muitos meristemas radiculares 
para absorção de nutrientes); 
2 FASES DE CRESCIMENTO: 
- 1º fase – Multiplicação celular (0 a 60 
dias): Influencia o tamanho do fruto (+ 
células, maior tamanho), maior demanda de 
N. 
- 2º fase: Depósito de açúcares e 
compostos orgânicos: Fase de 
preenchimento. Essa fase é especialmente 
importante para o produtor de vinho, pois é 
nessa fase que se forma os compostos 
aromáticos da uva que dão maior qualidade 
ao vinho. 
COLHEITA DA UVA: 
- Para frutos de mesa: quando acumula 
uma quantidade mínima de açúcares 
(glicose+frutose) – 16 graus BRIX; 
- Para vinho: 20 gramas de açúcar a cada 
100 gramas de fruto (20 graus BRIX) é o que 
necessita acumular para ter um vinho 
minimamente bom  Quanto mais velha 
fisiologicamente é a planta, maior a 
capacidade de acumular açúcar. 
OBS: Quanto mais calor no momento de 
maturação das uvas, pior a qualidade do 
vinho (menor acúmulo de açúcar). 
Considerações: 
- Início da formação do fruto: ponto de 
máxima acidez (ácido málico e ácido 
tartárico). A medida que o fruto vai sendo 
preenchido e vão acumulando compostos 
orgânicos no mesmo, esses ácidos vão 
sendo diluídos. 
- QUEDA DRÁSTICA DE ÁCIDO MÁLICO 
(devido à intensa respiração – altas 
temperaturas): Aumento brusco do pH, 
impedindo a fabricação do vinho (produz 
leveduras e outros microrganismos 
formadores do vinagre); 
Tipos de fruto: 
- Fruto com semente (+ comum no BR) 
*Frutos maiores: tem embriões no interior 
do fruto que alocam reservas (auxinas); 
*Quanto maior o número de sementes, 
maior o fruto; 
*As sementes são fundamentais para 
canalizar nutrientes para o fruto. 
*Tem muito tanino nas sementes. 
- Fruto apireno (stenorspermico) 
*Semente abortada (tem fecundação, mas 
aborta) 
*Frutos menores: sem sementes/embriões 
– sem produção de auxinas (reservas). 
- Fruto paternocarpico: não tem fecundação 
(frutos muito pequenos), é mais usado para 
doce. 
ÁCIDO GIBERÉLICO: 
- Frutos pequenos (sem sementes): para 
terem tamanho maior (e maior valor no 
mercado) é necessário a aplicação de ácido 
giberélico. 
*O ácido giberélico pode ser utilizado em 
todos os tipos de frutos. 
*O ácido giberélico aumenta a flexibilidade 
da parede celular, aumentando o tamanho 
do fruto. 
*FRUTOS COM SEMENTES: Aplicação deve 
ser realizada depois da divisão celular 
natural dos embriões, para que os frutos 
cresçam mais em tamanho.  É tóxico ao 
embrião, por isso deve ser aplicada após a 
divisão celular. 
Considerações: 
- GRUPO ITÁLIA: Necessitam de desbaste de 
bagas, pois frutificam excessivamente e 
após o amadurecimento ficam com cachos 
muito duros (difícil de colher) – Para o 
desbaste é utilizado um pegador que auxilia 
na retirada dos botões florais em excesso 
(“videiras artesanais” – alto valor do fruto). 
 
PROPAGAÇÃO DA VIDEIRA: 
- Propagação da uva: predominantemente 
vegetativa. 
FILOXERA: ácaro que ataca principalmente 
as raízes, mas também as folhas 
(geralmente isso ocorre quando há 
superpopulação de ácaros); 
*Devastação da Filoxera (principalmente 
em Vitis vinífera – susceptível): se espalhou 
e causou grande devastação, pois foi 
combatido como se fosse uma virose 
(controle errado). 
CONTROLE DA FILOXERA (opções): 
1. Alagamento por 45 -105 dias 
(limitações: topografia, tipo de solo – 
não dá para fazer em todas as áreas); 
2. Sulfeto de carbono (eficaz, porém 
economicamente inviável) – é volátil, 
necessita de injetar nas raízes; 
3. Enxertia: plantas americanas são mais 
tolerantes ao ácaro e com isso, utilizou-
se esses indivíduos como porta-
enxerto. 
OBS1: Atualmente os vinhedos de Vitis 
vinifera em todo mundo são propagados 
por enxertia, exceto no Chile, onde as 
condições climáticas são desfavoráveis ao 
ácaro. 
OBS2: Em locais onde há filoxera o porta-
enxerto deve ser Vitis labrusca para dar 
vigor à planta. 
ÍNDICE DE RAVAZ: 
Kg de uvas/ Kg de lenha de poda de inverno 
- Mede a susceptibilidade em função do 
grau de ataque. 
- ZERO (0): susceptibilidade total, atribuído 
a Vitis vinífera; 
- VINTE (20): resistência total atribuído a 
Vitis rotundifolia. 
PORTA ENXERTO: 
- Para a escolha é preciso considerar a 
resistência/susceptibilidade a pragas e 
doenças e características edafoclimáticas 
do local. 
**TÉCNICA UTILIZADA PARA ENXERTAR 
VIDEIRA: GARFAGEM** 
MATERIAIS PARA ENXERTIA: 
- barbante; 
- fita plástica. 
Quando usar um ou outro? 
R: A uva é uma planta que libera muita água, 
logo quando o material está fresco 
(molhado) o barbante deve ser utilizado, 
pois irá absorver água e secar depois. 
Quando o material estiver “seco” (sem 
excesso de água), é possível usar a fita 
plástica. 
OBS: A fita plástica não pode ser usada em 
um fragmento de planta muito úmido 
(açúcar + água = microrganismos, 
principalmente fungos). 
- ENXERTO: dá qualidade e produtividade ao 
fruto se for escolhido adequadamente; 
- PORTA-ENXERTO: dá sustentação e 
resistência. 
- PROBLEMAS QUE PODEM SURGIR ENTRE 
ENXERTO E PORTA-ENXERTO: 
- Adaptação (quando não há pegamento 
entre as duas partes); afinidade (há 
pegamento, mas não se comporta bem, não 
há compatibilidade) e influência. 
OBS: Às vezes pode ocorrer um enxerto 
“triplo”, com três partes diferentes. 
 
 
 
 
 
 
Considerações: 
Idade mínima das estacas: 4 a 8 anos (planta 
com reserva acumulada para brotação de 
folha e raiz – apresentam anatomia 
parecida e maior chance de pegamento) 
**TIPO DE ENXERTIA UTILIZADA EM 
GRANDE ESCALA PARA PRODUÇÃO DE 
VIDEIRA: ENXERTIA DE MESA** 
- Parafina (na produção industrial): Usada 
para selar e evitar o ataque de 
microrganismos. 
 
SISTEMA DE CONDUÇÃO DA VIDEIRA: 
- A uva necessita de muita luz (para produzir 
a quantidade de açúcar que produzem); 
PRINCÍPIOS BÁSICOS: 
- Otimização da interceptação da luz: 
otimização da fotossíntese; 
- Facilitação de tratos culturais (para reduzir 
os custos de manejo – mecanização): o 
processo começa no planejamento da 
parreira; 
A – variedade comercial 
B – ponte para pegamento 
C – porta-enxerto de 
interesse 
- Promoção do desenvolvimento de um 
microclima favorável à cultura: produção de 
frutos de alta qualidade (mínimo de 
intervenção química possível). 
PRINCIPAIS MÉTODOS DE CONDUÇÃO: 
- Sistema horizontal (LATADA): condução 
horizontal dos ramos de uva (em cima do 
estaleiro); 
- Sistema vertical (ESPALDEIRA): “cerca”, 
ramos de uva conduzidos na vertical. Pode 
ser: 
*Cordão esporonado no alto: ramo 
principal no primeiro arame e os brotos que 
nascem são amarradosnos demais. 
 
 
 
 
OBS: O cordão esporonado no alto, força o 
crescimento dos ramos para baixo (diminui 
vigor), não há sombreamento de outras 
partes da planta. Esse tipo de sistema é para 
PLANTAS COM MUITO VIGOR. 
*Cordão esporonado no baixo: ramo 
principal no último arame e os brotos que 
nascem são amarrados nos demais. 
 
 
 
OBS: Desvantagem do sistema esporonado: 
Em plantas muito vigorosas há dificuldade 
de realização de poda para retirar 
dominância apical, gerando sombreamento 
de outras folhas e/ou frutos quando o 
trabalho é manual (pequeno produtor). É 
preciso utilizar plantas de menor vigor para 
não ter esse problema – virar ramos para 
cima (fototropismo positivo – aumento do 
vigor). Nesse tipo de sistema (esporonado 
no baixo) deve-se usar PLANTAS COM 
POUCO VIGOR. 
OTIMIZAÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO DA LUZ: 
- Melhor sistema do ponto de vista da 
fotossíntese: ESPALDEIRA, porém precisa 
estar perpendicular (norte-sul) ao 
caminhamento do sol (para pegar sol em 
toda a planta)  Pega sol em toda a planta, 
mas em partes diferentes ao longo do dia. 
- Espaldeira: menor fotorrespiração (menor 
exposição solar quando ela fotossintetiza 
pouco – 12h) 
 
 
 
 
 
 
 
LATADA: exposição durante o dia todo. 
 
 
 
 
 
 
 
Meio dia (horário de maior exposição): a 
uva não está fazendo fotossíntese 
(AUMENTO DA FOTORRESPIRAÇÃO – tudo 
que acumulou de fotoassimilados é gasto na 
fotorrespiração); 
*UVA: Planta C3 (faz fotossíntese na parte 
da manhã e no final da tarde)  onde 
ocorrem os picos no sistema em espaldeira. 
 
12h 
18h 06h 
Horário 
Radiação 
12h 
06h 18h 
Horário 
Radiação 
Considerações: 
MICROCLIMA INADEQUADO: maior 
umidade, pouca luz, baixa incidência de 
ventos (favorece o aparecimento de 
doenças, ex.: oídeo e míldeo) 
COMPLEXIDADE NO TRATO CULTURAL: 
ergonomicamente desconfortável em 
determinados sistemas (ex.: latada) e 
dependendo da altura que está; 
*ALTURA: Muito alto (dificulta os tratos 
culturais); Baixo (pesa os cachos e pessoa 
fica abaixada). 
*Sistema em espaldeira: mais fácil de 
mecanizar; 
*MECANIZAÇÃO na colheita: usado para 
frutos que produzirão sucos e vinhos. 
*COLHEITA MANUAL: frutos de mesa. 
PODA DA VIDEIRA: 
- Ambiente natural: baixa produtividade, 
qualidade inferior do cacho; 
- Poda: início de todo ciclo fenológico para 
ser economicamente produtiva; 
Conceito: Conjunto de cortes na planta, 
objetivando limitar o nº e o comprimento 
dos sarmentos, ter um balanço racional 
entre o vigor e a produção (regularizando a 
quantidade de uva produzida e conduzir a 
planta aos propósitos econômicos de sua 
exploração.  Visa principalmente a 
FRUTIFICAÇÃO. 
Podas: 
PODA DE PRIMAVERA-VERÃO (Poda verde): 
evita sobreposição de folhas para não gerar 
sombreamento excessivo; 
PODA DE INVERNO (Poda seca): condução 
da planta (para direcionar os brotos no 
próximo ciclo). 
Objetivos da poda seca: Propiciar a 
frutificação desde os primeiros anos de 
plantio; Limitar o número de gemas para 
regularizar e harmonizar a produção e o 
vigor; Melhorar a qualidade da uva, que 
pode ser comprometida por uma elevada 
produção; Uniformizar a distribuição da 
seiva elaborada para os diferentes órgãos 
da videira; Proporcionar à planta uma forma 
determinada que facilite a execução dos 
tratos culturais. 
Escolha do sistema de poda: 
- Depende do cultivar (clima e solo 
similares), características de solo (solos 
férteis – poda longa), influência do clima 
(climas úmidos: menor fertilidade das 
gemas, regiões mais quentes: maior 
fertilidade das gemas); Incidência direta do 
sol, podas ou para tampar os cachos; baixa 
incidência poda para expor os cachos; 
objetivo. 
Tipos de poda: 
- Poda de implantação; 
- Poda de formação; 
- Poda de frutificação; 
- Poda de renovação. 
Localização e tipos de gema: 
 
As gemas cegas e gemas francas (axilares) 
devem ser retiradas para não tirar energia 
do ramo produtivo (PODA DE 
FRUTIFICAÇÃO). 
Hábito de frutificação: Ramo do ano, ou 
seja, as brotações novas trazem consigo a 
inflorescência. 
*As gemas que dão origem a ramos 
frutíferos são determinadas em um ciclo 
fenológico anterior. 
GEMA FÉRTIL ≠ GEMA ESTÉRIL 
Gema fértil: forma fruto (tem PRIMÓRDIO 
FLORAL); 
Gema estéril: não produz ramo frutífero. 
OBS: Como averiguar se é gema é fértil ou 
estéril? 
R: Observação do MERISTEMA APICAL 
(presença ou não de primórdio floral). 
Indução floral de gemas de videiras: 
- Controlado geneticamente: A distribuição 
de gemas férteis ao longo do sarmento varia 
em função da variedade de uva; 
- Influenciado pela luminosidade incidente: 
Gemas expostas à luz tendem a produzir 
maior número de primórdios florais. Gemas 
sombreadas não produzem primórdios 
florais (precisam receber quantidade 
adequada de luz); 
Poda da videira: 
Por produzir em ramo do ano, a videira deve 
receber poda drástica, eliminando-se a 
maior parte dos ramos velhos, para 
favorecer a brotação de novos ramos (PODA 
SECA). 
Sistemas de poda: 
Adoção de um sistema de poda depende da 
localização das gemas férteis ao longo do 
ramo. 
- PODA CURTA (todas as gemas são férteis, 
então pode cortar mais curto): A poda curta 
consiste no corte dos ramos desenvolvidos 
no ciclo fenológico anterior à altura de duas 
gemas da base (esporão). 
Poda curta em cordão esporonado no 
baixo: Aplicada em variedades uva cuja 
formação de gema fértil ocorre ao longo de 
todo o sarmento, incluindo gemas da base. 
 
 
 
 
 
 
 
- PODA LONGA SEGUIDA DE PODA 
DRÁSTICA (gemas férteis a partir da 5ª ou 
6ª gema, corta o ramo mais alto): 
Poda longa em um ciclo, que coincide a 
colheita da uva com bons preços e Poda 
drástica, com duas gemas para iniciar novo 
ciclo, que coincide a colheita com preços 
baixos, para a renovação dos ramos. 
- PODA MISTA (poda longa + poda curta): 
A poda mista é aplicada em variedades de 
uva que não formam gemas férteis na base 
dos ramos. 
*Poda longa (que vai produzir no ano – 
gasto de energia devido à produção); 
*Poda curta (de reposição, para crescer e 
produzir no próximo ano – fonte de 
captação de energia); 
*Depois da produção as varas são cortadas 
(não produzem mais). 
Em sistema de poda mista as varas são 
responsáveis pela produção de frutos e os 
esporões responsáveis pela formação de 
ramos produtivos do próximo ciclo 
fenológico. 
 
 
Depois Antes

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