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Elaboração de documentos O Conselho Federal de psicologia (CFP) elaborou um manual de elaboração de documentos decorrentes de avaliações psicológicas com o objetivo de orientar os profissionais 1- Princípios técnicos da linguagem escrita O documento deve apresentar uma redação bem estruturada e definida, devendo expressar o que se quer comunicar e possibilitando a compreensão de quem lê Deve garantir a precisão da comunicação, evitando a diversidade de significações da linguagem popular 2- Princípios éticos O psicólogo deverá observar os princípios e dispositivos do código de ética profissional (cuidados em relação aos seus deveres; às relações com a pessoa atendida; ao sigilo profissional; às relações com a justiça e ao alcance das informações) 3- Princípios técnicos O documento deve considerar a natureza dinâmica, não definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo (considerando que as questões de ordem psicológica têm determinantes históricos, sociais, econômicos e políticos) Os documentos devem se basear, exclusivamente, nos instrumentais técnicos que se configuram como métodos e técnicas psicológicas para a coleta de dados, estudos e interpretações de informações A linguagem deve ser clara, precisa e rigorosa 4- Modalidades de documentos 4.1- Declaração Visa informar a ocorrência de fatos ou situações objetivas relacionadas ao atendimento psicológico Tem por finalidade: Declarar o comparecimento do atendido Declarar o acompanhamento psicológico do atendido Informar sobre o enquadre do atendimento (dias, horários, etc.) Não deve especificar sintomas, situações ou estados psicológicos Estrutura da declaração: Deve ser feita em papel timbrado ou apresentar na subscrição do documento o carimbo constando: nome e sobrenome do psicólogo e seu número de inscrição profissional Deve expor: Nome e sobrenome do solicitante Finalidade do documento Registro das informações solicitadas em relação ao atendimento Registro do local e data da expedição da declaração Registro do nome e sobrenome do psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou carimbo com as mesmas informações Assinatura do psicólogo acima da identificação ou do carimbo 4.2- Atestado psicológico É um documento que certifica uma determinada situação ou estado psicológico e tem por finalidade: Afirmar como testemunha, por escrito, a informação ou estado psicológico de quem o solicita Justificar faltas e/ou impedimentos do solicitante, atestando-os como decorrentes do estado psicológico informado Solicitar afastamento e/ou dispensa do solicitante, subsidiado na afirmação atestada do fato Estrutura do atestado Deve restringir-se à informação solicitada pelo requerente, contendo expressamente o fato constatado Deve ser emitido em papel timbrado ou apresentar na subscrição do documento o carimbo contendo nome e sobrenome do psicólogo e o seu número de inscrição profissional Deve expor: Registro do nome e sobrenome do cliente Finalidade do documento Registro da informação pelo sintoma, situação ou estado psicológico que justifica o atendimento, afastamento ou falta (podendo registrar sob o indicativo do CID) Registro do local e data da expedição do atestado Registro do nome e sobrenome do psicólogo e sua inscrição no CRP e/ou carimbo com as mesmas informações Assinatura do psicólogo acima da identificação ou do carimbo Os registros deverão estar transcritos de forma corrida, ou seja, separados apenas pela pontuação, sem parágrafos, evitando, com isso, adulterações. Quando for necessária a utilização de parágrafos, o psicólogo deverá preencher esses espaços com traços. 4.3-Relatório psicológico É uma apresentação descritiva e/ou interpretativa acerca de situações ou estados psicológicos e suas determinações históricas, sociais, políticas e culturais, pesquisadas no processo de avaliação psicológica Deve ser subsidiado em dados colhidos e analisados à luz de um instrumental técnico Tem por finalidade apresentar resultados e conclusões da avaliação psicológica Em função da solicitação do interessado poderá ter finalidades diversas: encaminhamento; intervenção; diagnóstico; prognóstico; parecer; orientação; solicitação de acompanhamento psicológico, etc. Estrutura do relatório psicológico Deve conter narrativa detalhada e didática, com clareza, precisão e harmonia, tornando-se acessível e compreensível ao destinatário Os termos técnicos deverão estar acompanhados de explicações Etapas: Cabeçalho Autor/relator (nome e sobrenome do psicólogo e sua inscrição profissional) Interessado (quem solicita o relatório) Assunto/finalidade (qual a razão/finalidade do relatório) b) Introdução ou histórico (narração sucinta dos fatos que produziram o pedido do relatório e dos procedimentos e instrumentos utilizados) Razões do pedido; descrição dos procedimentos utilizados para coletar informações; contextualização dos fatos e pessoas envolvidas; metodologia empregada possibilitando a compreensão de quem lê c) Descrição ou desenvolvimento Exposição descritiva, de forma metódica, objetiva e fiel dos dados colhidos e das situações vividas (respeitando os princípios éticos e a fundamentação teórica que sustenta o instrumental técnico utilizado) d) Conclusão Exposição do resultado e/ou considerações É encerrado com indicação do local, data da emissão e assinatura do psicólogo 4.4- Laudo psicológico ou pericial É um documento minucioso e abrangente, que busca relatar, analisar e integrar os dados colhidos no processo de avaliação psicológica tendo como objetivo apresentar diagnóstico e/ou prognóstico, para subsidiar ações, decisões ou encaminhamentos Estrutura do Laudo psicológico Identificação: dados básicos do avaliado (nome, idade, escolaridade, profissão, etc.) Descrição da demanda: informações sobre queixas ou problemáticas apresentadas Métodos e técnicas utilizadas: descrição dos recursos utilizados e dos resultados obtidos Conclusão: síntese do diagnóstico e/ou prognóstico da avaliação e/ou encaminhamentos, necessariamente relacionados à demanda 4.5- Parecer É uma manifestação técnica fundamentada e resumida sobre uma questão focal do campo psicológico cujo resultado pode ser indicativo ou conclusivo Tem como finalidade apresentar resposta esclarecedora, no campo do conhecimento psicológico, através de uma avaliação técnica especializada, de uma questão problema, visando retirar dúvidas que estejam interferindo na decisão É, portanto, uma resposta a uma consulta, que exige de quem responde, competência no assunto Estrutura do Parecer O psicólogo nomeado perito deve analisar o problema apresentado, destacar os aspectos relevantes e opinar a respeito, considerando os quesitos apontados e com fundamento em referencial teórico científico Deve-se rubricar todas as folhas dos documentos Quando não houver dados para a resposta ou quando o psicólogo não puder ser categórico deve utilizar a expressão “sem elementos de convicção”. Se o quesito estiver mal formulado, pode-se afirmar “prejudicado”, “sem elemento” ou “aguarda evolução” a) Cabeçalho: nome do perito e sua titulação; nome do autor da solicitação e sua titulaçãoo b) Exposição de motivos Destina-se à transcrição do objetivo da consulta. Apresentação da situação problema. Não é necessário a descrição detalhada dos procedimentos como os dados colhidos ou o nome dos envolvidos c) Discussão Análise minuciosa da questão problema, explanada e argumentada com base nos fundamentos necessários existentes, seja na ética, na técnica ou no corpo conceitual da ciência psicológica d) Conclusão O psicólogo apresentará seu posicionamento, respondendo a questão levantada Informará local e data e assinará o documento Os documentos escritos decorrentes da avaliação psicológica, bem como todo material que os fundamentou, deverão ser guardados pelo prazo mínimo de 5 anos, observando-se a responsabilidade por eles tanto do psicólogo quanto da instituição em que ocorreu a avaliação psicológica Em caso de extinção do serviço de psicologia, o material privativo e os documentos escritos devem permanecer em posse do psicólogo responsável, que os manterá sob sua guarda pelo prazo de 5 anos Ao final desse prazo o material deverá ser destruído respeitando o sigilo das informações
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