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Papel dos profissionais de saúde na Atenção Primária à Saúde

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21/04/2018 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/7
Papel dos profissionais de saúde na
Atenção Primária à Saúde
Introdução
Quando se fala em paradigma, estamos falando de visão de mundo que norteiam as ações das pessoas. Um
paradigma é um conjunto de premissas implícitas que não se pretende testar? na verdade são
essencialmente inconscientes. O paradigma é o que permeia as nossas percepções, dentro dele está tudo o
que é considerado verdadeiro, um paradigma é sustentado pelo sistema de crenças, vive-se essas crenças,
pensa-se e age conforme essas crenças.
O atual paradigma que oferece suporte à maioria das práticas profissionais fundamenta–se na ciência.
Desta forma, as profissões são baseadas em um modelo materialista para se desenvolverem, utilizando a
aquisição de conhecimento pelo aspecto racional e objetivo. O paradigma cientifico atual entende o mundo
como sendo mecânico, em que existem recursos a serem controlados e explorados. O problema é que esse
modelo de paradigma não deixa espaço para a liberdade de escolha, para a consciência ou espírito,
tornando o ser humano parcial e incompleto.
Entretanto, um paradigma não é estático, ele é mutável, nem sempre a ciência determinou o que é verdade
e o que é falso, cada período histórico demonstrou uma visão de mundo e paradigmas característicos.
A sociedade contemporânea não consegue mais sustentar um paradigma científico rígido, em que o
entendimento da natureza é de ser apenas um recurso explorável e do ser humano é de ser apenas um corpo
separado da mente. É necessário um novo paradigma que entenda a natureza enquanto um organismo que
reage e tem necessidades e que entenda o ser humano enquanto um ser biopsicossocial e espiritual, sem
que deixe de lado a evolução e aquisição do conhecimento científico, mas que ele seja flexível, e sem deixar
de lado a tecnologia, mas que ela seja sustentável. Essa mudança de paradigma deve se estender á
sociedade como um todo e não só á ciência, assim como na prática profissional.
A prática do profissional de saúde
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Para escrever sobre o compromisso dos profissionais de saúde neste momento de 
transição paradigmática, lembro que já não se fala de um compromisso deste ou daquele 
profissional isoladamente , mas sim do compromisso dos profissionais de saúde e, no intuito de ilustrar essa
integralidade na construção de um novo paradigma ético, recorro ao poema de João Cabral de Melo Neto,
numa assunção à metáfora da tessitura dos galos evocando o resplandecer da manhã:
Da mesma forma que os galos, numa necessária ação colaborativa, estão tecendo a 
manhã, também os profissionais da saúde necessitam tecer uma teia de relações absolutamente produtivas,
na perspectiva da construção de um novo paradigma, que possa gerar ações que redundem em benefício do
ser humano.
Outra ilustração interessante para ressaltar a urgente mudança de paradigma prescritivo de conduta para
os profissionais da saúde, é a metáfora do curador ferido. Consta na mitologia grega, que a arte de curar foi
ensinada por Apolo ao centauro Quíron. Este, por sua vez, transmitiu-a para Esculápio, o deus da Medicina.
Com Quíron, Esculápio aprendeu a praticar a cura pelas ervas. Entretanto, Quíron possuía uma ferida que
jamais cicatrizava: ele vivia curando os outros, mas estava sempre doente, sempre sofrendo e, por isso era
capaz de compreender o sofrimento daqueles a quem tratava. Esse mito pode ser interpretado como uma
sugestão para o necessário envolvimento de pessoas que travam uma relação de ajuda – como a vivenciada
pelo profissional da saúde com as pessoas que atende.
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Temos que reconhecer nossas vulnerabilidades e tomarmos consciência de nossas próprias feridas, as quais
representam a possibilidade de também adoecermos e sofrermos, em outros termos: colocarmos no lugar do
outro, para avaliar o sofrimento dele. Recorrer ao sistema de saúde é, muitas vezes, uma experiência de
sofrimento, principalmente num país como o Brasil, onde a saúde pública sempre foi encarada como uma
generosidade dos governantes, devendo ser retribuída com a gratidão incondicional dos pobres.
Todos reconhecemos a insuficiência dos serviços de saúde, o que contribui para os sentimentos de angústia,
muitas vezes vivenciados pelos usuários. Sendo necessário uma relação de alteridade (alter – outro) entre
profissionais e seus clientes. É muito produtivo para ambos quando essa relação de ajuda acontece de forma
plena e afetuosa, no intuito de reconhecer as principais dimensões do ser humano: sentir, pensar, falar e
agir, numa relação de respeito entre pessoas livres e iguais.
No cotidiano das práticas de assistência à saúde podemos observar a falta de preparo dos diversos
profissionais. Esta inadequação de conduta pode ser atribuída à crise de valores éticos e morais que regem a
sociedade. Isso se dá, pois as fontes de moral que orientam a sociedade, não mais correspondem às
necessidades que surgem das relações entre as pessoas e o seu entorno técnico/científico, assim como de
consumo.
Interessante ressaltar que este momento de crise dos valores morais e éticos oferece a possibilidade de
revermos as origens do atual paradigma e, com isso, refletirmos sob que ética estamos vivendo. Os
profissionais da saúde devem, portanto, rever sua prática baseando-se em uma ética critica e reflexiva e,
principalmente que tenha sentido na sua existência e nos valores que os movem, estruturando uma ética
que, segundo Leonardo Boff deve ser em torno de valores fundamentais ligados à vida, ao seu cuidado, ao
trabalho, às relações cooperativas e a cultura da não-violência e da paz.
 
O desenvolvimento social e a complexidade crescente dos problemas sociais continuam ressaltando a
importância da comunidade como realidade social de coesão e solidariedade entre os homens a ser
resgatada a partir dos seus núcleos de vivência e existência. Destacar as áreas de moradia e a dinâmica dos
seus grupos e subgrupos levando-se em conta interesses e preocupações comuns como indicadores de
realidade comunitária não obstante ser tarefa difícil é um obstáculo a ser necessariamente transposto pelos
profissionais da saúde dentro de suas atribuições objetivando o desenvolvimento comunitário.
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A prática cotidiana dos serviços públicos de saúde, que se mostra desprovida do reconhecimento dos
direitos dos usuários, exige um resgate de ideais humanísticos por parte dos profissionais de saúde. É
importante que o usuário, ao procurar os serviços de saúde seja visto não apenas como um doente ou uma
pessoa que procura ajuda para sanar as seqüelas físicas que o aflinge. É necessário que ele seja visto como
um ser integral, que seja tratado com dignidade que seja visto como um ente único e possuidor de
características físicas, psicológicas, sociais,culturais, econômicas,espirituais, etc.
Em busca de uma adequação de conduta
A Atenção Básica ou primária se constitui em uma das principais portas de entrada para o sistema de saúde
(não a única, o pronto socorro, por exemplo, é outra porta possível e necessária) e, como sabemos, as
funções da rede de atenção básica no sistema de saúde é à busca da universalidade, eqüidade e
integralidade.
No intuito de colaborar para uma reflexão, provocadora de adequação de conduta, por 
parte daquele que será "O Profissional de Saúde" destacamos, em nível exemplificativo e não taxativo, o
seguinte:
Conhecer a essência dos problemas das comunidades em conformidade com a realidade social a que está
inserida?
Implementaras evidências da ciência no contínuum saúde-doença?
Instrumentalizar a população para elaboração sistemática de projetos reforçadores das reivindicações?
Utilizar instrumentos necessários de comunicação com os diversos grupos sociais?
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Capacitar a população para que, em conjunto, (re)-descubram novas fórmulas de reavaliação social em
seus enfrentamentos?
Valorizar o diálogo individual e grupal como elemento fundamental para o processo de organização?
Valorizar experiências já desenvolvidas nas quais se faz presente os processos de conscientização e
capacitação da comunidade?
Instrumentalizar tecnicamente os trabalhadores e as unidades para operarem com dados, informações e
indicadores de saúde?
Travar um envolvimento baseado nas prioridades e decisões comunitárias ajudando-as a desenvolver
habilidades significativas, identificar necessidades e planejar atividades futuras?
Encorajar a implementação de serviços preventivos e de saúde básica ao invés de serviços curativos?
Capacitar a comunidade na utilização da hierarquização do sistema – referência e contra-referência?
Utilizar a técnica do Acolhimento como uma ação do campo de competência e responsabilidades de todos
os trabalhadores das unidades de saúde, envolvendo a escuta, a responsabilização pelo outro, pelo
problema apresentado, pelo cuidado, assim como favorecendo o desenvolvimento de sua autonomia e
cidadania?
Reforçar as ligações com os centros locais de saúde e com o pessoal de saúde 
da área?
Informar sobre os recursos formais e informais colocados à disposição 
da comunidade?
Incentivar a participação social no planejamento/programação, execução e avaliação das ações de saúde
propostas, através de comissões locais ou outras modalidades de organização social?
Promover a intersetorialidade exercida pela relação com todos os níveis de governo como resposta ao
enfoque ampliado de saúde?
Incentivar o desenvolvimento de um Novo Modelo de Atenção à Saúde que contemple não só a revisão das
práticas assistenciais, mas que garanta a integração de conhecimentos, o uso racional de recursos e a
efetiva participação e controle social?
Levar em consideração as dimensões sociais econômicos e culturais da população apreendendo o processo
saúde-doença no âmbito familiar e não apenas no nível individual?
Estimular que a comunidade se torne plenamente consciente e possa tomar controle do seu processo de
desenvolvimento –"empoderamento" .
Desta maneira, podemos afirmar que as práticas de assistência à saúde necessariamente dependem de um
conjunto de profissionais e procedimentos e que, mesmo o mais preparado e valorizado entre eles, está
intrinsecamente dependente dos outros para atingir seus objetivos. Os atendimentos aos usuários dos
serviços de saúde precisam articular diferentes profissionais, desde a acolhida, passando pelo diagnóstico,
os exames complementares, as prescrições terapêuticas, os encaminhamentos de referência e contra-
referência necessários, promovendo cuidados sem interrupção, até o total restabelecimento ou o equilíbrio
possível da pessoa atendida. As equipes multiprofissionais, com práticas interdisciplinares e conhecimentos
transdisciplinares atuam em conjunto, diluindo-se desta maneira a hegemonia dos técnicos e das técnicas.
Filme: " Quem somos nós?" , disponível em locadoras. 05 / 06
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Para não finalizar, esta reflexão!
A pedra 
 
O homem distraído, nela tropeçou 
O pastor, cansado da lida, usou-a como assento para descansar 
Davi fê-la aliada no seu confronto contra Golias 
O bruto, dela instrumentalizou-se para ferir seus oponentes 
O poeta eternizou-a nos seus versos 
Michelangelo, dela se serviu para criar a mais bela das esculturas 
Em todos os casos, a diferença esteve nos homens, e não na pedra. 
 
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
QUIZ (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/sac40/a20ex01_sac40.htm)
REFERÊNCIA
ARNTZ, W. Quem somos nós? – As descobertas das infinitas possibilidades de alterar a realidade diária ?
tradução de Doralice Lima – Rio de Janeiro: Prestígio Editorial, 2007.
BERTOLLI FILHO C. História da Saúde Pública no Brasil. São Paulo: editora Ática, 2002
FUNDAÇÃO INSTITUTO OSVALDO CRUZ. O Sanitarismo (RE)descobre o Brasil. Mostra em comemoração ao
centenário do Sanitarismo Brasileiro. 2004
SANTOS A DA S.? MIRANDA S.M.R.C.de. (org.) A enfermagem na gestão em atenção à saúde. Barueri:
Manole, 2007.
SOUZA M.L. Desenvolvimento de Comunidade e Participação. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 2000.
BRANCO, M. A F. . " Sistemas de Informação em Saúde local" In: Cad. Saúde Pública, vol. 12, nº 2. Rio de
Janeiro, abr./jun./1996.
BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível em: http://www.datasus.gov.br/ (http://www.datasus.gov.br/).
Acesso em 6 de fevereiro de 2008.
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http://www.datasus.gov.br/sisprenatal/SPN_PHPN.htm
(http://www.datasus.gov.br/sisprenatal/SPN_PHPN.htm). Acesso em 6 de fevereiro de 2008.
GOLDIM J. R.? FRANCISCONI C. F. Atuação Profissional e Privacidade, disponível em: 
http://www.ufrgs.br/bioetica/privapoi.htm (http://www.ufrgs.br/bioetica/privapoi.htm). Acesso em 19 de
janeiro de 2008
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