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DESENVOLVA UM TEXTO ACERCA DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA, COLOCANDO EM ÊNFASE O PAPEL DO ENFERMEIRO NESSE CONTEXTO.
 
CANGUILHEM; CAPONI, 1995.In:BRÊTAS; GAMBA,2006. A doença não pode ser contido apenas por meio das medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim, os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece.
EVANS; STODDART, 1990. A doença não é mais que um constructo que guarda relação com sofrimento, com o mal, mas não lhe corresponde integralmente. Quadros clínicos semelhantes, ou seja, com os mesmos parâmetros biológicos, prognóstico e implicações para o tratamento, podem afetar pessoas diferentes de forma distintas, resultando em diferentes manifestações de sintomas e desconforto, com comprometimento diferenciado de suas habilidades de atuar em sociedade. O conhecimento clínico pretende balizar a aplicação apropriada do conhecimento e da tecnologia, o que implica que seja formulado nesses termos. No entanto, do ponto de vista do bem-estar individual e do desempenho social, a percepção individual sobre a saúde é que conta. 
BERLINGUER apud BRÊTAS e GAMBA, 2006. A saúde é silenciosa: geralmente não a percebemos em sua plenitude; na maior parte das vezes apenas a identificamos quando adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago do corpo individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para assegurar a saúde com qualidade, pois não existe um limite preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na qual os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares e sociais) podem causar doenças. Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal constatação nos remete à reflexão de que o processo saúde-doença-adoecimento ocorreu de maneira desigual 
entre os indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do local que os seres ocupam na sociedade.
CANGUILH e CAPONI; 1995.In: BRÊTAS; 2006. Consideram que, para a saúde, é necessário partir da dimensão do ser, pois é nele que ocorrem as definições do normal ou patológico. O considerado normal em um indivíduo pode não ser em outro; não há rigidez no processo. Dessa maneira, podemos deduzir que o ser humano precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as transformações sofridas por seu corpo e identificar os sinais expressos por ele. Esse processo é viável apenas na perspectiva relacional, pois o normal e o patológico só podem ser apreciados em uma relação.
Segundo o conceito de 1974 da Organização Mundial da Saúde (OMS), com ampla divulgação e conhecimento em nossa área, a saúde é definida como: “ Um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apena a ausência de doença ou enfermidade” . 
BUCK et al., 1988. Na Antiguidade, quando das religiões politeístas, acreditava-se que a saúde era dádiva, e a doença, castigo dos deuses. Com o decorrer dos séculos e com o advento das religiões monoteístas, a dádiva da saúde e o castigo da doença passaram a ser de responsabilidade de um único Deus. No entanto, 400 anos a.C., Hipócrates desenvolveu o tratado os ares e os lugares, no qual relaciona os locais da moradia, a água para beber, os ventos com a saúde e a doença. Séculos mais tarde, as populações passaram a viver em comunidade, e a teoria miasmática tomou lugar. Consiste na crença de que a doença é transmitida pela inspiração de “gases” de animais e dejetos em decomposição.
Tal teoria permanece até o século XIX, no entanto ao final do século XVIII, predominavam na Europa como forma de explicação para o adoecimento humano os paradigmas socioambientais, vinculados à concepção dinâmica, tendo se esboçado as primeiras evidências da determinação social do processo saúde-doença. Com o advento da Bacteriologia, a concepção ontológica firmou-se vitoriosa e suas conquistas levaram ao abandono dos critérios sociais na formação e no enfrentamento dos problemas de saúde das populações.
Duas concepções têm marcado o percurso da medicina ( MYERS; BENSON. In: ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 1992):
A concepção fisiológica, iniciada por Hipócrates, explica as origens das doenças a partir de um desequilíbrio entre as forças da natureza que estão dentro e fora da pessoa. Essa medicina, segundo Myers e Benson (In: ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 1992), centra-se no paciente como um todo e no seu ambiente, evitando ligar doença a perturbações de órgãos corporais particulares.
DUBOS. In: ALBUQUERUQE; OLIVEIRA, 1980. A concepção ontológica, por sua vez, defende que as doenças são “entidades” exteriores ao organismo, que o invadem para se localizarem em várias das suas partes. Essas entidades não têm sempre o mesmo significado. Na medicina da Mesopotâmia e do Egito Antigo eram conotadas com processos mágico-religiosos ou com castigos resultantes de pecados cometidos pelos pacientes. A concepção ontológica tem estado frequentemente ligada a uma forma de medicina que dirige os seus esforços na classificação dos processos de doença, na elaboração de um diagnóstico exato, procurando identificar os órgãos e que corporais que estão perturbados e que provocam os sintomas. É uma concepção redutora que explica os processos de doença na base de órgãos específicos perturbados. Assume que a doença é uma coisa em si próprio, sem relação com a personalidade, a constituição física ou o modo de vida do paciente.
A teoria microbiana passa ter, já nos fins do século XIX, uma predominância de tal ordem que, em boa medida, fez obscurecer algumas concepções que destacavam a vários motivos das doenças ou que apontavam para os fatores de ordem socioeconômica. Na atualidade, identifica-se o predomínio da multicausalidade, com ênfase nos condicionantes individuais. Como alternativa para a sua superação, propõe-se a articulação das dimensões individual e coleta do processo saúde-doença, que tudo tem a ver com a prática da Estratégia Saúde da Família.
 A base conceitual do movimento da medicina preventiva foi sistematizada no livro de Lesvell & Clark, “Medicina Preventiva” (1976), cuja primeira edição surge em 1958: sobre a tríade ecológica que define o modelo de causalidade das doenças a partir das relações entre agente, hospedeiro e meio-ambiente. O conceito de história natural das doenças é definido como “todas as interrelações do agente, do hospedeiro e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer outro lugar (pré-patogênese), passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte (patogênese)”. 
Já no Brasil, em 1986, foi desenvolvida a VII Conferência Nacional de Saúde, na qual foram discutidos os temas saúde como direito; reformulação do Sistema único de Saúde (SUS) e financiamento setorial. Nessa conferência adotou-se o seguinte conceito sobre saúde: 
 BRÊTAS; GAMBA, 2006. Contudo, podemos observar a saúde em outro aspecto. Partindo da análise do conceito da saúde da OMS (1976), Ferrara et al.(1976) propõem um novo conceito, no qual a saúde é concebida como “ o contínuo agir do ser humano ante o universo físico, mental e social em que vive, sem regatear um só esforço para modificar, transforma e recriar aquilo que deve ser mudado” .Atribuem ao conceito uma dimensão dinâmica, valorizando o papel dos seres humanos na manutenção e na transformação da saúde ,colocando-se como atores sociais do processo da própria vida. 
 O Processo Saúde-Doença, no entanto um novo instrumento intelectual para a apreensão da saúde e da doença deve levar em conta a distinçãoentre a definida pelo sistema da assistência à saúde. O sofrimento experimentado pelas pessoas, suas famílias e grupos sociais não corresponde necessariamente à concepção de doença que orienta os provedores da assistência, como os profissionais da Estratégia Saúde da Família.
EVANS; STODDART, 2003; SCHRAIBER; MENDES-GONÇALVES, 1996. Por outro lado, como alternativa para a superação dos modelos causais clássicos, centrados em ações individuais, como os métodos diagnósticos e terapêuticos, a vacinação e a educação em saúde, ainda que dirigidos aos denominados grupos de risco, deveriam privilegiar a dimensão coletiva do fenômeno saúde-doença por meio de modelos interativos que incorporassem ações individuais e coletivas. Uma nova maneira de pensar a saúde e a doença deve incluir explicações para os achados universais de que a mortalidade e a morbidade obedecem a um gradiente que atravessa as classes socioeconômicas, de modo que menores rendas ou status social estão associados a uma pior condição em termos de saúde. Tal evidência constitui-se em um indicativo de que os determinantes de saúde estão localizados fora dos sistema de assistência à saúde.
Para Gadamer, saúde e doenças não são duas faces de uma mesma moeda. De fato, se considerarmos um sistema de saúde, por exemplo, o SUS, é possível verificar que as ações voltadas para o diagnóstico e o tratamento das doenças são apenas duas das suas atividades. Inclusão social, promoção de equidade ou de visibilidade e cidadania são consideradas ações de saúde. O entendimento da saúde como um dispositivo social relativamente autônomo em relação à ideia de doença, assim como as repercussões que esse novo entendimento traz para vida social e para as práticas cotidianas em geral e dos serviços de saúde em particular, abrem novas possibilidades na concepção do processo saúde-doença.
GUALDA; BERGAMASCO, 2004. Fica claro que tal processo representa o conjunto de relações e variáveis que produz e condiciona o estado de saúde e doença de uma população, que se modifica nos diversos momentos históricos do desenvolvimento científico da humanidade. Portanto, não é um conceito abstrato. Define-se no contexto histórico de determinada sociedade e num dado momento de seu desenvolvimento, devendo ser conquistada pela população em suas lutas cotidianas. 
Dessa forma, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (1976), “a saúde deve ser entendida em sentido mais amplos, como componente da qualidade de vida, e , assim, não é um bem de troca, mas um bem comum, um bem e um direito social”, no sentido de que cada um e todos possam ter assegurado o exercício e a prática desse direito à saúde, a partir da aplicação e da utilização de toda a riqueza disponível, conhecimento e tecnologia que a sociedade desenvolveu e vem desenvolvendo nesse campo, adequados às suas necessidades, envolvendo promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças. Ou seja, considerar esse bem esse direito como componentes e exercício da cidadania, compreensão esta que é um referencial e um valor básico a ser assimilado pelo poder público para o balizamento e a orientação de sua conduta, decisões, estratégias e ações.
Pode-se dizer, que o processo saúde-doença representa o conjunto de relações e variáveis que conduzem e o estado de saúde-doença e uma população, que varia em diversos momentos históricos do desenvolvimento científico da humanidade.
GUALDA; BERGAMASCO, 2004. Dessa maneira, o processo saúde-doença está diretamente atrelado à forma como o ser humano, no decorrer de sua existência, foi se apropriando da natureza para a transformá-la, buscando o atendimento às suas necessidades.
O’CONNOR; SEYMOUR, 1995; ANDREAS; FAULKNER, 1995. A equipe da Estratégia Saúde da Família precisa ter consciente seu papel de educador em saúde e conjuntamente saber o resultado que quer atingir em cada situação. É recomendável o treinamento da percepção sensorial: onde foca a atenção e como modificar e ampliar os filtros para poder observar coisas que não eram percebidas anteriormente. Filtro é uma expressão utilizada em Programação Neurolinguística, que significa linguagem dos nossos pensamentos e experiência vividas, imagens internas, sons e sensações que nos dão um significado especial que fica arquivado em nosso cérebro e que nos vem à mente nas mais diversas situações. Por exemplo, nossas crenças religiosas e nosso aprendizado na área especifica funcionam como filtros, levando-nos a agir de determinada maneira e a prestar mais atenção a algumas coisas do que a outras.
Ao prestar a assistência ao indivíduo, à família ou à comunidade, há que se considerar quem é ou quem são os usuários, como se apresentam na situação de necessidade de saúde, seus direitos, deveres, valores e prerrogativas. O ser humano é complexo, e não há como abranger sua totalidade por uma única definição. Mesmo que se considere a pessoa um ser biopsicossocial e espiritual, não se consegue expressar toda a sua individualidade e singularidade. Os profissionais da saúde aprendem sobre estrutura e função humanas pelo estudo da anatomia, da fisiologia, da psicologia, da sociologia, da patologia, além das várias maneiras de assistir, de abordar e de se relacionar profissionalmente com o indivíduo, a família ou a comunidade.
Não podemos nos esquecer de que o ambiente é o local onde a pessoa se encontra com as coisas ao seu redor que lhe exercem influências, afetando-a de várias maneiras. Por exemplo, uma família de seis, oito pessoas que habitam um único cômodo provavelmente terá conflitos, problemas que atingirão sua saúde mental; por outro lado, viver num ambiente quarto úmido, ou seja, num ambiente insalubre, provavelmente acarretará doenças como bronquite, tuberculose, etc.
O processo saúde-doença é um dos pontos centrais para os profissionais da saúde que buscam promover a saúde, cuidando para que as pessoas possam ter, tanto quanto possível, uma boa qualidade de vida, mesmo quando as limitações se estabelecem. Para essa relação especial com os usuários, é necessário o aprendizado do uso dos instrumentos e das tecnologias para o cuidado que compõe a formação desses profissionais.
Os profissionais se concentram nos pontos de interesse ditados por sua áreas de ação. Os enfermeiros são essenciais dentro do sistema de saúde, afinal são eles que estão presente durante todo o tratamento de pacientes: desde o momento da entrada até o de alta e muitas vezes também fora do ambiente hospitalar. Além do contato direto com enfermos, esses profissionais também fazem a “ponte de comunicação” entre outros membros de equipe hospitalar, como fisioterapeutas e médico. Outro papel importante do enfermeiro dentro do SUS é o mapeamento do território e da população para identificar as principais necessidades do local, bem como pontos de vulnerabilidade e riscos presentes. 
O SUS foi criado, nessa perspectiva, a parti das manifestações de um conjunto de necessidades sociais de saúde, as quais imprimem um caráter ético-moral que a defende como direito de todo cidadão. Enquanto conquista das lutas participativas e democráticas, o SUS se desenvolve com base nos princípios de acesso, universalidade, equidade e integralidade, e com base nas diretrizes organizativas de descentralização, regionalização, hierarquização e participação da comunidade.
Como estratégia de reformulação do modelo brasileiro de atenção à saúde e o fortalecimento dos princípios diretrizes do SUS, o Ministério Saúde criou, em 1994, a Estratégia Saúde da Família (ESF), inicialmente denominada Programa de Saúde da Família. A estratégia nasceu na tentativa de repensar os padrões de pensamento e comportamento dos profissionais e cidadãos brasileiros. Sistematizada e orientada por equipe de saúde da família que envolve médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, odontólogo e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Pretende-se, a partir do exposto, situar a enfermagem frente às práticas coletivas, mais especificamente no SUS, para compreender como esta vem se constituindoenquanto umas das disciplinas que contribui de forma decisiva para a consolidação dos princípios e diretrizes do SUS.
 CAPONI,S. In: BRÉTAS; GAMBA, 2006. Cabe aos profissionais da saúde rever sua prática, buscando entender que não basta trabalhar com as doenças: é necessário compreender o indivíduo no todo como alguém que vive a experiência da necessidade, do adoecimento, carregada de valores e significados subjetivos, únicos, capazes de interferir na qualidade do cuidado prestado. Assim, resta-nos, como profissionais da saúde, enfrentar o desafio de construir estratégias para conceber a saúde âmbito da Atenção Básica de forma mais solidária e menos punitiva na convivência com os estilos de vida individuais. 
 FERREIRA 1986. No Brasil, a efetivação da proposta de promoção de saúde no âmbito do SUS acontece a partir de 1998, quando o Ministério da Saúde inicia a construção da Política Nacional de Promoção da Saúde, visando garantir maior institucionalização e fortalecimento desta estratégia, superar a dicotomia entre as atividades clínicas e de promoção da saúde, e ainda evitar a superposição entre ações de promoção de saúde e de prevenção de doenças. Com efeito, na prática cotidiana, com frequência, é difícil distinguir entre uma e outra dimensão; ao mesmo tempo, esta é crucial para a reorientação do modelo de atenção à saúde no país. O termo prevenir tem o significado de “preparar, chegar antes, dispor de maneira que evite (dano, mal); impedir que se realize”. Na saúde, ela se define como intervenções orientadas a evitar o aparecimento de doenças. Já a palavra promover significa “dar impulso, fomentar, originar, gerar”. Seu âmbito é mais abrangente quando ligado à saúde visto que a
mesma depende da transformação de todos os setores da sociedade.
 Deste modo, a prevenção tem como base o conhecimento epidemiológico e visa desenvolver estratégias para o controle das doenças infecto contagiosas, a diminuição dos riscos de doenças degenerativas e a minimização de danos à saúde. Já a promoção da saúde, ao depender de ações de outros setores e das ancoragens socioeconômicas, políticas e culturais, identifica e atua sobre os determinantes do processo saúde/doença que atuam tanto a nível macro quanto micro. 
 Para CZERESNIA e FREITAS (2003), a principal diferença entre prevenção e promoção está no próprio conceito de saúde. Na perspectiva da prevenção, a saúde é vista como ausência de doenças, enquanto que, na promoção a saúde, é encarada como um conceito positivo e multidimensional resultando, desta maneira, em um modelo participativo de saúde. Esta diferença, embora pequena, dado que as práticas em promoção da saúde e as da prevenção lidam com os mesmos conhecimentos científicos, é radical porque implica em transformações profundas no uso e operacionalização das práticas de saúde. 
 O entendimento amplo do que diferencia promoção de prevenção é também a consciência de que a incerteza do conhecimento científico não é apenas uma simples limitação técnica, e sim é inerente ao próprio processo de produção do conhecimento. Assim, basear uma ação de saúde tão somente na evitação das doenças, a partir de estudos que olham grupos de indivíduos, mas apagam as singularidades, pode ser pouco efetivo em termos de produção de saúde. Ademais, em que pesem os inegáveis avanços nas tecnologias de cura, tratamento ou prevenção de doenças, as melhorias dos níveis de saúde e de qualidade de vida daí decorrentes não têm alcançado as populações de forma equitativa.
 Podem-se assumir promoção e prevenção como ações complementares, porém distintas. Admitindo a produção da saúde como resultado de circunstâncias políticas, econômicas, ambientais e socioculturais atuando sobre fatores e disposições biológicas, atribui-se à promoção o dever de operar sobre estas circunstâncias, de modo a torná-las favoráveis à saúde. 
 A discussão sobre promoção da saúde tem, como ponto de partida, o próprio conceito saúde. Ao longo da história, várias concepções de saúde foram formuladas e reformuladas, a partir de configurações sociopolíticas específicas e do arcabouço de conhecimento disponível. Na década de 70, ganham força as tentativas de construir e operacionalizar conceitos de saúde, que ampliassem a perspectiva biomédica de entender saúde apenas como ausência de doença-enfermidade-patologia. É nesta inflexão que se expandem os discursos e práticas de promoção de saúde, entendidas como ações que asseguram bem estar, autonomia e produtividade - social, afetiva, política e cultural - cuja responsabilidade deve ser compartilhada pelos indivíduos, Estado e sociedade civil organizada. 
 A promoção da saúde representaria uma nova estratégia dentro da saúde e do campo social, envolvendo e fomentando a responsabilidade dos diferentes setores de governo na condução de processos voltados para o empoderamento e a autonomia das comunidades e dos indivíduos e a atuação sobre os determinantes sociais da saúde. Ao mesmo tempo, representa também um desafio, pois invoca a produção de novos saberes, novas práticas e novas estruturas de poder, mas relacionadas ao sentido da capacidade de realização de desejos coletivos e não da imposição do desejo de um sobre o outro.
 Embora a concepção positiva de saúde que anima a proposição de práticas para a sua promoção talvez ainda seja um pouco vaga ou limitada para expressar a extensão e a concretude das iniciativas implementadas no âmbito do SUS, sem dúvida tem demonstrado uma grande utilidade operacional no sentido de orientar projetos políticos sanitários voltados para promover a melhor saúde para o maior número de pessoas possível.
“Enfermagem é uma arte; e para realiza-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus. É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!” 
 
Referências
ANDREAS, S., FAULKNER, C. PNL: a nova tecnologia do sucesso. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
BERLINGUER, G. A doença. In BRÊTAS, A.C.P.; GAMBA, M.A. Enfermagem e saúde do adulto. Barueri: Manole, 2006.
 BRÊTAS, A.C.P.; GAMBA, M.A. Enfermagem e saúde do adulto. Barueri: Manole, 2006. 
BUCK, C.; LLOPIS, A.; NAJERA, E.; TERRIS, M., eds. El desafío de la epidemiología. Washington DC: Organización Panamericana de la Salud, 1988.
CANGUILHEM, G. O.; CAPONI, S. O normal e o patológico. 4. Ed. Rio de Janeiro: Forence Universitária, 1995. In:
CAPONI, S. A saúde como abertura ao risco. In: BRÊTAS, A. C. P.; GAMBA, M. A. (Org). Enfermagem e saúde do adulto. São Paulo: Manoel, 2006. 
CZERESNIA, D. ; FREITAS, C. M. Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendência. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003. 
EVANS, R.G.; STODDART G.L. Producing health, consuming health care. In: Evans R.G.,Barer M.L., Marmor, T. R., editors. Why are people healthy and others not: the determinants of health of populations. p. 41-64. New York: Walter de Gruyter, 1994.
EVANS, R.G.; STODDART G.L. Consuming research, producing policy? AmericanJournal of Public Health; 93(3):371-379, 2003.
FERRARA, F.A. et al. Medicina de la comunidad. Buenos Aires: Intermédia, 1972. 
GAMBA, M.A.; TADINI, A.C.O. Processo Saúde-Doença. Mimeografado, 2010.
GUALDA, D.M.R.; BERGAMASCO R.B. Enfermagem e cultura e o processo SaúdeDoença. São Paulo: Ícone, 2004.
O’CONNOR, J.; SEYMOUR, J. Introducing neuro-linguistic programming: psychological skills for understanding and influencincg people. São Paulo: Summus, 1995.
OLIVEIRA, M.A.C.; EGRY, E.Y. A historicidade das teorias interpretativas do processo saúde-doença. Rev. Esc. Enf. USP, São Paulo, v. 34, n. 1, jan. 2000.
SCHRAMM, F. R.; CASTIEL, L.D. Health/disease process and complexity in epidemiology. Cadernos de Saúde Pública. 1992, v. 8, n. 4, pTRABALHO DE PROCESSO SAÚDE-DOENÇA COM O CUIDADO DO ENFERMEIRO.
 
CANGUILHEM; CAPONI, 1995.In:BRÊTAS; GAMBA,2006. A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim, os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece.
Para EVANS e STODDART (1990), a doença não é mais que um constructo que guarda relação com sofrimento, com o mal, mas não lhe corresponde integralmente. Quadros clínicos semelhantes, ou seja, com os mesmos parâmetros biológicos, prognóstico e implicações para o tratamento, podem afetar pessoas diferentes de forma distintas, resultando em diferentes manifestações de sintomas e desconforto, com comprometimento diferenciado de suas habilidades de atuar em sociedade. O conhecimento clínico pretende balizar a aplicação apropriada do conhecimento e da tecnologia, o que implica que seja formulado nesses termos. No entanto, do ponto de vista do bem-estar individual e do desempenho social, a percepção individual sobre a saúde é que conta.
 BERLINGUER apud BRÊTAS e GAMBA, 2006. A saúde é silenciosa: geralmente não a percebemos em sua plenitude; na maior parte das vezes apenas a identificamos quando adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago do corpo individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para assegurar a saúde com qualidade, pois não existe um limite preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na qual os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares e sociais) podem causar doenças. Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal constatação nos remete à reflexão de que o processo saúde-doença-adoecimento ocorreu de maneira desigual entre os indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do local que os seres ocupam na sociedade.
CANGUILHEM e CAPONI (1995.In: BRÊTAS; 2006) consideram que, para a saúde, é necessário partir da dimensão do ser, pois é nele que ocorrem as definições do normal ou patológico. O considerado normal em um indivíduo pode não ser em outro; não há rigidez no processo. Dessa maneira, podemos deduzir que o ser humano precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as transformações sofridas por seu corpo e identificar os sinais expressos por ele. Esse processo é viável apenas na perspectiva relacional, pois o normal e o patológico só podem ser apreciados em uma relação.
BRÊTAS e GAMBA, 2006. Nessa dimensão, a saúde torna-se a capacidade que o ser humano tem de gastar, consumir a própria vida. Entretanto, é importante destacar que a vida não admite a reversibilidade, ela aceita apenas reparações. Cada vez que o indivíduo fica doente, está reduzindo o poder que tem de enfrentar outros agravos; ele gasta seu seguro biológico, sem o qual não estaria vivo. 
Muito se tem escrito o Processo Saúde-Doença, no entanto um novo instrumento intelectual para a apreensão da saúde e da doença deve levar em conta a distinção entre a definida pelo sistema da assistência à saúde – e a saúde, tal como percebida pelos indivíduos. Também, deve incluir a dimensão do bem-estar, um conceito maior, no qual a contribuição da saúde não é a única e nem a mais importante. O sofrimento experimentado pelas pessoas, suas famílias e grupos sociais não corresponde necessariamente à concepção de doença que orienta os provedores 
EVANS; STODDART, 2003; SCHRAIBER; MENDES-GONÇALVES, 1996 apud OLIVEIRA; EGRY, 2000. Por outro lado, como alternativa para a superação dos modelos causais clássicos, centrados em ações individuais, como os métodos diagnósticos e terapêuticos, a vacinação e a educação em saúde, ainda que dirigidos aos denominados grupos de risco, deveriam privilegiar a dimensão coletiva do fenômeno saúde-doença por meio de modelos interativos que incorporassem ações individuais e coletivas. Uma nova maneira de pensar a saúde e a doença deve incluir explicações para os achados universais de que a mortalidade e a morbidade obedecem a um gradiente que atravessa as classes socioeconômicas, de modo que menores rendas ou status social estão associados a uma pior condição em termos de saúde. Tal evidência constitui-se em um indicativo de que os determinantes de saúde estão localizados fora do sistema de assistência à saúde.
Para Gadamer (apud BRÊTAS e GAMBA, 2006), saúde e doenças não são duas faces de uma mesma moeda. De fato, se considerarmos um sistema de saúde, por exemplo, o SUS, é possível verificar que as ações voltadas para o diagnóstico e o tratamento das doenças são apenas duas das suas atividades. Inclusão social, promoção de equidade ou de visibilidade e cidadania são consideradas ações de saúde. O entendimento da saúde como um dispositivo socia relativamente autônomo em relação à ideia de doença, assim como as repercussões que esse novo entendimento traz para vida social e para as práticas cotidianas em geral e dos serviços de saúde em particular, abrem novas possibilidades na concepção do processo saúde-doença. 
BUCK et al., 1988. Na Antiguidade, quando das religiões politeístas, acreditava-se que a saúde era dádiva, e a doença, castigo dos deuses. Com o decorrer dos séculos e com o advento das religiões monoteístas, a dádiva da saúde e o castigo da doença passaram a ser de responsabilidade de um único Deus. No entanto, 400 anos a.C., Hipócrates desenvolveu o tratado os ares e os lugares, no qual relaciona os locais da moradia, a água para beber, os ventos com a saúde e a doença. Séculos mais tarde, as populações passaram a viver em comunidade, e a teoria miasmática tomou lugar. Consiste na crença de que a doença é transmitida pela inspiração de “gases” de animais e dejetos em decomposição.
OLIVEIRA EGRY, 2000. Tal teoria permanece até o século XIX; no entanto, “ao final do século XVIII, predominavam na Europa como forma de explicação para o adoecimento humano os paradigmas socioambientais, vinculados à concepção dinâmica, tendo se esboçado as primeiras evidências da determinação social do processo saúde-doença. Com o advento da Bacteriologia, a concepção ontológica firmou-se vitoriosa e suas conquistas levaram ao abandono dos critérios sociais na formação e no enfrentamento dos problemas de saúde das populações.
Duas concepções têm marcado o percurso da medicina ( MYERS e BENSON, 1992):
A concepção fisiológica, iniciada por Hipócrates, explica as origens das doenças a partir de um desequilíbrio entre as forças da natureza que estão dentro e fora da pessoa. Essa medicina, segundo Myers e Benson (In: ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 1992), centra-se no paciente como um todo e no seu ambiente, evitando ligar doença a perturbações de órgãos corporais particulares. A concepção ontológica, por seu lado, defende que as doenças são ‘entidades” exteriores ao organismo, que o invadem para se localizarem em várias das suas partes. Estas entidades não têm sempre o mesmo significado. Na medicina da Mesopotâmia e do Egito Antigo eram conotadas com processos mágico-religiosos ou com castigos resultantes de pecados cometidos pelos pacientes. 
DUBOS, 1980. In ALBUQUERQUE e OLIVEIRA. A concepção ontológica tem estado frequentemente ligada a uma forma de medicina que dirige os seus esforços na classificação dos processos de doença, na elaboração de um diagnóstico exato, procurando identificar os órgãos e que corporais que estão perturbados e que provocam os sintomas. É uma concepção redutora que explica os processos de doença na base de órgãos específicos perturbados. Assume que a doença é uma coisa em si próprio, sem relação com a personalidade, a constituição física ou o modo de vida do paciente.
A teoria microbiana passa ter, já nos fins do século XIX, uma predominância de tal ordem que, em boa medida, fez obscurecer algumas concepções que destacavam a multicausalidade das doenças ou que apontavam paraos fatores de ordem socio econômica. Na atualidade, identifica-se o predomínio da multicausalidade, com ênfase nos condicionantes individuais. Como alternativa para a sua superação, propõe-se a articulação das dimensões individual e coleta do processo saúde-doença, que tudo tem a ver com a prática da Estratégia Saúde da Família.
 A base conceitual do movimento da medicina preventiva foi sistematizada no livro de Lesvell & Clark, “Medicina Preventiva” (1976), cuja primeira edição surge em 1958: sobre a tríade ecológica que define o modelo de causalidade das doenças a partir das relações entre agente, hospedeiro e meio-ambiente. O conceito de história natural das doenças é definido como “todas as interrelações do agente, do hospedeiro e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer outro lugar (pré-patogênese), passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte ( patogênese)”. 
O conceito de prevenção é definido como “ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o processo posterior da doença”. A prevenção apresenta-se em três fases. A prevenção primária é a realizada no período de pré-patogênese. O conceito de promoção da saúde aparece como um dos níveis da prevenção primária, definido como “medidas destinadas a desenvolver uma saúde ótima”. Um segundo nível da prevenção primária seria a proteção específica “contra agentes patológicos ou pelo estabelecimento de barreiras contra os agentes do meio ambiente”. A fase da prevenção secundária também se apresenta em dois níveis; o primeiro, diagnóstico e tratamento precoce e o segundo, limitação da invalidez. Por fim a prevenção terciária que diz respeito a ações de reabilitação
Com o passar dos anos, as mudanças nas sociedades levaram à necessidade de uma ampliação do entendimento sobre saúde: é quando após a II Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) cria a Organização Mundial da Saúde (OMS), composta por técnicos de vários países, com o objetivo de estudar e sugerir alternativas para melhorar a saúde mundial. Entre 6 e 12 de setembro de 1978, a OMS e a Fundação das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) promoveram em Alma-Ata, ex-União Soviética, uma Conferência Internacional sobre cuidados primários de saúde. Nesta conferência a OMS desenvolveu o conceito de saúde, sendo assim divulgado na carta de princípios de 7 de abril de 1948 ( desde então o Dia Mundial da Saúde), implicando o reconhecimento do direito à saúde e da obrigação do Estado na promoção e proteção da saúde, diz que:
“Saúde – estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente à ausência de doença ou enfermidade – é um direito fundamental, e que a consecução do mais alto nível de saúde é a mais importante meta social mundial, cuja realização requer a ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além do setor saúde” (OMS, 1976).
 Esta conferência ressaltou o íntimo inter-relacionamento e independência da saúde com o desenvolvimento econômico e social, sendo a primeira causa e consequência da progressiva melhoria das condições e da qualidade de vida. A chave do plano da Conferência de Alma-Ata está na prevenção, no desenvolvimento social e nos cuidados de saúde. Já no Brasil, em 1986, foi desenvolvida a VII Conferência Nacional de Saúde, na qual foram discutidos os temas: saúde como direito; reformulação do Sistema Nacional de Saúde (SUS) e financiamento setorial. Nesta conferência adotou-se o seguinte conceito sobre saúde:
“... em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida” (BRASIL, 1986).
BRÊTAS, GAMBA et al., 2006. Contudo, podemos observar a saúde em outro aspecto. Partindo da análise do conceito da saúde da OMS (1976), Ferrara (1976), propõe um novo conceito, no qual a saúde é concebida como “o contínuo agir do ser humano ante o universo físico, mental e social em que vive, sem regatear um só esforço para modificar, transformar e recriar aquilo que deve ser mudado”. Atribuem ao conceito uma dimensão dinâmica, valorizando o papel dos seres humanos na manutenção e na transformação da saúde (individual e coletiva), colocando-os como atores sociais do processo da própria vida. 
GAMBA e TADINI, 2010. Deve-se também considerar o recente e acelerado avanço que se observa no campo da Engenharia Genética e da Biologia Molecular, com suas implicações tanto na perspectiva da ocorrência como da terapêutica de muitos agravos. Desse modo, surgiram vários modelos de explicação e compreensão da saúde, da doença e do processo saúde-doença, como o modelo epidemiológico baseado nos três componentes – agente, hospedeiro e meio, considerados como fatores causais, que evoluiu para modelos mais abrangentes, como o do campo de saúde, como envolvimento do ambiente e (não apenas o ambiente físico), estilo de vida, biologia humana e sistema-serviços de saúde, numa permanente inter-relação e interdependência. 
 Assim, vários autores afirmam que “a saúde deve ser entendida em sentido mais amplo, como componente da qualidade de vida e, assim, não é um bem de troca, mas um bem comum, um bem e um direito social, no sentido de que cada um e todos possam ter assegurado o exercício e a prática deste direito à saúde, a partir da aplicação e utilização de toda a riqueza disponível, conhecimento e tecnologia que a sociedade desenvolveu e vem desenvolvendo neste campo, adequados as suas necessidades, envolvendo promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças. Ou seja, deve-se considerar este bem e este direito como componente e exercício da cidadania, compreensão esta que é um referencial e um valor básico a ser assimilado pelo poder público para o balizamento e orientação de sua conduta, decisões, estratégias e ações. 
SCHALL et al., 1999. Antes de abordarmos sobre as ações dos profissionais da saúde propriamente ditas, achamos por bem criar alguns conceitos de educação em saúde e promoção da saúde. A educação em saúde é um campo multifacetado, para o qual convergem diversas concepções, das áreas tanto da educação, quanto a saúde, as quais espelham diferentes compreensões do mundo, demarcadas por distintas posições políticos-filosóficas sobre o homem e a sociedade.
Segundo CANDEIAS (1997) muitos são os princípios e os conceitos que fundamentam a prática da educação em saúde e da em promoção em saúde. Sem cair em armadilhas reducionistas, a educação em saúde ( não confundir com informação em saúde) procura desencadear mudanças de comportamentos individual, enquanto a promoção em saúde, muito embora inclua sempre a educação em saúde, visa a provocar mudanças de comportamento organizacional, capazes de beneficiar a saúde de camadas mais amplas da população, particularmente porém não exclusivamente, por meio da legislação. 
Meta dos profissionais da saúde.
Sendo Mariana Fernandes de Souza (apud BRÊTAS e GAMBA, 2006) as profissões se organizam com base em ideias partilhadas por pessoas que as exercem. As ideias e as crenças profissionais estruturam-se sempre em relação a uma atividade humana, a um projeto com uma finalidade. O projeto animado pela meta fim almejado conduz à reflexão, ao esforço de construção do saber e do fazer para os temas pertinentes selecionados em determinada profissão. O ser humano é limitado em sua capacidade de abranger a multiplicidade de acontecimentos da vida. No entanto, os profissionais da saúde têm como meta a assistência ao ser humano em suas necessidades de saúde. Essa finalidade conduz a ideias principais sobre as quais devemdirigir a reflexão: a pessoa, a saúde ou doença, o ambiente e a assistência.
Estratégias para o trabalho de equipe
Para realização da Estratégia Saúde da Família como trabalho de equipe, trazendo algumas sugestões sobre como entender melhor o outro quando se trabalha em equipe e obviamente com objetivos comuns. Segundo O’Connor & Seymour (1995) devemos considerar as estruturas comportamentais, ou seja, maneira de pensar sobre como agimos.
A primeira estrutura é uma atitude voltada para os resultados, em vez dos problemas. Isto significa descobrir o que cada um deseja, como resultado, descobrir os recursos de que dispõem e usá-los para atingir os resultados desejados.
A segunda estrutura é mudar o enfoque das perguntas, utilizando Como? em vez de Por quê? A primeira ajuda-nos a entender a estrutura do problema, enquanto as segundas só provocam justificativas e razões, sem que nada mude.
A terceira estrutura é a oposição entre “feedback” (realimentação) e fracasso. Não existe fracasso, o que existe são resultados, que podem ser usados como feedback, correções úteis e uma oportunidade para aprender algo que passou despercebido. Podemos usar os resultados para reorientar nossos esforços. O feedback faz com que não percamos nosso de vista.
A quarta estrutura consiste em levar em consideração as possibilidades, além das necessidades. Observar o que pode ser feito, quais as opções, em vez de se concentrar nas limitações da situação. Com frequência os obstáculos são menos importantes do que parecem ser. A programação neurolinguística adota uma atitude de curiosidade e fascinação, em vez de partir de pressupostos.
 Ao prestar a assistência ao indivíduo, à família ou à comunidade, há que se considerar quem é ou quem são os clientes, como se apresentam na situação de necessidade de saúde, seus direitos, deveres, valores e prerrogativas. O ser humano é complexo e não há como abranger sua totalidade por uma única definição. Mesmo que se considere a pessoa um ser biopsicossocial e espiritual, não se consegue expressar toda sua individualidade e singularidade. Os profissionais da saúde aprendem sobre estrutura e função humanas pelo estudo da anatomia, da fisiologia, da psicologia, da sociologia, da patologia, além das várias maneiras de assistir, de abordar e se relacionar profissionalmente com o indivíduo, a família ou a comunidade. 
Não podemos nos esquecer que o ambiente é o local onde a pessoa se encontra com as coisas ao seu redor e que exercem nela influências, afetando-a de várias maneiras. Por exemplo: uma família de seis a oito pessoas que habitam um único cômodo provavelmente terão conflitos entre si, problemas que atingirão sua saúde mental; por outro lado, viver num quarto úmido, ou seja, num ambiente insalubre, provavelmente acarretará doenças como bronquite, tuberculose etc.
O processo saúde-doença é um dos pontos centrais para os profissionais da saúde que buscam promove-la, cuidando para que as pessoas possam ter, tanto quanto possível, uma boa qualidade de vida, mesmo quando as limitações se estabelecem. Para essa relação especial com os clientes, é necessário o aprendizado do uso dos instrumentos e das tecnologias para o cuidado que compõem a formação desses profissionais.
 Como se considerou anteriormente, os profissionais se concentram nos pontos de interesse ditados por suas áreas de ação. Porém, não basta a seleção desses pontos, ou ideias centrais, é necessário relacionar uns aos outros, pois dados separados pouco contribuem para o conhecimento e para a ação. No entanto, a organização dos dados torna-se possível pela utilização de modelos e teorias.
Para qualquer ação, por mais simples que seja, temos que ter em mente as respostas às questões já vistas anteriormente: o que é, para quem, como, quando e onde será realizada a ação. Neste modelo ou teoria para ação, os elementos são os conceitos que vão sendo relacionados uns aos outros, ou seja a organização dos dados representados por ideias. 
Segundo BRÊTAS e GAMBA (2006), por mais que se pense a saúde na dimensão do coletivo, é o ser humano que adoece e como tal requer cuidados. A saúde e o adoecer são experiências subjetivas e individuais, conhecidas de maneira intuitiva, dificilmente descritas ou quantificáveis. É na lógica relacional que se visualiza o cuidado e a assistência pelos profissionais da saúde, que se concretizam de forma abrangente quando aliados aos conhecimentos técnicos, científicos e políticos, capazes de sustentar as bases do cuidado profissional, a sensibilidade humana para compreender a subjetividade expressa pelo ser que está sendo cuidado.
 É necessário compreender as condições impostas como passíveis de interferência e atentar para não culpar os indivíduos quando tais condições são insalubres e interferem em seu estilo de vida. Trabalhar com as condições de vida impostas requer um trabalho interdisciplinar e intersetorial. A área da saúde sozinha não consegue assegurar qualidade de vida e, consequentemente, de saúde. É na esfera da ética que compreenderemos a necessidade do empenho de parte significativa da sociedade para assegurar a dignidade da vida humana.
Nós, profissionais da área da saúde, temos que imaginar o cliente – assim como nós mesmos – capaz de perceber e explorar o mundo externo a partir de experiências pessoais, sua cultura, sua linguagem, crenças, valores, interesses e pressuposições. Cada um de nós dá um sentido ao mundo que lhe é apresentado. Podemos dizer que cada um traça um mapa, ou seja, um panorama próprio do mundo.
Referências
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 TRABALHO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
 Para entender o processo saúde-doença, primeiro é preciso retomar o próprio entendimento do que se considera que seja “saúde”. Esse, afinal, é um conceito amplo e com muitas nuances, que, com certeza, não se resume apenas ao fato de “não estar doente”. A saúde, de fato, deve ser entendida como um componente da qualidade de vida, além de um direito social que se vincula inclusive ao bem comum. A doença, por sua vez, se refere a um conjunto de sintomas e sinais que podem afetar o bem-estar do paciente, seja num nível físico, mental ou mesmo social. Além disso, a doença atinge as pessoas de formas diferentes, podendo provocar reações também bastante variadas. Sendo assim, podemos notar que os dois conceitos não são tão simples, como poderiam parecer segundo o senso comum.
Herzlich, 2004. Aqui vamos tratar brevemente dos diferentes modelos explicativos do processo saúde-doença e do cuidado para entender como o assunto sobre o qual estamos nos debruçando se faz presente desde a Antiguidade. Além disso, vamos nos reportar aos modelos para apontar diferentes concepções que se complementam, buscando indicar, sempre que possível, os avanços e as limitações explicativas referentes a cada um deles. De qualquer forma, esse panorama histórico vai ajudá-lo a entender proximidades e disparidades com as concepções de saúde, doença e cuidado da atualidade. A visão mágico-religiosa sobre a saúde e a doença e sobre como cuidar era a predominante na Antiguidade. Os povos da época concebiam as causas das doenças como derivadas tanto de elementos naturais como de espíritos sobrenaturais. O adoecer era concebido como resultante de transgressões de natureza individual e coletiva, sendo requeridos, para reatar o enlace com as divindades, processos liderados pelos sacerdotes, feiticeiros ou xamãs. As relações com o mundo natural se baseavam em uma cosmologia que envolvia deuses e espíritos bons e maus, e a religião, nesse caso, era o ponto de partida para a compreensão do mundo e de como organizar o cuidado. 
 As medicinas hindu e chinesa, também na Antiguidade, traziam uma nova forma de compreensão da doença. A noção de equilíbrio é que vai dar origem à medicina holística. Esta noção associa a ideia de “proporção justa ou adequada” com a saúde e a doença. A saúde era entendida como o equilíbrio entre os elementos e humores que compõem o organismo humano. Um desequilíbrio desses elementos permitiria o aparecimento da doença.
A medicina holística teve grandes contribuições de Alcmeon (século V a.C.), para quem o equilíbrio implicava duas forças ou fatores na etiologia da doença. Esse filósofo partilhava as ideias de Heráclito, para quem os opostos podiam existir em equilíbrio dinâmico ou sucedendo-se uns aos outros (Herzlich, 2004). A causa do desequilíbrio estava relacionada ao ambiente físico, tais como: os astros, o clima, os insetos etc.
De acordo com tal visão, o cuidado deveria compreender o ajuste necessário para a obtenção do equilíbrio do corpo com o ambiente, corpo este tido como uma totalidade. Cuidado, em última instância, significa a busca pela saúde que, nesse caso, está relacionada à busca do equilíbrio do corpo com os elementos internos e externos.
 Roberts,1978 apud Almeida Filho; Rouquayrol, 2002. Para uma compreensão mais abrangente do processo saúde-doença, no final da década de 1970 começou a ganhar força a concepção deste como um processo sistêmico que parte do conceito de sistema. O sistema, neste caso, é entendido como “um conjunto e elementos, de tal forma relacionados, que uma mudança no estado de qualquer elemento provoca mudança no estado dos demais elementos”. Ou seja, essa noção de sistema incorpora a ideia de todo, de contribuição de diferentes elementos do ecossistema no processo saúde-doença, fazendo assim um contraponto à visão unidimensional e fragmentária do modelo biomédico. Segundo essa concepção, a estrutura geral de um problema de saúde é entendida como uma função sistêmica, na qual um sistema epidemiológico se constitui num equilíbrio dinâmico. Ou seja, cada vez que um dos seus componentes sofre alguma alteração, esta repercute e atinge as demais partes, num processo em que o sistema busca novo equilíbrio. 
 	Leavell e Clark, no ano de 1976. A busca por explicações causais do processo saúde-doença resultou na configuração da História Natural das Doenças (HND), conhecido como modelo processual dos fenômenos patológicos.
Leavell; Clark, 1976 apud Almeida Filho; Rouquayrol, 2002. Os principais sistematizadores desse modelo foram, quando definiram história natural da doença como o conjunto de processos interativos que cria o estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer outro lugar, passando da resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. O modelo da HND visa ao acompanhamento do processo saúde-doença em sua regularidade, compreendendo as inter-relações do agente causador da doença, do hospedeiro da doença e do meio ambiente e o processo de desenvolvimento de uma doença. Esta forma de sistematização ajuda a compreender os diferentes métodos de prevenção e controle das doenças.
O sistema de história natural das doenças apresenta uma dimensão basicamente qualitativa de todo o ciclo, dividindo em dois momentos sequenciais o desenvolvimento do processo saúde-doença: o pré-patogênico e o patogênico. O primeiro, também considerado período epidemiológico, diz respeito à interação entre os fatores do agente, do hospedeiro e do meio ambiente. O segundo corresponde ao momento quando o homem interage com um estímulo externo, apresenta sinais e sintomas e submete-se a um tratamento. O período pré-patogênico permite ações de promoção da saúde e a proteção específica, enquanto o período patogênico envolve a prevenção secundária e a prevenção terciária. 
 Pelo que pudemos ver até aqui, o processo saúde-doença se configura como um processo dinâmico, complexo e multidimensional por englobar dimensões biológicas, psicológicas, socioculturais, econômicas, ambientais, políticas, enfim, pode-se identificar uma complexa interrelação quando se trata de saúde e doença de uma pessoa, de um grupo social ou de sociedades. A abordagem de Castellanos (1990) se coloca como um esforço de operacionalização, do ponto de vista analítico, do processo saúde-doença, tendo em vista os diferentes níveis de organização da vida.
Rouquayrol, 1993. O processo saúde-doença é um conceito central da proposta de epidemiologia social, que procura caracterizar a saúde e a doença como componentes integrados de modo dinâmico nas condições concretas de vida das pessoas e dos diversos grupos sociais; cada situação de saúde específica, individual ou coletiva, é o resultado, em dado momento, de um conjunto de determinantes históricos, sociais, econômicos, culturais e biológicos. A ênfase, nesse caso, está no estudo da estrutura socioeconômica, a fim de explicar o processo saúde-doença de maneira histórica, mais abrangente, tornando a epidemiologia um dos instrumentos de transformação social. Nessa trajetória, o conceito desaúde vem sofrendo mudanças, por ter sido definido como “estado de ausência de doenças”; foi redefinido em 1948, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como “estado de completo bem-estar físico, mental e social”, passando de uma visão mecânica da saúde para uma visão abrangente e não estática do processo saúde-doença.
Brasil, 1990, Art. 3. A definição de saúde presente na Lei Orgânica de Saúde (LOS), n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, procura ir além da apresentada pela OMS,ao se mostrar mais ampla, pela explicitação dos fatores determinantes e condicionantes do processo saúde-doença. Esta lei regulamenta o Sistema Único de Saúde, e é complementada pela Lei n. 8142, de dezembro de 1990. O que consta na LOS é que A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer, o acesso a bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do país. 
Na atualidade, o conceito de saúde da OMS vem sofrendo mudanças e aperfeiçoamentos. Na 1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em 1986, o conceito passou a estar relacionado à noção de promoção da saúde, que significa capacitar a comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação social no controle do processo de saúde e doença (Organização Pan-Americana de Saúde, [199-]).
Na perspectiva da promoção da saúde, muda a concepção de saúde, em que esta é referida a um recurso aplicado à vida e não um objeto da vida, o que permite aos sujeitos maior controle sobre a própria saúde e sua possibilidade de melhorá-la. A noção de promoção da saúde no conceito da OMS significa incluir indivíduos e grupos no processo saúde-doença, de modo que possam identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente, o que significa compreender os indivíduos e grupos como agentes na promoção da saúde.
 Barreira (1999) perpassar por alguns aspectos históricos para a compreensão da evolução da Enfermagem, contudo de seu ensino no Brasil é de suma importância uma vez que a erudição histórica permite a construção de uma memória possibilitadora de tomadas de consciência daquilo somos de fato, enquanto resultado histórico, o desenvolvimento da auto estima coletiva, e a tarefa de construção da identidade profissional.
Guedes; Silva; Freitas, 2004. A educação e saúde no Brasil dividem-se em dois pressupostos, sendo o primeiro relacionado às medidas preventivas e curativas com a finalidade a obtenção da saúde e o enfrentamento das doenças, enquanto que o segundo refere-se às estratégias da promoção da saúde com o objetivo de apoiar a construção social da saúde e do bem estar. O pressuposto das estratégias preventivas e curativas de enfrentar a doença e de obter saúde é coerente com os princípios que regem as atuais culturas e sociedades, pois são baseadas na produção incessante e sempre renovada de variados serviços que se fundamentam na tecnologia e na ciência oferecidos para o consumo das pessoas.
 Silva (2008) ao colocar que a Enfermagem no Brasil teve seu processo de profissionalização por volta do final do século XIX constata-se que desde sua origem esteve marcada pela superação de obstáculos para se tornar respeitada e reconhecida. Seus executores ainda continuam empenhados para melhorar o status da profissão e adquirir o respeito e reconhecimentos merecidos. Atualmente, a Legislação de Enfermagem reconhece de um modo geral três classes de profissionais de Enfermagem: o auxiliar de Enfermagem, o técnico de Enfermagem e o enfermeiro, sendo que suas missões e ações são estabelecidas pela Lei 7.498 de julho de 1986.
Geovanini et al. (2005), com relação à profissionalização da Enfermagem, destaca que um aspecto primordial a ser analisado é o desenvolvimento da Educação para seu exercício. No Brasil, este desenvolvimento aconteceu em cidades com mercado mais desenvolvido como São Paulo e Rio de janeiro, devido ao desenvolvimento industrial que nessas cidades se intensificou resultando em acelerado crescimento urbano. A saúde então passou a constituir uma questão delicada sob os aspectos econômicos e sociais devido às doenças infecto-ontagiosas conduzidas pelos europeus e escravos africanos atingindo grandes proporções nos principais eixos urbanos.
Nesse sentido Silva (2008) ressalta que devido a essa problemática, o governo brasileiro assume a assistência à saúde visando proteger a expansão comercial brasileira ainda que sob pressões externas. Entre outras ações, há a criação de serviços públicos, a vigilância e o controle mais efetivo sobre os portos e, instalam-se então o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela e o Instituto Soroterápico Federal, que viria a se transformar posteriormente no Instituto Oswaldo Cruz.
Faria (1995) baseado em Polignano analisa-se que em uma experiência de reorganizar os serviços de saúde, em 1920 com a Reforma Carlos Chagas, tem origem o Departamento Nacional de Saúde Pública normalizando as atividades de Saúde Pública no Brasil. Visando a princípio atender os hospitais civis e militares, posteriormente investiu-se na formação do pessoal de Enfermagem, quando da criação pelo governo da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras na cidade do Rio de Janeiro, ligado ao Hospital Nacional de Alienados do Ministério dos Negócios do Interior.
 Neste contexto Geovanini et al. (2005) traz que esta é a primeira escola de Enfermagem no Brasil, edificada pelo Decreto Federal 791, de 27 de Setembro de 1890, hoje conhecida por Escola de Enfermagem Alfredo Pinto e pertencente à Universidade do Rio de Janeiro/UNIRIO. Porém, mesmo com necessidade urgente de pessoal para atuar na saúde pública, constata-se que a formação era em grande parte, desenvolvida à área hospitalar com o desenvolvimento de longos estágios em hospitais. 
Geovanini et al, 2005. No Brasil colonial a figura masculina é citada enquanto executora da Enfermagem doméstica e empírica, uma vez cabia aos escravos a atividade de cuidar, inclusive nas Santas Casas de Misericórdia, fundadas nas principais capitais brasileiras a partir de 1543.
Por conseguinte, a necessidade de pessoas devidamente treinadas e capazes foi o que propiciou a criação de cursos de Enfermagem como no caso do Hospício Nacional de Alienados, já que neste faltavam enfermeiros para cuidar dos enfermos, das vitimas da guerra e outras.
Moreira,2005. A história então deixa claro tratar-se de um equivoco o fato de que o profissional Enfermeiro surgiu no Brasil para atender as necessidades de saúde pública.
No bojo desta reflexão é que Geovanini et al. (2005) ressalta que mais tarde, a escola de Enfermagem Anna Nery, criada em 1923, que redimensionava a Enfermagem profissional no Brasil foi uma iniciativa do Departamento Nacional de Saúde Pública dirigido por Carlos Chagas que contou com o apoio do governo americano o qual enviou enfermeiras para ajudar nesta iniciativa, baseada no modelo nightingaleano.
 Atkinson; Murray (1989, p.89): O processo de enfermagem é uma tentativa de melhorar a qualidade de assistência ao paciente. A assistência de enfermagem é planejada para alcançar as necessidades específicas do paciente, sendo então redigida de forma a que todas as pessoas envolvidas no tratamento possam ter acesso ao plano de assistência. Quando esse plano não é redigido, observam-se omissões e repetições. Não havendo um plano escrito, o paciente precisa repetir informações pessoais e referências a cada pessoa que o assiste. Segundo Kurcgant (1991) é da competência do enfermeiro a avaliação da assistência, sendo que o resultado desta avaliação implica muitas vezes na decisão sobre a assistência no dia seguinte, portanto se no decorrer do dia houver falhas em uma decisão, isto ocasionará uma situação grave. Por isso o enfermeiro, nessa área, engloba o conhecimento profundo das necessidades dos pacientes no que se refere à doença enquanto processo mórbido e suas consequências.
Pode-se dizer que o conhecimento necessário para um enfermeiro vai desde a administração e efeito das drogas até o funcionamento e adequação de aparelhos, atividades estas que integram as atividades rotineiras de um enfermeiro desta unidade e deve ser por ele dominado.
 Hudak e Gallo (1997) o papel do enfermeiro consiste em obter a história do paciente, fazer exame físico, executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde e orientando osenfermos para uma continuidade do tratamento e medidas. Além disso, compete ao enfermeiro a coordenação da equipe de enfermagem, sendo que isto não significa distribuir tarefas e sim o conhecimento de si mesmo e das individualidades de cada um dos componentes da equipe. Frente a estes apontamentos, é possível dizer que o enfermeiro desempenha funções cruciais dentro da unidade de terapia intensiva, no que concerne à coordenação e organização da equipe de enfermagem.
 Gomes (1988) afirma que o enfermeiro que atua nesta unidade necessita ter conhecimento científico, prático e técnico, a fim de que possa tomar decisões rápidas e concretas, transmitindo segurança a toda equipe e principalmente diminuindo os riscos que ameaçam a vida do paciente.
Hudak; Gallo, 1997, os enfermeiros devem ainda, aliar à fundamentação teórica (imprescindível) a capacidade de liderança, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a habilidade de ensino, a maturidade e a estabilidade emocional (HUDAK; GALLO, 1997). Sendo assim a constante atualização destes profissionais, é necessária, visto que desenvolvem com a equipe médica e de enfermagem habilidades para que possam atuar em situações inesperadas de forma objetiva e sincrônica, na qual estão inseridos. Frente às características específicas, o trabalho em equipe torna-se crucial. O enfermeiro deve ser uma pessoa tranquila, ágil, de raciocínio rápido, de forma a adaptar-se, de imediato, a cada situação que se apresente à sua frente. Este profissional deve estar preparado para enfrentar intercorrências emergentes necessitando para isso conhecimento científico e competência clínica (experiência).
Galvão;Trevizan; Sawada,1998. O conjunto das atividades desenvolvidas pelos enfermeiros, pode-se afirmar que apesar destes profissionais estarem envolvidos na prestação de cuidados diretos ao paciente, em muitos momentos existe uma sobrecarga das atividades administrativas em detrimento das atividades assistências e de ensino. Esta realidade vivenciada pelos enfermeiros vem ao encontro da literatura quando se analisa a função administrativa do enfermeiro no contexto hospitalar e observa-se que este profissional tem se limitado a solucionar problemas de outros profissionais e a atender às expectativas da instituição hospitalar, relegando a plano secundário a concretização dos objetivos do seu próprio serviço.
Chaves, 1993. Entende-se a necessidade dos enfermeiros repensarem a sua prática profissional pois, quando o enfermeiro assume sua função primordial de coordenador da assistência de enfermagem, implementando-a por meio de esquema de planejamento, está garantido o desenvolvimento de suas atividades básicas (administrativas, assistências e de ensino) e promovendo, consequentemente, a melhor organização do trabalho da equipe, que passa a direcionar seus esforços em busca de um objetivo comum que é o de prestar assistência de qualidade, atendendo às reais necessidades apresentadas pelos pacientes sob seus cuidados.
 Kugart (1991), no aspecto informal, a insegurança e o medo também permeiam os membros da equipe de enfermagem. O relacionamento franco e amistoso, mas, exigente, promove um ambiente seguro e calmo.Seres humanos são os pacientes e seres humanos são os integrantes da equipe de enfermagem. Além do conhecimento de sua equipe e da visão de que a equipe é constituída de seres humanos com fraquezas, angustias e limitações, é papel do enfermeiro também estabelecer programas de educação continuada de sua equipe. 
Outra área de competência do enfermeiro é assumir o papel de elo de ligação entre o paciente e a equipe multiprofissional. Embora, discutível nesse papel, o enfermeiro assume, nas 24 horas do dia, a coordenação da dinâmica da unidade.
 Amorim e Silverio (2003) o papel do enfermeiro, quando ele opta pelo cuidado e não pela cura, ou seja, quando ele, não se torna escravo da tecnologia, mas aprende a usar a tecnologia a favor da harmonização do paciente, do seu bem estar, fica mais claro sob alguns aspectos. Ele passa a valorizar a técnica por ela ser uma aliada na tentativa de preservar a vida e o bem estar, o conforto do paciente.
Vila e Rossi (2002) afirmam que apesar do grande esforço que os enfermeiros possam realizar no sentido de humanizar para o cuidado, esta é uma tarefa difícil, pois demanda atitudes, às vezes, individuais contra todo um sistema tecnológico dominante.
Galvão; Trevizan; Sawada (2000) relatam que a própria dinâmica de uma unidade de assistência não possibilita momentos de reflexão para que seu pessoal possa se orientar melhor. Parte-se da premissa de que a liderança pode e deve ser aprendida pelo enfermeiro, entende-se que o preparo em liderança deste profissional seja essencial para a sua prática diária. A busca de meios que viabilizem o desenvolvimento da habilidade de liderar do enfermeiro é fundamental, assim, é necessário o embasamento teórico e a comunicação, como instrumentos imprescindíveis na prática do enfermeiro.
Para Nishide; Cintra; Nunes (2003), o enfermeiro assume a responsabilidade de cuidar do paciente, tanto nos casos de emergência quanto no apoio à vida, capacitado, independente do diagnóstico ou do contexto clínico, a cuidar de todos os doentes, utilizando-se de uma abordagem ampla assegure-lhe sua estima e integridade, quanto a uma ampla base de conhecimentos científicos e de especializações. Resumindo: os enfermeiros precisam integrar suas habilidades técnicas e intelectuais à prática diária.
O papel do enfermeiro ocupa um importante papel nos momentos de fragilidade, dependência física e emocional do paciente, configura-se num importante ponto de apoio para a equipe, quer seja no que se refere à educação e preparo, quer seja, na coordenação do serviço de enfermagem, atua no limiar entre o humano e o tecnológico, diante disso conclui-se que o enfermeiro necessita dispor de habilidades e competências que o permitam desenvolver suas funções com eficácia aliando o conhecimento técnico científico e o domínio da tecnologia a humanização e individualização do cuidado. 
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 BARBOSA MA, MEDEIROS M, PRADO MA, 2004. A enfermagem vem ampliando, a cada dia, o seu espaço na área da saúde, tanto no contexto nacional quanto no cenário internacional. O enfermeiro assume um papel cada vez mais decisivo e pró-ativo no que se refere à identificação das necessidades de cuidado da população, bem como na promoção e proteção da saúde dos indivíduos em suas diferentes dimensões. O cuidado de enfermagem é, portanto, um componente fundamental no sistema de saúde local, que apresenta os seus reflexos a nível regional e nacional e, por isso, também motivo de crescentes debates e novas significações. Mesmo que interligada e complementada por outros saberes profissionais, a enfermagem pode ser amplamente definida como a ciência do cuidado integral e integrador em saúde, tanto no sentido de assistir e coordenar as práticas de cuidado, quanto no sentido de promover e proteger a saúde dos indivíduos, famílias e comunidades. Nessa direção, o cuidado de enfermagem configura-se como prática social empreendedora, pela inserção ativa e pró-ativa nos diferentes espaços de atuação profissional e, principalmente, pelas possibilidades interativas e associativas com os diferentes setores e contextos sociais. Evidências internacionais acenam para a importância do papel profissional do enfermeiro na saúde coletiva, tanto no espaço domiciliar quanto no espaço comunitário ou nos centros de saúde comunitários. A enfermagem tem a possibilidade de operar, de forma criativa e autônoma, nos diferentes níveis de atenção à saúde, seja através da educação em saúde, seja na promoção ou na reabilitação da saúde dos indivíduos. Esse processo se dá, particularmente, no esforço pelo levantamento de situações críticas e a intervenção sistematizada de um plano de cuidados, capaz de superar as fragmentações e assegurar a continuidade e a resolutividade do cuidado em saúde. Nesse campo de discussões, o papel profissional do enfermeiro é ampliado pela estratégia da Organização Mundial da Saúde "Saúde 21", saúde para todos no século 21 e prioridade número um para a região européia, a qual se concentra em alcançar níveis cada vez mais amplos de saúde e, desse modo, favorecer ao ser humano uma vida social e economicamente produtiva e com mais qualidade.

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