Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/5 O texto confuso – atenção para não errar IDENTIFICAR A IMPORTÂNCIA DA NOMEAÇÃO E DA CARACTERIZAÇÃO DAS CLASSES GRAMATICAIS. Como complemento e ilustração desta parte da aula, visualize a figura abaixo. Ela faz parte do conteúdo da aula e facilita a sua compreensão. IMAGEM (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/lptl80/a12i01_lptl80.htm) Como já verificamos na Aula 10, a coesão textual diz respeito às articulações gramaticais existentes entre as palavras, orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto que garantem sua conexão sequencial. Na tirinha, por exemplo, a coesão textual é estabelecida por palavras como "então" (que tem valor interjetivo, indicando surpresa, espanto) e "que" (que liga duas orações). Além disso, são também marcas da coesão textual a concordância entre nomes ou entre verbos e nomes, verbos e pronomes. Por isso é importante ficar bem atento e fazer uma revisão cuidadosa do seu texto antes de considerá-lo finalizado, pois, para estabelecer sentido, precisamos dominar vários aspectos gramaticais. Veja a seguir que vícios são comumente apontados em um texto e tente evitá-los ao máximo. Vícios de um texto 01 / 04 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/5 Estrangeirismos – palavras de outras línguas usadas no lugar de uma similar que já existe na nossa com o mesmo sentido: delivery = entrega em casa; hot dog = cachorro quente; basketball = basquete etc. Erros de concordância, normalmente entre o sujeito e o verbo: o pessoal saíram; haviam muitos argumentos fora do arquivo; obrigado, disse a jovem. Erros de regência (preposição não adequada): fui no cinema; assisti o filme. Erro de colocação do pronome: Não faça-me esse desaforo; me dê um conselho. Pleonasmo: repetição desnecessária de uma mesma ideia: subir para cima; prefeitura municipal; brisa matinal da manhã. Eco: é a repetição desagradável de sons, formando uma rima indesejável: Vicente mente muito para a gente. Cacófato: é uma palavra obscena, ridícula ou inconveniente, que resulta do som de duas outras palavras próximas: eu amo ela; eu vi ela; falamos acerca dela; vou-me já. Sujeito duplo: As pessoas, quando crescem, elas desejam tornar-se reconhecidas pela sociedade. Gerundismo: é o excesso de uso do gerúndio nos verbos, na tentativa equivocada de relacionar as frases: Estudo todos os dias. Indo à biblioteca, escrevendo resumos. Sendo que: outra forma muito usada pelos estudantes universitários hoje em dia é a expressão "sendo que". Costumamos acreditar que a comunicação interna de uma empresa é muito importante. Sendo que todos devem saber se comunicar claramente. Ambiguidade: é o duplo sentido que um enunciado tem por causa da má colocação de palavras, uso inadequado de certos pronomes, ordem das informações etc. João disse a José que ele seria admitido como sócio. Vimos turistas atravessando o rio. Períodos longos demais: por vezes o escritor gera textos pouco claros ou ambíguos porque deseja unir todas as informações de uma vez: É segundo essa noção de projeto que vamos, a partir dessa visão humanista da problemática urbana – sem deixar de levar em consideração as nossas condições de país de formação colonial –, analisar os projetos de cidade expressos nos trabalhos de diversos órgãos federais. Frases curtas demais: isso gera uma estrutura incompleta, falta de informações: Agora, época de eleição, a população cansada de enriquecer políticos, sem escolha. Prolixidade: significa escrever muita coisa, mas não dizer nada de essencial, ou seja, "enrolar": As pessoas que estavam presentes na sala houveram por bem se dirigir para a cozinha, com a intenção de tomar o seu café, voltaram novamente para a sala onde estavam. Emprego dos pronomes relativos: Esta é a região cujos limites me referi há pouco./Você vai conseguir falar com gente que nunca falou antes; os bancos internacionais, onde o Brasil é credor, decidiram rever as taxas de juros. 02 / 04 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/5 Explicações para algumas expressões indevidamente usadas O pessoal saíram: como o sujeito está no singular ("o pessoal"), o verbo deve estar escrito no singular também ("saiu"), mesmo que a ideia do sujeito seja plural. Haviam muitos argumentos fora do arquivo: o verbo "haver", quando tem o significado de "existir", é impessoal, ou seja, não se flexiona em singular e plural. "Obrigado", disse a jovem: se é uma mulher que fala, então as demais palavras devem estar no feminino também: "obrigada". Fui no cinema: o verbo "ir" pede a preposição "a". Assim, deveríamos dizer: "fui ao cinema". Assisti o filme: o verbo "assistir" pede a preposição "a". Assim, deveríamos dizer, na norma culta: "assisti ao filme". Não faça-me esse desaforo: o pronome "me" deve vir junto ao advérbio de negação: "não". Me dê um conselho: a nossa gramática indica que não devemos iniciar frases com pronomes oblíquos. Subir para cima: sempre que subimos é para cima, não há a necessidade de dizê-lo. Prefeitura municipal: não existe prefeitura que não seja do município. Brisa matinal da manhã: se é matinal, não há a necessidade de dizer que é da manhã, pois não existe matinal da tarde. Vicente mente muito para a gente: repare no som "ente" que se repete ao final de quase todas as palavras. Atenção: na poesia isso é permitido e valorizado (assonância). Eu amo ela: essa construção coloquial, quando pronunciada, gera a palavra "moela". A norma culta pede para usarmos "eu a amo", e assim evitar tal cacófato. Eu vi ela: essa construção coloquial gera a expressão "viela" (rua estreita), que torna o enunciado ridículo. Falamos acerca dela: essa construção cria a palavra "cadela". Vou-me já: embora correta pelas normas gramaticais, cria-se a palavra "mijá" (verbo mijar, urinar), o que não fica nada agradável aos ouvidos. 03 / 04 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/5 As pessoas, quando crescem, elas desejam tornar-se reconhecidas pela sociedade: o sujeito "as pessoas" é recuperado indevidamente pelo pronome "elas" logo a seguir. O texto torna-se mais fluente se tirarmos o pronome "elas", e o seu significado continua o mesmo. Estudo todos os dias. Indo à biblioteca, escrevendo resumos: a presença do gerúndio (-ndo) em "indo" e em "escrevendo" dá a ideia de continuidade da frase anterior ("Estudo todos os dias"), mas o ponto final separa as duas. Assim, o ideal seria tirar o gerúndio ou o ponto final. Costumamos acreditar que a comunicação interna de uma empresa é muito importante. Sendo que todos devem saber se comunicar claramente: a expressão "sendo que" tenta relacionar as frases, mas ela deve ser uma continuidade da anterior, e não vir separada por ponto final. Além disso, ela não indica precisamente como as duas frases devem se unir, com que significado elas se unem. Melhor seria escrevermos: "Costumamos acreditar que a comunicação interna de uma empresa é muito importante, por isso todos devem saber se comunicar claramente". João disse a José que ele seria admitido como sócio: não é possível saber quem será o sócio, se João ou se José. Melhor seria: "João disse a José: ?Vou ser admitido como sócio?". Ou: "João disse que José seria admitido como sócio". REFERÊNCIA ABAURRE, Maria Luiz M. Gramática – texto: análise e construção de sentido. Volume único. São Paulo: Moderna, 2008. POLITO, Reinaldo. Como falar corretamente e sem inibições. São Paulo: Ed. Saraiva, 1998. POSSENTI, S. "A leitura errada existe". In: Estudos Linguísticos: Anais de Seminários do GEL XIX. Bauru: Unesp/Gel,1990. 04 / 04 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/5
Compartilhar