Buscar

39 TRATAMENTO CIRÚRGICO DO LINFEDEMA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 1 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
 
Tratamento Cirúrgico do Linfedema 
Waldemy Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO
A escolha de um tratamento eficaz para o 
Linfedema encontra dificuldades face ao 
conhecimento parcial da fisiopatologia e à 
imprecisão dos meios de diagnósticos. Além 
do mais há fatores, tais como linfangites 
persistentes, bloqueios neoplásicos 
irremovíveis, fibroses acentuadas, que 
impedem a reversibilidade do processo. Os 
meios conservadores, tais como a Terapêutica 
postural, o uso de medicamentos com 
indicação precisa, a Terapia física 
descongestiva, a Compressão pneumática 
intermitente e as Meias de contensão elástica 
constituem o arsenal de que dispomos e que 
tem a nossa preferência. 
O Tratamento Cirúrgico constitui um 
procedimento de exceção e suas indicações 
são muito limitadas. Para isto precisa que se 
leve em conta uma Classificação etiológica, 
como a que utilizamos há bastante tempo 21 
(Figura 1), além de uma classificação 
evolutiva, como a de MOWLEM (Figura 2) que 
possibilita distinguir o estadiamento da 
doença. Dessa forma, a indicação cirúrgica 
fica limitada a alguns casos da Fase 2 e aos da 
Fase 3, quando há fibrose acentuada do 
tecido subcutâneo, com aspecto elefantiásico 
do membro, constituindo uma forma clínica 
deformante e ao mesmo tempo incapacitante 
para as atividades diárias do paciente, 
sobretudo profissionais. 
 
Figura 1 - Classificação etiológica. 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 2 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
 
Figura 2 - Classificação Evolutiva 
As intervenções cirúrgicas para o Linfedema 
são classificadas por KINMONTH em 
"fisiológicas" e "excisionais". As primeiras 
têm como objetivo remediar a falta de 
drenagem linfática, ao passo que as segundas 
tentam promover a ressecção do tecido 
patológico. 
A primeira tentativa de criar novos canais 
linfáticos coube a HANDLEY , que introduziu 
fios de seda no subcutâneo e denominou o 
procedimento de Linfangioplastia. A idéia foi 
retomada por outros, que apenas substituíram 
o material utilizado: tubos de borracha, fáscia 
lata, tubos de polietileno, fio de nylon ou de 
dacron. DEGNI chegou ao requinte de criar 
uma rede de fios de nylon, estabelecendo o 
que denominou de "unidade triangular de 
drenagem". Utilizamos essa técnica e os 
resultados foram desastrosos. (Figura 3) e 
(Figura 4). 
 
Figura 3 - Operação de drenagem tipo HANDLEY e 
DEGNI 
 
Figura 4 - Recorrência do Linfedema 2 anos após a 
cirurgia de drenagem com rede de Nylon. 
KONDOLEON, que afirma tomar por base o 
"princípio de Lanz", concede uma forma de 
drenagem da linfa dos tecidos superficiais 
para os profundos, praticando incisões 
longitudinais na face interna e externa da 
perna, seguidas da retirada de uma faixa do 
fáscia profundo, a fim de deixar os músculos 
expostos e em contato direto com o 
subcutâneo linfedematoso. Essa técnica foi 
realizada e divulgada em todo o mundo, sendo 
SISTRUNK em dos seus maiores apologistas. 
Com uma experiência de 40 pacientes em 10 
anos, preferia realizar incisões elípticas, 
ressecando parte do tecido fibroso e da 
aponeurose, transformando-a em uma 
operação mista. Chega a afirmar que "quanto 
mais tecido removido, melhor é o resultado". 
A operação original de LINDOLEON foi 
redescoberta por NOEL THOMPSON sob a 
denominação sofisticada de "transposição 
linfática". Descrita como uma "operação 
fisiológica", consiste no sepultamento de um 
retalho de pele, desprovido de epiderme, na 
massa muscular da perna. Além de muito 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 3 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
utilizadas na Inglaterra, foi objeto de um 
estudo, orientado por VERMEULEN e sob o 
patrocínio do conselho de pesquisa medica da 
Nova Zelândia e da OMS, em 21 filarióticos 
portadores de Elefantíase dos membros 
inferiores. Os resultados foram praticamente 
nulos e nunca houve prova segura da drenagem 
pretendida (Figura 5). 
 
Figura 5 - Esquemas das Operações de KONDOLLEON e 
de THOMPSON 
No Brasil, BOUBACI e Col. estudaram 17 
pacientes, obtendo melhores resultados nos 
casos em que associaram uma ressecção mais 
ampla do tecido fibrosado, antes da 
tunelização da pele. 
Outra forma de derivar a linfa para uma 
região sadia foi criar uma espécie de "ponte", 
buscando contornar o suposto obstáculo. As 
estruturas mais utilizadas foram à pele, sob a 
forma de retalhos pediculados, fáscia lata e 
até mesmo o grande epiploo (Figura 6). 
 
Figura 6 - Esquema das Operações de GILLIES e de 
GOLDSMITH. 
Vale comentar que os autores, num esforço de 
imaginação de ficção cientifica, na tentativa 
de resolver uma condição patológica complexa, 
como é o Linfedema, não levam em conta que a 
reação de fibrose em torno de fios, tubos, 
pele, é a regra, face ao papel do tecido 
conjuntivo de preencher espaço, durante o 
processo de cicatrização. Nessas 
circunstancias, a drenagem não se fará e 
mesmo se houver alguma, será temporária e 
inefetiva, pois não removera o excesso de 
proteina, que é o que interessa na 
linfodinâmica. Além do mais, os tubos, 
transformados em falsos vasos linfáticos, são 
totalmente avalvulados, fator que deve ser 
considerado, na fisiologia do sistema linfático. 
As agressões ao sistema linfático e, 
conseqüentemente, aos pacientes portadores 
de Linfedema, têm sido de tal ordem que não 
é sem razão que CARNOCHAN, em 1852, 
efetuou, segundo ele com sucesso, a ligadura 
da artéria femoral para tratar uma 
Elefantíase do membro inferior. 
 
ANASTOMOSES LINFÁTICO-VENOSAS E 
MICROCIRURGIA LINFÁTICA 
A partir dos trabalhos experimentais de 
NIELUBOWICZ e OLSZEWSKI que criam 
uma anastomose cirúrgica entre um linfonodo 
e uma veia, assim como de outros 
pesquisadores que conseguem uma anastomose 
entre troncos linfáticos e uma veia periférica, 
cresce a esperança de se estabelecer uma 
derivação linfovenosa direta (Figura 7). As 
operações se multiplicam, tanto aqui no Brasil 
como no Exterior, apesar de os resultados 
serem, na maioria das vezes, inconcludentes. 
 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 4 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
Figura 7 - Esquema das Operações de NIELJBOWICZ e 
de DEGNI. 
O advento da microcirurgia linfa'tica tem 
estimulado esse tipo de operação. As 
publicações se sucedem a partir de vários 
centros médicos. Em estudo realizado no 
Hospital São Vicente, da Austrália, O'BRIEN 
e col. apresentam o resultado tardio de 134 
pacientes submetidos a anastomoses 
microlinfáticovenosas, sendo 116 mulheres e 
18 homens. A causa mais freqüente do 
linfedema foi o traumatismo cirúrgico e/ou 
irradiação pós-cirurgia de Câncer de mama. 
Destacam dois grupos acompanhados durante 
pelo menos 6 meses e no máximo 5 anos: 52 
pacientes foram submetidos exclusivamente a 
microcirurgia linfática e 38 pacientes 
realizaram também uma cirurgia 
complementar, denominada de "redução 
segmentar", de menor ou maior porte. Do 
ponto de vista objetivo, ou seja levando em 
conta as medidas, 42% do grupo 
microlinfáticopuro tiveram uma redução de 
no mínimo 10% do volume do membro 
linfedematoso, da mesma forma que 60% dos 
pacientes do grupo da cirurgia de redução. 
Todos os casos foram catalogados como 
linfedema obstrutivo. 
BAUMISTER e SIUDA, da universidade de 
Munique, Alemanha, utilizam uma técnica 
microcirurgica que consiste em recolher 
segmentos de vasos linfáticos, sob a forma de 
enxerto livre, para anastomoses à distância, 
por interposição, buscando contornar o 
possível obstáculo e compensar o déficit de 
carga linfática em determinada região 
linfedematosa. Durante 6 anos observaram o 
comportamento de 55 pacientes, sendo 37 
portadores de linfedema pós-mastectomia e 
18 com linfedema do membro inferior. A 
eficiência funcional e a patência dos enxertos 
linfáticos foram avaliados por mensurações 
volumétricas e pela linfocintolografia em 30 
pacientes, mas não apresentam o percentual 
de comprovação da perviedade dos enxertos. 
Na opinião dos AA., "a capacidade de 
transporte do sistema linfático está na 
dependência do número de vasos linfáticos em 
funcionamento". No meu modo de ver, se essa 
afirmativa é verdadeira, não é fácil aceitar a 
premissa de que alguns linfáticos 
transplantados sejam capazes de promover 
uma drenagem satisfatória. 
Já há algum tempo, venho insistindo no papel 
dos linfonodos na regulação do fluxo da linfa, 
assim como na capacidade de regeneração dos 
vasos linfáticos, para explicar porque um 
grande número de pacientes submetidos a 
uma mastectomia, inclusive com irradiação 
subseqüente, não apresenta linfedema e, se o 
fazem é de forma transitória. CAMPISI, da 
escola universitária de medicina e cirurgia, de 
Gênova, Itália, emprega diversas variantes de 
técnica para o tratamento do linfedema dos 
membros superiores e inferiores e julga 
importante considerar dois tipos de 
microcirurgia linfática: a de derivação e a de 
reconstrução. Afirma que "de 1973 a 1996, 
tratou de 745 pacientes que sofriam de 
edema linfático, com um resultado positivo de 
81,5%, de regressão do edema, pelo menos 5 
anos depois da cirurgia". Estabelece que 
"Nossa filosofia de trabalho, por conseguinte, 
baseia-se em uma combinação racional dos 
quatro elementos da terapia para o edema 
linfático: Terapia medica, Terapia física, 
Termoterapia e Microcirurgica". O grifo é 
nosso. Na sua experiência, o "o tempo 
necessário para obter-se uma regressão 
significativa do edema e reduzido 
consideravelmente se comparado com o tempo 
para obter-se a regressão o mesmo edema 
utilizando-se só o tratamento conservador". 
O fato de a linfocintilografia mostrar redução 
do refluxo dérmico, desaparecimento do 
traçador no local da microanastomose e o 
fígado captar o traçador, não é, na minha 
opinião, suficiente para demonstrar a 
eficácia, por si só, da intervenção cirúrgica. 
Além o mais, sabe-se que a linfocintilografia 
só é capaz de mostrar as vias linfáticas e não 
os vasos linfáticos propriamente ditos. 
 
CIRURGIA EXCISIONAL 
Quando o processo patológico avança e o 
Linfedema torna-se progressivo a ponto de as 
alterações cutâneas tomarem um aspecto 
elefantiásico, com deformidades 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 5 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
incapacitantes, cabe estudar a possibilidade 
de realizar uma operação excisional. 
CHARLES propõe uma ressecção do tecido 
fibrosado, seguida de enxerto de pele na 
mesma sessão operatória. Para atingir esse 
objetivo há várias técnicas e variantes. O 
enxerto pode ser livre, de espessura subtotal, 
retirado do próprio membro ou de outra parte 
do corpo. Para uns a pele deve ser aplicada na 
mesma sessão operatória e para outros deve 
ser conservada,estéril e congelada, para uso 
posterior. 
A modificação de GIBSON e TOUGH, que usa 
a pele elefantiásica como enxerto livre, após 
remoção do tecido dermatofibroso estendido 
numa mesa auxiliar, foi a que inspirou o 
Professor ROMERO MARQUES a realizar, 
desenvolver e divulgar, com a colaboração dos 
seus Assistentes, a Cirurgia da Elefantíase 
dos membros inferiores no país. (Figura 8) 
 
Figura 8 - Operação de CHARLES e Variantes 
JANTET, TAYLOR e KINMONTH publicam 
uma série de 24 pacientes operados, obtendo 
69% de resultados satisfatórios e destacam 
como objetivos principais: reduzir o peso e 
melhorar a forma do membro comprometido, 
diminuir a incidência dos acessos 
inflamatórios e tornar possível aos 
portadores de Elefantíase vestir roupas 
normais e usar calçados. 
Com a denominação de "Linfangiectomia 
superficial total", SERVELLE descreve uma 
técnica que consiste em praticar incisões 
elípticas ao longo da face externa e interna 
de todo o membro inferior, a partir da raiz da 
coxa, afirmando que os resultados são muito 
bons, apesar de opiniões divergentes de 
outros autores. Na sua publicação mais 
recente apresenta uma colossal casuística de 
652 pacientes operados e todos com 
resultado satisfatório. Desconheço outra 
publicação que comprove isto. MAYALL 
defende a técnica de Josias de Freitas, que 
consiste em promover uma ressecação do 
tecido fibredematoso, para em seguida usar a 
pele decorticada como enxerto, mantendo um 
retalho pediculado ao nível do joelho. 
Em 1985, escrevemos uma tese para concurso 
de professor titular de cirurgia vascular da 
UFPE, na qual analisamos os resultados 
tardios (10 a 17 anos) de 60 pacientes 
portadores de elefantíase dos membros 
inferiores, empregando três técnicas que 
utilizam a pele local como enxerto (Figura 9). 
 
Figura 9 - Capa da Tese. 
O número de complicações, tais como 
eliminação parcial ou total do enxerto, 
formação de úlceras, reaparecimento de 
áreas de fibrose e até mesmo da Elefantíase 
do pé, foi elevado fazendo com que os maus 
resultados chegassem a um percentual de 
48,33%. (Figuras 10 e 11) 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 6 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
 
Figura 10 - Tabelas: Complicações pós-operatórias 
 
Figura 11 - Tabela: Classificações dos Resultados 
Com base nos dados obtidos, verificamos que 
o emprego do duplo pedículo (técnica pessoal) 
mostra vantagens, pois facilita a "pega" do 
enxerto e reduz as complicações pós-
operatórias. Realizada com o paciente em 
decúbito ventral, simplifica bastante a 
técnica cirúrgica, evitando particularmente o 
uso inconveniente do estribo calcaneano ou de 
qualquer suporte especial, além de dispensar 
um auxiliar no campo operatório 
exclusivamente para manter a volumosa perna 
elevada. 
As fotos que ilustram o texto mostram 
formas diversas de Elefantíase, de menor ou 
maior porte, sempre deformantes, atingindo a 
perna e o pé. Incluímos também fotos de 
pacientes no pós-operatório tardio, algumas 
de aspecto razoável e outras de mau 
resultado. (Figura 12) 
 
Figura 12 - Foto pré-operatória. 
 
Figura 13 - Foto pré-operatória 
 
Figura 14 - Foto pré-operatória. 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 7 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
 
Figura 15 - Foto pré-operatória. 
Deve-se atentar para o fato que a Cirurgia da 
Elefantíase não deve ser encarada como uma 
cirurgia estética, como princípio básico, e sim 
como uma cirurgia da necessidade, para 
facilitar a função do membro comprometido. 
Há cerca de 10 anos estamos procedendo ao 
estudo de uma nova série,atualmente com 12 
casos operados, nos quais a correção do pé 
elefantiásico é realizada num segundo tempo 
operatório, um ano ou mais depois da 
decorticação da perna. 
Até aqui os resultados parecem um pouco 
melhores, sobretudo no que diz respeito à 
incorporação do enxerto bipediculado e à 
redução significativa da permanência 
hospitalar. Contudo, continua a ser uma forma 
de tratamento muito agressivo, que exige da 
equipe esforço e dedicação, ao lado dos 
cuidados modernos de reanimação. (FiguraS 
16,17,18,19,20,21,22,23 e 24). 
 
Figura 16 - Foto: Paciente de pé com incisão marcada . 
 
Figura 17 - Técnica cirúrgica: Incisão. 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 8 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
 
Figura 18 - Técnica cirúrgica: Dissecção com bisturi 
elétrico. 
 
Figura 19 - Técnica cirúrgica: Dissecção completa. 
Retalho pronto para decorticação do tecido elefantiásico 
 
Figura 20 - Técnica cirúrgica: Sutura final. 
 
Figura 21 - Técnica cirúrgica: Gessado protetor. 
 
Figura 22 - Técnica cirúrgica: Peça operatória. 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 9 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
 
Figura 23 - Foto pós-operatória (30 dias). Necrose 
superficial com tecido de granulação. 
 
Figura 24 - Foto de uma paciente 6 meses depois do 
tempo operatório da perna 
Para a correção da Elefantíase do pé, tomei 
por base a técnica descrita por DAINTREE 
JOHOSON e PFLUG, que preconizam a 
cirurgia em três tempos operatórios (Figuras 
25 e 26). 
 
Figura 25 - Cirurgia da Elefantíase do pé. Retalhos já 
dissecados. Eletrocoagulação de Verrucose linfostática 
dos artelhos 
 
Figura 26 - Retalhos do pé já suturados com drenagem a 
vácuo. 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 10 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
Confesso que ainda não estou seguro de que 
esta seja a melhor maneira de preceder. 
Certo é que o tratamento cirúrgico do 
linfedema, mesmo considerando a forma 
elefantisiáca, terá sempre adeptos e críticos. 
 
PROCEDIMENTOS CIRURGICOS 
SUPLEMENTARES 
Em certas circunstancias, cirurgias de 
pequeno porte podem contribuir para 
melhorar ou amenizar o processo e até mesmo 
controlar sua evolução. 
Assim acontece com o LINFEDEMA POR 
BRIDA AMNIÓTICA, quando se consegue 
eliminar a constriccao tissular "em anel" e 
utilizar em seguida meios conservadores para 
o tratamento. Pode haver associação com 
outra condição mórbida congênita, como no 
caso PÉ VARO, que deve ser corrigido por 
meios ortopédicos, a fim de possibilitar a 
marcha da criança, essencial também para a 
estabilização do linfedema, durante o seu 
desenvolvimento corporal (Figuras 27,28,29 e 
30). 
 
Figura 27 - Linfedema por Brida amniótica. Recém-
nascido com Pé varo e Sindactilia 
 
Figura 28 - Linfedema por Brida amniótica: Aparelho 
ortopédico de apoio. 
 
Figura 29 - Linfedema por Brida amniótica: Calçado de 
correção 
 
Figura 30 - Linfedema por Brida amniótica: Criança 
durante a marcha, antes da Correção do Pé varo. 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 11 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
Na VERRUGOSE LINFOSTÁTICA, podemos 
realizar, com o bisturi elétrico, uma 
ressecção laminar da pele, com uma técnica 
que denomino de decorticação superficial, 
com o objetivo de promover um aspecto 
menos desgracioso da pele e prevenindo 
infecções focais nas dobras cutâneas (Figura 
31). 
 
Figura 31 - Linfedema e Verrucose linfostática 
No LINFEDEMA ASSOCIADO A UMA 
ANGIODISPLASIA, sobretudo pacientes 
jovens, podemos obter resultado satisfatório 
com pequenas ressecções, em estágios 
sucessivos, que poderíamos chamar de 
cosméticas (Figuras 32,33,34 e 35). 
 
Figura 32 - Linfedema e Angiodisplastia - Criança com 6 
meses 
 
Figura 33 - Linfedema e Angiodisplastia - Criança com 9 
meses. 
 
Figura 34 - Linfedema e Angiodisplastia - Criança com 18 
meses. 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 12 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
 
Figura 35 - Linfedema e Angiodisplastia - Criança com 5 
anos 
No LINFEDEMA PÓS-MASTECTOMIA, 
preferimos métodos conservadores, de 
conformidade com a larga experiência de 
GUEDES NETO e Col., do instituto Brasileiro 
de controle do Câncer e do serviço de cirurgia 
vascular, da Santa Casa de São Paulo, que 
mantém um protocolo muito bem elaborado. 
Em alguns casos cirurgias corretivas, ao nível 
de braço, podem ter indicação. 
Somos partidários da reabilitação física no 
tratamento e na profilaxia do câncer de 
mama, bem como do linfedema como 
complicação (Figura 36). 
 
Figura 36 - Linfedema e pós-mastectomia 
Há intervenções cirúrgicas atípicas, ditadas 
pela experiência de quem lida com o assunto, 
transformadas às em verdadeiras táticas 
cirúrgicas. Ressecções parciais, em elipse, nas 
faces laterais da perna, são admissíveis, 
quando as disseccoes são limitadas, caso 
contrário podem piorar o linfedema, deixando 
cicatrizes de aspecto muito desagradáveis. 
Nas formas elefantisiácas, ditas gigantes, 
ressecções laterais ao nível da coxa podem 
ser úteis para permitir a marcha, sobretudo 
(Figuras 37 e 38) quando o paciente já se 
submeteu a outras operações excisionais. 
 
Figura 37 - Elefantíase de grande porte antes de Cirurgia 
ao nível da coxa. 
 
Figura 38 - Mesmo caso com maior aproximação. 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 13 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
Lamentavelmente, há situações em que somos 
forçados a realizar uma amputação. 
ELEFANTIASE DA PAREDE ABDOMINAL 
Uma forma rara de linfedema secundário, tipo 
inflamatório, com sucessivas linfagites de 
repetição, é a localizada na parede abdominal 
e que já descrevemos em publicação anterior. 
Neste caso foi empregada uma técnica que 
lembra uma dermolipectomia abdominal 
ampliada, realizada pelo cirurgião plástico 
professor PERSEU LEMOS, com a nossa 
colaboração (Figuras 39 e 40). 
 
Figura 39 - Elefantíase da parede abdominal: Pré-
operatório. 
 
Figura 40 - Elefantíase da parede abdominal: Pós-
operatório. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
É indispensável organizar um programa 
hospitalar especial, com equipes 
multidisciplinares, composta de médicos, 
assistentes sociais, psicólogos fisioterapeutas 
e enfermeira, como se vem tentando há vários 
anos no serviço de cirurgia vascular do 
hospital da clínicas da Universidade Federal 
de Pernambuco, a fim de melhorar os 
princípios básicos de higiene, inclusive em 
visitas domiciliares, procurando prevenir os 
acessos de linfagite, tão importantes na 
evolução do linfedema. 
REFERÊNCIAS 
1. Baumeister RG, Studa S. Treatment of lymphedemes 
by microsurgical Lymphatic grafting: What is proved? 
Plast Reconstr Surg 1990;85(1):64-74. discussion 75-
6. 
2. BouabciAS. A cirurgia de Thompson no tratamento 
dos linfedemas dos membros inferiores. Rev Hosp 
Med São Paulo 1984;39(1):40-43. 
3. Camargo MC, Marx AG. Reabilitação física no câncer 
de mama. São Paulo: Roca; 2000. 
4. Campisi C. Linfáticos: reabilitação atual para o 
tratamento do Edema linfático. Rev Bras Flebol Linfol 
1997;4(1):11-16. 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 14 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
5. Charles RH. Elephantiasis of the leg. In: Latham A 
and ENGLISH TCA System of treatment. London: 
Churchill; 1991. p. 516-29. 
6. Daintree JH, PFLUG J. The swollen leg: cause and 
treatment. London: William Heinemann Medical 
Books; 1975. p. 236-249. 
7. Degni M. New technique of drainage of the 
subcutaneous tissue of the limbs with nylon net for 
treatment of lymphedema. VASA 1974;3(3):329-341, 
Bern - 1974. 
8. Guedes Neto HJ, et alli. Considerações sobre 
Linfedema pós-mastectomia. Cir Vasc Angiol 
1995;11:107-110. 
9. Gibson T, Tough JS. A simplified one-stage operation 
for the correction of lymphedema of the leg. Arch 
Sug 1995;71(6):809-817. 
10. Handley WS. Lymphangioplasty: a new method for 
the relief of the brawny arm of breast-cancer and 
for similar conditions of lymphatic edema. Lancet 
1908;1:783-785. 
11. Jantet GH, Taylor GH, Kinmonth JB. Operations for 
primary lymphedema of the lower limbs: results after 
1-9 years. J Cardiovasc Surg 1961;2(1):27-36. 
12. Kinmonth JB. The limphatics: diseases, limphography 
and surgery. London: Edward Arnold Ltda; 1972. 
13. Kondoleon E. Die operative behandlung der 
elephantiastischen oedeme. Zentralbl F Chir 
1912;39(12):1022-1025. 
14. Kondeleon E. Die Dauerrersultate der chirurgischern 
Behandlung der elephantiastischen lymphödem. 
Munchen Med Wchnschr 1915;62(4):541-542. 
15. Mayall RC. Tratamento dos linfedemas. Rev. Brasil 
Cardiovasc 1969;5:329-346. 
16. Mowlem R. The treatment of lymphedema. Br J Plast 
Surg 1948;1:48-55. 
17. Nielubowicz J, Olszwski W. Surgical lympho-venous 
shunts for decompression of secondary lymphedema. 
J Cardiovasc Surg 1996;37(special issue):1-384. 
18. O'Brien BM. Long-term results after 
microlymphatico-venous anastosomoses for the 
treatment of obstructive lymphedema. Plast Reconstr 
Surg 1990;85(4):562-72. 
19. Servelle M. Surgical treatment of lymphedema: a 
report of 652 case. Surgery 1987;101(4):485-495. 
20. Silva W. Elefantíase dos membros inferiores. 
contribuição ao tratamento cirúrgico. Tese - 
Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Vascular 
da UFPE, Recife, 1985. 
21. Silva W. Li nfedema dos membros inferiores. in: 
Moraes IN, Mello JB, Nahas P. Residente de cirurgia. 
São Paulo: Roca; 1992. p. 1009-1012. 
22. Silva W. Doenças dos linfáticos. In: Lane JC, Bellen 
BV. O exame de paciente vascular São Paulo: BYK; 
1995. Capítulo 13. p. 121-129. 
23. Sistrunk WE. Further experience with the Kondoleon 
operation for elephantiasis. JAMA 1918;71:800-806. 
24. Sistrunk WE. Contribution to Plastic Surgery. Ann 
Surg 1927;85:185-193. 
25. Thompson N. Surgical treatment of chronic 
lymphedema of the lower limb. with preliminary 
report of new operation. Br Med J 1962;2(17):1566-
1573. 
26. Thompson N. The surgical treatment of chronic 
lymphedema of the extremities. Surg Clin North Am 
1967;47(5):445-503. 
27. Vermeulen WJ. Experience with the Thompson 
Procedure as treatment for filarial elephantiasis of 
the extremities. in: Clodius L. Lymphedema. 
Supplement to "Lymphology". Stuttgart: Georg 
Thieme Publishers; 1977. Capítulo 9; p. 121-129. 
28. Carnochan JM. Elephantiasis Arabum of the right 
inferior extremity successfully treated by ligature 
of the femoral artery. New York J Med 
1852;9(2):161-169. 
Versão prévia publicada: 
Nenhuma 
Conflito de interesse: 
Nenhum declarado. 
Fontes de fomento: 
Nenhuma declarada. 
Data da última modificação: 
15 de junho de 2001. 
Como citar este capítulo: 
Silva W. Tratamento cirúrgico do lindefema. In: Pitta GBB, 
Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: 
guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. 
Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
 
Sobre o autor: 
 Tratamento Cirúrgico do Linfedema Waldemy Silva 
 16/05/2003 Página 15 de 15 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL:http://www.lava.med.br/livro 
 
Waldemy Silva 
Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Vascular da 
Unverisidade Federal de Pernambuco, 
Recife, Brasil. 
Endereço para correspondência: 
Rua Samuel Pinto 90, apto. 202 
Boa Vista 
50.050-240 Recife, PE. 
Fone/fax: +81 3221 3289

Continue navegando