Excedente do consumidor

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EXCEDENTE DO CONSUMIDOR
Na economia as escolhas são tomadas visando o maior benefício, da mesma maneira ocorre no mercado, as trocas são maneiras para maximizar a realização dos agentes. Dessa forma, durante as trocas comerciais os agentes comparam o valor do que eles compram com o valor do que eles deixam de comprar. Assim, a troca só é satisfatória se o valor daquilo que for efetivamente comprado superar o valor do que poderia ter sido adquirido (Vasconcellos, 2017).
De tal maneira se analisa as perdas ou ganhos levados ao consumidor e sua relação com a posição da reta orçamentária. Para se medir essa variação logo surge a utilidade, porém ela se apresenta problemática tendo outros dois meios para se medir a variação do bem-estar dos agentes. 
VARIAÇÃO COMPENSATÓRIA
 Dessa forma, é necessária uma medida comum para todos os consumidores, a variação compensatória tem como objetivo medir o bem-estar do consumidor através de termos monetários que é a medida utilizada pelos agentes.
 De acordo com Vasconcellos (2017) uma diminuição no preço aumenta o bem-estar do consumidor, sendo o negativo da compensação hicksiana na renda, a variação compensatória na renda se refere a redução na renda do consumidor que depois de uma redução do preço da mercadoria 1 ainda se situar no mesma satisfação do seu bem-estar. Assim, depois que ocorrer a compensação o consumidor se encontra num ponto de equilíbrio mais elevado ao que ele se situava anteriormente sendo a variação compensatória (VC) dada por VC = R0 – R1, sendo R0 a renda original e a renda R1 após a compensação realizada. 
Para melhor compreensão é possível entender que a variação compensatória é medida que o consumidor se dispõe a pagar para ocorrer mudanças na reta da restrição orçamentária. Nesse sentido, após o pagamento e a redução do valor da mercadoria, o valor máximo que o consumidor deve ser pagar deva ser um qual não o posicione numa curva de indiferença abaixo da que ele estava, e esse valor é a variação compensatória. Entretanto, as reduções nos preços não são pagas pelos consumidores, então a redução no preço é um beneficio ao consumidor pelo que ele se dispunha a pagar pela variação compensatória. Apesar de estar se falando na diminuição do preço, esse caso se aplica caso seja uma alta, todavia, com o sinal negativo indicando uma perda de bem-estar (Vasconcellos, 2017)
VARIAÇÃO EQUIVALENTE 
A alteração na restrição orçamentária trata de uma variação equivalente em relação ao uma da renda. Assim, a variação equivalente diz respeito à compensação que seria precisa para não acontecer uma mudança nos fatores que alteram a restrição orçamentária, sendo assim, ela se refere ao valor mínimo para compensar a não realização da redução do preço de um bem. Visto que variação compensatória é semelhante a variação equivalente, é possível seguir o mesmo raciocínio para ambas apenas invertendo a situação original para final e final para original da variação compensatória para a variação equivalente e vice-versa (Vasconcellos, 2017). 
O excedente do consumidor se refere ao ganho líquido. Dessa forma, se pode medir esse ganho através da quantidade que o consumidor está disposto a pagar a fim de manter seu bem-estar e quanto ele paga efetivamente e também o valor que deve ser dado ao consumidor para compensar perdas de bem-estar, a primeira forma é a variação compensatória e a última a variação equivalente. 
Assim, o excedente do consumidor como resultado da diferença do valor que o consumidor se dispõe a pagar e do que é realmente pago, demonstrado na figura do gráfico 1 pela área ABC, e o excedente seria a figura ADE na elevação necessária na renda para compensar a eliminação consumo do bem. 
Gráfico 1 – Possíveis medidas do excedente do consumidor
 Fonte: Manual de microeconomia, 2017
EXCEDENTE MARSHALLIANO
O excedente do marshalliano é área da figura ADC do gráfico 1, se tratando de uma aproximação da das duas medidas do excedente do consumidor. Assim, para um bem normal ele é maior que o excedente através da variação compensatória, porém menor que a variação equivalente, para um bem inferior se inverte os casos. Somente para preferências lineares que as medidas se igualam. Dessa forma, o termo excedente marshalliano do consumidor se refere ao “excedente do consumidor” (Vasconcellos, 2017). 
EXEMPLO
Utilizou-se o exemplo a seguir retirado do Manual de Microeconomia (2017) para uma representação do excedente do consumidor com mais aproximação da realidade. Assim, se tem uma situação empírica para a observação do método da valoração contingente que é feita através de entrevistas para medir os ganhos, de modo que não se necessita de conhecimento da curva de demanda da mudança avaliada. 
Uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – Fipe foi utilizada para avaliação de ganhos para os consumidores gerados por investimentos para aumento da qualidade e ampliação da disponibilidade de água captada em algumas bacias hidrográficas em São Paulo. Um questionário foi elaborado relatando o plano de investimento e seus benefícios, levantando características dos consumidores tais como renda e questionando se o consumidor estava disposto a ter melhorias causadas por esse investimento em contrapartida ao acréscimo nas contas de água. Se a variação compensatória causada pelo programa de investimento for maior os consumidores deverão responder positivamente. 
Duas situações foram colocadas, a primeira era acerca do mantimento de investimento que havia sem alterações na qualidade e quantidade dos recursos hídricos e a segunda, para o aumento de investimento visando a melhoria nos recursos. Os dados foram obtidos chegando a seguinte tabela: 
	Bacia
	Cenário 1
	Cenário 2
	Alto Tiête
	4.41
	6.61
	Piracicaba
	4.30
	5.93
	Baixada Santista
	2.60
	4.14
Fonte: DAEE, CNEC, Fipe – Elaboração de estudo para implementação da cobrança pelo uso de recursos hídricos do estado de São Paulo – pesquisa de disposição a pagar, Relatório n 06, jul. 1995.
Assim, os dados indicam a existência de uma variação compensatória média dos consumidores de cada bacia o que é de extrema importância para a implementação do projeto, pois demonstra a receptividade dos consumidores.