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Aula 8 - Multiculturalismo
e Direitos
A Política do Reconhecimento Charles Taylor TAYLOR, C. "A política de reconhecimento“. In TAYLOR, C. (Org.) Multiculturalismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1998, pp. 44-64 (partes I e II).
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Diferença e inferioridade
Reconhecimento incorreto ou não reconhecimento (pessoa ou grupo) pode ser uma forma de agressão. 
Cita os exemplos da inferioridade da mulher (induzidas a aceitar uma opinião depreciativa delas mesmas) e inferioridade da raça negra (inferioridade projetada). 
O europeu projetou em muitos povos imagens de seres inferiores.
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Democracia, identidade e o 
reconhecimento da diferença
Taylor quer saber como o discurso do reconhecimento passou a fazer parte de nossas vidas. 
O autor destaca o “desaparecimento” da noção de honra (que se relaciona a hierarquias e desigualdade) e o surgimento da dignidade, com um sentido mais universalista e igualitário. A identidade era identificada com a posição social, proveniência e papéis. 
A importância do reconhecimento foi-se modificando e aumentando com a compreensão da identidade individual (final do séc. XVIII).
A democracia introduziu a política do reconhecimento igualitário, com exigências de um estatuto legal para as diversas culturas e para os sexos. 
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Identidade, diferença e sociedade
O autor destaca o “ideal de autenticidade” (autoconsciência / cada um de nós tem a sua maneira de ser humano). 
A diferença é importante, pois ela se refere à compreensão do significado da vida de cada um: viver quem é. Há uma necessidade de viver fora de si, ser verdadeiro consigo, ser verdadeiro com minha originalidade (pp. 50-51). 
A forma de ser não deve ser “fruto da influência social. Ao contrário, gerar-se no interior do ser” (p. 52). Mas essa “gestação”, tal como o caráter, não é monológica, e sim dialógica: depende das interações humanas, da relação com os “outros-importantes” (ex.: família, amigos, nossas referências). 
Segundo Taylor:
“A descoberta de minha identidade não significa que eu me dedique a ela sozinho, mas sim que eu a negocie, em parte, abertamente, em parte, interiormente, com os outros.” Por isso, a identidade gerada interiormente atribui importância ao reconhecimento. Ela depende de “minhas reações dialógicas com os outros” (p. 54).
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Universalismo e diferença
O ideal de autenticidade foi amadurecendo, fazendo com que o reconhecimento desempenhasse um papel essencial. 
Com a política do universalismo surge a igualdade de direitos e privilégios. Ela procura evitar a existência de cidadãos de primeira e segunda classe. 
No entanto, o autor sustenta que esse reconhecimento é imperfeito quando é feito sob a luz de um “roteiro social pré-definido”. 
O reconhecimento igualitário, além de ser ligado a uma “democracia saudável”, é fundamental para que um indivíduo ou um grupo não seja inferiorizado ou desprezado – no caso de recusa ou de reconhecimento incorreto da diferença. 
A recusa do reconhecimento pode ser uma forma de opressão(p. 56). 
O discurso do reconhecimento chega em duas esferas: na íntima (formação da identidade) e na pública (política).
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Paradoxo da política da diferença
Problema: Igualdade x diferença 
Numa política universalista, as diferenças são tratadas com igualdade. Isso pode ser um problema, na medida em que a singularidade é ignorada e assimilada a uma identidade dominante da maioria. 
A política da diferença busca a igualdade através da recusa de uma cidadania precária, de segunda categoria. > Mas, a universalidade não pode ser reconhecida em algo que não é universalmente comum. O reconhecimento da identidade significa um outro tipo de universalismo que reconhece a especificidade (p. 59). 
Numa política da diferença, a não-discriminação é a base de um tratamento diferencial. (p. 60). (“discriminação positiva”)
É o reconhecimento da diferença daqueles que estão numa posição de segunda classe que tem justificado a adoção de programas sociais. 
Isso pode ser polêmico para alguns, que vêm nisso um favorecimento.

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