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www.cers.com.br DPC 2014 DIREITO PENAL GEOVANE MORAES 1 GEOVANE MORAES EXCLUDENTES DE ILICITUDE (art. 23 do CP) NORMATIVOS - Estado de Necessidade - Legítima Defesa - Estrito Cumprimento do Dever Legal - Exercício Regular do Direito. SUPRALEGAL - Consentimento do ofendido em relação a bens jurídicos disponíveis OBSERVAÇÃO IMPORTANTE Consentimento do Ofendido 1ª. Corrente doutrinária – excludente de tipicidade. 2ª. Corrente doutrinária – excludente de ilicitude. CONSENTIMENTO DO OFENDIDO Requisitos (corrente majoritária) - Ofendido com capacidade, discernimento e voluntariedade para consentir; - O bem jurídico objeto do consentimento, de acordo com a razoabilidade do homem médio, deve ser disponível; - Consentimento dado anteriormente ou no máximo, simultaneamente à conduta ofensiva; ESTADO DE NECESSIDADE DICA INICIAL - Com base na Teoria Monista ou Unitária, adotada pelo ordenamento penal brasileiro, o estado de necessidade é justificante, ou seja, em sendo caracterizado, sempre eliminará a ilicitude. ESTADO DE NECESSIDADE (art. 24 do CP) Características elementares para a configuração do estado de necessidade: a) Perigo atual : é o perigo presente, concreto, perceptível sensorialmente, isto é, aquele que está acontecendo , embora não precise ter atingido obrigatoriamente o bem jurídico; b) Ameaça de direito próprio ou alheio: o termo direito, nesse caso, está aplicado em sentido amplo, abrangendo bens jurídicos tutelados pelo ordenamento penal, tais como vida, liberdade, patrimônio. A intervenção necessária poderá ocorrer tanto para salvar bem jurídico próprio quanto de terceiro; c) Situação não causada voluntariamente por quem está se utilizando do excludente e que lhe seja inevitável; d) Inexistência do dever legal de evitar ou enfrentar o perigo: não existe, da mesma forma, o estado de necessidade se o sujeito tem, por força de lei, o dever de enfrentar o perigo (ex.: não pode o capitão do navio salvar sua vida às custas da vida de um passageiro); e) Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado: impõe a proporcionalidade entre a gravidade do perigo e a gravidade da lesão causada; DICAS Estado de necessidade agressivo A conduta do agente atinge bem jurídico www.cers.com.br DPC 2014 DIREITO PENAL GEOVANE MORAES 2 diverso de onde emana a situação de perigo concreto; Estado de necessidade defensivo A conduta do agente atinge bem jurídico de onde emana a situação de perigo. DOIS TEMAS CABULOSOS - Existe estado de necessidade putativo? - O furto famélico caracteriza estado de necessidade? LEGÍTIMA DEFESA (art. 25 do CP) Características elementares para a configuração da legítima defesa: a)Uso moderadamente dos meios necessários; b) Agressão injusta c) Perigo atual ou iminente; d) Direito seu ou de outrem LEGÍTIMA DEFESA Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. TEMAS CABULOSOS - Na legítima defesa, é necessário dicotomia dos bens jurídicos protegidos? - É cabível legítima defesa contra agressão de inimputáveis? - É possível existir legítima defesa recíproca? - É possível existir legítima defesa real em face de legítima defesa putativa? - Seria cabível legítima defesa diante de estado de necessidade? - Caberia legítima defesa contra multidão? - É possível legítima defesa sucessiva? - Qual a natureza jurídica dos ofendículos? ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL Não pratica crime quem faz exatamente o que a lei determina. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO Não há de se responsabilizar alguém que praticou ação ou omissão amparado pela norma. TEMA ALTAMENTE CABULOSO - O delegado de polícia pode reconhecer excludentes de ilicitude e não proceder a lavratura de APFD? LEI 12.830/13 Art. 2o As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. § 1o Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais. DA IMPUTABILIDADE PENAL INIMPUTÁVEIS (art. 26 do CP) Art. 26 – é isento de pena o agente que por doença mental, desenvolvimento mental www.cers.com.br DPC 2014 DIREITO PENAL GEOVANE MORAES 3 incompleto ou retardado era ao tempo da ação ou da omissão inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou se portar de acordo com esse entendimento. INIMPUTÁVEIS (art. 26 do CP) Considera-se doença mental qualquer patologia de natureza psiquiátrica ou psicológica que assim seja reconhecida pela Organização Mundial de Saúde. O desenvolvimento mental incompleto ou retardado são todos os demais transtornos que impedem ou diminuem a capacidade do indivíduo de compreender a realidade e de portar-se de acordo com o que a coletividade espera. INIMPUTÁVEIS (art. 26 do CP) Redução de pena Art. 26, Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. E QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS? ISENÇÃO DE PENA Ao tempo da ação ou omissão, é necessário que o agente esteja sobre o efeito da doença mental ou desenvolvimento metal incompleto ou retardado e que seja absolutamente incapaz de entender o caráter ilícito de seu feito ou de portar-se de acordo com esse entendimento. DIMINUIÇÃO DE PENA Caso ao tempo da conduta, a doença mental ou o desenvolvimento mental completo ou retardado se manifestarem, mas estes não geraram no agente a inteira incapacidade teremos um fator de redução de pena de 1\3 a 2\3, nos termos do art. 26, parágrafo único. EMOÇÃO E PAIXÃO A emoção e a paixão NÃO excluem a imputabilidade penal. EMBRIAGUEZ Art. 28, II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. EMBRIAGUEZ Quanto à intensidade: Completa quando o agente perdeu a noção de justo, injusto, do que faz ou que deixa de fazer. Incompleta o indivíduo tem a capacidade de entendimento diminuída, mas não perde a percepção e a compreensão total do mundo a sua volta. www.cers.com.br DPC 2014 DIREITO PENAL GEOVANE MORAES 4 EMBRIAGUEZ Quanto à origem:a) Voluntária ou culposa b) Caso fortuito ou força maior c) Preordenada a) Voluntária ou culposa – quando o agente ingeriu o entorpecente porque assim o desejou. A embriaguez se exaure nela mesma. Ex: Sair para beber com os amigos e ficar embriagado ou fumar um cigarro de maconha porque quer experimentar a sensação. b) Caso fortuito ou força maior – o estado de embriaguez é decorrente de uma circunstancia sobre a qual o agente não tem o controle. Ex: Cidadão que trabalha em uma indústria química onde ocorre um vazamento acidental de um gás com efeito entorpecente, mas sendo este gás inodoro e incolor. O cidadão inala esse gás, mas sem saber, ficando altamente entorpecido. Isso é embriaguez decorrente de caso fortuito ou força maior. c) Preordenada –Nessa modalidade, também conhecida como premeditada, o status de embriaguez não é um fim, e sim um meio para o cometimento do delito. Aqui, o agente embriaga-se de caso pensado, dolosamente, para valer-se desse status como mecanismo facilitador da prática da conduta delituosa. Ex: o agente que vai assaltar um banco, mas está nervoso e ingere cocaína com pólvora para criar coragem e praticar a conduta delitiva. A embriaguez preordenada é um agravante genérico, nos termos do art. 61 do CP.
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