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Ação de adoção cumulada com pedido de destituição do poder familiar (Adoção por casal do mesmo sexo que vive em união estável)
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA .....ª VARA DE ............... DA CIDADE E COMARCA DE ............... DO ESTADO DE ............... .
(Dez espaços duplos para despacho)
............... (nome completo), ............... (nacionalidade), ............... (estado civil), ............... (profissão), portadora da Carteira de Identidade – RG n. ............... e do CPF n. ..............., e ............... (nome completo), ............... (nacionalidade), ............... (estado civil), ............... (profissão), portadora da Carteira de Identidade – RG n. ............... e do CPF n. ..............., residentes e domiciliadas no endereço na Rua ..............., n. ....., Bairro ..............., Cidade e Comarca ..............., do Estado ..............., CEP: ..............., neste ato representadas por seu advogado infra-assinado, com instrumento de mandato em anexo, com escritório profissional situado no endereço na Rua ..............., n. ....., Bairro ..............., Cidade e Comarca ..............., do Estado ..............., CEP: ..............., onde recebe intimações e notificações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com suporte no artigo 39 e seguintes da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, e demais dispositivos legais aplicáveis, proporem AÇÃO DE ADOÇÃO CUMULADA COM PEDIDO DE DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR, contra ............... (nome completo), ............... (nacionalidade), ............... (estado civil), ............... (profissão), portadora da Carteira de Identidade – RG n. ............... e do CPF n. ..............., residente e domiciliada no endereço na Rua ..............., n. ....., Bairro ..............., Cidade e Comarca ..............., do Estado ..............., CEP: ..............., pelos fatos e motivos que passa a expor.
DOS FATOS e DOS DIREITOS
As requerentes vivem em união estável desde o ano de .........., sob o regime de comunhão parcial de bens (doc. anexado).
Ambas têm o desejo de adotarem o menor ............... (nome completo), pois este terá uma vida saudável e confortável.
Ora, Excelência, a mãe biológica deverá ser destituída do poder familiar, pois a mesma não arcou com suas responsabilidades de genitora (doc. anexado).
Além disso, a mesma deseja que o infante seja adotado pelas requerentes e não por outras pessoas estranhas e desconhecidas.
Vale lembrar que a criança está com as requerentes, desde o seu nascimento, pois a mãe biológica entregou seu filho ao casal, relatando que não possui condições psicológicas e financeiras para criá-lo, conforme declaração anexada. Dessa forma, está caracterizado o vínculo afetivo entre o menor e as requerentes.
No presente caso, é importante observarmos os artigos 6º e 43, do Estatuto da Criança e do Adolescente.
“Art. 6º. Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.”
“Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.”
Em suma, deverá prevalecer o interesse do menor, e conforme documentos anexados, as requerentes estão aptas plenamente para adoção em tela.
Nas palavras do nobre desembargador do TJMG, Bitencourt Marcondes, no julgamento do processo n. 1.0470.08.047254-6/001(1), apelação cível, decide que:
“Trata-se de recurso de apelação interposto por E.B.D. E OUTRA, em face da sentença proferida pelo MM. Juiz de Direito Júlio Ferreira de Andrade, da Vara Criminal e da Infância e Juventude da Comarca de Paracatu, que, nos autos da ação de adoção c/c destituição de poder familiar ajuizada pelas recorrentes em desfavor de L.R.P., julgou parcialmente procedente o pedido inicial, concedendo a adoção da menor M.E.R.P. à requerente E.B.D. e decretando, em consequência, a perda do poder familiar da mãe biológica. 
Em suas razões, as recorrentes defendem a adoção de uma interpretação mais ampla ao artigo 226, § 3º, da Constituição da República, a fim de inseri-lo na realidade em que vivemos, com vistas ao reconhecimento de que a união de pessoas do mesmo sexo é uma entidade familiar. 
Alegam que não há expressa proibição no texto constitucional quanto ao reconhecimento da união homoafetiva como família. 
Sustentam a possibilidade de adoção de um menor por um casal que vive em união homoafetiva, suscitando, ainda, ser plenamente possível constar no registro civil de nascimento o nome de duas pessoas do mesmo sexo, bastando que sejam lançadas as expressões “nome dos pais” ou “nome das mães”. 
Recurso recebido às fls. 197. 
Parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, às fls. 225/233, opinando pelo conhecimento e provimento do recurso. 
É o relatório.” 
O entendimento jurisprudencial do TJMG, é favorável aos pedidos das requerentes dessa peça.
“Apelação cível. Destituição de poder familiar. Abandono da criança pela mãe biológica. Adoção por casal do mesmo sexo que vive em união estável. Melhor interesse da criança. Registro de nascimento. 
Recurso conhecido e provido. 
I - A destituição do poder familiar é medida extrema, só devendo ser concretizada se comprovada a impossibilidade de permanência do menor com os pais. 
II - Sempre que se tratar de interesse relativo às crianças e adolescentes, o magistrado deve se ater ao interesse do menor, considerando, para tanto, primordialmente, o seu bem estar. 
III - O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132, reconheceu a existência de entidade familiar quando duas pessoas do mesmo sexo se unem, para constituição de uma família. 
IV - A vedação à discriminação impede qualquer interpretação proibitiva de que o casal homoafetivo, que vive em união estável, adote uma criança. 
V - Demonstrado nos autos que a genitora, com histórico de conduta agressiva e envolvimento com prostituição, abandonou a menor entregando-a aos cuidados das requerentes, e que a convivência com o casal homoafetivo atende, de forma inequívoca, o melhor interesse da criança, a destituição do poder familiar é medida que se impõe, nos termos do artigo 1.638, II e III, do Código Civil. 
VI - O pedido de adoção deve ser deferido em nome de ambas as autoras, sob pena de prejuízos à menor de ordem material (direito de herança, alimentos, dentre outros).”
(TJMG - Número do processo: 1.0470.08.047254-6/001(1) . Relator: Des.(a) Bitencourt Marcondes. Data: 02/02/2012).
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requerem:
•	que seja deferida a presente ação de adoção;
•	que seja deferido o pedido de destituição do poder familiar;
•	a intimação do representante do Ministério Público;
•	que sejam admitidos todos os meios de provas previstas na legislação vigente, tais como: documental, testemunhal, pericial, entre outras.
Dá-se à causa o valor de R$ ............... (valor por extenso).
Nestes termos,
Pede deferimento.
..............., ..... de ............... de .......... .
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Rol de testemunhas:
1. (Nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço completo);
2. (Nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço completo).
Recurso de apelação (Cadastro para fins de adoção. Desnecessidade)
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA .....ª VARA DE ............... DA CIDADE E COMARCA DE ............... DO ESTADO DE ............... .
(Dez espaços duplos para despacho)
Ministério Público do Estado de ............... representadopelo Promotor de Justiça ..............., nos autos do processo em epígrafe, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com suporte no artigo 1.009, e seguintes do Código de Processo Civil de 2015, e demais dispositivos legais aplicáveis, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, por não concordar com a sentença do Juízo ............... . 
Nessa seara, requer que Vossa Excelência providencie o remetimento do recurso e de suas razões ao Tribunal de Justiça do Estado de ............... . 
Nestes termos,
Pede deferimento.
..............., ..... de ............... de .......... .
.............................................
Promotor(a) de Justiça
Razões de recurso de apelação (Cadastro para fins de adoção. Desnecessidade)
PROCESSO N.: ...............
APELANTE(S): ...............
APELADO(S): ...............
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COLENDA CÂMARA
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES
DOUTO PROCURADOR DE JUSTIÇA
DOS FATOS e DOS DIREITOS
Trata-se o caso em tela do inconformismo do recorrente, com a sentença explanada nos autos de ação de adoção, autos n. ..............., que julgou procedente tal feito e decretou a destituição do poder familiar, e ordenou o lançamento do nome do infante no Cadastro Nacional de Adoção, fls. ..... .
Porém, tal decisão monocrática deverá ser reformada parcialmente, pois existe um processo de adoção, autos n. ..............., onde o Senhor ............... (nome completo) e a Senhora ............... (nome completo), ajuizaram a citada ação, para adotarem o menor (doc. anexado).
Nesse sentido, o menor está adaptado ao casal que deseja adotá-lo, pois está vivendo com os mesmos desde o seu nascimento (doc. anexado).
Observe-se que, no ano de .......... foi deferida a guarda provisória ao casal em tela (doc. anexado).
Diante de tais dizeres, deverá prevalecer o interesse do menor, pois este é considerado a parte mais fraca na relação em estudo. Assim, o interesse do infante deverá prevalecer em relação a uma simples lista burocrática.
Nas palavras do nobre desembargador do TJMG, Leite Praça, no julgamento do processo n. 1.0607.06.034859-8/001(1), apelação cível, decide que:
“Conheço do recurso, uma vez presentes os pressupostos de admissibilidade. 
Em que pese o entendimento esposado pelo i. Juiz, entendo assistir razão ao Apelante. 
Extrai-se dos autos que o Ministério Público ajuizou ação em face de T.C.S pleiteando a destituição do poder familiar. 
A mãe biológica, em virtude de encontrar-se em local incerto e não sabido (fl. 15), foi citada por edital e, via de consequência, foi-lhe nomeado curador especial, que apresentou defesa por negativa geral. 
Ao final, o magistrado singular julgou procedente o feito, mas determinou a remessa do nome do menor ao Cadastro Nacional para fins de adoção. 
Ora, sabe-se que a extinção do poder familiar é medida excepcional, cabível apenas nas hipóteses do art. 1.635 do CC/02, que dispõe: 
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar: 
(...) 
IV - pela adoção; 
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638. 
E o artigo 1.638, por sua vez: 
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: 
(...) 
II - deixar o filho em abandono. 
Relativamente aos deveres inerentes ao exercício do poder familiar, estabelece o art. 1.634 do CC/02 que: 
“Art. 1.634. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores: 
I - dirigir-lhes a criação e educação; 
II - tê-los em sua companhia e guarda; 
....” 
O Estatuto da Criança e do Adolescente, por sua vez, prevê que:
“Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.” 
Não obstante, a apreciação das circunstâncias que autorizam a extinção do poder familiar deve ser feita de forma bastante criteriosa, haja vista que a convivência familiar é um direito assegurado pela Constituição da República do Brasil em seu art. 227. Confira-se: 
“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” 
In casu, restou comprovado nos autos que o menor foi abandonado por sua mãe biológica e que desde então este permaneceu sob os cuidados da Sra. M. de F. L. de O., nomeada sua guardiã. 
Dessa forma, a extinção do poder familiar em decorrência do abandono do menor, art. 1.638, II CC, in casu, é medida que se impõe. Assim, entendo irreparável a decisão judicial quanto a este mister. 
Contudo, merece reforma a sentença na parte em que determina a inclusão do nome do menor no Cadastro Nacional de Adoção. 
Isso porque já se encontra tramitando processo de adoção proposto pela guardiã do infante. 
Nesse diapasão, vale ressaltar que é possível aferir dos depoimentos colhidos nos autos, que a pretensa adotante detém a guarda do adolescente desde seus primeiros meses de vida (fl. 06/07 e 32/34), quando sua genitora foi encontrada em estado de embriaguez avançado com o menor no colo. Tal fato sucedeu no ano de 1997, contando o jovem hoje com treze anos de idade e, praticamente igual período de convivência com sua guardiã. Ora, um elo de longa data pressupõe a criação de laços afetivos e familiares que devem ser incentivados e não obstaculizados. 
Frise-se, ainda, que, como bem lembrado pelo i. membro ministerial “Roberto Carlos está em idade cujo interesse pela adoção é mínimo. Não há interessados em adotar criança nesta idade em razão da dificuldade de adaptação após convívio tão longo com outra família”. (fl. 49) 
Ademais, quando inquirido se gostaria de ser filho da Sra. M. F., o adolescente respondeu que sim e que ela “cuida bem dos meninos” (fl. 34). Extrai-se, ainda, dos depoimentos que o jovem estuda no Colégio Padre A. V. e cursa a quinta série. Portanto, o menor encontra-se bem assistido. 
Dessa forma, não é possível concordar com a inclusão do nome do adolescente no Cadastro Nacional para fins de adoção. Lado outro, o cadastro pode ser mitigado em situações excepcionais, em que a criança já possui vínculos afetivos com o pretendo adotante, em atenção ao princípio do melhor interesse do menor. 
Desta feita, visando sempre privilegiar o princípio do melhor interesse do menor, no presente caso, o deferimento do pedido ministerial para que o nome do menor não seja enviado ao Cadastro Nacional de Adoção é a medida que me parece mais justa e que irá garantir o bem estar da criança, porquanto esta permanecerá com a pessoa que sempre lhe prestou cuidados e afeto até ulterior decisão no processo de adoção. 
Ante o exposto, dou provimento ao recurso, para reformar parcialmente a sentença e excluir do decisum a parte que determina o lançamento do “nome do menor no Cadastro nacional de Adoção, com ciência à Assistente Social para reinício de contatos para futura adoção”. 
Sem custas. 
É o meu voto.” 
Os entendimentos jurisprudenciais a seguir são favoráveis aos pedidos do apelante.
“Recurso de apelação. Família. Destituição poder familiar. Cadastro para fins de adoção. Desnecessidade. Prevalência do interesse do menor. Precedentes. 
I - Zelar pelo interesse da criança deve ser sempre o objetivo primordial do Magistrado nos feitos que envolvam pedido de extinção de poder familiar e de adoção. 
II - No caso de abandono de menor, a mãe deve ser destituída do poder familiar, nos termos do art. 1.638, II do Código Civil. 
III - A exigência de cadastro para adoção visa evitar fraudes no processo de adoção, não sendo, contudo, absoluta. Nos casos em que o menor já possui vínculo afetivocom o pretenso adotante, em razão da guarda deferida por decisão judicial, não há que se falar em necessidade de cadastro”.
(TJMG – número do processo 1.0607.06.034859-8/001(1). Relator Praça Leite. Data: 10/11/2011).
Recurso especial - Aferição da prevalência entre o cadastro de adotantes e a adoção intuitu personae - Aplicação do princípio do melhor interesse do menor - Verossímil estabelecimento de vínculo afetivo da menor com o casal de adotantes não cadastrados - Permanência da criança durante os primeiros oito meses de vida - Tráfico de criança - Não verificação - Fatos que, por si, não denotam a prática de ilícito - Recurso especial provido. 
I - A observância do cadastro de adotantes, vale dizer, a preferência das pessoas cronologicamente cadastradas para adotar determinada criança não é absoluta. Excepciona-se tal regramento, em observância ao princípio do melhor interesse do menor, basilar e norteador de todo o sistema protecionista do menor, na hipótese de existir vínculo afetivo entre a criança e o pretendente à adoção, ainda que este não se encontre sequer cadastrado no referido registro; 
II - É incontroverso nos autos, de acordo com a moldura fática delineada pelas Instâncias ordinárias, que esta criança esteve sob a guarda dos ora recorrentes, de forma ininterrupta, durante os primeiros oito meses de vida, por conta de uma decisão judicial prolatada pelo i. desembargador-relator que, como visto, conferiu efeito suspensivo ao Agravo de Instrumento n. 1.0672.08.277590-5/001. Em se tratando de ações que objetivam a adoção de menores, nas quais há a primazia do interesse destes, os efeitos de uma decisão judicial possuem o potencial de consolidar uma situação jurídica, muitas vezes, incontornável, tal como o estabelecimento de vínculo afetivo; 
III - Em razão do convívio diário da menor com o casal, ora recorrente, durante seus primeiros oito meses de vida, propiciado por decisão judicial, ressalte-se, verifica-se, nos termos do estudo psicossocial, o estreitamento da relação de maternidade (até mesmo com o essencial aleitamento da criança) e de paternidade e o consequente vínculo de afetividade; 
IV - Mostra-se insubsistente o fundamento adotado pelo Tribunal de origem no sentido de que a criança, por contar com menos de um ano de idade, e, considerando a formalidade do cadastro, poderia ser afastada deste casal adotante, pois não levou em consideração o único e imprescindível critério a ser observado, qual seja, a existência de vínculo de afetividade da infante com o casal adotante, que, como visto, insinua-se presente; 
V - O argumento de que a vida pregressa da mãe biológica, dependente química e com vida desregrada, tendo já concedido, anteriormente, outro filho à adoção, não pode conduzir, por si só, à conclusão de que houvera, na espécie, venda, tráfico da criança adotanda. Ademais, o verossímil estabelecimento do vínculo de afetividade da menor com os recorrentes deve sobrepor-se, no caso dos autos, aos fatos que, por si só, não consubstanciam o inaceitável tráfico de criança; 
VI - Recurso Especial provido.” 
(STJ. REsp 1172067 / MG. Rel. Min. Massami Uyeda. Data do Julgamento: 18/03/2010.) 
“Agravo de instrumento - Medida protetiva - Ação de guarda - Guarda provisória. Regularização da posse de fato. Cadastro. Adoção.
Em que pese a utilidade do cadastro de que trata o art. 50 do ECA, já que, além de facilitar a apuração dos requisitos legais, assegura a celeridade e lisura às adoções, a observância a tal ordem cronológica não constitui fundamento para extinguir o vínculo já existente com casal que vem exercendo a guarda provisória da criança, por força de decisão deferida em procedimento próprio.” 
(TJMG. Agravo n. 1.0261.09.071158-9/002. Rel. Des. Manuel Saramago. Data: 25/02/2010). 
“Adoção - Criança - Cadastro nacional - Inscrição - Ausência - Interesse processual - Caracterização - Vínculo afetivo - Indícios - Existência - Prosseguimento do feito - Necessidade - Princípio constitucional de máxima proteção à criança. 
O indeferimento da inicial, que visava à adoção de menor cumulada com destituição do poder familiar, não se justifica pelo simples fato de os adotantes não terem inscrição no Cadastro Nacional respectivo. Isto porque, havendo indícios de existência de vínculo afetivo com a menor, que se encontra sob seus cuidados desde os primeiros dias de vida, há que se dar prosseguimento ao feito, com a regular instrução, sobretudo em obediência ao princípio constitucional da máxima proteção à criança.” 
(TJMG. Agravo n. 0061132-94.2010.8.13.0317. Rel. Des. Geraldo Augusto. Data: 26/10/2010). 
“Adoção. Prevalência dos interesses do menor. Cadastro de adoção. Nos litígios em que estejam envolvidos interesses relativos a crianças, notadamente naqueles que envolvam pedido de modificação de guarda e de adoção, o julgador deve ter em vista, sempre e primordialmente, o interesse do menor. Não se olvida que o cadastro de adotantes visa evitar fraudes no processo de adoção bem como a adoção direcionada ou intuitu personae. Todavia, o mesmo pode ser mitigado em determinadas situações em virtude da aplicação do princípio da prevalência do interesse do menor, notadamente na hipótese de existência de vínculo afetivo entre a criança e os pretendentes à adoção.”
(TJMG. Apelação Cível n. 0234138-26.2010.8.13.0000. Rel. Des. Maria Elza. Data: 15/07/2010). 
“Adoção. Menor. Guarda de fato. Cadastro de adotantes. Ordem cronológica. Observância. Princípio do Melhor interesse do menor. Cassação da decisão. A aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente tem por escopo conferir seriedade e idoneidade aos pedidos de adoção, com prévia e competente seleção de adotantes em procedimento de habilitação, visando, principalmente, à preservação do princípio do prioritário interesse do menor. A afeição e a afinidade são critérios legais para tornar o respectivo titular cliente preferencial da adoção”. 
Recurso provido.” 
(TJMG. Apelação Cível n. 0113213-32.2010.8.13.0313. Rel. Des. Almeida Melo. Data: 07/04/2011). 
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer o provimento do recurso para reformar parcialmente a sentença monocrática na parte que determina o lançamento do nome do infante no Cadastro Nacional de Adoção, consequentemente, retirar o nome do mesmo da citada lista, e posteriormente, conceder ao casal o direito de adotar o infante dentro das formalidades legais existentes. 
Nestes termos,
Pede deferimento.
..............., ..... de ............... de .......... .
.............................................
Promotor(a) de Justiça
Recurso de apelação (Abandono material e moral pelo pai biológico)
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA .....ª VARA DE ............... DA CIDADE E COMARCA DE ............... DO ESTADO DE ............... .
(Dez espaços duplos para despacho)
Ministério Público do Estado de ............... representado pelo Promotor de Justiça ..............., nos autos do processo em epígrafe, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com suporte no artigo 1.009, e seguintes do Código de Processo Civil de 2015, e demais dispositivos legais aplicáveis, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, por não concordar com a sentença do Juízo ............... . 
Nessa seara, requer que Vossa Excelência providencie o remetimento do recurso e de suas razões ao Tribunal de Justiça do Estado de ............... . 
Nestes termos,
Pede deferimento.
..............., ..... de ............... de .......... .
.............................................
Promotor(a) de Justiça
Razões de recurso de apelação (Abandono material e moral pelo pai biológico)
PROCESSO N.: ...............
APELANTE(S): ...............
APELADO(S): ...............
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COLENDA CÂMARA
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES
DOUTO PROCURADOR DE JUSTIÇA
DOS FATOS e DOS DIREITOSTrata-se o caso em tela do inconformismo do recorrente, com a sentença explanada nos autos de ação de adoção, que julgou parcialmente procedente tal feito (doc. anexado).
No dia ..... de ............... de .........., por volta das ..... horas, nasceu ............... (nome completo), mas poucas horas depois a mãe biológica faleceu por complicação no parto (docs. anexados).
Assim, o infante ficou durante 15 (quinze) anos aos cuidados dos tios maternos, pois o pai biológico abandonou o mesmo (doc. anexado).
Por tais motivos, o menor foi criado em um meio familiar saudável e laços afetivos consolidados, conforme declarações anexadas.
Diante disso, o poder familiar em tela não foi exercido pelo pai biológico, consequentemente, deverá ser extinto, pois o menor foi criado com todo carinho e com todas as características positivas para a formação de uma pessoa íntegra.
Nas palavras do nobre desembargador do TJSC, Fernando Carioni, no julgamento do processo n. 2010.018552-9, apelação cível, decide que:
“VOTO
Presentes os pressupostos de admissibilidade, passa-se à análise do mérito recursal.
Trata-se de recurso de apelação interposto pelo Ministério Público contra a sentença que julgou parcialmente procedente o pedido para conceder aos autores a guarda da adolescente, pleiteada na exordial. Para tanto, defende o acolhimento integral do pleito, com o deferimento da adoção da adolescente pelos autores, em razão do abandono daquela por seu genitor e por serem detentores da guarda desde o seu nascimento.
A adoção consiste no instituto pelo qual o adotante passa a conceber o adotando como filho, por intermédio de um vínculo de filiação fictício, sem que haja necessidade de que exista entre eles qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim.
Para o seu deferimento, contudo, mister a configuração dos requisitos estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, discriminados no seu art. 45, que ora se transcreve:
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do pátrio poder.
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu consentimento.
De acordo com o dispositivo mencionado, a adoção pode ser concedida mediante a anuência dos genitores ou do responsável legal do adotando, concordância que se mostra prescindível nos casos em que este ignore a identidade de seus pais ou em que eles não detenham mais o poder familiar. Ainda, é preciso do consentimento do adotando quando maior de doze anos de idade.
Com efeito, infere-se da hipótese sub examine que o genitor da adotanda não só é conhecido, como figura como réu neste processo e se mostrou contrário ao pleito de adoção, consentindo somente com o deferimento da guarda da menor em favor dos autores. 
Não obstante, a jurisprudência tem firmado o entendimento segundo o qual é prescindível nos requerimentos de adoção que o poder familiar seja previamente destituído, já que essa providência resulta diretamente do acolhimento do pedido.
Feita a devida ressalva, cumpre analisar a conveniência da adoção no presente caso, o que, de plano, verifica-se procedente.
Determina o art. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente que “aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais”.
A propósito, Silvio Rodrigues esclarece que o “abandono não é apenas o ato de deixar o filho sem assistência material, fora do lar, mas o descaso intencional pela sua criação, educação e moralidade” (Direito Civil: direito de família. vol. 6. 27. ed., atualizada por Francisco José Cahali. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 413).
Nessa senda, aos genitores são atribuídos deveres, decorrentes do poder familiar, consubstanciados na obrigação de sustentar seus filhos, dar-lhes guarda e educação, garantindo a inviolabilidade de sua integridade, tanto física, quanto moral. Quando comprovada a ausência de interesse dos pais na criação da prole ou nos cuidados com ela, podem eles perder o direito a terem consigo seus filhos.
No caso em foco, verifica-se que a adotanda está sob os cuidados dos requerentes desde o seu nascimento, que data de 12.07.1992 (certidão de nascimento - fl. 12), ocasião em que sua genitora faleceu. Nesse interregno, raros foram os contatos com seu genitor, notadamente em virtude do descaso deste para com a filha.
Em contrapartida, defende-se o réu sob o argumento de que consentiu com a permanência da criança com os autores somente até possuir melhores condições para criar a filha e, quando acreditou ter chegado esse momento, solicitou que lhe devolvessem a menina, mas não obteve êxito.
Em que pese a justificativa apresentada pelo réu, o caderno processual evidencia que ele nunca despendeu esforços efetivos nesse sentido, não havendo demonstração de nenhuma medida eficaz que tenha tomado no intuito de obter a criança de volta, abandonada logo após o nascimento. Pelo contrário, o que se vislumbra é a tentativa de frustrar o pleito dos autores, sem, contudo, apresentar fundamento plausível, uma vez que patente o abandono material e moral praticado por ele em relação à filha.
Do mesmo modo, revela-se frágil a sua resistência ao pedido de adoção calcada na manutenção dos laços familiares, porquanto este vínculo há muito se perdeu e inexiste indício de que era do seu intento relacionar-se melhor com sua filha.
Mister frisar que o poder familiar compõe-se de direitos e deveres dos pais para com os filhos. No entanto, mostra-se descabida a insurreição dos pais no intuito de fazer valer o seu direito, quando nunca cumpriram com o seu dever, quer de prover o seu sustento, quer de dar-lhes afeto. 
Assim, se não cumpriram com as suas obrigações, não podem pretender atingir o direito dos filhos, mormente quando estes tiveram supridas suas carências afetivas e materiais por terceiros, que os acolheram como filhos legítimos e assumiram o papel dos pais biológicos na ausência injustificada destes.
De consignar que não será pelo indeferimento do pedido de adoção que se fará com que a adotanda perca os laços familiares com seu genitor, visto que, como já foi salientado alhures, é ele meramente ilusório e inexiste há muito tempo, diante da nítida falta de interesse do genitor, que nunca se preocupou em fornecer à filha amparo material ou afetivo.
Outrossim, necessário sopesar que a adotanta conta dezessete anos de idade (fl. 12) e que sua vontade converge com a dos autores, no sentido de que seja por eles adotada. A adolescente ratifica, ainda, a boa estrutura material e moral que lhe é conferida pelos requerentes, bem como a ausência de auxílio de qualquer natureza pelo pai biológico desde o seu nascimento, conforme o depoimento que prestou à Autoridade Judicial:
Diante disso, forçoso prover o recurso a fim de acolher o pedido e, por conseguinte, deferir o pedido de adoção formulado pelos autores.
DECISÃO
Nos termos do voto do Relator, dá-se provimento ao recurso, a fim de julgar procedente o pedido de adoção formulado pelos autores e declarar a menor filha deles. Determina-se a expedição de mandado de averbação ao Registro Civil, com o cancelamento do registro original da adotada e a modificação do sobrenome desta, além da inscrição do nome dos autores como seus pais e o dos genitores dos autores como avós da adotada.”
Os entendimentos jurisprudenciais de alguns Tribunais, são favoráveis aos pedidos do apelante.
“Direito família. Adoção. Prevalência interesse menor. Destituição pátrio poder. Medida extrema. Possibilidade. Cediço é que, nos litígios em que estejam envolvidos interesses relativos a crianças, notadamente naqueles que envolvam pedido de modificação de guarda, o julgador deve ter em vista, sempre e primordialmente, o interesse domenor. A destituição do poder familiar é algo sempre perturbador e traumático para o juiz, pois envolve o poder de declarar desfeitos os vínculos de filiação e parentescos entre os pais e os filhos. Por ser algo tão sério e relevante, o legislador trata a destituição do poder familiar como algo excepcional, a ser aferido mediante o exame acurado das hipóteses previstas no art. 1.635 do Código Civil. Este dispositivo trata das hipóteses de extinção do poder familiar e dispõe em seu inciso V que “”extingue-se o poder familiar (...) por decisão judicial, na forma do art. 1.638””. Com efeito, aquele que castigar imoderadamente o filho, deixá-lo em abandono, praticar atos contrários à moral e aos bons costumes e incidir reiteradamente nas faltas previstas no art. 1637 do mesmo estatuto legal, estará sujeito à decretação da perda do poder familiar. Destarte, comprovado o abandono, a destituição do poder familiar é medida que se impõe, bem como o provimento do pedido de adoção realizado por aquele que em verdade é o pai do menor.”
(TJMG - Apelação Cível, n. 1.0079.08.439049-5/001(1). Relatora Desa. Maria Elza. Data: 30/07/2009).
“Estatuto da Criança e do Adolescente. Destituição do poder familiar. Adoção. Caracterização de abandono por parte dos pais biológicos. Demonstração de vínculo afetivo profundo com os adotantes. Adoção que se constitui em medida que melhor atende os interesses da menor. Situação de filiação com os adotantes que já dura uma década. Manutenção da sentença. Preliminares rejeitadas.”
(TJRS - Apelação Cível, n. 70025726407. Rel. Des. Vasco Della Giustina. Data: 19/11/2008).
“Guarda provisória. Adoção sem consentimento dos pais ou destituição do pátrio poder. Cabimento ante as peculiaridades do caso concreto. Adoção sócio-afetiva. Falta de consentimento da mãe do adolescente para sua adoção. Casal que cria a criança desde seu nascimento e há mais de dezesseis anos. Peculiaridades do caso concreto que tornam imperiosa a procedência do pedido de adoção.”
(TJRS - Apelação Cível, n. 70024389322. Rel. Des. Rui Portanova. Data: 16/10/2008).
“Ação de adoção. Menores sob a guarda do irmão e da cunhada da genitora biológica há cerca de oito anos. Evidenciada a vontade das crianças em permanecerem com os adotantes. Destituição do poder familiar da genitora. Adoção deferida. Preliminares afastadas. Sentença mantida. Embora a adoção envolva, em sua maioria, uma série de aspectos psicológicos, conflitos familiares, mágoas e traumas, deve-se atentar sempre ao primordial: a proteção ao bem estar da criança. É incontestável o dever de prevalência do interesse do menor em detrimento de qualquer outro bem juridicamente tutelado.”
(TJSC - Apelação Cível, n. 2007.025667-7, de Itajaí. Rel. Des. Edson Ubaldo. Data: 05/08/2008).
“Direito de família - Adoção de menor - Perda do pátrio poder - Defesa dos interesses da criança. O deferimento do pedido de adoção de menor, entregue aos adotantes ainda recém nascida e que conviveu com estes por toda infância e adolescência, por quase dezoito anos, enquanto a mãe natural não demonstrava interesse efetivo em reaver sua guarda, é medida de direito. Não é justo nem razoável que a menor seja retirada do lar no qual já estabeleceu seus laços familiares e afetivos, numa relação desenvolvida ao longo de vários anos, mormente quando a adoção só vem para formalizar uma situação de fato criada pela própria mãe biológica, que voluntariamente entregou a filha para a irmã com o intuito de dá-la em adoção.”
(TJMG - Apelação Cível, n. 1.0231.93.004857-5/001(1). Rela. Desa. Vanessa Verdolim Hudson Andrade. Data: 25/03/2008).
“Direito de família - Ação de adoção - Menor entregue pela mãe biológica a terceiros desde o nascimento - Ausência de procedimento de perda do poder familiar - Irrelevância no caso concreto - Sentença reformada. 
1 - Segundo precedente do Superior Tribunal de Justiça, “”em se tratando de interesse de menores, é de convir-se pela relativização de aspectos processuais, sobretudo em face da prevalência dos interesses do menor, como determina a legislação vigente (ECA, art. 6º; LICC, art. 5º) e já proclamava o art. 5º do Código de Menores de 1979”” (REsp n. 158.920/SP). 
2 - O fato de não se ter ajuizado ação de destituição do poder familiar, não é motivo para proclamar a improcedência do pedido de adoção quando, no caso concreto, apesar de a mãe biológica a ele agora resistir, a realidade dos autos demonstra que o menor há anos se encontra na guarda dos autores que, a tempo e modo, vêm exercendo o papel de pai e de mãe. 
3 - Recursos providos.” 
(TJMG - Apelação Cível, n. 1.0073.03.009024-2/001(1). Rel. Des. Edgard Penna Amorim. Data: 15/02/2007).
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer o provimento do recurso para julgar procedente o pedido de adoção, determinando a expedição de mandado de averbação ao registro civil, com o devido cancelamento do registro original, e posterior inscrição do nome dos autores como seus pais.
Nestes termos,
Pede deferimento.
..............., ..... de ............... de .......... .
.............................................
Promotor(a) de Justiça
Recurso de apelação (União homoafetiva)
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA .....ª VARA DE ............... DA CIDADE E COMARCA DE ............... DO ESTADO DE ............... .
(Dez espaços duplos para despacho)
............... (nome completo), e ............... (nome completo), já qualificadas no processo em epígrafe, neste ato representadas por seu advogado infra-assinado, com instrumento de mandato em anexo, com escritório profissional situado no endereço na Rua ..............., n. ....., Bairro ..............., Cidade e Comarca ..............., do Estado ..............., CEP: ..............., onde recebe intimações e notificações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com suporte no artigo 1.009, e seguintes do Código de Processo Civil de 2015, e demais dispositivos legais aplicáveis, interporem RECURSO DE APELAÇÃO, por não concordarem com a sentença do Juízo ............... . 
Nessa seara, requerem que Vossa Excelência providencie o remetimento do recurso e de suas razões ao Tribunal de Justiça do Estado de ............... . 
Nestes termos,
Pede deferimento.
..............., ..... de ............... de .......... .
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Razões de recurso de apelação (União homoafetiva)
PROCESSO N.: ...............
APELANTE(S): ...............
APELADO(S): ...............
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COLENDA CÂMARA
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES
DOUTO PROCURADOR DE JUSTIÇA
DOS FATOS e DOS DIREITOS
Trata-se o caso em tela do inconformismo das recorrentes, com a sentença explanada nos autos de ação de adoção, autos n. ..............., que julgou parcialmente procedente tal feito e decretou a destituição do poder familiar, mas indeferiu o pedido das recorrentes em relação a adoção do menor, fls. ..... .
Ora, sustentam as apelantes que possuem pleno direito de adotarem o infante, pois a igualdade de sexo na presente união estável não é motivo de obstáculo.
Nesse sentido, os ministros do Supremo Tribunal Federal – STF, ao julgarem a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132, reconheceram a união estável para casais do mesmo sexo.
Observe-se que, a lei maior veda a discriminação, desautorizando qualquer tipo de interpretação proibitiva, pois casal homoafetivo, que vive em união estável, poderá adotar uma criança, desde que atenda a todos os requisitos legais necessários.
O artigo 43 do Estatuto da Criança e do Adolescente reza a respeito da concessão da adoção.
“Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.”Diante de tais dizeres, deverá prevalecer o interesse do menor, pois este é considerado a parte mais fraca na relação em estudo. 
Nas palavras do nobre desembargador do TJMG, Bitencourt Marcondes, no julgamento do processo n. 1.0470.08.047254-6/001(1), apelação cível, decide que:
“Conheço do recurso, uma vez presentes os pressupostos de admissibilidade. 
1) OBJETO DO RECURSO 
Trata-se de ação de adoção c/c destituição do poder familiar ajuizada por E.B.D. E OUTRA, em face de L.R.P.., em relação à menor M.E.R.P. 
O MM Juiz a quo julgou parcialmente procedente o pedido inicial, a fim de destituir a ré do poder familiar em relação à infante e conceder sua adoção à autora E.B.D., indeferindo, pois, o pedido de adoção por ambas as requerentes, as quais vivem em união homoafetiva. 
Irresignadas, as autoras aviaram o presente recurso de apelação, com vistas à reforma da decisão, a fim de que a adoção de M.E.R.P. seja concedida a ambas. 
Cinge-se a controvérsia, pois, à análise da possibilidade de duas pessoas do mesmo sexo, que vivem em união estável, adotarem uma criança. 
Realizando uma interpretação gramatical do supracitado dispositivo constitucional, é possível concluir que a união homoafetiva, por envolver duas pessoas do mesmo sexo, não pode ser equiparada à união estável e, consequentemente, não é considerada uma entidade familiar. 
Não se pode olvidar, contudo, que a Constituição deve ser interpretada em harmonia com as condições históricas, ideológicas, culturais e políticas do momento, a fim de impingir à norma o melhor sentido dentro do contexto sociopolítico-econômico, com vistas à sua plena eficácia. 
Assim, não se pode vislumbrar a norma constitucional como uma regra estática e imutável; pelo contrário, é necessário que seja compreendida de acordo com a realidade, ou seja, é imprescindível que se faça uma constante adequação do comando inserto na Carta Magna ao que está acontecendo no mundo real. 
É por essas razões que não se pode, nos dias de hoje, ignorar a existência de entidades familiares formadas por pessoas do mesmo sexo (união homoafetiva) e deixar de conceder-lhes o necessário amparo jurídico que se dá à união heteroafetiva. 
A questão, portanto, está superada, e não há óbice de que duas pessoas do mesmo sexo adotem uma criança, mas a união estável tem que estar configurada, pois, do contrário, estar-se-ia criando discriminação ao contrário, na medida em que para homem e mulher adotarem exige-se que constituam uma entidade familiar, seja pelo casamento ou em união estável. 
No caso dos autos, infere-se que as autoras vivem juntas desde 2006, sendo a relação pública, contínua, duradoura e com objetivo de constituição de família, além de estar pautada em amor e respeito, conforme constatado pelos estudos sociais realizados nos autos, bem como pelos depoimentos das testemunhas ouvidas em audiência: 
“As requerentes convivem em união estável há quase dois anos, a relação vem sendo construída de forma positiva com carinho, respeito mútuo, cumplicidade e companheirismo. Observamos que o casal em tela mantém comportamento coerente e discreto na presença de M. E., de forma a não expor a sexualidade, bem como preservá-la de situações ainda não possível de ser elaboradas pela criança, devido sua tenra idade.” (fl. 87) 
“Verificamos também que o casal E. e F. vive uma união baseada no amor e respeito mútuo, com interesses comuns e de forma pública, contínua e duradoura. Essa relação apresenta-se, no momento, sólida e com equilíbrio. Demonstram clara consciência das necessidades de uma criança e têm disponibilidade para promover cuidados e atenções satisfatórias, com prognóstico positivo para o desempenho dos papéis parentais.” (fl. 106) 
“(...) nos últimos quatro anos as duas autoras mantiveram um relacionamento estável, sem rompimentos, não percebe brigas ou discussões entre as duas; sabe que viajam juntas, levam M. E., às vezes uma viaja e outra fica para cuidar do comércio; as autoras frequentam os ambientes sociais festivos e culturais da cidade, normalmente, sem constrangimentos; as duas autoras são sócias do comércio e trabalham juntas.” (Testemunha C. R. R. - fl. 124) 
“(...) o relacionamento das autoras é estável, nunca presenciou brigas ou discussões, sem rompimentos ou separações; desde quando a depoente começou a trabalhar com E. e depois também com F., que ambas fazem planos de adotar uma criança.” (Testemunha N. F. S. - fl. 125) 
“as autoras têm um relacionamento estável em harmonia. (...) a casa das autoras é confortável, o relacionamento de ambas é normal, sem intimidades perto dos outros” (Testemunha B. M. B. N. - fl. 125) 
Com relação à menor M.E.R.P., nascida em 12/08/06, revelam os autos que foi entregue às autoras com apenas oito meses de idade e, desde então, vem sendo cuidada pelas requerentes com amor e carinho. Percebe-se, inclusive, que a dinâmica da família foi totalmente adaptada às necessidades da criança. É o que se infere dos depoimentos das testemunhas ouvidas em juízo: 
“M. E. está com as autoras há dois anos, conhecendo-a quando E. a levou no comércio da depoente; já visitou a casa das autoras, inclusive o quarto de M. E. e também foi em seu aniversário no ano passado; a casa é organizada, mobiliada e decorada, o quarto da menor é adaptado e decorado para a própria M. E., com cores infantis; (...) M. E. tem muita afeição e carinho pelas autoras, chamando uma de mãe “Isa” e a outra de mãe “Xage”; que as autoras também têm muita dedicação e carinho e com M. E.; (...) M. E. goza de boa saúde. (...) Quando receberam a criança era muito magrinha, hoje é saudável e desenvolvida; (...) sabe que M. E. estuda no colégio Dom Elizeu (...)” (Testemunha C. R. R. - fl. 124) 
“(...) quando receberam a criança a declarante passou a ser babá e a mesma chegou magra e desnutrida, com oito meses de idade; rapidamente se recuperou e adaptou ao lar e as duas autoras; ambas autoras tratam M. E. como filha, com carinho, e M. E. trata ambas de mãe seguida do nome; (...) sabe que a criança está sendo muito bem tratada; a criança tem um quarto personalizado. (...) é costume das autoras fazer viagens, levando M. E.; (...) M. E. estuda no colégio Dom Elizeu e leva colegas para brincar em sua casa; (...) foi sua babá por mais de um ano, até quando completou dois anos de idade, depois foi trabalhar no comércio das autoras, mas mantém contato com a criança, que continua saudável e feliz (...)”(Testemunha N. F. S. - fls. 124/125) 
“(...) M. E. é muito bem cuidada, é saudável, tem conforto, tem babá, frequenta a escolinha; (...) a criança chama as autoras de mãe F. e mãe E. M. E. tem contato e encontros com parentes das autoras, que aprovam o relacionamento de ambas e a adoção da criança” (Testemunha N. F. S. - fl. 125) 
No que diz respeito aos pais biológicos da menor, tem-se que o pai é desconhecido e a mãe é moradora de rua, envolvida com prostituição e, por não ter condições de cuidar da criança, entregou-a de forma espontânea às autoras. 
Asseverou a testemunha B. M. B. N.: 
“que conheceu M. E. vivendo na companhia da mãe L., na rua e também na casa de uma prima da depoente, chamada S.; via L. na rua, com a criança, ambas dormindo no chão; S. às vezes acolhia e hospedava mãe e filha quando estavam na rua, por caridade; sabe que L. não tinha casa ou família, mas uma tia às vezes lhe amparava em sua casa; sabe que esta tia era alcoólatra e nem sempre L. podia contar com ela; (...) ouviu dizer que a mãe de M. E. é desequilibrada e envolvida também com prostituição (...)” (fl. 125) 
Como se vê, a menor foi retirada de um ambiente de risco, no qual não eram dispensados cuidados básicos de higiene e saúde, vindo a residir com as apelantes em uma casa adaptada à suas necessidades, com conforto, recebendo carinho, amor e todos os cuidados necessários ao desenvolvimento pleno e saudável de uma criança. 
A situação fática, pois, demonstra que a infante, que reside com as autoras há quase quatro anos, criou laçosde afinidade com aquelas e está totalmente integrada ao lar, sendo inconteste que recebe toda assistência moral, material, afetiva, educacional e psicológica necessárias, o que não lhe era proporcionado pela mãe biológica. 
Não há dúvidas, portanto, de que, no caso dos autos, o melhor interesse da criança está atrelado à convivência com as autoras, que lhe proporcionam uma vida digna, motivo pelo qual o deferimento da adoção é medida que se impõe. 
Com efeito, adentrando ao mérito recursal, tem-se que buscam as recorrentes que a adoção seja deferida às duas, inclusive para fins de averbação no assento de nascimento da infante. 
Não obstante tenha o i. magistrado a quo indeferido o pleito sob o fundamento de ausência de amparo legal, peço vênia para discordar de seu entendimento. 
Isso porque, apesar de haver, de fato, uma lacuna legal em relação ao pleito, tenho que a ausência de norma que regulamente a situação fática não pode servir como óbice à prestação jurisdicional plena, mormente levando em conta tratar-se o presente de caso de direitos da criança e adolescente, os quais são objeto de forte proteção constitucional e legal. 
Ora, uma vez estando fartamente demonstrado nos autos que a convivência no seio familiar das autoras atende, de forma inequívoca, o melhor interesse da criança, impossível não lhe conferir os direitos inerentes ao estado de filiação. 
Isso porque negar o pedido de adoção a uma das autoras retirará da menor o direito à proteção integral, já que, em seu assento de nascimento, apenas uma das companheiras figurará, o que sem dúvida, acarreta uma série de prejuízos de ordem material (direito de herança, alimentos, dentre outros). 
No caso dos autos, em que as crianças já estão vivendo com o casal desde o nascimento, tendo atualmente seis e sete anos de idade respectivamente, qualquer solução denegatória da adoção retirará das crianças o direito à proteção integral, porquanto contarão apenas com uma das parceiras figurando na certidão de nascimento. 
A par de prejuízos de ordem material (sucessão, pensão, dentre outros) que serão acarretados às crianças com a negativa do pleito da autora, avulta-se a questão ética, moral, pois o Judiciário não pode fechar os olhos para a realidade fenomênica. 
Vale dizer, no plano da “realidade”, são ambas, a requerente e sua companheira, responsáveis pela criação e educação dos dois infantes, de modo que a elas, solidariamente, compete a responsabilidade. 
Não se pode olvidar que se trata de situação fática consolidada, pois as crianças já chamam as duas mulheres de mães e são cuidadas por ambas como filhos. 
Existe dupla maternidade desde o nascimento das crianças, e não houve qualquer prejuízo em suas criações. Estudam em colégio particular, como consta do relatório social, e não há qualquer preconceito em relação às outras crianças. 
Ademais, releva notar que, se não for reconhecido o direito de adoção pela recorrida - que é tida como mãe pelas crianças -, e se a mãe adotiva LRM, sua companheira, vier a faltar, a ora requerente poderá perder o direito de convívio com os filhos, o que será traumático para os menores, que serão “órfãos de mãe viva”. 
De outro lado, se a recorrida é que vem a falecer - sendo ela que possui melhores meios de manutenção da família, como preconizado pelas instâncias ordinárias, quando ficou registrado que a mãe adotiva é autônoma e tem problemas de saúde, enquanto a recorrida é funcionária pública, estável, professora universitária e saudável -, impedir a adoção significa deixar as crianças sem a proteção conferida pelos direitos sucessórios. 
O mesmo problema se verifica se houver separação. Aqui a probabilidade de a recorrida perder qualquer direito de convívio com as crianças é ainda maior, pois será possível alegar que inexiste qualquer vínculo jurídico entre LMBG e as crianças, o que será prejudicial tanto para a recorrida como, principalmente, para os menores, e estes não terão direito sequer a alimentos. 
Como se não bastasse, há efeitos práticos que independem da eventual separação ou da morte. 
Caso deferida a adoção, as crianças terão automaticamente o direito de ser incluídas no convênio de saúde da recorrida, que conta também com vantagens para inclusão de filhos no ensino básico e superior, por ser professora universitária. 
Por sinal, o plano de saúde da recorrida decorre, como consignado pelas instâncias ordinárias, do vínculo empregatício, em que geralmente são estabelecidas regras de inclusão de dependentes, não sendo, por isso mesmo, daqueles de livre pactuação no mercado, como quer fazer crer o recorrente.” 
Assim, a meu ver, acolher o pedido das autoras significada formalizar uma situação fática evidente e, ainda, dar cumprimento ao comando constitucional que determina a proteção integral aos direitos da criança e do adolescente. 
Por conseguinte, tenho que a adoção deve ser deferida às duas requerentes, devendo constar no assento de nascimento da menor que é filha de E.B.D. e F.A.M., sem declinar a condição de pai ou mãe, passando a infante a se chamar M.E.D.M., conforme requerido na inicial (fl. 18). 
2) Conclusão 
Pelas razões expostas, dou provimento ao recurso, para reformar, em parte, a sentença combatida, a fim de conceder, em favor das autoras E.B.D. e F.A.M., a adoção da menor M.E.R.P., a qual, nos termos do artigo 47, § 5º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, passa a se chamar M.E.D.M. 
Determino a expedição de mandado ao Cartório de Registro Civil de Paracatu, para que seja lavrado novo registro, constando, no campo da filiação, o nome das autoras e de seus pais, como avós, sem especificação se paternos ou maternos. 
Faço a ressalva de não ser possível constar na certidão qualquer observação sobre a origem dos atos, salvo por determinação judicial. 
Sem custas, por dispensa legal. 
É como voto.” 
O entendimento jurisprudencial do TJMG, é favorável aos pedidos das apelantes.
“Apelação cível. Destituição de poder familiar. Abandono da criança pela mãe biológica. Adoção por casal do mesmo sexo que vive em união estável. Melhor interesse da criança. Registro de nascimento. Recurso conhecido e provido. 
I - A destituição do poder familiar é medida extrema, só devendo ser concretizada se comprovada a impossibilidade de permanência do menor com os pais. 
II - Sempre que se tratar de interesse relativo às crianças e adolescentes, o magistrado deve se ater ao interesse do menor, considerando, para tanto, primordialmente, o seu bem estar. 
III - O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132, reconheceu a existência de entidade familiar quando duas pessoas do mesmo sexo se unem, para constituição de uma família. 
IV - A vedação à discriminação impede qualquer interpretação proibitiva de que o casal homoafetivo, que vive em união estável, adote uma criança. 
V - Demonstrado nos autos que a genitora, com histórico de conduta agressiva e envolvimento com prostituição, abandonou a menor entregando-a aos cuidados das requerentes, e que a convivência com o casal homoafetivo atende, de forma inequívoca, o melhor interesse da criança, a destituição do poder familiar é medida que se impõe, nos termos do artigo 1.638, II e III, do Código Civil. 
VI - O pedido de adoção deve ser deferido em nome de ambas as autoras, sob pena de prejuízos à menor de ordem material (direito de herança, alimentos, dentre outros).”
(TJMG - Número do processo: 1.0470.08.047254-6/001(1). Relator: Des.(a) Bitencourt Marcondes. Data do Julgamento: 02/02/2012).
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requerem o provimento do recurso para reformar parcialmente a sentença monocrática, concedendo em favor das apelantes a adoção do menor. Além disso, a expedição de mandado ao Cartório de Registro Civil da Comarca de ..............., para providenciar novo registro.
Nestes termos,
Pede deferimento.
...............,..... de ............... de .......... .
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Conflito positivo de competência
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) MINISTRO(A) PRESIDENTE(A) DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
(Dez espaços duplos para despacho)
PROCESSO N.: ...............
RECORRENTE (S): ...............
RECORRIDO(S): ...............
Suscitante ..............., Juiz de Direito da .....ª Vara da Comarca de ...............(B), do Estado ..............., localizado na Rua ..............., n. ....., Bairro ..., Cidade e Comarca de ..............., do Estado ..............., CEP: ..............., vem mui respeitosa­mente à presença de Vossa Excelência, com suporte no artigo 66, e seguintes do Código de Processo Civil de 2015, e demais dispositivos legais aplicáveis, interpor CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA, conforme os dizeres a seguir: 
DOS FATOS e DOS DIREITOS 
Trata-se o presente caso de conflito positivo de competência no julgamento do conjunto de ações conexas de adoção e destituição de poder familiar.
Ora, a mãe biológica do menor é residente e domiciliada na Comarca de ...............(A), do Estado ............... . Ao passo que, os adotantes são residentes e domiciliados na Comarca de ...............(B), do Estado ............... . Dessa forma, a criança encontra-se localizada junto com os adotantes desde o seu nascimento na Comarca de ...............(B). 
Assim, a devida ação foi proposta na Vara do Juizado da Infância e Juventude da Comarca de ...............(B), Estado ............... .
Em consequência disso, foi concedida liminarmente a guarda provisória do menor aos adotantes, mas foi distribuído para a Comarca de ...............(A), Estado ..............., procedimento verificatório de situação de risco, objetivando a expedição de carta precatória com o fim de mirar à busca e apreensão do menor. 
Observa-se que, o foro do domicílio de quem já pratica a guarda será o competente, baseado no artigo 147, inciso I, do Estatuto da Criança e do Adolescente.
“Art. 147. A competência será determinada:
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;”
Dessa forma, os direitos e o bem estar da criança deverão permanecer, pois o mesmo é considerado a parte mais fraca e mais vulnerável as consequências da vida, baseado no artigo 277 da Constituição da República.
“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)”
Em suma, o Juízo de Direito competente para julgar tais feitos é o Juízo da Vara do Juizado da Infância e da Juventude da Comarca de ...............(B), do Estado ............... .
O nobre ministro do STJ, Jorge Scartezzini, no julgamento do Processo CC 54084/PE. Conflito de Competência. 2005/0140790-7, decidiu que: 
“O Exmo. Sr. Ministro Jorge Scartezzini (Relator): Sr. Presidente, como relatado, tem-se Conflito Positivo de Competência entre d. Juízos de Direito da Infância e da Juventude das Comarcas de União da Vitória/PR (suscitante) e de Porto Alegre/RS (suscitado), nas quais domiciliadas, respectivamente, mãe biológica de menor irregularmente entregue à adoção e pretensa adotante, em cuja posse e, posteriormente, guarda provisória, encontra-se a criança desde o nascimento, com vistas ao exame conjunto de ações conexas de Adoção e Destituição de Poder Familiar”.
A propósito, esclarecem Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery que “na verdade não há uma terceira espécie de conflito, pois o inciso ora comentado é manifestação dos conflitos positivo ou negativo de competência. Será negativo quando o juiz que determinou a separação dos processos se der por incompetente e remeter uma das causas a outro juiz que, ao recebê-la, também se declara incompetente.
Será positivo quando o juiz a quem é solicitada a remessa dos autos para reunião se recusa a fazê-lo: neste caso os dois se deram por competentes para julgar a ação conexa. O conflito do CPC/2015, artigo 66, inciso III, somente estará caracterizado depois de os juízos, expressamente, se pronunciarem sobre a reunião das ações conexas. Antes desse pronunciamento expresso ainda não há conflito de competência.” (“Código de Processo Civil Comentado”, São Paulo, Revista dos Tribunais, 2006, p. 326).
In casu, o d. Juízo Gaúcho, ao qual distribuída - aos 04.09.2004 - Ação de Adoção c/c Destituição de Poder Familiar, solicitou, reiteradamente - aos 05.01.2005 e aos 01.03.2005 -, fosse-lhe remetida, para julgamento conjunto, a Ação de Destituição de Poder Familiar proposta - aos 23.12.2004 - pelo Ministério Público perante o d. Juízo Paranaense.
Aludida solicitação embasou-se, a par da prevenção, na persistência do impasse “guarda deferida em proveito da autora, com pedido de adoção neste Juízo, contra decisão, do mesmo grau de jurisdição e posterior, de busca e apreensão, pelo Juízo de União da Vitória” , sendo que, para o deferimento da guarda provisória, considerou o d. Juízo Gaúcho a guarda de fato exercida pela adotante desde o nascimento da menor, aos 25.09.2004 , quando deu-se a respectiva entrega pela mãe biológica, além da inconveniência aos interesses da criança da ruptura do vínculo assim estabelecido com a adotante (fls. 25).
De outra sorte, como visto, aduziu o d. Juízo Paranaense “que não é o caso de prevenção daquele Juízo, mesmo porque é incompetente para o processamento e julgamento do feito, ante o que dispõe o art. 147, I, da Lei n. 8.069/90. (...). 
Destarte, entendo que os feitos devem ser reunidos com o fito de se evitar decisões colidentes, com o julgamento final por este Juízo, por ser o domicílio dos pais da criança” (fls. 09/11); daí a caracterização, em princípio, do incidente competência nos termos do inciso III, do art. 66, do CPC de 2015.”
Vale lembrar que o Superior Tribunal de Justiça tem entendimento jurisprudencial a favor das convicções dos requerentes, como demonstrado a seguir: 
“Conflito positivo de competência - Guarda de menor - Ação de adoção c/c destituição de poder familiar - Guarda provisória deferida - Domicílio da adotante - Procedimento de verificação de situação de risco - Ação de destituição de poder familiar - Busca e apreensão - Domicílio da mãe biológica - Conexão - Sentença prolatada.
Adoção - procedência - Súmula 235/STJ - Possibilidade de julgamentos colidentes - Persistência - Princípio constitucional da prioridade absoluta - Interesses do menor – 
Conflito conhecido - Competência do juízo suscitado.
1. Em observância ao princípio constitucional da prioridade absoluta (art. 227, caput, da CF/88), incorporado à doutrina da proteção integral, consagrada pelo ECA (Lei n. 8.069/90), as regras insertas em tal diploma, dentre as quais as competenciais, demandam interpretação condizente à incondicional proteção dos interesses do menor. 
Destarte, seguindo uníssona orientação desta Corte, é competente o foro do domicílio de quem já exerce a guarda (art. 147, I, ECA) para dirimir questões referentes à criança, cuja estabilidade emocional restaria comprometida ante mudanças sucessivas e provisórias de lar. Precedentes.
2. Em princípio, já sentenciada pelo Juízo Gaúcho a Ação de Adoção c/c Destituição de Poder Familiar, não haveria possibilidade de reunião, por conexão, das lides para julgamento simultâneo, cessando a própria razão de ser deste incidente. Súmula 235/STJ.
3. Todavia, embora a prolatação de sentença implique, em tese, a inexistência formal do conflito, na prática, remanescem possíveis o proferimento de decisão colidente pelo Juízo Paranaense e a insistênciana busca e apreensão da menor, ordem resultante de juízo provisório, cujo pressuposto contraria a sentença prolatada pelo Juízo Gaúcho com base em cognição completa.
4. Destarte, em face do princípio constitucional da prioridade absoluta dos interesses do menor, orientador dos critérios do art. 147 do ECA, necessária a declaração de competência do Juízo Gaúcho a atrair a demanda proposta perante o Juízo Paranaense.
5. Conflito conhecido, declarando-se a competência do d. Juízo de Direito da Vara da Infância e da Juventude de Porto Alegre/RS, suscitado.
(STJ - Processo CC 54084 / PR. Conflito de Competência. 2005/0140790-7. Relator(a) Ministro Jorge Scartezzini (1113). Órgão Julgador. S2 - Segunda Seção. Data do Julgamento: 13/09/2006).”
DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, espera que, distribuído o feito, solicitadas as informações, ouvida a douta ..............., seja acolhido o pedido, declarando-se a competência do Juízo da Comarca de ...............(B).
Nestes termos,
Pede deferimento.
............., ..... de ............... de ......... .
.............................................
Juiz de Direito
Recurso de agravo de instrumento (Novo registro de nascimento)
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE(A) DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE ............... .
(Dez espaços duplos para despacho)
............... (esposa - nome completo), e seu ............... (esposo - nome completo), já qualificados no processo em epígrafe, neste ato representados por seu advogado infra-assinado, com instrumento de mandato em anexo, com escritório profissional situado no endereço na Rua ..............., n. ....., Bairro ..............., Cidade e Comarca ..............., do Estado ..............., CEP: ..............., onde recebe intimações e notificações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com suporte no artigo 1.015, e seguintes do Código de Processo Civil de 2015, e demais dispositivos legais aplicáveis, interporem RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO, por não concordarem com a decisão do Juízo ............... . 
Nestes termos,
Pede deferimento.
..............., ..... de ............... de .......... .
.............................................
Advogado(a)
OAB/...... - n. ...............
Razões de recurso de agravo de instrumento (Novo registro de nascimento)
RAZÕES DE RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
PROCESSO N.: ...............
AGRAVANTE(S): ...............
AGRAVADO(S): ...............
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
COLENDA CÂMARA
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES
DOUTO PROCURADOR DE JUSTIÇA
DOS FATOS e DOS DIREITOS
Trata-se o caso em tela do inconformismo dos recorrentes com a decisão explanada nos autos de ação de adoção. 
Os recorrentes são casados desde o ano de .........., sob o regime de comunhão parcial de bens, baseado no documento em anexo.
Assim, foi indeferido o pedido de substituição do local de nascimento do menor, no novo registro de nascimento. Vale lembrar que, a certidão antiga foi anulada.
Em consequência disso, os recorrentes querem apagar o pequeno passado do menor, pois este ficará muito confuso com a menção do local da sua originalidade. Dessa forma, os pais adotivos querem proteger totalmente a parte psicológica do menor.
Ora, os recorrentes rogam que seja inserido na certidão de nascimento do adotado o lugar de nascimento a Cidade de ..............., do Estado ..............., e não a Cidade de ..............., do Estado ..............., conforme documentos em anexo.
O artigo 47, § 3º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, fundamenta a peça em tela. 
“Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
[...]
§ 3º. A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência”
Na nobre decisão do desembargador Roberto Carvalho Fraga, do TJRS, que julgou o processo n. 70040242349, agravo de instrumento, decide que: 
“Tenho que merece provimento a inconformidade recursal.
Denota-se dos autos, que os adotantes postulam seja alterado, na nova certidão de nascimento do adotado, o local de seu nascimento, ao efeito de se retirar a indicação original, para que passe a constar a cidade de Soledade, onde todos residem e onde o novo registro foi efetuado.
No entanto, reporto-me aos fundamentos já apontados pelo parquet em sua manifestação, visando, com isso, evitar desnecessária tautologia.
Se o magistrado comunga de igual entendimento ao exposto pelo representante do Ministério, como lançado em seu parecer, não se pode exigir que o deixe de citar para escrever, por suas palavras, exatamente o mesmo. 
Tal prática não configura, de modo algum, carência de fundamentação. 
Nesse sentido, aliás, a jurisprudência:
Apelação cível. Ação civil pública. Improbidade administrativa. Sentença. Fundamentação. Adoção do parecer do ministério público. Nulidade. Inocorrência. Não é nula a sentença quando fundamentada, transcrevendo, dentre as razões de decidir, parecer do Ministério Público, não havendo que se falar em ofensa ao art. 93, IX, da CF, nem ao art. 371, do CPC de 2015. Precedentes do TJRGS e STF. (...). Apelação desprovida.
(Apelação Cível n. 70031811300, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Eduardo Zietlow Duro, Julgado em 24/09/2009)
Ação de redução de alimentos. Preliminar de nulidade da sentença. Adoção do parecer ministerial. Inocorrência. (...). Se o juiz de primeiro grau adotou o parecer do Ministério Público como razões de decidir, não há que se falar em falta de fundamentação. (...) recurso parcialmente provido.
(Apelação Cível n. 70031040066, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Claudir Fidelis Faccenda, Julgado em 27/08/2009)
Assim, tomo como razões de decidir os fundamentos já apontados pelo parquet:
“Merece prosperar o recurso.
Trata-se de pedido dos adotantes para que seja alterado, na nova certidão de nascimento do adotado, o local de seu nascimento, ao efeito de se retirar a indicação original, para que passe a constar a cidade de Soledade, onde todos residem e onde o novo registro foi efetuado.
O § 3º, do art. 47, Estatuto da Criança e do Adolescente, com redação dada pela Lei n. 12.010/2009, disciplina que “A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência.”. Esse é o caso dos autos, ou seja, os adotantes moram em Soledade e nesta cidade fizeram o novo registro de nascimento do adotado, razão pela qual não se verifica óbice legal para que o anterior local de nascimento, constante no registro anulado, seja também alterado, passando a constar, na nova certidão, dados em conformidade com a realidade vivida pelo menor. 
Não obstante isso, importante referir que, nos termos do art. 48, do ECA, “O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos.”
O parágrafo único, do mesmo artigo, ainda dispõe: “O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.”
Portanto, tendo em vista que tais processos ficam mantidos em arquivo ou microfilmados, com garantia de conservação, podendo ser consultados a qualquer tempo (art. 47, § 8º, do ECA), há que se considerar que o pedido feito pelos adotantes é justificável e merece ser deferido, na medida em que todos os dados relativos à origem da criança serão preservados e ela poderá ter acesso a eles, quando desejar. 
Com isso, à família adotante estar-se-ádando a possibilidade de escolher a melhor hora e forma de introduzir a questão da adoção, com o adotado, estando assegurado, a ele, ainda, registro de nascimento compatível com sua nova situação de vida.
Nesse sentido, tem-se que a nova redação dada pela Lei n. 12.010/2009, a alguns dispositivos do ECA, ao positivar a questão dos direitos do adotado, quanto à ciência de sua origem, respeitou o princípio da dignidade da pessoa humana e possibilitou que todas as informações relativas ao seu registro original sejam levadas ao seu conhecimento, se assim desejar.
Opina-se, pois, pelo deferimento do pedido de alteração do local de nascimento do adotado, passando-se a constar a cidade de Soledade.
Pelo exposto, o Ministério Público de 2º Grau manifesta-se pelo provimento do agravo.”
Dou provimento , pois, ao agravo, nos termos acima.
É o voto.”
Vejamos a jurisprudência do TJRS, favorável ao caso em tela, tais como:
“Agravo de instrumento. Adoção. Substituição do local de nascimento da criança, no novo registro de nascimento. Possibilidade. 
O § 3º, do art. 47, Estatuto da Criança e do Adolescente, com redação dada pela Lei n. 12.010/2009, disciplina que “a pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no cartório do registro civil do Município de sua residência.”. 
Agravo de instrumento provido.”
(Agravo de Instrumento n. 70040242349, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Roberto Carvalho Fraga, Julgado em 08/06/2011).
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requerem o provimento do recurso, concedendo-se o benefício da gratuidade judiciária para os ora recorrentes, nos termos da legislação em vigor.
Além disso, requerem ainda, a reforma, da decisão hostilizada, para deferir o pedido de substituição do local de nascimento do menor, no novo registro de nascimento, na Cidade e Comarca de .............. do Estado de ............... . 
Nestes termos
Pede deferimento.
..............., ..... de ............... de .......... .
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Procuração “ad judicia”
Através do presente instrumento particular de mandato, ............... (nome completo), ............... (nacionalidade), ............... (profissão), ............... (estado civil), portador do RG n. ............... e inscrito no CPF sob o n. ..............., e ............... (nome completo), ............... (nacionalidade), ............... (profissão), ............... (estado civil), portador do RG n. ............... e inscrito no CPF sob o n. ..............., residentes e domiciliados no endereço na Rua ..............., n. ....., Bairro ..............., Cidade e Comarca ..............., CEP: ..............., nomeiam e constitui como seu procurador o advogado, ..............., inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o n. ..............., Seção do Estado de ..............., Subseção de ..............., com escritório profissional situado no endereço na Rua ..............., n. ....., Tel. ..... ..............., Bairro ..............., Cidade e Comarca ..............., do Estado ..............., CEP: ..............., outorgando-lhe amplos poderes, inerentes ao bom e fiel cumprimento deste mandato, bem como para o foro em geral, conforme estabelecido no artigo 105, do Código de Processo Civil de 2015, e os especiais para transigir, fazer acordo, firmar compromisso, substabelecer, renunciar, desistir, reconhecer a procedência do pedido, receber intimações, receber e dar quitação, praticar todos os atos perante repartições públicas Federais, Estaduais e Municipais, e órgãos da administração pública direta e indireta, praticar quaisquer atos perante particulares ou empresas privadas, recorrer a quaisquer instâncias e tribunais, podendo atuar em conjunto ou separadamente, dando tudo por bom e valioso, com fim específico para o fim especial de proporem AÇÃO DE ADOÇÃO do menor ............... (nome completo), perante juízo competente.
..............., ..... de ............... de .......... .
.............................................
Outorgante
.............................................
Outorgante
Ação de adoção (Parente por afinidade)
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA .....ª VARA DE ............... DA CIDADE E COMARCA DE ............... DO ESTADO DE ............... .
(Dez espaços duplos para despacho)
............... (esposa - nome completo), e seu ............... (esposo - nome completo) ............... (nacionalidade), ............... (estado civil), ............... (profissão), portadores da Carteira de Identidade – RG n. ............... e do CPF n. ..............., residentes e domiciliados no endereço na Rua ..............., n. ....., Bairro ..............., Cidade e Comarca de ..............., do Estado ..............., CEP: ..............., neste ato representados por seu advogado infra-assinado, com instrumento de mandato em anexo, com escritório profissional situado no endereço na Rua ..............., n. ....., Bairro ..............., Cidade e Comarca de ............., do Estado ............., CEP: ............., onde recebe intimações e notificações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com suporte no artigo 39 e seguintes da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, e demais dispositivos legais aplicáveis, proporem AÇÃO DE ADOÇÃO, pelos fatos e motivos que passa a expor.
DOS FATOS e DOS DIREITOS
Os requerentes são casados desde o ano de .........., sob o regime de comunhão parcial de bens, baseado no documento em anexo.
Ora, ambos têm o desejo de adotarem ............... (nome completo), que já está sob sua guarda e do seu avô paterno, em consequência disso, o menor continuará a ter uma vida saudável e confortável.
Além disso, ambos possuem condições financeiras robustas e uma vida cristalina, conforme documento em anexo.
No presente caso e em todos os demais, deverão prevalecer o interesse do menor, pois este é considerado a parte mais frágil.
O artigo 28, § 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente fundamenta a peça em epígrafe.
“Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
[...]
§ 2º. Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida.”
Por tais motivos, a adoção em tela deverá ser deferida a favor dos requerentes e do menor.
Nas palavras do nobre desembargador do TJRS, Alzir Felippe Schmitz, no julgamento do processo n. 70044004398, agravo de instrumento, decide que:
“O recurso manejado merece ser conhecido, pois preenchidos os requisitos de admissibilidade.
A questão devolvida à apreciação desta Câmara diz respeito à pretensão de adoção das crianças N.B.S.S. e D.L.S.S., considerando que a decisão atacada afastou a possibilidade do pedido de adoção pela autora, fundamentada no disposto no artigo 42, § 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, uma vez que esta é casada com o avô paterno das crianças.
Compulsando os autos, constato que o recurso merece guarida, senão vejamos:
Segundo alega, não existe óbice legal para a adoção pretendida. Sustenta, ainda, que as crianças são sob a guarda da autora e do seu avô paterno, não havendo notícia de prejuízo na sua permanência com estes. 
Portanto, requer a concessão do efeito suspensivo e, ao final, o provimento do recurso para admitir a adoção dos infantes.
Inegável o parentesco por afinidade; no entanto, o referido artigo menciona apenas os ascendentes e os irmãos do adotando como impedidos de adotar. 
Portanto, me oponho a qualquer interpretação extensiva do dispositivo, especialmente, quando ponderado o princípio do melhor interesse

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