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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR REALIZADO NA COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E DO PARNAÍBA - CODEVASF, BRASÍLIA, DF, DE 19 DE SETEMBRO DE 2006 A 31 DE JANEIRO DE 2007. ANANDA HELENA NUNES CUNHA Agronomia GOIÂNIA – GO Abril / 2007 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR REALIZADO NA COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E DO PARNAÍBA - CODEVASF, BRASÍLIA, DF, DE 19 DE SETEMBRO DE 2006 A 31 DE JANEIRO DE 2007. ANANDA HELENA NUNES CUNHA Agronomia Orientador: Prof. Gilmarcos de Carvalho Corrêa, D. Sc. Supervisor: Eng.º Agrônomo Athadeu Ferreira da Silva, D. Sc. GOIÂNIA – GO Abril / 2007 iii RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR REALIZADO NA COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E DO PARNAÍBA - CODEVASF, BRASÍLIA, DF, DE 19 DE SETEMBRO DE 2006 A 31 DE JANEIRO DE 2007. ANANDA HELENA NUNES CUNHA Aprovada em: 14/04/2007. Comissão Julgadora: Prof. Gilmarcos de Carvalho Corrêa, D. Sc. (EA/UFG) Eng. Agr. Athadeu Ferreira da Silva, D. Sc. (CODEVASF) Prof. Engler José Vidigal Lobato, M. Sc. (EA/UFG) Prof. Gilmarcos de Carvalho Corrêa, D. Sc. - Orientador – iv À minha querida mãe, que tanto amo, Lúcia Helena Oliveira Nunes, pelo apoio, força, dedicação e contribuição, que foram de grande importância para que meus sonhos se concretizassem. Dedico. Aos meus irmãos Itana, Iara e Rodolfo, pelo carinho e amor dedicados, Aos meus sobrinhos Eduardo e Ana Júlia, que me mostraram que recomeçar sempre é necessário. Ofereço. v AGRADECIMENTOS À Deus, primeiramente, que me deu a vida, inspiração e força para realização deste trabalho. À Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF, pela oportunidade de realização do estágio. Ao Professor Gilmarcos de Carvalho Corrêa, D. Sc., pela orientação, apoio, amizade e aconselhamento dispensados para desenvolvimento do trabalho. À Athadeu Ferreira da Silva, D. Sc., pelo suporte técnico na condução do trabalho, como supervisor, e também pela amizade e sugestões essenciais. Ao grande amigo Roberto Corrêa Leal, pela grande ajuda de extrema importância para a concretização desse estágio. À Ilda Helena Oliveira Nunes, pelo auxílio na escolha do orientador e pelos conselhos durante o estágio. À Júlio César da Cunha Gobo, que esteve sempre ao meu lado, dando carinho, atenção, amor e amizade nas horas mais difíceis. Aos colegas da CODEVASF, em especial Paulo Leite Pinheiro, Maria de Fátima Araújo Paiva, Ivana Resende de Oliveira e Frederico Orlando Calazans Machado, pela colaboração e conselhos importantes à finalização do trabalho. Aos professores e funcionários da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos pelo carinho cultivado durante o período acadêmico. Aos colegas do curso de Agronomia, pela convivência, respeito e carinho dedicados durante os períodos de dificuldades e desentendimentos. A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho. SUMÁRIO Página LISTA DE QUADROS ................................................................................ viii LISTA DE FIGURAS .,...................................................................................ix 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1 2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................... 3 2.1. COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E DO PARNAÍBA - CODEVASF............................................. 3 2.1.1. Diretrizes Políticas da Empresa ....................................................... 4 2.1.2. Estrutura orgânica da Empresa ....................................................... 5 2.1.2.1. Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas.......................... 7 2.1.2.1.1. Protocolo de classificação de demandas ................................. 8 2.1.2.1.1.1. Critérios para aplicação de recursos do Projeto Piloto de Investimento (PPI – 2007) ........................................................................... 8 2.1.2.1.1.2. Adição de critérios práticos .................................................. 10 2.1.2.1.1.3. Definição de recursos 2007 ................................................... 10 2.1.2.1.2. Gerência de Empreendimentos Sócio-Ambientais ................ 11 2.1.3. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO ..................... 11 2.1.3.1. Caracterização geral .................................................................... 11 2.1.3.2. Problemas detectados na bacia .................................................. 15 2.1.3.3. Linhas de atuação da Empresa dentro da bacia do rio São Francisco .................................................................................................... 15 2.1.3.3.1. Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco - PRBHRSF ............................................................................... 15 2.1.3.3.1.1. Operacionalização executiva do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco - PRBHRSF ..................... 16 2.1.3.3.2. Arranjos Produtivos Locais - APLs ......................................... 19 2.1.3.3.3 Piscicultura ................................................................................. 20 2.1.3.3.4. Bovinocultura ............................................................................. 20 2.1.3.3.5. Programa de Irrigação e Drenagem ......................................... 21 2.1.4. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARNAÍBA ................................. 22 2.1.4.1. Caracterização geral .................................................................... 22 vii 2.1.4.2. Problemas detectados na bacia .................................................. 26 2.1.4.3. Linhas de atuação da Empresa dentro da bacia do rio Parnaíba ..................................................................................................................... 26 2.1.4.3.1. Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba - PRBHRPAR............................................................................... 26 2.1.4.3.2. Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado do Vale do Parnaíba - Planap ...................................................................................... 27 2.1.4.3.3. Arranjos Produtivos Locais - APLs ......................................... 28 2.1.4.3.4. Piscicultura ................................................................................ 28 2.1.4.3.5. Irrigação ...................................................................................... 28 3. SUGESTÕES .......................................................................................... 29 4. CONCLUSÃO .......................................................................................... 30 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 31 6. ANEXOS ..................................................................................................33 viiiPágina LISTA DE QUADROS QUADRO 1. Superintendências Regionais (SRs) da CODEVASF, Brasília – DF, 2007 ..................................................................................................... 6 QUADRO 2. Dados do Vale do rio São Francisco, Brasília – DF, 2007 ...................................................................................................................... 12 QUADRO 3. Áreas das culturas por métodos de irrigação no projeto Gorutuba - MG ............................................................................................ 22 ix Página LISTA DE FIGURAS FIGURA 1. Estrutura orgânica da Empresa. Brasília – DF, 2007................................................................................................................ 6 FIGURA 2. Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, Brasília – DF, 1999 ...................................................................................................................... 13 FIGURA 3. Bacia Hidrográfica do rio Parnaíba (7ª SR) (CODEVASF, 2006b) ......................................................................................................... 25 1. INTRODUÇÃO A água, durante o ciclo hidrológico, sofre alterações em sua qualidade e quantidade. Isso ocorre nas condições naturais em razão das inter-relações dos componentes do sistema de meio ambiente, quando os recursos hídricos são influenciados devido ao uso para suprimento das demandas dos núcleos urbanos, das indústrias, da agricultura e das alterações do solo. Os recursos hídricos têm capacidade de diluir e assimilar esgotos e resíduos, mediante processos físicos, químicos e biológicos, que proporcionam a sua auto-depuração, influenciando seu aspecto qualitativo. Entretanto, essa capacidade é limitada em face da quantidade e qualidade de recursos hídricos existentes (SETTI et al., 2001). Os setores usuários das águas são os mais diversos, com aplicação para inúmeros fins. O uso pode ter caráter consultivo, ocorrendo quando a água é captada do seu curso natural e somente parte dela retorna ao curso normal do rio (irrigação), ou não consultivo, onde toda a água captada retorna ao curso d’água de origem (hidrelétrica) (SETTI et. al., 2001). A partir da segunda metade dos anos 70, um grande número de projetos públicos de irrigação foi iniciado, em vários estados do Semi-Árido Brasileiro, beneficiando a região Nordeste com avanços tecnológicos propiciados por modelos hidrológicos, e incluindo-a nos diversos estágios de desenvolvimento da gestão dos recursos hídricos, realizada em três fases: (i) até 1940, quando a capacidade de aprovisionamento superava a demanda e as ações se concentravam no controle de inundações, na regularização dos cursos d'água, na produção de energia e na captação para abastecimento público; (ii) entre 1940 e 1970, sobretudo após 1950, quando o desenvolvimento acelerado das atividades industriais e agrícolas, 2 aliada à expansão urbana habitacional, implicou manifestação dos primeiros conflitos entre oferta e demanda de água; e (iii) a partir de 1970, quando a água passa a ser percebida como um recurso natural finito e, em muitos casos, escasso ou impróprio para o consumo humano (BRASIL, 1999). A Lei nº. 9.433, de 08 de janeiro de 1997, institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Fundamenta-se na água como um bem de domínio público, um recurso natural limitado dotado de valor econômico. A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas e deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades. A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (MACHADO, 2004). A gestão dos recursos hídricos tem se utilizado da implantação de reservatórios como uma importante ferramenta para o atendimento dos usos múltiplos das águas. No entanto, devido ao alto crescimento da demanda de energia elétrica e da água destinada ao abastecimento público, industrial e agrícola, o uso múltiplo das águas provocou o surgimento de conflitos que envolvem aspectos ambientais e operacionais, independentemente da finalidade principal do reservatório (ANA, 2004). O Estágio Curricular Obrigatório foi realizado de 19 de setembro de 2006 a 31 de janeiro de 2007, na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - CODEVASF, na Área de Revitalização/Gerência de Empreendimentos Sócio-Ambientais (AR/GSA), em Brasília - Distrito Federal, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF. Foram conduzidas atividades administrativas, encaminhando processos para unidades da Gerência ou para outras Gerências, e classificando as ações para o Plano Orçamentário Anual (POA – 2007). 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E DO PARNAÍBA - CODEVASF Segundo a Agência Nacional de Águas – ANA (2004), no Brasil, o final do Século XIX e o início de Século XX foram marcados pela criação de um conjunto de instituições voltadas a questões de clima, de disponibilidade hídrica e saneamento, e de obras contra intempéries. Em 1909, no Nordeste, foi instituída a Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), transformada em Inspetoria Federal (IFOCS), em 1919 e, mais tarde, no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Em 1948, foram criadas, simultaneamente, a Companhia Hidroelétrica do Rio São Francisco (CHESF) e a Comissão do Vale do São Francisco (CVSF), transformada em Superintendência (SUVALE), em 1967, e na Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF), em 1975. A história da CODEVASF está associada à importância do rio São Francisco, no âmbito do crescimento social e econômico brasileiro. Pela Lei nº 6.088 foi instituída a CODEVASF - Empresa Pública, atualmente vinculada ao Ministério da Integração Nacional, com sede e foro no Distrito Federal. Tem como objetivo promover o desenvolvimento da região utilizando os recursos hídricos com ênfase na irrigação como força propulsora. Por força da Lei 9.954, de 6 de janeiro de 2000, a CODEVASF teve sua área de atuação ampliada para a bacia do rio Parnaíba, perfazendo uma área total de abrangência de 982.207,40 km², equivalente a 11,30% da área do território nacional (CODEVASF, 2006a). 4 2.1.1. Diretrizes Políticas da Empresa Em 22/11/2006, a CODEVASF aprovou, pela Resolução da Diretoria Executiva nº 549, as suas novas Diretrizes Políticas, que servem como base para enquadramento das ações e projetos a serem desenvolvidos, em consonância com os objetivos do governo e necessidades das regiões e em conformidade com a Missão, Visão de Futuro e Objetivos Estratégicos definidos para a empresa (CODEVASF, 2007a). • Promover a revitalização das bacias hidrográficas dos rios São Francisco e Parnaíba; • Implantar projetos que reforcem os arranjos produtivos locais; • Adotar salvaguardas ambientais nas atividades produtivas potencialmente impactantes aos ecossistemas das bacias hidrográficas; • Desenvolver e manter atualizados planos de desenvolvimento integrado para as bacias do São Francisco e Parnaíba; • Apoiar a implantação dos projetos prioritários identificados no Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba – Planap; • Promover a capacitação dos atores envolvidos nos programas de desenvolvimento regional sustentável; • Contribuirno abastecimento de água para o consumo humano e animal, prioritariamente por meio de obras de pequeno porte para atendimentos comunitários; • Integrar a Empresa na matriz energética do país estimulando a produção de fontes alternativas de energia, com ênfase em ciência e tecnologia, prioritariamente na área agrícola, a exemplo dos pólos de biocombustíveis; • Promover o saneamento ambiental com ênfase na gestão e na qualidade dos recursos naturais; • Incentivar a atração de investimentos privados como instrumento de viabilização dos projetos, a exemplo das Parcerias Público- 5 Privadas e das concessões; • Desenvolver projetos e ações com foco em Mecanismos de Desenvolvimento Limpo – MDL; • Fomentar projetos de infra-estrutura de apoio à produção, logística, distribuição e comercialização nas áreas de atuação da Empresa; e • Gerar receita própria a partir da prestação de serviços técnicos especializados como consultorias em projetos de irrigação e informações georreferenciadas. 2.1.2. Estrutura orgânica da Empresa A CODEVASF possui cinco Órgãos de administração superior (CODEVASF, 2006b): 1) Área de revitalização das bacias hidrográficas: responsável pela definição de diretrizes para a gestão dos projetos e ações de revitalização das bacias. Possui 3 gerências e 7 unidades. 2) Área de gestão dos empreendimentos de irrigação: responsável pela definição de diretrizes para a gestão integrada e transferência dos perímetros de irrigação. Possui 1 gerência e 3 unidades. 3) Área de desenvolvimento integrado e infra-estrutura: serviços técnicos em geral para a elaboração de projetos de infra-estrutura. Possui 3 gerências e 6 unidades. 4) Área de gestão estratégica: responsável pelo assessoramento à Diretoria Executiva na formulação de políticas e diretrizes para o desenvolvimento institucional da Empresa. Possui 3 gerências e 8 unidades. 5) Área de gestão administrativa e de suporte logístico: responsável pela definição da política e instrumentos de gestão de pessoas, patrimônio, material, serviços gerais, financeira, contábil, compras, serviços e acervo documental. Possui 4 gerências e 11 unidades. O organograma da Empresa, situando a Área de Revitalização, está na Figura 1 abaixo. 6 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL PRESIDÊNCIA DA CODEVASF ÁREA DE REVITALIZAÇÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS GERÊNCIA DE MEIO AMBIENTE GERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL GERÊNCIA DE EMPREENDIMENTOS SÓCIO-AMBIENTAIS UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DA ÁGUA, SOLO E RECURSOS FLORESTAIS UNIDADE DE GESTÃO DAS AÇÕES DE REVITALIZAÇÃO UNIDADE DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL PRESIDÊNCIA DA CODEVASF ÁREA DE REVITALIZAÇÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS GERÊNCIA DE MEIO AMBIENTE GERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL GERÊNCIA DE EMPREENDIMENTOS SÓCIO-AMBIENTAIS UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DA ÁGUA, SOLO E RECURSOS FLORESTAIS UNIDADE DE GESTÃO DAS AÇÕES DE REVITALIZAÇÃO UNIDADE DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS FIGURA 1. Estrutura orgânica da Empresa. Brasília – DF, 2007. A empresa possui sete Superintendências Regionais (Unidades Descentralizadas), responsáveis pela coordenação, programação e execução das atividades-fim (atingem a população diretamente) da Empresa, nas respectivas regiões de abrangência (Quadro 1). QUADRO 1. Superintendências Regionais (SRs) da CODEVASF, Brasília – DF, 2007. SRs* Sede Estado Localização Área (km2) 1ª Montes Claros Minas Gerais Alto e Médio 239.948,70 2ª Bom Jesus da Lapa Bahia Médio 222.930,40 3ª Petrolina Pernambuco Submédio 69.518,40 4ª Aracaju Sergipe Baixo 7.473,30 5ª Penedo Alagoas Baixo 14.338,20 6ª Juazeiro Bahia Submédio 85.010,40 7ª Terezina Piauí - 342.988,00 Total 982.207,40 *Bacia do São Francisco (1ª a 6ª SR). Bacia do Parnaíba (7ª SR). 7 2.1.2.1. Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas Conceitua-se revitalização, recuperação, conservação e preservação ambiental por meio da implementação de ações integradas que promovam o uso sustentável dos recursos naturais, a melhoria das condições socioambientais da bacia e o aumento da quantidade e a melhoria da qualidade da água para usos múltiplos (ACERVO CONCEITUAL DO PROGRAMA DE REVITALIZAÇÃO, 2006). A Área de Revitalização tem como Política Pública “conhecer para revitalizar”, ou seja, é necessário conhecer a realidade, os problemas atuais, o cenário existente para saber onde, como e quando atuar para a recuperação das Bacias Hidrográficas dos Rios São Francisco e Parnaíba. A Área de Revitalização possui, segundo o organograma simplificado da CODEVASF (Figura 1), as seguintes estruturas orgânicas: Gerência de Meio Ambiente; Gerência de Empreendimentos Sócio-Ambientais: Unidade de Conservação da Água, Solo e Recursos Florestais, Unidade de Gestão das Ações de Revitalização e Unidade de Gestão de Recursos Hídricos e Gerência de Desenvolvimento Territorial. A Área de Revitalização é responsável pela definição de diretrizes para a gestão dos projetos e ações de revitalização das bacias; coordenação das ações de articulação e integração com os demais órgãos públicos, privados e da sociedade civil organizada envolvidos na revitalização e na gestão territorial das bacias, desenvolvimento de projetos e ações de apoio a arranjos e atividades produtivas; gestão integrada de informações georreferenciadas das bacias; e, gestão dos resultados gerados na revitalização das bacias (Artigo 3, alínea a, inciso II, da legislação interna da CODEVASF). De acordo com o Artigo 17 do Regimento Interno (2006b) da CODEVASF, à Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas compete: planejar, orientar, supervisionar, coordenar, controlar e executar as atividades decorrentes das atribuições previstas no Artigo citado anteriormente. 8 2.1.2.1.1. Protocolo de classificação de demandas As demandas de ações pertinentes às diretrizes do programa são encaminhadas à CODEVASF pelas prefeituras, universidades, ONGs, Associações de Classe, etc. São cadastradas pelo SRD (Sistema de Rastreamento de Documentos ) de controle interno, encaminhadas para suas unidades ou gerências (de acordo com o contexto) e também classificadas com base nos critérios do Plano Decenal de Recursos Hídricos, que é a base do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (PRBHRSF) e do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (PRBHRPAR). O Plano Decenal de Recursos Hídricos rege qualquer intervenção na bacia, e é composto por vários cadernos, incluindo o de Recuperação e Conservação Hidroambiental, onde os Programas citados acima fazem parte. Uma vez classificada na CODEVASF, esta demanda é submetida à coordenação do PRBHRSF, que é composto pelo Ministério da Integração Nacional (MI), Ministério do Meio-Ambiente (MMA), Comitê de Bacias, Ministério do Transporte, Ministério da Agricultura, Ministério da Cidade e Ministério da Cultura. As ações aprovadas, tendo em vista o recurso disponibilizado, são devolvidas à CODEVASF para a abertura do processo e início de análise (técnica, ambiental, jurídica, fiscal, legislativa), visando aprovação da Diretoria Executiva da Empresa, assim pode-se executar a ação através de contrato, convênio ou execução direta. 2.1.2.1.1.1. Critérios para aplicação de recursos do Projeto Piloto de Investimento (PPI – 2007) As ações foram caracterizadas em prioridade “A” e prioridade “B”, segundo estudos realizados pela Gestão de Empreendimentos Sócio-Ambientais, Diretoria da Área de Revitalização. Prioridade “A” a) Ações em andamento executivo (serviços Conveniados – 9 CV/Contratados – CT) • 1.1 CV/CT que faltam etapas orçamentárias do instrumento para serem empenhadas necessárias a conclusão legal do compromisso firmado. • 1.2 Foi firmado CV/CT de parte do objeto da ação. Há necessidade de recursos orçamentários para concluir a ação (evitar “obra inacabada”). b). Ações comprometidas em 2005/2006 • Suspensas por motivos de documentação (técnica/administrativa). • Aprovadas na Diretoria Executiva e não empenhada por motivo de reprogramação orçamentária Prioridade “B” (novas ações) Constituem o volume de propostas do PRBHRSF catalogadas na CODEVASF provenientes de fontes variadas, dentro do contexto do PRBHRSF (MMA, MI, Superintendências Regionais, Prefeituras Municipais, Congresso Nacional, Casa Civil, etc.). A classificação seguiu as Diretrizes do Plano Decenal de Recursos Hídricos da Bacia do São Francisco, dentro do foco de RECUPERAÇÃO E CONSERVAÇÃO HIDROAMBIENTAL DA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO, cuja meta é disponibilizar água em qualidade e quantidade, enquadrando os cursos d'água na CLASSE 2 (de acordo com a resolução do CONAMA 357, de 17 de março de 2005) O PRBHRSF recomendou priorizar as intervenções: • i) Nas faixas de domínio da Calha do Rio São Francisco. • ii) Nas Sub-Bacias Prioritárias definidas pelo grau de poluição dos corpos d'água sinalizadas através dos indicadores analíticos pH (Potencial Hidrogeniônico), DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e Turbidez (medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar uma quantidade de água). Os corpos d'água intermitentes (tributários primários do São Francisco ou de Sub- Bacias) são característicos de poluição difusa, de ação pontual nos períodos chuvosos que, na sua maioria na BSF, não 10 merecem priorização de atendimento. • iii) Nas regiões de menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) até o limite do valor da BSF (IDH = 0,666). • iv) Nas regiões de maior densidade populacional. • v) Promover distribuição das intervenções (destinação orçamentária) para os estados federativos da BSF de modo equitativo a inserção territorial inserida e peculiaridade próprias concernentes aos objetivos do PRBHRSF. 2.1.2.1.1.2. Adição de critérios práticos Ações indicadas por estudos (diagnósticos) já concluídos contratados pelo PRBHRSF em anos anteriores (2004-2006), ações geradas pelas Campanhas de Fiscalização Técnica promovida pelo Ministério Público Ambiental. O estágio da Proposta Técnica apresentada deverá priorizar, satisfazendo os demais quesitos básicos, ações que apresentem projetos técnicos mais avançados, aptos a serem implementados em curto prazo. Após a pontuação feita (Anexo 1), completa-se a Anexo 2, observando a qual Funcional Programática (FP) se refere, dentro do contexto do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do São Francisco (PRBHSF). Os indicadores de caracterização são: Estado (UF), Município, calha que se encontra o município do projeto, população beneficiada, o valor a ser empenhado (R$), estágio em que se encontra o projeto e a pontuação (de acordo com o Anexo 1). 2.1.2.1.1.3. Definição de recursos 2007 A participação fisiográfica de cada Unidade Federativo da Bacia do rio São Francisco com vista ao equacionamento da partição orçamentária (%) - MG: 37; BA: 27; PE: 16; AL: 10 e SE: 10. A fundamentação utilizada foi: área territorial, densidade populacional e contribuição hídrica (vazão: m3.s-1). A participação orçamentária (%) por segmentos para o PPI – 2007: 11 Obras: 1%, Controle de Processos Erosivos: 9%, Esgotamento Sanitário: 58,5%, Drenagem Urbana: 28,5% e Resíduo Sólido: 3%. Dados fundamentados em percentuais gerados da razão segmento/total demandas. 2.1.2.1.2. Gerência de Empreendimentos Sócio-Ambientais À Gerência de Empreendimentos Sócio-Ambientais compete: propor, coordenar, supervisionar, fiscalizar e implementar, direta ou indiretamente, ações e obras de revitalização nas bacias do São Francisco e do Parnaíba. Está subdividida em: Unidade de Conservação da água, solo e Recursos Florestais (UCF), Unidade de gestão das Ações de Revitalização (UAR) e Unidade de Recursos Hídricos (URH). As unidades analisam processos como: monitoramento da qualidade de água (URH); reflorestamento de nascentes e áreas degradadas (UCF); recuperação e controle de processos erosivos (UCF); obras de revitalização como esgotamento sanitário e resíduos sólidos (UAR). 2.1.3. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO 2.1.3.1. Caracterização geral A região hidrográfica do São Francisco tem 640.000 km2 de área, vazão média de 2.980 m3.s-1 e abrange 503 municípios. O rio São Francisco tem 2.700 km de extensão e nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais, escoando no sentido sul-norte pela Bahia e Pernambuco, quando altera seu curso para sudeste, chegando ao Oceano Atlântico entre Alagoas e Sergipe. A região abrange sete unidades da Federação: Bahia (47,2% da área da bacia), Minas Gerais (38,2%), Pernambuco (10,6%), Alagoas (2,3%), Sergipe (1,1%), Goiás (0,4%) e Distrito Federal (0,2%) (BRASIL, 1999). A Bacia está dividida em quatro sub-bacias: Alto São Francisco – das nascentes até a cidade de Pirapora; Médio São Francisco – de Pirapora até Remanso; Submédio São Francisco – de Remanso até Paulo Afonso e o Baixo São Francisco – de Paulo Afonso até sua foz (BRASIL, 1999). 12 O Quadro 2 apresenta dados do Vale do rio São Francisco, considerando a divisão administrativa vigente estabelecida pela CODEVASF para sua atuação na região; utilizando-se as unidades federativas. QUADRO 2. Dados do Vale do rio São Francisco, Brasília – DF, 2007. Área Total (1) Área no Vale (2) Área Total (1) Área no Vale (2) Área Total (1) Área no Vale (2) Minas Gerais 588.383,60 262.201,90 235.471,30 95.646,30 90.429,70 41.608,70 38.414,80 Bahia 567.295,30 331.724,70 307.940,80 209.799,20 186.015,30 234.672,70 210.888,80 Distrito Federal 5.822,10 5.822,10 1.335,60 0,00 0,00 0,00 0,00 Goiás 341.289,50 13.133,80 3.141,80 0,00 0,00 0,00 0,00 Pernambuco (3) 98.937,80 71.973,80 69.518,40 71.973,80 69.518,40 71.973,80 69.518,40 Sergipe 22.050,30 8.689,80 7.473,30 5.883,40 5.499,60 6.148,20 5.764,40 Alagoas 27.933,10 16.225,20 14.338,20 12.293,40 11.933,10 11.479,20 11.359,10 Total 1.651.711,70 709.771,30 639.219,40 395.596,10 363.396,10 365.882,60 335.945,50 Brasil 8.547.403,80 - - - - - - Dos Estados no Vale Do Vale no Polígono das secas Do Vale no Semi-Árido Área dos Estados no Vale (Km2) Estados Total dos Estados Fontes: FIBGE - Resolução nº. 24, de 25/07/97 - Áreas territoriais dos estados e municípios brasileiros, vigentes em 1º/01/97 - publicada no Diário Oficial de 26/08/97 e Malha Municipal do Brasil - 1997; e SUDENE - Resolução nº. 11.135/97 e Portaria nº. 1.182/99. Notas: (1) Inclui a área total dos municípios parcialmente inseridos no Vale. (2) Não inclui a área externa dos municípios parcialmente inseridos no Vale. As áreas internas foram obtidas através de projeção cilíndrica em ambiente de sistema georreferenciado utilizando o software ARC/INFO, por colaboração do Centro de Geoprocessamento da Codevasf, a partir da Malha Municipal do Brasil - 1997 da FIBGE, e informações da SUDENE, válidas para 1999. (3) A área total de Pernambuco inclui a de Fernando de Noronha. Cerca de 14,1 milhões de pessoas (8% da população do país) habitam a região hidrográfica do São Francisco com maior concentração no Alto (56% da população da bacia) e Médio São Francisco (24% dapopulação da bacia) (CODEVASF, 2006a). Os afluentes mais importantes formadores com regime perene são os rios: Paracatu, Urucuia, Carinhanha, Corrente e Grande, pela margem esquerda; e das Velhas, Jequitaí e Verde Grande, pela margem direita. Abaixo do rio Grande, os afluentes, situados no polígono das secas são intermitentes, secam e produzem grandes torrentes (BRASIL, 1999). A região contempla fragmentos dos Biomas Floresta Atlântica, Cerrado, Caatinga e Costeiros e Insulares. O cerrado cobre, praticamente, metade da área da bacia – de Minas Gerais ao oeste e sul da Bahia, enquanto a caatinga predomina no nordeste da Bahia, onde as condições climáticas são severas. A floresta Atlântica, devastada, ocorre no Alto São Francisco, principalmente nas cabeceiras. Margeando os rios, onde a umidade é mais elevada, observam-se regiões de Mata Seca (BRASIL, 13 1999). A Figura 2 mostra as Superintendências Regionais na Bacia Hidrográfica do rio São Francisco e suas respectivas áreas (km²). FIGURA 2. Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, Brasília – DF, 1999. PIAUÍ MARANHÃO BARRA BARREIRAS BOM JESUS DA LAPA XIQUE XIQUE GOIÁS ESPINOSA GUANAMBI GOIÁS TOCANTINS MINAS GERAIS SÃO PAULO DIVINÓPOLIS CURVELO TRÊS MARIAS PIRAPORA MONTES CLAROS MONTE AZUL JANUÁRIA IRECÊ JUAZEIRO PETROLINA SALGUEIRO SERGIPE PROPRIÁ PENEDO ALAGOAS PERNAMBUCO PARNAÍBA RIO GRANDE DO NORTE CEARÁ ESPÍRITO SANTO MINAS GERAIS BAHIA 14 Em parte da região hidrográfica do São Francisco, o polígono das secas é um território sujeito a períodos críticos de prolongadas estiagens, com várias zonas geográficas e diferentes índices de aridez. Situa-se, majoritariamente, na região Nordeste do Brasil, porém estende-se até o norte de Minas Gerais. A região de São Francisco tem 58% de sua área e 270 municípios inscritos no citado polígono (BRASIL, 1999). O clima apresenta uma variabilidade associada à transição do úmido para o árido, com temperatura média anual variando de 18 a 27 ºC, um baixo índice de nebulosidade e grande incidência de radiação solar. A evapotranspiração potencial é muito alta, sobretudo na parte norte do Vale. Acompanha geograficamente, a variação da temperatura, com os maiores valores anuais no Submédio São Francisco, onde algumas estações atingem 2.140 mm, descendo para 1.300 mm na zona do limite norte do Vale e um pouco menos no extremo sul (BRASIL, 1999). Segundo CODEVASF (2006a), as vazões observadas na foz da estação de Traipú (AL) são as seguintes : • média anual máxima: 5.244 m3.s-1; • máximas mensais, da ordem de 13.743 m3.s-1, ocorrem em março; • média anual: 32.980 m3.s-1 - corresponde a uma descarga média anual de 94 bilhões de m3 de água; • média anual mínima: 1.768 m3.s-1;mínimas mensais, da ordem de 644 m3.s-1, ocorrem em outubro. Vazão específica: 11,1 L s-1. km2 no Alto São Francisco, 5,0 L s-1. km2 no Médio, 2,4 L s-1. km2 no Submédio, 4,7 L s-1. km2 no Baixo mostrando a maior disponibilidade de água no Alto e Médio São Francisco (82% da vazão do rio) (CODEVASF, 2006b). Nas sub-bacias do São Francisco, a maior demanda é a de irrigação sendo mais expressiva no Médio (mais de 10 vezes a demanda urbana) e no Submédio (mais de 20 vezes). A área irrigada é de 336.200 ha – correspondendo a 11% dos 2,9 milhões de hectares irrigados no Brasil (CODEVASF, 2006a). As demandas urbana e industrial são mais significativas no Alto São 15 Francisco onde correspondem a 60% do total. No Baixo São Francisco, esta relação é de 30%. As principais atividades industriais existentes são siderurgia, mineração, química, têxtil, agroindústria, papel e equipamentos industriais (CODEVASF, 2006a). 2.1.3.2. Problemas detectados na bacia Os projetos de irrigação desenvolvidos no sertão nordestinos, além de benefícios, também acarretam custos. O aumento da salinidade no solo e a contaminação por agrotóxicos são dois problemas típicos enfrentados pelas regiões beneficiadas (LARCHER, 2001). Para evitar o fenômeno da salinização, foi implementado um sistema de drenagem que ameniza boa parte dos efeitos. Técnicos das CODEVASF explicam que o processo está hoje sob controle e somente atingiu lotes mais antigos (LARCHER, 2001). O uso correto de agrotóxicos é uma questão mais complicada, pois depende, essencialmente, da conscientização dos produtores locais. Muitos colonos, por falta de informação, chegam a utilizar dentro de casa as embalagens usadas de produtos químicos. O descuido e a desinformação já resultaram em registros de doenças relacionadas a estas substâncias (LARCHER, 2001). Outros problemas também podem ser observados, como o lixo, o assoreamento, a falta d’água e de peixes, a destruição da cobertura vegetal, das matas ciliares e da biodiversidade (LARCHER, 2001). 2.1.3.3. Linhas de atuação da Empresa dentro da bacia do rio São Francisco 2.1.3.3.1. Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco - PRBHRSF Segundo a diretriz geral da CODEVASF de promover a revitalização da bacia do rio São Francisco, a premissa do programa é implantar uma 16 Política de Revitalização na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco com sustentabilidade socioambiental, econômica, política, cultural e ética. As linhas de ação do Programa são: gestão e monitoramento (gestão da informação, monitoramento ambiental, ordenamento territorial), fortalecimento institucional e socioambiental (Agenda 21, educação ambiental, fortalecimento interinstitucional, cultura), proteção e manejo dos recursos naturais (conservação do solo, recuperação da cobertura vegetal, matas ciliares, APPs, gestão racional das águas, unidade de conservação, preservação da biodiversidade), qualidade e saneamento ambiental (controle da poluição, resíduos, convivência com semi-árido), economia sustentável (turismo sustentável, gestão de recursos pesqueiros, agricultura e reforma agrária sustentável) (BRASIL, 2000). Se o Programa cumprir as linhas de ação, os benefícios advindos serão imensuráveis, os quais citam-se: o aumento da disponibilidade hídrica quantitativa e qualitativa, diminuição da poluição ambiental, recuperação de matas ciliares e diminuição dos processos erosivos. Sendo assim, o programa se encaixa em uma das diretrizes da CODEVASF, desenvolver e manter atualizado o plano de desenvolvimento integrado para a bacia do São Francisco. 2.1.3.3.1.1. Operacionalização executiva do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco - PRBHRSF A prefeitura de qualquer cidade só consegue firmar convênio com o governo Federal, via CODEVASF, se esta estiver em dia com suas dívidas. A situação de prestação de contas pode ser verificada pela internet no sítio do SIAF, em Tesouro Nacional (www.consulta.tesouro.fazenda.gov.br). Este convênio fornece ajuda financeira para as prefeituras que desejam fazer suas obras como: de esgotamento sanitário, recuperação de margens degradadas e outros. Segundo a Instrução Normativa STN nº 01, de 15 de janeiro de 1997 – Celebração de Convênios, determina os seguintes critérios: • I - convênio - instrumento qualquer que discipline a transferência 17 de recursos públicos e tenha como partícipe órgão da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional, empresa pública ou sociedade de economia mista que estejam gerindo recursos dos orçamentos da União, visando à execução de programas de trabalho, projeto/atividade ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação;• II - concedente - órgão da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional, empresa pública ou sociedade de economia mista, responsável pela transferência dos recursos financeiros ou pela descentralização dos créditos orçamentários destinados à execução do objeto do convênio; • III - convenente - órgão da administração pública direta, autárquica ou fundacional, empresa pública ou sociedade de economia mista, de qualquer esfera de governo, ou organização particular com a qual a administração federal pactua a execução de programa, projeto/atividade ou evento mediante a celebração de convênio. O convênio será proposto pelo interessado ao titular do Ministério, órgão ou entidade responsável pelo programa, mediante a apresentação do Plano de Trabalho, que conterá, no mínimo, as seguintes informações: razões que justifiquem a celebração do convênio; descrição completa do objeto a ser executado; descrição das metas a serem atingidas, qualitativa e quantitativamente; licença ambiental prévia; etapas ou fases da execução do objeto, com previsão de início e fim; plano de aplicação dos recursos a serem desembolsados pelo concedente e a contrapartida financeira do proponente; cronograma de desembolso; declaração do convenente de que não está em situação de mora ou de inadimplência junto a qualquer órgão ou entidade da Administração Pública Federal Direta e Indireta; e comprovação do exercício pleno dos poderes inerentes à propriedade do imóvel (Instrução Normativa STN nº 01, 1997). Para a formalização do convênio, segundo a Instrução Normativa STN nº 01 (1997), este conterá, expressa e obrigatoriamente, cláusulas estabelecendo: 18 • o objeto e seus elementos característicos com a descrição detalhada, objetiva, clara e precisa do que se pretende realizar ou obter, em consonância com o Plano de Trabalho; • a obrigação de cada um dos partícipes, inclusive a contrapartida; • a vigência, que deverá ser fixada de acordo com o prazo previsto para a consecução do objeto e em função das metas estabelecidas; • a obrigação do concedente de prorrogar “de ofício” a vigência do convênio, quando houver atraso na liberação dos recursos; • a prerrogativa da União, exercida pelo órgão ou entidade responsável pelo programa, de conservar a autoridade normativa e exercer controle e fiscalização sobre a execução; • a classificação funcional-programática e econômica da despesa, mencionando-se o número e data da Nota de Empenho ou Nota de Movimentação de Crédito; • a liberação de recursos, obedecendo ao cronograma de desembolso constante do Plano de Trabalho; • a obrigatoriedade de o convenente apresentar relatórios de execução físico-financeira e prestar contas dos recursos recebidos; • a definição do direito de propriedade dos bens remanescentes na data da conclusão ou extinção do instrumento; • a faculdade aos partícipes para denunciá-lo ou rescindi-lo, a qualquer tempo, imputando-se-lhes as responsabilidades das obrigações decorrentes do prazo em que tenham vigido e creditando-se-lhes, igualmente os benefícios adquiridos no mesmo período; • a obrigatoriedade de restituição de eventual saldo de recursos, inclusive os rendimentos da aplicação financeira, ao concedente ou ao Tesouro Nacional; • o compromisso do convenente de restituir ao concedente o valor transferido atualizado monetariamente; • o compromisso de o convenente recolher à conta do concedente 19 o valor, atualizado monetariamente; • o compromisso do convenente de recolher à conta do concedente o valor correspondente a rendimentos de aplicação no mercado financeiro, referente ao período compreendido entre a liberação do recurso e sua utilização; • a indicação de que os recursos, para atender às despesas em exercícios futuros, no caso de investimento, estão consignados no plano plurianual, ou em prévia lei. Após a formalização do convênio, este deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com cláusulas pactuadas e a legislação pertinente, respondendo cada uma pelas conseqüências de sua inexecução total ou parcial. A liberação de recursos financeiros, em decorrência de convênio, deve obedecer ao cronograma de desembolso previsto no Plano de Trabalho. 2.1.3.3.2. Arranjos Produtivos Locais - APLs Os Arranjos Produtivos Locais - APLs são aglomerações de micro, pequenos e médios empreendedores que trabalham no mesmo ofício ou setor e estão localizados na mesma região. A contribuição da CODEVASF no aproveitamento dos APLs para desenvolver a região do vale do São Francisco, que é uma região produtora de ovinos e caprinos, consiste em: mobilizar e capacitar os empreendedores, para que possam gerenciar os negócios; e oferecer tecnologias, recursos e o suporte necessário para impulsionar o seu crescimento e a sustentabilidade do empreendimento. Ciente desse potencial, a CODEVASF iniciou em 2004 um amplo programa de apoio à estruturação e à dinamização desse arranjo produtivo, considerando a vocação natural e as vantagens competitivas da região para a ovinocaprinocultura, que traduz-se na criação de novas perspectivas e oportunidades de emprego e renda para a comunidade, tendo como foco principal o desenvolvimento da chamada economia sustentável (CODEVASF, 2007b). 20 2.1.3.3.3. Piscicultura O Programa de Aquicultura e de Fortalecimento do Setor Pesqueiro teve início com a construção das grandes barragens hidrelétricas no rio São Francisco, como a de Três Marias, em Minas Gerais, e a de Sobradinho, na Bahia, que provocaram o surgimento de obstáculos à migração reprodutiva dos peixes, restringiram as cheias à jusante desses reservatórios, reduziram a inundação das lagoas marginais (as quais funcionam como berçários para dezenas de espécies da ictiofauna nativa). A partir de então, a CODEVASF implantou seis Estações de Piscicultura (Bebedouro - PE, Ceraíma - BA, Gorutuba - MG, Itiúba - AL, Betume - SE e Três Marias - MG) com vistas à produção de alevinos de espécies de peixes de importância econômica e ecológica, que são utilizados em peixamentos de rios, lagoas, açudes e reservatórios d’água, e são fornecidos a produtores rurais para o cultivo comercial, amenizando os impactos sofridos pela pesca profissional, e incrementando a piscicultura comercial no Vale do São Francisco (CODEVASF, 2007b). 2.1.3.3.4. Bovinocultura Devido à escassez de condições alimentícias naturais para manter um escore corporal adequado nos rebanhos bovinos, criados extensivamente, e a má qualidade genética dos mesmos, esses rebanhos apresentam baixos índices zootécnicos. Por sua vez, a produtividade da pecuária bovina pode ser alavancada por meio da seleção e do melhoramento genético animal, cujos produtos e processos tecnológicos necessitam ser disponibilizados de forma descentralizada e por várias modalidades (CODEVASF, 2007b). A CODEVASF possui dois centros de difusão de material genético agropecuário que exploram a pecuária leiteira e de corte. O fomento e a difusão de tecnologia ocorrem pela venda ou repasse de sêmen, embriões e animais geneticamente superiores, selecionados ou obtidos com as técnicas de inseminação artificial e/ou transferência de embriões, bem como pela 21 divulgação de técnicas e práticas de manejo (nutricional, reprodutivo e sanitário) por meio de visitas, estágios supervisionados, intercâmbios, cursos e simpósios promovidos nestas unidades (CODEVASF, 2007b). 2.1.3.3.5. Programa de Irrigação e Drenagem O Programa de Irrigação e Drenagem foi criado tendo-se em vista que a agriculturairrigada é, comprovadamente, uma das mais efetivas ferramentas de combate à pobreza e distribuição de renda, gerando empregos, e aumentando a oferta de alimentos a preços menores do que aqueles produzidos nas áreas não irrigadas. O Programa é gerido no âmbito da CODEVASF, pelo Ministério da Integração Nacional, com suas atividades sendo desenvolvidas pela Secretaria de Infra-Estrutura Hídrica do mesmo Ministério da Integração Nacional, pela CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba e pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS (BRASIL, 2004). Os objetivos do Programa de Irrigação e Drenagem são: contribuir para o desenvolvimento sustentado da agricultura irrigada, privilegiando as intervenções que visem ampliar as oportunidades de emprego; contribuir para a elevação da renda; reduzir as desigualdades regionais; e assegurar a competitividade dos produtos, reduzindo a dependência externa e aumentando a sua participação em mercados cada vez mais competitivos (BRASIL, 2004). Dentre os principais projetos de irrigação estão: MG – Pirapora, Gorutuba, Jaíba Jequitaí; BA – Ceraíma, Formoso A, Formoso H, Riacho Grande, Baixio de Irecê, Mirorós, Glória, Curaçá; PE – Nilo Coelho, Maria Tereza, Pontal; AL – Boacia, Itiúba; SE – Própria, Betume, Contiguiba/Pindoba (CODEVASF, 2007b). O projeto Gorutuba, por exemplo, apresenta as seguintes informações básicas: região – norte de Minas Gerais; cidade – Nova Porteirinha; fonte hídrica – barragem do Bico da Pedra (capacidade hídrica = 22 705 milhões de metros cúbicos); área = 5.286 ha: 2.523 ha (388 lotes de pequenos irrigantes), 2.242 ha (38 lotes empresariais) e 521 ha (42 lotes de técnicos em ciências agrárias). Nesse perímetro há uma estação de piscicultura. Dispõe, ainda, de área de pesquisa e experimentação da EPAMIG – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (CODEVASF, 2007b). O Quadro 3 apresenta os principais cultivos e os métodos de irrigação utilizados no projeto. QUADRO 3. Áreas das culturas por métodos de irrigação no projeto Gorutuba – MG. Gotejamento Micro-Aspersão Aspersão Total Abóbora - - 200,00 200,00 Banana - 2.400,00 - 2.400,00 Cana-de-Açúcar - - 150,00 150,00 Capim - - 150,00 150,00 Coco - 200,00 - 200,00 Feijão - - 300,00 300,00 Limão 150,00 350,00 - 500,00 Manga 150,00 300,00 - 450,00 Milho - - 300,00 300,00 Uva 136,00 500,00 636,00 Total 436,00 3.750,00 1.100,00 5.286,00 Cultura Área (ha) 2.1.4. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARNAÍBA 2.1.4.1. Caracterização geral O rio Parnaíba nasce, comprovadamente, na Chapada das Mangabeiras, fronteira do Piauí com Tocantins, numa altitude de 709 metros, com o nome de Riacho de Água Quente e só muda de nome quando se encontra com o Rio Uruçuí e Vermelho. Corre do Sul para o Norte, separando os Estados do Piauí e do Maranhão. Sua extensão é de 1.485 km (CODEVASF, 2006a). O vale do Parnaíba, inserido no Nordeste brasileiro, abrange os Estados do Maranhão, Piauí e Ceará e está dividido em três partes: o Alto Parnaíba, da nascente até a foz do rio Gurguéia (784 km); o Médio Parnaíba, 23 desse local até a confluência do rio Poti (312 km), em Teresina; e o Baixo Parnaíba, desse ponto até a desembocadura no Oceano Atlântico (389 km) (CODEVASF, 2006a). A área total da bacia é de 342.988 km², que se encontra assim distribuída: 249.374 km² (72,71%) no Piauí, 70.000 km² (20,41%) no Maranhão, 21.000 km² (6,12%) no Ceará e 2.614 km² em área litigiosa entre Piauí e Ceará. A área total de atuação da CODEVASF, correspondente aos Estados do Piauí e Maranhão, soma 313.480,6 km² (CODEVASF, 2006a). O predomínio de áreas do Estado do Piauí na composição do Vale do Parnaíba fica mais evidenciado ao se constatar que cerca de 99% das terras deste estado se encontram nesta Bacia. Esse percentual cai para 19% no Maranhão e para 10% no Ceará. Estão inseridos no Vale do Parnaíba, 276 municípios: sendo 220 no Piauí, 36 no Maranhão e 20 no Ceará, que contam com uma população de 4.118.030 habitantes, segundo estimativas de população de 1999, do IBGE (CODEVASF, 2006a). Dentre todas sub-bacias, destacam-se aquelas constituídas pelo rio Balsas (5% da área total da Bacia), no Maranhão, e as dos rios Uruçuí Preto (4,7%), Gurguéia (9,9%), Longá (8,6%) e Poti (16,1%), no Piauí. Cabe destacar que a sub-bacia do rio Poti não está integralmente na área de atuação da CODEVASF visto que sua nascente encontra-se no estado do Ceará. A sub-bacia do rio Canindé, apesar de ter 26,2% da área total da bacia do Parnaíba, drena uma grande parte na região semi-árida (CODEVASF, 2006a). A cobertura vegetal possui as seguintes características: nas nascentes, no sopé da Chapada das Mangabeiras, há uma exuberante floresta. Sobre as grandes superfícies aplainadas predomina o cerrado. Revestindo algumas chapadas, surge ora mata seca, ora cerradão. Desde Amarante, Arraial e Várzea Grande, para o Norte inicia-se a participação do babaçu (Orbignya phalerata), dando lugar à mata dicótilo-palmácea, mais frequentemente a partir de Teresina até o sul de Luzilândia e Esperantina (CODEVASF, 2006b). Nas vizinhanças de Luzilândia até Parnaíba, prevalece a carnaúba (Copernicia cerifera). Na planície litorânea, campos de várzea e manguezais, 24 nas ilhas do Delta. Em resumo, a cobertura vegetal é diversificada (matas ciliares, caatinga e florestas caducifólias) (CODEVASF, 2006a). O clima da bacia varia de quente e úmido, no Norte, passando a quente e úmido com chuvas de verão tropical, no Centro-Sul e Sudeste, e Semi-Árido no Leste e Sudeste. As precipitações variam, em geral de sudeste para nordeste entre 600 a 1.800 mm/ano, com duas estações definidas: chuvosa e seca. A temperatura média varia entre 24 a 38ºC, entre o inverno e o verão. A insolação média é de 3.000 horas/ano (CODEVASF, 2006a). O rio Parnaíba, desemboca em forma de delta e é navegável em quase todo o percurso do rio. A possibilidade de navegação deste rio facilitou o povoamento e as comunicações até pouco tempo atrás. Hoje a navegação é feita, principalmente, na época de cheias por pequenas embarcações. O rio Parnaíba contribui para o progresso e riqueza da região por onde corre. Suas águas fornecem energia, que é transformada em eletricidade na Usina Presidente Castelo Branco e distribuídas através das Centrais Elétricas do Piauí S/A (CEPISA). A usina está situada na Barragem de Boa Esperança, no curso do alto Parnaíba na fronteira dos Estados do Piauí e do Maranhão, a 80km da cidade de Floriano, no local da Cachoeira Banco de Areia. A barragem de Boa Esperança foi inaugurada em 1970 e é operada pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), com potência total de 240 MW (CODEVASF, 2006a). A Figura 3 mostra a 7ª Superintendência Regional na Bacia Hidrográfica do rio Parnaíba. 25 FIGURA 3. Bacia Hidrográfica do rio Parnaíba (7ª SR) (CODEVASF, 2006b). TERESÍNA 7º S.R. MARANHÃO CEARÁ PIAUÍ TOCANTINS BAHIA PERNAMBUCO OCEANO ATLÂNTICO 26 2.1.4.2. Problemas detectados na bacia Devido à crescente destruição das matas ciliares, e aumento do volume de efluentes e resíduos sólidos que são jogados diretamente no rio, segundo o Acervo conceitual do Programa de Revitalização (2006), tem-se observado um processo de assoreamento de seu leito em todo o seu curso; o que tem limitado, sobremaneira, a navegação de grandes e médias embarcações, propiciando a navegação somente de pequenos barcos, havendo necessidade urgente de um trabalho de desassoreamento num processo maior de revitalizaçãodeste rio, o que proporcionaria aí, o desenvolvimento de uma hidrovia. 2.1.4.3. Linhas de atuação da Empresa dentro da bacia do rio Parnaíba 2.1.4.3.1. Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba - PRBHRPAR A recuperação e manutenção dos recursos naturais (solo, flora e água) da BHRPAR (Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba), hoje em estágio degenerativo a olhos vistos, assegurará a vida de modo geral, em caráter sustentável, de todos ecossistemas, imprescindíveis à sobrevivência sadia do homem na região. Este fato se enquadra na diretriz geral da CODEVASF a respeito de promover a revitalização da bacia do rio Parnaíba. Segundo o Acervo Conceitual do Programa de Revitalização (2006), listam-se como tópicos de ações prioritários, os seguintes indicadores: saneamento básico; água, lixo e esgoto sanitário; aterros sanitários; agrotóxicos; Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER; educação ambiental; APAs (Áreas de Preservação Ambiental); monitoramento da qualidade ambiental; água, solo, ar, fauna e flora; recuperação de áreas degradadas; recomposição das matas ciliares e nascentes; construção de viveiros de mudas; desassoreamento de rios/córregos; perenização do rio, açudes, lagoas e riachos; e construção e recuperação de barragens. As linhas de ação devem ser as mesmas do Programa de Revitalização da 27 Bacia Hidrográfica do São Francisco. Os potenciais benefícios econômicos e sociais que advirão com a implementação do PRBHRPAR são imensuráveis. Segundo o Acervo Conceitual do Programa de Revitalização (2006), a recuperação hidroambiental projeta cenários promissores a toda região, de condições dignas de vida à população, através do aumento da capacidade de abastecimento humano, exploração agrícola irrigada, desenvolvimento do turismo, da navegação fluvial (hidrovia), da geração de energia elétrica, da disponibilidade aquícola (pescado, caranguejo) e outros. 2.1.4.3.2. Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado do Vale do Parnaíba - Planap No vale do Parnaíba, a CODEVASF realiza estudos com a finalidade de formular o Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado do Vale do Parnaíba - Planap, pautado na sustentabilidade, nas potencialidades comparativas e competitivas existentes, visando ao crescimento da economia regional e à melhoria da qualidade de vida da população em uma nova abordagem estratégica centrada no nível de abrangência territorial (CODEVASF, 2006b). O trabalho de elaboração do Planap (Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado do Vale do Parnaíba), que inclui o diagnóstico socioeconômico e propostas de projetos prioritários para a bacia do Parnaíba, continua sendo feito, e algumas conclusões preliminares já podem nortear os próximos passos do Estado do Piauí no que se refere a seu processo de desenvolvimento (FONTENELE, 2005). Os estudos nortearão os investimentos nos próximos 20 anos. Já é possível identificar-se as principais atividades econômicas do ponto de vista potencial de desenvolvimento socioeconômico do estado. É o caso da ovinocaprinocultura – atividade considerada importante em toda a bacia do Parnaíba –, a agricultura irrigada, a apicultura, a cultura da mamona, para efeito de processamento visando a produção de óleo biodiesel, artesanato e turismo (FONTENELE, 2005). 28 2.1.4.3.3. Arranjos Produtivos Locais - APLs Desde 2004 a CODEVASF atua no apoio à estruturação de APLs nas atividades de aqüicultura, apicultura e ovinocaprinocultura. As demandas são identificadas, localmente, pelos próprios produtores e tratadas em fóruns de discussões para a solução de gargalos das atividades produtivas selecionadas. Este trabalho, e a posterior execução e implementação das ações, é realizado pela 7ª Superintendência Regional localizada no Estado do Piauí (CODEVASF, 2007b). 2.1.4.3.4. Piscicultura O Vale do Parnaíba está se tornando promissora região produtora de pescado através da aqüicultura. Ciente dessa real vocação, a CODEVASF e a Secretaria de Programas Regionais do Ministério da Integração Nacional iniciaram em 2004 um amplo programa de apoio à aqüicultura no Vale do Parnaíba, aproveitando a vocação natural e as vantagens competitivas dessa região para a produção de pescado. Participam dessa parceria as seguintes instituições: Secretaria de Desenvolvimento Rural, Universidade Federal do Piauí, DNOCS, Embrapa, SEBRAE, Colônias de Pescadores e Organizações não Governamentais (CODEVASF, 2007b). 2.1.4.3.5. Irrigação A bacia possui 19 projetos de irrigação de iniciativa pública, projetados, em construção ou construídos, com potencial para aproveitamento de 90.248 ha. Os projetos que estão sendo construídos por iniciativa ou com recursos da União, através do Ministério da Integração Nacional e do DNOCS, representam 80% da área potencial (CODEVASF, 2006a). 3. SUGESTÕES É desejável que a CODEVASF ofereça mais estágios de campo junto às Superintendências Regionais, pois, assim, o contato com a realidade será maior, as decisões mais técnicas e a visão mais ampla. A Escola de Agronomia deve melhorar sua infra-estrutura como local de formação de cidadãos e profissionais, disponibilizando, inclusive, mais aulas práticas. Assim, desenvolveriam-se as áreas crítica e técnica do aluno e futuro profissional. A base técnica é importante, mas não se deve separar a prática da teoria. Os alunos do curso de Agronomia deveriam valorizar mais seus professores e levar a sério o curso. Assim os professores sentirão vontade de inovar sempre. Mudanças acontecem e temos que estar preparados para as mesmas. 4. CONCLUSÃO O Estágio foi muito proveitoso do ponto de vista profissional, pessoal e social, principalmente dentro da Gerência de Empreendimentos Sócio- Ambientais, que sendo uma área recente, necessita, ainda, de adaptações, reajustes e melhor infra-estrutura. Observa-se como é importante a figura de um bom gerente, que procura ser responsável, profissional e que faz com que todos participem, colocando o trabalho de equipe em primeiro lugar. Uma boa equipe é indispensável em trabalhos que exigem dedicação, observação e desempenho. Apesar de o Estágio ter sido realizado na parte burocrática da CODEVASF, pôde-se observar que a revitalização do rio São Francisco é essencial. Da forma como o meio ambiente sofreu e sofre com as atividades antropogênicas, percebe-se que é hora de reparar os estragos feitos e agir no sentido de um desenvolvimento sustentável. Enfatize-se, também, que o rio São Francisco apresenta extrema importância para o país, e a sua recuperação implica melhorias, tanto no campo social (melhorando-se as condições da população que sobrevive na bacia), quanto no ambiental (preservando-se toda a bacia). 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACERVO CONCEITUAL DO PROGRAMA DE REVITALIZAÇÃO – Subsídios à discussão parlamentar. Brasília – Distrito Federal, 28 de julho de 2006. ANA/GEF/PNUMA/OEA. Projeto de Gerenciamento Integrado das Atividades Desenvolvidas em Terra na Bacia do São Francisco, Subprojeto 4.5C – Plano Decenal de Recursos Hídricos da Bacia do Rio São Francisco – PBHSF (2004-2013). Síntese do Resumo Executivo do PBHSF com Apreciação das Deliberações do CBHSF Brasília – Distrito Federal, 2004. 150p. BRASIL, Ministério da Integração Nacional; Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco. Inventário de Projetos. 3ª Edição revista e atualizada. Brasília - Distrito Federal, 1999. 223p. BRASIL, Ministério da Integração Nacional. Plano de Revitalização Hidro-Ambiental da Bacia do Rio São Francisco. Brasília – Distrito Federal, 2000. BRASIL, Ministério da Integração Nacional; Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba; Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Relatório do 2º Monitoramento Programa Irrigação e Drenagem. Brasília - Distrito Federal, 2004. 25p. BRASIL, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. Caracterização geral das Bacias Hidrográficas. Brasília - Distrito Federal, 2006a. 32 BRASIL, Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco. Regimento Interno. Brasília - Distrito Federal, 2006b. BRASIL, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. Diretrizes. Brasília - Distrito Federal, 2007a. BRASIL, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. Programas e ações. Brasília - Distrito Federal, 2007b. BRASIL, Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, nº 357, de 17 de março de 2005 - Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília – Distrito Federal, 18 de março de 2005. BRASIL, Instrução Normativa STN nº 01, de 15 de janeiro de 1997 – Disciplina a celebração de convênios de natureza financeira que tenham por objeto a execução de projetos ou realização de eventos e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília – Distrito Federal, 31 de jan de 1997. FONTENELE, Sérgio. Disponível na internet http://www.pi.gov.br/materia.php?id=13265 – 36k. 27/05/2005. LARCHER, Marcello. Disponível na internet http://www.brasiloeste.com.br/noticia/1274/agua-sertao11/12/2001. MACHADO, P. A. L. Direito ambiental brasileiro. 12ª. Edição revista, atualizada e ampliada. São Paulo - SP: Malheiros, 03/2004. 1.075p. SETTI, A. A; LIMA, J. E. F. W.; CHAVES, A. G. M.; PEREIRA, I. C. Introdução ao gerenciamento de recursos hídricos. 2ª edição. ANEEL. ANA. Brasília - Distrito Federal, 2001. 6. ANEXOS 34 Anexo 1. Critérios para classificação de prioridade das ações do POA – 2007. CRITÉRIOS PARA ALOCAÇÃO ORÇAMENTÁRIA - POA/2007 Identificação da ação: Reflorestamento de Nascentes, Margens e Áreas Degradadas Título do projeto: Localização (UF): Demanda orçamentária (R$): Proponente: CARACTERIZAÇÃO DA AÇÃO NATUREZA DA AÇÃO PONTUAÇÃO Saneamento Edafologia Gestão Hídrica Ocorrência Pesos Total Ptos PRIORIDADE "A" 1. AÇÕES (FORMALIZADAS - CV/CT) EM ANDAMENTO EXECUTIVO 2,00 - 1,75 - 2. AÇÕES COMPROMETIDAS EM 2005/2006 - Desempenhada por motivos de documentação (técnica/Administrativa) 1,50 - Aprovada pela Diretoria Executiva e não Empenhada por falta de orçamento 1,25 - TOTAL DE PONTOS - PRIORIDADE "B" 3. AÇÕES NOVAS 3.1. Estágio Técnico de formatação da proposta apresentada 3.1.2. Projeto Básico Executivo 2,00 - 3.1.2. Pré-Projeto 1,50 - 3.1.3. Solicitação de recursos - Plano de Trabalho 1,25 - 3.1.4. Solicitação da ações de revitalização (ofícios, etc...) 1,00 - 3.2. Localização Geográfica na Bacia do São Francisco/estado 3.2.1. Calha do São Francisco 3,00 - 2,75 - 3.2.1.1.1. Tributário Primário 2,50 3.2.1.1.2. Tributário Secundário 2,25 3.2.1.1.3.Tributário Terciário 2,00 3.2.1.1. 4.Tributário Quaternário 1,75 1,50 - 3.2.1.2.1. Tributário Primário 1,25 - 3.2.1.2.2. Tributário Secundário 1,00 - 3.2.1.2.3.Tributário Terciário 0,75 - 3.2.1.2. 4.Tributário Quaternário 0,50 - 3.2.2 Natureza de Fluxo do Curso dágua Perene 2,00 - 3.3. Ações indicadas a partir de diagnósticos na BHSF 2,00 - 3.3.2. Campanhas de Fiscalização do Ministério Público 2,00 - 4. INDICADORES SOCIAIS 4.1. Indice de Desenvolvimento Humano - IDH (médio da BHSF - 0,666) 0,00 - 0,572 2,00 - 0,573 - 0,598 1,75 - 0,599 - 0,622 1,50 - 0,623 - 0,721 1,25 - > 0,721 1,00 - 4.2. População na Bacia (9.513.567 habitantes em MG,BA,SE, AL e PE) 0 - 5.000 1,00 - 5.001 - 15.000 1,25 - 15.001 - 30.000 1,50 - 30.001 - 60.000 1,75 - >60.000 2,00 - TOTAL DE PONTOS - CV/CT que falta empenhar etapas (Etapas ..II, III, etc..) orçamentárias complementares. CV/CT firmado p/ parcela da demanda total da proposta. Falta complemento 3.2.1.1. Calha das Sub-bacias Prioritárias "A" (MG - Velhas, Paraopeba, Pará, Verde Grande e Paracatu; BA: Verde Grande,Paramirim, Santo Onofre, Verde e Jacaré, Grande e Salitre; PE: Pontal, Brígida, Moxotó, Ipanema e Pajeú); SE: Betume, Pilões, Jacaré e Prauna; e AL: Ipanema, 3.2.1.2. Calha de outras Sub-bacias: MG - Urucuia, Jequitaí, Abaeté, Indaiá, Pacuí, Pandeiros;BA - Canaiba de Dentro, Pilão Arcado, Rãs, etc ... 3.3.1. Estudos contratrados pelo PRBHSF convergentes com outras ações em execução e/ou previstas para a região (Edafologia, Gestão Hídrica), contexto espacial 35 Anexo 2. Classificação das ações do Plano Orçamentário Anual (POA – 2007). O trabalho Conhecendo a Codevasf de codevasf foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada. CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSTAS DE AÇÕES PARA O POA-2007 (Diretrizes do Plano Decenal de Recursos Hídricos) PROGRAMA DE REVITALIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO RECUPERAÇÃO E CONSERVAÇÃO HIDROAMBIENTAL DA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSTAS DE AÇÕES PARA O POA-2007 (Diretrizes do Plano Decenal de Recursos Hídricos) FUNCIONAL PROGRAMÁTICA /PROJETOS Indicadores de caracterização UF Município Calha Pop. valor Estágio Pontuação SBH Benefici (R$) Projeto FP Obras de Revitalização Esgotamento Sanitário Macrodrenagem urbana (associada a processo de despoluição do manancial receptor) Abastecimento de Água Difuso Resíduo Sólido Outras ações consoantes com o discricionário da FP, no contexto do PRBHSF FP Reflorestamento de Nascentes, Margens e Áreas Degradadas FP Recuperação e Conservação de Processos Erosivos FP Monitoramento da Qualidade da Água
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