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Conteúdo aulas 1 A 5 Gestão Pública Participativa

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Gestão Pública Participativa
AULA 1
Desde os primórdios da Revolução Industrial e com a chegada da Administração Científica, muita coisa mudou no mundo da Administração como ciência social. 
Percebemos que a maneira de conduzir os negócios das empresas e do Estado estão ficando cada vez mais sofisticados e voltados para práticas absolutamente transparentes, o que atualmente estamos chamando de governança.
Todas as pessoas envolvidas neste processo ou até mesmo os seus colaboradores, a quem chamamos de stakeholders (acionistas, sociedade, funcionários, clientes, fornecedores e demais grupos de interesse), possuem o direito de questionarem e de participarem de todo este processo através de uma proposta democrática em que a transparência se faz presente.
Não se trata, somente, da obrigatoriedade em apresentar informações detalhadas, responder a todo e qualquer questionamento, mas, principalmente, em nenhum momento, esconder dados, omitir fatos, mascarar resultados financeiros ou decisões que são relevantes para todos os cidadãos. 
Focando especialmente as nossas atenções para a forma como o poder público está presente em nossas vidas (afinal o Estado está ao nosso lado desde o nosso nascimento), regulando toda a nossa vida cotidiana e das empresas, não seria demasiado analisarmos algumas definições básicas que nos dará a necessária compreensão para entendermos melhor a importância da Administração Pública Participativa.
Então, vamos a elas:
a) O que é Gestão?
Do ponto de vista mais imediato, gestão é o ato de gerir, ou seja, “é uma prática, uma ação, algo que seja aplicado no sentido de gerir, administrar ou reger”. 
Segundo Idalberto Chiavenato (2011), 
[...] é um processo contínuo e sistêmico que envolve uma série de atividades impulsionadas como planejar organizar dirigir e controlar recursos e competências para alcançar metas e objetivos (CHIAVENATO, 2011, p. 13).
Já o professor Rui Otávio (2011) descreve que: 
[...] é o mesmo que administrar, ou seja, é planejar, organizar, dirigir, controlar e coordenar recursos e pessoas na busca de objetivos organizacionais e sociais (OTÁVIO, 2011, p. 3).
Como vemos, podemos identificar algumas ferramentas que são indispensáveis para qualquer gestor e que podem ser chamadas de funções básicas do administrador. São elas:
Planejamento
Organização
Direção 
Controle
Não se concebe um administrador, ou um gestor, que não saiba usar estas ferramentas para desenvolver o seu trabalho de forma eficiente e eficaz. 
E isso se aplica para empresas públicas, privadas e para a administração pública. 
b) Qual o significado de Estado?
Tenho certeza de que este conceito de Estado não será diferente daqueles que você já aprendeu em outras disciplinas do nosso curso. Realmente, não podemos fugir disso, já que este conceito deve ser dominado, entendido e compreendido por todos aqueles que desejam conhecer e estudar o Poder Público. 
Por isso, trazemos mais uma vez o conceito de que o Estado é organizado política, social e juridicamente, ocupando um território definido, normalmente onde a lei máxima é uma constituição escrita, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida tanto interna como externamente.
Não podemos deixar de destacar que o Estado pode assumir as seguintes formas
I. Unitário ou Simples – prevalece uma centralização tanto política quanto administrativa. Isso é possível por meio da instituição de três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – independentes, porém únicos para toda a extensão territorial que compõe determinado Estado. 
II. Federativo - Já no Estado federativo, os entes regionais – Estados e Municípios-, por delegação de uma Constituição Nacional, detêm autonomias que lhes são próprias, não podendo suas competências administrativas, legislativas e políticas serem retiradas por um ato arbitrário e unilateral do poder central, como no Estado Unitário.
c) Conceito de Administração Pública.
Segundo Meirelles (2004), a Administração Pública significa a totalidade de serviços e entidades ligados ao Estado. De modo concreto, é esse mesmo Estado atuando solidamente visando a satisfazer o bem comum de indivíduos em uma coletividade sob seu domínio, nas esferas federal, estadual e municipal de governo, podendo estas duas últimas esferas gozarem de maior ou menor autonomia político-administrativa em relação à primeira.
Já, os autores Bobbio, Matteucci e Pasquino (1986), informam, de uma maneira mais abrangente, que
 “[...] a expressão Administração Pública designa o conjunto das atividades diretamente destinadas à execução concreta das tarefas ou incumbências consideradas de interesse público ou comum, numa coletividade ou organização estatal” (BOBBIO, MATTEUCCI et PASQUINO, 1986, p. 10).
Desse modo, Administração Pública é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar o exercício da função administrativa do Estado, sempre envolvendo os interesses públicos.
d) O que é Gestão Participativa? 
A gestão participativa (também chamada de compartilhada) compreende aquele tipo de gestão em que todos os agentes estão envolvidos no processo de tomada de decisões, dividindo méritos e também responsabilidades. 
Reparem que este conceito organizacional não é muito diferente daquele que se pratica em um ambiente educacional. Veja o que diz Paro (2002):
“Dentro do processo democrático e descentralizador a gestão participativa propicia igualdade de condições na participação e distribuição eqüitativa de poder, responsabilidades e benefícios” (PARO, 2002).
Assim também entende a prof.ª Heloísa Lück (1996), quando afirma que: 
 
“O entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si, a idéia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto. Isso porque o êxito de uma organização depende da ação construtiva conjunta de seus componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade que cria um “todo” orientado por uma vontade coletiva” (LÜCK, 1996, p. 37).
A partir deste recorte, é possível afirmar com base em Maximiano (2008) que Gestão Participativa
“[...] é uma filosofia ou doutrina que valoriza a participação de pessoas no processo de planejamento, tomada de decisões, cooperação, melhoria e controle na execução de processos, bem como no compartilhamento de resultados” (MAXIMIANO, 2008). 
e) Qual o conceito de Governo?
Nesta altura do curso, você já estudou bastante sobre este tema, mas sempre é válido recordar o objetivo do governo, ou seja, regrar uma sociedade política e exercer autoridade. O tamanho do governo vai variar de acordo com o tamanho do Estado, e ele pode ser local, regional e nacional.
O governo é a instância máxima de administração executiva, geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou uma nação, e o governo é formado por dirigentes executivos do Estado ou ministros.
Note bem: embora caminhe junto com o conceito de Administração Pública, o conceito de governo não pode ser confundido com este. 
Assim, é definido por Bobbio, Matteucci e Pasquino (1986):
 
“[...] conjunto de pessoas que exercem o poder político e que determinam a orientação política de uma determinada sociedade” (BOBBIO, MATTEUCCI et PASQUINO, 1986, p. 553).
Origens
Conforme mencionamos no início desta 
aula, a evolução da ciência da Administração foi pautada em um contexto de promover uma maior racionalização, possibilitando a realização de grandes conquistas no que diz respeito às técnicas aplicadas na produção em série, saindo de uma filosofia arcaica em que o tempo e o movimento eram a mola mestra da produção em série chegando hoje a uma flexibilização e a uma abordagem interdisciplinar, promovendo o relacionamento interpessoal e fugindo de uma situação autoritária moldada em estruturas organizacionais herméticas e mensuradas pelo peso da disciplinahierárquica.
Hoje, a gestão participativa é uma verdade incontestável. Não há como evitar tal realidade.
A partir do momento que os homens se inter-relacionam, existe a necessidade de implantar uma política nas organizações devido à possibilidade de conflitos e pontos de vista diferentes.
Você deve concordar que para que isso aconteça basta ter apenas duas pessoas envolvidas. E mais, todo o relacionamento humano, como bem sabemos, é muito difícil.
As organizações, preocupadas com 
possíveis divergências intra ou interorganizacionais, tomaram algumas decisões na tentativa de minimizar problemas, envolvendo a busca de um melhor controle nas tomadas de decisões e pelo poder em determinados setores ou departamentos.
Aqui cabe uma advertência no que diz respeito aos conflitos. Nem sempre os conflitos são negativos.
Muitas vezes, eles dão o sinal de alerta aos gestores para que possam melhorar o ambiente organizacional, bem antes que a organização seja comparada a uma “arena” de disputas de grupos dotados de interesses divergentes em busca do controle das decisões. 
Surge aí as políticas organizacionais visando dar maior ênfase entre os relacionamentos dos clientes internos e valorizando os princípios básicos de respeito ao próximo, ética e moralidade. 
A partir da negociação, interesses políticos divergentes podem ser resolvidos, bem como as estruturas organizacionais podem ser reorientadas e até mesmo transformadas.
 Sendo assim, os gestores públicos contemporâneos não abrem mão da boa governança (Governance) exatamente para não provocarem conflitos ou dúvidas sobre a coisa pública, principalmente ao seu principal stakeholder que é a sociedade.
Países chamados em desenvolvimento sempre foram caracterizados por uma má governança. No final dos anos 80, o Banco Mundial passou a utilizar esta ferramenta possibilitando a estes governos, capacidade de programar e cumprir suas políticas.
Para o professor e pesquisador do programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade de Brasília, José Matias-Pereira, uma boa governança na Administração Pública requer a adoção de quatro princípios:
1) a construção de relações éticas; 
2) a garantia da conformidade em toda a sua plenitude;
3) a transparência das ações governamentais;
4) a prestação de contas de forma responsável. 
A garantia desses princípios requer, ainda, a participação democrática de todos os atores da sociedade civil devidamente organizada.
A boa governança pressupõe, na Administração Pública, acompanhamento e controle, por parte dos cidadãos, no exercício pleno de sua cidadania em uma sociedade democrática, de todas as ações governamentais. 
Como afirma o prof. Matias-Pereira (2008), 
 
“[...] a busca permanente da transparência na Administração Pública deve ser a condição essencial para que os países, em especial os latino-americanos, possam continuar a progredir no processo de desenvolvimento socioeconômico e na consolidação da democracia.” (MATIAS-PEREIRA - RAP - JAN./FEV. 2008, p. 61-82). 
Nesse contexto, o autor destaca que a transparência do Estado se efetiva por meio do acesso do cidadão à informação governamental, tornando mais democráticas as relações entre o Estado e sociedade civil. 
Logo, a atividade administrativa sempre existiu, desde os primórdios de nossa humanidade, diferentemente do que se conhece hoje por Administração Pública, fenômeno típico do Estado Moderno, nascido a partir de meados do século XV. Nele, é realizado a separação do que é público, de domínio estatal e coletivo, daquilo que é de propriedade privada. Até então, os governantes não separavam o bem público do bem privado. 
Desse modo, conforme afirma Prates (2004), a Administração Pública tem como fato gerador o surgimento do Estado Moderno.
Portanto, o Estado Democrático não pode existir sem a presença dos cidadãos opinando e interagindo de forma plena e participativa.
A evolução da gestão participativa no Brasil, iremos estudar na aula 3 onde entraremos em mais detalhes sobre a evolução desta forma de administrar a coisa pública.
Em relação a outros países, preparamos a aula 2 exatamente para isso. Faremos uma análise comparativa sobre o que de mais moderno estamos encontrando na gestão pública destes países.
Concepções de Participação
1- Dessa forma, o primeiro passo a ser dado na construção de uma sociedade verdadeiramente democrática é possibilitar ao cidadão o acesso à informação de em que medida seus direitos são protegidos pelo Estado e de que forma eles podem acionar o poder público na defesa desses direitos. 
2-Para Pedro Dallari (1996),
 
“ [...] a participação popular prevista na Constituição Federal de 1988 é um princípio inerente à democracia, garantindo aos indivíduos, grupos e associações, o direito não apenas à representação política, mas também à informação e à defesa de seus interesses. Possibilita-lhes, ainda, a atuação e a efetiva interferência na gestão dos bens e serviços públicos” (DALLARI, 1996, p. 13-51).
3-Para Lyra (2000), só há participação popular efetiva quando existe democracia participativa, quando o cidadão pode
"[...] apresentar e debater propostas, deliberar sobre elas e, sobretudo, mudar o curso de ação estabelecida pelas forças constituídas e formular cursos de ação alternativos" (LYRA, 2000, p. 17).
Desse modo, sempre haverá formas de o cidadão participar, decidindo, opinando, diretamente, ou de forma indireta, por meio de entidades que integra, a respeito de uma gama diversificada de instituições, no âmbito da sociedade (família, empresas, mídias, clubes, escolas etc.) ou na esfera pública (conselhos, orçamento participativo, plebiscito, referendo etc.).
Veja mais sobre a democracia participativa:
Francisco Weffort (1992), afirma que: [...] “a luta pela consolidação da democracia participativa em nosso país se torna uma estratégia, utilizada pelos movimentos sociais, ONGs, igreja etc. para efetivação da cidadania e, consequentemente, a instalação de uma sociedade mais justa e igualitária. Para aqueles que consideram a democracia um regime fundamental e a reforma um instrumento válido para a transformação social, a democracia participativa se constitui em ingrediente indispensável.” (WEFFORT, 1992, p. 85). Diante disso, Rocha (2001) propôs a construção de um quadro teórico que agrupe as diversas concepções sobre participação popular na gestão pública, aqui resumidas, pretendendo com isto, estabelecer as bases para reflexão sobre o tema: “[...] a) Participação popular comunitária: a ideia da participação comunitária apareceu no início deste século, representando um novo padrão de relação Estado-sociedade no setor da educação, para dar respostas ao grave problema da relação entre pobreza e educação. Caracterizou-se por dirigir-se aos mais pobres, através das escolas comunitárias, por ressaltar os valores da educação, do trabalho e do coletivismo como caminhos do progresso. Para estas concepções a comunidade era definida como social e culturalmente homogênea, com identidade própria e uma suposta predisposição à solidariedade e ao trabalho voluntário de autoajuda. O Estado, por sua vez, estimula em muitos casos, a capacidade de a comunidade unir-se, organizar- se, esforçar-se, enquanto solução em si mesma. A população deixa de ser alvo inerte de uma ação controladora e passa a ser chamada a cumprir um papel minimamente ativo e consciente. b) Participação popular contestatória: Nos anos 70, a participação passa a ter um sentido explícito de luta e contestação contra as limitações governamentais à tentativa de conquista da educação pelas classes populares. O espaço de participação ultrapassa os limites do setor de educação, alcança o conjunto da sociedade e do Estado e ocorre uma radicalização da prática ao se articular a mobilização dentro das instituições de educação, como as formas de luta, resistência e organização das classes populares. Para estas teorias, qualquer forma de aproximação com o Estado é vista como cooptação e o sentidoda participação é o de acumular forças para a batalha permanente pela mudança geral do modelo existente[...]” (ROCHA, 2001, p. 37).
Nunca se falou tanto em Benchmarking como hoje. Afinal, é uma das principais ferramentas que as organizações modernas utilizam para elaborar suas estratégias gerenciais em um mercado tão competitivo como o de hoje.
Na Administração Pública não poderia ser diferente.
O Brasil pode e deve usar os modelos de Gestão Participativa de outros países para analisar e refletir alguns modelos de sucesso, incorporando, para nossa realidade, o que de melhor estamos observando nesses países.
Acontece que a Administração Participativa é uma ideia muito antiga, bem antes da Revolução Industrial (séc. XVIII) que deu o start para o Advento da Administração Científica.
Ela vem da Grécia – há mais de 2500 anos atrás – com o advento da democracia. Uma ideia que continua a ser moderna, integrando as práticas mais avançadas da administração.
Assim, como era na época de sua invenção, a participação é, na atualidade, um conceito que continua a oferecer grandes desafios, mas trazendo resultados insuspeitos.
Início da Administração Participativa
Foi após a década de 80 que surgiu uma nova ordem mundial que falava sobre a participação no trabalho ou a opção pela administração participativa em todo o mundo ocidental, principalmente com o declínio econômico dos Estados Unidos.
Início da Administração Participativa
Foi nessa época que os países emergentes, principalmente os chamados “Tigres Asiáticos”, além do próprio Japão, contribuíram com novos modelos de participação de funcionários e de novas teorias organizacionais, onde esses funcionários recebiam uma atenção maior através dessas experiências participativas, reformulando todos os moldes de padrões de eficiência daquela época, obtendo um avanço extraordinário com a melhor qualidade e melhores preços que a economia americana.
[…] os trabalhadores devem se sentir não como acessórios dos seus equipamentos de trabalho, mas sentir que sua criatividade tem significativa importância nos processos de produção como um todo; aos trabalhadores deve ser assegurado que sua participação nas decisões não afetará sua segurança no trabalho ou dos seus colegas; os cargos deverão ser ajustados ao trabalhador. 
O sistema atual obriga o trabalhador a se ajustar ao cargo segundo a teoria de que o mais eficiente sistema de produção é aquele em que a única razão do operário trabalhar seria pelos resultados econômicos a serem atingidos; aos trabalhadores devem ser asseguradas ampla possibilidade de autocontrole, responsabilidade de usar seus cérebros.
Se nós nos sentirmos usados e manipulados por causa disso, nós nos rebelaremos contra isso; mudanças no conteúdo dos cargos, incremento de responsabilidade e envolvimento em decisões devem ser acompanhados de pagamentos adicionais; os trabalhadores devem vislumbrar oportunidades de crescimento e de promoção nos trabalhos que executam; o papel dos trabalhadores nos negócios deve capacitá-los a participar dos produtos e serviços produzidos e de uma maneira mais ampla, deve capacitá-los à participação construtiva do seu papel na sociedade. (TRIGUEIRO, 2012).
Interessante é notar que esse cenário essencialmente empresarial se transfere para o poder público onde o poder local irá promover propostas de urbanização e gestão descentralizada.
Nesse contexto, começa a surgir um pensamento oposto ao da época de implantação do welfare state na Europa, quando se acreditava que a centralização era um requisito básico para a superação de problemas como desigualdade e pobreza, resultando na destituição do papel dos governos locais de proverem serviços sociais. 
Melo (1996) afirma que:
 
[...] a partir da década de 70, o paradigma da centralização da organização do setor público mostrou-se ineficaz dando margem à emergência da descentralização, que se transformou em um discurso recorrente na análise dos problemas sociais, econômicos e políticos. Por exemplo, em países como a França, Itália e Espanha foram empreendidas importantes reformas descentralizadoras pelos governos socialistas, sendo associadas à promoção da democracia direta e ao fortalecimento de mecanismos de accountability. (MELO, 1996, p. 12).
Outros pensadores, como Gros (2004), escreveu que a doutrina neoliberal passou a ser o fundamento de políticas públicas, configurando-se como ideologia conservadora e hegemônica no Ocidente a partir do final dos anos 70 e, sobretudo, durante a década de 1980, quando foi posta em prática pelos governos Thatcher, na Grã-Bretanha, e Reagan, nos Estados Unidos. 
Seguindo essa orientação, quase todos os países da Europa ocidental tiveram governos voltados para as reformas liberais nesse período.
Administração Participativa no Japão
A administração participativa japonesa se baseia na forma participativa de gestão, envolvendo a participação dos funcionários no processo decisório, negociação de metas, trabalho em grupo, controle exercido através de liderança, comunicação bilateral, participação nos resultados. 
Através dela, o subordinado compartilha um significativo grau de poder na tomada de decisões com suas superiores imediatas. O resultado é a obtenção de melhores decisões.
Muitas destas ideias migraram para as administrações públicas, tais como:
Visão sistêmica – A empresa é um sistema, pressupondo os conhecimentos das inter-relações de seus diversos componentes. O desempenho de cada componente do sistema deve ser considerado por sua contribuição ao objetivo do sistema, os objetivos só podem ser atingidos eficientemente quando os membros da organização agem de forma eficiente.
Supremacia do coletivo – O coletivo prevalece sobre o individual. O ser humano, visto como o bem mais valioso das organizações, deve ser estimulado a direcionar seu trabalho para as metas compartilhadas da empresa, preenchendo suas necessidades humanas e se autorrealizando através do trabalho, satisfação e responsabilidade.
Busca da qualidade total – é uma filosofia de gestão que pressupõe o envolvimento de todos os membros de uma organização em uma constante busca de autossuperação e contínuo aperfeiçoamento, o envolvimento e participação de todas as pessoas em todos os níveis da organização e a busca da melhoria constante e contínua.
É importante ressaltar que esse modelo de Administração serviu de base para a implantação de modelos participativos nos Estados Unidos da América, nos anos de 1980.
Administração Participativa na França
Democracia Participativa, Democratização da Informação e “Tributo Participativo” são mecanismos de transparência da gestão pública e de controle social, desenvolvidos na França. 
Através do modelo francês Communautés des Communes, o prefeito é o Maire e existe o personagem do préfet, que é o delegado do poder central para dialogar com o grupo de prefeitos de uma determinada região, ou seja, o préfet se relaciona com um grupo de cidades que são as Communautés des Communes.
Administração Participativa na França
As Communautés des Communes decidem o orçamento de investimentos daqueles grupos de municípios e o préfet de région articula a negociação.
Isso é assinado e gera um contrato de gestão envolvendo galeria de esgotos, drenagem, recuperação de sítios históricos etc.
Administração Participativa nos EUA
A partir dos anos de 1980, a procura para levantar as grandes tendências da sociedade americana no final de século verifica uma orientação de descentralização do poder onde as companhias americanas constatam que, de forma crescente, os teóricos da administração profissional estão optando pela adoção de estruturas flexíveis, de disposições que se adaptem às necessidades humanas e que deem vazão à potencialidade latente
Conclui-se que essa tendência decorre de um crescimento menor da produtividade americana em relação aos demais países concorrentes. A produtividade por homem/hora de trabalho nos Estados Unidos cresceu apenas 21%entre 1970 e 1977, em comparação com 41% na Alemanha Ocidental, 42% na França, 41% no Japão e 38% na Itália.
Storch (1985), ao pesquisar o fenômeno da participação nos Estados Unidos, considera como propulsores do interesse pelo tema da participação dos trabalhadores os seguintes aspectos: [...] os obstáculos erguidos ao aumento da produtividade pelo padrão adversarial de relações industriais, que se tornou típico naquele país e, em particular, pela rigidez e inflexibilidade das definições de cargos (que muitos de nossos empresários e executivos ainda admiram, a se julgar pela obsessão com descrições de cargos e manuais de procedimentos); a necessidade das empresas buscarem soluções para as manifestações de alienação dos trabalhadores, tais como absenteísmo, sabotagens, greves selvagens etc. Essa necessidade torna-se imperativa nos países em que a contratação coletiva do trabalho diminui a flexibilidade das empresas em demitir ou realocar os trabalhadores; a escalada nas exigências de trabalhadores dos setores industriais mais avançados, visando a tarefas mais significativas, à medida que suas necessidades básicas de subsistência passavam a ser atendidas; a velocidade das mudanças tecnológicas, que leva os administradores a atribuírem maior prioridade à capacidade de adaptação às mudanças do que à eficiência operacional. Nas empresas mais dinâmicas desenvolveu-se a compreensão de que as características organizacionais necessárias à adaptabilidade estavam muito mais no grau de interação entre os trabalhadores, do que nas estruturas hierárquicas rígidas, que se haviam mostrado adequadas para operar com eficiência os processos tecnologicamente estáveis.” (STORCH, 1985)
Administração Participativa na Inglaterra 
O inglês usa uma expressão bem interessante ao lidar com essa questão. Denomina-se
Labor Management Joint Comittee.
Surge a New Public Management. Isso se deve ao fato de que a burocracia pública inglesa estava então desmoralizada pelos fracassos e baixo crescimento do seu país desde a II Guerra Mundial. 
 [...] seus líderes perceberam que poderiam fazer um acordo com o governo conservador. Concordaram em reduzir despesas, mas desde que fosse aceito um novo conceito de organização e gestão do Estado (BRESSER-PEREIRA, 2008, p. 160).
Em um recente estudo pelo Cepam-SP, envolvendo a administração pública comparada, o professor-doutor José Matias Pereira faz uma análise muito interessante e que transcrevemos a seguir:
1. O “modelo nórdico” (Dinamarca, Finlândia, Suécia e Holanda) tem os mais elevados gastos públicos aplicados em proteção social e provisão de bem-estar universal. Os mercados de trabalho são relativamente desregulamentados, mas existem políticas “ativas” visando ao mercado de trabalho, enquanto sindicatos fortes proporcionam um grau elevado de igualdade salarial.
2. O modelo “anglo-saxão” (Irlanda e Reino Unido) proporciona uma assistência social de última instância bastante generosa, com transferências de dinheiro destinadas principalmente a pessoas em idade economicamente ativa. Os sindicatos são frágeis e o mercado de trabalho é relativamente desregulamentado.
3. O “modelo renano” (Áustria, Bélgica, França, Alemanha e Luxemburgo) baseia-se em seguro social para os desempregados e na provisão de aposentadorias. A proteção ao emprego é mais forte do que nos países nórdicos. Os sindicatos também são poderosos ou desfrutam de apoio legal para a extensão de resultados de negociação coletiva.
4. O “modelo mediterrâneo” (Grécia, Itália, Portugal e Espanha) concentra gastos públicos no pagamento de aposentadoria de idosos. Forte regulamentação protege (e diminui) o emprego, ao passo que generoso apoio a aposentadorias antecipadas busca reduzir o número de pessoas em busca de trabalho. (Pereira, 2012)
Pode-se perceber que a opção por esse tipo de gestão pública trouxe bons resultados para os países acima citados e para aos demais que adotaram essa postura democrática e transparente.
Dentro do modelo de Administração Participativa, percebe-se a grande influência positiva que ele traz apara os funcionários das organizações, pois estes se sentem valorizados pela própria empresa. 
O mais importante a considerar é que os beneficiários não se resumem apenas aos clientes internos ou aos colaboradores das organizações, mas também a outros stakeholders como fornecedores e clientes.
Isso acontece porque a administração participativa faz com que todos os envolvidos trabalhem em regime de colaboração, o clima é de confiança entre os colaboradores e, mesmo sendo uma ideia antiga (como já vimos) continua sendo uma das mais modernas, pois faz com que cada colaborador seja responsável pelo seu próprio desempenho na empresa.
Só podemos entender uma organização participativa se ela tem, como objetivo, estimular ideias de todos os seus colaboradores e partilhar as decisões que afetam a empresa não apenas no que diz respeito aos funcionários, mas a todos os seus stakeholders.
Atualmente o Brasil possui uma democracia representativa, mas será que ela é participativa?
O administrador Wagner Freire Rocha (2012) foi muito feliz em pontuar as dificuldades que estamos atravessando no sentido de promover uma melhor forma de participação dos cidadãos brasileiros em nossa gestão pública.
O seu estudo foi inspirador. Vamos nos pautar em algumas de suas conclusões.
O autor afirma que participação, democracia e cidadania são conceitos articulados que, em tese, deveriam caminhar de mãos dadas em busca de uma sociedade plena e justa. 
No entanto, a sociedade brasileira encontra-se aquém do que poderíamos chamar de uma verdadeira atuação participativa no que diz respeito à gestão pública. Sua participação ainda é extremamente limitada, pois são poucas as pessoas que participam de Fóruns, Conselhos Consultivos, Orçamento Participativo (OP) e outros mecanismos de participação. 
A sociedade carece de uma identidade coletiva, as pessoas estão, em sua maioria, preocupadas com os interesses individuais, e terminam se esquecendo da importância da ação coletiva para o bem de todos.
Participação na esfera pública, e em qualquer outra esfera, envolve partilha de poder, visto que as políticas públicas são uma forma de poder. Devido a isso, em um estado tradicionalmente autoritário, com uma herança cultural clientelista, surgirão interesses antagônicos entre os detentores do poder e a sociedade, mas será justamente desse conflito de ideias e conceitos que a democracia poderá ser efetivada.
A política de segurança nacional e a política econômica são exemplos disso, essas medidas precisam ser implementadas de forma técnica sem grandes aberturas populares para debates e deliberações. 
A participação popular é importante, porém algumas decisões de governo são estratégicas e essenciais, e geralmente não agradam à coletividade como um todo. No entanto, necessitam serem tomadas para o bem comum.
É importante esclarecer que participação não significa transformar os governos em grandes arenas de debates constantes para a adoção de cada medida de governo, pois afinal os governantes são os representantes da sociedade. 
É importante ao gestor público discernir as políticas públicas possíveis de serem implementadas através de decisões coletivas e as unilaterais, visto que não se pode transformar o governo em um assembleísmo, uma vez que participação é um processo lento e conflituoso.
Portanto, a participação popular na gestão pública é uma realidade, uma prática diferenciada de gestão, que deve, a princípio, ser aplicada com cautela visto que os instrumentos de participação geralmente são apenas consultivos ou legitimativos, para não tornar-se uma ilusão ou pseudoparticipação, ou seja, uma nova roupagem de manipulação e exclusão da sociedade, evitando transformar os instrumentos de participação em uma espécie de controle social dos administradores públicos sobre uma sociedade culturalmente cordial, pois nas esferas de governo é crescente apreocupação com os meios instrumentais para proporcionar a participação da sociedade na administração pública.
Toda a realidade sinalizada pelo administrador Wagner, colocada anteriormente, se explica, como ele bem colocou, a partir dos anos de 1990, quando se destacam as primeiras experiências de gestão participativa em inúmeras cidades brasileiras. Percebe-se, nesse novo momento democrático brasileiro, uma participação da sociedade como uma dimensão vital no processo de construção da cidadania. 
Para Dagnino (1994), está implícita, nessa concepção, a ideia de “cidadania ampliada”, que possibilita o acesso dos cidadãos ao processo de gestão das políticas públicas em nossa sociedade. Certamente é nesse contexto de mudanças que surgem sinais da emergência de uma nova cultura política, vinculada à dimensão dos direitos sociais inscritos na Constituição Federal de 1988 e à pluralidade de atores sociais com presença na cena pública brasileira nas três esferas de governo. 
1990 - Foi no início dos anos de 1990, que o Brasil adentrou por um novo rumo nas questões políticas envolvendo uma melhor participação social, uma nova democracia participativa, o controle social sobre o Estado e a realização de parcerias entre o Estado e a sociedade civil. Trata-se de um cenário de mudanças, característico da própria conjuntura política brasileira, que possibilitou requalificar a temática da participação no que diz respeito ao aprofundamento da democracia, à construção de um novo paradigma às ações coletivas, baseado na categoria da cidadania e ao estabelecimento de novos espaços de discussão, formulação e decisão.
No entanto, temas como participação, democracia, controle social e parceria não são conceitos com igual significado para todos os atores sociais, de sorte que essa generalização e disputa de significados colocam a necessidade de refazer inicialmente alguns percursos históricos que construíram conceitos e práticas de participação política no Brasil. Pode-se, inicialmente, dizer que a participação democrática nas decisões e ações públicas tem sido duramente conquistada pela sociedade civil por lidar com um Estado tradicionalmente privatista, que sempre manteve relações simbióticas e corporativas com grupos privilegiados. 
Nesta perspectiva, as mobilizações e movimentos sociais que se construíram no contexto sociopolítico brasileiro o fizeram como formas de participação política, que se diferenciam segundo as questões reivindicadas, definidas pelas condições concretas de cada época, pela experiência histórica e política dos atores protagonistas e pela maior ou menor abertura dos governantes ao diálogo e à negociação.
1980 - Nos anos de 1980, o processo de mobilização social se intensifica e ganha visibilidade ao tentar aglutinar esforços para o estabelecimento da nova ordem democrática no país. Elegem como tema central a ampliação da participação política para os diferentes segmentos sociais organizados em torno de demandas pontuais, mas acenando para o conjunto da sociedade. No campo popular, proliferaram movimentos, associações e federações de moradores, conselhos populares, fóruns e plenárias que punham como utopia a participação na gestão pública (SILVA, 1997). 
O sociólogo Roberto Álvares Rocha e a administradora Rejane Ribeiro Sousa Dias elaboraram um estudo muito interessante sobre a importância de uma gestão compartilhada. Eles afirmam que através das novas leis criadas, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), essas políticas, marcadas tradicionalmente pelo paternalismo e clientelismo, são redefinidas e alcançam formalmente um caráter universal e democrático, submetidas ao controle social, exercido por movimentos, entidades profissionais e outros representantes da sociedade civil. 
Ademais, intensifica-se a discussão da relação entre Estado e Sociedade Civil, com o enfoque, num regime democrático, centrando-se nas questões dos novos direitos sociais e seus instrumentos constitucionais. 
Na participação cidadã, segundo Gohn (2002), a categoria central deixa de ser a comunidade ou o povo e passa a ser a sociedade. O conceito de participação cidadã está baseado na universalização dos direitos sociais, na ampliação da cidadania e numa nova compreensão sobre o papel e o caráter do Estado, remetendo à definição das prioridades nas políticas públicas, a partir de um debate também público.
Assim, a participação passa a ser concebida como intervenção social periódica e planejada, posto que se dá ao longo de todo o processo de formulação e implementação de políticas públicas. A característica principal deste tipo de participação é a tendência à institucionalização, entendida como inclusão no arcabouço jurídico-institucional do Estado, a partir da criação e implementação de novas estruturas de representações, compostas por pessoas eleitas diretamente pela sociedade civil e por representantes do poder público. 
O sentido da participação social está, por sua vez, fundado na ideia do desenvolvimento de uma “cultura cívica”, que pressupõe comunidades atuantes, compostas de organizações autônomas da sociedade civil, imbuídas de espírito público, com relações sociais igualitárias e estruturas fincadas na confiança e na colaboração, articuladas em redes horizontais. 
À medida que organismos da sociedade civil ganham visibilidade e legitimidade a partir da definição de instrumentos democráticos de participação política que, ao se efetivarem, apontam simultaneamente os limites da democracia representativa e a necessidade de se aprofundar os processos de participação social e política, tal dinâmica introduz novas mudanças.
Reflexão: [...] a dimensão e o significado desta mudança são enormes porque não se trata apenas de ‘introduzir o povo’ em práticas de gestão pública, como preconizava as propostas da democracia com participação comunitária nos anos 80, quando a ideia da participação vinculava-se à apropriação simples de espaços físicos. Trata-se agora de mudar a ótica do olhar, do pensar e do fazer; alterar os valores e os referenciais que balizam o planejamento e o exercício das práticas democráticas. (GOHN, 2002, p.7).
Como se vê, esse processo de mudança no cenário político brasileiro, que resultou na criação do modelo de gestão pública descentralizada e participativa, não foi construído nem espontânea e nem pacificamente. É que já havia uma herança anterior, feita de experiências acumuladas de participação (nos anos de 1980), advindas do campo democrático, em particular as desenvolvidas pelos movimentos sociais e suas organizações. Em segundo lugar, foi necessária a vontade dos diversos segmentos políticos para que se avançasse na criação de novos espaços públicos, os quais, consoante Teixeira (2001), “são uma dimensão aberta, plural, permeável e autônoma, composta de arenas de interação social e baixa institucionalização”. 
Reflexão: Por isso que participação significa, segundo ele, [...] ‘fazer parte’, ‘tomar parte’, ‘ser parte’ de um ato ou processo, de uma atividade pública, de ações coletivas. Referir ‘a parte’ implica pensar o todo, a sociedade, o Estado, a relação das partes entre si e destas com o todo e, como este não é homogêneo, diferenciam-se os interesses, aspirações, valores e recursos de poder. (TEIXEIRA ,2001, p. 27).
A participação na esfera pública é importante pelo conteúdo pedagógico, principalmente para a construção de uma ética social que contribua significantemente para o reordenamento da gestão pública e propicie a passagem de uma cultura de favores a uma cultura de direitos. 
Nesta perspectiva, é pressuposto do presente estudo que a participação é o processo mediante o qual os membros de uma sociedade têm parte na produção, na gestão e no usufruto dos bens públicos. 
A participação promove e desenvolve as próprias qualidades que lhes são necessárias, já que, conforme Pateman (1992, p. 61), “quanto mais os cidadãos participam, melhor capacitados eles se tornam para fazê-lo”.Ou seja, a participação dos cidadãos na vida pública torna-lhes aptos para intervir nos processos de discussão e deliberação de seus interesses, sendo, então, uma condição necessária à democratização da gestão pública. 
Na construção desse processo de democratização da esfera pública local, parece fundamental a participação ativa dos cidadãos, uma cooperação social intensa e a integração das políticas públicas. 
As novas experiências de gestão pública democrática na realidade brasileira, como os Conselhos Gestores, tentam, assim, absorver a noção da esfera local como espaço de mediação de interesses e de gestão político-administrativa descentralizada e participativa das políticas públicas.
Mas estarão mesmo tais Conselhos se constituindo como arranjos institucionais que possibilitam a participação social no campo da gestão das políticas públicas?
A Constituição de 1998, denominada de Constituição Cidadã, avançou ao criar mecanismos de participação nas três esferas de poder, de modo a dar ao Estado brasileiro um caráter democrático, oferecendo possibilidades para que ele, uma vez permeado por espaços públicos e coletivos de gestão, deliberação e controle, possa tornar pública a gestão do que é público.
Dagnino (2002) reconhece os mecanismos institucionais de participação como esforços de controle social do Estado, visando à maior transparência e publicização das políticas públicas, e vê uma atuação efetiva, na sua formulação, de setores da sociedade civil desprovidos de outras formas de acesso a espaços de decisão. Ademais, estudos analisam os pressupostos da relação entre Estado e sociedade, na medida em que apresentam os diferentes níveis ou padrões democratizantes da sociedade brasileira, ressaltando as contradições e os diferentes resultados, de acordo com as variadas esferas de poder e a correlação das forças políticas, econômicas ou sociais. 
Nos Conselhos Gestores, Estado e sociedade estão representados paritariamente, mas não estão livres de manipulações e divergências, caracterizados que são pela lógica da defesa dos interesses particularistas. Esse clima de tensão é mais perceptível no plano local, onde os atores sociais se relacionam mais diretamente e reconfiguram as formas e culturas políticas tradicionais, carregadas de práticas clientelísticas e patrimonialistas. (GOHN, 2002).
Segundo Tatagiba (2002), a dinâmica interna desses fóruns de deliberação é marcada por relações verticalizadas, com forte viés autoritário, uma vez que há resistências das estruturas governamentais em aceitar o padrão partilhado de gestão, fazendo-o aparecer como um mecanismo dificultador do processo decisório.
Como bem salienta a autora, em estudo acerca das experiências dos Conselhos Gestores no Brasil,
essa realidade leva a compreender que o processo de conquista dos direitos deve ir além dos mecanismos formais constituídos e definidos como fundamento do processo de materialização dos direitos regulamentados nas leis orgânicas de políticas públicas. 
[...] os encontros entre Estado/sociedade nos Conselhos têm sido afetados negativamente por uma grande recusa do Estado em partilhar o poder de decisão. Os governos têm resistido – de forma mais ou menos acentuada, dependendo da natureza do governo e do seu projeto político – às novas formas de fiscalização, controle e participação da sociedade civil no processo de produção das políticas públicas (TATAGIBA, 2002, p. 79). 
Percebe-se, assim, que esse modelo de gestão participativa e descentralizada no Brasil tem enfrentado grandes dificuldades, uma vez que a tradição centralizadora e autoritária que sempre marcou o Estado brasileiro impingiu, nas agências governamentais, um padrão de gestão completamente independente da sociedade e atrelado ora aos ditames da burocracia, ora aos interesses dos detentores do poder. Em face disso, é fundamental reafirmar a importância dos Conselhos Gestores como um espaço essencialmente político de surgimento, clarificação e visibilidade dos cidadãos organizados, interagindo com representantes dos poderes constituídos. 
O quadro que vimos, sugerido pelo professor Silva (2002), mostra que a gestão pública tradicional se alimenta das práticas políticas clientelistas, rígidas e autoritárias. A relação é personalista, ao invés de institucional. 
Os estratagemas do jeitinho, da astúcia, da manha são elementos do método de fazer política desse modelo de gestão. Na sua filosofia, o servidor público, uma vez no poder, não se dá bem se não quiser, pois o período que venha a estar à frente da gestão é visto como a oportunidade para aproveitar-se com benefícios pessoais. 
A gestão tradicional é fechada, burocratizada e pouco eficiente, por isso, mais vulnerável à corrupção e à prática de corromper e cooptar lideranças.
Em contraposição, a gestão pública participativa se desenvolve em outros procedimentos, tais como transparência no uso dos recursos públicos, decisões coletivas, incentivo à participação do cidadão e da sociedade civil, descentralização do poder, integração de políticas e de unidades administrativas, ações pedagógicas na solução de problemas sociais, comunicação com a população e mudança da estrutura do poder. 
O novo gestor público vê a sociedade civil como parceira política ativa, em vez de mera executora da ação do Estado, como na concepção neoliberal.
Esses elementos que norteiam o modelo de gestão participativa fundamentam processos de democratização da sociedade e contribuem com a reforma do Estado, pensada a partir da gestão local, ajustada às exigências políticas, éticas, culturais, sociais e tecnológicas. “Precisamente, por isso, o novo gestor público casa-se com um outro tipo de organização: leve, ágil, inteligente, centrada nas pessoas e nos resultados” (NOGUEIRA, 1998). 
Por outro lado, Daniel (1996) relata que a expressão foi concebida com evidente sentido ideológico, em termos de privilegiar os segmentos sociais mais explorados principalmente urbanos, em detrimento de setores sociais definidos fora do campo popular.
Ademais, a expressão também foi utilizada por governos e organismos internacionais para envolver segmentos dominados da população em projetos e políticas governamentais, inclusive como estratégia de cobrir insuficiência de recursos, além de objetivos de manipulação ideológica, pretendendo conferir legitimidade a governos, ou mesmo na estratégia de privatizar certas atribuições até então conferidas ao Estado.
DEMOCRACIA PARTICIPATIVA Para Lyra (2000), só há participação popular efetiva quando existe democracia participativa, quando o cidadão pode apresentar e debater propostas, deliberar sobre elas e, sobretudo, mudar o curso de ação estabelecida pelas forças constituídas e formular cursos de ação alternativos, ou seja, sempre que houver formas de o cidadão participar, decidindo, opinando, direta ou indiretamente, por meio de entidades que integra, a respeito de uma gama diversificada de instituições, no âmbito da sociedade (família, empresas, mídias, clubes, escolas etc.) ou na esfera pública (conselhos, orçamento participativo, plebiscito, referendo etc.). Para o prof. da UNEB, José Cláudio Rocha, fica claro que a democracia participativa não se confunde com a democracia representativa, embora possa coexistir perfeitamente com ela, como, aliás, ocorre no Brasil. Nas palavras de Lyra (2000) os constituintes optaram por um modelo de democracia representativa, com temperos de princípios e institutos de participação direta do cidadão no processo decisório governamental. Para Rocha (2001), um dos primeiros teóricos a falar da democracia participativa foi Macpherson. Ele considerava o regime soviético uma forma de institucionalização, ainda que falha, da democracia direta. Mesmo se o estudo do caráter dos regimes ditos socialistas está longe de ter avançado, poucos sustentariam hoje que eles tenham configurado algum tipo de democracia. Na verdade, muito pouco tem a ver com as atuais experiências de democracia direta com os modelos conceituais formuladospor Macpherson. No seu livro A democracia liberal, Macpherson mostra-se favorável à democracia participativa, combinada com a representativa, quando diz que: [...] um sistema piramidal com a democracia direta na base e a democracia por delegação em cada nível depois dessa base". Trata-se de um sistema de delegação seqüenciado para cima, com a organização de conselhos de cidades, da região, até o topo da pirâmide, com a organização de um conselho nacional. (MACPHERSON, 1978, p. 110). Em seu livro A ascensão e queda da justiça econômica, Macpherson se rende às dificuldades para a construção de uma democracia participativa nos moldes das democracias ocidentais, estimando que os grupos de pressão organizados na sociedade civil, não teriam condições de harmonizar a lógica interna de seu funcionamento e/ou defesa de seus interesses particulares, com o envolvimento de seus integrantes em práticas participativas voltadas para o bem comum (MACPHERSON, 1991). As formulações de Macpherson sobre o tema mostram-se bastantes defasadas da democracia participativa na atualidade, em particular da que floresce no Brasil caracterizada pela rica diversidade de suas experiências. Outra contribuição importante para a formulação da concepção de democracia participativa foi a teoria de Nicos Poulantz (2001) sobre a democracia direta formulada nos anos 70. Na perspectiva de Poulantz, a disseminação da democracia direta, sob a forma de focos embrionários de poder popular, se confundiria com o desabrochar das instituições socialistas. Para ele, a transição do capitalismo para o socialismo consistiria em impulsionar a proliferação de centros de democracia direta, a partir das lutas populares que extravasam sempre, e de muito, o Estado (POULANTZ, 2001 apud ROCHA, 2001a). No Brasil, Weffort (1992) afirma que a luta pela consolidação da democracia participativa em nosso país se torna uma estratégia, utilizada pelos movimentos sociais, ONGs, igreja etc. para efetivação da cidadania e, consequentemente, a instalação de uma sociedade mais justa e igualitária. Para aqueles que consideram a democracia um regime fundamental e a reforma um instrumento válido para a transformação social, a democracia participativa se constitui em ingrediente indispensável. Por fim, podemos concluir que a participação veio a dar a tônica contemporânea da democracia no Brasil. Cumpre-se, portanto, examinar a participação popular enquanto requisito essencial à cidadania. Dentro dessa realidade e com base no texto da Declaração Universal de 1948, podemos fixar as linhas de um novo direito social em formação, representado pelo direito que tem cada pessoa a participar ativamente no processo de desenvolvimento de sua comunidade ou de seu município.
Espécies de Democracias
Conforme estudamos na Aula 2, a origem histórica da democracia remete-nos à Grécia e a Roma antiga, porém, sobretudo à civilização helênica de Heráclito, Heródoto, Demócrito, Licurgo, Sólon, Sócrates, Platão, Aristóteles e Políbio.
Sabemos que foi no Estado ateniense onde surgiram “as primeiras manifestações concretas de governo democrático”, considerando-o como terreno no qual foram plantadas e colhidas as “sementes da democracia”, as quais mais tarde serviriam de base ao que conhecemos hodiernamente por Democracia.
Na mesma esteira, cumpre ressaltar que naquela época exercia-se a democracia na modalidade direta, leia-se, na qual o povo participava diretamente das votações, estas que ocorriam, via de regra, em praça pública.
Espécies de Democracia 
a) Democracia direta: É possível inferir da terminologia “direta” o seu significado, ou seja, espécie democrática em que a sociedade participa diretamente do Governo, tomando as decisões sem a intervenção dos representantes eleitos, assim ocorrendo na indireta. 
b) Democracia Indireta ou Representativa: A república democrática indireta, ou representativa, é a solução racional, apregoada pelos filósofos dos séculos XVII e XVIII e concretizada pela Revolução Francesa. Firmado o princípio da soberania nacional e admitida a impraticabilidade do governo direto, apresentou-se a necessidade irrecusável de se conferir, por via do processo eleitoral, o poder de governo aos representantes ou delegados da comunidade. É o que se denomina sistema representativo. 
c) Democracia Semidireta: A princípio, dever-se-ia seguir o estudo dos tipos de democracia apresentados pela doutrina majoritária, estudando-se a forma direta, em seguida, a semidireta e, por último, a representativa. Contudo, visto que o tema central deste trabalho versa sobre os meios de participação popular direta no Estado Democrático de Direito, fora necessário abordar a espécie em tela por último, uma vez que, na sequência, analisar-seá um por um de seus institutos formadores previstos no art.14, I a III, no inciso LXXIII, art.5°, da Constituição Federal de 1988, isto é portanto, na esfera pública e, por força de lei, integram-se com os órgãos públicos vinculados ao poder executivo, voltados para políticas públicas específicas; sendo responsáveis pela assessoria e suporte ao funcionamento das áreas onde atuam. Eles são compostos por representantes do poder público e da sociedade civil organizada e integram-se aos órgãos públicos vinculados ao Executivo. Os conselhos gestores são diferentes dos conselhos comunitários, populares ou dos fóruns civis não governamentais porque estes últimos são compostos exclusivamente de representantes da sociedade civil, cujo poder reside na força da mobilização e da pressão, não possuindo assento institucional junto ao poder público. Os conselhos gestores são diferentes também dos conselhos de “notáveis” que já existiam nas esferas públicas no passado, compostos exclusivamente por especialistas. Os conselhos criam condições para um sistema de vigilância sobre a gestão pública e implicam numa maior cobrança de prestação de contas do poder executivo, principalmente no nível municipal. Conselho Municipal É o governo local de uma municipalidade. Especificamente, o termo pode referir-se às instituições de vários países que podem ser traduzidas por este termo. Em Inglês, pode significar também Conselho de cidade e concelho de vilas. O objetivo dos Conselhos Municipais é a participação popular na gestão pública para que haja um melhor atendimento à população. A proliferação desses Conselhos representa um aspecto positivo ao criar oportunidades para a participação da sociedade na gestão das Políticas Públicas. Órgãos Colegiados Órgãos colegiados são aqueles em que há representações diversas e as decisões são tomadas em grupos, com o aproveitamento de experiências diferenciadas. O termo colegiado diz respeito à forma de gestão na qual a direção é compartilhada por um conjunto de pessoas com igual autoridade, que reunidas, decidem. São conhecidos pelos nomes de Conselhos, Comitês, Juntas, Câmaras, Colégios, Comissões, Equipes, Grupos de Trabalho, além de outros. Seus representantes podem ter origem no setor público ou no setor privado, segundo a natureza da representação. É comum aos órgãos colegiados possuírem uma secretaria-executiva, encarregada de colocar em prática suas decisões, papel que também pode ser conferido a um órgão já existente. Órgãos colegiados são aqueles em que há representações diversas e as decisões são tomadas em grupo, com o aproveitamento de experiências diferenciadas. São conhecidos pelos nomes de Conselhos, Comitês, Juntas, Câmaras, Colégios, Comissões, Equipes, Grupos de Trabalho, além de outros. Seus representantes podem ter origem no setor público ou no setor privado, segundo a natureza da representação. É comum aos órgãos colegiados possuírem uma secretaria-executiva, encarregada de colocar em prática suas decisões, papel que também pode ser conferido a um órgão já existente.
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Um traço parece caracterizar a gestão pública brasileira contemporânea: a adoção de conceitos, discursos e práticas gerenciais típicas do mundo corporativo.
Segundo Chiavenato (2004, p.446), "A liderança é, de certa forma, umtipo de poder pessoal. Através da liderança, uma pessoa influencia outras pessoas em função dos relacionamentos existentes”, ou seja, é o processo de conduzir um grupo de pessoas. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados para que contribuam da melhor forma com os objetivos do grupo ou da organização
De acordo com Stoner (1999, p. 344), "liderança é o processo de dirigir e influenciar as atividades relacionadas às tarefas dos membros de um grupo".
Percebe-se que apesar de existir vários conceitos acerca da liderança, eles remetem sempre ao poder de influenciar as pessoas. Poucos possuem esta característica pessoal. 
A liderança é o poder nomeado ao líder. Existem vários tipos de líderes em nossas organizações, por exemplo, os líderes apoiadores, diretivos, participativos, orientados para as metas ou resultados.
A diferenciação de um para o outro é na forma de agir diante dos colaboradores e quais as suas prioridades na hora de tomar uma decisão.
Estes estilos podem ser encontrados em um único líder, outros possuem apenas um destes estilos.
Líderes não são necessariamente o gestor de uma empresa e/ou gerente e/ou presidente. A rigor, eles deveriam ser líderes, mas muitos não possuem atributos de líder. O verdadeiro líder possui uma qualidade que é iminente para o seu sucesso junto aos colaboradores, a capacidade de servir, em vez de ordenar, ajudar no desenvolvimento atrelando suas necessidades com os valores da organização. O líder tem que deixar transparente o desejo de servir, tem que ter espiritualidade.
É preciso aliar os valores das organizações com os dos colaboradores, eles precisam ver sentido no que fazem, se dispor a serviço de outras pessoas. A espiritualidade vem trazer uma convivência pacífica entre colaboradores e empresas, que estes passam a considerar a empresa como algo complementar da sua felicidade e não um lugar de tormento. 
Cabe ao líder a tarefa de incentivar o desenvolvimento espiritual dos liderados, levando-os a questionar qual o seu verdadeiro papel na organização, a desenvolver os talentos existentes, aumentando a satisfação e, consequentemente, a produtividade.
Mais contemporaneamente, registram-se novas incursões orientadas à modernização do Estado, centradas em modelos de gestão pública que enfatizam a noção de resultado e a adoção de instrumentos gerenciais típicos do management, conforme amplamente difundidos e incorporados pelas grandes organizações privadas. 
Para encerrar, citaremos algumas competências, sugeridas por Bayma, requeridas ao líder público brasileiro contemporâneo:
-Capacidade de Comunicação
-Visão sistêmica
-Capacidade de lidar com os liderados
-Bom senso
-Disciplina
-Legitimidade
-Espírito de corpo
-Capacidade de agregação
Governança Pública
A governança pública surge como um novo modelo regulatório para as relações entre Estado, mercado e sociedade.
Este tema também será bem estudado na aula 10, na qual faremos algumas colocações que se aproximam da prática da Responsabilidade Social.
Um belo trabalho realizado pelos professores Leo Kissler; Francisco G. Heidemann (2006) sobre Governança Pública afirma que a atratividade da governança pública reside na expectativa de que ela venha a oferecer respostas conceituais cientificamente fundamentadas para essas perguntas. Ver-se-á até que ponto essa expectativa se sustenta.
O que é governança pública?
No debate atual sobre a continuidade da modernização do setor público alemão, a governança tornou-se um conceito-chave, que todos utilizam sem saber exatamente o que é. 
Seu significado original continha um entendimento associado ao debate político-desenvolvimentista, no qual o termo era usado para referir-se a políticas de desenvolvimento que se orientavam por determinados pressupostos sobre elementos estruturais como — gestão, responsabilidades, transparência e legalidade do setor público — considerados necessários ao desenvolvimento de todas as sociedades (pelo menos de acordo com os modelos idealizados por organizações internacionais como a Organização das Nações Unidas [ONU] ou a Organization for European Cooperation and Development [OECD]).
No presente contexto temático, propõe-se entender governança como uma nova geração de reformas administrativas e de Estado, que têm como objeto a ação conjunta, levada a efeito de forma eficaz, transparente e compartilhada, pelo Estado, pelas empresas e pela sociedade civil, visando uma solução inovadora dos problemas sociais e criando possibilidades e chances de um desenvolvimento futuro sustentável para todos os participantes.
Governança: Sob a ótica da ciência política, a governança pública está associada a uma mudança na gestão política. Trata-se de uma tendência para se recorrer cada vez mais à autogestão nos campos social, econômico e político, e a uma nova composição de formas de gestão daí decorrentes. Paralelamente à hierarquia e ao mercado, com suas formas de gestão à base de "poder e dinheiro", ao novo modelo somam-se a negociação, a comunicação e a confiança. Aqui a governança é entendida como uma alternativa para a gestão baseada na hierarquia.
Em relação à esfera local, ela significa que as cidades fortalecem cada vez mais a cooperação com os cidadãos, as empresas e as entidades sem fins lucrativos na condução de suas ações. A cooperação engloba tanto o trabalho conjunto de atores públicos, comunitários e privados, quanto novas formas de transferência de serviços para grupos privados e comunitários. 
Esfera local: A governança local, como configuração regional da governança pública, é, assim, "uma forma autônoma de coordenação e cooperação, por meio de redes interorganizacionais, que podem ser formadas por representantes de organizações políticas e administrativas, associações, empresas e sociedades civis, com ou sem a participação estatal. A governança pública faz, assim, da orientação para o bem comum o diferencial entre a simples governança e a boa governança.
Os fundamentos normativos da governança pública se estabelecem por um novo entendimento do Estado como agente de governança. Em outras palavras, eles resultam da resposta à pergunta: que significado tem o Estado nas estruturas de governança? Ou, dito de outra forma:
O que distingue governança de governo?
A resposta a essa pergunta permite identificar três fases no debate sobre a transição do Estado convencional para um novo modelo de Estado. Assim, conceitualmente, o Estado tradicional vem se transformando:
De um Estado de serviço, produtor do bem público, em um Estado que serve de garantia à produção do bem público; de um Estado ativo, provedor solitário do bem público, em um Estado ativador, que aciona e coordena outros atores a produzir com ele de um Estado dirigente ou gestor em um Estado cooperativo, que produz o bem público em conjunto com outros atores.
A gestão pública no Brasil é caracterizada atualmente pelo reconhecimento dos limites da sua atuação. Num contexto de pós-privatização e democratização política, a gestão pública é mediada pelo poder e pela ação das empresas privadas e das organizações no âmbito da sociedade civil. 
Existem evidências de que os processos de desestatização e democratização implementados ao longo das duas últimas décadas no país ainda não foram capazes de permitir a consolidação de uma rede de governança baseada nas relações do setor público com o setor privado e o terceiro setor.
A configuração dessa rede de governança pública não aderiu aos níveis desejáveis de conceito que dizem com o novo papel do Estado no mundo contemporâneo.
A literatura evidencia que as instituições e organizações públicas no Brasil estão dispersas nos três níveis de governo: 
O Estado brasileiro possui uma administração pública ampla e complexa, cuja ação governamental é implementada por meio de um elevado conjunto de órgãos, o que tende a dificultar a execução de planos, programas e projetos, mesmo quando existe disponibilidade de recursos financeiros para implantá--los (MATIAS-PEREIRA, 2010).
Constata-se, assim, que o setor público brasileiro tem enormes dificuldades para tornar efetivas as suas ações, que em geral são morosas e inflexíveis. Isso reflete na baixa capacidade de resposta da administração pública no atendimento das demandas da população. 
Realizar essas ações governamentais, entretanto, não é uma tarefa fácil. Fazer cortes e reduzir despesas públicas, estimular o crescimento acelerado da economia e combater a inflação ao mesmo tempo, promover a desburocratização, gerar estímulos para a inovação tecnológica ou implantar adequadamente os programas sociais e promover a redução da pobreza no país, por exemplo, não se concretizam pela manifestação da vontade do governante. Isso exige competência da administração pública.
É importante ressaltar que os programas e projetos com deficiências de "gestão" tendem a dificultar o alcance dos objetivos das políticas públicas, além de propiciar a geração de corrupção. A boa governança pública, nesse contexto, assume uma importância cada vez maior no que se refere às questões que envolvem as relações complexas que existe entre o Estado, o setor privado e o terceiro setor.
Para isso, o Estado precisa continuar buscando aperfeiçoar, de forma contínua, a sua organização estatal, para atuar de forma inteligente, capaz de mediar e induzir adequadamente a estratégia de desenvolvimento sustentável e a integração econômica. 
Pode-se argumentar, por fim, que o principal desafio a ser superado pelo governo brasileiro, em parceria com o setor privado e o terceiro setor, é a consolidação e institucionalização do processo de governança pública no país. 
O cenário econômico e político atual, pressionado pelas exigências de mudanças internas e externas, revela-se promissor para se deflagrar, a partir de uma manifestação clara de vontade política do governo, o processo de construção de uma forma inovadora de governança no setor público brasileiro.
Reflexão: A pesquisadora Márcia da Silva (2008), em um ensaio teórico sobre o poder local, diz que para discutir o significado da participação na gestão do poder local, entendendo o poder local como o conjunto das forças sociais políticas, econômicas e culturais e a relação política entre diferentes sujeitos sociais, primeiro é necessário falar da tradição política que fundamenta a gestão pública brasileira. A longa tradição autoritária de fazer política no Brasil, praticada pelas elites, sempre excluiu os indivíduos, tanto do processo de construção do sistema político como, especialmente, da gestão do poder político local e também nacional. Para entender o local e as relações de poder nele existentes, não basta identificá-lo ao poder político. É preciso conceituá-lo como o poder exercido econômico, social, cultural e simbolicamente.
Nas palavras de Fischer (1992), a noção de ‘local’ contém duas ideias complementares em um sentido e antagônicos em outro.
Se o ‘local’ refere-se a um âmbito espacial delimitado e pode ser identificado como base, território, microrregião e outras designações que sugerem constância e certa inércia, contém igualmente o sentido de espaço abstrato de relações sociais que se deseja privilegiar e, portanto, indica movimento e interação de grupos sociais que se articulam e se opõem em relação aos interesses comuns. E, assim, invariavelmente, a análise do ‘local’ remete ao estudo do poder enquanto relação de forças, por meio das quais se processam as alianças e os confrontos entre atores sociais, bem como ao conceito de espaço delimitado e à formação de identidades e práticas políticas específicas. 
No entanto, se o espaço local tem um fundamento territorial inegável, não se resume a este, como, aliás, assinalam os geógrafos ao nos dizerem das muitas maneiras de se construir os espaços, refutando fronteiras institucionais e reconstruindo-as em função de problemáticas adotadas. Concorda-se, ainda, com a autora que o poder local [...]“alude-se ao conjunto de redes sociais que se articulam e se superpõem, com relações de cooperação e conflito, em torno de interesses, recursos e valores, em um espaço cujo contorno é definido pela configuração desse conjunto” (FISCHER, 1992, p.106). 
É bem verdade que as dimensões escalares do espaço geográfico sofreram mudanças com as transformações econômicas, sociais e políticas impetradas pelo processo de globalização. Alguns chegam a afirmar que a falência de projetos de desenvolvimento regional tornaram essa escala obsoleta. Outros, que a redefinição do significado do Estado-Nação coloca em questão a escala nacional.
Apesar de não concordar com essas abordagens, indica-se que o local assume, nesse contexto, um papel importante, pois é nele que as diferentes articulações, advindas desses processos, tornam-se mais visíveis.
É o acontecimento configurando o que é local. É a realidade vivida e vivenciada, mas também a realidade vinculada a relações maiores, de contornos nacionais e globais.
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Para Davidovich (1993), a viabilidade de uma escala local de poder, mesmo numa economia capitalista e ainda que articulada a outras instâncias de dominação, passa por um suporte de bases sociais específico, sustentado pelas elites, grupos econômicos, políticos e instituições com influência efetiva. Nesse sentido, os grupos dominantes não justificam seu poder exclusivamente pela possessão de fato, mas também pela base moral e legal que buscam para este poder, representando-o como conseqüência lógica e necessária de doutrinas e crenças que são geralmente reconhecidas e aceitas, como as religiosas e as científicas.
Nas abordagens apresentadas anteriormente, pode-se perceber que o Estado é somente um entre os vários modelos da organização institucional do poder (embora o mais bem elaborado).
O universo político, marcado por transformações ao longo de sua existência, demonstra que algumas das mais importantes delas são relativamente recentes. Assim, a tradição de pensamento científico-social tende a situar na transição para a época moderna o principal ponto de mudança na percepção que atualmente se tem do Estado.
O Estado é uma das figuras que mediam o poder local, uma vez que é no cruzamento de suas várias concepções e das lutas simbólicas por elas desencadeadas que se projeta igualmente a ideia da atuação deste em nível local (FELIZES, 1999), o que não implica que não se deva ultrapassar a fronteira do poder nele ou por ele estabelecido, o que conforma quando se pensa na existência de uma sociedade estratificada, com grupos de interesses, micropoderes, relações individuais e de grupos estrategicamente formados. 
É o que nos lembra Felizes (1999): “o poder político não orbita unicamente em torno do Estado, pois os Estados coexistem com outras organizações, com outras estruturas igualmente relevantes do ponto de vista da sua capacidade de determinar as trajetórias globais das sociedades”. São os chamados ‘contra-poderes’ ou mesmo a ‘instrumentalização’ do Estado por meio de diversos agentes.
No universo do poder local (mas claramente não só dele), é possível a observação de um complexo relacionamento entre o poder político e uma rede de poderes difusos que, como indica o autor acima, “posicionam-se diferentemente perante o poder político e, de acordo com os atributos que lhes são próprios, podem disputar com ele a capacidade de decisão” (FELIZES, 1999, p.125). 
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Luiz Paulo Vellozo Lucas(2006) afirma em sua obra Qualicidades: Poder Local e Qualidade na Administração Pública que: “O século XXI vem desenhando o fortalecimento dos governos locais e do poder das localidades como contrapartida às perdas de autonomia dos governos nacionais, além de aprofundar um crescente desejo por uma nova institucionalidade internacional. [...] É um novo mundo que surge neste milênio. A humanidade vai buscando uma institucionalidade mundial enquanto,paralelamente, cresce de forma notável o poder local, em espiral nos paíoses e nos continente em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. (VELLOZO, 2006:12) Como podemos entender poder local? O médico e ex-prefeito de Santos David Capistrano Filho (1997), diz que o poder local não é o conjunto de forças sociais que atuam numa comunidade, mas uma instância do Estado que tem abrangência no âmbito da cidade ou, no caso brasileiro, do município, concebido este por nossa Constituição como um dos entes da federação que forma nosso país, constituída ainda por estados e União. Diferentemente das esferas estadual e federal, no Brasil o município não obedece à divisão tripartite tradicional, já que não possui o Poder Judiciário, compondo-se pela Câmara dos Vereadores (Legislativo) e pela Prefeitura Municipal (Executivo). Portanto, em nossa concepção o poder local é sinônimo de poder público municipal. A história do poder local no Brasil remonta às raízes ibéricas da colonização de nosso país e ao longo de quase cinco séculos a autonomia das instâncias locais conheceu fluxos e refluxos provocados pelos movimentos da formação de nosso estado nacional. Em todo o período colonial, em especial, mas também durante os dois impérios, as comunidades locais conheciam relativa autonomia oriunda principalmente das distâncias que as separavam da sede colonial e da metrópole e das dificuldades de comunicação com as mesmas. Assim, as vilas, cidades e províncias eram obrigadas a se organizar para resolver a maioria de seus problemas dentro de seus próprios limites. Apesar da centralização formal e burocrática do Estado nos poderes do rei ou dos imperadores, a presença real do poder principal era esporádica e intermitente. Com a nova Constituição de 1988 procurou-se responder às demandas por autonomia política e financeira dos entes da federação em relação à União e tratou de alterar a perversa distribuição de receitas entre as instâncias de poder. Muito foi conseguido, apesar de os municípios brasileiros ainda terem dependência financeira considerável se compararmos com a situação vivida por alguns países europeus como a Suécia, onde 67% da arrecadação pública fica na esfera local. Aqui cabe um parêntese sobre uma peculiaridade da história municipalista no Brasil. Mesmo durante os períodos de maior centralismo o município manteve sua capacidade de tributar, ainda que mantida dentro de limites estreitos. Essa característica diferencia o Brasil de muitos países latino-americanos e europeus, nos quais o poder local não tem arrecadação própria, apesar de ter receita garantida. Hoje, do ponto de vista legal, os municípios brasileiros gerenciam diversas áreas da atuação do Estado. É assim com a saúde e a educação básica, nas quais o governo federal tem o papel apenas de desenhar as diretrizes gerais. É o município quem deve suprir as necessidades da população nesses e em outros serviços tipicamente urbanos, como coleta e destinação de resíduos e lixo, atividades culturais, esportivas e de lazer. Por fim, nessa definição de nosso conceito de poder local, cabe ressaltar uma característica brasileira desse processo de descentralização. Em nosso país não existe um vínculo necessário entre a municipalização e políticas neoliberais de busca de qualquer variante de um Estado mínimo. Pelo contrário, como esse movimento funcionou como um dos motores da democratização do país, o que sua vertente progressista busca é um Estado desprivatizado e capaz de agir para disciplinar as forças do mercado no âmbito municipal.
Atividades
Procure no site as contas prestadas pelo gestor da sua cidade ou do seu estado.
Veja se realmente ele está mostrando transparência e se a sua governança está sendo trabalhada como é de direito. Discuta com os seus colegas de curso o que vocês encontraram e o que acham desta ferramenta.
A Origem das Cidades 
Se usarmos a história da formação das cidades entenderemos e analisaremos melhor os problemas que enfrentamos hoje, bem como suas possíveis soluções.
A maioria de nós vive em cidades, e o percentual está crescendo. Líderes municipais que operam a complexa rede de diversas pessoas, serviços esperados e infraestrutura antiga estão constantemente em busca de maneiras mais eficientes de analisar dados e coordenar recursos em
suas cidades.
Vivemos num mundo em constante mudança onde as informações
circulam na velocidade do tempo e transformam e impactam o cotidiano. 
Os municípios, cada um com suas particularidades, representam as características do Estado e o seu crescimento inteligente é um desafio para as administrações atuais.
Então, como gerir os municípios neste contexto? 
O prof. Thiago Souza Araújo (2012) nos ajuda a fornecer um visão histórica da formação das cidades.
O autor afirma que a história das cidades do mundo em geral é longa, sendo que as primeiras cidades teriam surgido entre quinze a cinco mil anos atrás, dependendo das diversas definições existentes sobre o que define um antigo assentamento permanente como uma cidade.
As sociedades que vivem em cidades são frequentemente chamadas de civilizações. O ramo da história e do urbanismo encarregado do estudo das cidades e do processo de urbanização é a história urbana.
As primeiras verdadeiras cidades são por vezes consideradas grandes assentamentos permanentes onde os seus habitantes não são mais simplesmente fazendeiros da área que cerca o assentamento, mas passaram a trabalhar em ocupações mais especializadas na cidade, onde o comércio, o estoque de alimentos e o poder foram centralizados.
Usando esta definição, as primeiras cidades conhecidas apareceram na Mesopotâmia, tais como Ur, ao longo do Rio Nilo, na Civilização do Vale do Indo e na China, entre aproximadamente sete a cinco mil anos atrás, geralmente resultante do crescimento de pequenos vilarejos e/ou da fusão de pequenos assentamentos entre si.
O crescimento de impérios antigos e medievais levou ao aparecimento de grandes cidades capitais e sedes de administração provincial como:
Posterior e sucessivamente, diversas cidades chinesas e indianas estão se aproximando ou mesmo superam a marca do meio milhão de habitantes.
Roma possuía mais de um milhão de habitantes no século I a.C., sendo considerada por muitos como a única cidade a superar esta marca até o início da Revolução Industrial. Alexandria possuía uma população próxima à de Roma na época (em um censo de 32, Alexandria possuía 180 mil cidadãos (adultos do sexo masculino).
Outros grandes centros administrativos, comerciais, industriais e cerimoniais emergiram em outras áreas, mais notavelmente Bagdá, que segundo algumas estimativas, teria sido a primeira cidade a superar a marca de um milhão de habitantes, ao invés de Roma. Nos territórios anteriormente ocupados pelo Império Romano, a população das grandes cidades cairia drasticamente entre os séculos V e VI, com as migrações dos povos bárbaros, o colapso do Império Romano do Ocidente e o início do feudalismo.
Durante a Idade Média na Europa, uma cidade era tanto uma entidade político-administrativa como um agrupamento de casas. Morar nas cidades passou a ser considerado um ato de liberdade, em relação às obrigações rurais para o Senhor e para a comunidade feudal à época. Stadtluft macht frei (O ar das cidades torna você livre) era um ditado popular em regiões da atual Alemanha.
Na Europa, algumas cidades possuíam um legislativo próprio, com as leis de cidades sendo criadas fora do campo, e válidas somente nas cidades, com o Senhor de uma cidade sendo frequentemente outro que não o mesmo da região rural que cerca a cidade. No Sacro Império Romano-Germânico (Alemanha e Itália medieval), porém, algumas cidades não possuíam outro Senhor além do Imperador.
Algumas cidades, excepcionalmente, tais como Veneza, Gênova ou Lübeck, tornaram-se Cidades-Estado poderosas, por vezes tomando controle de terras próximas ou estabelecendo extensivos impérios marítimos. Tal fenômeno não limitou- se somente à Europa, como é o caso

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