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21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/6 Morfologia de Vírus Vírus é uma palavra derivada do latim e significa "veneno" ou "fluido venenoso". Correspondem a partículas acelulares que fora de uma célula hospedeira não apresentam atividade metabólica independente, sendo inertes no ambiente e incapazes de reprodução, podendo reproduzir-se somente no interior de uma célula hospedeira, o que o torna um parasita intracelular obrigatório. Os vírus foram descobertos no final do século XIX, com o reconhecimento por Dmitrii Iwanowski (1982) da existência de agentes infecciosos capazes de passar através de filtros que retinham bactérias, sendo, portanto, menores que estas. De fato, vírus são muito pequenos e não podem ser observados no microscópio óptico, da mesma maneira, não podem ser cultivados fora de células hospedeiras. O seu tamanho só pode ser observado com auxílio do microscópio eletrônico e varia de 200 a 1000nm. Embora se desconheça a origem dos vírus, parece haver um consenso de que estes não representariam a forma de vida mais primitiva, principalmente por dependerem de uma célula viva para a sua reprodução. Segundo a teoria retrógada, seriam formas degeneradas de parasitas intracelulares que perderam a autonomia metabólica durante o processo evolutivo. Outra teoria que procura explicar a origem dos vírus é a teoria da origem celular, que afirma serem os vírus derivados de componentes celulares como plasmídios ou RNAs que adquiriram a capacidade de replicação autônoma e receberam um invólucro protéico, tornando-se independentes. A questão de os vírus serem ou não organismos vivos apresenta uma resposta ambígua. Não poderiam ser considerados seres vivos por não apresentarem atividade fora de células hospedeiras, no entanto, quando penetram em uma célula hospedeira tornam-se ativos, ocorrendo a multiplicação viral. Propriedades Gerais dos Vírus No meio ambiente um vírus corresponde a uma pequena partícula metabolicamente inerte, não realizando respiração e funções biossintéticas; entretanto, quando no interior de uma célula hospedeira, ocorre a replicação viral, onde novas cópias do genoma viral são produzidas e os componentes que formam o envoltório viral são sintetizados. Existem diferenças fundamentais entre os vírus e as células vivas, que foram enumeradas por Stainer e colaboradores em 1969: 01 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/6 1. São partículas desprovidas de células (acelulares); 2. Apresentam como constituintes orgânicos apenas ácidos nucléicos e proteínas; 3. Apresentam como material genético DNA ou RNA, nunca ocorrendo os dois ao mesmo tempo, como ocorre com as células; 4. Não possui sistema enzimático próprio; 5. É sempre replicado exclusivamente a partir de seu material genético no interior de uma célula hospedeira; 6. Finaliza seu processo de multiplicação por organização de seus constituintes sintetizados pela célula. Desta maneira, podem ser caracterizados como parasitas intracelulares obrigatórios incapazes de crescer e se reproduzir fora de uma célula hospedeira viva, apresentam uma organização e composição estruturais características, com presença de um só tipo de ácido nucléico; além de um processo único de replicação. Morfologia Viral Os vírus apresentam diversas formas e tamanhos diferentes, entretanto cada partícula viral completa, totalmente formada e infecciosa (virion) é constituída por um ácido nucléico (DNA ou RNA) e um invólucro protéico denominado capsídeo. Este capsídeo é formado por inúmeras subunidades estruturais denominadas capsômeros, que desempenham funções importantes e atuam como veículo na transmissão do vírus de uma célula hospedeira para outra. Em alguns vírus, as proteínas que compõem o capsômero podem ser de um único tipo e em outros podem estar presentes proteínas diferentes. As informações necessárias para a adequada associação das subunidades dos capsômeros estão contidas na estrutura da própria proteína e por isso o processo de montagem de um virion é denominado automontagem. O complexo formado pelo ácido nucléico e capsídeo é denominado nucleocapsídeo viral. Muitos vírus possuem um envelope de lipídios, proteínas e carboidratos envolvendo o capsídeo, o que os torna vírus envelopados. Alguns vírus animais são liberados da célula hospedeira por um processo em que cada partícula viral é envolvida por uma camada da membrana plasmática celular, constituindo dessa maneira o envelope viral. Em alguns vírus existem espículas formadas por complexos carboidratos- proteínas que se projetam a partir do envelope. Essas estruturas se ligam a receptores expressos na superfície das células. Alguns vírus podem carregar enzimas que desempenham importantes funções no processo infeccioso, podendo ser estas requeridas já no processo de invasão celular e outras após o processo de invasão. 02 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/6 Legenda: FIGURA 01 ? VíRUS DA GRIPE (PARTíCULA VIRAL COMPLETA - VíRION) Simetria Viral Os capsômeros se arranjam no invólucro viral de forma bastante simétrica. 1. Vírus Helicoidais: Lembram longos bastonetes cujo ácido nucléico está no interior de um capsídeo cilíndrico, oco, com estrutura helicoidal. Legenda: FIGURA 02 ? VíRUS HELICOIDAL 03 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/6 Um vírus é um pequeno "software genético", com instruções impresas no RNA. Para poder penetrar na célula,é ivolto em uma camada protéica. 2. Vírus Poliédricos: Muitos vírus são poliédricos, tendo o capsídeo em forma de icosaedro, uma estrutura simétrica de forma ligeiramente arredondada, apresentando 20 faces triangulares e 12 vértices. Os capsômeros de cada face formam um triângulo eqüilátero. Legenda: FIGURA 03 ? VíRUS ICOSAéDRICO 3. Vírus complexos: Alguns vírus possuem estrutura mais complexa, sendo compostos por várias partes separadas, cada qual com forma e simetria distintas. Os vírus mais complexos em termos de estrutura correspondem aos bacteriófagos (vírus bacterianos), que possuem uma porção icosaédrica (cabeça) e uma porção helicoidal (cauda). Legenda: FIGURA 04 ? BACTERIóFAGO 04 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/6 REFERÊNCIA Jawets, E. Microbiologia Médica. 22ª ed., Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2006. Madigan, M.T. Martinko, J.M., Parker, J. Microbiologia de Brock. 10ª ed., São Paulo: Pearson, 2004. Tortora, G.J. Microbiologia. 8ª ed., Porto Alegre: Artmed, 2005. Trabulsi, L.R., Alterthum, F., Gompertz, O. F., Candeias, J.A.N. Microbiologia, 3ª ed., São Paulo: Atheneu, 1998. 05 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/6