Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO AGRÁRIO CONTRATOS AGRÁRIOS Características dos CA: - consensualidade: manifestação da vontade. - bilateralidade: obrigam reciprocamente; há interdependência de obrigações. - onerosidade: visa-se á obtenção de benefícios e há obrigações para ambas as partes. - comutatividade: equivalência nas prestações. - trato sucessivo: obrigações continuadas e não se esgotam numa só relação. - formalidade: forma escrita e registrada; mas não há forma rígida – art. 92 ET (podem ser provados por testemunhas independentemente do valor). - limitabilidade da liberdade de contratar: a lei exige cláusulas obrigatórias e, por outro lado, irrenunciabilidade de direitos. Conceito: Por contrato agrário, devem ser entendidas todas as formas de acordo de vontade que se celebrem, segundo a lei, para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos vinculados à produtividade da terra (Otávio M. Alvarenga, apud MARQUES, Benedito Ferreira. Direito Agrário Brasileiro). Modalidades - nominados (ou típicos): arrendamento e parceria. - inominados (ou atípicos): comodato, empreitada. Princípios Supremacia do interesse público sobre o privado: imposição de cláusulas obrigatórias / proibição de renúncia de direitos / estabelecimento de prazos mínimos e preço de arrendamento Função social do contrato – art. 421 CC: promoção do interesse social e proteção do hipossuficiente Liberdade de forma – art. 92 ET e art. 11 Reg. Equivalência das prestações – art. 423 CC – prestações equilibradas e justas / vedação da desproporção que acarrete oneração excessiva Proteção ao hipossuficiente – art. 13 Reg.: interpretação das cláusulas; assistência jurídica – art. 78 Reg.; assistência creditícia; Proteção dos recursos naturais – art. 13, II, b e c Reg. Elementos obrigatórios: obrigações legais – independentemente da forma e da modalidade. - preservação ambiental - equilíbrio contratual – art. 13 ET (citar casos do material). Partes: é ato jurídico, então, requer agente capaz, objeto lícito, forma prescrita em lei Art. 1° Reg.: proprietário (arrendante/parceiro outorgante) x arrendatário/parceiro outorgado (pessoa ou conjunto familiar) Objeto: produtividade - terra (arrendamento ou parceria agrícola) - gado: parceria pecuária Espécies típicas - Arrendamento: uso e gozo do imóvel rural – locação. Pagamento de preço em quantia certa – art. 18 – risco exclusivo do arrendatário. - Parceria: apenas uso, com partilha dos resultados. Os riscos são suportados pelos parceiros. Prazos mínimos legais - indeterminado ou determinado: 3 anos mínimo como regra básica - em caso de não determinação, presume-se o mínimo legal: - Arrendamento: art. 95, I e II ET e art. 21 Reg. - Parceria: art. 96, I ET e art. 37 Reg * ultimação da colheita * lavoura permanente – 5 anos Espécies: ARRENDAMENTO – art. 3° Reg. - não há definição de atividades a ser exercida, desde que seja lícita e agrária; - valor máximo: 15% do valor da terra nua mais benfeitorias; - limites legais: art. 95, XII ET e art. 17, §1º Reg. * se for de alta rentabilidade pode chegar a 30% - ajuste e pagamento: valor certo; pagamento pode ser em produto – art. 18 Reg. - obrigações das partes: arts. 40 e 41 Reg. PARCERIA – art. 4° Reg. - agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa e mista - percentuais de participação: arts. 96, VI ET e 35, §3º Reg. - falsa parceria: art. 96, § único - retomada para uso próprio: art. 95, V - renovação: nos contratos por prazo indeterminado, renova-se pelo mínimo, após o mínimo - direito à renovação: preferência – art. 95, V Alienação do imóvel - contrato não se interrompe – art. 92, §5º - direito de preferência – art. 92, §3º - arrendamento e art. 92 c/c 96, VII – parceria - silencia importa renúncia tácita Extinção dos contratos: art. 26 a 34 Reg. - término do prazo - retomada – art. 22, §2º e 26, II, Reg. - confusão - distrato - resilição – uma das partes; inadimplemento - resolução – extinção de direitos - força maior - sentença judicial – ex. anulação de contrato por vício de origem - perda do imóvel - desapropriação - morte do arrendatário - cessão do contrato a terceiros - falta de pagamento – mora - dano à terra ou às colheitas - mudança da destinação do imóvel - abandono do cultivo * ação de despejo – art. 32 Reg. Indenização por perdas e danos - benfeitorias – art. 6° Reg (rol exemplificativo: plantações, frutos) - espécies – art. 24: Necessárias: reparação de defeitos; conservação das coisas Úteis: melhoram o uso e o aproveitamento Voluptuárias: embelezamento e conforto - art. 96, VIII ET: uteis e necessárias, ao final do contrato de arrendamento - parceria – autorização prévia - direito de retenção: 95, VIII, in fine ET; art. 25, §1º Reg. - prejuízos: dano emergente e lucro cessante. TRIBUTAÇÃO DO IMÓVEL RURAL 1. ITR: IMPOSTO SOBRE TERRITORIO RURAL - Art. 153 Constituição Federal - Art. 29 Código Tributário Nacional: O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município. - Lei n. 9393/1996 - Decreto 4.382, de 2012 Comitê gestor ITR: cobrada pela Receita Federal- União e a receita é repassada 100% para os Municípios desde que haja convênio. Fato gerador: propriedade rural, domínio útil, posse: Fato gerador: ser proprietário de terras, gera o dever de pagar tributos. Se por força de contrato consta o uso e o gozo mais o pagamento do ITR quem possui a posse deverá pagar. Se não estiver previsto no contrato quem deve pagar é o proprietário que consta no CAFIR.(essa é a regra: proprietário paga). ITR: Esse imposto tem 3 funções: arrecadação, intervenção no domínio privado e sanção (quanto maior a improdutividade maior será a alíquota = ITR progressivo (sanção pra quem não cumpre com a função social(baixa produtividade)). Alíquota vai de 0,03% a 20% conforme o tamanho da terra e a produtividade Receita Federal tem 5 anos para autuar e 5 anos para cobrar Quem não paga vai para o Cadin (cadastro de inadimplentes) e quando for alienar tem que comprovar o pagamento de ITR. Imunidade: propriedade familiar – 30ha (não é atingido pelo tributo) DIAC – Documento de informação cadastral do ITR –ART 6 LEI 9393/96 DIRT – Documento de informação e apuração do ITR – ART 8 LEI 9393/96 Valor: ART 11 LEI 9393/96 (VtnT): quem tem mais terras paga mais Responsável tributário: quem recolhe (qualquer pessoa que seja responsável na forma da lei) Art. 5º É responsável pelo crédito tributário o sucessor, a qualquer título, nos termos dos arts. 128 a 133 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Sistema Tributário Nacional). Contribuinte: quem paga (proprietário) Art. 4º - Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. Parágrafo único. O domicílio tributário do contribuinte é o município de localização do imóvel, vedada a eleição de qualquer outro. * Lei 13.043- art 3º -indígenas e quilombolas não pagam ITR ITR - IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL O ITR é previsto constitucionalmente, através do inciso VI do artigo 153 da Constituição Federal. O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. Considera-se imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na zona rural do município. A legislação que rege o ITR é a Lei 9.393/1996 e alterações subsequentes. Contribuinte Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. O domicílio tributário do contribuinte é o município de localização do imóvel, vedada a eleição de qualquer outro. ImunidadeO ITR não incide sobre pequenas glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel. Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área igual ou inferior a : I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense; II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental; III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município. Isenção São isentos do ITR: I - o imóvel rural compreendido em programa oficial de reforma agrária, caracterizado pelas autoridades competentes como assentamento, que, cumulativamente, atenda aos seguintes requisitos: a) seja explorado por associação ou cooperativa de produção; b) a fração ideal por família assentada não ultrapasse os limites estabelecidos no artigo anterior; c) o assentado não possua outro imóvel. II - o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área total observe os limites fixados, desde que, cumulativamente, o proprietário: a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros; b) não possua imóvel urbano. Entrega do DIAC O contribuinte ou o seu sucessor comunicará ao órgão local da Secretaria da Receita Federal (SRF), por meio do Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR - DIAC, as informações cadastrais correspondentes a cada imóvel, bem como qualquer alteração ocorrida, na forma estabelecida pela Secretaria da Receita Federal. Declaração Anual - DITR O contribuinte do ITR entregará, obrigatoriamente, em cada ano, o Documento de Informação e Apuração do ITR - DIAT, correspondente a cada imóvel, observadas data e condições fixadas pela Secretaria da Receita Federal. Apuração pelo Contribuinte A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior. 2. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA: - Lei 8.212/1991 - Decreto 3048/99 Segurado Especial – art. 12, VII da Lei 8.212/91 Segurados especiais são os trabalhadores rurais que produzem em regime de economia familiar, sem utilização de mão de obra assalariada. Estão incluídos nessa categoria os cônjuges, os companheiros e os filhos maiores de 16 anos que trabalham com a família em atividade rural. Também são considerados segurados especiais o pescador artesanal e o índio que exerce atividade rural, e os familiares que participam da produção (regime de economia familiar). De acordo com a Lei 8.212/91, de Custeio da Previdência, eles são segurados obrigatórios e devem recolher contribuições para o INSS sempre que comercializem sua produção. Por outro lado, a Lei 8.213/91, do Plano de Benefícios, determina que, não havendo a contribuição, o segurado especial precisa comprovar o exercício da atividade rural no momento em que vai requerer aposentadoria ou qualquer outro benefício previdenciário. Forma de contribuição - Sempre que o segurado especial vende sua produção rural, pessoa jurídica, consumidora ou consignatária, estas são sub-rogadas na obrigação de descontar do produtor e efetuar o respectivo recolhimento ao INSS. Além da contribuição obrigatória, o trabalhador rural também pode optar pela contribuição de segurado facultativo e contribuir sobre a alíquota de 20% do salário-de-contribuição. Com essa opção, o trabalhador faz jus aos benefícios previdenciários com valores acima de um salário mínimo. Alíquotas de contribuição - Atualmente, a contribuição do segurado especial corresponde a 2,3% sobre o valor bruto da comercialização de sua produção rural. Este percentual é composto da seguinte maneira: 2,0% para a Seguridade Social; 0,1% para financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa, decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT); e 0,2% para o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Como comprovar a atividade - A comprovação de exercício da atividade rural pode ser feita com um dos seguintes documentos: contrato de arrendamento contemporâneo, parceria ou comodato rural; comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); bloco de notas de produtor rural e/ou nota fiscal de venda realizada por produtor rural; declaração de sindicatos de trabalhadores rurais, de pescadores ou colônia de pescadores devidamente registrada no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), como também a fornecida pela Fundação Nacional do Índio (Funai), homologada pelo INSS. Importância do cadastro - A chefe da Seção de Reconhecimento Inicial de Direitos do INSS em Alagoas, Luzia Cordeiro Villarins, adverte sobre a importância de o segurado especial fazer o seu cadastro no INSS a partir do momento em que se configure sua condição de segurado especial. Segundo ela, se a atividade estiver documentada no INSS, fica mais fácil requerer os benefícios da Previdência Social. “O cadastro contemporâneo pode evitar a necessidade de outros documentos para a comprovação do exercício da atividade”, afirma Villarins (Cícero Alves). Contribuinte individual – art. 12, V da Lei 8.212/91 Contribuinte Individual: É o produtor que possui área superior a 4 módulos fiscais, mesmo sem empregados ou com empregados independentemente do tamanho da área. Para requerer quaisquer benefícios previdenciário, deverá comprovar o recolhimento de sua própria contribuição previdenciária (Guia GPS – Carnê do INSS). Ambos são produtores rurais: vendem produtos e emitem notas e contribui 1,2% sobre a nota. Definição de propriedade familiar: (direta e pessoalmente trabalha na terra, não pode ter ajuda de terceiros, a não ser eventualmente e isso é o que determina a proteção a propriedade familiar porque é para a subsistência; não pode ter outra renda). Conceito de empresa rural: (empreendimento/estabelecimento rural tocado por uma família ou etc.. não significa que tem CNPJ. Há lucro. EX: arrendamento de terra para a família, arrenda para os filhos, arrenda para as noras e etc.; ) Proteção para o pequeno agricultor. Previdência: é um seguro, só vai ter direito quem contribui, quem paga. Sistema contributivo. Art 195/201 Quem é protegido pela previdência: até 1991 não precisava pagar tributos. Empregador: não pode ser propriedade familiar para fins previdenciários, mas para fins tributários pode. Empresário rural: bloco talão 15 e carnê para ser segurado, se não, não é segurado. Propriedade familiar: só bloco talão 15, conforme ART 25. Pagar atrasado recolhimento INSS: provar que ficou devendo para a Receita Federal, desde que prove que era contribuinte obrigatório, pagar guia com juros. Lei de previdência: outro requisito: 4 módulos rurais para diferenciar
Compartilhar