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Acentos diferenciais de timbre e de tonicidade
Os casos assinalados com asteriso não são propriamente de acentos diferenciais; apenas figuram na listagem porque merecem cuidado especial.
Acentuação de algumas formas verbais 
I) Diferentemente dos anteriores, os verbos VIR e TER não dobram a letra e no presente do indicativo. Como são homógrafas, as formas na terceira pessoa são acentuadas graficamente apenas no plural:
II) As formas de terceira pessoa do presente do indicativo dos verbos derivados de VIR e TER são oxítonas e, por isso, devem ser acentuadas graficamente tanto no singular (acento agudo) como no plural (acento circunflexo):
III) Muitas vezes, ao juntarmos pronome oblíquo átono a uma forma verbal oxítona ou monossilábica tônica, ela assume algumas das terminações que obrigam a acentuação gráfica. Veja:
questao 01 - pagina 15 - A
1) Durante uma exposição dos impressionistas no Salão de Paris, o pintor Claude Monet apresentou um quadro ______________ nome era "Impressão: Sol nascente". Preenche corretamente a lacuna da frase acima:
a)cujo
b)o qual 
c)do qual
d)onde o 
e)no qual 
3º 
VERÍSSIMO, Luis Fernando, A décima segunda noite. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.
Os verbos “gritava”, “escrevia” e “comprara” correspondem, respectivamente, ao:
A) pretérito imperfeito do indicativo, pretérito mais-que-perfeito do indicativo, pretérito imperfeito do indicativo.
B) pretérito imperfeito do indicativo, pretérito imperfeito do indicativo, pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
C) pretérito imperfeito do subjuntivo, pretérito imperfeito do indicativo, pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
D) pretérito imperfeito do subjuntivo, pretérito mais-que-perfeito do indicativo, pretérito imperfeito do indicativo.
E) pretérito mais-que-perfeito do indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo, pretérito imperfeito do indicativo.
4º 
Questão 9 - pagina 21 - gabarito D
	As artes plásticas apresentam-se a nós no espaço: recebemos uma impressão global antes de detectar os detalhes, pouco a pouco e em nosso ritmo próprio. A música, porém, baseia-se numa sucessão temporal, e exige uma memória alerta. Sendo assim, a música é uma arte cronológica, assim como a pintura é uma arte espacial. A música pressupõe, antes de tudo, certa organização do tempo, uma crononomia, se me permitem esse neologismo. 
	As leis que regulam o movimento dos sons exigem a presença de um valor mensurável e constante: a métrica, elemento puramente material, através do qual o ritmo, elemento puramente formal, se realiza. Em outras palavras, a métrica resolve a questão de em quantas partes iguais será dividida a unidade musical que denominamos compasso, enquanto o ritmo resolve a questão de como essas partes iguais serão agrupadas dentro de um determinado compasso. [...] 
	Vemos portanto que a métrica - já que intrinsecamente oferece apenas elementos de simetria, sendo inevitavelmente composta de quantidades iguais - é necessariamente utilizada pelo ritmo, cuja função é estabelecer a ordem no movimento dividindo as quantidades fornecidas pelo compasso. (Fragmento extraído de Igor Stravinsky)
1) A música pressupõe, antes de tudo, certa organização do tempo ... O verbo que também é empregado com a mesma regência do destacado acima está em: 
a) A música, porém, baseia-se numa sucessão temporal ... 
b) ... cuja função é estabelecer a ordem no movimento ... 
c) ... sendo inevitavelmente composta de quantidades iguais ... 
d) ... recebemos uma impressão global antes de ... 
e) ... se me permitem esse neologismo.
Questao 10 - pagina 22 - Gabarito E
2) Leia os fragmentos abaixo. Em seguida, assinale a alternativa que apresenta aqueles em que a expressão destacada recai sobre uma forma verbal.
I. “Cada processo judicial é um caso à parte e decidido subjetivamente por um juiz.”
II. “...estão todos reunidos em uma área relativamente pequena entre as zonas Sul e Oeste da cidade.”
III. “Mas, analisando friamente, as celebridades brasileiras não têm muito do que reclamar.”
IV. “Mas, afinal, ao optar por uma carreira artística uma pessoa automaticamente abre mão de sua privacidade?”
Está(ão) correta(s)
(A) Apenas I e II.
(B) Apenas I e III.
(C) Apenas II e IV.
(D) Apenas I, II e IV
(E) Apenas I, III e IV.
Questão 11 - página 22 - Gabarito A
3) Complete as frases abaixo com o presente do subjuntivo dos verbos indicados entre parênteses:
A) Como os preços baixaram, é necessário que nós ________ o orçamentos (refaz);
B) É importante que nossa tentativa _______ o esforço (valer);
C) Convém que ele ______ um novo acordo (propor);
D) Para que não nomeemos é necessário que nós _________ o que elas pensam (saber);
E) Espero que todos os responsáveis _________ a culpa (assumir).
a) refaçamos - valha - proponha - saibamos - assumam;
b) refazemos - valha - proponham - sabemos - assumam;
c) refaçamos - valham - proponha - soubemos - assumem;
d) refazemos - valha - proponha - saibamos - assumam;
e) N.D.A.
Questão 15 - página 22 - Gabarito B
4) Assinale o item que contém as formas verbais corretas:
a) reouve - intervi;
b) reouve - intervim;
c) rehouve - intervim;
d) reavi - intervi;
e) rehavi - intervim.
5º
Leia o texto a seguir para responder às questões abaixo:
Corriam no arraial rumores macabros. No dia seguinte ao enterramento o coveiro topou a sepultura remexida, como se fora violada durante a noite; e viu na terra fresca pegadas misteriosas de uma "coisa" que não seria bicho nem gente deste mundo. Já duma feita sucedera caso idêntico por ocasião da morte da Sinhazinha Esteves; mas todos duvidaram da integridade dos miolos do pobre coveiro sarapantado. (Monteiro Lobato)
Questão 05 - página 33 - Gabarito: Rumores macabros. 
1) Qual o sujeito da primeira oração do texto?
Questão 06 - página 33 - Gabarito: núcleo do sujeito: coveiro / predicado verbo-nominal.
2) Transcreva o núcleo do sujeito e classifique o predicado do trecho abaixo:
	"No dia seguinte ao enterramento o coveiro topou com a sepultura remexida [...]"
Questão 07 - página 33 - Gabarito a) verbo intransitivo. b) verbo transitivo direto. c) verbo de ligação. d) verbo intransitivo. e) verbo transitivo indireto.
3) Classifique quanto à predicação dos verbos abaixo:
a) corriam;
b) viu;
c) seria;
d) sucedera;
e) duvidavam;
6º Questão 2 - página 47 - Gabarito A
Texto: S.O.S. Português
	O sistema ortográfico em português é misto, ou seja, algumas palavras são grafadas de acordo com o critério fonético - a pronúncia -, enquanto outras são escritas com base na etimologia. Obsessão, obcecar e obcecado são exemplos de palavras que seguem o critério etimológico, pois obedecem à grafia latina, de onde provieram. Ocorre que obcecado e obsessão não têm a mesma origem, ou seja, não provêm da mesma raiz latina, diferentemente de obcecar e obcecado. [...] Em síntese, obcecado e obsessão têm origens diversas, daí as grafias diferentes.
	Outras palavras da língua portuguesa costumam despertar esse mesmo tipo de dúvida, como acender (atear fogo) e ascender (subir). A primeira provém do latim accendere, e a segunda do latim ascendere. As duas têm exatamente a mesma pronúncia, mas são escritas de modo diferente porque a raiz delas não é a mesma.
	A melhor maneira de ter certeza sobre a grafia de uma palavra, então, é a consulta a um bom dicionário, em que se encontra também a origem dela. (TERRA, Ernani)
Considere as afirmativas abaixo, ralacionadas ao Texto.
1 - Os vocábulos " acender" e "ascender", que têm grafias diferentes mas pronúncia idêntica, são classificados como homônimos heterógrafos.
2 - Critério fonético é aquele que se baseia na etimologia da palavra, ou seja, considera seu desenvolvimento desde a sua origem até os dias atuais. 
3 - As palavras "obsessão" e "obcecar" são exemplos de paronímia; pois têm forma idêntica, mas significado diferente.
4 - No último parágrafo do texto, o autor conclui que os dicionários sempre apresentam explicações sobre as origens das palavras.
Assinale a alternativa que indica todasas alternativas corretas.
a) É correta apenas a afirmativa 1.
b) É correta apenas a afirmativa 2.
c) É correta apenas a afirmativa 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4.
e) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
7º
Questão 3 - página 46 - Gabarito D
	Os incentivos existem em três tipos de sabores básicos: econômico, social e moral. É muito comum que um único esquema de incentivos inclua as três varieda­des. Tomemos a campanha antitabagista dos últimos anos. O acréscimo da "taxa do pecado" de $ 3 em cada maço é um forte incentivo econômico contra a compra de cigarros. A proibição do fumo em restaurantes e bares é um poderoso incentivo social. E a afirmação do governo americano de que os terroristas angariam fundos com a venda de cigarros no mercado negro atua como um incentivo moral bastante estridente.
1 ) No texto, o uso dos vocábulos (sublinhados no texto) "sabores", para se referir a "incentivos", "negro", para qualificar "mercado", e "estridente", para qualificar o substantivo "incentivo", é exemplo de:
a) paronímia.
b) polissemia.
c) homonímia.
d) linguagem figurada.
e) linguagem denotativa.
Questão 4 - página 46 - Gabarito A
2) Assinale a alternativa em que a significação dos parônimos foi trocada.
 a) infligir(transgredir, desrespeitar) ; infringir (causar ou aplicar castigo/repreensão)
 b) descriminar(inocentar, tirar a culpa de) ; discriminar(distinguir/separar)
 c) ratificar(confirmar/comprovar) ; retificar(alinhar/corrigir)
 d) deferir(atender/conceder) ; diferir(adiar/discordar/distinguir-se)
 e) ao encontro de(em direção a, em favor de) ; de encontro a(choque, oposição)
Questão 5- página 46 - Gabarito D
3) As palvras se definem umas em relação às outras. Razão por que estabelecem diversos tipos de relação entre si. Considerando essa realidade da língua, assinale a alternativa que expressa CORRETAMENTE a relação existente entre os três pares abaixo (obseravda a direção da seta).
Liquidificador eletrodoméstico 
mesa mobília 
violino instrumento
a) antonímia 
b) paronomásia 
c) hiperonímia 
d) hiponímia 
e) homonímia 
Questão 6 página 46 - Gabarito D
4) Considerando o fato de que há diversidade de significados entre palavras parônimas, assinale a opção em que os termos apresentados são sinônimos:
a) arrear = descer 
b) soar = transpirar
c) iminente = elevado 
d) flagrante = evidente 
Questão 7 - página 46 - Gabarito A
5) O antônimo da palavra sublinhada corretamente indicado é:
a) "... exercício físico intenso..." = leve;
b) "...boa parte de seu sangue..." = má;
c) "Após as refeições..." = depois de;
d) "...dilata os vasos sanguíneos..." = amplia;
e) "...uma digestão adequada." = imprecisa 
Questão 8 - página 46 - Gabarito B
6) Leia a tira.
Observe as frases produzidas com base no diálogo da tira:
I - aCEITA, dR. qUIRINO, UM CAFÉ?
II - Primeiro, quero ver o doente.
III - Quando eu vi ele, estava no quintal, começou a chuva e...
IV - Puro e com pouco açúcar.
Apresenta vício de linguagem e, ao mesmo tempo, revela alteração em relação ao sentido da tira apenas o contido em
a) I.
b) III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I, II e III.
Questão 9 - página 46 - Gabarito E
7) Na frase "Duas vultosNA FRASE "DUAS VULTOSAS OPERAÇÕES MARCARAM O SETOR DE ENSINO PRIVADO ESTE MES NO PAIS" ENCONTRA-SE:
a) onomatopeia 
b) a figura de linguagem chamada eufemismo 
c) silepse de gênero 
d) polissemia 
e) o vício de linguegem denominado barbarismo 
Questão 10 - pagina 46 - Gabarito D
8) "Envie-me já o e-mail com a tabela de preços". Qual o vício de linguagem que se observa na frase?
a) colisão
b) pleonasmo 
c) ambiguidade 
d) cacófato
9 - Questão 11 - Página 46 - Gabarito C
9) Marque a única alternativa que NÃO contém nenhum erro gramatical considerado barbarismo:
a) Quando nada mais couber, bastará uma telefonema - de forma espontânea - do seu procurador.
b) Caso eles virem armados, serão pegos pela polícia.
c) Com o pronto-socorro grátis ao jornalista, a categoria terá cobertura quando, no exercício da sua profissão, se vir, por qualquer meio legal ou abusivo, tolhida no seu direito de informar.
d) Se o advogado não intervir a tempo, ninguém reaverá o investimento feito e o montante que já tinha gastado.
e) Qualquer economista que se dispor a analisar os dados pedirá que o governo afrouxe as medidas objetivando a contenção das despesas.
10 - Questão 12 - página 47 - Gabarito D
10 - Em uma das alternativas há o vício de linguagem conhecido por ambiguidade. Assinale-a:
a) Vi aquela situação toda com meus próprios olhos.
b) Lia lia na folia.
c) Quero saber da novidade. Falem um por cada vez. 
d) Pedro, o Paulo procura seu irmão.
11 - Questão 13 - página 47 - Gabarito C
11 - A ocorrência de ambiguidade e falta de clareza faz necessária uma revisão da seguinte frase:
a) Conquanto ele nos haja dado uma resposta inconclusiva e protelado a decisão, há quem creia que nos satisfará o desfecho deste caso.
b) Inconformados com a resposta insatisfatória que nos deu, reiteramos o pedido para que ele não deixe de tomar as providências que o caso requer.
c) Ele deu uma resposta insatisfatória à providência que lhe solicitamos, em razão da qual será preciso insistir que não venha a repeti-la.
d) Caso não sejam tomadas as providências cabíveis, seremos obrigados a comunicar, à Direção o menoscabo com que está sendo tratado este caso.
e) Causa-nos revolta, a todos, o pouco interesse que eles vem demonstrando na condução desse processo - razão pela qual há quem peça a demissão dele.
12 - Questão 14 - página 47 - Gabarito A
12 - Indique o item em que o antônimo da palavra ou expressão em destaque está corretamente apontado.
a) duradouro sucesso - efêmero
b) fama em ascendência - excelsa 
c) elegante região - carente 
d) sala lotada - desabilitada 
13 - Questão 15 - página 47 - Gabarito A
13 - Assinale a alternativa correta, considerando que à direita de cada palavra há um sinônimo.
a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) 
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar 
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder 
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação 
8º 
Linguagem 
	A concepção de linguagem enquanto processo de interação humana concebe a lingua como um processo de interação em um dado contexto sócio histórico e ideologico, em que o individuo realiza ações or meio da linguaguem, agindo e atuando sobre o interlocutor. Sendo a linguangem uma atividade construtiva, uma forma de compreensão dos sentidos, das relações e do mundo, atividade que se faz pela interação comunicativa mediada pela produção de efeitos de sentido entre interlocutores.
	A concepção interacionista da linguagem contrapõe-se às visões conservadoras da língua, que a tem como um objeto autônomo, sem história e sem interferência de elementos sociais. Tal concepção reconhece um sujeito que é ativo em sua produção linguística, que realiza um trabalho que é resultado da exploração, consciente ou não, dos recursos formais e expressivos que a lingua coloca à disposição do falante. Além disso, também considera a presença do outro, ou seja, percebe que a linguagem não é um ato individual, o outro se inscreve tanto no ato de recepção/decodificação da mensagem, como no ato de sua emissão/codificação, pois no momneto em que a mensagem está sendo construída pelo emissor, o outro é condição necessária para a existência do texto. À medida que o produtor imagina leituras não-desejadas pelos eventuais leitores, mais clareza e pistas tende a deixar em sua produção. 
1 - A eclosão do apelo, vai-se construindo por meio de uma função da linguagem nele predominante e que se denomina função:
a) poética 
b) fática 
c) metalinguística 
d) emotiva 
e) referencial 
2 - Quando saí de casa, o velho José Paulino me disse: 
Não vá perder o seu tempo. Estude, que não se arrepende. 
Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelaspaixões de homem feito e uma alma mais velha do que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompeia, entrava no internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando à virgindade. Eu não: era sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio.
Menino perdido, menino de engenho.
Tem-se na fala de José Paulino exemplo de função de linguagem denominada:
a) fática 
b) referencial
c) conotativa 
d) poético 
e) matalinguística 
3 - Texto I
Tenho fases
Fases de andar escondida, 
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua…)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua…
E, quando chega esse dia,
outro desapareceu…
(Lua Adversa – Cecília Meireles)
Texto II
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
 presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente
(Mãos dadas - Carlos Drummond de Andrade)
Além da função poética, há, nos poemas "Lua Adversa" e "Mãos Dadas", a ocorrência da função da linguagem que deixa transparente as intenções do emissor. Trata-se da:
a) Função emotiva.
b) Função fática.
c) Função referencial.
d) Função metalinguística.
e) Função apelativa.
9º 
Diversidade Linguística 
	Não é preciso ser um linguista para perceber a grande diversidade linguistica a nossa volta, principalmente quando se vive numa região tão nova como o sertão de canudos onde é dificil você se deparar com descendentes dos "filhos da Terra", porém conserva fortes traços linguísticos de seus pais e apesar de, aparentemente, as pronúncias não divergirem muito, quando se trata do vocabulário você se depara com palavras desconhecidas e não raras vezes cômicas. Pode-se perceber a sua variação a todo momento, é um amigo de outra região, é um vizinho mais velho ou mais novo e até mesmo quando interagimos com o outro sexo, as diferenças são tantas que está sempre em constante modificação.
	Crescemos ouvindo que a lígua natural que estávamos falando estava errada - seu muleque que palavra é esta, inté parece que não estuda? - e de repente você começa a achar que as pessoas que estão a sua volta vivem falando errado. E quando começa a entender de "português", não o português do livro de história, mas o tal do português da gramática você descobre que, apesar do seu repertório de piadas sobre português, você não entende é nada sobre ele. Mas, ôxente, que confusão!
	Na escola você vai aprender uma tal de "norma culta" aquela que está na gramática e, olhe, logo entendi que estes gramáticos sabem mesmo de português e muitas vezes me vi como eles: uma coroa na cabeça e um cetro na mão dizendo em tom forte: isto tá errado, aquilo tá certo, e, oncolerisado, ordenando: "Corta a cabeça! E de repente caio do trono e acabo acordando com uma danada dor de cabeça tentando descobrir como se escreve incolerisado". Mas de tanto de tanto falarem acabaram inculcando na minha cabeça que é necessário ter uma lingua padrão e falar/escrever de acordo com a norma culta, pois é uma língua de prestígio social, necessária para quando estamos falando diante de um público seleto e formal. Além disso não se pode tirar uma boa nota numa resenha que não se fizer bom uso desta tal norma culta e de antemão, já sabemos que não vai ser um dez. Quando, no entanto se estuda linguística se percebe que não existe uma língua melhor que a outra, pois cada língua com suas variedades atende as necessidades de uma determinada comunidade de falantes de se comunicar e de pensar já que entre estes existe uma concessão social que lhe permite o uso da linguagem que na verdade é o que interessa. Opa! Já lá vamos nós se impolgando de novo. É bom ter modos, já que não cai bem para um estudante de letras falar em democracia linguística. 
	Existem várias formas de variações linguísticas, mas no Brasil em especial, por causa de sua grande extensão territorial se destacam as variedades regionais, pois o falar de um gaúcho (olhe o professor novamente) é muito diferente dos falares nordestinos e mesmo nessas regiões existem diferenças entre os falares de seus habitantes. Essas diferenças regionais são percebidas principalmente no léxico e no sotaque fazendo surgir dialetos regionais marcantes como o baiano e o carioca. 
Variedade Linguística é um conceito maior do que estilo de prosa e estilo de linguagem. Alguns escritores de sociolinguística usam o termo leto, aparentemente um processo de criação de palavras para termos específicos, são exemplos dessas variações:
* Dialetos (variação diatópica), isto é, variações faladas por comunidades geograficamente definidas.
* Idioma é um termo intermediário na distinção dialeto linguagem e é usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que poderia ser chamado tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua condição em relação a esta distinção é irrelevante (sendo, portanto, um sinônimo para linguagem num sentido mais geral);
* Socioletos, isto é, variações faladas por comunidades socialmente definidas;
* Linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da comunicação pública e da educação.
* Idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa.
* Registros (ou diátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou profissões.
* Etnoletos, para um grupo étnico.
* Ecoletes, um idioleto adotado por uma casa.
	Variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distingüidos não apenas por seu vocabulários, mas também por diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais nas línguas escandinávias tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes socioletos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem. Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma variação na gramática da linguagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses freqüentemente usam modos gramaticais, como o modo subjuntivo, que não são mais usados com freqüência por outros falantes. Muitos registros são simplesmente um conjunto especializado de termos (veja jargão).
É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados como incluídos no conceito de variação ou de estilo. Coloquialismos e expressões idiomáticas geralmente são limitadas como variações do léxico, e de, portanto, estilo.
TIPOS DE VARIAÇÕES 
Variação Histórica
Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivo. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado.
Variação Geográfica
Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em torno de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os padrões lingüísticos utilizadosna região de sua influência. As diferenças lingüísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas, ou seja, pessoas que moram em outras regiões tem formas diferentes de falar e cada região tem seu devido sotaque.
Exemplo do falar gaúcho:
Pues, diz que o divã no consultório do analista de Bagé é forrado com um pelego. Ele recebe os pacientes de bombacha e pé no chão.
— Buenas. Vá entrando e se abanque, índio velho. 
— O senhor quer que eu deite logo no divã?
— Bom, se o amigo quiser dançar uma marca, antes, esteja a gosto. Mas eu prefiro ver o vivente estendido e charlando que nem china da fronteira, pra não perder tempo nem dinheiro.
(Luís Fernando Veríssimo, O Analista de Bagé)
Exemplo do falar caipira:
“Aos 18 anos, pai Norato deu uma facada num rapaz, num adjutório, e abriu o pé no mundo. Nunca mais ninguém botou os olhos em riba dele, afora o afilhado.
— Padrinho, eu vim cá chamá o sinhô pra mode i morá mais eu.
— Quá, flo, esse caco de gente num sai daqui mais não.
— Bamo. Buli gente num bole, mais bicho… O sinhô anda perrengado…”
(Bernardo Élis, Pai Norato)
Variação Social
Agrupa alguns fatores de diversidade: o nível sócio-econômico, determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o sexo. A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior prestígio.
Linguagem vulgar 
	Existe uma lingaugem vulgar, segundo Dino Preti, "ligada aos grupos extremamente incultos, aos analfabetos", aos que têm pouco ou nenhum contao com centros civilizados. Na linguagem vulgar multiplicam-se estruturas com "nóis vai, ele fica", "eu di um beijo nela", "Vamo i no mercado".
Variação Estilística
Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunicação: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indivíduo sobre as normas lingüísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita e falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação.
Gíria 
	"Estilo literário e gíria são, em verdade, dois polos da Estilística, pois gíria não é a linguagem popular, como pensam alguns, mas apenas um estilo que se integra à língua popular”. Tanto que nem todas as pessoas que se exprimem através da linguagem popular usam gíria. A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais “que vivem à margem das classes dominantes: os estudantes, esportistas, prostitutas, ladrões” Eles a usam como arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo próprio grupo.ssim a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. 
	Os meios de comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso. Assim a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. 
	Os meios de comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso. Caracterizada como um vocabulário especial a gíria surge como um signo de grupo, a princípio secreto, domínio exclusivo de uma comunidade social restrita (seja a gíria dos marginais ou da polícia, dos estudantes, ou de outros grupos ou profissões).
 (…) Ao vulgarizar-se, porém, para a grande comunidade, assumindo a forma de uma gíria comum, de uso geral e não diferenciado, (…) torna-se difícil precisar o que é de fato vocábulo gírio ou vocábulo popular
 (…) É expressa frequentemente sob forma humorística (e não raro obscena, ou ambas as coisas juntas), como ocorre, por exemplo, em certos signos que revelam evidente agressividade, como bicho, forma de chamamento que na década de 1970 substituía amigo, colega, cara; coroa, para pessoa mais idosa, madura; quadrado, em lugar de conservador tradicional, reacionário; mina, para namorada, forma trazida da linguagem marginal da prostituição, onde origina lmente signca mulher rendosa para o malandro, que vive à custa dela etc. 
	Primeiro, ela pinta como quem não quer nada. Chega na moral, dando uma de Migué, e acaba caindo na boca do povo. Depois desba ratina, vira lero-lero, sai de fininho e some. Mas, às vêzes, volta arrebentando, sem o menor aviso. Afinal, qual é a da gíria?
(Cássio Schubsky, Superinteressante)
NÍVEIS DE LINGUAGEM
	A língua e os níveis da linguagem pertencem a todos os membros de uma comunidade e é uma entidade viva em constante mutação. Novas palavras são criadas ou assimiladas de outras línguas, à medida que surgem novos hábitos, objetos e conhecimentos.
	 Os dicionários vão incorporando esses novos vocábulos (neologismos), quando consagrados pelo uso. Atualmente, os veículos de comunicação audiovisual, especialmente os computadores e a internet, têm sido fonte de incontáveis neologismos — alguns necessários, porque não havia equivalentes em Português; outros dispensáveis, porque duplicam palavras existentes na linguagem. O único critério para sua integração na língua é, porém, o seu emprego constante por um número considerável de usuários.
	De fato, quem determina as transformações lingüísticas e os níveis de linguagem é o conjunto de usuários, independentemente de quem sejam eles, estejam escrevendo ou falando, uma vez que tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por diversos fatores: regionais, sociais, intelectuais etc. “O movimento de 1922 não nos deu — nem nos podia dar — uma ‘língua brasileira’, ele incitou os nossos escritores a concederem primazia absoluta aos temas essencialmente brasileiros […] e a preferirem sempre palavras e construções vivas do português do Brasil a outras, mortas e frias, armazenadas nos dicionários e nos compêndios gramaticais.” (Celso Cunha)
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil 
(Manuel Bandeira)
	Embora as variações linguísticas e níveis da linguagem sejam condicionadas pelas circunstâncias, tanto a língua falada quanto a escrita cumprem sua finalidade, que é a comunicação. A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente difere substancialmente do padrão culto, o que, segundo alguns lingüistas, criou no Brasil um abismo quase intransponível para os usuários da língua, pois se expressar em português com clareza e correção é uma das maiores dificuldades dos brasileiros: “No português do Brasil, a distância entre o nível popular e o nível culto ficou tão marcada que, se assim prosseguir, acabará chegando a se parecer com o fenômeno verificado no italiano ou no alemão, por exemplo, com a distância entre um dialeto e outro.” (Evanildo Bechara, Ensino da Gramática. Opressão? Liberdade?)
	Com base nessas considerações,não se deve reger o ensino da língua pelas noções de certo e errado, mas pelos conceitos de adequado e inadequado, que são mais convenientes e exatos, porque refletem o uso da língua nos mais diferentes contextos. Não se espera que um adolescente, reunido a outros em uma lanchonete, assim se expresse: “Vamos ao shopping assistir a um filme”, mas aceita-se: “Vamos no shopping assistir um filme”. Não seria adequado a um professor universitário assim se manifestar: “Fazem dez anos que participo de palestras nesta egrégia Universidade, nas quais sempre houveram estudantes interessados”.
	Escrever conforme a norma culta — que não representa uma camisa-de-força, mas um tesouro das formas de expressão mais bem cultivadas da língua — é um requisito para qualquer profissional de nível universitário que se pretenda elevar acima da vala comum de sua profissão. O domínio eficiente da língua, em seus variados registros e em suas inesgotáveis possibilidades de variação, é uma das condições para o bom desempenho profissional e social.
A linguagem culta ou padrão
	É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
	Para os linguistas, a língua-padrão se estriba nas normas e convenções agregadas num corpo chamado de gramática tradicional e que tem a veleidade de servir de modelo de correção para toda e qualquer forma de expressão linguística. Querer que todos falem e escrevam da mesma forma e de acordo com padrões gramaticais rígidos é esquecer-se que não pode haver homogeneidade quando o mundo real apresenta uma heterogeneidade de comportamentos linguísticos, todos igualmente corretos (não se pode associar “correto” somente a culto).
Não há brasileiro – nem mesmo professores de português – que não fale assim:
 – Me conta como foi o fim de semana...
 – Te enganaram, com certeza!
 – Nos diz uma coisa: você largou o emprego mesmo?
Ou mesmo assim:
 – Tive que levar os gatos, pois encontrei eles machucados.
 – Conheço ela há muito tempo, é ótima menina.
 – Acho que já tinha lhe visto antes. 
 	Então, se os falantes cultos, aquelas pessoas que têm acesso às regras padronizadas, incutidas no processo de escolarização, se exprimem desse modo, essa é a norma culta. Já as formas propugnadas pela gramática tradicional e que provavelmente só se encontrariam na escrita [conta-me como foi / enganaram-te / diz-nos uma coisa / pois os encontrei / conheço-a há tempos / já o/a tinha visto] configuram a norma-padrão ou língua-padrão.
Língua não padrão
É a linguagem em que se pode reproduzir a fala para mostrar aspectos culturais, regionais e a fala coloquial. 
Exemplos:
Samba do Arnesto
O Arnesto nos convidou 
Prum samba, ele mora no Brás
Nós fumo e num encontremo
ninguém
Nós fiquemo com uma baita duma 
reiva
Da outra vez nós num vai mais
Outro dia encontremo com o Arnesto
Que pediu desculpas mas nós num
aceitemo
Isso não se faz, Arnesto
Nós num se importa
Mas você devia ter deixado um 
recado na porta
Tradução:
Samba do Ernesto
O Ernesto nos convidou 
Para um samba, ele mora no Brás
Nós fomos e não encontramos ninguém
Nós ficamos com bastante raiva
Da outra vez nós não vamos mais.
Outro dia encontramos o Ernesto
Que pediu desculpa, mas nós não aceitamos
Isso não se faz, Ernesto
Nós não nos importamos
Mas você poderia ter deixado um
recado na porta.
Exercícios 
Página 51 - Questao 1 - Gabarito 
a – Os termos em evidência representam garotos e garotas pretensiosos, esnobes, isentos de características condizentes a um bom relacionamento interpessoal.
b – conservador, sistemático, que não aprova as mudanças oriundas da sociedade.
c – manter um relacionamento sem compromisso.
d - amigo, companheiro / garota / um evento grandioso que promete grandes surpresas.
e – compreender, assimilar o conteúdo.
Página 51 - Questao 2 - Gabarito 
a – devolva-os
b – falar ao celular
c – diga-me; prepará-la.
d – não se aproxime
e - houve
Página 51 - Questao 3 - Gabarito 
Analisando o texto em referência, percebemos que no mesmo há uma variação regional, relacionada ao termo “cuitelinho”, como também um forte predomínio da variação cultural, pois o mesmo não se adequa à norma padrão da linguagem.
A letra musical é um típico exemplo de que para a sociolinguística não existe a noção de “certo” ou “errado”, existe sim, diferentes falas, desvios linguísticos, concebidos de maneira errônea pela gramática tradicional.
1 - Tendo em vista que “as gírias” compõem o quadro de variantes linguísticas ligadas ao aspecto sociocultural, analise os excertos a seguir, indicando o significado de cada termo destacado de acordo com o contexto:
a – Possivelmente não iremos à festa. Lá, todos os convidados são patricinhas e mauricinhos!
b - Nossa! Como meu pai é careta! Não permitiu que eu assistisse àquele filme.
c – Os namoros resultantes da modernidade baseiam-se somente no ficar.
d – E aí mano? Estás a fim de encontrar com uma mina hoje? A parada vai bombar!
e – Aquela aula de matemática foi péssima, não saquei nada daquilo que o professor falou. 
2 - Os enunciados linguísticos em evidência encontram-se grafados na linguagem coloquial. Reescreva-os de acordo com o padrão culto da linguagem.
a – Os livros estão sobre a mesa. Por favor, devolve eles na biblioteca.
b – Falar no celular é uma falha grave. A consequência deste ato pode ser cara.
c – Me diga se você gostou da surpresa, pois levei muito para preparar ela.
d – No aviso havia o seguinte comentário: Não aproxime-se do alambrado. Perigo constante.
e – Durante a reunião houveram reclamações contra o atraso do pagamento dos funcionários.
3 - A letra musical abaixo se compõe de alguns registros de variação linguística. Identifique-os tecendo um comentário acerca do referido assunto, levando em consideração os preceitos trazidos pela linguística, em se tratando de tais variedades.
Cuitelinho
Cheguei na beira do porto
Onde as onda se espaia
As garça dá meia volta
E senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta
Que o botão de rosa caia, ai, ai
Ai quando eu vim
da minha terra
Despedi da parentáia
Eu entrei no Mato Grosso
Dei em terras paraguaia
Lá tinha revolução
Enfrentei fortes batáia, ai, ai [...]/Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó
TEXTO 
	Em linguística, a noção de texto é ampla e ainda aberta a uma definição mais precisa. Grosso modo, pode ser entendido como manifestação linguística das ideias de um autor, que serão interpretadas pelo leitor de acordo com seus conhecimentos linguísticos e culturais. 
“Conjunto de palavras e frases articuladas, escritas sobre qualquer suporte”.
“Obra escrita considerada na sua redação original e autêntica (por oposição a sumário, tradução, notas, comentários, etc.)”.
"Um texto é uma ocorrência linguística, escrita ou falada de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal. É uma unidade de linguagem em uso."
Algumas conclusões importantes 
1º - os textos não são apenas escritos, eles também podem ser orais;
2º - os textos não são simples amontoados de palavras ou frases, ou seja, eles precisam fazer sentido.
Efeitos de sentidos do texto 
	Muitas vezes, os leitores reconhecem e compreendem as palavras de um texto, mas se mostram incapazes de perceber satisfatoriamente o seu sentido como um todo.
 Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que o texto nem sempre fornece todas as informações possíveis. Há elementos implícitos que precisam ser recuperados pelo leitor para a produção do sentido. A partir de elementospresentes no texto, estabelecemos relações com as informações implícitas. Por isso, o leitor precisa estabelecer relações dos mais diversos tipos entre os elementos do texto e o contexto, de forma a interpretá-lo adequadamente. Algumas atividades são realizadas com esse objetivo. Entre elas está a produção de pressuposições, inferências, implicaturas.
Pressuposição
	É o conteúdo que fica à margem da discussão, é o conteúdo implícito. Assim, a frase “José parou de beber ” veicula a pressuposição de que José bebia antes; “José passou a estudar à noite” contém a pressuposição de que antes estudava de dia, mas contém também a pressuposição de que ele não estudava antes, dependendo da ênfase colocada em passar a ou em à noite.
	Vale lembrar que, nestes exemplos, a pressuposição é marcada linguisticamente pela presença dos verbos parar de, passar a. Existem também pressuposições que não apresentam marca linguística; estes tipos de pressuposição denominam-se inferências ou subentendidos.
	Os pressupostos são identificados quando o emissor veicula uma mensagem adicional a partir de alguma palavra ou expressão. Há vários tipos de palavras com esse tipo de "poder". Eis alguns tipos:
- verbos que indiquem: mudança, continuidade, término...
Exemplos:
O concurseiro deixou de sair aos sábados para estudar mais. (pressuposto: o concurseiro saía todos os sábados.)
O novo fiscal de rendas continua estudando para concursos. (pressuposto: o fiscal estudava antes de passar.) 
A espera dos candidatos pelo gabarito oficial acabou. (pressuposto: os candidatos estavam esperando o resultado.)
Inferências
	São informações normais que não precisam ser explicitadas no momento da produção do texto; são também chamadas de subentendidos.
	 O exemplo seguinte ajuda a entender esta noção:
	 “Maria foi ao cinema, assistiu ao filme sobre dinossauros e voltou para casa.” Lendo esta frase, o leitor recupera os conhecimentos relativos ao ato de ir ao cinema: no cinema existem cadeiras, tela, bilheteria; há uma pessoa que vende bilhetes, outra que os recolhe na entrada; a sala fica escura durante a projeção, etc. Enfim, isto não precisa ser dito explicitamente. Se assim não fosse, que extensão teriam nossos textos para fornecer, sempre que necessário, todas estas informações? Daí a importância das inferências na interação verbal. Se quiséssemos dizer que Maria não conseguiu ver o filme até o final, isto teria que ser explicitado, porque, normalmente, a pessoa vê o filme inteiro.
Implicatura 
	É um sentido derivado, que atribuímos a um enunciado depois de constatar que seu sentido literal é irrelevante para a situação. Se perguntamos: "Qual é a função de Pedro no jornal?" e ouvimos "Pedro é o filho do chefe", podemos depreender dessa resposta que Pedro não tem função nenhuma que Pedro não faz nada ou que Pedro não precisa fazer nada.
	Nem as implicaturas nem as pressuposições fazem parte do conteúdo explicitado. A diferença entre elas está no fato de que, com respeito às pressuposições, a estrutura lingüística nos oferece os elementos que permitem depreendê-las; já com as implicaturas isto não acontece -- o suporte lingüístico é menos óbvio e, portanto, elas dependem principalmente do conhecimento da situação, compartilhado pelo falante e pelo ouvinte. As pressuposições fazem parte do sentido literal das frases, enquanto as implicaturas são estranhas a ele.
Subentendidos
	Enquanto os pressupostos seriam as mensagens adicionais, os subentendidos seriam os escondidos. Devem ser deduzidos pelo receptor, e justamente por essa idéia de dedução, podem não ser verdadeiros. Percebe-se aqui outra diferença entre os institutos, já que os pressupostos são sempre verdadeiros, inclusive quando negamos a frase original. Por conta de sua maior abstração, passemos aos exemplos para uma melhor compreensão:
situação em que recebemos uma visita:
- Nossa! Está muito calor lá fora!
(possível subentendido: a pessoa está com sede) 
Percebam que ao negarmos a frase, a idéia subentendida desaparece. Ao mesmo tempo em que é impossível provar que a pessoa esteja realmente com sede. É possível que o emissor negue a dedução do receptor.
Vejamos outro exemplo: situação em uma rua qualquer:
- A bolsa da senhora está pesada? (pergunta um jovem rapaz)
(possível subentendido: o rapaz está se oferecendo para carregar a bolsa)
	Novamente, esta é apenas uma possibilidade. O rapaz poderia estar interessado na resistência da bolsa ou então preocupado com a coluna da senhora, mas não necessariamente se oferecendo para carregar a bolsa.	
Nesse por exemplo, quando a negação da pergunta não implica em alteração do implícito, o que deveria ocorrer, já que estamos tratando de um caso de subentendido. Isso também ocorre no exemplo de pressuposto com o advérbio "já", pois é difícil conseguir negar a frase e mantermos o pressuposto sem "forçarmos a barra".
	As informações implícitas estão por toda a parte, que atinge nosso subconsciente, usado por meio de imagens, músicas e gestos da qual a mídia os utiliza muito. Influenciando inclusive na compra de certo produto.
	*Implícito: é algo que está envolvido naquele contexto, mas não é revelado, é deixado subentendido, é apenas sugerido.
	*Quando lidamos com uma informação que não foi dita, mas tudo que é dito nos leva identificá-la, estamos diante de algo implícito.
	*A compreensão de implícitos é essencial para se garantir um bom nível de leitura.
	*Há textos em que nem tudo o que importa para a interpretação está registrado.
	*O que não foi escrito deve ser levado em consideração para que se possa verdadeiramente interpretar um texto.
	Para uma leitura eficiente, o leitor precisa captar tanto as informações explícitas como também implícitas. Um bom leitor é aquele que consegue ler nas entrelinhas, senão acaba por despercebido alguns significados importantes e decisivos ou ainda cair no erro de concordar com coisas da qual rejeitaria se assim percebesse.
	É bom que se ressalte que no âmbito do direito, o implícito pode tanto ajudar como atrapalhar, quando se direciona ao magistrado devemos evitar ao máximo escrever nas entrelinhas, pois poderá prejudicar no andamento de certo processo.
HIERARQUIA DAS IDEIAS 
	Um texto contém muito mais ideias secundárias do que ideias principais. Os conteúdos das ideias secundárias não são os mais importantes, mas sem eles o texto não flui – torna-se pesado. Na verdade, não é possível escrever um texto sem as ideias secundárias.olocadas em excesso, as ideias secundárias dificultam a compreensão do essencial. Mas quando há ideias de menos, o texto fica sintético demais, telegráfico. As ideias secundárias são dispensáveis somente quando queremos fazer uma síntese ou um resumo do conteúdo. 
Para diferenciar a ideia central de um texto, das demais podemos tmbém utilizar os recursos de resumo de frases e textos. Resumo de frases e textos consiste numa recolha fiel das ideias ou dados essenciais contidos em determinado texto. Por isso o resumo deve:
- dar o devido destaque às opiniões do autor, reproduzir a ordem - fazer, pelo menos, duas leituras; identificar a ideia central e o - gênero do texto (panfleto, relato, discurso político, etc.);
- destacar as articulações e o movimento do texto;
- anotar as ideias secundárias; redigir o resumo das ideias e dos dados coligidos de modo a não alterar as articulações lógicas do texto;
- ser uma síntese objetiva dos elementos essenciais e nunca uma reprodução ou colagem de frases ou partes de frases do texto original.
ORGANIZAÇÃO DE IDEIAS NO TEXTO E SUAS RELAÇÕES 
1 - Ideia e estrutura 
Ideia refere-se a conteúdo. Uma sequência de ideias está relacionada com a estrutura. É o conhecimento do assunto que indicará o que é essencial ou principal em um texto ou em uma obra. A sequência de ideias começa a ser definida quando optamos pela estrutura do ensaio e se completa na organização dos parágrafos.
2 - Conteúdo e estrutura 
O planejamento de um texto é a maior garantia para se obter uma boa estrutura de ideias.Do mesmo modo que um escritor planeja um livro prevendo partes, capítulos e subtítulos, é possível planejar um texto menor prevendo seus parágrafos.
Mesmo em um texto pequeno, as ideias principais podem ser reunidas em um resumo, numa síntese ou em uma sequência de itens tais como palavras-chave. Se a síntese do conteúdo for feita com a previsão dos trechos do texto, provavelmente estarão sendo definidas as ideias centrais dos parágrafos.
3 - Parágrafo e estrutura
Ao definir as ideias centrais do parágrafo, começa a ficar claro para quem escreve, e para o futuro leitor, a relação entre conteúdo e estrutura do texto. 
- Quando considerados elementos que relacionam conteúdo e estrutura de ideias, os parágrafos não são aleatórios. 
Portanto, os parágrafos não são resultado apenas de regras preestabelecidas sobre sua construção. Eles são decorrência natural da necessidade de distribuir bem o conteúdo no texto e também uma forma de valorizar as ideias principais desse conteúdo.
4 - Ideias secundárias 
Um texto contém muito mais ideias secundárias do que ideias pricinpais. Os conteúdos das idéias secundárias não são os mais importantes, mas sem eles o texto não flui – torna-se pesado. Na verdade, não é possível escrever um texto sem as idéias secundárias. 
- Para lembrar: 
As partes secundárias funcionam como atores coadjuvantes. 
	Cumprem um papel secundário, mas imprescindível. Redigir bem depende muito do domínio que o autor tem dessas idéias. 
Colocadas em excesso, as parte ( idéias ) secundárias dificultam a compreensão do essencial. Mas quando há idéias de menos, o texto fica sintético demais, telegráfico. As idéias secundárias são dispensáveis somente quando queremos fazer uma síntese ou um resumo do conteúdo. 
No texto seguinte, as idéias principais compõem todo o primeiro parágrafo. 
O segundo e o terceiro parágrafos desenvolvem parte principais e secundárias ou complementares.
Os textos, no geral, podem ser entendidos e devem ser expostos principalmente em quatro sentidos:
1 - SENTIDO LITERAL - e esse é o que não ultrapassa a letra da narrativa ficcional, como por exemplo as fábulas dos poetas. 
2 - SENTIDO ALEGÓRICO - e esse é o que se esconde sob o manto dessas fábulas, e é uma verdade escondida sob uma bela mentira: como por exemplo quando Ovídio diz que Orfeu com sua cítara amansava as feras, e comovia as árvores e as pedras; o que significa que o homem sábio com o instrumento de sua voz amansa e humilha os corações cruéis, e comove à sua vontade aos que não têm vida de ciência e de arte; e aqueles que não têm vida racional nenhuma são quase como as pedras. (...) Na verdade os teólogos tomam esse sentido de maneira diversa dos poetas; mas como minha intenção é seguir aqui a maneira dos poetas, tomo o sentido alegórico conforme é utilizado pelos poetas.
3 - SENTIDO MORAL - é aquele que os leitores devem procurar descobrir nos escritos para sua utilidade e dos seus descendentes: como por exemplo pode-se aprender no Evangelho, quando Cristo saiu para o monte a fim de transfigurar-se, que dos doze apóstolos levou consigo apenas três; disSo pode-se entender moralmente que nas coisas secretíssimas devemos ter pouca companhia.
4 - SENTIDO ANAGÓGICO - quer dizer supra-sentido; e esSe ocorre quando se expõe espiritualmente um escrito, o qual, pelas coisas significadas, significa as sublimes coisas da glória eterna, como pode-se ver naquele canto do Profeta que diz que, na saída do povo de Israel do Egito, a Judéia é feita santa e livre. Se é manifesto que isto é verdadeiro segundo a letra, não é menos verdadeiro o que disto se entende espiritualmente, ou seja, que na saída da alma do pecado esta torna-se santa e livre em sua potestade. 
	E, ao demonstrar isto, sempre o literal deve estar à frente, como aquele em cujo sentido os outros estão incluídos, e sem o qual seria impossível e irracional entendê-los, principalmente o alegórico. 
	É impossível porque em toda coisa em que há dentro e fora é impossível chegar ao que está dentro sem primeiro passar pelo fora; portanto, como acontece que na escritura [o sentido literal] esteja sempre do lado de fora, é impossível chegar ao outro, principalmente ao alegórico, sem primeiro passar pelo literal. 
	Ademais é impossível porque em toda coisa, natural e artificial, é impossível chegar à forma sem primeiro estar disposto o sujeito em que a forma deve estar: assim é impossível realizar-se a forma do ouro se a matéria, isto é, o seu sujeito, não estiver primeiro assimilada e preparada; e a forma da arca realizar-se caso sua matéria, que é a madeira, não estiver primeiro disposta e preparada. 
	Conclui-se disso que, sendo o sentido literal sempre sujeito e matéria dos outros, principalmente do alegórico, é impossível chegar ao conhecimento dos outros sem o seu conhecimento. Ademais é impossível porque em qualquer coisa, natural e artificial, é impossível proceder se não se estabelece primeiro o fundamento, como em uma casa ou como no estudo: portanto, dado que o demonstrar é edificação de ciência, e a demonstração literal é o fundamento das outras, principalmente da alegórica, é impossível chegar às outras sem primeiro passar por ela.
	Ademais, ainda que fosse possível, seria irracional, quer dizer, fora da ordem, e portanto proceder-se-ia com muita fadiga e com muitos erros. Daí que, se como diz o Filósofo no primeiro livro da Física a natureza quer que o nosso conhecimento se faça ordenadamente, indo daquilo que conhecemos melhor para aquilo que não conhecemos tão bem: digo que a natureza quer na medida em que essa via de conhecer é em nós naturalmente inata. E se os outros sentidos são menos compreendidos que o literal - como de fato é manifesto - seria irracional proceder à sua demonstração se o literal não fosse demonstrado.
Leitura
	A leitura é tão significativa que nos motiva ao aprendizado logo nos primeiros anos de nossas vidas. Sem a leitura o avanço no conhecimento científico torna-se impossível, pois nos detemos ao discurso dos outros. Podemos

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