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seminário de economia

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A MANUTENÇÃO DA DÍVIDA EXTERNA
II Plano Nacional de Desenvolvimento
Adão Carlos
Camila Campos Rocha
Gelciene Aparecida de Sousa
Gelma Sabino Pascoal
Leidelha Isaías Silva
Na década de 1970, o cenário econômico internacional era de crise, o crescimento gerado pelo Milagre Econômico, acabou por gerar pressões inflacionárias e problemas na balança comercial.
A principal crítica que se faz ao milagre econômico diz respeito à concentração de renda. 
O vigoroso crescimento da economia não trouxe melhoria na qualidade de vida para todos: “A economia vai bem, mas o povo vai mal”.
O milagre gerou um desequilíbrio entre os diferentes setores da indústria.
Ressurgiam pressões por melhor distribuição de renda e maior abertura política.
Essa situação de dependência externa iria ficar muito mais complicada a partir do primeiro choque do petróleo.
No final de 1973, os países membros da Opep (Organização dos Países tomaram a decisão radical de reduzir a oferta mundial desse produto, provocando o aumento do seu preço. 
Como diferentes conjuntos de países dependiam da importação de petróleo para levar adiante seu processo de crescimento econômico, a elevação de custos provocada pelo choque do petróleo causou inquietação nos formuladores de política econômica, tanto em países centrais quanto em países periféricos
O Brasil tinha, um problema de dependência externa. Com a crise, essa dependência se tornou um problema crítico; 
O que fazer diante de uma situação como essa?
O governo brasileiro tinha duas alternativas. A primeira possibilidade seria promover um ajuste recessivo. A outra estratégia seria implementar um ajuste estrutural ;
Pressionado, e necessitando justificar o golpe militar, o governo opta pelo ajuste estrutural (não recessivo);
É justamente a partir dessa decisão de aprofundar o processo de substituição importações em meio a uma crise econômica internacional que nasce o II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico), posto em prática ente 1975-79, durante a gestão Geisel.
Esse plano é considerado a mais ampla experiência de planejamento econômico no Brasil depois do Plano de Metas 
II PND em fins de 1974 surge com o objetivo de era substituir as importações e, sempre que possível, abrir novas frentes de exportação;
 É lançado o ajuste na estrutura de oferta significava alterar a estrutura produtiva brasileira de modo que, a longo prazo, diminuísse a sua necessidade de importações e fortalecesse a sua capacidade de exportar
A meta do II PND era manter o crescimento econômico em torno de 10% a.a., com crescimento industrial em torno de 12% a.a. 
O plano significou uma alteração completa nas prioridades da industrializações brasileira do período anterior (Milagre) 
setor de bens de consumo duráveis 
setor de bens de capital e insumos básicos 
O II PND buscava um caminho de superação da crise que ao mesmo tempo superasse a dependência externa, vencesse o subdesenvolvimento e alterasse a estrutura produtiva do país. E tinha como instrumentos fundamentais o investimento estatal e o financiamento público (incluindo incentivos fiscais e creditícios) a empresa privadas nacionais.Principais projetos:
 Redução na participação das importações no setor de bens de capital de 52% para 40%, além de gerar excedente exportável em torno de US$ 200 milhões.
Aumentar a produção de aço de 7 para 8 milhões de ton. 
triplicar a produção de alumínio; 
Aumentar a produção de zinco de 15 mil ton. para 100 mil
Projeto Carajás (minério de ferro);
Aumentar da capacidade hidroelétrica (Projeto Itaipu); 
Energia nuclear (NUCLEBRAS);
Ampliar a prospecção de petróleo; 
O II PND: setor público e privado
A lógica do modelo estava em que: As estatais realizando seus investimento geram demanda que faz o setor privado investir 
Incentivos ao setor privado através do CDE: Crédito do IPI sobre a compra de equipamentos, depreciação acelerada, a isenção do imposto de importação, reserva de mercado para novos empreendimentos (ex. Lei da Informática) etc. 
Durante o II PND manteve-se o crescimento industrial:
A indústria cresceu 35% entre 1974/79. 
Os principais setores foram: Metalúrgico 45%; de material elétrico 49%; papel e papelão 50%; químico, 48%, setor têxtil 26%; alimentos 18%, material de transportes cresceu 28%. 
A sustentação política do plano assentou-se no capital financeiro nacional nas empreiteiras e em oligarquias arcaicas;
O II PND buscou atender à pressão pela modernização das regiões não industrializadas por meio da descentralização espacial dos projetos de investimento. 
Exemplos:
 a maior siderúrgica em Itaqui (MA); 
a prospecção de petróleo na plataforma litorânea do Nordeste; 
soda de cloro em Alagoas; 
petroquímica na Bahia e no Rio Grande do Sul; 
fertilizantes potássicos em Sergipe;
fosfato em Minas Gerais; 
carvão em Santa Catarina etc.
Dessa forma, o Estado procurava garantir o suporte ao Plano, equacionando a questão política; restava ainda a questão do financiamento. 
A questão do financiamento
O setor privado: créditos subsidiados do BNDE
As empresas estatais sofreram restrição ao crédito interno e contenção tarifária forçando-as ao endividamento externo
Endividamento externo das estatais.
Novidade: taxas de juros flutuantes.
A dívida externa cresceu rapidamente no período. 
US$ 15 bilhões entre 74/77 e mais US$ 17 bilhões em 78/79. 
A facilidade de obtenção de recursos externos está relacionada à reciclagem dos petrodólares.
 Dados os níveis extremamente baixos das taxas de juros internacionais, o Estado era capaz de pagar os juros. Mas qualquer alteração nas taxas de juros poderia inviabilizar as condições de pagamento.
O II PND desagradou o empresariado brasileiro;
Tal descontentamento gerou certo mal-estar entre governo e elite empresarial brasileira;
A necessidade crescente de recursos externos para financiar o balanço de pagamentos gerou sérios conflitos na condução da política econômica;
A estratégia de intenso endividamento externo logo mostrou-se inconsistente;
A promoção das exportações passou a ser considerada vital para a continuidade do crescimento acelerado;
Vulnerabilidade da economia brasileira aos condicionantes externos;
Em nível interno a economia estava em declínio;
CONCLUSÃO
É possível verificar claramente a forte imposição do Estado no tocante a formulação de políticas para o alcance do desenvolvimento;
O II PND não alcançou os principais objetivos almejados, porém possibilitou mudanças significativas em áreas essenciais para o desenvolvimento;
II PND, 1974 a 1979, ocorreram duas crises do petróleo, ocasionando crises mundiais;
A política protecionista, utilizada durante o período do II PND, possibilitou grandes avanços;
 
Porém, contribuiu de forma significativa para os graves desequilíbrios, crise externa e estagnação econômica nas décadas seguintes.
REFERÊNCIAS
 
 
Aguirre, Basilia e Saddi, Fabiana da C. (1997) “Uma alternativa de interpretação do II PND”. Revista de Economia Política, 17(68): 78-98.
Boarati, Vanessa (2005) “A defesa da estratégia desenvolvimentista – II PND”. História Econômica e História de Empresas, São Paulo, v. VIII-I.
 
Brasil (1974). II Plano Nacional de Desenvolvimento (1975-79). Brasília: Imprensa Oficial.
 
Bresser-Pereira, Luís Carlos (1978) O Colapso de uma Aliança de Classes. São Paulo: Brasiliense. 
 
Carneiro, D. D. (1989) “Crise e esperança: 1974-1980”. In: Abreu, M. de P. (org.) A Ordem do Progresso. Rio de Janeiro: Campus. 
Castro, A. B. de e Souza, F. (1985) A Economia Brasileira em Marcha Forçada. São Paulo: Paz e Terra.

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