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relatorio tati[1] modificado

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11
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO SURDEZ
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Tatiana Garcia Flores
SANTA MARIA, RS, Brasil
2017
ESTÁGIO SUPERVISIONADO SURDEZ
por
Tatiana Garcia Flores
Relatório apresentado ao Curso de Educação Especial como requisito parcial para a aprovação na Disciplina de Estágio Supervisionado Surdez.
Orientadora: Patrícia Fantinel Trevizan
SANTAMARIA, RS, Brasil
2017
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Educação
Curso de Educação Especial
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, 
Aprova o Relatório de 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO SURDEZ
Elaborado por
Tatiana Garcia Flores
como requisito parcial para a aprovação na Disciplina de Estágio Supervisionado Surdez.
COMISÃO EXAMINADORA:
Patrícia Farias Fantinel Trevisan
(Orientadora) e Ana Paula
Santa Maria, 20 de novembro de 2017.
APRESENTAÇÃO
Estágio realizado na área da surdez, trazendo no seu contexto de realização uma experiência para formação na área da Educação Especial, com a intenção de inclusão de todos os sujeitos independente de suas diferenças e deficiências.
Este estágio foi feito com uma menina surda, com resto auditivo e que a sua surdez vem crescendo junto com sua angústia de não conseguir entender de forma clara que está sendo oralizando em sua volta.
Com essa experiência sentiu-se a necessidade da apresentação da cultura surda para que ela e sua família tivessem esse conhecimento e algumas informações, que nunca se fizeram presentes na vida dessa família.
CAPÍTULO I- CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
Breve contextualização da história da educação dos surdos.
Conforme Strobel(2009)
Na história de surdos dividimos em 3 grandes fases:
1. Revelação cultural: Nesta fase os povos surdos não tinham problemas com a educação. A maioria dos sujeitos surdos dominava a arte da escrita e há evidência de que antes do congresso do Milão havia muitos escritores surdos, artistas surdos, professores surdos e outros sujeitos surdos bem-sucedidos.
2. Isolamento cultural: ocorre uma fase de isolamento da comunidade surda em consequência do congresso de Milão de 1880 que proíbe o acesso da língua de sinais na educação dos surdos, nesta fase as comunidades surdas resistem à imposição da língua oral.
3. O despertar cultural: a partir dos anos 60 inicia uma nova fase para o renascimento na aceitação da língua de sinais e cultura surda após de muitos anos de opressão ouvintista para com os povos surdos.
Buscando os acontecimentos e fatos históricos, notamos que é uma história de luta por espaço e reconhecimentos e esse povo por muito tempo foi anulado. Como se viu teve altos e baixos e hoje ainda precisa lutar pelos direitos como a sua comunicação que é a visual espacial. Com relação ao atendimento na educação em hospital em na sociedade em geral se deixa muito a desejar por não são compreendidos e não disponibilizarem mais tradutores interpretes e priorizarem a língua oral. 
A escola E.E.M. Açorianos é uma escola que fica localizada no bairro Krahe, em Viamão. Escola foi descoberta na entrada do contrato emergencial e lá tem uma menina no primeiro ano das séries iniciais. A professora da turma gostou de saber que teria uma contribuição no ensino até por ela ter algumas dificuldades de atender a aluna. Quando a orientadora foi até a escola e passou a forma como seria realizado este trabalho com aplicação de projetos incluindo uma aluna surda foi bem vindo por se tratar de projeto de inclusão. Nesta escola, eu atuo como educadora especial em sala de recursos em um turno de 40 horas semanais desde julho de 2017. Devido à necessidade de realizar este trabalho, busquei, dentro da escola, uma aluna que atendesse às exigências pertinentes ao estágio.
A escola possui uma sala de recursos com materiais para atender os alunos com deficiências e diferenças, porém não possui um tradutor intérprete. Como a realidade da Rafa e sua surdez vêm se construindo por se tratar de uma perda degenerativa, o objetivo dos planejamentos foi trazer o mundo do surdo, sua cultura e artefatos para essa turma com o objetivo de incluir a aluna surda e ao mesmo tempo passar o entendimento para a turma, de modo que a comunicação venha se diferenciar e apresentar uma proposta bilíngue. A escola tem uma política de inclusão verdadeira que se dá em vários sentidos, tanto em adaptar para os casos de deficiência, como também se condiciona a atender as diferenças sociais e culturais, sendo bem atuante neste sentido. A equipe diretiva tem como missão integrar os alunos e procura sempre atender as demandas com um olhar humano e preocupado.
Conforme o projeto político pedagógico:
A proposta pedagógica da escola fundamenta-se em princípios definidos na filosofia do desenvolvimento humano. É um dos pilares da praxe educativa, pois são as relações que se estabelecem com as experiências anteriores e com o meio sociocultural, que modificam o pensamento e a maneira de ser e de fazer, abrindo caminho ao desenvolvimento pessoal; um clima de afeto favorecerá a construção de valores e de saberes.
Educação possui um caráter flexível e adaptável aos novos tempos e, fundamentalmente, depende da realidade concreta do homem. Seus diferentes conceitos abordados a uma proposta pedagógica de ensino-aprendizagem pressupõem profunda reflexão e estruturação numa prática que abrange diferentes indivíduos, cada um com suas histórias, experiências e valores. Repensar o fazer educativo é ter presente o espírito de interação com a realidade em que se atua, significando o que é proposto, sobrepondo aos temas desenvolvidos a partilha do diálogo, a partir das vivências em que os estudantes elaboram pensamentos e dúvidas: o construir da plasticidade de elementos que provocam a curiosidade e o prazer.
Portanto, é uma educação que leva em consideração as realidades onde o diálogo e os debates sempre estão presentes e as pessoas compartilham as suas experiências. Todos tem seu espaço para abordarem suas contribuições. Dessa forma os professores usam as provocações que são necessárias para instigarem as vontades de aprender.
Rafaely tem seis anos e está no primeiro ano das séries iniciais. Ela possui 30% de resto auditivo no ouvido esquerdo e no direito já não escuta mais. Sua surdez é consequência de otite e está agravando, e fazendo as observações, percebe-se que os colegas e professora se comunicam com ela com base no grito. Como ela é a única que tem essa realidade, acaba sendo distanciada e se excluindo mais dos seus colegas de sala.
Ao conversar com a mãe de Rafaely, o objetivo é fazer um implante, tentar um atendimento com fonoaudiólogo e corrigir essa situação, que por eles é visto como uma “deficiência”. A família é de uma realidade bem humilde e possui poucos recursos. Rafaely tem dois irmãos pequenos e seu pai está preso.
Na conversa realizada com a mãe foi comentada a intenção de trazer para a menina a língua de sinais, sua importância e riqueza. Foi explicado que não se tratava de uma imposição da língua, mas de outra forma de expressar sentidos e significados, agregando os diferentes saberes e culturas. A mãe concordou e apoiou o projeto de inserção à língua de sinais.
Dentro de todas estas realidades que acontecem na vida da aluna, pude trazer nos planos de aula a apresentação dessa cultura, através da literatura surda e também apresentar alguns sinais como: cores, dias da semana e cumprimentos. Apesar de ter ocorrido a greve enquanto era realizado o estágio, conseguimos trabalhar com a educanda na sala de recursos, tanto de forma individual como em grupo, fomentando o diálogo em língua de sinais, promovendo uma aprendizagem eficaz e incentivando a integração no ambiente escolar. 
A importância de aprendere ao mesmo tempo de se fazer entender foi usada como prioridade e objetivo dentro deste projeto, por se tratar de alguém que oraliza e está perdendo a sua audição. Pude usar a fala com a aluna, mas procurei apresentar a cultura surdo para que ela pudesse entender o valor dessa cultura e gostar de usar as suas mãos para se comunicar. A sala de recursos possui muito materiais de libras, como jogos e livros com literatura surda. Entretanto, o que se buscou mesmo foi trazer essa cultura de forma interessante para uma menina que além da surdez, já possui outros laudos de hiperatividade. Em um comentário da aluna ficou claro o sofrimento sobre a questão de não escutar, dizendo que o ouvido era feio. Desta forma, foi trabalhada com competência e compreensão, a autoestima da aluna.
No primeiro projeto: Conhecendo a cultura surda onde é apresentada a cultura surda para essa turma, afim de que eles reconheçam e possam fazer uso desses artefatos, com uma proposta de integração de ouvinte para surdo e surdo para ouvinte e com isso, pude trazer nos planos de aula a apresentação da cultura e alguns artefatos culturais, como a literatura surda, com uma proposta lúdica, o uso de jogos, brincadeiras desenvolvendo e estimulando o aprendizado e as convivências com as diferenças. 
Para o professor, as ideias de trabalhar de forma diferenciada e mais direcionada ajuda o aluno surdo a atingir a aprendizagem, através da adaptação das atividades.
CAPÍTULO II - ANÁLISES
Plano 1
O primeiro plano teve o objetivo de apresentação da cultura surda para turma da Rafa, cujo o tema é “Conhecendo a cultura surda”. Este passo foi dado para conhecerem a realidade de uma forma lúdica e interessante como a literatura surda. Trata-se de uma realidade que está presente nessa escola e não pode ser negada. Para essa menina ser incluída, de fato, ela precisa apropriar-se dessa cultura e da língua de sinais. Para que seus colegas possam fazer parte dessa inserção, é necessário criar diálogos dentro do contexto da surdez. 
O projeto teve como justificativa o reconhecimento da importância de se conhecer outras culturas que estão presentes no ambiente que até então não eram reconhecidas, promovendo um sentimento de valorização do outro, e não de negação.
Segundo Silveira, Bonin e Silveira (2011, p.1)
[...] colocar a literatura infantil a serviço de objetivos de informação e formação da infância tem sido práticas correntes desde seu surgimento e se concretiza sob formas diversas, que podem ir da doutrinação evidente e sem rodeios até a concretização de determinadas ideias e tramas imaginativas e sedutoras.
Em suma, esta proposta veio para mostrar, de forma alegre, que podemos estimular e fomentar a imaginação através de uma cultura surda e seus sinais, trazendo novos contextos que agregam a participação de todos, sem a negação de alguns alunos.
PLANO 2
Foi realizado somente em sala de recursos devido a greve dos professores. O plano cujo o tema é “ Conhecendo cores e números através da língua de sinais”, tendo o objetivo inserir a língua de sinais para que aluna se aproprie dessa cultura e ao mesmo tempo fazer com que seus colegas participem, com a intenção de que a comunicação se estabeleça de forma inclusiva.
O projeto teve uma proposta de intervenção que buscou utilizar as artes plásticas com as cores e suas misturas dessa forma foi aplicado as cores primárias e secundárias. Após estas atividades ocorriam às comunicações em língua de sinais correspondente a cada cor ou a atividade que estivesse sendo aplicada.
Para Bello (2003 p.2) “ a arte é uma forma de produção e reprodução cultural que só pode ser compreendida dentro do contexto e dos interesses de sua culturas de origem e apropriação”.
Rafaely demostrou interesse em fazer as atividades, porém não se sentia muito a vontade com as filmagens, enquanto seus colegas queriam participar ela às vezes tinha interesse em outros jogos. Ao passar vídeos da literatura surda, ela queria ver os filmes da Barbie, então tinha fazer combinados com ela para que ela assistisse primeiro o da atividade proposta e depois o da Barbie. Enquanto passava o vídeo ela colocava a caixa de som no ouvido que tem resto auditivo. Essa situação de não escutar incomoda a Rafa, este trabalho de se apresentar essa cultura para que a mesma se aproprie terá que ter uma continuidade após o estágio. Pois o mundo que o cerca é de ouvintes e sua surdez vem aumentando. Ela precisa conhecer seus semelhantes para que ela encare isso de forma que não seja como um problema ou algo que ela se sinta diminuída.
Conforme Vidal compartilhando crescimento:
Cresci em ambientes ouvintes, e quando descobri a comunidade surda passei a viver um conflito cultural. Cresci oralizada. Era perceptível a lentidão do meu desenvolvimento. Ligo este fato ao não acesso ás informações, ao não entendimento de notícias diárias, que para mim, nunca eram bem explicadas. [...] Quando aprendi Libras, descobri um mundo novo, passei a entender coisas simples. [...] senti a vida fluir de forma mais prazerosa. O contato com as Libras foi a chave para o meu desenvolvimento, o caminho da construção da minha identidade.( Vidal, 2008,p.126)
Usamos este exemplo por acreditar que se a aluna Rafaelly se apropriasse dessa identidade pudesse a encontrar seu entendimento e sua comunicação começasse a fluir de uma forma mais natural e prazerosa. 
A atividade das cores proporcionou momentos felizes. Realizou este trabalho com outras meninas que é atendida na sala de recursos. Tiveram uma sintonia e ficaram atentas aos sinais ensinados que correspondem as cores primárias.
Percebeu-se que a realização de trabalho em grupo a aluna surda interage melhor segundo Costas (2005 p.52).
Se a escola se inclui na coletividade, todos os indivíduos constroem seus processos superiores em relações interativas. A construção dos conceitos científicos está no patamar das funções superiores. Então todo ser humano poderá desde que lhe sejam oferecidas estratégia de aprendizagem apropriar-se de conceitos científicos, porque é através de atividades de ensino que os mesmos são apropriados de humanidade.
As atividades das saudações ela demostrou-se resistente às fotos e vídeos, então deixei a vontade sem insistir, Rafaely por vezes chegava triste ou inquieta e sem paciência. A mãe explicou que em casa ela estava muito irritada e brigando com os irmãos e a noite não estava dormindo bem. Portanto as irritabilidades e chateações tinham motivo. 
Com relação à inclusão de aluno surdo em uma escola regular devemos repensar muito a forma de acolher este aluno, por falta de conhecimento a forma de lidar com o mesmo de forma errada não acreditando que este aluno possa aprender ou até mesmo se desenvolver potencialmente, fazendo relações erradas com outros casos pensando que não conseguirá atende-lo.
Quando recebemos um aluno independente de sua deficiência ou diferença,
Conforme Lopes e Menezes (2010 p.74)
Recebê-lo dentro da escola implica práticas que lembrem o quanto esse aluno é especial e o quanto ele está ali porque isso lhe foi concedido. Atos e gestos mostram quem é o aluno incluído, o quanto ele pode aprender, até onde ele evoluirá em sua aprendizagem. 
Não podemos nos deter na sua deficiência, mas sim no seu potencial, como educador devemos ser éticos e acreditar na capacidade humana.
CONSIDERAÇÕES E ENCAMINHAMENTOS FINAIS 
Durante a aplicação deste projeto, foi percebido que a aluna sequer tinha visto alguém surdo ou tido contato com a cultura ou comunidade surda. Ao conversar com a mãe a mesma falou que conhecia, mas pouquíssimo.
Na escola a professora tem um conhecimento bem superficial sobre a língua de sinais e sua cultura, em cada projeto se abordou a literatura e cultura surda. Pelo fato de ela estar perdendo a sua audição, defendo a ideia da apropriação cultural e o conhecimento sobre libras. Então foi abordado com a família e a turma sobre a comunidade surda e a importância dessa união e fortalecimento dessa comunidade para alémdela encontrar pessoas com suas características ela verá o quanto é positivo ter pessoas na sua volta que compartilham experiências em comum.
Foi constatado que não é uma tarefa tão fácil, que além de boa vontade da comunidade escolar a família precisa estar de acordo com essa forma de ensino.
Penso que a educação bilíngue seja a melhor solução com professores preparados e também tradutores intérpretes para auxiliar os ouvintes e surdos. 
Portanto é preciso pensar que este aluno não pode simplesmente estar em uma classe regular e chamarmos de inclusão. Não basta ter uma sala de recursos com diversos materiais se não haver o comprometimento do grupo escolar. No que se refere à surdez ressalto a importância do sujeito fazer parte de sua comunidade.
Mas quando se trata de uma surdez que é encarada de forma clínica e com intenção de cura, fica difícil se opor, quando temos a mídia com toda a força mostrando os implantes com todo seu sensacionalismo. 
Antes de fazer este estágio em menos de um ano iniciei um curso de tradutor intérprete em língua de sinais, me ajudou a trabalhar com alguns sinais e, além disso, já participei de reuniões e associação de surdos. 
Quando estive neste local diversas vezes me senti um pouco deslocada, por não dominar a língua. Mas ao mesmo tempo me deslumbrava ver os surdos com sua comunicação incrível com seus pares. Penso que quanto desconforto sente um surdo por não compreender e não ser compreendido.
Hoje vendo a educação pública tão sucateada e os profissionais tão desgastados com a desvalorização. Que tantas vezes precisamos agir de forma mais eficaz e nos sentimos impotentes com situações as vezes que fogem do nosso alcance como a relação familiar dos alunos que estão em crise e resulta em fracassos.
Por isso precisamos fazer a diferença e nos sensibilizar com o que pode estar acontecendo no contexto do aluno, não devemos simplesmente nos abster. Pois isso resultará em ganhos na educação dos educandos, fazendo a intervenção necessária com responsabilidade e interesse em incluí-los de fato. Isso é uma causa a se abraçar e realmente atuar como um educador especial.
REFERÊNCIAS
KARNOPP, Lodenir; KLEIN, Madalena; LUNARDI- LAZZARIN, Márcia L. (Orgs.) Produção, circulação e consumo da cultura surda brasileira. In: _______. Cultura surda na contemporaneidade: negociações, intercorrências e pro-vocações. Canoas: Ulbra, 2011. p.15-28.
QUILES, Raquel Elisabeth Saes. Revista Educação Especial/v.28/n.51/p.53-66/jan./abri.2015 Santa Maria
Disponível em: <http//www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial>
ANEXOS
Fotos dos alunos e projetos pedagógicos realizados durante o estágio
Literatura surda – livro Cinderela Surda
Literatura surda – livro Cinderela Surda
Literatura surda – livro Cinderela Surda
Cores na língua de sinais 
Tapete ludico
Cores primárias na língua de sinais 
Blocos geométricos
EDE 1105 ESTÁGIO SUPERVISIONADO/SURDEZ “A”
PROJETO PEDAGÓGICO
Aluna: Tatiana Garcia Flores
1. IDENTIFICAÇÃO DA TURMA/ALUNOS: aluna Rafa, com 6 anos, está no primeiro ano das séries iniciais.
2. TEMA: conhecendo a cultura surda
3. PERÍODO: cinco semanas
4. OBJETIVO GERAL: Apresentar a cultura surda para essa turma, afim de que eles reconheçam e possam fazer uso desses artefatos, com uma proposta de integração de ouvinte para surdo e surdo para ouvinte.
4.1 Objetivos Específicos:
Possibilitar momentos lúdicos com jogos pedagógicos com libras;
Viabilizar o conhecimento da literatura surda;
Proporcionar situações para que os alunos se expressem através de desenhos, pinturas e mímica.
5. JUSTIFICATIVA: esse projeto tem como justificativa o reconhecimento da importância de se conhecer outras culturas que estão presentes no ambiente e até então não são reconhecidas, promovendo um sentimento de valorização do outro, e não de negação.
6. DESCRIÇÃO DETALHADA DAS ATIVIDADES SEMANAIS:
6.1. 1ª SEMANA:
- Conteúdo: literatura surda.
- Metodologia: em sala de AEE, mostrarei o vídeo da Cinderela surda. (https://www.youtube.com/watch?vaw2ts6GfuLI), depois que Rafa olhar o vídeo, falarei sobre o mundo surdo e mostrarei que alguns jogos da sala de AEE têm libras. Apó, iremos trabalhar com o jogo da memória e com a tradução em libras também, e a cada acerto faremos junto o sinal correspondente.
No outro dia, em sala de aula, será realizada uma atividade no AEE, o mesmo vídeo será exibido em projetor para toda a turma e então, falarei acerca da cultura surda, sobre a forma como eles se expressam, e levarei jogos de memória com os sinais em libras. Praticaremos alguns sinais dos jogos conforme os acertos da mesma forma que foi realizado no AEE. 
- Atividades: vídeo, jogo da memória com sinal em libras;
- Recursos: jogos de memória, computador e data show;
- Avaliação: será avaliada a participação, interesse, as aprendizagens da educanda e do restante da turma.
6.2. 2ª SEMANA:
- Conteúdo: jogos com sequências lógicas de imagens e jogos de expressões;
- Metodologia: no primeiro momento trabalharemos com várias sequências lógicas de imagens e recursos da sala de AEE. Após essa atividade, brincaremos de mímica. Inicialmente será realizada em sala de AEE e no outro dia será realizada com toda a turma. Ao término dessas atividades, darei apoio à professora na sala e auxiliarei a Rafa em suas atividades;
- Recursos: jogos de sequência lógica e o corpo. 
- Avaliação: será avaliada a participação, interesse, as aprendizagens da educanda e do restante da turma.
6.3. 3ª SEMANA:
- Conteúdo: alfabeto em libras com jogo de bingo;
- Metodologia: falarei sobre o alfabeto e mostrarei que cada letra possui o seu sinal, sendo cada sinal correspondente a cada letra. Irei propor um bingo com a letra do alfabeto em libras. A cada letra selecionada cantarei o verbo da comunidade ouvinte. Essa atividade será realizada em AEE e repetida em sala de aula no outro dia;
- Atividades: vamos juntos conhecer as letras do alfabeto em libras e jogar bingo;
- Recursos: jogo pedagógico de bingo com as letras do alfabeto em libras;
- Avaliação: será avaliada a participação, interesse, as aprendizagens da educanda e do restante da turma.
6.4. 4ª SEMANA:	
- Conteúdo: figuras geométricas;
- Metodologia: Em um primeiro momento colocarei este vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=2arTcHBtEek) sobre formas geométricas com a explicação, utilizando os sinais em libras. No segundo momento utilizarei jogos de encaixe com figuras geométricas. Como o sinal das figuras geométricas é apenas o formato, vamos exercitar esses sinais. Haverá a repetição em sala de aula, e outro momento será realizado para dar apoio a Rafa;
-Atividades: vídeo, jogos e libras com as formas geométricas;
- Recursos: data show e jogos de encaixe das figuras geométricas;
- Avaliação: será avaliada a participação, interesse, as aprendizagens da educanda e do restante da turma.
6.5. 5ª SEMANA:
- Conteúdo: literatura surda;
- Metodologia: Na sala de AEE irei colocar o vídeo do Patinho Feio, traduzido em libras sem áudio. No segundo momento colocarei o vídeo com o áudio e levarei o livro com ilustração da tradução para que todos manuseiem. Em um terceiro momento solicitarei um desenho sobre a história para analisarmos alguns sinais do livro. Repetirei essa atividade em sala de aula e em outra ocasião irei acompanhar as atividades com a Rafaely;
- Recursos: data show, papel, lápis e lápis de cor;
- Avaliação: será avaliada a participação, interesse, as aprendizagens da educanda e do restante da turma.
PLANO 2
EDE 1105 ESTÁGIO SUPERVISIONADO/SURDEZ “A” (Atividades envolvendo libras nas cores, dias da semana, números e saudações).
PROJETO PEDAGÓGICO
Aluna: Tatiana Garcia flores 
1. IDENTIFICAÇÃO DA TURMA/ALUNOS: Aluna Rafaely, com 6 anos, está no primeiro ano das séries iniciais;
2. TEMA: conhecendo cores e números através dalíngua de sinais;
3. PERÍODO: cinco semanas;
4. OBJETIVO GERAL: inserir a língua de sinais para que aluna se aproprie dessa cultura e ao mesmo tempo fazer com que seus colegas participem, com o objetivo de que a comunicação se estabeleça de forma inclusiva.
4.1 Objetivos Específicos:
Apreciar a cultura surda, através do uso da língua de sinais, de atividades plásticas, linguísticas e tecnológicas;
Ampliar a experiência visual, através de atividades fundamentadas na pedagogia surda;
Adquirir a língua de sinais;
Conhecer as cores  primárias e secundárias, junto com seu sinal de libras;
Vivenciar os sinais dos dias da semana em libras;
Interagir com os colegas através da comunicação bilíngue.
5. DESCRIÇÃO DETALHADA DAS ATIVIDADES SEMANAIS:
5.1. 1ª SEMANA:
- Conteúdo: as cores em libras;
- Metodologia: em sala de AEE mostrarei as cores primárias amarelo, azul e vermelho. Utilizando folhas de color set, vamos recortar em círculos folhas nas cores amarelo, verde e azul, depois iremos colar no papel ofício que terá a marca do círculo as cores primárias. Após essa atividade dos círculos ensinarei o sinal de cada cor nas línguas de sinais. Ao término deste momento praticaremos os sinais.
- Atividades: vídeo, pintura e prática de libras. 
- Recursos: folha de ofício computador e data show.
- Avaliação: Será avaliada a participação, interesse, as aprendizagens da educanda e do restante da turma.
6.2. 2ª SEMANA:
- Conteúdo: cores secundárias em libras 
- Metodologia: No primeiro momento darei uma folha de desenho e tinta tempera as três cores primárias. Nessa folha ela fará as misturas com as tintas para chegarmos as cores secundárias. Depois faremos os sinais em libras das cores secundárias.
 - Recursos: tinta têmpera, folhas de desenho.
- Avaliação: Será avaliada a participação, interesse, as aprendizagens. 
6.3. 3ª SEMANA:
- Conteúdo: hora do conto em libras
- Metodologia: https://www.youtube.com/watch?v=FTMMultv5gA
Passarei em vídeo no data show para a Rafa e seus colegas que estão frequentando o AEE a história dos três porquinhos em língua de sinais e também sonora. Assim que terminar o vídeo. Ensinarei os números até 10 em libras e juntos vamos praticar estes sinais.
- Atividades: apreciar a hora do conto e aprender os números em libras.
- Recursos: data show.
- Avaliação: Será avaliada a participação, interesse, as aprendizagens da educanda e do restante da turma.
6.4. 4ª SEMANA:	
- Conteúdo: sinais em libras dos dias da semana
- Metodologia: 1° momento: vamos falar sobre os sinais que existem para os dias da semana, após essa fala passarei um vídeo com os sinais dos dias da semana. Depois vamos praticar. Essa atividade será realizada em AEE e depois novamente repetida em AEE, porém com mais alunos.
-Atividades: praticar a língua de sinais para os dias da semana
- Recursos: Data show e
- Avaliação: Será avaliado a participação, interesse e o reconhecimento dos sinais.
6.5. 5ª SEMANA:
- Conteúdo: saudações em libras
- Metodologia: 1° momento contemplará um vídeo sobre saudações em libras, após este momento farei duplas para realizarem um diálogo breve de comprimento.
- Recursos: Data show, papel, lápis e lápis de cor.
- Avaliação: Será avaliada a participação, interesse, as aprendizagens da educanda e do restante da turma.

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