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MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL REPRESSIVO COM PEDIDO DE LIMINAR Magnolia

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EXCELENTÍSSIMO (A) SR. (A) DR. (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAICÓ - CE
Magnólia, brasileira, solteira, trabalhadora rural, portadora do RG n.º xxx e do CPF n.º xxx, residente e domiciliado (a) na Rua xxx , n.º xxx , Bairro xxx, Cidade Caicó, Estado CE, representado por seu Advogado, conforme procuração in fine assinada (doc. N.º), com endereço profissional na rua, bairro, n.º, Cidade, CEP, endereço eletrônico, para, nos termos do art. 39, inciso I, do CPC, receber avisos e quaisquer intimações, vem, respeitosamente, perante a Vossa Excelência, com fulcro no art. 5.º, inciso LXIX, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, e na Lei n.º 12.016/09, impetrar o presente
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL REPRESSIVO COM PEDIDO DE LIMINAR 
Contra ato ilegal praticado pelo Secretario de Saúde do Estado, vinculado à secretaria de Saúde do Estado do Ceará, podendo ser encontrado no endereço, com sede à rua, n.º, bairro, pelos fundamentos e fatos de direito que se segue:
I - TEMPESTIVIDADE:
Lei nº 12.016 de 07 de Agosto de 2009
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
II – Dos Fatos: 
Srª, Magnólia foi diagnisticada com uma doença grave e que requer muitos cuidados, que seria o Lupus, em uma vasta pesquisa ela descobriu que o medicamento receitado para o tratamento compõe a lista de remédios a serem gratuitamente fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), também constando na relação de medicamentos excepcionais elaborada pelo próprio Estado do Ceará. Diante disso, Chegando na Central de Distribuição de Medicamentos do seu bairro, mais precisamente no dia 10/10/2017, foi informada de que o fornecimento de medicamentos de alto custo, mesmo aqueles constantes nas listas do SUS e do Governo Estadual, estava suspenso por tempo indeterminado por ordem da Secretaria Estadual de Saúde. Preocupada, Magnólia foi até à Defensoria com a informação, procurando assistência jurídica para resolver o problema e garantir o fornecimento do medicamento imprescindível para o seu tratamento. Foi então que José Afonso orientou ela á que elaborou um requerimento formal à Secretaria de Saúde do Estado, solicitando a compra do medicamento e a disponibilização gratuita do mesmo à assistida. Magnólia, no dia 11/10/2017 protocolou o requerimento junto à Secretaria de Saúde do Estado. No dia 15/10/2017 obteve a resposta formal da Secretaria, informando que a compra de todos os medicamentos estava suspensa por tempo indeterminado. 
Diante da resposta, Magnólia voltou à Defensoria para procurar assistência judiciária a fim de resolver a situação.
III – DO DIREITO: 
No caso em questão o impetrante não conseguiu os medicamentos para o seu tratamento, que são de extrema importância para a manutenção de sua saúde, pois de acordo com a sua situação financeira, não tem como arcar com o pagamento dos medicamentos pela rede privada de saúde.
A Constituição Federal é enfática concernente ao assunto:
“Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
“Art. 23 - É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência.”
E, ainda o Decreto-Lei nº 201/67, prevê:
Art. 1º - São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores:
XIV - Negar execução a lei federal, estadual ou municipal, ou deixar de cumprir ordem judicial, sem dar o motivo da recusa ou da impossibilidade, por escrito, à autoridade competente; 
Para corroborar, eis o entendimento jurisprudencial pacífico a respeito da matéria:
PACIENTE PORTADOR DE NEOPLASIA MALIGNA DO ENCÉFALO (CID C71.0). PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTO TEMOZOLOMIDA 250 MG NÃO FORNECIDO PELO SUS. PROVA DO ATO COATOR E DA NEGATIVA DE FORNECIMENTO PELO ESTADO. LEGITIMIDADE PASSIVA DA AUTORIDADE COATORA, PROVA PRÉ-CONSTITUIDA E POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. CONFIGURADAS. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. CONFIGURAÇÃO. SEGURANÇA. CONCESSÃO. AGRAVO REGIMENTAL PREJUDICADO. 1-Trata-se in casu, de mandado de segurança solicitando seja determinado ao Estado a disponibilização do medicamento em questão dada a hipossuficiência do impetrante perante a Secretaria de Saúde e a extrema urgência que caracteriza o pleito em tela, não se havendo falar em ilegitimidade passiva da autoridade coatora, ausência de prova pré-constituída ou impossibilidade jurídica do pedido, dada a farta documentação comprovando o ato coator (recusa de fornecimento), restando observado o rigor formar da lei mandamental. 2-Configurado o direito líquido e certo do impetrante/agravado à aquisição do medicamento, à luz do disposto na Lei nº 8.080 /90 e no texto Constitucional (Arts. 5º e 196 da CF), uma vez que padece de doença degenerativa e não dispõe de recursos suficientes a sua aquisição, há de ser concedida em definitivo a segurança, para que a medicação requerida seja fornecida pelo SUS, nos termos definidos, sendo certo que, se por um lado é possível a ocorrência de prejuízo às finanças do ente público, muito mais intenso será o dano decorrente da omissão ilegitimamente baseada no princípio da economicidade e necessidade de previsão orçamentária. 3-Uma vez que a matéria abordada no Agravo Regimental nº 0239109-7/01, em apenso, encontra-se exaurida com o julgamento do mandamus, resta aquele prejudicado, negando-se provimento ao recurso ante a perda do seu objeto. TJ-PE - Mandado de Segurança MS 154014520108170000 PE 0015401-45.2010.8.17.0000 (TJ-PE). Data de publicação: 11/09/2012
Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS A CIDADÃO HIPOSSUFICIENTE. DEVER CONSTITUCIONAL DO PODER PÚBLICO. I-O direito subjetivo à saúde está, no ordenamento jurídico pátrio, garantido por meio de norma programática insculpida no art. 196 da Constituição Federal. II-Constitui dever do Poder Público, em qualquer de suas esferas, assegurar a todas as pessoas o direito à manutenção da saúde, consequência indissociável do direito à vida. Precedentes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. III-Comprovada a necessidade do tratamento associada à falta de condições de adquirir o medicamento necessário, o cidadão poderá, sim, buscar proteção junto ao Poder Judiciário para que sejam disponibilizados pelo Estado os meios necessários ao adequado tratamento da enfermidade. IV- Mostra-se irrelevante o fato do medicamento postulado não está presente nas listas de medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde - SUS, posto que tem o Estado o dever de garantir o direito subjetivo à saúde do cidadão. Súmula do TJPE, enunciado nº 18. V-Segurança concedida. TJ-PI - Apelação / Reexame Necessário REEX 200900010034890 PI (TJ-PI). Data de publicação: 18/07/2012
Ementa: PROCESSO CIVIL. APELAÇAO CÍVEL. DISPONIBILIZAÇAO DE EXAMEPELO SUS. FUNDAÇAO MUNICIPAL DE SAÚDE E PREFEITURA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERADOS. CF E LEI N. 8.080 /90. EXAME ESSENCIAL. A VIDA E À SAÚDE DO CIDADAO COMO DIREITOS INDIVIDUAIS E INDISPONÍVEIS. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA DEFESA DE DIREITOS. APELO CONHECIDO E NAO PROVIDO. 1 – A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são solidariamente responsáveis pela garantia do acesso à saúde por pessoas carentes que necessitem de tratamento médico, nos termos do art. 23, II, CF/88. Tais entes são, pois, partes legítimas para figurar no polo, podendo, assim, a ação ser proposta em face de quaisquer deles. Não há, pois, falar em incompetência da justiça comum estadual. 2 – O deslocamento da competência para a Justiça Federal, ou a citação da União como litisconsorte passivo se mostradesnecessária, causando entraves ao desenvolvimento do processo, sem que qualquer resultado prático, em benefício da saúde pública seja alcançado. 3 – Injustificável a negativa de disponibilização de exame médico pelo Sistema Único de Saúde, mormente quando essencial ao diagnóstico de moléstia grave, demandado por parcela significativa da população, não exigindo para sua realização procedimentos complexos, tampouco recursos de grande monta. 4 – Sendo a vida e a saúde do cidadão direitos individuais e indisponíveis, cabe ao Ministério Público, como órgão essencial à justiça, buscar todos os meios para preservá-los, sendo, assim, legitimado para a propositura da presente ação, à luz do que dispõe artigo 127 da Constituição Federal. 5 – Apelação Cível conhecida e não provida.
Dessa forma, MM. Juiz, conforme a lei e a jurisprudência supramencionadas, resta claro o direito de conseguir os medicamentos pelo Poder Público Municipal.
IV - DO PEDIDO:
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:
1) Seja CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR pleiteada, para COMPELIR O MUNICÍPIO DE E O SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE A FORNECER A MEDICAÇÃO NECESSÁRIA PARA O TRATAMENTO NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE OU ARCAR COM O CUSTO DO MEDICAMENTO NA REDE PARTICULAR DE SAÚDE DO MUNICÍPIO, SOB PENA DE SEQUESTRO DE VALORES DOS COFRES PÚBLICOS OU PRISÃO DO SECRETARIO MUNICIPAL DE SAÚDE;
2) Que, após a concessão da liminar seja notificado o poder público coator, na forma do artigo 7º, inciso I, da Lei 12.016/09.
3) Seja julgado TOTALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO para CONDENAR O MUNICÍPIO DE ANÁPOLIS-GO E O SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE A FORNECER A MEDIÇÃO NECESSÁRIA PARA O TRATAMENTO NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE OU ARCAR COM O CUSTO DO MEDICAMENTO NA REDE PARTICULAR DE SAÚDE DO MUNICÍPIO, SOB PENA DE SEQUESTRO DE VALORES DOS COFRES PÚBLICOS OU PRISÃO DO SECRETARIO MUNICIPAL DE SAÚDE. 
4) os benefícios da Assistência Judiciária, na forma da Lei 1.060/50, conforme declaração de rendimentos e encargos financeiros (doc. Anexo).
Dá-se à causa o valor de R$ xxxx (xxxxx) para efeitos fiscais.
Termos em que, Pede deferimento
Fortaleza, 20 de Abril de 2018
ADVOGADO
OAB
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