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VALENÇA 3 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2005 Angra dos Reis ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 SEROPÉDICA OUTUBRO 2007 SEROPÉDICA 2 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 Conselho Deliberativo Presidente José Maurício de Lima Nolasco Vice-Presidente Jonas Lopes de Carvalho Junior Conselheiros Aluisio Gama de Souza José Gomes Graciosa Marco Antonio Barbosa de Alencar José Leite Nader Julio Lambertson Rabello Ministério Público Especial Horácio Machado Medeiros Secretário-Geral de Controle Externo Ricardo Ewerton Britto Santos Secretária-Geral de Planejamento Maria Alice dos Santos Secretário-Geral de Administração Emerson Maia do Carmo Secretária-Geral das Sessões Leila Santos Dias Procurador-Geral Sylvio Mário de Lossio Brasil Chefe de Gabinete da Presidência Adriana Lopes de Castro Diretor-Geral da Escola de Contas e Gestão José Augusto de Assumpção Brito Coordenador de Comunicação Social, Imprensa e Editoração Hugo Leão de Castro Filho (interino) Arte e Editoração: Coordenadoria de Comunicação Social, Imprensa e Editoração Praça da República, 70/4º andar 20211-351 - Rio de Janeiro - RJ Tels.: (21) 3231 4134 / (21) 3231 5283 www.tce.rj.gov.br ccs@tce.rj.gov.br SEROPÉDICA 3 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 APRESENTAÇÃO O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro apresenta a nova edição dos “Estudos Socioeconômicos dos Municípios Fluminenses”, abrangendo o período de 2001 a 2006. Este trabalho é a sétima versão de uma atividade iniciada em 2001 com análises do período de 1997 a 2000, e cresceu nas versões seguintes para apresentar a evolução de uma série de indicadores que retratassem seis anos consecutivos, o que ultrapassa o tempo de um único mandato da gestão municipal, trazendo um conjunto de conhecimentos capaz de servir tanto como fundamento para a elaboração de políticas públicas efetivas, no âmbito de cada cidade ou região, quanto de base para consulta pelos diversos interessados na realidade e no desenvolvimento dos municípios fluminenses. O objetivo é apresentar o desempenho de diferentes áreas sociais e de governo de cada município fluminense. O administrador tem aqui maiores subsídios para que sejam adotadas melhores decisões no atendimento às necessidades da população. Serve, também, como fonte de consulta para políticos, técnicos, pesquisadores, jornalistas, estudantes e todos os que tenham interesse em conhecer um município específico, uma determinada região de nosso Estado ou todo o seu conjunto. É com grata satisfação que verificamos o número crescente de acessos ao sítio deste Tribunal, com internautas buscando o perfil dos municípios fluminenses. Cada vez mais publicações, livros, teses, dissertações e sítios diversos usam estes estudos como referência, por vezes reproduzindo-os integralmente. Todas as edições estão disponíveis, o que propicia o acesso a dez anos de informação do que chamamos espinha dorsal dos estudos: histórico, dados demográficos e geográficos, meio ambiente, educação, saúde, trabalho e renda, gestão, economia e finanças municipais. A edição de 2001 trazia, ainda, análises do Índice de Desenvolvimento Humano – IDH; o primeiro Índice de Qualidade dos Municípios – IQM Potencial para o Desenvolvimento; o IQM Necessidades Habitacionais e as potencialidades de cada município. Em 2002, a publicação divulgou o IQM Carências, um retrato do quantum de cidadania já fora alcançado pela sociedade fluminense; também abordou as ferramentas disponíveis à época para o desenvolvimento urbano e os primeiros indicadores de gestão municipal. No ano 2003, os aspectos turísticos foram introduzidos de forma abrangente, por ser esta atividade fator fundamental de desenvolvimento em um Estado que é a porta de entrada do turismo receptivo no país; trouxe uma comparação do uso do solo retratado em dois momentos distintos pelo IQM Verde II: 1994 e 2001; as quatro versões do IDH municipal, abrangendo, também, os resultados do Censo 2000; e a última pesquisa sobre infra-estrutura da saúde em termos de serviços oferecidos, equipamentos e qualificação dos profissionais. A edição de 2004 abordou a questão da exclusão digital, a evolução das necessidades habitacionais e os arranjos produtivos locais. Em 2005, foi dada ênfase aos objetivos do milênio. Já em 2006, introduzimos uma análise do governo eletrônico nos municípios, o IQM Potencial para o Desenvolvimento II, a nova dinâmica territorial do Estado e os fatores de competitividade. A presente edição aborda novas questões, como segurança pública, e traz um capítulo especial sobre royalties do petróleo, bem como as perspectivas de SEROPÉDICA 4 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 sustentabilidade local e regional. Destaque-se, ainda, o tópico sobre meio ambiente, o qual demonstra que causas estruturais persistem na sua contaminação e se traduzem em irresponsabilidade, impunidade, fiscalização precária, processos de licenciamento imprevidentes, burla da legislação, sonegação de informações sobre riscos, permissividade ambiental de agências públicas, etc. A degradação do meio ambiente não deve ser considerada como um mal necessário para o desenvolvimento nos dias atuais. É tempo de investimentos maciços na profilaxia e no tratamento dos resíduos e efluentes urbanos e industriais. Tais ações são parte do esforço para alcançar a sustentabilidade, conceito em constante construção, que tem múltiplas dimensões: a espacial, a ecológica, a ambiental, a social, a política, a econômica, a demográfica, a cultural e a institucional. Em hipótese alguma as questões mais relevantes da administração pública se esgotam nos temas abordados e nas análises sobre cada assunto apresentado. É preciso que haja um aumento significativo de oferta de informação pelas próprias administrações federal, estaduais e municipais que, em suas áreas fins e de planejamento, deveriam fomentar, ainda mais, a formação de um banco de dados confiável e representativo dos inúmeros aspectos socioeconômicos e ambientais do Rio de Janeiro. As crescentes demandas da sociedade, principalmente por maior qualidade dos serviços prestados e elevação dos padrões de desempenho dos servidores, estão na pauta do administrador público, que deve buscar o aperfeiçoamento das estruturas administrativa e gerencial e dos procedimentos de trabalho. Planejamento sistemático, monitoramento e avaliação continuados são parte da nova agenda do Estado. A mudança da cultura organizacional e a profissionalização dos servidores públicos devem ser elementos que tragam inovação, num contexto em que o gestor competente seja negociador, coordenador de conflitos, construtor do consenso e promotor de talentos ao invés de mero ordenador de despesas. Este é um desafio para todos os níveis de governo. Este livro faz parte de uma coleção de noventa e um estudos de cada município jurisdicionado a este Tribunal de Contas, além de um caderno que compara os desempenhos das finanças dos mesmos municípios, tendo sido elaborada pelo Núcleo de Estudos Socioeconômicos desta Secretaria-Geral, coordenado por Marcelo Franca de Faria Mello, assessorado por Carlos Eduardo Lopes Soares e Vânia Brandão Lázaro, com a colaboração de Luana Figueiredo Ferreira Lós de Sousa, também desta SGP, e muitas prefeituras que nos encaminharam informações sobre seus municípios. SECRETARIA-GERAL DE PLANEJAMENTO Outubro de 2007 SEROPÉDICA 5 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 SUMÁRIO I - Histórico ........................................................................................................... 7 II - Caracterizaçãodo Município .......................................................................... 9 Aspectos turísticos ................................................................................................. 13 Atrações ................................................................................................................. 14 Artesanato .............................................................................................................. 14 Principais festas populares..................................................................................... 14 Uso do solo............................................................................................................. 14 Outros aspectos ambientais ................................................................................... 17 Gestão municipal.................................................................................................... 28 Governo eletrônico ................................................................................................. 30 III - Indicadores Sociais........................................................................................ 38 Educação no estado e no município....................................................................... 43 Saúde ..................................................................................................................... 56 Mercado de trabalho............................................................................................... 65 Segurança pública.................................................................................................. 74 Distribuição espacial dos dados sobre criminalidade ............................................. 77 Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania .................................... 78 IV - Indicadores Econômicos............................................................................... 80 Introdução............................................................................................................... 80 Economia fluminense em 2006 .............................................................................. 83 Produção Industrial................................................................................................. 83 Comparações inter-regionais.................................................................................. 85 Indústria Extrativa................................................................................................... 86 Indústria de Transformação.................................................................................... 87 Comércio Varejista ................................................................................................. 91 Estimativa do PIB do Estado do Rio de Janeiro ..................................................... 93 Agropecuária .......................................................................................................... 93 Indústria.................................................................................................................. 94 Comércio ................................................................................................................ 94 Construção ............................................................................................................. 95 Serviços Industriais de Utilidade Pública................................................................ 95 Comunicações........................................................................................................ 95 Transportes ............................................................................................................ 96 SEROPÉDICA 6 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 Serviços.................................................................................................................. 96 Administração Pública ............................................................................................ 96 Consolidação da estimativa do PIB ........................................................................ 97 PIB per capita ......................................................................................................... 99 Petróleo e derivados............................................................................................... 99 Economia regional e local....................................................................................... 101 V - Indicadores Financeiros ................................................................................ 106 VI - Royalties do Petróleo e as Perspectivas de Sustentabilidade Local e Regional ................................................................................................................. 121 A história da legislação do petróleo no Brasil ......................................................... 121 A evolução das participações governamentais entre os municípios fluminenses... 125 Sustentabilidade local e regional ............................................................................ 131 VII - Conclusão...................................................................................................... 140 Posfácio ................................................................................................................ 142 Referências Bibliográficas................................................................................... 144 SEROPÉDICA 7 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 I - HISTÓRICO 1 O início do desbravamento do atual território dos municípios de Itaguaí, Seropédica e Paracambi data de meados do século XVII. Os jesuítas lançaram as bases da futura povoação em terras compreendidas entre os rios Tinguaçu e Itaguaí, para catequizar os índios da região. Posteriormente, os missionários verificaram que as terras da Fazenda de Santa Cruz, mais próximas do mar, melhor se prestavam para aldeamento, para lá se transferindo com os indígenas, onde erigiram um templo dedicado a São Francisco Xavier, inaugurado em 1729. Em 1818, a aldeia de Itaguaí foi elevada à categoria de vila, com a denominação de Vila de São Francisco Xavier de Itaguaí, cujo município foi desmembrado de territórios do Rio de Janeiro e de Angra dos Reis. O nome da região é originário da fazenda Seropédica do Bananal de Itaguaí, de propriedade de Luiz de Resende que, por volta do ano de 1875, chegou a produzir cerca de 50 mil casulos de bichos da seda por dia. Dotado de terras férteis, a região desfrutou, no século XIX, até 1880, de fortes atividades rurais e comerciais, exportando em grande escala cereais, café, farinha, açúcar e aguardente. Com a abolição da escravatura, houve considerável êxodo dos antigos escravos, ocasionando terrível crise econômica. Esse fato, aliado à falta de transporte e à insalubridade da região, fez com que desaparecessem as grandes plantações, periódicas ou permanentes. O abandono das terras provocou a obstrução dos rios que cortam quase toda a baixada do território municipal, alagando-a. Daí se originou o grassamento da malária, que reduziu a população local e paralisou por várias décadas o desenvolvimento econômico da região. A passagem da antiga rodovia Rio-São Paulo pelo território do antigo distrito de Seropédica, a instalação da indústria têxtil no antigo distrito de Paracambi, aliadas às obras de saneamento da Baixada Fluminense, empreendida por Nilo Peçanha, que permitiram o aproveitamento de grandes áreas, possibilitaram ao município readquirir sua antiga posição de prestígio. Em 1938, foram iniciadas, em Seropédica, as obras do Centro Nacional de Estudos e Pesquisas Agronômicas, onde hoje funciona a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ. Em 1945, moravam muitas pessoas no Horto Florestalde Seropédica, todos funcionários do local, com suas famílias. Não existiam casas nem escolas nos quilômetros próximos. Em 1948, entretanto, a UFRRJ transferiu seu campus para as margens da antiga rodovia Rio - São Paulo, hoje BR-465, iniciando-se o desenvolvimento urbano de Seropédica. A universidade mantém, atualmente, vinte cursos de graduação, em Administração, Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas, Ciências Econômicas, Economia Doméstica, Engenharia Agrícola, Engenharia de Agrimensura, Engenharia de Alimentos, Engenharia Florestal, Engenharia Química, Geologia, Licenciatura em Ciências Agrícolas, Licenciatura em Educação Física, Licenciatura em Física, Licenciatura em História, Matemática, Medicina Veterinária, Química e Zootecnia. 1 - Fontes: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – Volume XXII – IBGE, 1959; Abreu, A. “Municípios e Topônimos Fluminenses – Histórico e Memória”. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 1994; e sítios www.turisrio.rj.gov.br/minisite/destino.asp, www.ivt-rj.net e www.ufrrj.br. SEROPÉDICA 8 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 Promove, também, cursos de pós-graduação stricto sensu em Biologia Animal, Agronomia, Ciência do Solo, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Ciências Ambientais e Florestais, Desenvolvimento Agrícola, Fitotecnia, Microbiologia Veterinária, Medicina Veterinária, Parasitologia Veterinária, Patologia Animal, Patologia Clínica, Patologia Veterinária, Química Orgânica, Sanidade Animal e Zootecnia, além de outros dez cursos de pós-graduação lato sensu. A região permaneceu sem expressão até três décadas atrás, tendo em vista as dificuldades de acesso, pois só era servido por uma linha férrea, com pouca movimentação de trens, sendo ligado ao município do Rio de Janeiro por uma estrada não pavimentada. A abertura da rodovia Rio - Santos mudou o cenário, facilitando o deslocamento entre diversos municípios próximos. Em 1995, face a edição da Lei n.º 2.446 de 12 de outubro, Seropédica tornou-se município independente de Itaguaí, e foi instalado em 01 de janeiro de 1997. Seu nome advém de um neologismo formado por duas palavras: uma, de origem latina, sericeo ou serico, que significa seda, e outra, grega, pais ou paidós, que significa tratar ou consertar. Um local, portanto, onde se trata ou se fabrica seda. O perfil atual, devido a grandes extensões de terras municipais pertencerem à União, é o de uma extensão da cidade universitária. SEROPÉDICA 9 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 II - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO Seropédica pertence à Região Metropolitana, que também abrange os municípios de Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti e Tanguá. O município tem um único distrito-sede, ocupando uma área total 2 de 268,2 quilômetros quadrados, correspondentes a 5,7% da área da Região Metropolitana. A rodovia Presidente Dutra atravessa o município de leste a oeste, alcançando, respectivamente, Queimados e Paracambi. O município também é atendido pela BR-465, antigo traçado da Rio-São Paulo, alcançando a BR-116, Rodovia Presidente Dutra, ao norte, e Nova Iguaçu, a leste, chegando à Avenida Brasil na altura do bairro carioca de Campo Grande. A RJ-109 o liga a Itaguaí, ao sul, e a RJ-125 acessa Japeri, ao norte. O município é, ainda, atravessado de norte a sul pelo ramal ferroviário Japeri-Mangaratiba. Um Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio (BR-493 / RJ-109 e RJ-099) fará a ligação do Porto de Sepetiba, em Itaguaí, à BR-101, em Itaboraí. Passa por Seropédica e precisa ter construído trecho entre Queimados, Nova Iguaçu e Duque de Caxias. Lá ele cruza com a BR-040, juntando-se à BR-116 em Magé, e segue para Guapimirim, chegando a Itaboraí no trevo de Manilha. As imagens a seguir apresentam o mapa do município e uma perspectiva de satélite capturada no programa Google Earth em janeiro de 2007. 2 - IBGE/CIDE - 2002. SEROPÉDICA 10 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 Perspectiva de Seropédica, com imagem parcialmente prejudicada, tendo o campus da Universidade Federal Rural em primeiro plano. De acordo com o censo de 2000, Seropédica tinha uma população de 65.260 habitantes, correspondentes a 0,6% do contingente da Região Metropolitana, com uma proporção de 97,7 homens para cada 100 mulheres. A densidade demográfica era de 255 habitantes por km2, contra 2.380 habitantes por km2 de sua região. Sua população estimada em 2006 3 é de 76.788 pessoas. O município apresentou 4 uma taxa média geométrica de crescimento, no período de 1991 a 2000, de 2,48% ao ano, contra 1,17% na região e 1,30% no Estado. Sua taxa 3 - IBGE. 4 - Fundação CIDE. SEROPÉDICA 11 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 de urbanização corresponde a 79,5% da população, enquanto que, na Região Metropolitana, tal taxa corresponde a 99,5%. Seropédica tem um contingente de 43.829 eleitores 5, correspondentes a 57% do total da população. O município tem um número total de 22.878 domicílios 6, com uma taxa de ocupação de 79%. Dos 4.701 domicílios não ocupados, 38% têm uso ocasional. A distribuição da população na região do município e no Estado, de acordo com o Censo 2000, dava-se conforme gráficos a seguir: Distribuição da população RM sem a capital 34% Capital 41% Região Noroeste Fluminense 2% Região Norte Fluminense 5% Região Serrana 5% Região das Baixadas Litorâneas 4% Região do Médio Paraíba 5% Região Centro-Sul Fluminense 2% Região da Costa Verde 2% Distribuição da população na Região Metropolitana (sem a capital) Duque de Caxias 16% Guapimirim 1% Itaboraí 4% Japeri 2% Magé 4% Nilópolis 3% Niterói 9% Nova Iguaçu 19% Paracambi 1% Queimados 3% São Gonçalo 18% São João de Meriti 9% Belford Roxo 9% Seropédica 1% Tanguá 1% 5 - TSE - Dados de junho 2006 6 - IBGE - Censo 2000 SEROPÉDICA 12 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 A população residente, por grupos de idade, apresenta o quadro abaixo, em comparação com a região do município e o Estado: Distribuição da População 0% 5% 10% 15% 20% 25% 0 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 anos ou mais Seropédica Região Metropolitana Estado Ao examinarmos o gráfico, percebemos que a faixa etária predominante encontra- se entre os 10 e 39 anos, e que idosos representam 8% da população do município, contra 20% de crianças entre 0 e 9 anos. Apresentamos, a seguir, as distribuições de cor ou raça da população do município, assim como por religião: Seropédica Parda 39,1% Amarela 0,1% Preta 10,6% Branca 49,6% Sem declaração 0,4% Indígena 0,3% Seropédica Católica Apostólica Romana 39% Evangélicas 36% Sem religião 20% Outras 5% Percebe-se que há uma equivalência entre pessoas que se declaram afrodescendentes, representando 49,7% da população, contra 49,6% de brancos e que o número de praticantes de outras religiões, 41%, é superior a soma dos católicos. SEROPÉDICA 13 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 Seropédica possui 2 agências de correios 7, 2 agências bancárias 8 e 2 estabelecimentos hoteleiros9. Quanto aos equipamentos culturais 10, o município não tem cinema, teatro e museu, mas dispõe de 1 biblioteca pública. As principais atividades artesanais 10 desenvolvidas no município, levando em consideração as de maior quantidade produzida, são: trabalhos com fios e fibras, fibras vegetais e com frutas e sementes. Aspectos Turísticos 11 O turismo proporciona diversos benefícios para a comunidade, tais como geração de empregos, produção de bens e serviços e melhoria da qualidade de vida da população. Incentiva, também, a compreensão dos impactos sobre o meio ambiente. Assegura uma distribuição equilibrada de custos e benefícios, estimulando a diversificação da economia local. Traz melhoria nos sistemas de transporte, nas comunicações e em outros aspectos infra-estruturais. Ajuda, ainda, a custear a preservação dos sítios arqueológicos, dos bairros e edifícios históricos, melhorando a auto-estima da comunidade local e trazendo uma maior compreensão das pessoas de diversas origens. A Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, a Turisrio, apresenta os potenciais turísticos do Estado divididos em treze regiões distintas, conforme suas características individuais. Regiões turísticas: Costa Verde Agulhas Negras Vale do Paraíba Vale do Ciclo do Café Metropolitana Baixada Fluminense Serra Tropical Serra Verde Imperial Baixada Litorânea Costa do Sol Serra Norte Noroeste das Águas Costa Doce Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados, São João de Meriti e Seropédica pertencem à região turística Baixada Fluminense. 7 - ECT - 2005. 8 - BACEN - 2005. 9 - MTE-RAIS - 2004. 10 - IBGE - Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2005. 11 - Para maiores informações, consulte www.ivt-rj.net, www.turisrio.rj.gov.br e www.portalseropedica.com.br SEROPÉDICA 14 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 Atrações • Parque de Pesquisa da EMBRAPA • Área de Conservação Ambiental - FLONA • Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Artesanato As principais atividades artesanais12 desenvolvidas no município, levando em consideração as de maior quantidade produzida, são: • fibras vegetais • fios e fibras • frutas e sementes Principais festas populares • Outubro - Festa da padroeira Santa Teresinha e Aniversário do Município • Novembro - Comemoração da Igualdade Racial Para concluir o presente tópico sobre turismo, foram pesquisados atrativos turísticos adicionais que os próprios municípios divulgam pela internet. A página de informações turísticas do sítio oficial do município (www.seropedica.rj.gov.br) encontrava-se em construção quando consultada em 12/09/07. Uso do Solo Em maio de 2003, a Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro – CIDE publicou o IQM – Verde II, seqüência do primeiro estudo, lançado em julho de 2001. Ambos comparam as áreas cobertas pelos remanescentes da cobertura vegetal com as 12 - IBGE - Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2005. SEROPÉDICA 15 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 ocupadas pelos diversos tipos de uso do solo, criando, desta forma, o Índice de Qualidade de Uso do Solo e da Cobertura Vegetal (IQUS). O monitoramento dos diferentes ambientes fitoecológicos pode servir de guia para o estabelecimento de políticas públicas confiáveis. As informações do mapeamento digital têm base em dados coletados em 1994 (primeiro IQM) e em 2001 (segundo estudo). No Estado do Rio de Janeiro o mapeamento de uso do solo e cobertura vegetal teve a seguinte evolução: Uso do solo Área em km 2 (1994) % Área em km2 (2001) % Pastagens 19.556 44,5 21.669 49,4 Florestas ombrófilas densas (formações florestais) 7.291 16,6 4.211 9,6 Capoeiras ( vegetação secundária 13 ) 6.814 15,5 8.071 18,5 Área agrícola 4.135 15,5 4.167 9,5 Restingas, manguezais, praias e várzeas (formações pioneiras) 1.900 4,3 1.579 3,6 Área urbana 1.846 4,2 2.763 6,3 Corpos d’água 995 2,3 921 2,1 Não sensoriado 586 1,3 0 0,0 Área degradada 506 1,2 132 0,3 Afloramento rochoso e campos de altitude 241 0,5 175 0,4 Outros 39 0,1 132 0,3 Total 43.910 100,0 43.864 100,0 São relevantes as mudanças ocorridas em um período de apenas sete anos, durante os quais, campos e pastagens cresceram 11%, sem que isso signifique aumento da produção pecuária. As formações florestais foram reduzidas em 42% de sua área original, enquanto a vegetação secundária crescia 19%. Não houve expressividade no aumento de um ponto percentual em área agrícola. As formações pioneiras foram reduzidas em 16% e áreas urbanas aumentaram seu tamanho em 50%. Os municípios do Estado do Rio de Janeiro foram classificados segundo os Índices de Qualidade de Uso do Solo e da Cobertura Vegetal – IQUS abaixo: IQUS Características Rodeio Maior percentual de pastagens; presença de pequenas manchas urbanas; pequena influência de formações originais e de áreas agrícolas Rural Maior percentual de formações originais e de áreas agrícolas; presença de áreas urbanas, degradadas e de vegetação secundária; quase nenhuma influência de pastagens Nativo Maiores áreas de formações originais e de pastagens; presença de vegetação secundária e áreas agrícolas; pouca influência das áreas urbanas e degradadas Verde Grandes áreas de formações originais e/ou de vegetação secundária; menores valores percentuais de áreas urbanas, agrícolas, de pastagem ou degradadas Metrópole Maior percentual de áreas urbanas 13 - De acordo com a Resolução CONAMA nº 010, de 01/10/93, a vegetação secundária é resultante de processos naturais de sucessão, após supressão total ou parcial da vegetação natural por ações antrópicas ou causas naturais, podendo ocorrer árvores remanescentes da vegetação primária. SEROPÉDICA 16 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 Seropédica, com base no levantamento de 1994, tinha sua área distribuída da seguinte maneira: 13% de vegetação secundária, 10% de área urbana e 69% de pastagens. O município se encaixava no cluster A1 - RODEIO, agrupamento com predomínio de pastagens, com presença de vegetação secundária. Já em 2001, ocorreu redução de vegetação secundária e de campo/pastagem para 7% e 61% do território municipal, contra expressivo crescimento de área urbana para 15%. A área agrícola cresceu de 2,8 para 8,0%. Observe-se a existência de apenas 5% de formações pioneiras. O segundo estudo classificou-o como pertencente ao cluster C2 - RODEIO/VERDE II, caracterizado por altos percentuais de campo/pastagem, média de 54% do território; percentuais moderados de vegetação secundária, ocupando área média de 17%; média de 13% de áreas urbanas; e existência de formações originais, na faixa de 9%. Dentre as localidades deste agrupamento, constam Seropédica, único município da Região Metropolitana; um da Região da Costa Verde, outro da Centro-Sul Fluminense, seis das Baixadas Litorâneas e dois do Médio Paraíba. O IQM Verde identifica, ainda, os Corredores Prioritários para a Interligação de Fragmentos Florestais (CPIF), ou Corredores Ecológicos, como foram denominados mais recentemente, para escolha de áreas de reflorestamento. Devido às atividades do homem, a tendência dos ecossistemas florestais contínuos, como as florestas da costa atlântica brasileira, é de fragmentação. O processo de fragmentação florestal rompe com os mecanismos naturais de auto-regulação de abundância e raridade de espécies e leva à insularização de populações de plantas e animais. Num ambiente ilhado, ocorre maior pressão sobre os recursos existentes, afetando a capacidade de suporte dos ambientes impactados, aumentando-se o risco de extinção de espécimes da flora e da fauna. A reversão da fragmentaçãoapóia-se, fundamentalmente, no reflorestamento dos segmentos que unam as bordas dos fragmentos de floresta, vegetação secundária e savana estépica. Esses eixos conectores são denominados corredores. Além de viabilizar a troca genética entre populações, eles possibilitam a integração dos fragmentos numa mancha contínua, alavancando a capacidade de suporte da biodiversidade regional. Seropédica necessitaria implantar 170 hectares 14 de corredores ecológicos, o que representa 0,6% da área total do município. A figura a seguir, gerada a partir do programa do CD-ROM do IQM-Verde II, apresenta os tipos de uso do solo no território municipal, estando marcados em vermelho os corredores sugeridos. 14 - Cada hectare corresponde a 10.000 metros quadrados, ou 0,01 quilômetro quadrado. SEROPÉDICA 17 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 O IQM Verde II prossegue com a análise de custo de implantação desses corredores; com a comparação do tipo de uso e cobertura do solo de fotos realizadas entre 1956 e 1975 e a última coletânea de 2001; com uma outra análise por bacia hidrográfica e complexo lagunar; com estudos sobre as variações climáticas nas últimas três décadas, manejo de florestas, avaliação de estoque de carbono e outros, configurando-se instrumento essencial para melhor conhecimento do elemento terra e sua utilização em nosso Estado, e das ações possíveis para sua recuperação e preservação a curto, médio e longo prazos. Outros Aspectos Ambientais A água se presta a múltiplas utilizações de suma importância econômica e social: abastecimento das populações e das indústrias; irrigação das culturas e meio de transporte; produção de energia; fator de alimentação com o desenvolvimento da pesca; ambiente para o esporte, o turismo e o lazer; vida, enfim. Porém, por ser um recurso finito em qualidade e disponibilidade, para que o mundo continue tendo água potável é necessário que os mananciais sejam preservados. Isso depende tanto de ações individuais e coletivas quanto da iniciativa dos governos federal, estaduais e municipais. O Brasil tem 12 regiões hidrográficas, espaços territoriais compreendidos por uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e econômicas homogêneas ou similares, criadas para orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos, de acordo com a figura a seguir: SEROPÉDICA 18 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 O Estado do Rio de Janeiro pertence à Região Hidrográfica Atlântico Sudeste, formada pelas bacias hidrográficas dos rios que deságuam no litoral sudeste brasileiro, do norte do Espírito Santo ao norte do Paraná. Drena uma das mais expressivas regiões brasileiras, marcada pelo elevado contingente populacional, pela diversidade econômica e pelo significativo parque industrial. De acordo com a Agência Nacional de Águas - ANA, em 2005, a agricultura foi responsável por 56% do consumo de água no Brasil; a indústria, por 18%; enquanto que o abastecimento urbano respondeu por 26%. Diferentemente do apontado pela ANA para o resto do país, a demanda rural respondeu por apenas 28% do consumo de água na Região Atlântico Sudeste em 2005, onde o consumo industrial somou 26% e a utilização urbana alcançou 46%. O grande desenvolvimento dessa Região, entretanto, é motivo de problemas em relação à disponibilidade de água. Isso ocorre porque, ao mesmo tempo em que apresenta uma das maiores demandas hídricas do país, possui uma das menores disponibilidades relativas (1,8% da vazão média brasileira de recursos hídricos superficiais). Nesse contexto, promover seu uso sustentado, garantindo seu uso múltiplo, representa um grande desafio. Este trabalho implica colocar em prática, formas de gestão que conciliem o crescimento econômico e populacional com a preservação ambiental. SEROPÉDICA 19 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 A Região tem cerca de 230 mil km² de área. Os seus principais rios são o Paraíba do Sul e o Doce, com respectivamente 1.137 e 853 quilômetros de extensão. Além desses, a Região Hidrográfica também é formada por rios menos extensos que formam as seguintes bacias: São Mateus, Santa Maria, Reis Magos, Benevente, Itabapoana, Itapemirim, Jacu, Ribeira e os litorais do Rio de Janeiro e São Paulo. Sua abrangência geográfica está definida no mapa a seguir: Cerca de 26 milhões de pessoas habitam a Região, sendo que 90% da população vivem em áreas urbanas. Outra característica demográfica marcante são os significativos adensamentos populacionais, dos quais se destacam a Região Metropolitana do Rio de Janeiro e as regiões metropolitanas de Vitória e da Baixada Santista. No mapa a seguir estão explicitadas as bacias hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro, conforme definido pela Fundação CIDE. A bacia do Paraíba do Sul apresenta-se subdividida em quatro partes: Curso Médio Superior, Curso Médio Inferior, Pequenas Bacias do Curso Inferior e Complexo Deltáico. SEROPÉDICA 20 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 O processo de ocupação do território avançou inconseqüentemente sobre a floresta, invadiu áreas de proteção de mananciais e gerou várias situações de conflito pelo uso da água: de um lado, água destinada ao abastecimento público e geração de energia elétrica; do outro, destino final de esgotos, efluentes industriais e agrícolas, erosão, assoreamento, desmatamento das margens, entre outros. Um dos principais problemas detectados é a ocupação irregular de encostas e áreas ribeirinhas, estimulada em grande parte pelo intenso e desordenado processo de uso e ocupação, podendo ser encontrados ao longo dos rios apenas pequenos trechos com vegetação ciliar, geralmente em mau estado de conservação. A questão do saneamento básico agrava-se a cada dia e várias formas de poluição se multiplicaram e ampliaram seus efeitos. Na bacia do rio Paraíba do Sul, a partir do início do século XX, foram realizadas obras hidrelétricas que possibilitaram o desenvolvimento econômico da região e a regularização das vazões do rio. São cinco reservatórios: Paraibuna, Jaguari e Santa Branca em São Paulo; Funil em Resende/Itatiaia, cuja usina tem capacidade instalada de 216MW, e Santa Cecília em Barra do Piraí. Este último introduziu o conceito de transposição de bacias por elevações em série e a operação de uma usina subterrânea, SEROPÉDICA 21 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 formando o subsistema Paraíba-Piraí do complexo hidrelétrico de Lajes. A estação elevatória de Santa Cecília capta cerca de 2/3 da vazão do rio Paraíba levando-os para o reservatório de Santana em Piraí, onde são novamente bombeadas pela elevatória de Vigário, formando um reservatório de mesmo nome que alimenta as turbinas da usina Nilo Peçanha, com capacidade instalada de 380MW 15. Os problemas causados pela poluição de origem industrial são relevantes na bacia do Paraíba do Sul. No trecho paulista do rio, a montante, são observados metais pesados (cádmio, cromo total, níquel e mercúrio), fenóis e oxigênio dissolvido em desacordo com os padrões de qualidade em algumas amostras. As elevadas densidades populacionais e a ausência de tratamento em níveis adequados nos municípios paulistas de Jacareí, São José dos Campos e Taubaté fazem com que seus esgotos domésticos constituam a principal pressão para a má qualidade de seus recursos hídricos. O tipo de ocupação e o uso do solo no trecho paulista desta bacia exercem extrema influência sobre a qualidade da água do reservatório de Funil, que está em rápido processo de eutrofização, apresentando floração de algas com freqüência crescentee redução de sua capacidade devido à sedimentação acelerada. Decantador natural de material em suspensão e de outras substâncias potencialmente tóxicas, o Funil beneficia expressivamente a qualidade das águas do Paraíba do Sul no trecho fluminense. Periodicamente, contudo, são realizadas descargas de fundo com o objetivo de reduzir o acúmulo de sólidos junto à barragem, lançando o material de fundo para o trecho a jusante. Apesar de sua vital importância para o Rio de Janeiro, o Paraíba do Sul é rio de jurisdição federal, pois se estende por três estados da Federação. Nessa condição, desde a década de 80, a gestão ambiental do rio Paraíba do Sul é feita pelo Comitê Executivo de Estudos Integrados da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul - CEIVAP (Decreto nº 87.561/82), tendo sido revitalizada, posteriormente, com a aprovação da Lei nº 9433/97, da Política Nacional de Recursos Hídricos. Considerando toda a bacia, as áreas mais críticas em relação a despejos industriais brutos e líquidos estão no Rio de Janeiro, localizadas em Resende, Barra Mansa e Volta Redonda, causadas por indústrias de grande porte e poluentes importantes como fenóis, cianetos, sulfetos, metais pesados (cromo, zinco, cobre, chumbo, cádmio, mercúrio) e solventes orgânicos. Os resultados das análises de metais mostram que, na região mais industrializada de Barra Mansa e Volta Redonda, ocorrem as concentrações máximas de todos os metais, exceto o cobre, que apresentou maior índice na cidade de Resende. As maiores concentrações de hidrocarbonetos aromáticos polinucleares também ocorrem nessa região. A qualidade da água vai decrescendo no sentido do fluxo do rio também na medida em que a poluição orgânica, a poluição fecal e o nível de nutrientes são crescentes em decorrência dos despejos domésticos de cidades como Barra do Piraí, Vassouras, Andrade Pinto, Valença e Paraíba do Sul. Nos períodos de estiagem, a retirada de água 15 - Do mesmo complexo hidrelétrico também fazem parte os subsistemas Lajes e Pereira Passos. O primeiro é formado pela grande represa de Ribeirão das Lajes, que também capta parte da vazão do rio Piraí na barragem de Tócos, também localizada em Rio Claro, e a hidrelétrica de Fontes Nova com capacidade instalada de 132MW. A jusante das geradoras Nilo Peçanha e Lajes há um novo reservatório com barragem que forma o subsistema Pereira Passos, cuja usina localizada no sopé da Serra das Araras tem capacidade instalada de 100MW. As águas, por fim, contribuem para o rio Guandu. SEROPÉDICA 22 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 em Santa Cecília tem contribuído para piorar a qualidade da água do rio nos trechos a jusante devido à diminuição da capacidade de diluição de efluentes. Mais adiante, em Três Rios, na margem esquerda do Paraíba desemboca o rio Paraibuna. Esse rio pode ser considerado comprometido quanto aos níveis de poluentes industriais a jusante de Juiz de Fora (MG). Essa região sofre influência dos despejos de várias indústrias, predominantemente as de papéis, têxteis e alimentícias, além de graves acidentes por despejos irregulares de resíduos industriais. Próximo à sua foz no rio Paraíba do Sul, entretanto, o Paraibuna não apresenta fontes potenciais de poluição industrial, o que, associado a sua significativa vazão média, favorece a manutenção de níveis aceitáveis de metais pesados e de outros resíduos de origem industrial. No mesmo município, pela margem direita chega o rio Piabanha. O próprio e seu afluente Preto, que recebe as águas do Paquequer, são os principais corpos receptores de despejos domésticos e industriais dos municípios de Petrópolis, Teresópolis e São José do Vale do Rio Preto. A jusante de Três Rios, o Paraíba do Sul apresenta aumento acentuado de vazão, propiciando novo aproveitamento hidrelétrico em Carmo: a usina Ilha dos Pombos tem capacidade instalada de 183MW. Do ponto de união dos rios até a cidade de Itaocara não se encontram fontes importantes de poluição industrial, podendo- se citar apenas a presença de indústrias de papéis. Para aproveitar a vazão propiciada pelos três rios, já se encontra em construção o Complexo Hidrelétrico de Simplício. Um primeiro reservatório surgirá em função da barragem e usina hidrelétrica de pequeno porte no distrito sapucaiense de Anta. Neste ponto, a vazão do rio será mais uma vez desviada por meio de túneis e canais para cinco reservatórios intermediários no território mineiro. Cerca de 25km adiante, em Além Paraíba/Carmo, a água retornará ao leito original do rio Paraíba a jusante da segunda hidrelétrica: Simplício. O complexo, previsto para entrar em operação em 2011, irá gerar 333,7MW e mudará o perfil do rio, formando um trecho represado e alagado entre Três Rios e Anta e um rio com mínima vazão a jusante desta primeira barragem. Os tributários importantes do trecho seguinte do Paraíba são os rios Pomba e Muriaé na margem esquerda, que fazem parte de sub-bacias mineiras, e o rio Dois Rios na margem direita. Quando o rio Pomba alcança o Estado do Rio de Janeiro, já sofreu influência dos esgotos lançados pela malha urbana das cidades mineiras de Laranjal e Recreio. Em Santo Antônio de Pádua e Miracema, suas águas recebem uma nova carga de esgotos domésticos sem tratamento, elevando ainda mais os níveis de coliformes fecais. A jusante de Itaocara, o rio Pomba desemboca no Paraíba do Sul, com alguns focos de poluição industrial ocasionados pelos despejos das indústrias de papéis. Dois Rios tem sua foz em São Fidélis e, com seu afluente Grande, traz toda a carga poluidora de efluentes industriais e domésticos de Nova Friburgo, por meio do seu contribuinte rio Bengala. O rio Muriaé, último dos grandes afluentes do rio Paraíba do Sul, a jusante das cidades de Muriaé, Patrocínio do Muriaé (ambas em MG) e Itaperuna, apresenta-se bastante comprometido devido aos despejos orgânicos recebidos, com taxas elevadas de SEROPÉDICA 23 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 material fecal, também decorrentes da contribuição de seu afluente Carangola, que passa por Porciúncula e Natividade. A concentração da carga poluidora por esgotos domésticos nos grandes centros urbanos, como na cidade do Rio de Janeiro, também é evidente. No litoral fluminense, este problema tem caráter agudo nas bacias da Baía de Guanabara e recorrência sazonal nas cidades-balneário. Em relação aos rios da bacia da Baía de Guanabara, pode-se dizer que aqueles que atravessam as áreas mais densamente povoadas são verdadeiras canalizações de esgoto a céu aberto, recebendo ainda grandes contribuições de despejos industriais e lixo. Nesta situação estão incluídos os afluentes da costa oeste da Baía, que vão do Canal do Mangue ao Canal de Sarapuí, além dos rios Alcântara, Mutondo, Bomba e Canal do Canto do Rio da costa leste. As concentrações de metais pesados nos sedimentos são maiores na parte interna oeste da baía, próximas às desembocaduras dos rios São João de Meriti, Sarapuí e Iguaçu, decrescendo em direção ao canal central e à entrada da baía. Os picos de concentração de mercúrio, cromo, cobre e níquel são observados nos rios da costa oeste. Outros metais, como ferro, manganês, cádmio e zinco, encontram-se distribuídos ao longo da bacia, com maiores concentrações também no lado oeste. As concentrações de mercúrio são maiores nos rios Acari e São João de Meriti. A falta de infra-estrutura de saneamento básico é a responsável pela situação crítica de degradação dos corpos d’água da região da bacia da Baía de Sepetiba. A principal forma de poluição industrial nessa bacia é relacionada à contaminação por metais pesados em vários pontos do sistema hídrico da bacia, tendo como maior contribuinte os sedimentos carreados pelo rio Guandu que assoream o fundo da Baía, em especial na sua porção leste. O passivo ambientalda Ingá Mercantil é outro risco iminente de contaminação, já tendo ocorrido vazamentos graves no passado recente. Na bacia do Guandu, o crescimento populacional da região sem uma adequada infra-estrutura de saneamento básico tem causado problemas de qualidade da água, principalmente dos rios Poços, seu contribuinte Queimados e o Ipiranga, que contribuem para o Guandu imediatamente antes da tomada de água da maior estação de tratamento de água do mundo. O abastecimento de grande parte da Região Metropolitana do Rio de Janeiro depende das águas deste manancial. A acentuada poluição do rio Guandu tem ocasionado à Cedae crescentes custos operacionais devido aos despejos industriais e esgotos. São toneladas diárias de cloro, cloreto férrico, sulfato de alumínio, polímero, cal e flúor, empregados pela empresa a fim de tornar a água própria ao consumo humano. Em outubro de 2007, a Cedae anunciou a transposição dos rios contaminados para além do ponto de captação de água que alimenta a ETA Guandu, por meio da construção de barragem e tubulações de desvio, como ilustrado em laranja na foto do Google Earth a seguir. A obra deverá estar concluída em 2009 e serve tão somente como uma solução de curto prazo para o abastecimento, prosseguindo o grave problema de poluição desta bacia por falta de tratamento adequado de esgoto. SEROPÉDICA 24 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 A ação antrópica também prejudica a qualidade das águas em decorrência da extração indiscriminada de areia do leito e das planícies de inundação dos rios Paraíba do Sul, Muriaé e, até recentemente, o Guandu. A mineração de areia na bacia desse rio era largamente efetuada por meio dos processos de extração direta em leito e em cavas submersas. Em muitos casos, observava-se a conjugação dos dois processos com o avanço de frentes distintas, verificando-se o rompimento das margens e a incorporação das lagoas formadas ao curso d’ água, acarretando grandes modificações na geometria do rio, além de lançar sedimentos em suspensão, aprofundar excessivamente a calha e desestabilizar as margens. A poluição que atinge as lagoas marginais se dá pelo transbordamento do rio durante as cheias, ou através do próprio lençol freático pela comunicação com os cursos d’água poluídos da região, dando origem à proliferação de algas tóxicas. Essas atividades vinham constantemente revolvendo o fundo do rio e desbarrancando suas margens, o que colocava em suspensão material mais fino, como silte e argila, que chegava à Baía de Sepetiba. O nível de opacidade da água alcançara o limite do tempo de decantação da usina de tratamento do Guandu. Ações enérgicas da Cedae fizeram com que fosse proibida a exploração no leito do rio. Rio Ipiranga Rio Poços após a contribuição do Rio Queimados Ponto de captação de água da ETA Guandu Rio Guandu SEROPÉDICA 25 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 Na capital Rio de Janeiro, o sistema das Lagoas de Jacarepaguá apresenta-se fragilizado pela poluição dos esgotos domésticos, que atinge a orla marítima da região da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. Desse sistema, a Lagoa de Marapendi, que recebe lixo e esgoto de favelas ao longo do canal das Taxas, apresenta-se como a mais frágil e suscetível a desaparecimento iminente. A oeste fica a Lagoinha, a última do conjunto, cujo espelho d’água sofreu grande redução. A Lagoa de Camorim encontra-se praticamente sem oxigênio e a Lagoa da Tijuca, onde se registra os maiores índices de coliformes fecais de todo o conjunto lagunar, apresenta-se com 30% de seu espelho d’água assoreado. Na Lagoa de Jacarepaguá os índices de oxigênio dissolvido são baixos por falta de circulação das águas, ocorrendo também a proliferação de algas que podem ser potencialmente tóxicas. As lagoas de Piratininga e Itaipu, em Niterói, vêm sofrendo crescente processo de alteração de suas características morfométricas, físico-químicas, biológicas e granulométricas. Destaca-se a elevada carga de origem doméstica, evidenciada pelas concentrações de nutrientes, principalmente de fósforo total, indicando eutrofização de origem antrópica. Pode-se dizer que esse ambiente apresenta o grau mais grave de eutrofização de um corpo d'água, o que retrata a alarmante situação de degradação dessas lagoas. O mesmo compasso de urbanização acelerada e falta de tratamento adequado de esgotos põe em risco os complexos lagunares de Maricá, Saquarema e Araruama. A Região Norte Fluminense, há algum tempo, era composta por um complexo natural de rios e lagos, configurando-se em uma região alagadiça a Bacia Hidrográfica da Lagoa Feia, ou Complexo Deltáico do Paraíba do Sul. Em tempos de cheias desse rio, suas águas vertiam pelas margens em direção à Lagoa Feia ou para o mar, fazendo da região uma segunda foz. Tal característica sempre foi considerada empecilho ao uso pecuário e agrícola. As primeiras obras hidráulicas ocorreram ainda em finais do século XVII, sendo sucedidas por inúmeras outras de controle de inundações e drenagem. As obras mais expressivas foram realizadas pelo extinto Departamento Nacional de Obras e Saneamento – DNOS que, tendo como objetivo a recuperação de áreas vulneráveis a inundações para a agricultura, promoveu uma série de obras hidráulicas, mormente na década de 1960, alterando significativamente o regime hidrológico local. Com a extinção do DNOS, cerca de 1.500 km de canais e valões de drenagem, bem como comportas e dragas foram abandonados. Atualmente, grande parte desses canais encontra-se assoreada ou poluída por efluentes, inutilizando a água para o uso agrícola. A Organização Mundial de Saúde - OMS, define o saneamento como o controle de todos os fatores do meio físico do homem que exercem, ou podem exercer, efeitos nocivos sobre a saúde, incluídas as medidas que visam a prevenir e controlar doenças, sejam elas transmissíveis ou não. A mesma OMS apurou, recentemente, que 65% dos leitos dos hospitais do país são ocupados por pacientes com problemas de saúde relacionados à falta de saneamento. Sistemas de abastecimento de água, de esgotos sanitários, de coleta e destinação adequada de resíduos sólidos urbanos, especiais e das áreas rurais estão, por conseguinte, diretamente ligados à qualidade de vida da população. A estreita relação da saúde com a provisão de medidas sanitárias é bastante conhecida, principalmente no que se refere à água de abastecimento doméstico e ao destino de dejetos. Cerca de 80% das doenças de países em desenvolvimento como o Brasil são provenientes da água de qualidade ruim. As enfermidades mais comuns que podem ser transmitidas pela água são: febre tifóide, disenteria, cólera, diarréia, hepatite, leptospirose e SEROPÉDICA 26 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 giardíase. Vale ressaltar que a água de qualidade também é importante fator de inclusão social, uma vez que a população de baixa renda dificilmente tem condições de pagar medicamentos para tratar as doenças de veiculação hídrica, ou até mesmo ter recursos para acesso à água de qualidade para beber. O tratamento do esgoto sanitário constitui uma das mais importantes medidas preventivas de enfermidades. Apesar das empresas de saneamento básico exercerem atividades consideradas nobres, elas são responsáveis por impactos ambientais significativos, sentidos não só nas obras de implantação de tais sistemas, mas, principalmente, na operação destes. Até pouco tempo atrás, programas de saneamento privilegiavam somente ações nos campos de abastecimento de água e de coleta de esgotos sanitários. O esgoto era conduzido a um corpo d’água e, neste, lançado in natura. É muito comum ver-se a utilização de galerias pluviais como pontos de descarga de esgotos. Usual, ainda, é a falta de manutenção de elevatórias de esgoto que, quando paralisadas, simplesmente desviam os dejetos para a rede pluvial. Verifica-se, portanto,problemas graves e generalizados de poluição em rios, lagoas e mares, gerados por esgotos domésticos e industriais. De acordo com a Agência Nacional de Águas - ANA (2006), o conflito gerado pelo decréscimo da qualidade das águas e o abastecimento humano configura-se como de urgente solução nos seguintes locais de nosso Estado: - Rio Paraíba do Sul, desde o trecho a jusante de Barra do Piraí ao trecho a jusante do município de Paraíba do Sul, e os consumos humanos de água captada em sua calha nos municípios de Três Rios, Chiador (MG), Sapucaia e Além Paraíba (MG); - Rio Guandu, a jusante das cidades de Japeri e Queimados, e o abastecimento humano da cidade do Rio de Janeiro; - Rio Pomba, a jusante das cidades de Laranjal e Recreio (MG), e os consumos humanos de água captada em sua calha nos municípios de Palma (MG) e Santo Antônio de Pádua; - Rio Muriaé, a jusante da cidade de Muriaé (MG) até jusante da cidade de Itaperuna, e os consumos humanos de água captada em sua calha nos municípios de Italva e Cardoso Moreira; - Rio Grande, a jusante da foz do rio Bengala, que recebe cargas orgânicas de Nova Friburgo, e os consumos humanos de água captada em sua calha nos municípios de Trajano de Moraes, São Sebastião do Alto e Santa Maria Madalena. O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de despoluição das águas. Em grande parte das situações, a viabilidade econômica das estações de tratamento de esgotos – ETEs, é reconhecidamente reduzida, em razão dos elevados investimentos iniciais necessários à sua construção e, em alguns casos, os altos custos operacionais. De modo a incentivar a implantação de estações de tratamento de esgotos, com a finalidade de reduzir os níveis de poluição dos recursos hídricos no país, e ao mesmo tempo induzir à implementação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos mediante a organização dos Comitês de Bacia Hidrográfica e a instituição da cobrança pelo direito de uso da água, a ANA criou o Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas - SEROPÉDICA 27 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 PRODES. Também conhecido como "programa de compra de esgoto tratado", é uma iniciativa inovadora: não financia obras ou equipamentos, paga pelos resultados alcançados, pelo esgoto efetivamente tratado. O PRODES consiste na concessão de estímulo financeiro pela União, na forma de pagamento pelo esgoto tratado, a prestadores de serviço que investirem na implantação e operação de ETEs. A liberação dos recursos se dá apenas a partir da conclusão da obra e início da operação da ETE, em parcelas vinculadas ao cumprimento de metas de abatimento de cargas poluidoras e demais compromissos contratuais. O valor do estímulo financeiro a ser aportado pela ANA equivale a 50% do custo do investimento da ETE. Apesar do Brasil ter historicamente subsidiado a construção de obras de saneamento, os resultados decorrentes das ações governamentais nesse campo por vezes não têm alcançado os objetivos principais devido a concepções inadequadas, obras mal dimensionadas, preços elevados, sistemas mal operados, abandonados ou que nunca entraram em operação. Uma das razões do problema está no modelo de subsídio adotado, cujo foco é a obra. Quando se transfere este foco para os resultados, como propõe o PRODES, os problemas citados tendem a ser minimizados. A solução para os esgotos sanitários de comunidades menores, quando não há rede coletora de esgotos, é a utilização de fossas sépticas, cuja obrigatoriedade deve ser exigida pela Administração local. Os resíduos sólidos, por sua vez, também merecem toda atenção da administração pública municipal, uma vez que a falta de coleta e a inadequada disposição final do lixo gera sérios problemas sanitários, como a proliferação de vetores transmissores de doenças - moscas, mosquitos, ratos e baratas, que neste meio encontram alimento e condições para reprodução; a contaminação dos mananciais; a poluição do solo e do ar; e o agravamento das enchentes em épocas de chuva. Os problemas relacionados à disposição final do lixo urbano podem ser reduzidos por meio de políticas públicas que incentivem a redução do material a ser gerado como lixo, a reutilização de parte do lixo produzido, a reciclagem de muitos materiais inorgânicos que se joga fora, a compostagem do lixo orgânico para produção de adubo e o devido tratamento do chorume. Este é bem mais agressivo que o esgoto, sendo formado pela solubilização de componentes do lixo na água, principalmente da chuva. Essa água fica em contato com o lixo durante certo período e, por ação natural da gravidade, percola até encontrar uma camada impermeável do solo, lençóis freáticos ou superfícies previamente preparadas para receber o lixo, onde acumula e escoa. Nos aterros sanitários, a disposição planejada dos resíduos sólidos canaliza o chorume para neutralização de sua carga tóxica. Dados apurados no ano 2000 16 apresentam o seguinte panorama do município: • No tocante ao abastecimento de água, Seropédica tem 85,7% dos domicílios com acesso à rede de distribuição, 12,6% com acesso à água através de poço ou nascente e 1,7% têm outra forma de acesso à mesma. O total distribuído alcança 12 960 metros cúbicos por dia, dos quais a totalidade passa por tratamento convencional. 16 - Fontes: Sistema Nacional de Indicadores Urbanos – SNIU do Ministério das Cidades – dados coletados nos dias 3 e 4 de junho de 2003 referentes ao ano 2000 e IBGE – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000. SEROPÉDICA 28 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 • A rede coletora de esgoto sanitário chega a 11,5% dos domicílios do município; outros 48,3% têm fossa séptica, 12,8% utilizam fossa rudimentar, 21,8% estão ligados a uma vala, e 1,7% são lançados diretamente em um corpo receptor (rio, lagoa ou mar). O esgoto coletado não passa por tratamento e é lançado no rio. • Seropédica tem 80,2% dos domicílios com coleta regular de lixo, outros 1,6% têm seu lixo jogado em terreno baldio ou logradouro, e 17,3% o queimam. Dados preliminares de 2005 da Fundação CIDE apontam que o atual quadro de resíduos sólidos em Seropédica é o seguinte: são coletadas 47,5 toneladas/dia, cujo destino é vazadouro a céu aberto de propriedade da Prefeitura, próximo à RJ-109. Faz-se urgente que a gestão dos recursos naturais se efetue de forma mais competente e eficaz do que vem sendo feita até hoje. A realização de investimentos e ações de desenvolvimento tecnológico resultará na implantação de projetos mais eficientes e menos impactantes na qualidade dos corpos hídricos e do solo, e na reutilização dos subprodutos dos tratamentos de água, esgoto e resíduos sólidos. Gestão Municipal O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou, no final de 2006, a quinta edição da Pesquisa de Informações Básicas Municipais - MUNIC 2005. A coleta das informações ocorreu entre novembro de 2005 e março de 2006, sendo efetuada preferencialmente através de entrevista presencial. Esta edição da pesquisa não contemplou informações sobre o cadastro e o número de contribuintes do ISS. Os dados foram obtidos através do preenchimento de questionários por diversos setores das prefeituras municipais e são os seguintes para o município de Seropédica: COMPOSIÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA: Total de funcionários ativos da administração direta 2603 Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino fundamental(A) 0 Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino médio 0 Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino superior 0 Total de funcionários ativos da administração direta - Pós-graduação 0 Total de funcionários ativos da administração direta - Estatutários 1131 Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino fundamental(A)Ignorado Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino médio Ignorado Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino superior Ignorado Total de funcionários ativos da administração direta - Pós-graduação Ignorado Total de funcionários ativos da administração direta - CLT 0 Total de funcionários ativos da administração direta - Somente comissionados 1472 Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino fundamental(A) Ignorado Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino médio Ignorado Total de funcionários ativos da administração direta - Ensino superior Ignorado Total de funcionários ativos da administração direta - Pós-graduação Ignorado Total de funcionários ativos da administração direta - Sem vínculo permanente 0 (A) A declaração de escolaridade referente ao ensino fundamental refere-se ao primeiro grau completo ou incompleto. Quanto às demais escolaridades, considerou-se apenas o curso completo. SEROPÉDICA 29 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 COMPOSIÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: Administração indireta - existência Não LEGISLAÇÃO E INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO NO MUNICÍPIO Ano da Lei orgânica do município (B) 1997 Lei de parcelamento do solo - existência Não Lei de zoneamento ou equivalente - existência Não Código de obras - existência Sim Lei específica de Solo criado - existência Não Lei específica de Contribuição de melhoria - existência Não Lei específica de Operação urbana consorciada - existência Não Lei específica de Estudo de impacto de vizinhança - existência Não Está havendo debates, audiências e consultas públicas sobre as propostas do plano plurianual - PPA, da lei de diretrizes orçamentárias - LDO e do orçamento anual – LOA? Não O município utiliza os instrumentos de política urbana previstos no Estatuto das cidades? Não Plano Diretor – existência (C) Não O município está revendo ou elaborando o Plano Diretor? Sim Instrumentos de participaçao utilizados no processo de revisão ou elaboração do Plano Diretor: Coordenação compartilhada com efetiva participação do poder público e da sociedade Não Conselho de Política Urbana ou da Cidade Sim Conferência ou congresso da cidade Sim Discussão em segmentos sociais específicos Não Discussão ou debate temático Não Discussão por bairros, distritos, setores ou outra divisão territorial do município Não Atividades de capacitação sobre o Estatuto da Cidade e Plano Diretor Participativo Sim Outros Não Nenhum instrumento de participação Não O município possui legislação sobre zona e/ou área de interesse especial? Sim Tipo de área de interesse: Interesse social Não Ambiental Sim Histórico Não Cultural Não Paisagístico Não Arquitetônico Não Arqueológico Não Outra Não SEROPÉDICA 30 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 CADASTRO DO IPTU: Cadastro imobiliário - existência Sim Cadastro imobiliário informatizado - existência Sim O município cobra IPTU Sim Ano da lei (B) 1997 Planta Genérica de Valores - existência Não Planta Genérica de Valores informatizada - existência Não TAXAS INSTITUÍDAS: Taxa de iluminação pública - existência Sim Taxa de coleta de lixo - existência Não Taxa de incêndio ou combate a sinistros - existência Não Taxa de limpeza urbana - existência Não Taxa de poder de polícia - existência Sim Outros tipos de taxas - existência Não (B) Como o período de coleta da pesquisa se estendeu até março de 2006, foram consideradas todas as legislações aprovadas até este mês. (C) A obrigatoriedade da existência ou revisão do Plano Diretor decenal para municípios com mais de 20.000 habitantes e outros casos especiais foi estabelecida pelo estatuto da cidade para outubro de 2006. Governo Eletrônico O termo governo eletrônico, ou e-government refere-se ao uso da tecnologia da informação utilizando as ferramentas da web para facilitar o acesso aos serviços e informações para os mais diferentes segmentos da sociedade. É uma importante ferramenta que visa a simplificar e otimizar os processos administrativos, ampliar a eficiência e eliminar formalidades e exigências burocráticas que oneram o cidadão, as empresas e os próprios cofres públicos. Pode ser a chave para a promoção de relações mais democráticas e transparentes entre governo e sociedade civil, além de tornar os processos relacionados à administração pública mais rápidos, eficazes e baratos, vindo a ser um instrumento poderoso de fiscalização das ações públicas que pode estar a apenas um clique do mouse para qualquer cidadão. Nesse sentido, cabe aos gestores maior interesse em se envolverem neste processo de modernização dessa importante tecnologia de informação. Este novo modelo de gestão pública parece-nos central para a efetivação de reformas que possam garantir o acesso de serviços e informações para o usuário, independente do seu papel econômico e conhecimento tecnológico. Os gestores ainda têm uma visão muito limitada das possibilidades que essas tecnologias de informação podem proporcionar e investem menos do que seria necessário para melhoria desses serviços. Com base em levantamentos realizados, existe um “pacote mínimo” de e- serviços que deveriam ser oferecidos aos cidadãos . sendo um grande desafio para eles acompanharem o ritmo das transformações dessas novas soluções tecnológicas. SEROPÉDICA 31 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 Com o objetivo de analisar o grau de participação das prefeituras do Estado do Rio de Janeiro no processo de desburocratização eletrônica e avaliar o nível de utilização e evolução dos sítios municipais, o sistema FIRJAN vem desenvolvendo uma série de estudos sobre o tema desde o ano 2000 que resultou em três versões (2002, 2005 e 2007), permitindo assim uma análise da evolução desses sítios. Ciente de que o governo eletrônico é uma ferramenta de capacitação política da sociedade e vetor de aumento de eficiência para o governo, o Tribunal de Contas do Estado também vem acompanhando, desde 2006, a construção e o desenvolvimento dos sítios municipais. O desenvolvimento do e-government passa por quatro estágios diferentes. O primeiro deles consiste na criação de sítios para difusão de informações sobre os mais diversos órgãos e departamentos dos vários níveis de governo. Eventualmente, estes sítios são reunidos em uma espécie de portal oficial com finalidade informativa. Num segundo estágio, estes sítios passam também a receber informações e dados por parte dos cidadãos, empresas e outros órgãos. O usuário pode, por exemplo, utilizar a Internet para declarar seu imposto de renda, informar uma mudança de endereço, fazer reclamações e sugestões a diversas repartições ou, ainda, efetuar o cadastro on-line de sua empresa. Neste âmbito, o sítio governamental passa a ter uma finalidade maior do que a meramente informativa, tornando-se interativo. Na terceira etapa de implantação do e-government, as transações se tornam mais complexas e o sítio assume um caráter transacional. Neste estágio, são possíveis trocas de valores que podem ser quantificáveis, como pagamentos de contas e impostos, educação à distância, matrículas na rede pública, marcação de consultas médicas, pregões eletrônicos, etc. Em outras palavras, além da troca de informações, valores são trocados e serviços anteriormente prestados por um conjunto de funcionários passam a ser realizados diretamente pela Internet. Essas modificações tornam-se ainda mais complexas no quarto estágio de implantação do governo eletrônico. Neste estágio, é desenvolvido um tipo de portal que não é mais um simples índice de sítios, mas uma plataforma de convergência de todos os serviços prestados pelo governo. Os serviços são disponibilizados por funções ou temas, sem seguir a divisão real do Estado em ministérios,secretarias, departamentos, etc. Assim, ao lidar com o governo, cidadãos e empresas não precisam mais se dirigir a inúmeros órgãos diferentes. Em um único portal e com uma única senha, qualificada como assinatura eletrônica (certificação digital), conseguem resolver aquilo que precisam. Para tal, a integração entre os diferentes órgãos prestadores de informações e serviços é imprescindível, ou seja, estes devem realizar trocas de suas respectivas bases de dados numa velocidade capaz de garantir o atendimento ao cidadão. Esse recurso exige informações de uma série de departamentos que, interligados por uma infra-estrutura avançada, conseguem atender à demanda do cidadão em tempo real. Neste último estágio, o sítio é qualificado como integrativo. SEROPÉDICA 32 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 Alguns serviços na pesquisa atual não eram oferecidos na pesquisa da edição 2006 dos Estudos Socioeconômicos, são eles Plano Diretor, Cadastro de Fornecedor e Balcão de Empregos. Só foram considerados os serviços ou informações que estavam acessíveis no período de agosto a setembro de 2007, quando foi feito o levantamento desta pesquisa. No estudo realizado este ano, 100% das prefeituras do Estado do Rio de Janeiro possuíam sítios oficiais, atingindo a meta prevista no Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio, lançado há um ano pela FIRJAN que estabelecia 2008 como o prazo para atingir essa marca. As iniciativas que vêm sendo empreendidas no projeto de governo eletrônico têm mostrado resultados claramente positivos no que diz respeito à disponibilização de serviços públicos via web, mas também identificam grandes dificuldades a serem superadas, pois os serviços prestados continuam ainda deficientes, necessitando de mudanças que ultrapassem questões meramente tecnológicas. O único sítio municipal que estava desabilitado no período da pesquisa era o de Cambuci. As prefeituras de Lage de Muriaé, Paraíba do Sul e Pinheral apesar de terem sítios oficiais, não apresentam a terminação “.gov.br”, padrão dos sítios governamentais brasileiros. Os principais problemas encontrados foram sítios desatualizados, navegação deficiente, vários ícones que não abrem os links quando clicados ou apresentam mensagens de erro, e dificuldades em localizar determinadas informações por não estarem na página principal e sim embutidas em outros ícones. Todas as prefeituras pesquisadas apresentaram sítios informativos. Somente as prefeituras de Cardoso Moreira, Iguaba Grande, Itaocara, Itatiaia, Miracema, Natividade, Porto Real, Quatis, Santa Maria Madalena, Santo Antônio de Pádua e Sapucaia não apresentaram serviços interativos. O serviço de ouvidoria, como nas pesquisas anteriores, continua sendo o que aparece com mais freqüência. Esse é o único tipo de serviço interativo encontrado em 41 dos 91 sítios pesquisados, o que determina a classificação deles como interativos. Os únicos municípios que apresentaram serviços transacionais foram Angra dos Reis, Barra Mansa, Itaboraí, Japeri, Mesquita, Niterói, Paraíba do Sul, Petrópolis, Quissamã, Resende, São Gonçalo e Volta Redonda, sendo o Pregão Eletrônico o serviço mais oferecido. As tabelas a seguir apresentam o estágio em que se encontram os sítios dos governos municipais. SEROPÉDICA 33 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIROT EC Secretaria-Geral de Planejamento ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 Serviços Informativos: Municípios com sítios informativos H is tó ria d o M un ic íp io G eo gr af ia E co no m ia Fi na nç as P ub lic as C ul tu ra e e nt re te ni m en to S aú de E du ca çã o M ei o Am bi en te In fra es tru tu ra Tr ib ut aç ão Le gi sa çã o N ot íc ia s Tu ris m o E st ru tu ra A dm in is tra tiv a In ve st im en to s P ol íti ca s P úb lic as Tr ab al ho e e m pr eg o Tr ân si to P la no d ire to r To ta l Angra dos Reis 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 16 Aperibé 1 1 1 1 1 1 1 7 Araruama 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 Areal 1 1 1 1 1 1 1 1 8 Armação dos Búzios 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 Arraial do Cabo 1 1 2 Barra do Piraí 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 Barra Mansa 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14 Belford Roxo 1 1 1 1 1 5 Bom Jardim 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10 Bom Jesus do Itabapoana 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 Cabo Frio 1 1 1 1 1 1 1 1 8 Cachoeiras de Macacu 1 1 1 1 1 1 1 1 8 Cambuci 0 Campos dos Goytacazes 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14 Cantagalo 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12 Carapebus 1 1 1 1 1 5 Cardoso Moreira 1 1 1 1 1 1 6 Carmo 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 Casimiro de Abreu 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 Comendador Levy Gasparian 1 1 1 1 1 1 1 1 8 Conceição de Macabu 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12 Cordeiro 1 1 1 1 1 1 6 Duas Barras 1 1 1 1 1 1 6 Duque de Caxias 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12 Engenheiro Paulo de Frontin 1 1 1 3 Guapimirim 1 1 2 Iguaba Grande 1 1 2 Itaboraí 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 Itaguaí 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 Italva 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 Itaocara 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 Itaperuna 1 1 1 1 4 Itatiaia 1 1 1 1 1 1 1 1 8 Japeri 1 1 1 1 1 1 1 7 Laje do Muriaé 1 1 1 1 1 1 1 7 Macaé 1 1 1 1 1 1 1 7 Macuco 1 1 1 1 1 1 1 7 Magé 1 1 1 1 4 Mangaratiba 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12 Maricá 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 Mendes 1 1 1 1 1 5 SEROPÉDICA 34 ESTUDO SOCIOECONÔMICO 2007 Municípios com sítios informativos H is tó ria d o M un ic íp io G eo gr af ia E co no m ia Fi na nç as P ub lic as C ul tu ra e e nt re te ni m en to S aú de E du ca çã o M ei o Am bi en te In fra es tru tu ra Tr ib ut aç ão Le gi sa çã o N ot íc ia s Tu ris m o E st ru tu ra A dm in is tra tiv a In ve st im en to s P ol íti ca s P úb lic as Tr ab al ho e e m pr eg o Tr ân si to P la no d ire to r To ta l Mesquita 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 Miguel Pereira 1 1 1 1 4 Miracema 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10 Natividade 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 Nilópolis 1 1 1 1 1 1 1 1 8 Niterói 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12 Nova Friburgo 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12 Nova Iguaçu 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12 Paracambi 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 Paraíba do Sul 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10 Paraty 1 1 1 3 Paty do Alferes 1 1 1 1 1 5 Petrópolis 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 17 Pinheiral 1 1 1 1 1 1 1 7 Piraí 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12 Porciúncula 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14 Porto Real 1 1 2 Quatis 1 1 1 3 Queimados 1 1 1 1 1 1 6 Quissamã 1 1 1 1 1 1 1 7 Resende 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14 Rio Bonito 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12 Rio Claro 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 Rio das Flores 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 Rio das Ostras 1 1 1 1 1 5 Santa Maria Madalena 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 Santo Antônio de Pádua 1 1 1 1 1 1 1 7 São Fidélis 1 1 1 1 1 5 São Francisco de Itabapoana 1 1 1 1 1 1 6 São Gonçalo 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14 São João da Barra 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 São João de Meriti 1 1 1 3 São José de Ubá 1 1 1 1 1 1 1 1 8 São José do Vale do Rio Preto 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10 São Pedro da Aldeia 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10 São Sebastião do Alto 1 1 2 Sapucaia 1 1 1 1 1 1 1 1 8 Saquarema 1 1
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