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Estudo Socioeconômico 2007 - seropedica

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VALENÇA 
 3 
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2005
 
 
 
Angra dos Reis
ESTUDO 
SOCIOECONÔMICO 
2007 
 
SEROPÉDICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
OUTUBRO 2007
 
 
 
SEROPÉDICA 
 2 
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
 
Conselho Deliberativo 
 
Presidente 
José Maurício de Lima Nolasco 
 
Vice-Presidente 
Jonas Lopes de Carvalho Junior 
 
Conselheiros 
Aluisio Gama de Souza 
José Gomes Graciosa 
Marco Antonio Barbosa de Alencar 
José Leite Nader 
Julio Lambertson Rabello 
 
Ministério Público Especial 
Horácio Machado Medeiros 
 
 
Secretário-Geral de Controle Externo 
Ricardo Ewerton Britto Santos 
 
Secretária-Geral de Planejamento 
Maria Alice dos Santos 
 
Secretário-Geral de Administração 
Emerson Maia do Carmo 
 
Secretária-Geral das Sessões 
Leila Santos Dias 
 
Procurador-Geral 
Sylvio Mário de Lossio Brasil 
 
Chefe de Gabinete da Presidência 
Adriana Lopes de Castro 
 
Diretor-Geral da Escola de Contas e Gestão 
José Augusto de Assumpção Brito 
 
Coordenador de Comunicação Social, 
Imprensa e Editoração 
Hugo Leão de Castro Filho (interino) 
 
 
 
Arte e Editoração: 
Coordenadoria de Comunicação Social, Imprensa e Editoração 
 
Praça da República, 70/4º andar 
20211-351 - Rio de Janeiro - RJ 
Tels.: (21) 3231 4134 / (21) 3231 5283 
www.tce.rj.gov.br 
ccs@tce.rj.gov.br 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
 3 
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
APRESENTAÇÃO 
 
 
O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro apresenta a nova edição dos 
“Estudos Socioeconômicos dos Municípios Fluminenses”, abrangendo o período de 2001 
a 2006. Este trabalho é a sétima versão de uma atividade iniciada em 2001 com análises 
do período de 1997 a 2000, e cresceu nas versões seguintes para apresentar a evolução 
de uma série de indicadores que retratassem seis anos consecutivos, o que ultrapassa o 
tempo de um único mandato da gestão municipal, trazendo um conjunto de 
conhecimentos capaz de servir tanto como fundamento para a elaboração de políticas 
públicas efetivas, no âmbito de cada cidade ou região, quanto de base para consulta 
pelos diversos interessados na realidade e no desenvolvimento dos municípios 
fluminenses. 
O objetivo é apresentar o desempenho de diferentes áreas sociais e de governo de 
cada município fluminense. O administrador tem aqui maiores subsídios para que sejam 
adotadas melhores decisões no atendimento às necessidades da população. Serve, 
também, como fonte de consulta para políticos, técnicos, pesquisadores, jornalistas, 
estudantes e todos os que tenham interesse em conhecer um município específico, uma 
determinada região de nosso Estado ou todo o seu conjunto. 
É com grata satisfação que verificamos o número crescente de acessos ao sítio 
deste Tribunal, com internautas buscando o perfil dos municípios fluminenses. Cada vez 
mais publicações, livros, teses, dissertações e sítios diversos usam estes estudos como 
referência, por vezes reproduzindo-os integralmente. Todas as edições estão disponíveis, 
o que propicia o acesso a dez anos de informação do que chamamos espinha dorsal dos 
estudos: histórico, dados demográficos e geográficos, meio ambiente, educação, saúde, 
trabalho e renda, gestão, economia e finanças municipais. 
A edição de 2001 trazia, ainda, análises do Índice de Desenvolvimento Humano – 
IDH; o primeiro Índice de Qualidade dos Municípios – IQM Potencial para o 
Desenvolvimento; o IQM Necessidades Habitacionais e as potencialidades de cada 
município. Em 2002, a publicação divulgou o IQM Carências, um retrato do quantum de 
cidadania já fora alcançado pela sociedade fluminense; também abordou as ferramentas 
disponíveis à época para o desenvolvimento urbano e os primeiros indicadores de gestão 
municipal. No ano 2003, os aspectos turísticos foram introduzidos de forma abrangente, 
por ser esta atividade fator fundamental de desenvolvimento em um Estado que é a porta 
de entrada do turismo receptivo no país; trouxe uma comparação do uso do solo retratado 
em dois momentos distintos pelo IQM Verde II: 1994 e 2001; as quatro versões do IDH 
municipal, abrangendo, também, os resultados do Censo 2000; e a última pesquisa sobre 
infra-estrutura da saúde em termos de serviços oferecidos, equipamentos e qualificação 
dos profissionais. A edição de 2004 abordou a questão da exclusão digital, a evolução 
das necessidades habitacionais e os arranjos produtivos locais. Em 2005, foi dada ênfase 
aos objetivos do milênio. Já em 2006, introduzimos uma análise do governo eletrônico nos 
municípios, o IQM Potencial para o Desenvolvimento II, a nova dinâmica territorial do 
Estado e os fatores de competitividade. 
A presente edição aborda novas questões, como segurança pública, e traz um 
capítulo especial sobre royalties do petróleo, bem como as perspectivas de 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
 4 
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
sustentabilidade local e regional. Destaque-se, ainda, o tópico sobre meio ambiente, o 
qual demonstra que causas estruturais persistem na sua contaminação e se traduzem em 
irresponsabilidade, impunidade, fiscalização precária, processos de licenciamento 
imprevidentes, burla da legislação, sonegação de informações sobre riscos, 
permissividade ambiental de agências públicas, etc. A degradação do meio ambiente não 
deve ser considerada como um mal necessário para o desenvolvimento nos dias atuais. É 
tempo de investimentos maciços na profilaxia e no tratamento dos resíduos e efluentes 
urbanos e industriais. Tais ações são parte do esforço para alcançar a sustentabilidade, 
conceito em constante construção, que tem múltiplas dimensões: a espacial, a ecológica, 
a ambiental, a social, a política, a econômica, a demográfica, a cultural e a institucional. 
Em hipótese alguma as questões mais relevantes da administração pública se 
esgotam nos temas abordados e nas análises sobre cada assunto apresentado. É preciso 
que haja um aumento significativo de oferta de informação pelas próprias administrações 
federal, estaduais e municipais que, em suas áreas fins e de planejamento, deveriam 
fomentar, ainda mais, a formação de um banco de dados confiável e representativo dos 
inúmeros aspectos socioeconômicos e ambientais do Rio de Janeiro. 
As crescentes demandas da sociedade, principalmente por maior qualidade dos 
serviços prestados e elevação dos padrões de desempenho dos servidores, estão na 
pauta do administrador público, que deve buscar o aperfeiçoamento das estruturas 
administrativa e gerencial e dos procedimentos de trabalho. 
Planejamento sistemático, monitoramento e avaliação continuados são parte da 
nova agenda do Estado. A mudança da cultura organizacional e a profissionalização dos 
servidores públicos devem ser elementos que tragam inovação, num contexto em que o 
gestor competente seja negociador, coordenador de conflitos, construtor do consenso e 
promotor de talentos ao invés de mero ordenador de despesas. Este é um desafio para 
todos os níveis de governo. 
Este livro faz parte de uma coleção de noventa e um estudos de cada município 
jurisdicionado a este Tribunal de Contas, além de um caderno que compara os 
desempenhos das finanças dos mesmos municípios, tendo sido elaborada pelo Núcleo de 
Estudos Socioeconômicos desta Secretaria-Geral, coordenado por Marcelo Franca de 
Faria Mello, assessorado por Carlos Eduardo Lopes Soares e Vânia Brandão Lázaro, com 
a colaboração de Luana Figueiredo Ferreira Lós de Sousa, também desta SGP, e muitas 
prefeituras que nos encaminharam informações sobre seus municípios. 
 
 
SECRETARIA-GERAL DE PLANEJAMENTO 
Outubro de 2007 
 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
 5 
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
SUMÁRIO 
 
 
I - Histórico ........................................................................................................... 7 
 
II - Caracterizaçãodo Município .......................................................................... 9 
Aspectos turísticos ................................................................................................. 13 
Atrações ................................................................................................................. 14 
Artesanato .............................................................................................................. 14 
Principais festas populares..................................................................................... 14 
Uso do solo............................................................................................................. 14 
Outros aspectos ambientais ................................................................................... 17 
Gestão municipal.................................................................................................... 28 
Governo eletrônico ................................................................................................. 30 
 
III - Indicadores Sociais........................................................................................ 38 
Educação no estado e no município....................................................................... 43 
Saúde ..................................................................................................................... 56 
Mercado de trabalho............................................................................................... 65 
Segurança pública.................................................................................................. 74 
Distribuição espacial dos dados sobre criminalidade ............................................. 77 
Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania .................................... 78 
 
IV - Indicadores Econômicos............................................................................... 80 
Introdução............................................................................................................... 80 
Economia fluminense em 2006 .............................................................................. 83 
Produção Industrial................................................................................................. 83 
Comparações inter-regionais.................................................................................. 85 
Indústria Extrativa................................................................................................... 86 
Indústria de Transformação.................................................................................... 87 
Comércio Varejista ................................................................................................. 91 
Estimativa do PIB do Estado do Rio de Janeiro ..................................................... 93 
Agropecuária .......................................................................................................... 93 
Indústria.................................................................................................................. 94 
Comércio ................................................................................................................ 94 
Construção ............................................................................................................. 95 
Serviços Industriais de Utilidade Pública................................................................ 95 
Comunicações........................................................................................................ 95 
Transportes ............................................................................................................ 96 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
 6 
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
Serviços.................................................................................................................. 96 
Administração Pública ............................................................................................ 96 
Consolidação da estimativa do PIB ........................................................................ 97 
PIB per capita ......................................................................................................... 99 
Petróleo e derivados............................................................................................... 99 
Economia regional e local....................................................................................... 101 
 
V - Indicadores Financeiros ................................................................................ 106 
 
VI - Royalties do Petróleo e as Perspectivas de Sustentabilidade Local e 
Regional ................................................................................................................. 121 
A história da legislação do petróleo no Brasil ......................................................... 121 
A evolução das participações governamentais entre os municípios fluminenses... 125 
Sustentabilidade local e regional ............................................................................ 131 
 
VII - Conclusão...................................................................................................... 140 
 
Posfácio ................................................................................................................ 142 
 
Referências Bibliográficas................................................................................... 144 
 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
 7 
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
I - HISTÓRICO 1 
 
O início do desbravamento do atual território dos municípios de Itaguaí, Seropédica 
e Paracambi data de meados do século XVII. Os jesuítas lançaram as bases da futura 
povoação em terras compreendidas entre os rios Tinguaçu e Itaguaí, para catequizar os 
índios da região. Posteriormente, os missionários verificaram que as terras da Fazenda de 
Santa Cruz, mais próximas do mar, melhor se prestavam para aldeamento, para lá se 
transferindo com os indígenas, onde erigiram um templo dedicado a São Francisco 
Xavier, inaugurado em 1729. 
Em 1818, a aldeia de Itaguaí foi elevada à categoria de vila, com a denominação 
de Vila de São Francisco Xavier de Itaguaí, cujo município foi desmembrado de territórios 
do Rio de Janeiro e de Angra dos Reis. 
O nome da região é originário da fazenda Seropédica do Bananal de Itaguaí, de 
propriedade de Luiz de Resende que, por volta do ano de 1875, chegou a produzir cerca 
de 50 mil casulos de bichos da seda por dia. 
Dotado de terras férteis, a região desfrutou, no século XIX, até 1880, de fortes 
atividades rurais e comerciais, exportando em grande escala cereais, café, farinha, açúcar 
e aguardente. Com a abolição da escravatura, houve considerável êxodo dos antigos 
escravos, ocasionando terrível crise econômica. Esse fato, aliado à falta de transporte e à 
insalubridade da região, fez com que desaparecessem as grandes plantações, periódicas 
ou permanentes. O abandono das terras provocou a obstrução dos rios que cortam quase 
toda a baixada do território municipal, alagando-a. Daí se originou o grassamento da 
malária, que reduziu a população local e paralisou por várias décadas o desenvolvimento 
econômico da região. 
A passagem da antiga rodovia Rio-São Paulo pelo território do antigo distrito de 
Seropédica, a instalação da indústria têxtil no antigo distrito de Paracambi, aliadas às 
obras de saneamento da Baixada Fluminense, empreendida por Nilo Peçanha, que 
permitiram o aproveitamento de grandes áreas, possibilitaram ao município readquirir sua 
antiga posição de prestígio. 
Em 1938, foram iniciadas, em Seropédica, as obras do Centro Nacional de Estudos 
e Pesquisas Agronômicas, onde hoje funciona a Universidade Federal Rural do Rio de 
Janeiro - UFRRJ. Em 1945, moravam muitas pessoas no Horto Florestalde Seropédica, 
todos funcionários do local, com suas famílias. Não existiam casas nem escolas nos 
quilômetros próximos. Em 1948, entretanto, a UFRRJ transferiu seu campus para as 
margens da antiga rodovia Rio - São Paulo, hoje BR-465, iniciando-se o desenvolvimento 
urbano de Seropédica. 
A universidade mantém, atualmente, vinte cursos de graduação, em Administração, 
Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas, Ciências Econômicas, 
Economia Doméstica, Engenharia Agrícola, Engenharia de Agrimensura, Engenharia de 
Alimentos, Engenharia Florestal, Engenharia Química, Geologia, Licenciatura em Ciências 
Agrícolas, Licenciatura em Educação Física, Licenciatura em Física, Licenciatura em 
História, Matemática, Medicina Veterinária, Química e Zootecnia. 
 
1 - Fontes: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – Volume XXII – IBGE, 1959; Abreu, A. “Municípios e Topônimos Fluminenses – Histórico e Memória”. 
Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 1994; e sítios www.turisrio.rj.gov.br/minisite/destino.asp, www.ivt-rj.net e www.ufrrj.br. 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
 8 
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
Promove, também, cursos de pós-graduação stricto sensu em Biologia Animal, 
Agronomia, Ciência do Solo, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Ciências Ambientais e 
Florestais, Desenvolvimento Agrícola, Fitotecnia, Microbiologia Veterinária, Medicina 
Veterinária, Parasitologia Veterinária, Patologia Animal, Patologia Clínica, Patologia 
Veterinária, Química Orgânica, Sanidade Animal e Zootecnia, além de outros dez cursos 
de pós-graduação lato sensu. 
A região permaneceu sem expressão até três décadas atrás, tendo em vista as 
dificuldades de acesso, pois só era servido por uma linha férrea, com pouca 
movimentação de trens, sendo ligado ao município do Rio de Janeiro por uma estrada 
não pavimentada. A abertura da rodovia Rio - Santos mudou o cenário, facilitando o 
deslocamento entre diversos municípios próximos. 
Em 1995, face a edição da Lei n.º 2.446 de 12 de outubro, Seropédica tornou-se 
município independente de Itaguaí, e foi instalado em 01 de janeiro de 1997. Seu nome 
advém de um neologismo formado por duas palavras: uma, de origem latina, sericeo ou 
serico, que significa seda, e outra, grega, pais ou paidós, que significa tratar ou consertar. 
Um local, portanto, onde se trata ou se fabrica seda. 
O perfil atual, devido a grandes extensões de terras municipais pertencerem à 
União, é o de uma extensão da cidade universitária. 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
 9 
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
II - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 
 
Seropédica pertence à Região Metropolitana, que também abrange os municípios 
de Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri, Magé, 
Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São João 
de Meriti e Tanguá. 
 
 
 
O município tem um único distrito-sede, ocupando uma área total 2 de 268,2 
quilômetros quadrados, correspondentes a 5,7% da área da Região Metropolitana. 
A rodovia Presidente Dutra atravessa o município de leste a oeste, alcançando, 
respectivamente, Queimados e Paracambi. O município também é atendido pela BR-465, 
antigo traçado da Rio-São Paulo, alcançando a BR-116, Rodovia Presidente Dutra, ao 
norte, e Nova Iguaçu, a leste, chegando à Avenida Brasil na altura do bairro carioca de 
Campo Grande. A RJ-109 o liga a Itaguaí, ao sul, e a RJ-125 acessa Japeri, ao norte. O 
município é, ainda, atravessado de norte a sul pelo ramal ferroviário Japeri-Mangaratiba. 
Um Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio (BR-493 / RJ-109 e RJ-099) 
fará a ligação do Porto de Sepetiba, em Itaguaí, à BR-101, em Itaboraí. Passa por 
Seropédica e precisa ter construído trecho entre Queimados, Nova Iguaçu e Duque de 
Caxias. Lá ele cruza com a BR-040, juntando-se à BR-116 em Magé, e segue para 
Guapimirim, chegando a Itaboraí no trevo de Manilha. 
As imagens a seguir apresentam o mapa do município e uma perspectiva de 
satélite capturada no programa Google Earth em janeiro de 2007. 
 
2 - IBGE/CIDE - 2002. 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
 10 
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
 
 
 
Perspectiva de Seropédica, com imagem parcialmente prejudicada, tendo o 
campus da Universidade Federal Rural em primeiro plano. 
De acordo com o censo de 2000, Seropédica tinha uma população de 65.260 
habitantes, correspondentes a 0,6% do contingente da Região Metropolitana, com uma 
proporção de 97,7 homens para cada 100 mulheres. A densidade demográfica era de 255 
habitantes por km2, contra 2.380 habitantes por km2 de sua região. Sua população 
estimada em 2006 3 é de 76.788 pessoas. 
O município apresentou 4 uma taxa média geométrica de crescimento, no período 
de 1991 a 2000, de 2,48% ao ano, contra 1,17% na região e 1,30% no Estado. Sua taxa 
 
3 - IBGE. 
4 - Fundação CIDE. 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
 11 
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
de urbanização corresponde a 79,5% da população, enquanto que, na Região 
Metropolitana, tal taxa corresponde a 99,5%. 
Seropédica tem um contingente de 43.829 eleitores 5, correspondentes a 57% do 
total da população. O município tem um número total de 22.878 domicílios 6, com uma 
taxa de ocupação de 79%. Dos 4.701 domicílios não ocupados, 38% têm uso ocasional. 
A distribuição da população na região do município e no Estado, de acordo com o 
Censo 2000, dava-se conforme gráficos a seguir: 
 
Distribuição da população
RM sem a capital
34%
Capital
41%
Região Noroeste 
Fluminense
2%
Região Norte Fluminense 
5%
Região Serrana 
5%
Região das Baixadas 
Litorâneas 
4%
Região do Médio Paraíba 
5%
Região Centro-Sul 
Fluminense 
2%
Região da Costa Verde 
2%
 
Distribuição da população na Região Metropolitana (sem a capital)
Duque de Caxias
16%
Guapimirim
1%
Itaboraí
4%
Japeri
2%
Magé
4%
Nilópolis
3%
Niterói
9%
Nova Iguaçu
19%
Paracambi
1%
Queimados
3%
São Gonçalo
18%
São João de Meriti
9%
Belford Roxo
9%
Seropédica
1%
Tanguá
1%
 
 
5 - TSE - Dados de junho 2006 
6 - IBGE - Censo 2000 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
 12 
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
A população residente, por grupos de idade, apresenta o quadro abaixo, em 
comparação com a região do município e o Estado: 
 
Distribuição da População
0% 5% 10% 15% 20% 25%
0 a 4 anos 
5 a 9 anos 
10 a 19 anos 
20 a 29 anos 
30 a 39 anos 
40 a 49 anos 
50 a 59 anos 
60 anos ou mais 
Seropédica Região Metropolitana Estado
 
 
Ao examinarmos o gráfico, percebemos que a faixa etária predominante encontra-
se entre os 10 e 39 anos, e que idosos representam 8% da população do município, 
contra 20% de crianças entre 0 e 9 anos. 
Apresentamos, a seguir, as distribuições de cor ou raça da população do município, 
assim como por religião: 
 
Seropédica
Parda 
39,1%
Amarela 
0,1%
Preta 
10,6%
Branca 
49,6%
Sem declaração 
0,4%
Indígena 
0,3%
Seropédica
Católica
Apostólica
Romana 
39%
Evangélicas 
36%
Sem 
religião 
20%
Outras
5%
 
Percebe-se que há uma equivalência entre pessoas que se declaram 
afrodescendentes, representando 49,7% da população, contra 49,6% de brancos e que o 
número de praticantes de outras religiões, 41%, é superior a soma dos católicos. 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
 13 
 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
Seropédica possui 2 agências de correios 7, 2 agências bancárias 8 e 2 
estabelecimentos hoteleiros9. Quanto aos equipamentos culturais 10, o município não tem 
cinema, teatro e museu, mas dispõe de 1 biblioteca pública. As principais atividades 
artesanais 10 desenvolvidas no município, levando em consideração as de maior 
quantidade produzida, são: trabalhos com fios e fibras, fibras vegetais e com frutas e 
sementes. 
 
Aspectos Turísticos 11 
O turismo proporciona diversos benefícios para a comunidade, tais como geração 
de empregos, produção de bens e serviços e melhoria da qualidade de vida da 
população. Incentiva, também, a compreensão dos impactos sobre o meio ambiente. 
Assegura uma distribuição equilibrada de custos e benefícios, estimulando a 
diversificação da economia local. Traz melhoria nos sistemas de transporte, nas 
comunicações e em outros aspectos infra-estruturais. Ajuda, ainda, a custear a 
preservação dos sítios arqueológicos, dos bairros e edifícios históricos, melhorando a 
auto-estima da comunidade local e trazendo uma maior compreensão das pessoas de 
diversas origens. 
A Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, a Turisrio, apresenta os 
potenciais turísticos do Estado divididos em treze regiões distintas, conforme suas 
características individuais. 
 
Regiões turísticas: 
Costa Verde 
Agulhas Negras 
Vale do Paraíba 
Vale do Ciclo do Café 
Metropolitana 
Baixada Fluminense 
Serra Tropical 
Serra Verde Imperial 
Baixada Litorânea 
Costa do Sol 
Serra Norte 
Noroeste das Águas 
Costa Doce 
 
Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, 
Queimados, São João de Meriti e Seropédica pertencem à região turística Baixada 
Fluminense. 
 
7 - ECT - 2005. 
8 - BACEN - 2005. 
9 - MTE-RAIS - 2004. 
10 - IBGE - Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2005. 
11 - Para maiores informações, consulte www.ivt-rj.net, www.turisrio.rj.gov.br e www.portalseropedica.com.br 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
 14 
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
 
Atrações 
• Parque de Pesquisa da EMBRAPA 
• Área de Conservação Ambiental - FLONA 
• Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 
 
Artesanato 
As principais atividades artesanais12 desenvolvidas no município, levando em 
consideração as de maior quantidade produzida, são: 
• fibras vegetais 
• fios e fibras 
• frutas e sementes 
 
Principais festas populares 
• Outubro - Festa da padroeira Santa Teresinha e Aniversário do Município 
• Novembro - Comemoração da Igualdade Racial 
 
Para concluir o presente tópico sobre turismo, foram pesquisados atrativos 
turísticos adicionais que os próprios municípios divulgam pela internet. 
A página de informações turísticas do sítio oficial do município 
(www.seropedica.rj.gov.br) encontrava-se em construção quando consultada em 12/09/07. 
 
Uso do Solo 
Em maio de 2003, a Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro – 
CIDE publicou o IQM – Verde II, seqüência do primeiro estudo, lançado em julho de 2001. 
Ambos comparam as áreas cobertas pelos remanescentes da cobertura vegetal com as 
 
12 - IBGE - Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2005. 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
ocupadas pelos diversos tipos de uso do solo, criando, desta forma, o Índice de Qualidade 
de Uso do Solo e da Cobertura Vegetal (IQUS). O monitoramento dos diferentes 
ambientes fitoecológicos pode servir de guia para o estabelecimento de políticas públicas 
confiáveis. As informações do mapeamento digital têm base em dados coletados em 1994 
(primeiro IQM) e em 2001 (segundo estudo). 
No Estado do Rio de Janeiro o mapeamento de uso do solo e cobertura vegetal 
teve a seguinte evolução: 
 
Uso do solo Área em km
2 
(1994) % 
Área em km2 
(2001) % 
Pastagens 19.556 44,5 21.669 49,4 
Florestas ombrófilas densas 
(formações florestais) 7.291 16,6 4.211 9,6 
Capoeiras 
( vegetação secundária 13 ) 6.814 15,5 8.071 18,5 
Área agrícola 4.135 15,5 4.167 9,5 
Restingas, manguezais, praias e 
várzeas (formações pioneiras) 1.900 4,3 1.579 3,6 
Área urbana 1.846 4,2 2.763 6,3 
Corpos d’água 995 2,3 921 2,1 
Não sensoriado 586 1,3 0 0,0 
Área degradada 506 1,2 132 0,3 
Afloramento rochoso e campos de 
altitude 241 0,5 175 0,4 
Outros 39 0,1 132 0,3 
Total 43.910 100,0 43.864 100,0 
 
São relevantes as mudanças ocorridas em um período de apenas sete anos, 
durante os quais, campos e pastagens cresceram 11%, sem que isso signifique aumento 
da produção pecuária. As formações florestais foram reduzidas em 42% de sua área 
original, enquanto a vegetação secundária crescia 19%. Não houve expressividade no 
aumento de um ponto percentual em área agrícola. As formações pioneiras foram 
reduzidas em 16% e áreas urbanas aumentaram seu tamanho em 50%. 
Os municípios do Estado do Rio de Janeiro foram classificados segundo os Índices 
de Qualidade de Uso do Solo e da Cobertura Vegetal – IQUS abaixo: 
 
IQUS Características 
Rodeio Maior percentual de pastagens; presença de pequenas manchas urbanas; pequena influência de formações originais e de áreas agrícolas 
Rural 
Maior percentual de formações originais e de áreas agrícolas; presença de áreas 
urbanas, degradadas e de vegetação secundária; quase nenhuma influência de 
pastagens 
Nativo Maiores áreas de formações originais e de pastagens; presença de vegetação secundária e áreas agrícolas; pouca influência das áreas urbanas e degradadas 
Verde Grandes áreas de formações originais e/ou de vegetação secundária; menores valores percentuais de áreas urbanas, agrícolas, de pastagem ou degradadas 
Metrópole Maior percentual de áreas urbanas 
 
13 - De acordo com a Resolução CONAMA nº 010, de 01/10/93, a vegetação secundária é resultante de processos naturais de sucessão, após supressão 
total ou parcial da vegetação natural por ações antrópicas ou causas naturais, podendo ocorrer árvores remanescentes da vegetação primária. 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
Seropédica, com base no levantamento de 1994, tinha sua área distribuída da 
seguinte maneira: 13% de vegetação secundária, 10% de área urbana e 69% de 
pastagens. O município se encaixava no cluster A1 - RODEIO, agrupamento com 
predomínio de pastagens, com presença de vegetação secundária. 
Já em 2001, ocorreu redução de vegetação secundária e de campo/pastagem 
para 7% e 61% do território municipal, contra expressivo crescimento de área urbana 
para 15%. A área agrícola cresceu de 2,8 para 8,0%. Observe-se a existência de 
apenas 5% de formações pioneiras. O segundo estudo classificou-o como pertencente 
ao cluster C2 - RODEIO/VERDE II, caracterizado por altos percentuais de 
campo/pastagem, média de 54% do território; percentuais moderados de vegetação 
secundária, ocupando área média de 17%; média de 13% de áreas urbanas; e 
existência de formações originais, na faixa de 9%. Dentre as localidades deste 
agrupamento, constam Seropédica, único município da Região Metropolitana; um da 
Região da Costa Verde, outro da Centro-Sul Fluminense, seis das Baixadas Litorâneas 
e dois do Médio Paraíba. 
O IQM Verde identifica, ainda, os Corredores Prioritários para a Interligação de 
Fragmentos Florestais (CPIF), ou Corredores Ecológicos, como foram denominados 
mais recentemente, para escolha de áreas de reflorestamento. Devido às atividades do 
homem, a tendência dos ecossistemas florestais contínuos, como as florestas da costa 
atlântica brasileira, é de fragmentação. O processo de fragmentação florestal rompe 
com os mecanismos naturais de auto-regulação de abundância e raridade de espécies e 
leva à insularização de populações de plantas e animais. Num ambiente ilhado, ocorre 
maior pressão sobre os recursos existentes, afetando a capacidade de suporte dos 
ambientes impactados, aumentando-se o risco de extinção de espécimes da flora e da 
fauna. 
A reversão da fragmentaçãoapóia-se, fundamentalmente, no reflorestamento dos 
segmentos que unam as bordas dos fragmentos de floresta, vegetação secundária e 
savana estépica. Esses eixos conectores são denominados corredores. Além de viabilizar 
a troca genética entre populações, eles possibilitam a integração dos fragmentos numa 
mancha contínua, alavancando a capacidade de suporte da biodiversidade regional. 
Seropédica necessitaria implantar 170 hectares 14 de corredores ecológicos, o que 
representa 0,6% da área total do município. 
A figura a seguir, gerada a partir do programa do CD-ROM do IQM-Verde II, 
apresenta os tipos de uso do solo no território municipal, estando marcados em vermelho 
os corredores sugeridos. 
 
14 - Cada hectare corresponde a 10.000 metros quadrados, ou 0,01 quilômetro quadrado. 
 
 
 
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O IQM Verde II prossegue com a análise de custo de implantação desses 
corredores; com a comparação do tipo de uso e cobertura do solo de fotos realizadas 
entre 1956 e 1975 e a última coletânea de 2001; com uma outra análise por bacia 
hidrográfica e complexo lagunar; com estudos sobre as variações climáticas nas últimas 
três décadas, manejo de florestas, avaliação de estoque de carbono e outros, 
configurando-se instrumento essencial para melhor conhecimento do elemento terra e sua 
utilização em nosso Estado, e das ações possíveis para sua recuperação e preservação a 
curto, médio e longo prazos. 
 
Outros Aspectos Ambientais 
A água se presta a múltiplas utilizações de suma importância econômica e social: 
abastecimento das populações e das indústrias; irrigação das culturas e meio de 
transporte; produção de energia; fator de alimentação com o desenvolvimento da pesca; 
ambiente para o esporte, o turismo e o lazer; vida, enfim. Porém, por ser um recurso finito 
em qualidade e disponibilidade, para que o mundo continue tendo água potável é 
necessário que os mananciais sejam preservados. Isso depende tanto de ações 
individuais e coletivas quanto da iniciativa dos governos federal, estaduais e municipais. 
O Brasil tem 12 regiões hidrográficas, espaços territoriais compreendidos por uma 
bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas com características 
naturais, sociais e econômicas homogêneas ou similares, criadas para orientar o 
planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos, de acordo com a figura a seguir: 
 
 
 
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
 
 
O Estado do Rio de Janeiro pertence à Região Hidrográfica Atlântico Sudeste, 
formada pelas bacias hidrográficas dos rios que deságuam no litoral sudeste brasileiro, do 
norte do Espírito Santo ao norte do Paraná. Drena uma das mais expressivas regiões 
brasileiras, marcada pelo elevado contingente populacional, pela diversidade econômica e 
pelo significativo parque industrial. 
De acordo com a Agência Nacional de Águas - ANA, em 2005, a agricultura foi 
responsável por 56% do consumo de água no Brasil; a indústria, por 18%; enquanto que o 
abastecimento urbano respondeu por 26%. Diferentemente do apontado pela ANA para o 
resto do país, a demanda rural respondeu por apenas 28% do consumo de água na 
Região Atlântico Sudeste em 2005, onde o consumo industrial somou 26% e a utilização 
urbana alcançou 46%. 
O grande desenvolvimento dessa Região, entretanto, é motivo de problemas em 
relação à disponibilidade de água. Isso ocorre porque, ao mesmo tempo em que 
apresenta uma das maiores demandas hídricas do país, possui uma das menores 
disponibilidades relativas (1,8% da vazão média brasileira de recursos hídricos 
superficiais). Nesse contexto, promover seu uso sustentado, garantindo seu uso múltiplo, 
representa um grande desafio. Este trabalho implica colocar em prática, formas de gestão 
que conciliem o crescimento econômico e populacional com a preservação ambiental. 
 
 
 
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A Região tem cerca de 230 mil km² de área. Os seus principais rios são o Paraíba 
do Sul e o Doce, com respectivamente 1.137 e 853 quilômetros de extensão. Além 
desses, a Região Hidrográfica também é formada por rios menos extensos que formam 
as seguintes bacias: São Mateus, Santa Maria, Reis Magos, Benevente, Itabapoana, 
Itapemirim, Jacu, Ribeira e os litorais do Rio de Janeiro e São Paulo. Sua abrangência 
geográfica está definida no mapa a seguir: 
 
 
 
 
 
Cerca de 26 milhões de pessoas habitam a Região, sendo que 90% da população 
vivem em áreas urbanas. Outra característica demográfica marcante são os significativos 
adensamentos populacionais, dos quais se destacam a Região Metropolitana do Rio de 
Janeiro e as regiões metropolitanas de Vitória e da Baixada Santista. 
No mapa a seguir estão explicitadas as bacias hidrográficas do Estado do Rio de 
Janeiro, conforme definido pela Fundação CIDE. A bacia do Paraíba do Sul apresenta-se 
subdividida em quatro partes: Curso Médio Superior, Curso Médio Inferior, Pequenas 
Bacias do Curso Inferior e Complexo Deltáico. 
 
 
 
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
 
 
O processo de ocupação do território avançou inconseqüentemente sobre a 
floresta, invadiu áreas de proteção de mananciais e gerou várias situações de conflito 
pelo uso da água: de um lado, água destinada ao abastecimento público e geração de 
energia elétrica; do outro, destino final de esgotos, efluentes industriais e agrícolas, 
erosão, assoreamento, desmatamento das margens, entre outros. Um dos principais 
problemas detectados é a ocupação irregular de encostas e áreas ribeirinhas, 
estimulada em grande parte pelo intenso e desordenado processo de uso e ocupação, 
podendo ser encontrados ao longo dos rios apenas pequenos trechos com vegetação 
ciliar, geralmente em mau estado de conservação. A questão do saneamento básico 
agrava-se a cada dia e várias formas de poluição se multiplicaram e ampliaram seus 
efeitos. 
Na bacia do rio Paraíba do Sul, a partir do início do século XX, foram realizadas 
obras hidrelétricas que possibilitaram o desenvolvimento econômico da região e a 
regularização das vazões do rio. São cinco reservatórios: Paraibuna, Jaguari e Santa 
Branca em São Paulo; Funil em Resende/Itatiaia, cuja usina tem capacidade instalada de 
216MW, e Santa Cecília em Barra do Piraí. Este último introduziu o conceito de 
transposição de bacias por elevações em série e a operação de uma usina subterrânea, 
 
 
 
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formando o subsistema Paraíba-Piraí do complexo hidrelétrico de Lajes. A estação 
elevatória de Santa Cecília capta cerca de 2/3 da vazão do rio Paraíba levando-os para o 
reservatório de Santana em Piraí, onde são novamente bombeadas pela elevatória de 
Vigário, formando um reservatório de mesmo nome que alimenta as turbinas da usina Nilo 
Peçanha, com capacidade instalada de 380MW 15. 
Os problemas causados pela poluição de origem industrial são relevantes na 
bacia do Paraíba do Sul. No trecho paulista do rio, a montante, são observados metais 
pesados (cádmio, cromo total, níquel e mercúrio), fenóis e oxigênio dissolvido em 
desacordo com os padrões de qualidade em algumas amostras. As elevadas 
densidades populacionais e a ausência de tratamento em níveis adequados nos 
municípios paulistas de Jacareí, São José dos Campos e Taubaté fazem com que seus 
esgotos domésticos constituam a principal pressão para a má qualidade de seus 
recursos hídricos. 
O tipo de ocupação e o uso do solo no trecho paulista desta bacia exercem 
extrema influência sobre a qualidade da água do reservatório de Funil, que está em rápido 
processo de eutrofização, apresentando floração de algas com freqüência crescentee 
redução de sua capacidade devido à sedimentação acelerada. Decantador natural de 
material em suspensão e de outras substâncias potencialmente tóxicas, o Funil beneficia 
expressivamente a qualidade das águas do Paraíba do Sul no trecho fluminense. 
Periodicamente, contudo, são realizadas descargas de fundo com o objetivo de reduzir o 
acúmulo de sólidos junto à barragem, lançando o material de fundo para o trecho a 
jusante. 
Apesar de sua vital importância para o Rio de Janeiro, o Paraíba do Sul é rio de 
jurisdição federal, pois se estende por três estados da Federação. Nessa condição, desde 
a década de 80, a gestão ambiental do rio Paraíba do Sul é feita pelo Comitê Executivo 
de Estudos Integrados da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul - CEIVAP (Decreto nº 
87.561/82), tendo sido revitalizada, posteriormente, com a aprovação da Lei nº 9433/97, 
da Política Nacional de Recursos Hídricos. 
Considerando toda a bacia, as áreas mais críticas em relação a despejos 
industriais brutos e líquidos estão no Rio de Janeiro, localizadas em Resende, Barra 
Mansa e Volta Redonda, causadas por indústrias de grande porte e poluentes importantes 
como fenóis, cianetos, sulfetos, metais pesados (cromo, zinco, cobre, chumbo, cádmio, 
mercúrio) e solventes orgânicos. Os resultados das análises de metais mostram que, na 
região mais industrializada de Barra Mansa e Volta Redonda, ocorrem as concentrações 
máximas de todos os metais, exceto o cobre, que apresentou maior índice na cidade de 
Resende. As maiores concentrações de hidrocarbonetos aromáticos polinucleares 
também ocorrem nessa região. 
A qualidade da água vai decrescendo no sentido do fluxo do rio também na medida 
em que a poluição orgânica, a poluição fecal e o nível de nutrientes são crescentes em 
decorrência dos despejos domésticos de cidades como Barra do Piraí, Vassouras, 
Andrade Pinto, Valença e Paraíba do Sul. Nos períodos de estiagem, a retirada de água 
 
15 - Do mesmo complexo hidrelétrico também fazem parte os subsistemas Lajes e Pereira Passos. O primeiro é formado pela grande represa de Ribeirão 
das Lajes, que também capta parte da vazão do rio Piraí na barragem de Tócos, também localizada em Rio Claro, e a hidrelétrica de Fontes Nova com 
capacidade instalada de 132MW. A jusante das geradoras Nilo Peçanha e Lajes há um novo reservatório com barragem que forma o subsistema Pereira 
Passos, cuja usina localizada no sopé da Serra das Araras tem capacidade instalada de 100MW. As águas, por fim, contribuem para o rio Guandu. 
 
 
 
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em Santa Cecília tem contribuído para piorar a qualidade da água do rio nos trechos a 
jusante devido à diminuição da capacidade de diluição de efluentes. 
Mais adiante, em Três Rios, na margem esquerda do Paraíba desemboca o rio 
Paraibuna. Esse rio pode ser considerado comprometido quanto aos níveis de 
poluentes industriais a jusante de Juiz de Fora (MG). Essa região sofre influência dos 
despejos de várias indústrias, predominantemente as de papéis, têxteis e alimentícias, 
além de graves acidentes por despejos irregulares de resíduos industriais. Próximo à 
sua foz no rio Paraíba do Sul, entretanto, o Paraibuna não apresenta fontes potenciais 
de poluição industrial, o que, associado a sua significativa vazão média, favorece a 
manutenção de níveis aceitáveis de metais pesados e de outros resíduos de origem 
industrial. 
No mesmo município, pela margem direita chega o rio Piabanha. O próprio e seu 
afluente Preto, que recebe as águas do Paquequer, são os principais corpos receptores 
de despejos domésticos e industriais dos municípios de Petrópolis, Teresópolis e São 
José do Vale do Rio Preto. A jusante de Três Rios, o Paraíba do Sul apresenta aumento 
acentuado de vazão, propiciando novo aproveitamento hidrelétrico em Carmo: a usina Ilha 
dos Pombos tem capacidade instalada de 183MW. Do ponto de união dos rios até a 
cidade de Itaocara não se encontram fontes importantes de poluição industrial, podendo-
se citar apenas a presença de indústrias de papéis. 
Para aproveitar a vazão propiciada pelos três rios, já se encontra em construção 
o Complexo Hidrelétrico de Simplício. Um primeiro reservatório surgirá em função da 
barragem e usina hidrelétrica de pequeno porte no distrito sapucaiense de Anta. Neste 
ponto, a vazão do rio será mais uma vez desviada por meio de túneis e canais para 
cinco reservatórios intermediários no território mineiro. Cerca de 25km adiante, em 
Além Paraíba/Carmo, a água retornará ao leito original do rio Paraíba a jusante da 
segunda hidrelétrica: Simplício. O complexo, previsto para entrar em operação em 
2011, irá gerar 333,7MW e mudará o perfil do rio, formando um trecho represado e 
alagado entre Três Rios e Anta e um rio com mínima vazão a jusante desta primeira 
barragem. 
Os tributários importantes do trecho seguinte do Paraíba são os rios Pomba e 
Muriaé na margem esquerda, que fazem parte de sub-bacias mineiras, e o rio Dois Rios 
na margem direita. 
Quando o rio Pomba alcança o Estado do Rio de Janeiro, já sofreu influência dos 
esgotos lançados pela malha urbana das cidades mineiras de Laranjal e Recreio. Em 
Santo Antônio de Pádua e Miracema, suas águas recebem uma nova carga de esgotos 
domésticos sem tratamento, elevando ainda mais os níveis de coliformes fecais. A jusante 
de Itaocara, o rio Pomba desemboca no Paraíba do Sul, com alguns focos de poluição 
industrial ocasionados pelos despejos das indústrias de papéis. 
Dois Rios tem sua foz em São Fidélis e, com seu afluente Grande, traz toda a 
carga poluidora de efluentes industriais e domésticos de Nova Friburgo, por meio do seu 
contribuinte rio Bengala. 
O rio Muriaé, último dos grandes afluentes do rio Paraíba do Sul, a jusante das 
cidades de Muriaé, Patrocínio do Muriaé (ambas em MG) e Itaperuna, apresenta-se 
bastante comprometido devido aos despejos orgânicos recebidos, com taxas elevadas de 
 
 
 
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material fecal, também decorrentes da contribuição de seu afluente Carangola, que passa 
por Porciúncula e Natividade. 
A concentração da carga poluidora por esgotos domésticos nos grandes centros 
urbanos, como na cidade do Rio de Janeiro, também é evidente. No litoral fluminense, 
este problema tem caráter agudo nas bacias da Baía de Guanabara e recorrência sazonal 
nas cidades-balneário. 
Em relação aos rios da bacia da Baía de Guanabara, pode-se dizer que aqueles 
que atravessam as áreas mais densamente povoadas são verdadeiras canalizações de 
esgoto a céu aberto, recebendo ainda grandes contribuições de despejos industriais e 
lixo. Nesta situação estão incluídos os afluentes da costa oeste da Baía, que vão do 
Canal do Mangue ao Canal de Sarapuí, além dos rios Alcântara, Mutondo, Bomba e 
Canal do Canto do Rio da costa leste. 
As concentrações de metais pesados nos sedimentos são maiores na parte interna 
oeste da baía, próximas às desembocaduras dos rios São João de Meriti, Sarapuí e 
Iguaçu, decrescendo em direção ao canal central e à entrada da baía. Os picos de 
concentração de mercúrio, cromo, cobre e níquel são observados nos rios da costa oeste. 
Outros metais, como ferro, manganês, cádmio e zinco, encontram-se distribuídos ao 
longo da bacia, com maiores concentrações também no lado oeste. As concentrações de 
mercúrio são maiores nos rios Acari e São João de Meriti. 
A falta de infra-estrutura de saneamento básico é a responsável pela situação 
crítica de degradação dos corpos d’água da região da bacia da Baía de Sepetiba. A 
principal forma de poluição industrial nessa bacia é relacionada à contaminação por 
metais pesados em vários pontos do sistema hídrico da bacia, tendo como maior 
contribuinte os sedimentos carreados pelo rio Guandu que assoream o fundo da Baía, em 
especial na sua porção leste. O passivo ambientalda Ingá Mercantil é outro risco iminente 
de contaminação, já tendo ocorrido vazamentos graves no passado recente. 
Na bacia do Guandu, o crescimento populacional da região sem uma adequada 
infra-estrutura de saneamento básico tem causado problemas de qualidade da água, 
principalmente dos rios Poços, seu contribuinte Queimados e o Ipiranga, que contribuem 
para o Guandu imediatamente antes da tomada de água da maior estação de 
tratamento de água do mundo. O abastecimento de grande parte da Região 
Metropolitana do Rio de Janeiro depende das águas deste manancial. A acentuada 
poluição do rio Guandu tem ocasionado à Cedae crescentes custos operacionais devido 
aos despejos industriais e esgotos. São toneladas diárias de cloro, cloreto férrico, 
sulfato de alumínio, polímero, cal e flúor, empregados pela empresa a fim de tornar a 
água própria ao consumo humano. 
Em outubro de 2007, a Cedae anunciou a transposição dos rios contaminados para 
além do ponto de captação de água que alimenta a ETA Guandu, por meio da construção 
de barragem e tubulações de desvio, como ilustrado em laranja na foto do Google Earth a 
seguir. A obra deverá estar concluída em 2009 e serve tão somente como uma solução 
de curto prazo para o abastecimento, prosseguindo o grave problema de poluição desta 
bacia por falta de tratamento adequado de esgoto. 
 
 
 
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
 
 
A ação antrópica também prejudica a qualidade das águas em decorrência da 
extração indiscriminada de areia do leito e das planícies de inundação dos rios Paraíba do 
Sul, Muriaé e, até recentemente, o Guandu. A mineração de areia na bacia desse rio era 
largamente efetuada por meio dos processos de extração direta em leito e em cavas 
submersas. Em muitos casos, observava-se a conjugação dos dois processos com o 
avanço de frentes distintas, verificando-se o rompimento das margens e a incorporação 
das lagoas formadas ao curso d’ água, acarretando grandes modificações na geometria 
do rio, além de lançar sedimentos em suspensão, aprofundar excessivamente a calha e 
desestabilizar as margens. A poluição que atinge as lagoas marginais se dá pelo 
transbordamento do rio durante as cheias, ou através do próprio lençol freático pela 
comunicação com os cursos d’água poluídos da região, dando origem à proliferação de 
algas tóxicas. Essas atividades vinham constantemente revolvendo o fundo do rio e 
desbarrancando suas margens, o que colocava em suspensão material mais fino, como 
silte e argila, que chegava à Baía de Sepetiba. O nível de opacidade da água alcançara o 
limite do tempo de decantação da usina de tratamento do Guandu. Ações enérgicas da 
Cedae fizeram com que fosse proibida a exploração no leito do rio. 
Rio Ipiranga 
Rio Poços após a contribuição 
do Rio Queimados 
Ponto de 
captação de 
água da ETA 
Guandu 
Rio Guandu 
 
 
 
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Na capital Rio de Janeiro, o sistema das Lagoas de Jacarepaguá apresenta-se 
fragilizado pela poluição dos esgotos domésticos, que atinge a orla marítima da região da Barra 
da Tijuca e Jacarepaguá. Desse sistema, a Lagoa de Marapendi, que recebe lixo e esgoto de 
favelas ao longo do canal das Taxas, apresenta-se como a mais frágil e suscetível a 
desaparecimento iminente. A oeste fica a Lagoinha, a última do conjunto, cujo espelho d’água 
sofreu grande redução. A Lagoa de Camorim encontra-se praticamente sem oxigênio e a 
Lagoa da Tijuca, onde se registra os maiores índices de coliformes fecais de todo o conjunto 
lagunar, apresenta-se com 30% de seu espelho d’água assoreado. Na Lagoa de Jacarepaguá 
os índices de oxigênio dissolvido são baixos por falta de circulação das águas, ocorrendo 
também a proliferação de algas que podem ser potencialmente tóxicas. 
As lagoas de Piratininga e Itaipu, em Niterói, vêm sofrendo crescente processo de 
alteração de suas características morfométricas, físico-químicas, biológicas e granulométricas. 
Destaca-se a elevada carga de origem doméstica, evidenciada pelas concentrações de 
nutrientes, principalmente de fósforo total, indicando eutrofização de origem antrópica. Pode-se 
dizer que esse ambiente apresenta o grau mais grave de eutrofização de um corpo d'água, o 
que retrata a alarmante situação de degradação dessas lagoas. O mesmo compasso de 
urbanização acelerada e falta de tratamento adequado de esgotos põe em risco os complexos 
lagunares de Maricá, Saquarema e Araruama. 
A Região Norte Fluminense, há algum tempo, era composta por um complexo natural 
de rios e lagos, configurando-se em uma região alagadiça a Bacia Hidrográfica da Lagoa Feia, 
ou Complexo Deltáico do Paraíba do Sul. Em tempos de cheias desse rio, suas águas vertiam 
pelas margens em direção à Lagoa Feia ou para o mar, fazendo da região uma segunda foz. 
Tal característica sempre foi considerada empecilho ao uso pecuário e agrícola. As primeiras 
obras hidráulicas ocorreram ainda em finais do século XVII, sendo sucedidas por inúmeras 
outras de controle de inundações e drenagem. 
As obras mais expressivas foram realizadas pelo extinto Departamento Nacional de 
Obras e Saneamento – DNOS que, tendo como objetivo a recuperação de áreas vulneráveis a 
inundações para a agricultura, promoveu uma série de obras hidráulicas, mormente na década 
de 1960, alterando significativamente o regime hidrológico local. Com a extinção do DNOS, 
cerca de 1.500 km de canais e valões de drenagem, bem como comportas e dragas foram 
abandonados. Atualmente, grande parte desses canais encontra-se assoreada ou poluída por 
efluentes, inutilizando a água para o uso agrícola. 
A Organização Mundial de Saúde - OMS, define o saneamento como o controle de 
todos os fatores do meio físico do homem que exercem, ou podem exercer, efeitos nocivos 
sobre a saúde, incluídas as medidas que visam a prevenir e controlar doenças, sejam elas 
transmissíveis ou não. A mesma OMS apurou, recentemente, que 65% dos leitos dos hospitais 
do país são ocupados por pacientes com problemas de saúde relacionados à falta de 
saneamento. Sistemas de abastecimento de água, de esgotos sanitários, de coleta e 
destinação adequada de resíduos sólidos urbanos, especiais e das áreas rurais estão, por 
conseguinte, diretamente ligados à qualidade de vida da população. 
A estreita relação da saúde com a provisão de medidas sanitárias é bastante 
conhecida, principalmente no que se refere à água de abastecimento doméstico e ao 
destino de dejetos. Cerca de 80% das doenças de países em desenvolvimento como o Brasil 
são provenientes da água de qualidade ruim. As enfermidades mais comuns que podem ser 
transmitidas pela água são: febre tifóide, disenteria, cólera, diarréia, hepatite, leptospirose e 
 
 
 
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 26 
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
giardíase. Vale ressaltar que a água de qualidade também é importante fator de inclusão social, 
uma vez que a população de baixa renda dificilmente tem condições de pagar medicamentos 
para tratar as doenças de veiculação hídrica, ou até mesmo ter recursos para acesso à água 
de qualidade para beber. 
O tratamento do esgoto sanitário constitui uma das mais importantes medidas 
preventivas de enfermidades. Apesar das empresas de saneamento básico exercerem 
atividades consideradas nobres, elas são responsáveis por impactos ambientais significativos, 
sentidos não só nas obras de implantação de tais sistemas, mas, principalmente, na operação 
destes. 
Até pouco tempo atrás, programas de saneamento privilegiavam somente ações nos 
campos de abastecimento de água e de coleta de esgotos sanitários. O esgoto era conduzido 
a um corpo d’água e, neste, lançado in natura. É muito comum ver-se a utilização de galerias 
pluviais como pontos de descarga de esgotos. Usual, ainda, é a falta de manutenção de 
elevatórias de esgoto que, quando paralisadas, simplesmente desviam os dejetos para a rede 
pluvial. 
Verifica-se, portanto,problemas graves e generalizados de poluição em rios, lagoas e 
mares, gerados por esgotos domésticos e industriais. De acordo com a Agência Nacional de 
Águas - ANA (2006), o conflito gerado pelo decréscimo da qualidade das águas e o 
abastecimento humano configura-se como de urgente solução nos seguintes locais de nosso 
Estado: 
- Rio Paraíba do Sul, desde o trecho a jusante de Barra do Piraí ao trecho a jusante do 
município de Paraíba do Sul, e os consumos humanos de água captada em sua calha nos 
municípios de Três Rios, Chiador (MG), Sapucaia e Além Paraíba (MG); 
- Rio Guandu, a jusante das cidades de Japeri e Queimados, e o abastecimento 
humano da cidade do Rio de Janeiro; 
- Rio Pomba, a jusante das cidades de Laranjal e Recreio (MG), e os consumos 
humanos de água captada em sua calha nos municípios de Palma (MG) e Santo Antônio de 
Pádua; 
- Rio Muriaé, a jusante da cidade de Muriaé (MG) até jusante da cidade de Itaperuna, e 
os consumos humanos de água captada em sua calha nos municípios de Italva e Cardoso 
Moreira; 
- Rio Grande, a jusante da foz do rio Bengala, que recebe cargas orgânicas de Nova 
Friburgo, e os consumos humanos de água captada em sua calha nos municípios de Trajano 
de Moraes, São Sebastião do Alto e Santa Maria Madalena. 
O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de despoluição das 
águas. Em grande parte das situações, a viabilidade econômica das estações de tratamento de 
esgotos – ETEs, é reconhecidamente reduzida, em razão dos elevados investimentos iniciais 
necessários à sua construção e, em alguns casos, os altos custos operacionais. 
De modo a incentivar a implantação de estações de tratamento de esgotos, com a 
finalidade de reduzir os níveis de poluição dos recursos hídricos no país, e ao mesmo tempo 
induzir à implementação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos 
mediante a organização dos Comitês de Bacia Hidrográfica e a instituição da cobrança pelo 
direito de uso da água, a ANA criou o Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas - 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
 Secretaria-Geral de Planejamento
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
PRODES. Também conhecido como "programa de compra de esgoto tratado", é uma iniciativa 
inovadora: não financia obras ou equipamentos, paga pelos resultados alcançados, pelo 
esgoto efetivamente tratado. 
O PRODES consiste na concessão de estímulo financeiro pela União, na forma de 
pagamento pelo esgoto tratado, a prestadores de serviço que investirem na implantação e 
operação de ETEs. A liberação dos recursos se dá apenas a partir da conclusão da obra e 
início da operação da ETE, em parcelas vinculadas ao cumprimento de metas de abatimento 
de cargas poluidoras e demais compromissos contratuais. O valor do estímulo financeiro a ser 
aportado pela ANA equivale a 50% do custo do investimento da ETE. 
Apesar do Brasil ter historicamente subsidiado a construção de obras de saneamento, 
os resultados decorrentes das ações governamentais nesse campo por vezes não têm 
alcançado os objetivos principais devido a concepções inadequadas, obras mal 
dimensionadas, preços elevados, sistemas mal operados, abandonados ou que nunca 
entraram em operação. Uma das razões do problema está no modelo de subsídio adotado, 
cujo foco é a obra. Quando se transfere este foco para os resultados, como propõe o 
PRODES, os problemas citados tendem a ser minimizados. 
A solução para os esgotos sanitários de comunidades menores, quando não há rede 
coletora de esgotos, é a utilização de fossas sépticas, cuja obrigatoriedade deve ser exigida 
pela Administração local. 
Os resíduos sólidos, por sua vez, também merecem toda atenção da administração 
pública municipal, uma vez que a falta de coleta e a inadequada disposição final do lixo gera 
sérios problemas sanitários, como a proliferação de vetores transmissores de doenças - 
moscas, mosquitos, ratos e baratas, que neste meio encontram alimento e condições para 
reprodução; a contaminação dos mananciais; a poluição do solo e do ar; e o agravamento das 
enchentes em épocas de chuva. 
Os problemas relacionados à disposição final do lixo urbano podem ser reduzidos por 
meio de políticas públicas que incentivem a redução do material a ser gerado como lixo, a 
reutilização de parte do lixo produzido, a reciclagem de muitos materiais inorgânicos que se 
joga fora, a compostagem do lixo orgânico para produção de adubo e o devido tratamento do 
chorume. Este é bem mais agressivo que o esgoto, sendo formado pela solubilização de 
componentes do lixo na água, principalmente da chuva. Essa água fica em contato com o lixo 
durante certo período e, por ação natural da gravidade, percola até encontrar uma camada 
impermeável do solo, lençóis freáticos ou superfícies previamente preparadas para receber o 
lixo, onde acumula e escoa. Nos aterros sanitários, a disposição planejada dos resíduos sólidos 
canaliza o chorume para neutralização de sua carga tóxica. 
Dados apurados no ano 2000 16 apresentam o seguinte panorama do município: 
• No tocante ao abastecimento de água, Seropédica tem 85,7% dos domicílios com 
acesso à rede de distribuição, 12,6% com acesso à água através de poço ou nascente e 1,7% 
têm outra forma de acesso à mesma. O total distribuído alcança 12 960 metros cúbicos por dia, 
dos quais a totalidade passa por tratamento convencional. 
 
16 - Fontes: Sistema Nacional de Indicadores Urbanos – SNIU do Ministério das Cidades – dados coletados nos dias 3 e 4 de junho de 2003 referentes 
ao ano 2000 e IBGE – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000. 
 
 
 
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
• A rede coletora de esgoto sanitário chega a 11,5% dos domicílios do município; 
outros 48,3% têm fossa séptica, 12,8% utilizam fossa rudimentar, 21,8% estão ligados a uma 
vala, e 1,7% são lançados diretamente em um corpo receptor (rio, lagoa ou mar). O esgoto 
coletado não passa por tratamento e é lançado no rio. 
• Seropédica tem 80,2% dos domicílios com coleta regular de lixo, outros 1,6% têm seu 
lixo jogado em terreno baldio ou logradouro, e 17,3% o queimam. 
Dados preliminares de 2005 da Fundação CIDE apontam que o atual quadro de 
resíduos sólidos em Seropédica é o seguinte: são coletadas 47,5 toneladas/dia, cujo destino é 
vazadouro a céu aberto de propriedade da Prefeitura, próximo à RJ-109. 
Faz-se urgente que a gestão dos recursos naturais se efetue de forma mais competente 
e eficaz do que vem sendo feita até hoje. A realização de investimentos e ações de 
desenvolvimento tecnológico resultará na implantação de projetos mais eficientes e menos 
impactantes na qualidade dos corpos hídricos e do solo, e na reutilização dos subprodutos dos 
tratamentos de água, esgoto e resíduos sólidos. 
 
Gestão Municipal 
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou, no final de 2006, a 
quinta edição da Pesquisa de Informações Básicas Municipais - MUNIC 2005. A coleta das 
informações ocorreu entre novembro de 2005 e março de 2006, sendo efetuada 
preferencialmente através de entrevista presencial. Esta edição da pesquisa não contemplou 
informações sobre o cadastro e o número de contribuintes do ISS. Os dados foram obtidos 
através do preenchimento de questionários por diversos setores das prefeituras municipais e 
são os seguintes para o município de Seropédica: 
 
COMPOSIÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA: 
Total de funcionários ativos da administração direta 2603
Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino fundamental(A) 0
Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino médio 0
Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino superior 0
Total de funcionários ativos da administração direta - Pós-graduação 0
Total de funcionários ativos da administração direta - Estatutários 1131
Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino fundamental(A)Ignorado
Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino médio Ignorado
Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino superior Ignorado
Total de funcionários ativos da administração direta - Pós-graduação Ignorado
Total de funcionários ativos da administração direta - CLT 0
Total de funcionários ativos da administração direta - Somente comissionados 1472
Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino fundamental(A) Ignorado
Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino médio Ignorado
Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino superior Ignorado
Total de funcionários ativos da administração direta - Pós-graduação Ignorado
Total de funcionários ativos da administração direta - Sem vínculo permanente 0
(A) A declaração de escolaridade referente ao ensino fundamental refere-se ao primeiro grau completo ou incompleto. 
Quanto às demais escolaridades, considerou-se apenas o curso completo. 
 
 
 
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
COMPOSIÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
Administração indireta - existência Não
 
LEGISLAÇÃO E INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO NO MUNICÍPIO 
Ano da Lei orgânica do município (B) 1997
Lei de parcelamento do solo - existência Não
Lei de zoneamento ou equivalente - existência Não
Código de obras - existência Sim
Lei específica de Solo criado - existência Não
Lei específica de Contribuição de melhoria - existência Não
Lei específica de Operação urbana consorciada - existência Não
Lei específica de Estudo de impacto de vizinhança - existência Não
Está havendo debates, audiências e consultas públicas sobre as propostas do 
plano plurianual - PPA, da lei de diretrizes orçamentárias - LDO e do orçamento 
anual – LOA? Não
O município utiliza os instrumentos de política urbana previstos no Estatuto das 
cidades? Não
Plano Diretor – existência (C) Não
O município está revendo ou elaborando o Plano Diretor? Sim
Instrumentos de participaçao utilizados no processo de revisão ou elaboração 
do Plano Diretor: 
Coordenação compartilhada com efetiva participação do poder público e da 
sociedade Não
Conselho de Política Urbana ou da Cidade Sim
Conferência ou congresso da cidade Sim
Discussão em segmentos sociais específicos Não
Discussão ou debate temático Não
Discussão por bairros, distritos, setores ou outra divisão territorial do município Não
Atividades de capacitação sobre o Estatuto da Cidade e Plano Diretor 
Participativo Sim
Outros Não
Nenhum instrumento de participação Não
O município possui legislação sobre zona e/ou área de interesse especial? Sim
Tipo de área de interesse: 
Interesse social Não
Ambiental Sim
Histórico Não
Cultural Não
Paisagístico Não
Arquitetônico Não
Arqueológico Não
Outra Não
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
CADASTRO DO IPTU: 
Cadastro imobiliário - existência Sim
Cadastro imobiliário informatizado - existência Sim
O município cobra IPTU Sim
Ano da lei (B) 1997
Planta Genérica de Valores - existência Não
Planta Genérica de Valores informatizada - existência Não
 
TAXAS INSTITUÍDAS: 
Taxa de iluminação pública - existência Sim
Taxa de coleta de lixo - existência Não
Taxa de incêndio ou combate a sinistros - existência Não
Taxa de limpeza urbana - existência Não
Taxa de poder de polícia - existência Sim
Outros tipos de taxas - existência Não
(B) Como o período de coleta da pesquisa se estendeu até março de 2006, foram consideradas todas as legislações 
aprovadas até este mês. 
(C) A obrigatoriedade da existência ou revisão do Plano Diretor decenal para municípios com mais de 20.000 
habitantes e outros casos especiais foi estabelecida pelo estatuto da cidade para outubro de 2006. 
 
 
Governo Eletrônico 
O termo governo eletrônico, ou e-government refere-se ao uso da tecnologia da 
informação utilizando as ferramentas da web para facilitar o acesso aos serviços e 
informações para os mais diferentes segmentos da sociedade. É uma importante 
ferramenta que visa a simplificar e otimizar os processos administrativos, ampliar a 
eficiência e eliminar formalidades e exigências burocráticas que oneram o cidadão, as 
empresas e os próprios cofres públicos. Pode ser a chave para a promoção de relações 
mais democráticas e transparentes entre governo e sociedade civil, além de tornar os 
processos relacionados à administração pública mais rápidos, eficazes e baratos, vindo a 
ser um instrumento poderoso de fiscalização das ações públicas que pode estar a apenas 
um clique do mouse para qualquer cidadão. Nesse sentido, cabe aos gestores maior 
interesse em se envolverem neste processo de modernização dessa importante 
tecnologia de informação. 
Este novo modelo de gestão pública parece-nos central para a efetivação de 
reformas que possam garantir o acesso de serviços e informações para o usuário, 
independente do seu papel econômico e conhecimento tecnológico. Os gestores ainda 
têm uma visão muito limitada das possibilidades que essas tecnologias de informação 
podem proporcionar e investem menos do que seria necessário para melhoria desses 
serviços. Com base em levantamentos realizados, existe um “pacote mínimo” de e-
serviços que deveriam ser oferecidos aos cidadãos . sendo um grande desafio para eles 
acompanharem o ritmo das transformações dessas novas soluções tecnológicas. 
 
 
 
 
 
 
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
Com o objetivo de analisar o grau de participação das prefeituras do Estado do Rio 
de Janeiro no processo de desburocratização eletrônica e avaliar o nível de utilização e 
evolução dos sítios municipais, o sistema FIRJAN vem desenvolvendo uma série de 
estudos sobre o tema desde o ano 2000 que resultou em três versões (2002, 2005 e 
2007), permitindo assim uma análise da evolução desses sítios. 
Ciente de que o governo eletrônico é uma ferramenta de capacitação política da 
sociedade e vetor de aumento de eficiência para o governo, o Tribunal de Contas do 
Estado também vem acompanhando, desde 2006, a construção e o desenvolvimento dos 
sítios municipais. 
O desenvolvimento do e-government passa por quatro estágios diferentes. O 
primeiro deles consiste na criação de sítios para difusão de informações sobre os mais 
diversos órgãos e departamentos dos vários níveis de governo. Eventualmente, estes 
sítios são reunidos em uma espécie de portal oficial com finalidade informativa. 
Num segundo estágio, estes sítios passam também a receber informações e dados 
por parte dos cidadãos, empresas e outros órgãos. O usuário pode, por exemplo, utilizar a 
Internet para declarar seu imposto de renda, informar uma mudança de endereço, fazer 
reclamações e sugestões a diversas repartições ou, ainda, efetuar o cadastro on-line de 
sua empresa. Neste âmbito, o sítio governamental passa a ter uma finalidade maior do 
que a meramente informativa, tornando-se interativo. 
Na terceira etapa de implantação do e-government, as transações se tornam mais 
complexas e o sítio assume um caráter transacional. Neste estágio, são possíveis trocas 
de valores que podem ser quantificáveis, como pagamentos de contas e impostos, 
educação à distância, matrículas na rede pública, marcação de consultas médicas, 
pregões eletrônicos, etc. Em outras palavras, além da troca de informações, valores são 
trocados e serviços anteriormente prestados por um conjunto de funcionários passam a 
ser realizados diretamente pela Internet. 
Essas modificações tornam-se ainda mais complexas no quarto estágio de 
implantação do governo eletrônico. Neste estágio, é desenvolvido um tipo de portal que 
não é mais um simples índice de sítios, mas uma plataforma de convergência de todos os 
serviços prestados pelo governo. Os serviços são disponibilizados por funções ou temas, 
sem seguir a divisão real do Estado em ministérios,secretarias, departamentos, etc. 
Assim, ao lidar com o governo, cidadãos e empresas não precisam mais se dirigir a 
inúmeros órgãos diferentes. Em um único portal e com uma única senha, qualificada 
como assinatura eletrônica (certificação digital), conseguem resolver aquilo que precisam. 
Para tal, a integração entre os diferentes órgãos prestadores de informações e serviços é 
imprescindível, ou seja, estes devem realizar trocas de suas respectivas bases de dados 
numa velocidade capaz de garantir o atendimento ao cidadão. Esse recurso exige 
informações de uma série de departamentos que, interligados por uma infra-estrutura 
avançada, conseguem atender à demanda do cidadão em tempo real. Neste último 
estágio, o sítio é qualificado como integrativo. 
 
 
 
 
 
 
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 32 
ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
Alguns serviços na pesquisa atual não eram oferecidos na pesquisa da edição 
2006 dos Estudos Socioeconômicos, são eles Plano Diretor, Cadastro de Fornecedor e 
Balcão de Empregos. Só foram considerados os serviços ou informações que estavam 
acessíveis no período de agosto a setembro de 2007, quando foi feito o levantamento 
desta pesquisa. 
No estudo realizado este ano, 100% das prefeituras do Estado do Rio de Janeiro 
possuíam sítios oficiais, atingindo a meta prevista no Mapa do Desenvolvimento do 
Estado do Rio, lançado há um ano pela FIRJAN que estabelecia 2008 como o prazo 
para atingir essa marca. As iniciativas que vêm sendo empreendidas no projeto de 
governo eletrônico têm mostrado resultados claramente positivos no que diz respeito à 
disponibilização de serviços públicos via web, mas também identificam grandes 
dificuldades a serem superadas, pois os serviços prestados continuam ainda 
deficientes, necessitando de mudanças que ultrapassem questões meramente 
tecnológicas. 
O único sítio municipal que estava desabilitado no período da pesquisa era o de 
Cambuci. As prefeituras de Lage de Muriaé, Paraíba do Sul e Pinheral apesar de terem 
sítios oficiais, não apresentam a terminação “.gov.br”, padrão dos sítios governamentais 
brasileiros. 
Os principais problemas encontrados foram sítios desatualizados, navegação 
deficiente, vários ícones que não abrem os links quando clicados ou apresentam 
mensagens de erro, e dificuldades em localizar determinadas informações por não 
estarem na página principal e sim embutidas em outros ícones. 
Todas as prefeituras pesquisadas apresentaram sítios informativos. 
Somente as prefeituras de Cardoso Moreira, Iguaba Grande, Itaocara, Itatiaia, 
Miracema, Natividade, Porto Real, Quatis, Santa Maria Madalena, Santo Antônio de 
Pádua e Sapucaia não apresentaram serviços interativos. O serviço de ouvidoria, como 
nas pesquisas anteriores, continua sendo o que aparece com mais freqüência. Esse é o 
único tipo de serviço interativo encontrado em 41 dos 91 sítios pesquisados, o que 
determina a classificação deles como interativos. 
Os únicos municípios que apresentaram serviços transacionais foram Angra dos 
Reis, Barra Mansa, Itaboraí, Japeri, Mesquita, Niterói, Paraíba do Sul, Petrópolis, 
Quissamã, Resende, São Gonçalo e Volta Redonda, sendo o Pregão Eletrônico o serviço 
mais oferecido. 
As tabelas a seguir apresentam o estágio em que se encontram os sítios dos 
governos municipais. 
 
 
 
 
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ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
Serviços Informativos: 
 
Municípios com sítios informativos 
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Angra dos Reis 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 16
Aperibé 1 1 1 1 1 1 1 7 
Araruama 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
Areal 1 1 1 1 1 1 1 1 8 
Armação dos Búzios 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
Arraial do Cabo 1 1 2 
Barra do Piraí 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
Barra Mansa 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14
Belford Roxo 1 1 1 1 1 5 
Bom Jardim 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10
Bom Jesus do Itabapoana 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
Cabo Frio 1 1 1 1 1 1 1 1 8 
Cachoeiras de Macacu 1 1 1 1 1 1 1 1 8 
Cambuci 0 
Campos dos Goytacazes 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14
Cantagalo 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12
Carapebus 1 1 1 1 1 5 
Cardoso Moreira 1 1 1 1 1 1 6 
Carmo 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 
Casimiro de Abreu 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 
Comendador Levy Gasparian 1 1 1 1 1 1 1 1 8 
Conceição de Macabu 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12
Cordeiro 1 1 1 1 1 1 6 
Duas Barras 1 1 1 1 1 1 6 
Duque de Caxias 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12
Engenheiro Paulo de Frontin 1 1 1 3 
Guapimirim 1 1 2 
Iguaba Grande 1 1 2 
Itaboraí 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
Itaguaí 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 
Italva 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 
Itaocara 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 
Itaperuna 1 1 1 1 4 
Itatiaia 1 1 1 1 1 1 1 1 8 
Japeri 1 1 1 1 1 1 1 7 
Laje do Muriaé 1 1 1 1 1 1 1 7 
Macaé 1 1 1 1 1 1 1 7 
Macuco 1 1 1 1 1 1 1 7 
Magé 1 1 1 1 4 
Mangaratiba 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12
Maricá 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 
Mendes 1 1 1 1 1 5 
 
 
 
SEROPÉDICA 
 
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ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007
Municípios com sítios informativos 
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Mesquita 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
Miguel Pereira 1 1 1 1 4 
Miracema 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10
Natividade 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 
Nilópolis 1 1 1 1 1 1 1 1 8 
Niterói 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12
Nova Friburgo 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12
Nova Iguaçu 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12
Paracambi 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 
Paraíba do Sul 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10
Paraty 1 1 1 3 
Paty do Alferes 1 1 1 1 1 5 
Petrópolis 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 17
Pinheiral 1 1 1 1 1 1 1 7 
Piraí 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12
Porciúncula 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14
Porto Real 1 1 2 
Quatis 1 1 1 3 
Queimados 1 1 1 1 1 1 6 
Quissamã 1 1 1 1 1 1 1 7 
Resende 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14
Rio Bonito 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12
Rio Claro 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 
Rio das Flores 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 
Rio das Ostras 1 1 1 1 1 5 
Santa Maria Madalena 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 
Santo Antônio de Pádua 1 1 1 1 1 1 1 7 
São Fidélis 1 1 1 1 1 5 
São Francisco de Itabapoana 1 1 1 1 1 1 6 
São Gonçalo 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14
São João da Barra 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
São João de Meriti 1 1 1 3 
São José de Ubá 1 1 1 1 1 1 1 1 8 
São José do Vale do Rio Preto 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10
São Pedro da Aldeia 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10
São Sebastião do Alto 1 1 2 
Sapucaia 1 1 1 1 1 1 1 1 8 
Saquarema 1 1

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