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Fontes do Direito Econômico PROFª. RAQUEL SANTANA RABELO Introdução Fontes do Direito O que é fonte? “fonte é o vocábulo que designa concretamente o lugar onde brota alguma coisa, como fontes d’agua ou nascente, a expressão fontes do direto significa o lugar de onde provem a norma jurídica, donde nascem regras jurídicas ainda não existentes na sociedade humana, retornar a fonte do direito é buscar a origem de seus enunciados.” (José Cretella Júnior) Procedimentos de Produção da Norma Jurídica Fontes do direito Econômico O Direito Econômico possui as mesmas fontes de outros ramos jurídicos, quais sejam: a lei, os costumes e a jurisprudência. A lei não é a única fonte do Direito Econômico, isso porque o Estado também pode desenvolver aspectos de sua política econômica por intermédio de práticas não contidas nas leis econômicas. Exemplo: a venda de dólares no Brasil no mercado financeiro para estimular a queda da taxa de câmbio da moeda nacional com a moeda estrangeira. Precedentes Judiciais Os precedentes judiciais também funcionam como fontes do Direito Econômico. A interpretação dada por um Tribunal sobre determinada lei pode influenciar diretamente o planejamento da atividade econômica. Exemplo: aplicação do Código de Defesa do Consumidor às Instituições Financeiras Constituição Principal fonte do Direito Econômico A Constituição estabelece regras de: Competência Organização do Estado Princípio Ordem Econômica A Constituição é responsável pela definição da ideologia da econômica nacional, os princípios da política econômica e seus principais objetivos. Normas Constitucionais Art. 3º CR/ 88 objetivos fundamentais da República I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Políticas Econômicas Normas Constitucionais Competência Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; Obs.: Havendo norma, expressa, que atribua competência privativa da União para legislar sobre a matéria pertencente ao direito econômico (moeda), prevalece a regra específica. Obs.: Presente o interesse local, surge a competência legislativa suplementar do munícipio. Competência Concorrente União: estabelecer as normas gerais Estados: normas suplementares Obs.: ausência de lei federal, os estados exercem a competência legislativa plena. Sobrevindo lei federal, suspende- se a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrária (art. 24. §1º a 4º) Competência Privativa da União A União é competente por legislar privativamente sobre vários assuntos de direito econômico: C: Sistema Monetário e moeda (art. 22, VI) F: Unidade Nacional C: Poupança (art. 22, XIX) F: Garantia da poupança popular e uniformidade de rendimentos da aplicação no território nacional C: Telecomunicações, energia e águas (art. 22, IV) F: Bens e serviços estratégicos C: Comércio Exterior e interestadual (art. 22VIII) F:Unidade da Federação Saiba Mais.... A invasão da competência privativa da União torna inconstitucional normas estaduais e municipais, conforme a jurisprudência do STF Competência Legislativa Sobre Normas de Direito Econômico Normas Gerais Compete a União Norma Suplementar Compete ao Estado Inexistência de lei federal sobre normas gerais. Competência Legislativa plena dos Estados Lei federal superveniente sobre normas gerais Suspende a eficácia da lei estadual no que for contrário Normas Constitucionais Art. 172 CR/88: investimentos estrangeiros Art. 173 a 175 CR/88: intervenção do Estado na economia Art. 182 e 183 CR/88: Política Urbana Art. 192 CR/88: Sistema Financeiro Nacional Leis Complementares Em razão da flexibilidade, da mobilidade e da mutabilidade de suas norma é incompatível um quórum qualificado. Ocorre que a Constituição determina a necessidade de lei complementar para as seguintes matérias: Desenvolvimento Regional (art. 43, § 1º) Tratamento favorecido a pequenas empresas ( art. art. 146, III, “d”) Sistema Financeiro Nacional (art. 192)* Leis Ordinárias São responsáveis pela implementação do direito econômico. São as leis que criam direitos e obrigações, que impõe condutas e que oferece estímulos aos agentes econômicos. É a lei que cria os órgãos estatais responsáveis pela política econômica e que veicula e coloca em prática a própria política econômica. Lei 12.529/11 - Direito da Concorrência Lei 8.137/90 – Define os crimes contra a ordem tributária, contra a ordem econômica e contra as relações de consumo Lei 5.107/66 – FGTS Lei 9.279/96 – Propriedade Industrial Normas Infralegais Existem matérias no direito concorrência, como por exemplo, as infrações administrativas ou criminais em que a lei é o único ato normativo capaz de implementar a política econômica. Outras áreas precisam de maior agilidade no controle da fiscalização e na orientação dos agentes envolvidos. Necessidade de criação de entidades especializadas, capazes de reagir com maior velocidade às oscilações da economia e dotadas de poder regulamentar delegado: agências reguladoras Lei cria as agências reguladoras, delimita seu poder normativo, mas remete à legislação infralegal a matéria regulada. A própria Constituição flexibiliza o princípio da legalidade estrita, para atribuir a atos normativos inferiores a normatização da matéria regulamentada. Ex.: Tributos extrafiscais As agências reguladoras possuem poder regulamentar em suas respectivas áreas de atuação obedecidas as normas constitucionais, legais e regulamentares. Obs.: O STF já reconheceu constitucional o poder regulamentar da ANATEL. O poder normativo das agências no Brasil é: Autônomo Restrito a área de atuação para as quais foram criadas, devendo obediência à Constituição às Leis Aos regulamentos eventualmente editados pelo PR Questão de Concurso (CESPE – Advogado da União/ 2009) No âmbito da competência legislativa concorrente, caso a União não tenha editado a norma geral, o estado-membro poderá exercer a competência ampla. Contudo, sobrevindo a norma federal faltante, o diploma estadual terá sua eficácia suspensa no que lhe for contrário, operando-se, a partir de então, um verdadeiro bloqueio de competência, já que o estado-membro não mais poderá legislar sobre normas gerais quanto ao tema na legislação federal. CERTO
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