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Estudos de Direito - Tobias Barreto

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Estudos de Direito – Tobias Barreto
Introdução ao Estudo do Direito
Ideias propedêuticas. Posição do homem em natureza
Apesar de apresentar função específica, a ciência do Direito não existe isolada, faz parte da ciência do homem. Trata de uma ordem de fatos humanos.
O direito, como sistema de conhecimento, precisa se basear numa verdade primeira.
Ideias propedêuticas ou propedêuticas jurídicas (ideias introdutórias, iniciais, preliminares): a subordinação (dependência) do direito a outra ciência que o precede.
Essas ideias preliminares são a base de todas as ciências.
É prejudicial manter uma ciência isolada. “As árvores impedem de ver a floresta”
É preciso saber o que é o homem, seu lugar na natureza e para isso não precisa ir muito longe.
O que se pretende é que o direito entre na corrente da ciência moderna, não é exigência lógica mas, principalmente, uma necessidade real do direito.
A razão é para o homem a medida da perfeição e a emprega para ser mais animal que os outros animais.
A crença na origem divina é um dos resíduos mais antigos dos primórdios da cultura.
Lei Geral do movimento e desenvolvimento de todos os seres
“As ideias religiosas do homem descansam em ultima análise sobre as suas intuições a respeito da natureza” Steffens. Não só as religiosas, como também as filosóficas, políticas, sociais, ou seja, todas que tocam a direção da vida.
O grande processo das ciências naturais se dá devido ao rigor de seu método e a simplificação de suas leis.
É mais plausível que, diferente do que afirma Newton, o universo não tenha sido feito de um “Jacto”. Mas é certo que tudo parece dominado por uma força. Um espírito sagaz descobre as leis com seus limites e suas harmonias.
Toda pluralidade quer resolver-se em unidade. As coisas partem de um estado inferior para um superior. Ex: A língua e o alfabeto, a natureza e o átomo. 
Tudo parece penetrado por um movimento homogêneo.
Todas as coisas escorregam para uma nova que não permanece estável senão pelas leis que as regem. 
Tudo se transforma, exceto a própria transformação. A constância da lei.
Tudo se move de um estado para o outro em razão da transformação.
Todos os fenômenos podem ser reduzidos ao movimento (força motriz): brilhar, desabrochar, silvar, fuzilar, rugir...
Movimento é a mudança original. Todas as forças elementares são moventes. Achar os movimentos e os princípios motores (as bases de toda mudança) é o objetivo das ciências naturais.
De acordo com a teoria monista não se pode estabelecer um limite exato entre o reino animal, vegetal ou entre o mundo animal e humano.
De acordo com o monismo filosófico (Noiré), que possui bases mais largas, o universo compõem-se de átomos com duas propriedades, uma interna (sentimento) e uma externa (movimento), esses são originalmente iguais. Dessas duas propriedades resultam todo desenvolvimento (soma ou produto de ambas).
Sentimento= vontade (Schopenhauer); espírito.
Segundo Kant, o mecanismo não é suficiente para dar razão as coisas orgânicas, existirá sempre uma parte mecanicamente inexplicável. Essa inexplicabilidade aumenta gradualmente à proporção que organismos são mais desenvolvidos e as funções mais complicadas. (o homem, a família, o Estado a sociedade...)
É importante além de movimento considerar o desenvolvimento.
Dizer que “tudo se move” é uma verdade parcial, a isso deveria ser acrescentando “tudo se desenvolve”.
Segundo Noiré, para desenvolver precisa constante elevação do sentimento.
A sociedade é a categoria do homem como o espaço é a categoria dos corpos
Categoria: condição à priori, sem a qual não há conhecimento possível.
De acordo com a filosofia Kantiana, o espaço não é categoria mas é uma das duas formas originais que moldam todo material sensível, a segunda é o tempo. 
Assim como os corpos não podem ser percebidos (quer em todas, quem em parte de suas propriedades) senão ocupando um espaço, do mesmo modo o homem, o homem do direito, da ciência que nos ocupa, não pode ser pensado, estudado, analisado, senão sob o esquema social, como membro de uma sociedade (p.15)
Segundo Kant, o espaço tem ao mesmo tempo uma idealidade transcendental e uma realidade empírica (do mesmo modo que a sociedade). Face real: domínio da ciência que pode ser objeto de estudo. Face ideal: condição formal apriorística de todos os fenômenos éticos e jurídicos.
Não é só o homem que apresenta caráter social, os animais também. Porém, nos animais não se eleva acima do estado primitivo, ao atingir certo grau de desenvolvimento estabiliza, ou regressa. 
A sociedade do homem é diferente. Ela é a causa e o efeito da própria cultura humana. Ao contrário dos animais, que se unem por laços sexuais, o homem pode unir-se sem atentar para as distinções. Isso acontece não só através dos laços sexuais mas, sobretudo, pela reciprocidade social. 
Não raras vezes convivem pessoas diferentes e mesmo assim formam um todo político firme e compacto, isso é próprio da natureza humana.
Goethe afirma que “o olho é um produto da luz”, assim como os órgãos nervosos superiores do homem são os produtos da sociedade. Tudo que constitui o homem de hoje é um produto social.
Impossibilidade de uma sociologia como ciência compreensiva de todos os fenômenos da ordem social.
Há muito tempo filósofos tentaram dar caráter científico ao estudo da sociedade. 
O começo a filosofia se deu com a primeira reflexão sobre a “origem das coisas” e a “ordem das coisas”
Foi a mesma necessidade de saber a origem das coisas que levou o homem a pesquisar regras e princípios da vida social.
As ciências como a política e a sociologia tem quepretender entrar no conhecimento das leis que regem a sociedade humana, e assim contribuir para a sua melhor direção.
A ciência (onde encontram-se os princípios e proposições dogmáticas) sempre estará por fazer.
Com Sócrates a ciência da natureza (física) separou-se da ciência do homem ou filosofia (metafísica).
Não há nada de fixo em relação à verdadeira ciência social. Os sociólogos não negam essa afirmação mas buscam enfraquece-la ao afirmar que assim como as ciências físicas, que apresentam método, as ciências sociais também precisam dos seu, para que sejam capazes de resolver seus problemas. 
A questão principal não é o método, mas o objeto. A sociologia não possuiu um que possa ser regularmente observado.
A sociologia deve observar a totalidade dos fenômenos sociais e descobrir suas respectivas leis.
A ciência vive de fatos.
Hipóteses de Le Bon: 1) Deus dirige as ações do homem; 2) Acontecimentos resultam do acaso; 3) Acontecimentos resultam da vontade humana; 4) Acontecimentos representam uma cadeia de necessidades estreitamente ligadas e trazem em si as causas de sua evolução fatal.
As quatro hipóteses são indispensáveis a marcha da sociedade.
A sociedade e a natureza apresentam várias coincidências, por isso não deve ser só explicadas por nexos causais. A superstição e a crença são fruto da conversão de casual em causal. Ex: Desaparecimento da estrela depois da destruição de um império.
O acaso está ligado a tudo o que se desenvolve.
Não é certo que fenômenos naturais aconteçam em nome de Deus, mas é incontestável que o homem, em nome de Deus, podendo fazer muita coisa ruim, também faz muita coisa boa. Se Deus pode ser posto fora da sociedade (como causa), não pode ser da sociedade (como força ideal, motivadora).
O Direito é um produto da cultura humana. Conceito do Direito.
Dizer que o Direito é produto da cultura é negar que seja uma entidade metafísica, anterior e superior ao homem. Ou seja, nega o direito natural.
Sem substituição da selvageria do homem natural pela nobreza do homem social, não há propriamente cultura. Cultura é a vida pensada do ponto de vista da finalidade. Cultura é antítese de natureza.
O direito é um efeito da cultura.
O Direito é antes de tudo uma disciplina social que a sociedade impõe a si mesma, para atingir um fim (único) que é a convivência harmônica de todos.
Von Ihering: o fim ouo alvo é o criador de todo direito.
Sempre haverá um interesse, uma utilidade comum.
O Direito é um instituto humano; um dos modos de vida social (pela coação).
Goethe afirma que é “o conjunto de condições existenciais da sociedade coativamente asseguradas”, mas deveria ser acrescentadoa “existenciais” a palavra “evolucionais”. A sociedade não pensa só em existir, mas também desenvolver-se.
O Direito como ideia e sentimento: psicologia do Direito. O direito como força: psicologia e morfologia do Direito.
O Direito é dividido em subjetivo e objetivo.
Objetivo: regras e princípios estabelecidos e manejados pelo Estado que tem por fim a ordem legal da vida.
Subjetivo: regra abstrata. Autorização pessoal, inerente a personalidade humana.
A sociedade, o Estado, a justiça se configuram como seres, todos orgânicos.
Pergunta-se se a subjetividade não chega aos domínios da psicologia, se o Direito não é objeto da observação da psicologia, assim como existe a psicologia da música, religião, amor...
O senso jurídico individual que se manifesta através do 1) caráter e 2) fontes de virtude.
O Direito não é só algo que se conhece, mas algo que se sente.
Tudo é instrumento jurídico.
As funções vitais são as jurídicas. Onde quer que se fale de função há psicologia. Ex: A criança no berço já é funcionário do Direito e sua função é viver.
Ciência do Direito: definição e divisão. A vida do Direito.
A arte e a ciência são as duas condições de aperfeiçoamento do Direito.
A ciência do Direito é uma ciência dos seres vivos.
Feição histórica evolutiva: A ciência do Direito vem a ser portanto o estudo metódico e sistematizado das formas condicionais, se cujo preenchimento, ao lado de outras, depende a ordem social ou o estado normal da vida pública.
O Direito de divide em Interno e Externo. O primeiro subdivide-se em privado e público e quando tem por objeto a organização política refere-se a constituição. 
O Direito é um todo orgânico. E as diferentes visões sobre ele não desmancham a harmonia do sistema. 
Como se deve compreender a teoria de um direito natural, que não é a mesma coisa que uma lei natural do Direito. 
Não existe um Direito natural, mas há uma lei natural do Direito. 
Através da indução consegue-se unificar os fenômenos repetidos em uma lei. Lei: generalidade do fenômeno.
Mas essa lei natural não se diferencia das outras.
Dizer que o Direito é um sistema de regras descobertas pela razão é uma tolice.
A razão usada para elaborar uma lei é a mesma usada para construir um edifício ou confeccionar um sapato. 
Os teóricos do Direito natural são anacrônicos, estão fora do seu tempo.
É na falta de fundamentos que se usa o Direito natural, ele é o ultimo fundamento.
O que deve hoje ser tomado em consideração, é o modo de demonstrar a invalidade dessa doutrina, são os novos argumentos deduzidos contra ela; “E isso basta para legitimar as pretensões da teoria hodierna.”

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