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D I R E I T O T R I B U T Á R I O
	O Estado, como sociedade política, tem um fim geral, constituindo-se em meio para que os indivíduos e as demais sociedades possam atingir seus respectivos fins particulares. O fim do Estado é o bem comum, ou seja, o conjunto de todas as condições de vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana.
	Por intermédio de sua atividade financeira, o Estado desenvolve diversas ações para obter, gerir e aplicar os meios próprios para satisfazer as necessidades da coletividade e realizar seus fins. Assim, poderá contar com várias formas de obter receitas financeiras, quais sejam: as receitas originárias, provenientes de doações, legados e preços públicos (provenientes da exploração do patrimônio próprio do Estado); e as receitas derivadas, relativas aos tributos e multas. A receita tributária (decorrente da arrecadação de tributos) é a mais comum e eficiente.
	O tributo é o instrumento básico viabilizador de qualquer sociedade constituída. Quanto mais evoluída for a organização da sociedade, mais evoluída deverá ser a tributação, que se iniciou por meio de imposições isoladas, sem planejamento, até chegar aos complexos sistemas tributários atuais.
	O Direito Tributário é um ramo autônomo do Direito que tem por escopo a instituição, arrecadação e fiscalização dos tributos. 
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
	Fontes são os “modos de expressão do Direito”. Isso significa que as fontes do Direito brasileiro são as normas jurídicas, uma vez que é por meio delas que o direito se manifesta.
Fontes primárias
Constituição Federal – Estabelece as competências tributárias (poder de tributar) aos entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e seus limites. É importante frisar que a CF não cria tributos, apenas confere competência para que as pessoas políticas instituam, por meio de lei, as exações tributárias.
Emendas Constitucionais – Podem alterar, dentro dos limites estabelecidos pelo poder constituinte originário (art. 60, §4°, CF), princípios e regras reguladoras de todo o Sistema Tributário Nacional.
Tratados e convenções internacionais (art. 98) – Revogam ou modificam a legislação tributária interna, e as leis que lhe forem posteriores devem adequar-se a eles. A EC 45/04 acrescentou o § 3° ao artigo 5° da CF, determinando que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes ás emendas constitucionais.
Leis complementares – São funções da lei complementar em matéria tributária (arts. 146 e 146-A, CF):
I. dispor sobre conflitos de competência entre os entes federativos;
II. regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III. dispor sobre normas gerais em matéria de legislação tributária;
IV. dispor sobre o tratamento tributário do ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas;
V. definir tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte;
VI. estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência , sem prejuízo da competência da União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.
A lei complementar, em regra, não cria tributos; salvo nas hipóteses do imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII, CF), de empréstimos compulsórios (art. 148, CF) e da competência residual da União (art.154, I, CF), todos os demais tributos devem ser criados por lei ordinária, medida provisória ou lei delegada.
Leis ordinárias – São, em regras, o veículo normativo capaz de instituir, aumentar ou extinguir tributos.
Leis delegadas – São elaboradas pelo presidente da República sobre as matérias especificas (art. 68, CF) quando o Congresso Nacional assim autorizar. Essa espécie normativa pode ser utilizada para criar tributos, salvo no caso dos tributos que exigem sua criação por lei complementar.
Medidas provisórias – MP (art. 62, CF) – São editadas pelo presidente da República, nos casos de urgência e de relevância, e tem força de lei ordinária. Devem ser apreciadas em cada uma das casas do congresso Nacional no prazo de 60 dias. Têm validade, então, pelo prazo máximo de 120 dias, sendo o projeto de conversão em lei considerado aprovado por maioria simples. Como têm força de lei ordinária, não servem para disciplinar as matérias para as quais é exigida lei complementar (art. 62, § 1°, III, CF).
Decretos legislativos – São atos do Congresso Nacional que se prestam a disciplinar matérias privativas do Congresso Nacional. Entre essas matérias devem ser citados os tratados e convenções internacionais, os quais serão aprovados pelo Congresso Nacional, que se pronunciará por meio de decretos legislativos, promulgados pela presidência do Senado Federal.
Resoluções do Senado Federal – Estabelecem as alíquotas mínimas e máximas do ICMS nas operações internas e são utilizadas também para resolver os conflitos específicos que envolvam interesses dos Estados membros (art. 155, § 2°, IV e V, “a” e “b”. CF) ou aqueles que estabeleçam as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação. Fixam também as alíquotas máximas do ITCMD (art. 155, I, c/c § 1°, IV, CF) e alíquotas mínimas do IPVA (art. 155 § 6°, I, CF). 
Fontes secundárias
Decretos – São normas editadas pelo chefe do Poder Executivo para o cumprimento das leis tributárias. Os decretos não inovam a ordem jurídica, apenas explicitam as normas, possibilitando sua aplicação.
Normas complementares – Têm como objetivo explicitar (e não inovar o sistema jurídico) as leis, os tratados e as convenções internacionais e os decretos (art. 100). São os atos normativos, decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa (“jurisprudência administrativa”), práticas reiteradas e os convênios celebrados entre os entes da Federação.
VIGÊNCIA, APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO
Legislação tributária – (art. 96) – A legislação tributária compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
Vigência da legislação tributária – Verificar a vigência da legislação é verificar se ela está apta a ser aplicada ao caso. As disposições que determinam a vigência das regras jurídicas em geral contidas na Lei de Introdução ao Código Civil (LICC) e na LC 95/98 são aplicáveis à legislação tributária, salvo nos casos em que o CTN excepciona (art. 101).
Vigência da legislação tributária no espaço (art. 102) – A legislação tributária vigora nos limites do território do ente federativo respectivo. Leis estrangeiras, em regra, não são aplicáveis em nosso país.
Vigência da legislação tributária no tempo (art. 104) – As leis tributárias que instituam ou majorem tributos devem obedecer ao princípio da anterioridade. Salvo disposição ao contrário, entram em vigor: os atos administrativos, na data de sua publicação; as decisões com eficácia normativa, 30 dias após sua publicação; os convênios, na data neles prevista.
Interpretação da legislação tributária – A interpretação (ou exegese) é estudada pela hermenêutica (ciência da interpretação), consistindo em buscar o sentido e o alcance da norma jurídica. Destacam-se os seguintes métodos:
Interpretação literal, lógica, sistemática, histórica e teleológica;
Interpretação extensiva, restritiva e estrita (art. 111);
Interpretação in dubio pro reo ou benigna (infrações) (art. 112);
Interpretação de institutos, conceitos e formas de direito privado (art. 110).
Integração da legislação tributária (art. 108). – A integração é o processo pelo qual o intérprete preenche as omissões ou lacunas da lei, uma vez que o ordenamento jurídico não pode possuir lacunas, devendo ser observada a seguinte ordem de utilização das técnicas para proceder à integração:analogia, princípios gerais de direito tributário, princípios gerais de Direito Público e equidade.
PODER DE TRIBUTAR (COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA)
	A Constituição Federal consagrou o princípio do federalismo delimitando e dividindo entre os entes políticos o poder de tributar, garantindo o equilíbrio entre a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal.
Características e modalidades da competência tributária
São características intrínsecas:
Inalterabilidade – As pessoas políticas não podem ampliar suas competências tributárias. Somente emenda constitucional poderá realizar tal intento.
Facultatividade – O ente federativo pode exercitar ou não sua competência tributária. Ex: imposto sobre grandes fortunas, pois a União não exerceu sua competência para instituir tal imposto.
Privacidade – As competências conferidas pela CF a determinado ente federativo implicam interdição, negação desse mesmo poder a outro ente federativo.
Indelegabilidade – Não é possível ao ente político que recebeu a competência delegá-la a outro ente ou a outra entidade (art. 7°).
Irrenunciabilidade – Em razão de a competência ser proveniente de uma regra constitucional, mesmo que o ente político não a queria, ou dela não se valha, essa atitude não lhe entrega o direito de renunciar à competência.
Incaducabilidade – Essa característica garante ao ente político valer-se desse poder de tributar quando desejar sem que tenha de se preocupar com seu “prazo de validade”. O não exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído (art. 8°).
	A capacidade tributária ativa não se confunde com competência, pois a competência vem em decorrência de uma regra constitucional, já a capacidade vem delegada em decorrência de uma lei ordinária. O CTN admite a delegação da atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos. Ressalta-se que a atividade de legislar não pode ser delegada e que não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoa de direito privado, do encargo de arrecadar tributos (art. 7°, § 3°).
	
São cinco as modalidades de competência tributária:
Competência comum – Diz respeito às taxas e contribuições de melhoria, as quais podem ser instituídas tanto pela União quanto pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, respeitadas as competências materiais outorgadas pela Constituição para cada ente político.
Competência privada – Refere-se à instituição de impostos. Cada ente político possui uma competência privativa sobre determinado conteúdo econômico (propriedade, renda, consumo, patrimônio, etc.).
Competência especial – Refere-se à instituição das contribuições especiais e do empréstimo compulsório.
Competência residual – É exclusiva da União para a instituição de novos impostos (art.154, I, CF) e novas contribuições sociais (art. 195, § 4°, CF), desde que essa criação atenda às seguintes condições: instituição por lei complementar; não-cumulatividade; fato gerador e base de cálculo diferentes dos impostos já discriminados na Constituição.
Competência extraordinária – Na iminência ou no caso de guerra, a União poderá instituir o Imposto Extraordinário de Guerra, sobre conteúdos econômicos compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
	As limitações ao poder de tributar devem ser observadas sob dois aspectos: o primeiro diz respeito aos princípios, os quais regulam, norteiam a competência dos entes políticos; o segundo, as imunidades, regras que proíbem a tributação sobre certos bens, pessoas ou fatos a fim de proteger determinados conteúdos axiológicos contidos na Constituição.
Princípios 
Princípio da legalidade – A regra constitucional determina que a instituição ou majoração de tributos deverá ser estabelecida por lei (art. 150, I, CF). Será, em regra, lei ordinária, salvo se a Constituição Federal fixar explicitamente o uso de lei complementar (arts. 148 e 154, I, CF). No que tange à majoração de tributos, ou seja, quanto ao aumento da carga tributária em razão da alteração da alíquota, a constituição admite haver exceções:
Impostos reguladores: o Imposto de Importação (II), o Imposto de Exportação (IE), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) podem ser majoradas por meio de ato do Poder Executivo, ou seja, por meio de decreto (art. 153, § 1°, CF), respeitando-se as condições e os limites estabelecidos em lei;
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, desde que incidente sobre a importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível e seus derivados (Cide petróleo) – art. 177, § 4°, I, “b”, CF.
	As medidas provisórias podem instituir e majorar impostos que não sejam privativos de lei complementar. Para tanto, devem ser convertidas em lei dentro do prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 60 (art. 62, § 7º, CF). A produção dos efeitos da medida provisória ocorrerá no exercício financeiro seguinte, desde que seja convertida em lei até o ultimo dia daquele que foi editada (art. 62, § 2°, CF).
Princípio da igualdade – Todos são iguais perante a lei (art. 5°, CF), de modo que a tributação deve alcançar todos os contribuintes. Para atingir a igualdade em matéria tributária, os contribuintes que se encontrem em situação equivalente serão tratados igualmente e os que estiverem em situação diferente serão tratados desigualmente, na medida de suas desigualdades (art. 150, II, CF).
Princípio da irretroatividade - Esse princípio ratifica a segurança jurídica, proibindo que haja a incidência de tributos sobre os fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei. No entanto, segundo dispõe o art. 106 do CTN, a lei aplica-se a ato ou o fato pretérito:
I. em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, ou 
II. tratando-se de ato não definitivamente julgado:
quando deixe de defini-lo como infração;
quando lhe comitê penalidade menos severa que a prevista na lei vigente à época do fato gerador ou da prática do ato.
Princípio da anterioridade – A anterioridade também é corolário da segurança jurídica. Estabelece, portanto, que os entes tributários não podem exigir tributos no mesmo exercício financeiro (1° de janeiro a 31 de dezembro de cada ano, conforme o art. 34 da Lei 4320/64) em que tenham sido publicadas as leis que o instituíram ou aumentaram (art.. 150, III, “b”, CF).
São exceções, isto é, a instituição ou majoração poderá ser exigida no mesmo exercício financeiro da data de publicação da lei:
os impostos reguladores – II, IE, IPI e IOF;
Cide petróleo;
Empréstimo compulsório quando instituído em caso de despesas decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua eminência;
Imposto Extraordinário de Guerra;
Contribuições sociais, uma vez que estão sujeitas a um regime jurídico próprio, denominado anterioridade mitigada ou nonagesimal; assim quando uma contribuição social for instituída ou majorada, seus efeitos ficam suspensos até que decorram 90 dias da data da lei que publicou (art. 195, § 6°, CF).
ICMS combustíveis monofásico (art. 155, § 4°, “c”, CF).
A anterioridade não deve ser confundida com o princípio da anualidade, segundo o qual, para que um tributo seja criado ou majorado, é necessária prévia autorização orçamentaria de forma anual. A Constituição Federal de 1988 não recepcionou esse princípio.
Princípio da anterioridade mínima – Trata-se de régua constitucional introduzida pela EC 42/03, que acrescentou a letra “c” ao art. 150, inciso III. Segundo essa nova regra além de observar o exercício financeiro seguinte, é necessário também observar se da data que instituiu ou majorou o tributo já decorreram 90 dias.
	Com a anterioridade mínima, o aumento na carga tributária somente produzirá elfeitos no exercício financeiro seguinte, bem como será observada a vacatiolegis de 90 dias entre a data da lei e sua exigência efetiva. 
São exceções (art. 150, § 1°, CF):
Empréstimo compulsório motivado por calamidade pública, guerra externa ou em sua iminência;
II, IE, IOF, e IR;
Imposto Extraordinário de Guerra;
Fixação da base de cálculo do IPVA e do IPTU.
Princípio do não-confisco – O princípio da proibição de tributo com efeito de confisco (art. 150, IV, CF) pode ser enunciado como a vedação à instituição de tributos que sejam excessivamente onerosos, antieconômicos, inviabilizando o desenvolvimento de atividades econômicas capazes de produzir riquezas.
Princípio da liberdade de tráfego – O que se quer proteger é o direito constitucional à livre locomoção (art. 5°, XV). Os entes políticos não podem estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meios de tributos interestaduais ou intermunicipais. A exceção a esse princípio diz respeito à cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Publico (art. 150, V, CF).
Princípio da uniformidade geográfica – Trata-se de regra constitucional a ser observada pela União, impedindo-a que institua tributo que não seja uniforma em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro. Admite-se distinção quando o objetivo seja promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre diferentes regiões do país, por meio da concessão de incentivos fiscais (art. 151, I, CF).
Princípio da não-diferenciação tributária – A ser observada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, esse princípio veda que exista diferença tributária em razão da procedência ou destino dos bens ou serviços (art. 152, CF).
Princípio da capacidade contributiva – Tem o intuito de alcançar a chamada Justiça Fiscal. Conforme a norma constitucional, sempre que possível os impostos deverão ter caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte (art. 145, § 1°, CF).
Princípio da progressividade - A progressividade determina que , quanto maior a base de cálculo, maior será a alíquota. Aplica-se ao IR (art. 153, § 4°, I, CF), ao IPTU (art. 156, § 1°, I, CF) e ao ITR (ART. 153, § 4°, I, CF). Normalmente, quando falamos em progressividade estamos tratando da progressividade pelo valor ou progressividade fiscal. No entanto, existe também a progressividade extra fiscal, que é uma técnica de tributação utilizada para tornar o tributo mais gravoso com o sentido de induzir o comportamento do contribuinte para a realização de determinadas ações de interesse da sociedade (IPTU – ART. 182, § 4°, II, CF e ITR – art. 153, § 4°, CF).
Princípio da não-cumulatividade – Visa a evitar o famoso efeito cascata dos tributos, compensando-se o que for devido em cada operação relativa a circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal (art. 155, § 2°, I, CF).
Principio da seletividade – Tem o condão de selecionar os bens tributários , aplicando-lhe alíquotas diferentes de acordo o com o seu grau de essencialidade. Quanto mais essencial for um produto, menor será a alíquota aplicável. O princípio é aplicado ao IPI, obrigatoriamente (art. 153, § 2°, III, CF), e ao IPVA, facultativamente (art. 155, § 6°, II, CF).
IMUNIDADES
 		A imunidade tributária ocorre quando a regra constitucional impede a incidência da regra jurídica de tributação, criando um direito subjetivo público de exigir que o estado se abstenha de cobrar tributos (não sofrer tributação). Trata-se de uma não-incidência constitucionalmente qualificada. Logo, o que é imune não pode ser tributado.
	Imunidade e isenção são institutos distintos. Enquanto a imunidade está situada no plano constitucional, a isenção vem amparada por lei ordinária do ente político que possui competência para a instituição de determinado tributo. Apenas quem tem poder para instituir é quem tem poder para isentar. Quanto a imunidade, cabe somente à Constituição estabelecê-la. 
	O art. 150, inciso VI, da CF estabelece que é vedado à União , aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre:
Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros – Conhecida como imunidade recíproca, essa regra constitucional confirma o federalismo, pois a tributação implica soberania. Como os entes políticos são autônomos entre si, não poderia haver cobranças tributárias entre os entes, o que fragilizaria a Federação. 
Há que se destacar que o beneficio imunizatório abarca também as autarquias e fundações instituídas pelo poder Público no que se refere ao patrimônio , a renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes (art. 150, § 2°, CF).
	É importante ainda lembrar que essas regras não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exoneram o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel (art. 150, § 3°, CF).
Templos de qualquer culto (imunidade religiosa) – Visando a garantir o disposto no art. 5°, inciso VI, da CF, que assegura liberdade de consciência e de crença, a imunidade aqui disposta abrange o patrimônio, as rendas e os serviços da entidade religiosa, desde que estes estejam relacionados com as finalidades essências da atividade religiosa (art. 150, § 4°, CF).
Partidos políticos, entidades sindicais dos trabalhadores, instituições de educação e de assistência social – Reconhecida como imunidade condicional, a regra dispõe que os partidos políticos , inclusive suas fundações, não sofrerão incidência de impostos sobre seu patrimônio, rendas ou serviços, desde que vinculados a suas finalidades essenciais, o mesmo valendo para os sindicatos. Quanto às entidades de educação e de assistência social, estas não devem ter fins lucrativos; não distribuir qualquer parcela do patrimônio ou das rendas; aplicar os recursos institucionais no país; e manter escrituração de suas receitas e despesas. Caso algum requisito seja descumprido, a aplicação do beneficio será suspendo (art. 14, § 1°).
Livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão – A imunidade em questão não é da editora ou da empresa que comercializa livros, jornais ou periódicos. A imunidade é objetiva, direcionada, por tanto, a esses bens. Tem o condão de proteger a liberdade de manifestação do pensamento.
Outras imunidades
	Além dessas principais imunidades, existem muitas espalhadas pelo corpo do texto c constitucional, dentre as quais podem-se destacar:
Imunidade de produtos industrializados destinados ao exterior (art. 153, § 3°, III, CF);
Imunidade das pequenas glebas rurais (art. 153, II, § 4°, CF), desde que o proprietário não possua outro imóvel e mantenha atividade exploradora;
Imunidade do ICMS quanto a mercadorias e serviços destinados ao exterior (art. 155, § 2°, X, “a”, CF);
Imunidade do ICMS quanto a operações que destinem a outros estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica (art. 155, § 2°, X, “b”, CF);
Imunidade do ICMS sobre o ouro quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial (art. 155, § 2°, “c”, CF);
Imunidade do ICMS nas operações de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita (art. 155, § 2°, X, “d”, CF);
Imunidade do ITBI em relação a direitos reais de garantia (art. 156, II, CF);
Imunidade do ITBI sobre transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital (art. 156, § 2°, I, CF);
Imunidades das contribuições sociais para a Seguridade Social relativas às entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (art. 195, § 7°, CF).
CLASSIFICAÇÃODOS TRIBUTOS
Tributo
São características dos tributos:
Prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: para cumprir a obrigação de contribuinte, é necessário efetuar o pagamento do tributo em dinheiro.
Compulsório: quando houver a ocorrência do fato gerador, aquele que praticou será obrigado, independente de sua vontade, a pagar o tributo.
Instituído em lei: a criação ou instituição de um tributo depende de ser veiculada por meio de lei, não se admitindo a criação de tributo por outros meios que não sejam lei.
Não constitui sanção a ato ilícito: o que se aplica quando há a ocorrência de ato ilícito é a pena, penalidade, a multa. Tributo depende da prática de atividade lícita.
Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada: para constituir um crédito tributário e declaras a obrigação tributária ao contribuinte, o Fisco necessita efetuar o lançamento.
	
	É tradicional a classificação utilizando-se o fato gerador como critério distintivo das espécies tributárias (art. 4°); dessa forma, os tributos são vinculados ou não-vinculados, conforme a hipótese de incidência esteja jungida ou não a uma atuação estatal. Por outro lado utiliza-se também a classificação extrínseca dos tributos, a qual se relaciona com elementos externos à hipótese de incidência, a saber: a previsão da destinação legal do tributo.
	Convém notar, portanto que os impostos são tributos não-vinculados e as taxas e as contribuições de melhoria são vinculados. Já as contribuições especiais e os empréstimos compulsórios não se caracterizam somente por seu fato gerador (classificação intrínseca), mas sobretudo e precipuamente, por sua finalidade, exteriorizada pela atividade estatal desenvolvida e que se conecta, indiretamente, com o sujeito passivo. Nesse caso, seria traço característico das contribuições que o produto de sua arrecadação fosse destinado à atividade estatal, que é seu pressuposto.
Espécies tributárias
1. Imposto
 É o tributo exigível independentemente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte (art. 145, I, CF e art. 16, CTN). Obs.: sua receita não deve ter destinação específica (art. 167, IV, CF).
2. Taxa 
	 É o tributo exigível em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição (art. 145, II, CF, e art. 77, CTN). Obs.: destina-se a custear o relativo serviço público (art. 145, II, CF). Não poderá ter base de cálculo própria de impostos.
	Taxa e tarifa (ou preço público). Distinção – A taxa é compulsória, remunera serviços públicos fundamentais, prestados diretamente pelo Estado; já a tarifa (ou preço público) é facultativa, remunera serviços prestados indiretamente pelo Estado.
3. Contribuição de melhoria
	É o tributo exigível em decorrência de obra pública (art. 145, III, CF) que implique valorização imobiliária. Destina-se a custear parcialmente a obra realizada (art. 81, CTN). 
Obs.: sua cobrança deve observar dois limites:
a) individual: o valor máximo de contribuição de melhoria exigida de um proprietário não pode ultrapassar o montante da valorização daquele imóvel;
b) total: somadas todas as contribuições de melhoria arrecadadas, o valor final não deve ultrapassar o custo total da obra.
4. Contribuições especiais
	As contribuições especiais têm como principal característica a finalidade (destinação) para a qual são criadas. Subdividem-se em:
Contribuições sociais gerais
As contribuições sociais gerais são instituídas para financiar atividades ligadas a ordem social, com exceção da seguridade social. Ex.: contribuição ao salário-educação. 
Contribuições sociais para Seguridade Social (art.195, CF)
Destina-se ao financiamento e à manutenção da Seguridade Social, sendo que esta compreende os direitos relativos à saúde, previdência e assistência social. Ex.: CPMF, Cofins,etc.
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - Cide 
São contribuições cuja finalidade é intervir sobre a parcela da atividade econômica em que atuam os agentes privados e dar efetividade às politicas econômicas. Ex.: Cide-petróleo.
Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas (corporativas)
A finalidade dessas contribuições é financiar atividades de interesse das categorias profissionais ou econômicas. Ex.: contribuição à OAB, Senac, Sebrae, etc.
Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública – Cosip (149-A, CF)
A Cosip é de competência dos Municípios e do Distrito Federal e tem como finalidade o custeio do serviço de iluminação pública.
Contribuições sociais para a Seguridade Social dos servidores (art. 149, § 1°, CF)
Esta contribuição, de competência comum dos entes federativos, visa a financiar a previdência social dos servidores públicos.
5. Empréstimo compulsório
	Tributo restituível que pode ser instituído, por meio de lei complementar, para atender:
Despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua eminência. Não obedecem, nesse caso, ao princípio da anterioridade (art.148, I, e art. 150, § 1°, CF).
Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Obedece ao princípio da anterioridade (art. 148, II, CF).
CARACTERÍTICAS DOS IMPOSTOS PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO
IMPOSTOS DA UNIÃO
Impostos de Importação (II)
Art. 153, I
Aspecto material – Importar produtos estrangeiros.
Características – Exceção ao princípio da anterioridade e anterioridade mínima (art. 150, § 1°); suas alíquotas podem ser alteradas pelo Poder Executivo (presidente da República – ART. 76 da CF), por meio de decreto, desde que obedecidos os limites da lei (art. 153, § 1°) – função extrafiscal. 
Imposto de Exportação (IE)
Art.153, II
Aspecto material – Exportar produtos nacionais ou nacionalizados.
Características – iguais as do II
Imposto de Renda (IR)
Art. 153, III
Aspecto Material – Auferir renda e proventos de qualquer natureza
Características – Exceção ao princípio da anterioridade mínima, disposto no art. 150, III, “c” (ver art. 150, § 1°). Renda é o produto capital, do trabalho ou da combinação de ambos; proventos são os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda. Sempre deve existir majoração patrimonial. Será informado pelos seguintes critérios:
a) generalidade: o imposto deve incidir sobre todas as espécies de rendas (todo acréscimo patrimonial deve ser submetido ao mesmo tratamento);
b) universalidade: isonomia tributária (a renda obtida por toda a pessoa fica sujeita á incidência do imposto);
c) progressividade: as alíquotas devem ser tanto maiores quanto maior for a renda passível de tributação (para atender à capacidade contributiva)
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
Art. 153, IV
Aspecto material – Industrializar produtos e importar produtos industrializados. Considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade ou aperfeiçoe para o consumo.
Características – Exceção ao princípio da anterioridade, disposto no art. 150, III, “b” (ver art. 150, § 1°). Suas alíquotas podem ser alteradas pelo Poder Executivo, por meio de decreto, desde que obedecidos os limites da lei (art. 153, § 1°) – função extrafiscal. Apresenta dois fatores geradores: importar produtos industrializados e industrializar produtos. Será seletivo, com alíquotas diferenciadas em função da essencialidade do produto; será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. As operações de aquisição de bens sujeitos ao IPI geram créditos ao contribuinte, enquanto os produtos industrializados pelo contribuinte geram débitos de IPI. Ou seja, há a compensação entre os débitos do IPI decorrentes da industrialização de produtos ou importação de produtos industrializados, com créditos de IPI pagos nas operaçõesanteriores de aquisição de bens sujeitos ao IPI.
Imunidade tributária - Não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior
Imposto sobre Operações Financeiras – (IOF)
Art. 153, V
Aspecto material – Realizar operações de crédito, de câmbio e de seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários.
Características – Exceção ao princípio da anterioridade (art. 150, § 1°). Suas alíquotas podem ser alteradas pelo Poder Executivo, por meio de decreto, desde que obedecidos os limites da lei (art. 153, § 1°) – função extrafiscal. Apresenta quatro fatos geradores: realizar operação de crédito; operação de câmbio; operação de seguro; e operação de títulos ou valores mobiliários (que são todos os investimentos com intuito de lucro ofertados ao público). O imposto incide sobre operações, isto é, negócios jurídicos que tenham esses bens como objeto.
	O ouro, quando definido em lei com ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF devido na operação de origem; a alíquota mínima será de 1% (ver arts. 153, § 5°, e 155, § 2°, X, “c”).
Imposto Territorial Rural (ITR)
Art. 153, VI
Aspecto material – Ser proprietário de imóvel territorial rural.
Características – De acordo com o art. 153, § 4°, I, da CF, o ITR será progressivo (progressividade fiscal) e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (progressividade extrafiscal). O inciso II do § 4° trata da imunidade tributária, determinando a não-incidência do imposto sobre pequenas glebas rurais exploradas pelo proprietário que não possua outro imóvel. Já o inciso III do mesmo parágrafo trata da parafiscalidade do ITR e dispõe que o imposto será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, desde que não implique redução do imposto qualquer outra forma de renuncia fiscal.
Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF)
Art. 153, VII
Aspecto material – Possuir grandes fortunas.
Características – Lei Complementar deve definir o que são “grandes fortunas”, para fins de incidência.
Imposto Residuais (ou Competência Residual)
Art. 154, I
Aspecto material – Podem ser substituídos desde que não tenha, fato gerador ou base de cálculo próprios dos descriminados na CF.
Características – Devem ser não-cumulativos e instituídos por meio de lei complementar.
Imposto Extraordinário 
Art. 154, II
Aspecto material – Pode ser instituído na eminência ou no caso de guerra externa.
Características – Exceção à competência privativa dos Estados, Municípios e Distrito Federal para instituir impostos. Não está sujeito ao princípio da anterioridade (art. 150, § 1°).
	O imposto será suprimido gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD)
Art. 155, I
Aspecto material – Transmitir causa mortis bens e direitos e realizar doações de quaisquer bens ou direitos.
Características:
a) relativamente a bens imóveis e respectivos direitos: o imposto compete ao Estado da situação do bem ou ao Distrito Federal;
b) relativamente a bens móveis, títulos e créditos: o imposto compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento ou tiver domicílio o doador ou ao Distrito Federal. A competência para sua instituição será regulada por lei complementar quando: 1. o doador tiver domicílio ou residência no exterior; 2. o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve seu inventário processado no exterior.
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
Art. 155, II
Aspecto material – Realizar operação de circulação de mercadorias; prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal; e serviços de comunicação.
Características – Incide sobre:
as operações de circulação de mercadorias (obrigações de dar); mercadorias são as coisas móveis destinadas ao comércio (bens de consumo ou bens adquiridos para integrar o ativo fixo do estabelecimento não são considerados mercadorias);
a prestação de serviços (obrigação de fazer) de transporte e comunicação, de caráter oneroso;
a produção, importação, circulação distribuição e consumo de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos e de energia elétrica;
as operações de extração, circulação, distribuição e consumo de minerais;
a entrada de bem ou mercadoria importados por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja sua finalidade, assim como o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicilio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço (art. 155, § 2°, IX, “a”). Imunidades tributárias (art. 155, § 2°, X, da CF):
a) não incide ICMS sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços a destinatários no exterior, assegurados à manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;
b)não incide ICMS sobre operações que destinem a outro Estado petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c)não incide ICMS sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5°;
d)não incide ICMS nas prestações de serviços de comunicação nas modalidades de radiofusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita.
	Será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores; poderá ser seletivo em função da essencialidade das mercadorias ou produtos (ver IPI).
	O Senado tem competência para estabelecer as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação, por meio de resolução.
	É facultado ao Senado estabelecer, nas operações internas, as alíquotas mínimas e máximas para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados.
	Cabe a lei complementar: definir seus contribuintes; dispor sobre substituição tributária; disciplinar o regime de compensação do imposto (princípio da não-cumulatividade).
Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
Art. 155, III
Aspecto material – Ser proprietário de veículo automotor.
Características – De acordo com o art. 155, § 6°: I – o IPVA terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; II – poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.
IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
Art. 156, I
Aspecto material – Ser proprietário de imóvel territorial urbano.
Características – O IPTU poderá ser progressivo, nos termos de lei municipal, de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade (art. 156, § 1°, c/c art. 182); é a progressividade extrafiscal. Também poderá ter alíquotas diferentes em razão da localização e uso do imóvel (art. 156, § 1°, II). A progressividade também poderá ser fiscal (art. 156, I, § 1°), pois as alíquotas poderão variar de acordo com o valor do imóvel.
	O CTN dispõe no art. 32, § 1°, que, para efeitos do IPTU, entende-se como zona urbana a definida por lei municipal, observando o requisito mínimo da existência de melhoramentos construídos e mantidos pelo Poder Público: meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; abastecimento de água; sistema de esgotos; rede de iluminação pública; escola primária ou posto de saúde. O § 2° reza que a lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.
Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI)
Art. 156, II
Aspecto material – Transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia,bem como cessão de direitos a sua aquisição.
Características – Bem imóvel por natureza (art. 79, CC): o solo com sua superfície, seus acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo; bem imóvel por acessão física: tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que não possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano.
	Direitos reais sobre os imóveis (arts. 1.378, 1.390; 1.412, 1.414 CC): servidões prediais, usufruto, uso, habitação e rendas constituídas sobre imóveis.
	O imposto não incide sobre:
os direitos reais de garantia (anticrese e hipoteca);
a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio da pessoa jurídica em realização de capital;
a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.
Compete ao Município da situação do bem a instituição e arrecadação do imposto.
Imposto sobre Serviços (ISS)
Art. 156, III
Aspecto material – Prestar serviços de qualquer natureza não compreendidos no ICMS, definidos em lei complementar.
Características – De acordo com o art. 1°, § 1°, da LC 116/03, o imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior.
	Nos termos do art. 3° da LC 116/03, considera-se o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local da prestação.
	Cabe a lei complementar (art. 156, § 3°, CF): fixar suas alíquotas máximas; excluir da incidência de ISS as exportações de serviços para o exterior; regular a forma e condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
	É o vínculo que se estabelece entre o Estado (credor – sujeito ativo – Fisco) e o particular (devedor – sujeito passivo – contribuinte) em função de uma prestação de cunho patrimonial, prevista na legislação tributária, traduzida em pagar tributo ou penalidade ou em fazer alguma coisa no interesse do Fisco ou ainda deixar de praticar determinado ato de acordo com a lei (art. 113).
Obrigação principal – Surge com a ocorrência do fato gerador previsto em lei e tem por objeto uma obrigação de dar (dar dinheiro – pagar). Ex: efetuar o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (multa).
Obrigação acessória – Decorre da legislação tributária e tem por objeto deveres instrumentais (obrigação de fazer ou não fazer) previstos em favor da arrecadação ou da fiscalização de tributos. Ex.: emitir notas fiscais; não receber mercadorias desacompanhadas da documentação legalmente exigida.
	A obrigação acessória não cumprida converte-se em principal no que se refere ao pagamento da penalidade pecuniária. A dispensa de pagamento do tributo não desobriga o contribuinte do cumprimento da obrigação acessória prevista na lei.
FATO GERADOR
	Fato gerador é a situação prevista em lei como necessária e suficiente a sua ocorrência (art. 114).
	Hipótese de incidência é a descrição legal de um fato de forma hipotética, prévia e genérica, a qual, uma vez concretizada, enseja o nascimento da obrigação principal (fato gerador).
Efeitos
	De acordo com o art. 116 do CTN, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes seus efeitos:
tratando-se de situação de fato, surge a obrigação tão logo ocorram as circunstâncias materiais necessárias;
tratando-se de situação jurídica, considera-se ocorrido o fato gerador tão logo tais situações estejam definitivamente constituídas de acordo com as normas do direito aplicável.
Pretendendo inibir a evasão fiscal, a LC 104/01 inseriu o parágrafo único no art. 116 do CTN, o qual autoriza que a autoridade administrativa desconsidere atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador, regra que deverá ser regulamentada por meio de lei ordinária.
	O art. 117 do CTN dispõe acerca das condições suspensivas e resolutórias no que tange aos atos ou negócios jurídicos:
Na condição suspensiva, a aquisição do direito fica na dependência de um evento ou condição futura e incerta que deixa em suspenso a eficácia do ato.
Na condição resolutória, o direito adquirido se desfaz quando ocorre determinado evento. Referido evento tem o condão de “resolver”, ou seja, extinguir o ato jurídico.
A definição legal do fato gerador independente de (art. 118):
Validade jurídica, natureza ou efeitos dos atos praticados; e 
Efeitos dos fatos ocorridos.
Sujeito ativo – capacidade tributária ativa
	De acordo com o dispositivo no art. 119 do CTN, o sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir seu cumprimento.
	O sujeito ativo é o titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária, podendo ser a pessoa jurídica pública ou privada no Direito brasileiro. A delegação ou transferência, por meio de lei, da capacidade tributária ativa não se confunde com a competência tributária. 
Sujeito passivo – capacidade tributária passiva
	No que se refere ao sujeito passivo da obrigação principal, o art. 121 do CTN o define como contribuinte – sujeito passivo direto (aquele que possui uma relação direta e pessoal com o fato gerador da obrigação) e responsável – sujeito passivo indireto (aquele que, não sendo contribuinte e, portanto, não possuindo uma relação direta e pessoal com o fato gerador, tem a obrigação de pagar o tributo em virtude de uma imposição legal).
	No que tange ao sujeito passivo da obrigação acessória, o legislador deverá indicar as pessoas que serão responsáveis pelo cumprimento das obrigações acessórias, conforme os interesses da arrecadação ou da fiscalização.
	Convenções particulares
	O art. 123 do CTN estabelece que, se não houver disposição de lei em contrário, os contratos particulares não podem alterar a definição do sujeito passivo da obrigação tributária. Ex.: no contrato de locação, a obrigação de pagar o IPTU pode ser atribuída ao locatário; no entanto, tal convenção não poderá ser oposta contra o Fisco, que exigirá o pagamento do imposto de sujeito passivo pela lei, ou seja, o proprietário (locador). 
	Solidariedade
	A solidariedade passiva em matéria tributária caracteriza-se toda vez que duas ou mais pessoas são simultaneamente obrigadas a pagar o tributo, de acordo com os casos previstos em lei (art. 124).
	Na solidariedade não existe benefício de ordem, não existe a figura do devedor principal. Sendo assim, o Fisco poderá cobrar o tributo de qualquer um dos devedores solidários.
	O próprio art. 124 do CTN indica quais as hipóteses em que configurará a solidariedade passiva, a saber:
quando os solidários têm interesse comum na situação que constitua o fato gerador. Ex.: condomínio – a Prefeitura pode exigir o IPTU de qualquer um dos proprietários, a sua escolha;
quando ocorre por determinação prevista em lei, independente da existência de interesse comum entre os solidários. Ex.: construção civil – o empreiteiro e o proprietário são responsáveis solidários pelos débitos previdenciários decorrentes da obra.
São efeitos da solidariedade (art. 125):
o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica os demais.
A capacidade tributária passiva independe (art. 126):
da capacidade civil das pessoas naturais;
de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importemprivação ou limitação do exercício das atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
de estar a pessoa jurídica regularmente constituída , bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.
Domicílio tributário do sujeito passivo (art. 127)
Em regra, o sujeito passivo possui o direito de escolher seu próprio domicílio tributário. Não obstante, a autoridade administrativa poderá recusar o domicílio eleito quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo. Nesse caso, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
	A lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivos do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
Responsabilidade dos sucessores
São pessoalmente responsáveis (art. 131): 
I – o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos (remitente é aquele que praticou a remição, que é o ato de o devedor pagar dívida e resgatar o bem);
II – o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão, do legado ou da meação (sucessor a qualquer título é aquele que passa a ser proprietário em virtude do falecimento do proprietário anterior. Como a meação não é herança, o CTN se refere ao sucessor e ao meeiro, que é o cônjuge sobrevivente ao seu consorte);
III – o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão (espólio é o patrimônio de uma pessoa depois de sua morte e antes de concluído o respectivo inventário).
	Nos créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, assim como os créditos tributários relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo se no título de transferência do direito conste prova de sua quitação (art. 130).
	Se o bem imóvel é arrematado em hasta pública, os créditos tributários referentes ao imóvel sub-rogam-se sobre o respectivo preço.
	Sucessão de empresas
	A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação ou cisão de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas (art. 132).
	A mesma regra se aplica aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma individual. 
	A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato (art. 133):
I – integralmente (responde sozinho), se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II – subsidiariamente com o alienante (primeiro responde o alienante; se este não tiver como pagar, será cobrada ao adquirente), se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
Responsabilidade do adquirente na alienação judicial ou processo de recuperação judicial
	Com a modificação da Lei de Falências (Lei 11.101/05), o artigo 133 do CTN foi modificado pela LC 118/05, de modo que a responsabilidade do adquirente é afastada quando este adquire em alienação judicial ou processo de recuperação judicial (antiga concordata) estabelecimento ou fundo de comércio. Esse afastamento de responsabilidade do adquirente não subsistirá se este for (art. 133, §§ 1° e 2°, CTN):
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;
II – parente, em linha reta ou colateral até o quarto grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
III – identificado como agente do falido ou o devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.
Responsabilidade por substituição ou substituição tributária
	A lei pode atribuir a responsabilidade tributária (sujeito passivo da obrigação tributária) a uma pessoa qualquer, diversa daquela que possui relação direta com o ato, fato ou negócio tributado. Ex.: Imposto de Renda retido na fonte, em que o contribuinte é o empregado (substituído), mas o responsável pelo recolhimento é o empregador (substituto).
	A lei poderá atribuir a sujeito passivo a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido (substituição tributária pra frente).
Responsabilidade de terceiros
	Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente (subsidiariamente conforme jurisprudência dominante) com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis (arts. 134 e 135):
I – pais, pelos tributos devidos pelos seus filhos menores;
II – tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados e curatelados;
III – administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV – o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V – o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida e pelo concordatário;
VI – os tabeliães, os escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão de seu ofício;
VIII – os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
A responsabilidade de terceiros só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório.
Responsabilidade de terceiros pessoal e solidária
	São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos (art. 135):
I – as pessoas referidas no art. 134;
II – os mandatários, prepostos e empregados;
III – os diretores, os gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
Responsabilidade por infrações
	Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independente da intenção do agente ou do responsável (responsabilidade objetiva) e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato (art. 136).
	Respondem pessoalmente os agentes (responsabilidade subjetiva) nos seguintes casos (art. 137):
quando a infração for conceituada como crime ou contravenção penal, salvo se o ilícito for cometido no exercício regular de suas atribuições;
quando a infração for conceituada como crime ou contravenção penal, salvo se o ilícito for cometido no exercício regular de suas atribuições;
quando a infração tiver como circunstância elementar o dolo específico do agente;
quando as infrações decorram direta e exclusivamente de dolo específico.
Denúncia espontânea 
		 A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora ou do depósito da importânciaarbitrada pela autoridade administrativa pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração (art. 138).
	A denúncia espontânea afasta a cobrança da multa.	
	Não configura denúncia espontânea a denúncia efetuada quando já iniciado algum procedimento administrativo relacionado com a infração, tampouco descumprimento da obrigação acessória.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
	Preceitua o art. 139 do CTN que o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.
	A obrigação principal é a de pagar o tributo ou pena pecuniária. O crédito tributário, constituído pelo lançamento tributário, converte essa obrigação ilíquida em líquida e certa, exigível na data ou no prazo da lei.
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
	Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário por meio do lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor aplicação de penalidade (art. 142).
	A atividade administrativa é plenamente vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
Modalidades de lançamento
	O lançamento pode ser classificado de acordo com o grau de colaboração do contribuinte ou responsável.
Lançamento de ofício ou direto (art. 142) – O sujeito passivo não tem deveres de colaboração com a administração; o sujeito ativo possui todos os dados necessários para efetuar o lançamento. Ex.: IPTU; auto de infração.
Lançamento por declaração ou misto (arts. 147 e 148) – O sujeito passivo presta a declaração ou informação e a Fazenda Pública efetua o lançamento, e só então o sujeito passivo efetua o pagamento ou tenta impugnação caso não concorde com a exigência. Ex.: quando o passageiro chega de um voo internacional, faz uma declaração de bagagens (mercadorias importadas) para que o fiscal possa efetuar o lançamento.
Lançamento por homologação (art. 150) – A legislação transfere ao sujeito as funções de apurar e antecipar o montante devido sem prévio exame da autoridade administrativa. É uma forma de pagamento antecipado sujeito à condição posterior da homologação, que poderá ocorrer de forma expressa ou tácita (a homologação tácita ocorre depois de transcorrido o prazo de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador). Ex.: IPI; ICMS; IR.
Aplicação da legislação tributária ao lançamento (art. 144)
	O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente revogada ou modificada. Quanto à parte procedimental relacionada à apuração e fiscalização, deverá ser observada e legislação vigente na data do lançamento (art. 144, § 1°).
	A lei tributária somente retroagirá nas hipóteses previstas no art. 106.
Alteração do lançamento tributário (art. 145)
	O lançamento devidamente notificado ao sujeito passivo poderá ser modificado por:
Impugnação do sujeito passivo;
Recurso de ofício;
Iniciativa da própria autoridade administrativa, nos casos previstos no art. 149.
	A revisão do lançamento, conforme preceitua o art.149, só pode ser iniciada enquanto não estiver extinto o direito da Fazenda Pública de efetuar o lançamento.
SUSPENÇÃO DA EXIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
	São causas de suspensão da exibilidade do crédito tributário (art. 151), isto é, que impedem o Fisco de ajuizar a execução fiscal:
	Moratória (arts. 152 a 155) – É a dilatação do prazo de pagamento da dívida concedida pelo credor ao devedor. Sua concessão depende de lei e poderá ser concebida em caráter geral ou individual. A moratória abrange somente os créditos definitivamente constituídos, porém não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benfício daquele.
	Depósito no valor do montante integral – Faculdade que tem o contribuinte ou responsável de efetuar um depósito no valor integral da dívida no procedimento administrativo ou judicial. Caso o depositante perca a demanda, o valor depositado será convertido em renda ao sujeito ativo; por outro lado, se o depositante ganhar, poderá levantar integralmente o valor depositado. O depósito no valor do montante integral evita a correção monetária do débito, bem como a fluência de juros de mora.
	Recursos administrativos – De acordo com a legislação reguladora do processo administrativo relativo a cada tributo, o sujeito passivo tem o direito de contestar lançamento que considere irregular ou abusivo. Se a decisão for favorável ao reclamante, a exigência fiscal se extingue: caso seja desfavorável, restabelece-se a exigibilidade. Em regra, o sujeito passivo terá um prazo para satisfazer a obrigação, sob pena de o Fisco efetuar a cobrança judicial.
	Liminar em mandato de segurança – Preenchidos os requisitos do art. 7°, inciso II, da Lei 1.533/51 (fumus boni iuris e periculum in mora), o juiz poderá determinar a suspensão do ato que deu motivo ao pedido.
	Liminar ou tutela antecipada em outras espécies de ação judicial – Acrescentado pela LC 104/01, este inciso vem corrigir uma omissão do CTN, uma vez que a tutela antecipada ou medida liminar concedida em qualquer ação judicial tem a mesma intenção, como no caso do mandado de segurança, de evitar o ônus tributário para o sujeito passivo antes que seja apreciado o mérito da lide judicial.
	Parcelamento – Espécie de moratória cuja concessão depende do preenchimento dos requisitos definidos em lei. O parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas. Ex.: o Refis e o Paes, ambos parcelamentos de dívidas fiscais junto a União.
	Devedores em recuperação judicial, na forma da Lei 11.101/05, poderão ter condições especiais de parcelamento, se a lei assim o determinar (art. 155-A, § 3°, CTN).
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
	Modalidade de extinção do crédito tributário (art. 156):
	Pagamento – É a forma mais comum; visa à satisfação da obrigação tributária.
	Compensação – Quando o sujeito passivo for ao mesmo credor e devedor do sujeito ativo, as obrigações se extinguem até onde se compensarem. A compensação deve estar prevista em lei e somente poderá ser realizada com créditos líquidos, certos e fungíveis, vencidos ou vincendos. A compensação decorrente de processo judicial depende do efeito trânsito em julgamento da sentença (art. 170-A).
	Transação – Presume concessões mútuas dos sujeitos ativo e passivo da obrigação. A transação em matéria tributária deve ser autorizada por lei, a qual indicará a autoridade administrativa que pode celebrar a transação e os limites admitidos.
	Remissão – Significa o perdão total ou parcial da dívida, depois de constituído o crédito tributário. O ato de remitir, de perdoar a dívida, é formalizado pela autoridade administrativa após a autorização de lei que tenha por fundamento uma das hipóteses do art. 172.
	Decadência – É o perecimento do dever-poder da Administração de efetuar o lançamento tributário devido ao recurso de certo lapso temporal. O direito de constituir o crédito por intermédio do lançamento se extingue após cinco anos, contados (art. 173):
a) do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
b)da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
	Quanto aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o prazo será de cinco anos contados da data da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4°).
	Prescrição – É a perda do direito à ação de cobrança do crédito tributário. A prescrição do direito do Fisco corresponde à perda do direito de o Fisco ingressar com a ação de execução fiscal. O Fisco tem cinco anos contados da data da constituição definitiva do crédito tributário para cobrar judicialmente a dívida tributária (art. 174). O prazo prescricional admite hipóteses de interrupção (art. 174, parágrafo único) e hipótesesde suspensão (art. 151, CTN, e art. 2°, § 3°, Lei 6.830/80).
	Conversão do depósito em renda – Após a decisão definitiva administrativa ou judicial favorável ao sujeito ativo, o depósito integral efetuado nos autos é convertido em renda a favor deste.
	Pagamento antecipado e homologação do lançamento – Nos tributos sujeito ao lançamento por homologação, o sujeito passivo antecipa o pagamento com base em apuração realizada por ele próprio sem prévio exame da autoridade administrativa. Nesses casos, a extinção do crédito não se verifica com o pagamento, mas com a soma deste com a homologação do lançamento (art. 150, § 4°).
	Consignação em pagamento – Ação judicial utilizada nos casos taxativos do art. 164. Se o autor for vitorioso, a importância é convertida em renda; se perder a ação, o crédito tributário será cobrado com juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis (art. 164, § 2°).
	Decisão administrativa ou judicial transitada em julgado – A decisão definitiva em favor do sujeito passivo, em processo administrativo ou judicial, extinguirá o crédito tributário.
	Dação em pagamento em bens imóveis – Somente serão aceitos na forma e condições previstas na lei (hipótese acrescentada pela LC 104/01).
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
	São modalidades de exclusão do crédito tributário (art. 175):
	Isenção – É a dispensa do pagamento de tributo, concedido de forma geral ou específica, por meio de lei. A lei isentiva poderá estipular prazo e condições para sua concessão. As isenções poderão ser revogadas a qualquer tempo, salvo aquelas concedidas por prazo certo e em função de determinadas condições (art. 178).
	Anistia – Consiste no perdão das penalidades pecuniárias antes da constituição do crédito tributário. A anistia só atinge as infrações cometidas antes da lei que a conceda e:
a) pode ser geral ou limitada;
b) o sujeito passivo continua obrigado a pagar o tributo;
c) não alcança os atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e os atos praticados com dolo, fraude ou simulação (art. 180);
d) não gera direito adquirido (art. 182).
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (arts. 183 a 193)
	A enumeração das garantias previstas no CTN é exemplificativa e não taxativa, pois, observadas as regras gerais da Constituição e do próprio Código, a lei pode estabelecer outras garantias.
Totalidade de bens
	Responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, de seu espólio ou sua massa falida, inclusive os bens gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis (art. 184, CTN).
	A LC 118/05 aumentou o rol de garantias do crédito tributário ao acrescentar disposições sobre a indisponibilidade dos bens do devedor tributário.
	Assim, na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao Registro Público de Imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. Essa indisponibilidade dos bens ficará restrita a bens que totalizem o valor do crédito tributário exigível (art. 185-A).
Presunção de fraude
	A alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa presume-se fraudulenta, salvo na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita (art. 185, CTN, com nova redação dada pela LC 118/05).
Concurso de credores
	A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento (art. 187).
Concurso de preferências
	Geral – O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho.
	Entre pessoas jurídicas de direito público há a seguinte ordem de preferência:
I – União;
II – Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pro rata;
III – Municípios, conjuntamente e pro rata.
	No caso de falência e recuperação judicial – Com relação à falência, houve mudanças significativas com a LC 118/05, decorrentes de mudanças na Lei de Falências. A partir da vigência da LC 118/05, na falência:
I – O crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. Poder-se-ia afirmar, de modo simplificado, que o crédito tributário, excetuando-se as multas e incluindo-se os juros de mora, ficou em terceiro lugar na preferência de pagamento da falência , depois dos créditos trabalhistas e dos créditos com garantia real.
II – A lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. Concretamente, a Lei 11.101/05 estabeleceu preferência para créditos trabalhistas até 150 salários mínimos por credor, desde que não cedidos a terceiros. No caso de cessão de créditos trabalhistas a terceiros, estes perdem a preferência e passam a concorrer como créditos quirografários , após, portanto, os créditos tributários referentes ao tributo e aos juros de mora.
III – A multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. Ou seja, as multas tributárias do falido serão quitadas em penúltimo lugar na fila de preferências, ficando em situação desvantajosa inclusive quanto aos créditos quirografários. A extinção das obrigações do falido (art. 191, bem como a concessão de recuperação judicial (antiga concordata), requer prova de quitação de todos os tributos). A recuperação judicial pode ser concedida caso os créditos estejam com a exigibilidade suspensa (art. 191-A).
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Dívida ativa tributária
	De acordo com o art. 201 do CTN, constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado para pagamento pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.
	A certidão de dívida ativa poderá ser substituída ou emendada até decisão de primeira instância, devolvido ao sujeito passivo o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada (art. 203).
	A dívida ativa regularmente constituída goza de presunção relativa de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída. Cabe ao sujeito passivo ilidir a presunção com a apresentação de prova inequívoca (art. 204).
Certidões negativas
	O art. 205 prevê que a lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível (concordata, concorrência pública, etc.), seja feita por certidão negativa. Entretanto, tem os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão positiva expedida de que conste (art. 206):
a) a existência de crédito não vencido;
b) a existência de crédito em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora;
c) a existência de crédito cuja exigibilidade esteja suspensa.
PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO
	É objetivo do processo judicial tributário tornar clara e precisa a vontade da lei incidente em cada caso concreto de Direito Tributário submetido à Justiça.
	Tanto o Fisco como o contribuinte tem esse direito em face do princípio da inafastabilidade do controlejurisdicional (art. 5°, XXXV, CF).
	A atividade jurisdicional é uma verdadeira resposta à ação, dando-se pela respectiva procedência, se baseada no ordenamento jurídico, ou por sua improcedência, se não contemplada por este.
	Posto isso, as ações tributárias existentes para dirimir os conflitos entre o Fisco e o contribuinte no tocante à cobrança dos tributos são expostas a seguir.
MEDIDAS PROPOSTAS PELO SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária
	Por meio dessa ação, o sujeito passivo da obrigação tributária visa a estabelecer em seu favor uma decisão judicial aplicável a casos futuros e a novas demandas, decisão esta que lhe declare a inexistência da obrigação tributária em casos concretos.
	A ação declaratória tem por objetivo o pronunciamento da Justiça (declaração por sentença), no sentido da existência ou não de relação jurídica, esclarecendo se o autor tem certo direito ou não. Essa ação deverá ser proposta quando o tributo ainda não tiver sido pago, pois a sentença favorável ao autor não o habilita a haver repetição de indébito pago.
	Ademais, poderá ser utilizada nos mais diversos casos: para declaração de inexistência de obrigação tributária; para fixação da obrigação tributária em quantia menor; para declaração de não-incidência tributária; para declaração de imunidade ou isenção fiscal, etc.
	Poderá, ainda, ser realizado no bojo da ação o pedido de concessão da tutela antecipada, nos termos do art. 273 do CPC, a fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário.
Ação anulatória de débito fiscal
	É uma das medidas possíveis de o contribuinte adotar na defesa de seus direitos, assim como uma das mais utilizadas como remédio judicial para anular lançamentos tributários ou decisões administrativas.
	Nessa ação, o sujeito passivo da obrigação tributária busca invalidar o lançamento efetuado contra ele ou a decisão administrativa que não acolheu suas razões de impugnação da pretensão da Fazenda Pública.
	A ação anulatória poderá ser proposta para diversos fins: anular lançamento tributário ou auto de infração, por irregularidade formal: anular débito fiscal indevido em razão de não-incidência do tributo ou não-ocorrência de fato gerador da respectiva obrigação tributária; anular débito fiscal indevido em razão de isenção tributária, base de cálculo incorreta ou falta de lei anterior, etc.
	Poderá, ainda, ser realizado no bojo da ação o pedido de concessão da tutela antecipada, nos termos do art. 273 do CPC, a fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário.
Ação de repetição de indébito
	É medida cabível nos casos de o contribuinte efetuar o pagamento indevidamente do tributo, de acordo com o art. 165 do CTN.
	O pedido do contribuinte será para declarar o pagamento indevido e condenar a ré (Fazenda Pública) a restituir o indébito.
	A ação deve ser instruída com a documentação que convença da legitimidade do pagamento contra o qual se volta e proposta no prazo de cinco anos, a contar do pagamento (art. 168).
	A ação de repetição de indébito é admitida em três hipóteses:
1. no caso de cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior do que o devido;
2. no caso de erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração de documento relativo ao pagamento.
3. nos casos de reforma, revogação ou rescisão de sentença condenativa.
Ação de consignação em pagamento
	Proposta somente nos casos taxativos do art. 164 do CTN, a saber:
a) recusa de recebimento ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade ou a cumprimento de obrigação acessória;
b) subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal;
c) exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre o mesmo fato gerador.
Mandado de segurança individual
	Trata-se de garantia constitucional que visa a proteger direito líquido e certo do contribuinte, insurgindo-se, assim, contra atos ilegais ou praticados com abuso de poder por autoridades fiscais.
	A prova é pré-constituída, ou seja, não há fase probatória.
	O impetrante terá o prazo de 120 dias, a contar da ciência do ato coator, para impetrar o competente mandado de segurança repressivo.
	Não há prazo para o preventivo. A concessão de medida liminar tem a função de suspender a exigibilidade do crédito tributário.
Embargos à execução fiscal
	É medida cabível para o executado se defender de uma execução fiscal.
	No prazo dos embargos (30 dias), o executado deverá alegar toda a matéria útil à defesa, requerer provas e juntar aos autos os documentos e rol de testemunhas até três ou, a critério do juiz, até o dobro desse limite.
Ação cautelar inominada
	Tem a finalidade de garantir a eficácia da tutela jurisdicional de conhecimento ou de execução, objetivando sempre a garantia do processo principal com o qual guarda certa pertinência.
MEDIDAS PROPOSTAS PELO SUJEITO ATIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Execução fiscal (Lei 6.830/80)
	Proposta pela Fazenda Pública com o objetivo de cobrar a dívida ativa (tributária ou não).
	A Lei 11.051/04 acrescentou o § 4° ao artigo 40 da LEF e reconheceu a prescrição intercorrente. Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato.
Cautelar fiscal (Lei 8.397/92)
	Tem por fim tornar indisponíveis os bens do contribuinte, sendo cabível, nas hipóteses indicadas pela lei, antes da propositura da execução fiscal ou no curso desta, podendo ser intentada contra sujeito passivo de crédito tributário ou não-tributário, regularmente constituído em procedimento administrativo.

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