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O setor externo: balanço de pagamentos e taxa de câmbio. Responda de forma completa e consistente as questões abaixo, usando como referência: - o livro de apoio – Capítulo 6; - o vídeo – O setor externo; - outras pesquisas na internet e demais fontes. Questões 1. Defina taxa de câmbio. Resposta: A taxa de câmbio é a medida pela qual a moeda de um país qualquer pode ser convertida em moeda de outro país. Em outras palavras, a taxa de câmbio é precisamente o preço de uma moeda em relação à outra. 2. Explicite de que forma a taxa de câmbio está intimamente relacionada ao preço dos produtos importados e exportados. Resposta: A taxa de câmbio está intimamente relacionada ao preço dos produtos importados e exportados. No caso de uma desvalorização cambial, ou seja, o produto nacional fica mais barato frente ao produto estrangeiro, o exportador brasileiro recebe mais reais para cada dólar vendido, podendo reduzir seu preço em dólares para se tornar mais competitivo, o que deve elevar as suas exportações. O importador brasileiro, por sua vez, passa a pagar mais reais para cada dólar importado, tornando o produto importado mais caro em reais, desestimulando as importações. A lógica inversa ocorre em uma situação de valorização cambial, ou seja, o produto nacional passa a ser mais caro frente ao produto estrangeiro, o que leva a um desestímulo às exportações e a um estímulo às importações. 3. Defina regime de câmbio fixo, regime de câmbio flutuante e flutuação suja. Resposta: Os países se defrontam cum uma série de opções para a escolha de seu regime cambial, especialmente à moeda de reserva internacional, como o dólar norte-americano. Em um extremo de rigidez, há o regime de câmbio fixo, em que o preço da moeda do país em relação à moeda reserva é determinado exclusivamente pelo Banco Central. A autoridade monetária é obrigada a garantir a conversão da moeda reserva em moeda nacional àquele preço estabelecido. Assim, todas as operações com o exterior que envolva a entrada ou saída de reservas são realizadas àquela taxa de câmbio. Em outro extremo se encontra o regime de câmbio flexível, em que o mercado cambial define a taxa de câmbio, sem interferência alguma do Banco Central. Neste regime cambial, o ajuste ocorre via valorização ou desvalorização da taxa de câmbio. Na verdade, as escolhas dos países de seu regime cambial se encontram geralmente em um meio termo entre estas situações extremas. O regime de câmbio mais utilizado atualmente é denominado de flutuação suja, que é uma situação híbrida entre o regime de taxa de câmbio fixa e flexível. Neste regime o mercado cambial define a taxa, havendo intervenções esporádicas do Banco Central em momentos de grande volatilidade. Países como os Estados Unidos, Japão, Canadá, União Europeia e Brasil adotam este sistema. 4. Qual a diferença entre variação nominal e variação real da taxa de câmbio? Resposta: Esta pergunta está questionando a diferença entre a taxa de câmbio nominal e a taxa de câmbio real. A taxa de câmbio nominal é a taxa à qual se pode trocar a moeda de um país pela moeda de outro país, por exemplo, real por dólar ou vice-versa. Já a taxa de câmbio real é a taxa à qual se pode trocar os bens e serviços de um país pelos bens e serviços de outro país, por exemplo, se uma caixa de cerveja alemã custar o dobro de uma caixa de cerveja americana, a taxa de câmbio real é de ½ caixa de cerveja alemã por caixa de cerveja americana. Note que a diferença básica entre as taxas nominal e real e primeira expressa unidades de uma moeda e a segunda unidades de um produto. A taxa de câmbio real é um dos principais determinantes do quanto um país exporta e importa. 5. Qual o efeito de uma política de valorização do real frente a outras moedas a) Sobre o saldo da balança comercial? Resposta: Em uma situação de valorização cambial, ou seja, o produto nacional passa a ser mais caro frente ao produto estrangeiro, o que leva a um desestímulo às exportações e a um estímulo às importações. Assim, há uma tendência a redução do saldo positivo da balança comercial, resultando em déficits. b) Sobre a oferta e demanda de divisas estrangeiras? Resposta: Primeiramente vamos entender o que é a oferta e demanda de divisas estrangeiras. A demanda por divisas é constituída pelos importadores que necessitam de moedas estrangeiras para efetuar suas compras em outras nações, já que neste caso a moeda nacional não é aceita, e pelos devedores em moeda estrangeira que precisam de divisas para saldarem as suas dívidas. Já a oferta de divisas são os exportadores que receberam, em troca de suas vendas, moedas estrangeiras que não podem ser utilizadas no país e que necessitam, portanto, ser trocadas por moeda nacional e as firmas que obtiveram empréstimos em moeda estrangeira e precisam convertê-la em moeda nacional. No caso de uma taxa de câmbio valorizada, ou seja, uma taxa de câmbio menor, menor o volume que as firmas desejam exportar e menor a oferta de divisas. Pela mesma lógica, a uma taxa de câmbio menor, maior a quantidade que as firmas desejam importar e, portanto, maior a demanda por divisas. c) Sobre os preços domésticos? Resposta: Em uma situação de valorização da moeda nacional, os preços domésticos em reais estarão mais caros em relação aos preços dos produtos estrangeiros, o que incentivará as importações e desestimulará as exportações. Em outras palavras, há um aumento do poder de compra da moeda nacional perante as outras moedas. 6. De que variáveis dependem as exportações e as importações de um país? Indique se essas variáveis são direta ou inversamente relacionadas às exportações e importações. Resposta: As exportações dependem das seguintes variáveis: Preços externos em Dólares Se os preços de nossos produtos se elevarem no exterior, as exportações nacionais devem elevar-se. Preços internos (domésticos) em reais Uma elevação dos preços internos de produtos exportáveis pode desestimular as exportações. Taxa de câmbio Aumento da taxa de câmbio (desvalorização cambial) deve estimular as exportações. Renda mundial Um aumento na renda mundial certamente estimulará o comércio internacional e, em consequência, as exportações nacionais. Subsidio e incentivo às exportações Seja ele fiscal ou financeiro, sempre representam um fator de estímulo a exportação. As importações dependem das seguintes variáveis: Preços externos em Dólares Se os preços dos produtos importáveis se elevarem no exterior, em dólares haverá uma retração das importações brasileiras. Preços internos (domésticos) em reais Um aumento dos preços dos produtos internamente incentivará a compra dos similares no mercado externo, elevando as importações. Taxa de câmbio Aumento da taxa de câmbio (desvalorização cambial) irá desestimular as importações. Renda e produto Nacional Um aumento da produção e da renda nacional significa que o país está crescendo e que demandará mais produtos importados. Tarifas e barreiras às importações As imposições de barreiras inibe a compra de produtos importados. 7. Supondo: superávit comercial de R$ 5 bilhões, déficit no balanço de serviços de R$ 7 bilhões, transferências unilaterais positivas de R$ 2 bilhões e superávit de R$ 6 bilhões no movimento de capitais autônomos, responda: a) Qual o saldo em conta corrente do balanço de pagamentos? Resposta: O saldo em transações correntes do balanço de pagamentos se dá pela soma do saldo da balança comercial (R$ 5 bilhões) mais o saldo da balança de serviços (- R$ 7 bilhões) e mais o saldo das transferências unilaterais (R$ 2 bilhões), entãotemos o saldo em transações correntes (TC) dado por: TC = 5 + (- 7) + 2 TC = zero. Assim houve um equilíbrio nestas contas. b) Qual o saldo do balanço de pagamentos? Resposta: O saldo do balanço de pagamentos se dá pela soma das transações correntes (neste caso zero) mais o saldo do movimento de capitais autônomos (R$ 6 bilhões) e mais o saldo da conta erros e omissões (que neste caso não foi mencionada). Assim temos que o saldo do balanço de pagamentos é: BP = TC (0) + capitais autônomos (6) BP = R$ 6 bilhões Assim o balanço de pagamentos apresentou um superávit de 6 bilhões de reais. Para responder as questões 8 e 9 acesse e leia os materiais disponíveis nos sites abaixo: http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5& menu=366 http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5& menu=850&refr=238 http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5& menu=312&refr=228 http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5& menu=2758 8. Descreva o processo histórico da OMC e contextualize o Brasil nesse processo. Resposta: A OMC sucedeu ao GATT na regulação do comércio mundial, tendo sido o principal resultado da Rodada Uruguai. Ainda que ela não seja imune às pressões advindas dos principais atores internacionais, sua existência é de vital importância para países como o Brasil que dependem de um sistema de normas para defender seus interesses. Os países em desenvolvimento são hoje a grande maioria dos Membros desta Organização e só cabe a eles fazer valer os seus interesses, já que as decisões na OMC são tomadas por consenso. Para a vigilância do cumprimento das normas contidas nos vários acordos que regem o sistema multilateral de comércio, a OMC conta com um poderoso instrumento que é o Entendimento para Solução de Controvérsias. O Brasil mesmo já obteve várias vitórias no Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, como no caso do painel da gasolina, contra os Estados Unidos, e os mais recentes painéis do açúcar contra a Comunidade Europeia e do algodão contra os Estados Unidos. No âmbito da OMC, são realizadas reuniões semestrais dos Comitês de Práticas Antidumping, o Comitê de Subsídios e Medidas Compensatórias e o Comitê de Salvaguardas, nas quais se discutem temas tais como: revisão das legislações nacionais de implementação dos Acordos e das medidas aplicadas, bem como aspectos controversos da interpretação e implementação dos Acordos. 9. Faça uma análise da política de defesa comercial do Brasil em relação às exportações da indústria nacional. Resposta: O Brasil tornou-se signatário dos Códigos Antidumping e de Subsídios e Medidas Compensatórias do GATT em abril de 1979, ao final da Rodada de Tóquio, mas esses acordos só se tornaram parte integrante do arcabouço jurídico nacional em 1987, pelos Decretos nº 93.941, de 19 de janeiro 1987 e nº 93.962, de 23 de janeiro de 1987, publicados no DOU de 2/2/87, aprovados pelo Congresso Nacional pelo Decreto Legislativo nº 20, em 5 de dezembro de 1986. O Brasil tem utilizado os instrumentos de defesa comercial com vistas à defesa dos produtores domésticos afetados por importações a preços de dumping e, em menor medida, de produtos objeto de subsídios. Por outro lado, também tem tido suas exportações prejudicadas pela aplicação, nem sempre compatível com as regras previstas na OMC, dessas medidas por diversos países. Diante de tal cenário, a posição brasileira tem sido de defender que tais instrumentos são relevantes e que devem ser preservados, cabendo, porém, o seu aprimoramento com vistas à redução de possibilidade de utilização discricionária dos mesmos pelos Membros. A efetividade das ações no âmbito da política industrial brasileira pressupõe constante interlocução entre os diferentes órgãos do Governo, por um lado, e entre o Governo e a iniciativa privada, por outro. A Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), com vistas a atender a essa necessidade e, ao mesmo tempo, a adequar suas funções tanto às demandas do setor privado quanto aos interesses estratégicos do Governo brasileiro, realizou ações internas de reestruturação. Essas ações culminaram, dentre outras, na criação da Coordenação-Geral de Defesa da Indústria, Negociações e Normas (CGDI), vinculada ao Departamento de Defesa Comercial (DECOM). A CGDI busca a defesa da indústria nacional, por meio dos instrumentos de política comercial disponíveis. As ações da CGDI nesse sentido são orientadas com base nos interesses estratégicos do Brasil, voltados ao desenvolvimento de uma produção nacional competitiva e ao acesso a mercados externos prioritários. Nesse sentido, a Coordenação atua em defesa da indústria nacional no que se refere a: 1. Problemas com exportações de seus produtos (i) produtos submetidos a medidas de defesa comercial: situações em que o produto brasileiro é alvo de medida antidumping, de medida compensatória ou de medida de salvaguarda. (ii) produtos submetidos a outros tipos de medida: situações em que os produtos brasileiros são alvo de uma série de outras medidas no exterior, das quais são exemplos: cotas (restrições quantitativas); normas técnicas; medidas sanitárias e fitossanitárias; tarifas escalonadas e picos tarifários. 2. Problemas com importações de produtos estrangeiros similares (i) importações que ensejam medidas de defesa comercial: situações em que a indústria nacional está sendo prejudicada por conta de: importações com dumping; importações subsidiadas; ou surto de importações, decorrente da evolução imprevista das circunstâncias. (ii) importações prejudiciais por outros motivos: Trata-se de situações que não podem ser enquadradas nas hipóteses de investigação para aplicação de medida de defesa comercial. Normalmente, referem-se a situações de fraude no comércio exterior, tais como: falsa declaração de origem, classificação incorreta da mercadoria, subfaturamento, entre outras. No âmbito de defesa da indústria brasileira, a CGDI recebe, analisa e apresenta as soluções disponíveis para a indústria afetada por problemas decorrentes tanto da concorrência local com produtos importados quanto da imposição de barreiras, no exterior, a produtos brasileiros. Sendo responsável pela canalização de demandas do setor privado, relativamente a medidas contra produtos brasileiros no exterior e a importações prejudiciais à indústria nacional, a CGDI estabeleceu critérios mínimos para solicitações à Coordenação. A intenção é obter os subsídios necessários para identificar o problema efetivo da indústria nacional, para que seja possível buscar soluções. Importante salientar que as informações solicitadas nesse formulário serão única e exclusivamente utilizadas para subsidiar o trabalho da CGDI. Ao preencher o formulário com as informações que devem ser analisadas, a indústria nacional interessada deve observar que: 1- Os pedidos devem ser feitos por entidades de classe de âmbito nacional ou, na hipótese de inexistência de entidade de classe, por empresa(s) que represente(m) a parcela majoritária da produção brasileira do(s) produto(s) em questão. 2- A demanda deve ser detalhada. Pretensões genéricas inviabilizam qualquer ação da CGDI em favor da indústria nacional.
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